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CONTRATUH Cidadã

LEI
MARIA
DA PENHA
Lei nº 11.340/2006
CONTRATUH Cidadã

LEI
MARIA
DA PENHA
Lei nº 11.340/2006
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

CONTRATUH - Confederação Nacional


dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade

SRTVS Quadra 701 – Conjunto D – Lote 5 Bl. B Salas


227 a 234 – Cep: 70.340-907 - Brasília-DF
Fone: (61) 3322-6884 Fax: (61) 3321-2688
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E-mail: contratuh@contratuh.org.br

Tradução de Espanhol:
Tradutora, Intérprete e Professora Angela de Almeida Pontes

Tradução de Inglês:
PANGEA - Centro de Tradução, Interpretação e Idiomas

B823c Brasil. Leis


Contratuh cidadã: Lei Maria da Penha: Lei nº 11.340/2006; 3. ed. /
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade.
--Brasília, DF, 2017.
76p. : il.

Texto em português, inglês e espanhol.


ISBN: 978-85-68434-05-5

1. Violência contra a mulher – Legislação. 2. Lei Maria da Penha (2006). I.


I. Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade. Título.

CDU 34(094)(81)
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

APRESENTAÇÃO

A CONTRATUH - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo,


em cumprimento à missão institucional de lutar e defender as mulheres
em todas as dimensões humanas – física, moral, ética, intelectual, pro-
fissional, sexual, entre outras -, acaba de concluir mais uma publicação
imprescindível para o alcance desses nobres objetivos.
Trata-se da cartilha nos idiomas Português, Espanhol e Inglês conten-
do a íntegra da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, mais conhecida
como Lei Maria da Penha - um marco nacional para o combate à violência
doméstica e familiar, bem como todas as formas de discriminação contra
as mulheres brasileiras.
A Lei leva o nome da farmacêutica cearense Maria da Penha Maia
Fernandes, cuja história de vida é a mesma de milhares de brasileiras
e de milhões de mulheres em todo o mundo: a denúncia e o combate à
violência doméstica.
Maria da Penha em 1983, enquanto dormia, recebeu um tiro do então
marido, Marco Antônio Heredia Viveiros, que a deixou paraplégica. Depois
de se recuperar, foi mantida em cárcere privado, sofreu outras agressões e
uma nova tentativa de assassinato pelo marido por meio de choque elétrico.
Inconformada com tantas barbaridades e sofrimentos no corpo e na
alma, Maria da Penha procurou a Justiça e entidades que atuam em defesa
da vida. Conseguiu deixar a casa com as três filhas, mobilizar o Brasil e
o mundo contra todas as formas de violência a que foi e são submetidas
as mulheres.
A violência contra Maria da Penha ganhou grande repercussