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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ADRIANA OLIVEIRA LIMA

ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE RISCOS REFERENTE À PROTEÇÃO CONTRA


INCÊNDIOS NO IFMA - CAMPUS MONTE CASTELO

São Luís
2016
ADRIANA OLIVEIRA LIMA

ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE RISCOS REFERENTE À PROTEÇÃO CONTRA


INCÊNDIOS NO IFMA - CAMPUS MONTE CASTELO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Engenharia Civil, no Instituto
Federal do Maranhão, como requisito parcial
para a obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientadora: Profª Ma. Silvana da Silva Mitri


da Costa

São Luís
2016
Lima, Adriana Oliveira.

Análise das situações de riscos referente à proteção contra incêndios no


IFMA – Campos Monte Castelo / Adriana Oliveira Lima. – São Luís, 2016.

69 f.: il.

Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Curso de Engenharia


Civil, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão,
2016.

1. Proteção contra incêndio – Ações de combate e abandono – Riscos –


Não conformidades. I. Título.

CDU 614.84
ADRIANA OLIVEIRA LIMA

ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DE RISCOS REFERENTE À PROTEÇÃO CONTRA


INCÊNDIOS NO IFMA - CAMPUS MONTE CASTELO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Engenharia Civil, no Instituto
Federal do Maranhão, como requisito parcial
para a obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil.

Aprovada em:____/____/____
Nota:_____________________

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________
Profª Ma. Silvana da Silva Mitri da Costa (Orientadora)
Instituto Federal do Maranhão - IFMA

_____________________________________________________
Prof. Ma. Celso Luiz Ferreira de Azevedo
Instituto Federal do Maranhão - IFMA

_____________________________________________________
Profª Aluísio Alves
Instituto Federal do Maranhão - IFMA
À Deus, fonte de infinita bondade.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado força e sabedoria no período de


formação acadêmica, por ter vencido todas as dificuldades passadas durantes os
cinco anos de curso.
Aos meus pais pela oportunidade, apoio, força e financiamento dos meus
estudos.
Aos meus irmãos pelo companheirismo.
Aos amigos e companheiros das batalhas, enfrentadas durante o curso,
Letícia Vilanova, Gisele Costa, Adrea Mota, Zildo Maia, Ericka Ferreira, Josana
Noleto, Alan Kardec e em especial Carliane Rodrigues e Felipe Asevedo.
Ao amigo Augusto Cutrim, por ter cedido seus materiais de estudos e
pelas dúvidas tiradas, que contribuíram significantemente para realização deste
trabalho.
A professora Silvana Mitri por me orientar e colaborar na realização deste
trabalho e em todos os momentos da vida acadêmica em que tivemos oportunidade
de trabalharmos juntas.
A todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta da minha
formação.
A mente que se abre a uma nova ideia
jamais voltará ao seu tamanho original.

Albert Eisthein
RESUMO

Este trabalho apresenta resultados obtidos de pesquisa realizada no Instituto


Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, campus Monte Castelo localizado em
São Luís, Maranhão, quanto à proteção contra incêndio. O objetivo principal foi
analisar as instalações físicas do IFMA- campus Monte Castelo, com enfoque na
segurança, relativa á proteção contra incêndios, contemplando os riscos existentes,
alinhados as ações de combate e de abandono, por meio de informações
preventivas, baseando - se na legislação vigente. Para tanto, utilizou-se pesquisa
bibliográfica e pesquisa de campo, esta última pautada na aplicação de questionário
semi-aberto e na observação in loco. Entre as principais constatações da pesquisa
destacou-se o pouco conhecimento dos usuários sobre o tema, porém possuem
consciência de que as instalações existentes não oferecem a segurança necessária.
Após análise nas normas vigente, constatou-se que a edificação necessita de um
projeto de prevenção e combate a incêndio, contemplando todo o campus, com
realização de manutenções nos equipamentos existentes e principalmente tratar do
tema com alunos, professores e servidores, através de treinamentos e campanhas
educativas, para que possam estar preparados para procederem dentro dos padrões
de segurança, caso ocorra um princípio de incêndio.

Palavras-chave: Proteção contra incêndio. Ações de combate e abandono. Riscos.


Não conformidades.
ABSTRACT

The following thesis presents results obtained by a research about protection against
fire conducted at the Federal Institute of Education Science and Technology campus
Monte Castelo, located in Sao Luis, Maranhão State. The main goal of this research
was to analyze the facilities of the institution regarding safety. The focus was to
analyze the protection against fire concerning not only the existing risk at the
institution, but also the actions taken for prevention and evacuation in case of fire, all
of that regarding the current legislation. For that, it was made a bibliographic
research and field research. For the field research, it was applied semi-open
questionnaires to people who attend the institution. Also, it was considered the
personal observation of the facilities. Among all the main findings of the research,
one of them shows that people who utilize the facilities do not know much about the
topic. However, they are aware that the current conditions of the facilities do not offer
the required safety for the users. After an analyses on the proper standards and
legislations, it was possible to realize that the building needs a project of prevention
fire fighting. The project should attend all the institution in order to provide the
maintenance of the existing equipments. Also, it is extremely important to discuss the
project with students, professors and staff of the campus, through training and
educational campaigns. This way all of those people who work or attend the
institution would be prepared on how to proceed in a case of a fire starts.

Keywords: Protection against fire. Actions of combating a fire. Escaping a fire. Risks.
Unconformities.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Triângulo do fogo e tetraedro do fogo ...................................................................


21
Figura 2 Transmissão de calor por (a) Condução (b) Convecção (c)
Irradiação ..............................................................................................................
23
Figura 3 Tipos de sistemas .................................................................................................
36
Figura 4 Elementos e componentes do sistema de hidrantes ............................................
37
Figura 5 Classificação das edificações quanto às dimensões em planta ...........................
53
Figura 6 Acesso principal....................................................................................................
54
Figura 7 Bloco da Física e Química ....................................................................................
55
Figura 8 Saída e escada não enclausurada .......................................................................
56
Figura 9 Corredor sem iluminação de emergência .............................................................
57
Figura 10 Sinalização existente na edificação ......................................................................
58
Figura 11 Extintor sem identificação e sinalização adequada ..............................................
59
Figura 12 Distância do extintor .............................................................................................
60
Figura 13 Caixa de hidrante do DCC ....................................................................................
61
Figura 14 Caixa de hidrantes do prédio administrativo .........................................................
61
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Faixa etária ...........................................................................................................


45
Gráfico 2 Sexo......................................................................................................................
46
Gráfico 3 Tipo de usuário .....................................................................................................
46
Gráfico 4 Poderia ocorrer um incêndio no campus? ............................................................
47
Gráfico 5 Local vulnerável a ocorrência de incêndios ..........................................................
48
Gráfico 6 Prédio seguro .......................................................................................................
48
Gráfico 7 Medidas tomadas em caso de sinistro ..................................................................
49
Gráfico 8 Levariam pertences na hora de escapar ...............................................................
50
Gráfico 9 Se ajudaria um deficiente a escapar de um incêndio............................................
51
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Municípios atendidos ............................................................................................


18
Quadro 2 Medidas preventivas ativas...................................................................................
30
Quadro 3 Quantidade de extintores ......................................................................................
34
Quadro 4 Quantidade de extintores - NR 23 ........................................................................
34
Quadro 5 Resultado das perguntas 1, 7 e 12 do questionário ..............................................
50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


CB - Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio
COSCIP - Código De Segurança Contra Incêndio e Pânico
DCC - Departamento de Construção Civil
GLP - Gás Liquefeito de Petróleo
IFMA - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão
ISO - International Organization Standardization
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
NR - Norma Regulamentadora
SCI - Segurança Contra Incêndio
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................
14
1.1 Delimitação do tema e problema da pesquisa ..................................................
14
1.2 Justificativa da pesquisa ....................................................................................
14
1.3 Objetivos ..............................................................................................................
15
1.3.1 Geral .....................................................................................................................
15
1.3.2 Específicos ............................................................................................................
16
1.4 Estrutura do trabalho ..........................................................................................
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................
17
2.1 Histórico do pânico na prevenção contra incêndio e Brasil ...........................
17
2.2 Conceitos básicos ..............................................................................................
19
2.2.1 O Fogo ..................................................................................................................
19
2.2.2 Características físicas e químicas .........................................................................
21
2.2.3 Classe de incêndios ..............................................................................................
23
2.2.4 Processos de extinção do fogo .............................................................................
24
2.3 Legislação atual ..................................................................................................
25
2.3.1 Legislação Federal ................................................................................................
26
2.3.2 Legislação Estadual ..............................................................................................
26
2.3.3 Legislação Municipal .............................................................................................
27
2.4 A arquitetura na proteção contra incêndio .......................................................
28
2.5 Sistemas de combate a incêndio .......................................................................
32
2.5.1 Extintor de incêndio ...............................................................................................
33
2.5.2 Sistema de hidrantes e mangotinho ......................................................................
35
2.5.3 Chuveiros automáticos ..........................................................................................
38
2.5.4 Iluminação de emergência ....................................................................................
40
2.5.5 Saídas de emergência ..........................................................................................
40
2.5.6 Detecção de alarme de incêndio ...........................................................................
41
2.5.7 Brigadas de Incêndio ............................................................................................
41
2.5.8 Sinalização ............................................................................................................
42
3 METODOLOGIA ...................................................................................................
43
3.1 Características gerais da pesquisa ...................................................................
43
3.2 Etapas da pesquisa .............................................................................................
43
3.3 Revisão bibliográfica ..........................................................................................
44
3.4 Coleta de dados ..................................................................................................
44
3.4.1 Caracterização de amostra ...................................................................................
44
3.4.2 Tabulação e análise dos dados.............................................................................
44
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................
45
4.1 Apresentação e análise dos dados ...................................................................
45
4.1.1 Características da amostra ...................................................................................
45
4.1.2 Quanto à percepção e conhecimento do risco ......................................................
46
4.2 Descrição da edificação .....................................................................................
51
4.2.1 Descrição do objeto em estudo .............................................................................
51
4.2.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação .............................................
52
4.2.3 Classificação da edificação quanto a sua altura ...................................................
52
4.2.4 Classificação da edificação quanto as suas dimensões em planta .......................
52
4.2.6 Classificação da edificação quanto as suas características
construtivas ...........................................................................................................
53
4.2.7 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio por
ocupação...............................................................................................................
53
4.3 Equipamentos exigidos para edificações existentes ......................................
53
4.4 Identificação das conformidades das exigências ............................................
54
4.4.1 Acesso de viatura na edificação ............................................................................
54
4.4.2 Saídas de emergência ..........................................................................................
54
4.4.3 Brigadas de incêndio .............................................................................................
56
4.4.4 Iluminação de emergência ....................................................................................
56
4.4.5 Alarme de incêndio ...............................................................................................
57
4.4.6 Sinalização de emergência ...................................................................................
58
4.4.7 Extintor de incêndio ...............................................................................................
58
4.4.8 Sistema de hidrante e mangotinho ........................................................................
60
4.5 Resultados e discussões ...................................................................................
61
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................
63
REFERÊNCIAS ....................................................................................................
64
ANEXO A – INSTRUMENT DE COLETA DE DADOS .........................................
67
14

1 INTRODUÇÃO

O Instituto de Educação, Ciência e tecnologia do Maranhão, campus


Monte Castelo tem suas raízes plantadas em 1909, quando foram criadas as
Escolas de Aprendizes Artífices nas capitais dos estados. Ao longo de sua história,
com o intuito sempre de acompanhar as mudanças que aconteciam no país, tanto
no sistema educacional quanto na economia, este passou por diversas mudanças,
inclusive da nomenclatura, são elas: Escolas de Aprendizes Artífices (1910), Liceu
Industrial de São Luís (1942), Escola Técnica Federal de São Luís (1942), Escola
Técnica Federal do Maranhão (1965), Centro Federal de Educação Tecnológica do
Maranhão (1989), e por último Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Maranhão (2008). Esta última se deu com a Lei N° 11892, de 29 de dezembro de
2008, com a integração do CEFET-MA e as Escolas Agrotécnicas Federais de Codó,
São Luís e São Raimundo das Mangabeiras, o Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão, de agora em diante tratado como Instituto
Federal do Maranhão. Apresenta hoje autonomia administrativa, patrimonial,
financeira, didático-pedagógica e disciplinas, aliado ao ensino, a pesquisa e a
extensão de modo a contribuir diretamente para o desenvolvimento científico e
tecnológico do Estado do Maranhão. (PORTAL IFMA, 2015)

1.1 Delimitação do tema e problema da pesquisa

A proteção contra incêndio é uma preocupação antiga da humanidade,


devido a grande quantidade de perdas e bens ocorridos ao logo da história. Hoje,
sabe-se da necessidade por obrigatoriedade de lei, ou pela conscientização dos
profissionais responsáveis pelos projetos de segurança, a presença em todas as
edificações de um sistema de proteção contra incêndio, que se subdivide em dois:
sistema de proteção e sistema de combate a incêndio, nosso objeto de estudo. Por
tanto, o estabelecimento de ensino do IFMA – Campus Monte Castelo aplica a
legislação, pertinente a proteção contra incêndios?

1.2 Justificativa da pesquisa

O fogo desde sua conquista na pré-história tornou-se um dos elementos


15

fundamentais para a sobrevivência e evolução da humanidade. O fogo é uma reação


química, onde ocorre a rápida oxidação de um material combustível resultando na
produção das energias luminosa e térmica. Já o incêndio é a propagação
descontrolada do fogo, sendo considerado um mal que deve ser evitado a todo
custo, pois a sua extinção normalmente ocorre em condições desfavoráveis a sua
rápida extinção, o que pode ocasionar perdas patrimoniais e humanas. (GOMES,
1998).
Segundo Seito et al. (2008), segurança contra incêndio é uma
preocupação mundial, sendo encarado como ciência em diversos países Europeus,
nos Estados Unidos e Japão, portanto uma área de pesquisa, desenvolvimento e
ensino. Já o Brasil, que passou de um país rural para uma sociedade urbana,
industrial e de serviços em um período muito curto de tempo, aumentou-se o risco
de incêndios, pois houve um grande crescimento populacional nas áreas urbanas,
onde as ocorrências de incêndios são mais suscetíveis em regiões mais povoadas.
Os esforços se concentraram em construir a infraestrutura e edificações
deixando a segurança contra incêndio em segundo plano, tornando o país atrasado
nesse quesito, pois nos próprios currículos das faculdades de engenharia e
arquitetura se dá pouca ênfase ao assunto, havendo poucos profissionais
especializados na área, além da bibliografia escassa. (AITA; PEIXOTO, 2012)
O objeto de estudo deste trabalho é o Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão – campus Monte Castelo, um edifício que data
de 1936, que já passou por diversas reformas e ampliações. Devido o seu uso e
grau de risco, é importante que o sistema de segurança contra incêndio atenda a
legislação tanto no sistema preventivo, quanto no sistema de combate para que em
caso de sinistro os equipamentos sejam suficientes e adequados para combatê-lo.

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Analisar as instalações físicas do IFMA - Campus Monte Castelo, com


enfoque na segurança, relativa á proteção contra incêndios, contemplando os riscos
existentes, alinhados as ações de combate e de abandono, por meio de informações
preventivas, baseando - se na legislação vigente.
16

1.3.2 Específicos

a) Identificar as não conformidades relativas á proteção contra incêndio,


encontradas nas instalações físicas do IFMA – campus Monte Castelo;
b) Verificar se as instalações físicas existentes atendem as exigências da
legislação vigente
c) Propor ações prevencionistas que propiciem aos servidores e alunos,
usuários das instalações físicas do IFMA – Campus Monte Castelo,
condições favoráveis à integridade física destes.

1.4 Estrutura do trabalho

Com o objetivo de organizar esta monografia, foi adotada a seguinte


estrutura:

a) Capítulo 1 - INTRODUÇÃO apresenta de forma sucinta o problema a


ser tratada no discorrer do trabalho, a justificativa, os objetivos gerais e
específicos;
b) Capítulo 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA será apresentada o
histórico e conceitos fundamentais referentes ao tema, com abordagem
normativa;
c) Capítulo 3 – METODOLOGIA neste capítulo está descrito as
características e procedimento adotado no desenvolvimento da
pesquisa;
d) Capítulo 4 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
neste será exposto os dados coletados e os resultados obtidos na
pesquisa;
e) Capítulo 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS – apresenta as considerações
finais e faz sugestões para pesquisas futuras relacionadas ao combate
a incêndio no IFMA.
17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Histórico do pânico na prevenção contra incêndio e Brasil

O Brasil passou por um grande processo de urbanização durante o século


20, passando de um país rural para um país industrializado, além do seu
crescimento populacional, que segundo IBGE (apud SEITO et al., 2008, p. 9) saltou
de 9.930.478 hab. em 1872 para 161.400.000 hab. em 1995, em um pouco mais de
120 anos. No mesmo período houve um processo migratório, do campo para a
cidade, o que é preocupante, pois as maiores ocorrências de incêndios ocorrem nos
locais mais densamente povoados.
Com o crescimento acelerado e desenfreado, sem qualquer
planejamento, a segurança contra incêndio foi colocada em segundo plano pelos
governantes, em detrimento de outros setores da sociedade, tão importantes quanto
este, que seriam a segurança, saúde, educação, dentre outros.
Segundo Seito et al. (2008, p. 10), “[...] a segurança contra incêndio no
Brasil está dentro desse modelo de crescimento, no qual parece que está tudo por
fazer”, onde é necessário: melhorar a regulamentação, centralizar a legislação;
aumentar os contingentes, ampliar o efetivo de profissionais dedicados à área;
atender todos os municípios, que conforme Geyger (2012), em dados coletados
pelas corporações do Corpo de Bombeiro dos estados, a região com menor
quantidade de municípios atendidos é o nordeste com 5,23% e a região com mais
municípios atendidos é a região sul com 25,33%; melhorar os equipamentos e
controlar suas manutenções; melhorar a formação dos profissionais envolvidos
arquitetos, engenheiros, bombeiros, técnicos e a própria população através de
campanhas educativas.
18

Quadro 1 - Municípios atendidos

Fonte: Geyger (2012, p. 24)

A formação dos profissionais no quesito segurança contra incêndio tem


deixado muito a desejar, pois nas grades curriculares das faculdades de arquitetura
e engenharia a carga horária dedicada ao tema é limitada. O que tem como
consequência além do pouco aprofundamento no assunto, o próprio desinteresse
dos profissionais em se especializar e ampliar seus conhecimentos.
“Precisamos nos armar com ferramentas de projetos, com controle de
materiais, garantir a construção mais segura e implantar procedimentos de
segurança para uma operação pela qual sejam minimizados os riscos”. (SEITO et
al., 2008, p.11). Lembrando que tais procedimentos devem ser absorvidos desde o
planejamento urbano, como garantir o acesso das viaturas do corpo de bombeiros,
instalação de hidrantes urbanos, até a proteção passiva e ativa, saídas de
19

emergências, compartimentações, reação ao fogo dos materiais de construção e


acabamentos.
O Brasil, assim como outros países do mundo, passou por grandes
incêndios, com um número grande de perdas humanas, dentre eles estão: nas
cidades de Roma (64 d.C), Boston (1872), no teatro Iroquois em Chicago (1903)
com 600 vítimas, em São Paulo os que tiveram maior comoção nacional, foram nos
edifícios Andraus (1972) com 352 vítimas e no edifício Joelma (1974) com 499
vítimas. “Essas tragédias tiveram como consequência as mudanças na legislação,
na corporação do Corpo de Bombeiros, nos institutos de pesquisa e principalmente,
foi iniciada um processo de formação de técnicos e pesquisadores preocupados com
essa área de conhecimento.” (SEITO et al., 2008, p. 11)
A segurança contra incêndio se torna mais complexa por ser
multidisciplinar, onde envolve uma grande quantidade de profissionais que vai desde
legisladores, engenheiros, arquitetos, técnicos em instalações, bombeiros e
brigadistas, envolvendo tanto profissionais de formação teórica, quanto os de
formação a prática. Um dos mais recentes incêndios que promoveu uma grande
comoção nacional foi a que aconteceu na Boate Kiss em 2013, localizado na cidade
de Santa Maria no Rio Grande de Sul com 922 vítimas. O que faz a população e as
autoridades refletirem sobre a importância de serem tomadas algumas ações
preventivas, como a própria fiscalização periódica do corpo de bombeiros nos
estabelecimentos, e no atendimento às medidas de segurança estabelecidas por
normas.

2.2 Conceitos básicos

2.2.1 O Fogo

O fogo é um dos elementos da natureza essenciais para sobrevivência


humana, este tem um grande significado para sua evolução, sendo uma de suas
maiores conquistas foi aprender a produzir e controlar o fogo. A priori era utilizado
pela luz e calor produzido ao seu redor, logo o homem passou a não temer mais
pelo frio e a escuridão da noite, pois havia uma superstição envolvida. O que
causava medo era a forma como ocorria o surgimento do fogo, pois ocorria
naturalmente, através das erupções dos vulcões, combustão espontânea na
20

vegetação seca quando submetida a fortes raios solares, dentre outros. Além disso,
também conseguiam afastar animais que os ameaçavam e aprenderam a cozinhar
seus alimentos.
Segundo Gomes (1998), enquanto o homem vivia em cavernas, o risco de
incêndio não existia, pois o controle se dava pelo fogo piloto, que era uma espécie
de lamparina onde utilizavam crânio de animais e neles eram guardados fragmentos
em brasa. E ao sair das cavernas e apreciar o gosto pela vida em comunidade,
passou a viver em acampamentos e morar em cabanas rústicas construídas com
galhos, troncos e folhas de árvores secas. Com elas, o fogo era localizado em suas
proximidades ou em seus interiores, e justamente na falha desse controle fez surgir
o incêndio.
A NBR 13860 (ABNT, 1997) define o fogo como processo de combustão
caracterizado pela emissão de calor e luz, ou seja, é uma reação química
denominada combustão que resulta na produção de energia luminosa e térmica.
Como toda reação química, esta é formada por reagentes e produtos, podendo
haver ou não circunstâncias que aceleram essa reação. Os reagentes mínimos
necessários para dar início a qualquer processo de combustão são o combustível, o
comburente (oxigênio) e a fonte ígnea (calor), considerado por diversos autores
como elementos essenciais do fogo e que dão origem para teoria conhecida como
triângulo do fogo.
De acordo com Seito et al. (2008), inicialmente a teoria conhecida como
triângulo do fogo, que explicava os meios de extinção do fogo pela retirada de um
dos elementos essenciais do fogo, o combustível, comburente ou calor. O modelo
criado constitui uma figura geométrica plana, onde os três elementos que compõem
cada lado do triângulo, como demonstrado na figura 1, devem coexistir para que o
fogo se mantenha. Com o aprofundamento dos estudos, as literaturas trazem um
novo elemento essencial para existência do fogo, que é a reação em cadeia,
ocorrem à produção dos radicais de energia, suficientes para ativar várias
combustões até que ocorra a estabilidade do material, essa teoria dá origem ao
tetraedro do fogo.
21

Figura 1 - Triângulo do fogo e tetraedro do fogo

Fonte: CTSM (apud GEYGER, 2012)

O fogo para ser iniciado e se manter no material combustível sofre


influência de vários fatores, tais como: estado da matéria (sólido,
líquido ou gás), massa específica, superfície específica, calor
específico, calor latente de evaporação, ponto de fulgor, ponto de
ignição, mistura inflamável (explosiva) quantidade de calor,
composição química, quantidade de oxigênio disponível, umidade,
etc. (SEITO et al., 2008, p. 36)

2.2.2 Características físicas e químicas

A ISO 8421-1 define combustão como a reação exotérmica de uma


substância com um oxidante usualmente acompanhado por chamas e/ou
abrasamento e/ou emissão de fumaça (SEITO et al., 2008). Materiais combustíveis
são todos aqueles capazes de alimentar ou propagar a combustão, porém está
condicionado a algumas situações, como a presença de oxigênio, o comburente
mais comum; o corpo só queima após ter atingido determinada temperatura, o ponto
de ignição; e estar sob efeito de uma fonte externa de calor, denominada de energia
de ativação.
Podemos afirmar que, “[...] uma combustão provoca os seguintes efeitos
físico-químicos: dilatação linear ou volumétrica, mudança de estado físico, alteração
da resistência, transmissão de calor e emissão de luz.” (GOMES, 1998, p. 09).
Os combustíveis podem ser encontrados nos estados:

a) Sólidos, queima em superfície e profundidade deixando resíduos,


quanto maior a superfície exposta, o processo de aquecimento
ocorrerá mais rápido e consequentemente a combustão. Como
exemplo, temos a madeira, o papel, o tecido, o algodão, etc.;
22

b) Líquidos, queima superficialmente e não deixam resíduos, apresentam


características físicas que podem dificultar a extinção do fogo, uma
característica importante do líquido é a solubilidade, ou seja, podem
ser diluídos ao ponto que a mistura não seja inflamável. Além disso,
também é classificado quanto à volatilidade, os inflamáveis tem ponto
de fulgor menor que 38 °C e os combustíveis menor que 38 °C. Como
exemplo, temos gasolina, álcool, acetona, óleos lubrificantes e
vegetais;
c) Gasosos, queima completamente em presença de oxigênio, exemplo
GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), hidrogênio e acetileno.

É importante salientar que o calor e sua forma de propagação são de


grande valia nos processos de prevenção e combate a incêndio, devido os materiais
apresentarem características próprias, e ao serem submetidas a determinadas
temperaturas passam por três fases de liberação gasosa, o ponto de fulgor, ponto de
combustão ou ignição.

1- Ponto de Fulgor - É a temperatura mínima na qual os corpos


combustíveis começam a desprender vapores, que se incendeiam
em contato com uma fonte externa de calor; entretanto, a chama não
se mantém devido à insuficiência da quantidade de vapores
desprendidos.
2- Ponto de Combustão - É a temperatura mínima na qual os vapores
desprendidos dos corpos combustíveis, ao entrar em contato com
uma fonte externa de calor, entram em combustão e continuam a
queimar.
3- Ponto de Ignição - É a temperatura mínima na qual os vapores
desprendidos dos combustíveis entram em combustão, apenas pelo
contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra fonte
de calor. (SILVA, 2011, p.18)

Uma vez iniciado o fogo, o processo de transmissão de energia térmica,


calor, pode se dá de três formas, por condução, convecção ou irradiação, lembrando
que em alguns casos pode ocorrer essa transmissão do fogo por mais de uma
forma. Na condução ocorre por meio do material sólido, de um corpo para outro ou
de molécula para molécula. No caso da convecção a movimentação se dá através
de um meio fluido aquecido, líquido ou gasoso. Já na irradiação a transmissão de
energia térmica se dá ondas eletromagnéticas.
23

Figura 2 - Transmissão de calor por (a) Condução (b) Convecção (c) Irradiação

Fonte: Aita e Peixoto (2012)

2.2.3 Classe de incêndios

Os materiais ao entrarem em processo de combustão apresentam


características distintas em virtude da sua natureza, tal fator direciona a tomar ações
preventivas eficientes. Para elevar a eficácia nessas ações e nas soluções projetuais
de combate à incêndio, adota-se como base as normas da ABNT, a NR-23 e o
COSCIP-MA no caso do Maranhão, que define os materiais combustíveis, com
características semelhantes em classes de incêndio. Através desta, se define o
melhor método de combate, aplicando o mais adequado para que a extinção ocorra
de forma rápida e segura.
O COSCIP-MA, no capítulo XI, seção I define as classes de incêndio
como:

I - Classe “A” - Fogo em material comum de fácil combustão (madeira,


pano, lixo e similares);
24

II - Classe “B” - Fogo em líquidos inflamáveis, óleos, graxas, vernizes e


similares;
III - Classe “C” - Fogo em equipamentos elétricos energizados (motores,
aparelhos de ar condicionado, televisores e similares);
IV - Classe “D” - Fogo em metais pirofóricos e suas ligas (magnésio,
potássio, alumínio e outros). (MARANHÃO, 1995)

Na NR-23 as classes de incêndio são abordadas de forma mais


aprofundada, pois esta define não só o material, mas as suas características como,
deformação física que sofrem os materiais combustíveis quando em processo de
queima, se apresentam ou não resíduos. Isto está descrito no item 23.9.1 desta
norma.

23.9.1 Será adotada, para efeito de facilidade na aplicação das


presentes disposições, a seguinte classificação de fogo:
Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de
queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam
resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibra, etc.;
Classe B - são considerados inflamáveis os produtos que queimem
somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo,
graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.;
Classe C - quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados
como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.
23.9.2 Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio,
titânio. (BRASIL, 1978).

É importante frisar que além da classe de incêndio definido na NR-23, que


se dá pela natureza do material, outros fatores também devem ser considerados,
como a quantidade de material e pela carga de incêndio (BRASIL, 1978). Quanto à
quantidade, considera-se a velocidade de queima do material e seu poder calorífico,
sendo considerado tanto o que é aplicado na construção, como o usado na sua
ocupação. No caso da carga de incêndio, é definido pela quantidade de calor gerado
por unidade de área.

2.2.4 Processos de extinção do fogo

O fenômeno da combustão se dá, com base na teoria do triângulo do


fogo, na presença três elementos fundamentais, o combustível, o comburente e a
25

fonte de calor, reagindo em cadeia. As técnicas de prevenção e combate se dão


pela separação de um desses elementos. Os processos adotados para extinção do
fogo segue dois seguimentos, por processo físico (isolamento, resfriamento e
abafamento) ou por processo químico.
No isolamento, o método adota com o procedimento a retirada do material
combustível das proximidades, com o objetivo de evitar o alastramento pela reação
em cadeia.
Já o método do resfriamento, parte do princípio que diminuindo a
temperatura do material em combustão até a menor temperatura de ignição, faz com
que o combustível não gere mais gases e vapores suficientes para manutenção do
fogo, sendo a água o principal agente extintor.
O abafamento consiste em diminuir o nível de comburente ( normalmente
o oxigênio) no processo de queima, atingindo uma porcentagem menor que o ideal
para combustão. O ar atmosférico concentra uma média de 20% de oxigênio, os
autores divergem em relação à taxa de oxigênio mínima para que não ocorra
propagação do fogo. Gomes (1998, p. 31) fala que o “[...] fogo se apaga quando a
taxa de oxigênio é menor que 8%”, Simiano e Baumel (2013, p. 12) afirmam que a
“[...] proporção é de aproximadamente 16%”, já para Aita e Peixoto (2012, p. 31) “[...]
abaixo de concentração de 13%, o fogo não terá oxigênio suficiente para se manter”.

2.3 Legislação atual

No Brasil as empresas têm por obrigação, estabelecidas por lei, de


adotarem medidas preventivas e de combate a incêndio, a fim de salvaguardar aos
que habitam as edificações, além do patrimônio da empresa. Para elaboração dos
projetos de combate a incêndio e pânico, o profissional deve ter conhecimento da
legislação, porém há uma pluralidade na legislação de incêndio, agrupando de forma
didática nas três instâncias, federal, estadual e municipal. “As disposições
complementares sobre as normas que regem o assunto são de responsabilidade do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)”. (AITA; PEIXOTO, 2012, p.45). Como
citado abaixo:
26

Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições


complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em
vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho,
especialmente sobre:
IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas
adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e
paredes, construção de paredes contra fogo, diques e outros
anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores
de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização.
(BRASIL, 1943).

2.3.1 Legislação Federal

Em todo o território nacional as normas e regulamentações federais são


representadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, no caso da
segurança contra incêndio, estas estão agrupadas nas normas de classificação
mais precisamente no Comitê Brasileiro de Combate a Incêndio, ou seja, a CB-24.
Associada a estas, temos a Norma Regulamentadora número vinte e três
do Ministério do trabalho, regida pela Portaria n° 3214, utilizada de forma obrigatória
nas atividades de segurança e medicina do trabalho. Em empresas públicas e
privadas, órgãos da administração pública direta e indireta bem como, nos poderes
legislativos e judiciários quando seus empregados forem regimentados pela
Consolidação das leis Trabalhistas, a CLT.
Como disposições gerais, a NR-23 estabelece que:

23.1.1 Todas as empresas deverão possuir:


a) proteção contra incêndio;
b) saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço,
em caso de incêndio;
c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;
d) pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.
(BRASIL, 1978).

2.3.2 Legislação Estadual

Quanto à legislação estadual, este é regido pela lei estadual nº 6.546 de


29 de dezembro de 1995, conhecida como Código de Segurança Contra Incêndio e
Pânico – COSCIP e a Resolução n° 001 de 30 de agosto de 1997. Como
disposições gerais, esta estabelece que:
27

Art. 1º - Este Código estabelece normas de Segurança Contra


Incêndio e Pânico no Estado do Maranhão, regula a prestação de
serviço especial não-relacionado com a missão-fim do Corpo de
Bombeiros e institui medidas administrativas para a sua execução.
Parágrafo Único - As normas técnicas de segurança contra incêndio
e pânico do presente Código fixam os requisitos mínimos
indispensáveis para promover a segurança de pessoas, instalações e
mercadorias.
Art. 2º - Além das normas constantes deste Código, fica o Corpo de
Bombeiros autorizado a determinar outras medidas que julgar
convenientes à Segurança Contra Incêndio e Pânico.
Art. 3º - No Estado do Maranhão, compete ao Corpo de Bombeiros
Militar, por meio de seu órgão próprio, estudar, analisar, planejar,
exigir e fiscalizar todo o Serviço Contra Incêndio e Pânico, na forma
estabelecida neste Código. (MARANHÃO, 1995)

O COSCIP- MA estabelece todos os procedimentos a ser seguido tanto


nos requisitos necessários para elaboração do projeto de segurança contra incêndio
( a classificação das edificações, a determinação dos dispositivos fixos a serem
instalados, a canalização preventiva (hidrantes), chuveiros automáticos (sprinkler),
dentre outros), quanto no procedimento a ser seguido para obtenção do certificado
de aprovação fornecido pelo Corpo de Bombeiros, tratado no código como
tramitação de expediente.
Com base no Art. 248 do Decreto lei n° 6.546 de 29 de dezembro de
1995, aos casos omissos no código fica a cargo do Comandante Geral do Corpo de
Bombeiros do Maranhão baixar instruções regulamentadoras, logo em complemento
à lei foram elaboradas cinco normas técnicas. A Norma Técnica (NT) 001/97 trata
dos procedimentos para credenciamento de empresas revendedoras, instaladoras e
conservadores de sistemas de proteção contra incêndio e pânico, a NT-002/97 tem
por objetivo padronizar os sistemas de bombas de incêndio, a NT- 003/97 fixa
critério e parâmetros para classificação das edificações quanto aos riscos de
incêndio, a NT-004/97 estabelece os parâmetros técnicos mínimos de pressão e
vazão nos hidrantes de sistemas fixos de combate a incêndio, a NT-005/97
determina as condições mínimas de segurança para realização de eventos
temporários.

2.3.3 Legislação Municipal

No âmbito municipal, no próprio código de obras, a conduta é de


28

apresentar as regras gerais e específicas a serem obedecidas nos projetos, como o


dimensionamento adequado das rotas de fugas, afastamentos, lotação etc. Além de
associar o projeto de proteção contra incêndio e pânico, devidamente aprovado pelo
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão, como item obrigatório para
concessão da licença para início de obra (alvará para construção), o alvará de
funcionamento ou habite-se. (SÃO LUÍS, 1992)
Devido à pluralidade da legislação de incêndio no Brasil, para melhor
qualificar o projeto e se resguardar legalmente, o projetista deve apreciar as normas
e regulamentações brasileiras, adotando a mais criteriosa. Caso não existam
parâmetros nacionais preestabelecidos, pode optar pela adoção de normas
internacionais, desde que devidamente ensaiadas e aprovadas por órgãos
tecnicamente qualificados, desta forma este estará sempre protegido legalmente e
com uma solução projetual.

2.4 A arquitetura na proteção contra incêndio

O arquiteto deve ter consciência do risco que representa negligenciar e


não adotar, em seu partido arquitetônico, elementos essenciais para a segurança
contra incêndio e pânico, pois o projeto arquitetônico serve como base para a
elaboração dos projetos complementares, incluindo o de proteção contra incêndio.
Desta forma, este deve estar de acordo com os padrões mínimos, conforme a
norma, para tornar a edificação segura.

No país a arquitetura e o urbanismo ainda não têm a questão da SCI


absorvida plenamente nas práticas de projeto e construção,
mudanças são necessárias desde o planejamento urbano como na
garantia de acesso de viaturas de bombeiros, existência de hidrantes
urbanos, até a proteção passiva e ativa, saídas de emergência,
compartimentações, reação ao fogo dos materiais de construção e
acabamentos. (SEITO et al., 2008, p. 12)

Considera-se uma edificação segura, quando esta possui uma baixa


probabilidade de início de incêndio, alta possibilidade de fuga de seus ocupantes,
além da rápida extinção do foco inicial, considerando também as propriedades
vizinhas quanto ao risco de incêndio. As exigências para as medidas de proteção a
serem adotados estão relacionadas a três características principais: o tipo de
29

ocupação ou uso, a altura e a quantidade de áreas livres não compartimentadas das


edificações. (REGO, 2011)
O uso da edificação está diretamente relacionado com a proteção a ser
adotada, visto que ocupações com acondicionamento de produtos químicos,
inflamáveis e gases devem ter um tratamento diferenciado em relação às medidas
adotadas para edificações residenciais multifamiliares, por exemplo. Já a altura
proporciona limitação das ações de combate na área onde ocorre o incêndio, e
quanto mais alta for à edificação, maior será a dificuldade de escape das pessoas do
prédio e do acesso das equipes do corpo de bombeiros. (SEITO et al., 2008).
A compartimentação é a terceira característica a ser analisada para a
adoção das medidas de segurança, pois áreas compartimentadas tanto verticais
quanto horizontais podem dificultar o surgimento e até mesmo evitar a propagação
do incêndio restringindo a passagem do calor, chamas e fumaça. (SEITO et al.,
2008).
Após a apreciação do uso, altura e áreas livres não compartimentadas é
preciso entender o conceito de medidas de segurança, São Paulo (2004, p.148)
define este como “Conjunto de dispositivos ou sistemas a serem instalados nas
edificações e áreas de riscos necessários para evitar o surgimento de um incêndio,
limitar sua propagação, possibilitar sua extinção e ainda propiciar a proteção à vida,
ao meio ambiente e ao patrimônio”. Essas medidas de proteção são classificadas
em ativas e passivas e estão diretamente relacionadas à arquitetura da edificação.
Para Fitzgerald (apud BRENTANO, 2007, p. 38), “[...] os níveis aceitáveis
de risco e o foco da análise de segurança contra fogo no processo de elaboração do
projeto estão concentrados nos três pontos seguintes:” segurança a vida, com o
esclarecimento aos usuários sobre os risco da edificação, bem como treinamentos
de como agir em caso de sinistro; proteção da propriedade e do conteúdo, é a
proteção da área edificada pelo seu valor financeiro, histórico, etc., com atenção
especial para áreas com maior risco de incêndio; continuidade do processo
operacional, a manutenção de áreas que apresentam particular importância pela
continuidade operacional, como arquivos, banco de dados ou equipamentos de
grande valor finanaceiro.
Para que o sistema de segurança contra incêndio atinja seu objetivo com
êxito, devem ser tomadas as medidas preventivas. De uma forma geral, as medidas
de proteção passivas são basicamente as soluções projetuais e estruturais do
30

projeto arquitetônico, como materiais especificados, divisão dos compartimentos,


rotas de fuga, saídas de emergência, acessibilidade ao lote (afastamentos). Já as
medidas de proteção ativas, estão ligadas diretamente ao sistema de combate como
um todo, seu objetivo é detectar o incêndio e alertar os usuários da edificação para
seu escape o mais rápido possível, como exemplo destas medidas: os detectores de
fumaça, temperatura e raios infravermelhos, os alarmes de incêndio, as luminárias
de emergência, extintores, hidrantes, chuveiros automáticos, sistemas de controle e
exaustão de fumaça etc. (SEITO et al., 2008).

Quadro 2 - Medidas preventivas ativas


Elemento Medidas de proteção passiva Medidas de proteção ativa
Controle da quantidade de
materiais combustíveis
Limitação do incorporados aos elementos Provisão de sistema de alarme
crescimento do Construtivos manual
Incêndio Controle das características de Provisão de sistema de detecção e
reação ao fogo dos materiais e Alarme automático
produtos incorporados aos
elementos construtivos
Extinção inicial do Provisão de equipamentos
incêndio ------------------ portáteis
(extintores de incêndio)
Limitação da Provisão de sistema de extinção
Compartimentação vertical
propagação do manual (hidrantes e mangotinho)
Compartimentação horizontal
incêndio Provisão de sistema de extinção
automática de incêndio
Provisão de sinalização de
emergência
Provisão do sistema de iluminação
Evacuação segura do Provisão de rotas de fuga seguras
de emergência
edifício e sinalização adequada
Provisão do sistema do controle do
movimento da fumaça
Provisão de sistema de
comunicação de emergência
Resistência ao fogo da envoltória
Precaução contra a do edifício, bem como de seus
propagação do elementos estruturais.
incêndio entre edifícios Distanciamento seguro entre
------------------
edifícios

Precaução contra o Resistência ao fogo da envoltória


colapso estrutural do edifício, bem como de seus
------------------
elementos estruturais.

Provisão de sinalização de
Rapidez, eficiência e
Provisão de meios de acesso dos emergência
segurança das
equipamentos de combate a Provisão do sistema de iluminação
operações de combate
incêndio e sinalização adequada de emergência
e resgate
Provisão do sistema do controle do
movimento da fumaça

Fonte: Ono (2007)


31

Segundo Ono (2007), dentro dos requisitos que definem a segurança


contra incêndio nas áreas urbanas, o arquiteto tem um papel de extrema
importância, devido sua ampla área de atuação, que se dá desde a altura da
edificação, como este está inserido dentro do contexto urbano, até o detalhamento
do edifício. Ono (2007) cita ainda alguns itens definidos e propostos no processo de
excução de projetos, como medidas de proteção passiva, são eles:

a) Do planejamento urbano, em caso de falha das medidas preventivas e


necessidade de intervenção do corpo de bombeiros, como o acesso a
edificação, que pode ser um ponto crítico no trajeto, como tráfego
pesado, congestionamentos, dimensões das vias urbanas (largura e
altura livre), condições topográficas, etc.;
b) Da implantação da edificação no interior do lote, no caso da presença
do bombeiro no local, a acessibilidade na entrada do lote e manobras
em vias internas do lote, como em condomínios. Além do colapso do
edifício e a evolução do incêndio até a conflagração (quando edifícios
adjacentes são atingidos), sendo estes os piores fenômenos que se
pode esperar de um incêndio;
c) Do projeto paisagístico, considerar os equipamentos e mobiliários
urbanos (poste, cabines telefônicas, etc.), assim como intervenções
paisagísticas (jardins, fontes, esculturas, etc.) que podem se tornar
obstáculos e dificultar o acesso de veículos e do salvamento em si;
d) Do projeto da edificação, neste são considerados várias medidas de
proteção, como compartimentação horizontal ( utiliza-se dispositivos
como paredes corta-fogo, portas corta-fogo, registro corta-fogo, dentre
outros), compartimentação vertical (enclausuramento de caixa de
escada através de paredes e portas corta-fogo, entrepisos corta-fogo,
selo corta-fogo nas passagens de cabo, isso tudo de um pavimento
para outro), as estruturas dos edifícios tanto em função do material
quanto em função da forma, estes devem ser dimensionados para
resistir ao fogo, as rotas de fuga e saídas devem garantir a evacuação
rápida e segura dos ocupantes, dentre outras medidas.
32

Quanto à proteção ativa, o arquiteto também deve ter conhecimentos


mínimos necessários para que os sistemas sejam instalados de forma correta e não
prejudique o projeto de segurança. Conforme Camilo Jr. (apud CARNEIRO, 2010, p.
38) “[...] proteção ativa é aquela que se torna funcional na presença do incêndio ou
de suas consequências, como o calor e a fumaça”, este envolve todas as formas de
detecção, alarme, e controle do crescimento do fogo até a chegada do corpo de
bombeiros, e ou extinção de um princípio de incêndio. Estes equipamentos de
proteção vão desde extintores de incêndio, luminárias de emergência, sinalização,
reserva técnica, canalização preventiva, rede preventiva, sistemas de alarme etc.

De acordo com as Normas Brasileiras específicas ou dos Códigos de


Prevenção, esses aparelhos, conforme com o risco a proteger,
deverão ser criteriosamente estudados quanto à qualidade, tipo e
distribuição, e deverão ser mantidos sempre em condições de uso,
distribuídos de tal maneira que estejam sempre a mão dos
operadores e que não fiquem obstruídos pelo fogo ou por quaisquer
outros materiais. (CARNEIRO, 2010, p.34)

2.5 Sistemas de combate a incêndio

Os critérios adotados para aprovação do projeto de segurança contra


incêndio e pânico no estado do Maranhão, podem ser divididos em sistemas de
proteção obrigatórios como o cálculo, escolha e localização dos extintores de
incêndio e luminárias de emergência, e aqueles que variam de acordo com as
características da edificação como o uso, altura e área total construída. Para a
determinação das medidas de segurança contra incêndio e pânico o COSCIP – MA
em seu capítulo III Art. 31 classifica as edificações da seguinte forma:

I. Residencial
a) Privativa ( unifamiliar e multifamiliares);
b) Coletiva (pensionatos, asilos, internatos e congêneres);
c) Transitória (hotéis, motéis e congêneres);
II. Comercial (mercantil e escritórios);
III. Industrial;
IV. Mista (residencial e comercial);
V. Pública (quartéis, ministérios, embaixadas, tribunais, consolados e
congêneres);
VI. Escolar;
VII. Hospitais e laboratoriais;
VIII. Garagem (edifício, galpões e terminais rodoviários);
IX. De reunião de público(cinemas, teatros, igrejas, auditórios, salões
33

de exposição, estádios, boates, clubes, circos, centros de


convenções, restaurantes e congêneres);
X. De usos especiais diversos (depósitos de explosivos, de munições
e de inflamáveis, arquivos, museus e similares);
XI. Edificações tombadas pelo Patrimônio Histórico Nacional ou
Estadual; (MARANHÃO, 1995)

Para definição dos dispositivos a serem adotados no projeto, deverá ser


determinado em que classe de incêndio, como visto na subseção 2.2.3, a edificação
se enquadra, em seguida a classificação da edificação. Com base nesses dados, os
dispositivos de combate serão escolhidos e quantificados, levando em consideração:
a área protegida, o agente extintor (substância utilizada), a carga necessária
(referente ao agente extintor), distância máxima percorrida, como estabelece o
COSCIP (MARANHÃO, 1995). É importante salientar que todo equipamento de
proteção contra incêndio, para atingir sua finalidade, deve ter operadores
capacitados para usá-los adequadamente e manter os automáticos sempre em
condições de funcionamento.

2.5.1 Extintor de incêndio

O extintor de incêndio tem como finalidade, como afirma Simiano e


Baumel (2013, p.13), “[...] realizar o combate imediato e rápido em pequenos focos
de incêndio”. Como características principais, os extintores são manuais, portáteis
ou sobre rodas, de fácil manuseio e operação. Estes são especificados de acordo
com a classificação da edificação estabelecida no cap. III, art. 31 do COSCIP.
O art. 101, cap. XI do COSCIP- MA, determina que mesmo dotadas de
sistemas mais complexos e automáticos, as edificações devem ser providas do
sistema de extintores.
Para que o sistema funcione de forma eficiente, diversos fatores devem
ser considerados, como os materiais combustíveis envolvidos, para assim
determinar o agente extintor correto a ser aplicados, a capacitação e treinamento da
brigada além da manutenção periódica. (SILVA 2011)
O procedimento para especificação e quantificação dos extintores,
segundo o COSCIP, NR-23 e NBR-12693, primeiramente é a determinar a
classificação da edificação, subseção 2.2.3, em seguida o tipo de capacidade de
extintores pelo grau de risco da edificação, levando em consideração a área a ser
34

protegida por unidade extintora e a distância percorrida para o alcance do operador.

Quadro 3 - Quantidade de extintores

Risco Área mínima a ser protegida Distância Máxima para


por unidade extintora o alcance do operador

Pequeno 300 m2 20 m

Médio 200 m2 15 m

Grande 150 m2 10 m
Fonte: Maranhão (1995)

Outra forma para a determinação dos extintores é a apreciação da NR-23


do ministério do Trabalho, podendo ser evidenciada no quadro a seguir:

Quadro 4 - Quantidade de extintores - NR 23

Área de cobertura Risco de fogo Classe de Ocupação Distância


para unidade de Segundo a tarifa de máxima a ser
extintores seguro de incêndio percorrida
do Brasil - IRB

500 m2 Pequeno “A” 01 e 02 20 m

250 m2 Médio “B” 03,04,05 e 06 10 m

150 m2 Grande “C” 10 m


07,08,09,10,11,12 e
13
Fonte: Brasil (1978)

Visto a NR-23 ser uma norma de âmbito federal devemos compatibilizá-la


com o COSCIP – MA e adotar o que for mais criterioso em relação à segurança
contra incêndio.
O extintor de incêndio é um recipiente metálico, que “[...] podem ser
caracterizados pelo agente extintor, sistema de injeção, capacidade extintora, carga
e volume de massa. Quanto ao agente extintor, estes posem ser:” (SILVA, 2011,
p.23).
35

a) Água- é considerada o agente extintor universal, por ser encontrado de


forma abundante na natureza, “[...] seu método de extinção é por
resfriamento, e seu agente extintor é mais indicado para o fogo classe
A.” (AITA; PEIXOTO, 2012, p.32)
b) Espuma- é uma forma de utilização da água, neste aparelho o cilindro
contém uma solução de água que reage quimicamente com
bicarbonato de sódio e sulfato de alumínio, seu método de extinção é
por abafamento e resfriamento, podendo ser utilizado em fogo classes
A e B. (SIMIANO; BAUMEL, 2013)
c) Gás Carbônico- como agente extintor se caracteriza por ser mais
pesado que o ar atmosférico, inerte a temperatura e pressão normal,
inodoro, incolor e tem capacidade indutora praticamente nula, seu
método de extinção é por abafamento sendo usado em incêndios
classes B e C. (SIMIANO; BAUMEL, 2013)
d) Pó Químico- apresenta diversas composições, como bicarbonato de
sódio (mais utilizado), bicarbonato de potássio ou cloreto de sódio. Seu
método de extinção é por abafamento, podendo ser utilizado para
combater o fogo classes B e C, porém não indicado para utilizar em
equipamentos eletrônicos, pois este pode causar danos ao
equipamento, por ser composto de materiais corrosivos. (AITA;
PEIXOTO, 2012)
e) Hidrocarbonetos halogenados – composto por gases inertes, “os mais
usados são o de dióxido de carbono, anidrido carbônico ou gás
carbônico (CO2)”, este método de extinção age por abafamento
utilizado para “[...] combater incêndios em equipamentos energizados
eletricamente, arquivos, biblioteca, CPD, cozinhas e em quase todos
os materiais combustíveis”. (BRENTANO, 2007, p. 43)

2.5.2 Sistema de hidrantes e mangotinho

O sistema de hidrantes e mangotinho são sistemas fixos de combate ao


fogo, onde seu agente extintor é a água, logo seu método de extinção é por
resfriamento. Este sistema tem como finalidade dar continuidade no combate ao
fogo, nos casos onde os dispositivos portáteis não são suficientes, quando fogo se
36

alastra e o incêndio avança. Este tipo de dispositivo funciona sob alta pressão, por
tanto só quem deve operá-lo são pessoas capacitadas para que não ocorra nenhum
acidente no manuseio. (AITA; PEIXOTO, 2012)
Este método funciona com o emprego de água sob comando, liberando
água sobre o foco de incêndio, em vazão compatível ao risco do local de forma a
extingui-lo ou controlá-lo em seu estágio inicial. Este sistema é submetido a uma
manobra de registros, também chamados de tomadas de incêndio, localizados em
abrigos ou caixas de incêndio, ligados por uma canalização e um reservatório. São
os registros que abrem e fecham os hidrantes e permitem a utilização das
mangueiras com seus respectivos esguichos e requintes. (CARNEIRO, 2010)
Por definição, os hidrantes são pontos de tomadas de água, com saídas
simples ou duplas contendo válvulas angulares, cada um com seus respectivos
acessórios como mangueiras, tampões e adaptadores. Os mangotinho são pontos
de tomadas de água com apenas uma saída, contendo válvula de abertura rápida,
adaptadores, mangueira semirrígida, esguicho regulável, e demais acessórios.
(AITA; PEIXOTO, 2012)
A NBR 13714 aponta três tipos de sistemas, o tipo 1 é o sistema de
mangotinho, os tipos 2 e 3 são sistemas de hidrantes, o que os diferenciam é o
diâmetro do esguicho (regulável ou jato compactado), o diâmetro e comprimento
máximo da mangueira, o número de saídas e vazão.

Figura 3 - Tipos de sistemas

Fonte: ABNT (2000)

O COSCIP- MA determina que os dispositivos preventivos fixos, serão


exigidos de acordo com a classificação das edificações no cap. III, art. 31 deste
código. E estabelece ainda como é composto o sistema de canalização preventiva e
rede preventiva, que é formado pelo reservatório superior e subterrâneo, por um
conjunto de bombas, hidrante de passeio, esguichos, válvulas, tubulações e
37

mangueiras. O COSCIP apresenta ainda parâmetros a ser adotado no projeto, como


o material que deve compor a canalização, a pressão mínima, o diâmetro mínimo da
tubulação, a distância máxima a ser percorrida pela linha de mangueira sem
obstáculos, dentre outros.
Segue abaixo a ilustração dos elementos que compõem o sistema de
hidrantes e mangotinho, como estão organizados nos seus subsistemas,
reservação, pressurização e comando. (SEITO et al., 2008).

Figura 4 - Elementos e componentes do sistema de hidrantes

Fonte: Gonçalves (apud SEITO et al., 2008, p. 236)

O sistema de preservação é composto pelo reservatório elevado com


destruição por gravidade, e reservatório subterrâneo alimentado por bomba. Neste
estará contido a reserva técnica de incêndio, pois é utilizado o mesmo reservatório
de consumo normal, sendo assegurado pela diferença de nível entre as tubulações
de saídas da rede preventiva e as de distribuição de água fria. Sua capacidade será
determinado pelo regulamento de construção de município, variando de acordo com
o risco, sendo que esta capacidade mínima permita o funcionamento simultâneo de
dois hidrantes com pressão de 1000 l/min (litros por minuto) por um tempo de trinta
minutos e pressão de 40 kgf/cm² (quilograma-força por centímetro quadrado).
(MARANHÃO, 1995) (MARANHÃO, 1995)
O sistema de pressurização “[...] pode operar de três formas: por
gravidade, por bombas ou por tanque de pressão. Tem a função de fornecer energia
para o transporte da água e ainda atingir o material em combustão”. (HERNANDES
apud SEITO et al., 2008, p. 236). Quando o sistema necessitar de conjunto de
bombas, este deverá ter acionamento independente e automático, com alarme que
38

denuncie seu funcionamento. Seu objetivo é manter a pressão da rede constante e


permanente. Sua alimentação deverá ocorrer de duas formas, através da instalação
elétrica, independente do geral, e por explosão ou combustão interna, podendo ser
substituído por gerador prórprio. (MARANHÃO, 1995)
O sistema de comando é “[...] o acionamento do sistema de hidrantes e
de mangotinhos pode ser manual, por meio de botoeira do tipo liga e desliga, ou
automático, por meio de chave de fluxo ou de pressostato” (SEITO et al., 2008,
p.237). No acionamento manual da bomba principal utiliza-se a botoeira liga-desliga
próximo ao hidrante, ocasionando o deslaocamento da água na tubulação, em caso
de reservatório elevado, e no caso do pressostato o sistema é acionado pela
variação de pressão hidráulica na tubulação em caso de reservatório subterrâneo.
(SEITO et al., 2008).
O sistema de distribuição é composto por tubulações, hidrantes e
mangotinho. “A tubulação consiste de um conjunto de tubos, conexões e de outros
componentes hidráulicos [...] destinados a conduzir a água, desde o reservatório até
aos pontos de hidrantes ou de mangotinhos” (SEITO et al., 2008, p.237).

2.5.3 Chuveiros automáticos

A NBR- 10897 define o sistema de chuveiro automático como, “Um


dispositivo para extinção ou controle de incêndios que funciona automaticamente
quando seu elemento termo- sensível é aquecido à sua temperatura de operação ou
acima dela, permitindo que a água seja descarregada sobre uma área específica”
(ABNT, 1990), composto dos seguintes elementos: rede hidráulica de distribuição,
rede de abastecimento das válvulas de alarme ou chave detectora de fluxos de água
e o abastecimento de água. (AITA; PEIXOTO, 2012)
Este sistema fixo especial de combate a incêndio do tipo automático, não
depende do homem para ser aplicado sobre o material em combustão, é ativado
pelo próprio foco de incêndio, “[...] liberando água em uma densidade adequada ao
risco do local que visa proteger e de forma rápida para extingui-lo ou controlá-lo em
seu estágio inicial”. (SEITO et al., 2008, p.239).
Sua eficácia se dá em função do tempo de retorno no momento que este
é acionado, entre a detecção e o combate, evitando a propagação do incêndio para
o restante da edificação. Outra característica importante do sistema é que funciona
39

acoplado ao sistema de alarme, acionados simultaneamente com o início da


operação, permitindo a fuga dos usuários em menor tempo e com segurança.
(SEITO et al., 2008)
Os sistemas de chuveiros, conforme a NBR- 10897 são classificados em:

a) Sistema Anti- congelamento, formado por tubulação molhada que


utiliza chuveiros conectados a uma tubulação que contém uma solução
anti- congelamento conectada a uma fonte de abastecimento de água.
b) Sistema Dilúvio, sistema que utiliza chuveiros abertos, fixados a uma
tubulação conectada a uma fonte de abastecimento de água através de
uma válvula, que é aberta pela operação de um sistema de detecção
instalado na mesma área dos chuveiros automáticos.
c) Sistema Tipo Grelha, sistema de chuveiros no qual as tubulações
subgerais são conectadas a ramais múltiplos.
d) Sistema Tipo Anel Fechado, sistema de chuveiros no qual tubulações
subgerais múltiplas são conectadas de modo a permitir que a água siga
mais do que uma rota de escoamento até chegar a um chuveiro em
operação.
e) Sistema Tipo Ação-Prévia, sistema que utiliza chuveiros automáticos,
fixados a uma tubulação que contém ar, que pode ou não estar sob
pressão, conjugado a um sistema suplementar de detecção instalado
na mesma área dos chuveiros automáticos.
f) Sistema de Tubo Molhado, sistema de chuveiros automáticos, fixados a
uma tubulação que contém água e conectada a uma fonte de
abastecimento, de maneira que a água seja descarregada
imediatamente pelos chuveiros automáticos quando abertos pelo calor
de um incêndio. (ABNT, 1990)

2.5.4 Iluminação de emergência

O sistema de iluminação de emergência tem por objetivo clarear áreas


onde há presença de pessoas e passagens que sigam a rota para as saídas de
emergência, com intensidade de iluminância adequada a fim de evitar acidentes e
garantir a evacuação das pessoas em perigo. Deve ser previsto o tempo de
40

iluminação, com base no tempo previsto de evacuação, pois o sistema deve ser
autônomo, alimentados por fontes de energia alternativa. (ABNT, 2013)
Como premissas básicas, o sistema de iluminação deve ter:

a) permitir o controle visual das áreas abandonadas para que seja


possível localizar pessoas impedidas de locomoverem-se;
b) proteger a segurança patrimonial e facilitar a localização de
pessoas indesejadas pelo pessoal da intervenção;
c) sinalizar, de forma inequívoca, as rotas de fuga utilizáveis, no
momento do abandono de cada local;
d) sinalizar o topo do prédio para a aviação civil e militar. (ABNT,
2013)

2.5.5 Saídas de emergência

Para definição das saídas de emergência, as edificações são


classificadas: quanto a sua ocupação (residencial, serviços de hospedagem,
comercial varejista, serviços profissionais, pessoais e técnicos, educacional e cultura
física, locais de reunião de público, serviços automotivos, serviços de saúde e
institucionais, industrial, comercial de alto risco, atacadista e depósitos, depósitos de
baixo risco), quanto a altura da edificação (edificações térreas, edificações baixas,
edificações medianamente altas, edificações altas); e quanto suas dimensões em
planta. (ABNT, 2001)
A saída de emergência compreende o seguinte:

a) acessos ou rotas de saídas horizontais, isto é, acessos às


escadas, quando houver, e respectivas portas ou ao espaço livre
exterior, nas edificações térreas;
b) escadas ou rampas;
c) descarga. (ABNT, 2001)

O dimensionamento das saídas de emergência se dá em função da


população, onde os acessos são calculados a partir da população que habita em
cada pavimento, e as escadas, rampas e descargas em função do pavimento de
maior população, determinando assim a largura mínima. “O número mínimo de
saídas exigido para os diversos tipos de ocupação, em função da altura, dimensões
em planta e características construtivas de cada edificação.” (ABNT, 2001)
41

2.5.6 Detecção de alarme de incêndio

A NR – 23 estabelece que nos edifícios, de riscos médio e alto, deverão


ser provido de alarme com capacidade de sinalizar todos os locais da construção,
com som distinto em tonalidade e altura de qualquer outro dispositivo sonoro
presente no estabelecimento. Os botões de acionamento de alarme devem estar
localizados em áreas comuns, em local visível e apresentar as seguintes
características: tampa de vidro ou plástico, facilmente quebrável e deverá conter a
descrição “Quebrar em caso de emergência”.
Os principais detectores de incêndio são os de fumaça e temperatura.
Sua seleção varia pelo tipo e local de instalação, tomando como base fatores que
caracterizam maior probabilidade de ocorrem um princípio de incêndio, os
parâmetros a serem adotados são:

[...] aumento da temperatura, produção de fumaça, produção de


chama, materiais existentes nas áreas protegidas, forma e altura do
teto, ventilação do ambiente, temperaturas típica e máxima de
aplicação, entre outras características de cada instalação, conforme
requisitos técnicos dos equipamentos. (ABNT, 2001)

2.5.7 Brigadas de Incêndio

Uma edificação é considerada segura, quanto à segurança contra


incêndio, quando atende três aspectos básicos: equipamentos instalados (projetados
para prevenção e combate necessários para protegê-la); manutenção periódica
adequada; e pessoal treinado (para operar equipamentos de forma rápida e
eficiente, e auxiliar no abandono). (SEITO et al., 2008)
A NBR- 14276 estabelecem os requisitos mínimos para formação de uma
brigada, levando em consideração vários critérios, como:

[...] a composição, formação, implantação e reciclagem de brigadas


de incêndio, preparando-as para atuar na prevenção e no combate
ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros- socorro
visando, em caso de sinistro, proteger a vida e o patrimônio, reduzir
as consequências sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente.
(ABNT, 2007)
42

Por definição, a brigada de incêndio “[...] é o pessoal especializado no


combate a incêndio” (MARANHÃO, 1995). Para sua formação é necessário que o
candidato a brigadista atenda alguns critérios, como: permanecer na edificação
durante o seu turno de trabalho; possuir boa condição física e boa saúde; possuir
bom conhecimento das instalações; ter mais de 18 anos; e ser alfabetizado. (ABNT,
2007).
Para Seito et al. (2008) classifica as brigadas em três grandes grupos:
brigada de incêndio (destinadas a combater princípios de incêndios); brigada de
abandono (destinados a realizar a retirada da população das edificações); e as
brigadas de emergência (realizam ações no combate a incêndio e orientam no
trabalho de abandono do local). Além destes, outras classificações são citadas, de
acordo como o local, são as brigadas industriais, comerciais e residenciais.

2.5.8 Sinalização

A sinalização de emergência, juntamente com as cores, são elementos


importantes para o bom resultado de um projeto de abandono de uma edificação.
Seu objetivo é orientar a população que transita pelas rotas de fuga, e em situações
de pânico funciona como um componente de alívio, transmitindo informações
necessárias para quem necessitar delas. A sua maior vantagem é a comunicação,
transmitir a mensagem sem necessariamente fazer uso de palavras. (SEITO et al.,
2008)

A sinalização de segurança contra incêndio e pânico tem como


objetivo reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os
riscos existentes, e garantir que sejam adotadas ações adequadas à
situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a
localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono
seguro da edificação em caso de incêndio. (ABNT, 2004)

A sinalização de segurança contra incêndio e pânico se classifica em:


sinalização básica (constituídas das sinalizações de proibição, alerta, orientação e
salvamento, e de equipamentos de combate e alarme); a sinalização complementar
(faz indicação continuada de rotas de saída, indica obstáculos e riscos de utilização
das rotas de saída, e mensagens escritas específicas que acompanham a
sinalização básica), quando necessárias, estas deve apresentar efeito
fotoluminescente. (ABNT, 2004).
43

3 METODOLOGIA

3.1 Características gerais da pesquisa

Será realizado um estudo observacional de natureza descritiva,


exploratória com análise qualitativa, através de pesquisa bibliográfica para
chegarmos a um diagnóstico das instalações físicas do IFMA, campus Monte
Castelo, no município de São Luís – MA, quanto ao sistema de combate a incêndio.

3.2 Etapas da pesquisa

Para a realização desta pesquisa, a metodologia aplicada é composta por


três etapas: a revisão bibliográfica, a coleta de dados e análise dos resultados
obtidos.
A revisão bibliográfica foi realizada com o objetivo de estabelecer
conceitos e parâmetros a fim de orientar a execução da coleta de dados. Em
seguida passou-se para apresentação das características físicas das instalações,
através de observação sistemática, e posteriormente elaboração e aplicação de
questionários aos usuários da edificação, alunos, professores e servidores, além de
entrevistas e ainda com registros fotográficos.
Utilizando-se dos resultados dos questionários, das entrevistas, das
fotografias tiradas dos locais em não conformidades, enfim, das inspeções de
segurança nas instalações físicas da instituição, serão efetivadas análise qualitativa
das condições de riscos de incêndio nas instalações, dividindo em etapas conforme
demonstradas a seguir: coleta de dados; identificação das não conformidades
relativas á proteção contra incêndio, encontradas nas instalações físicas do IFMA –
campus Monte Castelo, com base na pesquisa bibliográfica; sistematização de
dados e informações; análise e discussão dos dados e informações obtidas;
obtenção de um diagnóstico;
A partir do diagnóstico obtido, através das etapas anteriores, propor
adequações do ambiente estudado e definir os requisitos legais, para implantação
de um sistema de combate a incêndio e rotas de fuga, na instituição estudada.
44

3.3 Revisão bibliográfica

Nesta etapa da pesquisa, a revisão bibliográfica teve como objetivo


apresentar um estudo através da exposição de conceitos e normatizações referentes
às instalações de combate a incêndio que uma edificação deve apresentar para se
enquadrar numa edificação segura nesse quesito.

3.4 Coleta de dados

A realização da coleta de dados se dará de duas formas, a primeira é com


a aplicação do questionário elaborado tendo como objetivo abordar a percepção dos
usuários quanto à segurança contra incêndio, este contém 12 perguntas e foram
aplicados juntamente aos usuários da edificação (alunos, professores e servidores).
No segundo momento, foi realizada uma inspeção de segurança voltada às
instalações combate a incêndio, no IFMA – campus Monte Castelo, analisando a
estrutura física da edificação e seus dispositivos e realizando ainda registros
fotográficos das não conformidades apresentadas.

3.4.1 Caracterização de amostra

A pesquisa foi realizada nas instalações do IFMA – campus Monte


Castelo, localizada na cidade de São Luís, esta é uma edificação do tipo escolar,
que funcionam cursos técnicos e superiores, nos turnos da manhã, tarde e noite,
onde há uma grande concentração de pessoas por longos períodos de tempo.

3.4.2 Tabulação e análise dos dados

Na etapa da tabulação, foram abordados os dados obtidos na inspeção


de segurança e na aplicação de questionários, sendo apresentados os resultados de
forma objetiva em tabelas, gráficos e ilustrações.
Após a tabulação, foi realizada a análise das informações obtidas na
coleta de dados, realizando assim um comparativo com os dados apresentados no
referencial teórico, chegando assim ao resultado da pesquisa.
45

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Apresentação e análise dos dados

4.1.1 Características da amostra

O questionário elaborado e aplicado aos usuários tem como principal


objetivo analisar a percepção dos usuários, alunos, professores e servidores, quanto
ao tema combate a incêndio, obtiveram-se os seguintes resultados.
Quanto à faixa etária 45% dos entrevistados tem idade entre 20 e 30
anos, 18% entre 31 e 40 anos, 5% entre 41 e 50 anos, 5% entre 51 e 60 anos e 27%
acima de 61 anos. E pelo resultado obtido percebemos que os dois extremos tem
uma maior população, os de alunos que por um motivo obvio estão em maior
número e os que estão acima de 61 anos pelo fato da escola datar do início do
século XX, logo existem um número considerável de servidores e professores nesta
faixa. E quanto ao sexo 55% dos entrevistados são do sexo feminino e 45% do sexo
masculino, ou seja, o que confirma os números apresentados pelo IBGE, de que a
população feminina no Brasil é maior que a população masculina.

Gráfico 1 - Faixa etária

20 A 30 ANOS
27%
31 A 40 ANOS
45%
41 A 50 ANOS

5%
51 A 60 ANOS
5%
MAIS DE 61 ANOS
18%

Fonte: Elaborado pela Autora (2016)


46

Gráfico 2 - Sexo

45% MASCULINO
FEMININO
55%

Fonte: Elaborado pela Autora (2016)

Quanto ao tipo de usuário 54% da amostra é de alunos, 23% de


servidores e 23% são professores, pelo fato da edificação ser escolar o numero de
alunos supera a soma dos valores dos servidores e professores.

Gráfico 3 - Tipo de usuário

23%

ALUNO
SERVIDOR
54% PROFESSOR
23%

Fonte: Elaborado pela Autora (2016)

4.1.2 Quanto à percepção e conhecimento do risco

Quando questionados, na segunda pergunta se poderia ocorrer um


incêndio no campus, como podem ser observados na figura 6, 95% dos
entrevistados, entre alunos, professores e servidores, responderam sim e somente
5% responderam não, ou seja, a maioria absoluta de usuários consegue perceber
47

que existem alguns pontos que oferecem riscos. Alguns dos entrevistados fizeram
observações e relataram que passaram por situações de princípios de incêndios,
dentro do campus. Dentro das observações, destacaram problemas nas instalações
elétricas, em painéis elétricos, fiações expostas com risco de curto circuito, relatando
que a edificação é antiga com manutenção precária. Já a situação de princípio de
incêndio, ocorreu um curto circuito em uma sala do prédio administrativo, resultando
na queima de cortinas da referida sala.

Gráfico 4 - Poderia ocorrer um incêndio no campus?

5%

Não Sim

95%

Fonte: Elaborado pela Autora (2016)

Já na terceira pergunta, foram apontados alguns dos locais vulneráveis


para ocorrência de incêndios. Dos 22 entrevistados 5 pessoas veem as salas de
aulas como os locais vulneráveis, 5 acham que os laboratórios são locais mais
propensos, 5 julgam a biblioteca o lugar mais suscetível à ocorrência de incêndios, e
outros 5 acham que o refeitório é o local mais vulnerável. Além dos locais citados no
questionário, 5 pessoas escolheram a opção outro, citando ainda outros locais,
como no prédio conhecido como “Pombal” e o prédio administrativo.
48

Gráfico 5 - Local vulnerável a ocorrência de incêndios


6

0
Sala de aula Laboratórios Biblioteca Refeitório Outro

Fonte: Elaborado pela Autora (2016)

Em seguida na pergunta 4, os usuários foram questionados quanto à


segurança do prédio do campus, no quesito risco contra incêndios. O resultado
encontrado, como mostra a figura 8, é de 4% desses usuários consideram o prédio
simples e fácil de circular, 27% acham simples de circular, porém não existe
sinalização, que poderia auxiliar no momento de fuga, 59% consideram que existem
vários corredores e portas para sair de difícil acesso, sem sinalização, 5% acreditam
que o prédio tem hidrantes e extintores, 5% citaram outros.

Gráfico 6 - Prédio seguro

5%
5% 4% O prédio é simples e fácil de
circular.

O prédio é simples, mas não


27% existe sinalização.

Existem vários corredores e


portas para sair de difícil
acesso, sem sinalização.
O prédio tem hidrantes e
extintores de incêndio.
59%
Outros

Fonte: Elaborado pela Autora (2016)


49

Na pergunta 5, foi questionado que se ocorresse um incêndio no campus,


como esse usuário agiria no sentido de evacuar do prédio. A figura 9 mostra que 15
entrevistados usariam escadas, calmamente, sem atropelos, evacuando
ordenadamente, 5 pessoas relataram que sairiam correndo desesperadas pelos
corredores, as outras opções não foram citadas. O resultado da pesquisa mostra
que a maioria conseguiria buscar a saída do prédio sem desespero, e mostra
também que não tomaria medidas desesperadas, que poderiam por suas vidas em
risco. No caso do uso do elevador, pois em caso de sinistro é procedimento desligar
o fornecimento de energia elétrica e nem tomaria a medida de pular pela janela.

Gráfico 7 - Medidas tomadas em caso de sinistro

Outros

Correria para a janela e tentaria pular

Usaria as escadas sem atropelos, evacuando


ordenadamente

Pegaria o elevador

Sairia correndo desesperado pelos corredores

0 2 4 6 8 10 12 14 16
Fonte: Elaborado pela Autora (2016)

Algumas perguntas foram realizadas com objetivo de entender até que


ponto os usuários tem conhecimento da existência ou não dos dispositivos
preventivos fixos e móveis no prédio do campus. A primeira pergunta realizada foi se
o entrevistado teve algum treinamento, realizado por profissional especializado, com
o tema combate a incêndio, 86% responderam que não e 14% responderam que
sim. Quando questionados sobre o uso de um dispositivo móvel, no caso o extintor
de incêndio, 27% relataram que saberiam usar e 73% que não saberiam usar. No
caso da iluminação de emergência, 50% afirmam que não tem e 50% desconhecem
a existência, e nenhum usuário conseguiu identificar a existência de iluminação de
emergência no campus.
50

Quadro 5 - Resultado das perguntas 1, 7 e 12 do questionário


Sim Não Outro ou
Desconheço
Perguntas

Total % Total % Total %


1. Você foi treinado por um
profissional específico com 3 14% 19 86% 0 0%
relação a combate a incêndio?
7. Você saberia usar um
6 27% 16 73% 0 0%
extintor de incêndio?
12. No seu campus existe
0 0% 11 50% 11 50%
iluminação de emergência?
Fonte: Elaborado pela Autora (2016)

Testando o comportamento dos usuários, foi perguntado se acontecesse


um incêndio na sala, onde trabalham ou estudam o que levaram junto na hora de
escapar, 0% levaria o material escolar, 23% levaria o celular, 55% não levaria nada,
18% levariam pertences pessoais, 4% responderam outros. O resultado mostra o
apego das pessoas com seus pertence, podendo se colocar em situações de risco.

Gráfico 8 - Levariam pertences na hora de escapar

4% 0%
Levaria todo o meu material
escolar
23%
18% Levaria o celular

Não levaria nada.

Levaria os pertences pessoais

Outros
55%

Fonte: Elaborado pela Autora (2016)

Outra situação que aumenta o risco em caso de sinistro é de ajudar


outras pessoas a se salvar, então foi questionado, se em sua sala tiver algum
portador de deficiência, como você agiria no momento de escape. Dos 22
51

entrevistados, 4 pessoas relataram que não tinha informação sobre o assunto, ou


seja, não saberia como agir, 1 pessoa ficaria na sala aguardando orientação, 4
carregaria no colo no momento da fuga, 13 afirmaram que orientaria algumas
pessoas para ajuda-lo no momento da fuga, e nenhum dos entrevistados deixaria o
deficiente para trás.

Gráfico 9 - Se ajudaria um deficiente a escapar de um incêndio

Não tenho informação sobre o assunto

Ficaria na sala aguardando orientação

Carregaria ele no colo no momento da


fuga.

Deixaria ele para trás.

Orientaria algumas pessoas para ajudá-lo


no momento da fuga.

0 2 4 6 8 10 12 14
Fonte: Elaborado pela Autora (2016)

4.2 Descrição da edificação

4.2.1 Descrição do objeto em estudo

Este estudo foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia do Maranhão- campus Monte Castelo. Este está localizado na Avenida
Getúlio Vargas, número quatro, bairro Monte Castelo, na cidade de São Luís. A
edificação é composta por vários prédios, construído em diferentes datas, são eles:

a) Prédio Principal, este é composto por salas de aulas, laboratórios de


informática, salas onde são realizados alguns serviços administrativos
como protocolo, ambulatório, consultório odontológico, entrada
principal, Caixa Econômica Federal e o Teatro Viriato Correia;
52

b) Prédio administrativo, neste contem dois pavimentos de serviços


administrativos, e no pavimento térreo está localizado a biblioteca
central e refeitório como cozinha industrial;
c) Ginásio Poliesportivo;
d) Anexos, onde funcionam salas de aula, laboratórios, sala de
professores e departamentos de alguns cursos do ensino superior e
técnico.

4.2.2 Classificação da edificação quanto a sua ocupação

Segundo o COSCIP-MA, quanto às medidas de segurança contra


incêndio, no Capítulo III, art. 31, está edificação está classificada como escolar. A
NBR 9077/2001, tabela 1 do anexo, classifica a edificação como do grupo E,
ocupação do tipo educacional e cultura física, divisão do grupo é o E1, com a
seguinte descrição, escolas em geral (Escolas de primeiro, segundo e terceiro graus,
cursos supletivos e pré-universitários e outros).

4.2.3 Classificação da edificação quanto a sua altura

Na tabela 2 do anexo (NBR 9077/201), a edificação está classificada


como uma edificação de média altura, grupo M, pois o prédio de maior altura, em
relação ao logradouro é o prédio administrativo, com três pavimentos, tendo sua
altura presente no intervalo de 6,00m < H < 12,00m.

4.2.4 Classificação da edificação quanto as suas dimensões em planta

Quanto às dimensões em planta, a NBR 9077/2001 classifica na tabela 3


de seu anexo, conforme em destaque abaixo, na tabela 1, esta é composta por
vários blocos, sendo que todos interligados por circulações horizontais (corredores)
e verticais (escadas e rampas).
53

Figura 5 - Classificação das edificações quanto às dimensões em planta

Fonte: ABNT (2001)

4.2.6 Classificação da edificação quanto as suas características construtivas

A edificação se classifica com o código Y, conforme tabela 4 da NBR


9077/2001, considerada como de média resistência ao fogo, mas com fácil
propagação de fogo entre os pavimentos, como exemplo do prédio administrativo
que apresenta em parte de sua fachada, parede tipo cortina de vidro.

4.2.7 Classificação da edificação quanto a sua carga de incêndio por ocupação

A edificação pode ser classificada como risco médio, conforme a Tabela


A.1 da NBR 12693/2013, sendo a sua ocupação educacional e cultural física,
descrita como escolas em geral e carga específica de 300 MJ/m².

4.3 Equipamentos exigidos para edificações existentes

Para definição das exigências mínimas de segurança contra incêndio, de


uma edificação, são adotados diversos parâmetros, como descritos acima: tipo
ocupação, altura, dimensões em planta, características construtivas e carga de
incêndio. Os parâmetros adotados, em resumo, são:
54

a) Ocupação - do tipo escolar, grupo E1;


b) Altura – 6m < H < 12m, código M;
c) Dimensões - ≥ 750m², código Q;
d) Características construtivas – de resistência média, código Y;
e) Carga de incêndio – risco médio, com carga específica de 300J/m².

4.4 Identificação das conformidades das exigências

4.4.1 Acesso de viatura na edificação

O COSCIP-MA não estabelece as dimensões mínimas necessárias do


portão de acesso à edificação, porém alguns estados como Ceará, São Paulo e
Paraná estabeleceram essas condições mínimas através de instruções técnicas,
como na IT n° 006/2011, item 5.1.1.4 que determina que as dimensões mínimas
devem se de 4,00m de largura e 4,50m de altura.

Figura 6 - Acesso principal

Fonte: Arquivo pessoal

4.4.2 Saídas de emergência

Para o dimensionamento das saídas de emergência, é necessária a


determinação das rotas de fuga, abrangendo corredores, escadas, rampas e
descargas, e atender as NBR’s 9077 e 14718 da ABNT.
55

A NBR9077/2011 estabelece que os dados para o dimensionamento das


saídas sejam obtidos da tabela 5 do anexo desta norma, e para a ocupação do
grupo E, divisão E1 deve-se adotar 1 pessoa por m² de área a capacidade da
unidade de passagem é de: 100 para acessos e descargas, 60 para escadas e
rampas, e 100 para portas. Porém esta mesma norma estabelece que edifícios
escolares que contenham auditórios e teatro, devem-se considerar o grupo F,
divisão F2, com população de 1 pessoa por m² de área, onde a capacidade da
unidade de passagem é de: 100 para acessos e descargas, 75 para escadas e
rampas, e 100 para portas.
Quanto às distâncias máximas a serem percorridas, para edificação do
tipo Y, sem chuveiro automático com mais de uma saída, a NBR9077/2011
estabelece na tabela 6, que a distância deve ser de no máximo 30m. O que não
acontece na edificação em estudo, pois tomando como exemplo o bloco de física e
química a saída mais próxima dos laboratórios, tem seu ponto mais distante em
média de 65m, por tanto não atende a norma.

Figura 7 - Bloco da Física e Química

Fonte: Arquivo pessoal

Quanto ao número de saídas, tipos de escada, a tabela 7 da


NBR9077/2011 estabelece para edifícios escolares, da divisão E1, dimensões Q
(área maior que 750m²) e altura M, são necessárias 2 saídas no mínimo e escada
enclausurada protegida. Quanto ao número de saídas atende a norma, porém não é
56

o suficiente, pois quanto ao caminhamento a distância é superior a 30m. Quanto à


escada não atente, pois a norma estabelece escada do tipo enclausurada.

Figura 8 - Saída e escada não enclausurada

Fonte: Arquivo pessoal

4.4.3 Brigadas de incêndio

No capítulo IV, art.37 do COSCIP, para edificações escolares do tipo


escolar, altura de 6m < H < 12m e dimensões maior que 750m², A exigência de
Brigada de Incêndio e Plano de escape ficará a critério do Corpo de Bombeiros,
quando o mesmo julgar necessário, face ao risco apresentado. A edificação em
estudo não tem brigada de incêndio.
A NBR 14276/1999 estabelece na tabela1, que o percentual de cálculo
para a composição da brigada de incêndio para edifícios educacionais, do tipo
escolas em geral: 1º, 2º e 3º graus, supletivos, pré-escolas, creches, jardins da
infância e escolas especiais para deficientes e excepcionais, centros de treinamento:
escolas profissionais e cursos livres fazem parte da brigada de incêndio toda a
população fixa da edificação.

4.4.4 Iluminação de emergência

No item 4.13 da NBR9077/2011, que trata de iluminação de emergência e


57

sinalização de saída, é estabelecido que todas as rotas de saída devessem ter


iluminação natural e artificial para uso noturno, sendo obrigatório onde houver
exigência de escada enclausurada e em qualquer edificação de classe Y. O sistema
de iluminação de emergência deve estar de acordo com a NBR 10989 da ABNT, e
após visita realizada na edificação, foi verificado que não há qualquer indício da
existência de um sistema de iluminação de emergência no local, ou qualquer tipo de
dispositivo, como luminária de emergência.

Figura 9 - Corredor sem iluminação de emergência

Fonte: Arquivo pessoal

4.4.5 Alarme de incêndio

A edificação está enquadrada como ocupação como grupo E, divisão E1,


dimensões com o código Q, altura com o código M, sendo obrigatória a presença de
alarme conforme NBR9077/2001, tabela 8 do anexo. O dimensionamento do sistema
de alarme deve estar de acordo com o previsto na NBR 17240 da ABNT, e a
edificação em estudo não apresenta nenhum dispositivo de alarme, portanto não
atende as conformidades estabelecidas por esta norma.
58

4.4.6 Sinalização de emergência

Toda a sinalização de emergência deve estar de acordo com as NBR’s


13434,13435 e13437 da ABNT. Nos blocos desta edificação foram encontradas
algumas placas de orientação no bloco do departamento de construção civil e
próximo à saída principal, algumas placas de sinalização de combate a incêndios,
porém não atende a normas, pois somente no bloco do DCC, as placas orientam a
saída, nos demais blocos não apresentam nenhuma sinalização. Outro exemplo de
não conformidade é na área de armazenamento de GLP do restaurante, não
apresenta nenhuma sinalização de alerta de perigo.

Figura 10 - Sinalização existente na edificação

Fonte: Arquivo pessoal

4.4.7 Extintor de incêndio

Para dimensionamento da quantidade e especificação dos extintores, as


normas a serem adotadas são as NBR’s 15808,12692, 11863, dentre outras.
Segundo a seção I, capítulo XI do COSCIP – MA, as classes de incêndio presentes
na edificação são:

a) Classe “A” – papel, divisórias em PVC, forro em PVC, mobiliário de


escritório, cortinas presentes em salas de aula, biblioteca;
59

b) Classe “B” – líquidos inflamáveis nos laboratórios de química, óleos e


graxas nos laboratórios de mecânica;
c) Classe “C” – presença de equipamentos elétricos energizados como
ares condicionados, computadores, impressoras.

Com base nas classes, na seção II, capítulo XI do COSCIP – MA é


definido o tipo e capacidade extintora que devem ser utilizadas, no caso da
edificação em estudo, podem ser utilizadas os extintores tipo: água (referente à
classe A), com capacidade mínima de 10 litros; espuma (referente às classes B e C)
e capacidade de carga mínima de 10 litros; gás carbônico (classes B e C) com
capacidade mínima de 4 quilogramas e pó químico (classes A, B e C) com
capacidade mínima de 4 quilogramas. Os extintores existentes na edificação são
tipo gás carbônico e pó químico tanto BC, quanto ABC, apresentando algumas não
conformidades, com sinalização adequada, sem identificação, em sua maioria não
informa quando foi realizada a última manutenção.

Figura 11 - Extintor sem identificação e sinalização adequada

Fonte: Arquivo pessoal

Quanto à quantidade de extintores, está definido na seção III, capítulo XI


do COSCIP – MA, para edificações de risco médio a área máxima a ser protegida
por unidade extintora é de 200m² e a distância máxima para o alcance do operador
de 15m. Um exemplo de não conformidade, em relação a distância, temos no bloco
“pombal”, no corredor do departamento de segurança do trabalho, o extintor do tipo
60

gás carbônico está há 27m do ponto mais distante deste pavimento.

Figura 12 - Distância do extintor

Fonte: Arquivo pessoal

4.4.8 Sistema de hidrante e mangotinho

Para determinação das conformidades da edificação em relação ao


sistema de hidrantes e mangotinho, é necessário um estudo mais aprofundado pois
através da análise qualitativa, só foi possível verificar as existência da algumas
linhas de mangueira no prédio administrativo, e no bloco do DCC. Não sendo
possível nesta pesquisa verificar a existência de reserva técnica de incêndio, de
reservatório inferior, bomba de incêndio com sistema de alimentação elétrica e por
explosão com independência de até 2h, comprimento das linhas de mangueira com
15m, pressão na saída do requinte dos hidrantes, presença de hidrante de recalque.
61

Figura 13 - Caixa de hidrante do DCC

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 14 - Caixa de hidrantes do prédio administrativo

Fonte: Arquivo pessoal

4.5 Resultados e discussões

A pesquisa de campo realizada com os usuários apresentou dados que


demonstram que têm muito conhecimento sobre o assunto e que não se sentem
seguros em relação ao combate a incêndio dentro do campus.
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Com base na análise das instalações físicas, foi definida de sua


classificação e inspeção realizada no estabelecimento, foi possível fazer uma
análise qualitativa da situação do edifício e verificar as conformidades e não
conformidades perante as normas de prevenção contra incêndio.
Quanto ao acesso à viatura, verificou-se que este está adequado com
base nos padrões estabelecidos em norma, tanto na largura quanto na altura. O
estabelecimento disponibiliza de outro portão de acesso para entrada e saída para
pedestres.
As saídas de emergência principais apresentam não conformidades em
relação à norma, item 4.3.2, principalmente em relação a distância percorrida, a
edificação é composta por diversos blocos interligados por rampas e escadas
transformando a edificação em um labirinto.
Em relação à “brigada de incêndio”, os funcionários desconheciam a
existência e necessidade de instalação no local, devendo este ser dimensionado
conforme norma, citada no item 4.3.3.
A iluminação existente nos corredores e circulações como escadas e
rampas somente a iluminação natural, não havendo instalado nenhum tipo de
luminária de emergência. Quanto ao alarme de emergência também não foi
encontrado na edificação.
A sinalização existente é insuficiente, com poucas placas de orientação
de fuga, e nem todos os dispositivos estão sinalizados corretamente, faltando
demarcação da área do piso e placa de identificação no caso dos extintores e
hidrantes.
Os dispositivos encontrados na edificação tanto em relação a extintores,
quanto em relação aos hidrantes, falta manutenção. E no caso específico dos
hidrantes há necessidade da elaboração de um projeto de canalização preventiva,
que proteja toda a área do campus, pois este tipo de dispositivo foi encontrado
somente no prédio administrativo e bloco do departamento de construção civil.
63

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É preocupação do homem a proteção contra incêndio desde a


antiguidade, devido as grandes perdas ocorridas tanto de bens materiais quanto de
perda humana. Neste sentido, a grande contribuição é a verificação da situação em
que se encontra o IFMA campus Monte Castelo, tendo como objetivo alertar atuar na
correção das não conformidades presentes e na prevenção do risco.
Com a realização deste trabalho foi constatado que a edificação encontra-
se irregular de acordo com as normas vigentes como a NR 23 e pela norma
estadual, COSCIP-MA. Há necessidade de manutenção dos dispositivos de combate
existentes no local, extintores e hidrantes, e ainda um projeto de combate a
incêndio, pois a quantidade existente no local não atende as normas.
Para corrigir as inconformidades encontradas na edificação, há
necessidade de implantação de um sistema eficiente de combate, contendo saídas
de emergência adequada, formação de brigada de incêndio, instalação de
iluminação de emergência, alarme de incêndio, sinalização de emergência,
extintores e hidrantes, inclusive o hidrante de passeio.
Devido o sistema encontrado ser insuficiente quanto as necessidades
normativas, conclui-se que em caso de sinistro, o atual sistema não contribuirá
eficientemente, para o alerta e evacuação rápida dos usuários do local, no combate
ao fogo e preservação do patrimônio e das vidas humanas.
64

REFERÊNCIAS

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incêndio. Rio de Janeiro, 1997.

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incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

______. NBR - 9077. Saídas de emergência em edifícios. 2001. Disponível em:


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ade/NBR_9077_Sa%C3%ADdas_de_emerg%C3%AAncia_em_edif%C3%ADcios-
2001.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2016.

______. NBR- 14334-1. Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.


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______. NBR - 17240. Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto,


instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme
de incêndio – Requisitos. 2010. Disponível em:
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______. Ministério do Tabalho e Emprego. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de


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Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Tecnológica
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GEYGER, R. Em busca do ideal. Emergência, p. 20-26, 2012.

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sistema sob comendo, rede de hidrantes e sistema automático. Rio de Janeiro:
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MARANHÃO. Decreto lei n° 6.546 de 29 de dezembro de 1995. Código de


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15/Modulo_VI_Ccombate_Incendio.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2016.
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ANEXO A – INSTRUMENT DE COLETA DE DADOS

Questionário aplicado aos alunos, professores e servidores do Instituto


Federal de Educação, Ciência campus Monte Castelo.

Idade _____ 6. Se acontecer um incêndio na sua sala, o


que você levaria junto na hora de escapar?
____Masculino ___Feminino
a) Levaria todo o meu material escolar
____Servidor ____ Aluno ___ Professor b) Levaria o celular
c) Não levaria nada.
1. Você foi treinado por um profissional d) Levaria os pertences pessoais
específico com relação a combate a e) Outros
incêndio?
7. Você saberia usar um extintor de incêndio?
a) Sim
b) Não ______Sim _____Não
c) Outros
8. Você tem noções de primeiros socorros?
2. Na sua opinião, algum dia poderia ocorrer
um incêndio no campus? ______Sim _______ Não

a) não. 9. O que é uma Brigada de Incêndio?


b) sim.
c) Explique___________________________ a) É uma equipe de pessoas do campus,
_________________ treinadas do pelo corpo de Bombeiros para
auxiliar em casos de emergências
3. Se houvesse um incêndio no seu campus, b) É um plano de proteção contra incêndios para
qual o local mais vulnerável de acontecer? orientação da fuga
c) É uma cartilha educativa
a) Sala de aula. d) Não tenho informação sobre o assunto.
b) Laboratórios.
c) Biblioteca. 10. Se acontecer um incêndio no campus, o
d) Refeitório. que você faria se precisasse sair do
e) Outro_____________________ prédio?

4. Você acha que o prédio do seu campus a) Se organizaria em fila e sairia ordenadamente
está seguro contra incêndios? do prédio.
b) Aguardaria a chegada dos bombeiros para
a) O prédio é simples e fácil de circular. receber instruções.
b) O prédio é simples, mas não existe c) Sairia correndo desesperadamente
sinalização. d) Pularia pela janela.
c) Existem vários corredores e portas para e) Não conheço os procedimentos de combate a
sair de difícil acesso, sem sinalização. incêndio
d) O prédio tem hidrantes e extintores de
incêndio. 11. Se em sua sala tiver algum portador de
e) Outros____________________ deficiência, como você agiria no momento
de escape?
5. Se ocorresse um incêndio no campus, o a) Orientaria algumas pessoas para ajudá-lo no
que você faria para evacuar do prédio? momento da fuga.
b) Deixaria ele para trás.
a) Sairia correndo desesperado pelos c) Carregaria ele no colo no momento da fuga.
corredores. d) Ficaria na sala aguardando orientação
b) Pegaria o elevador. e) Não tenho informação sobre o assunto
c) Usaria as escadas sem atropelos,
evacuando ordenadamente. 12. No seu campus existe iluminação de
d) Correria para a janela e tentaria pular. emergência?
e) Outros____________________
a) Sim
b) Não
c) Desconheço

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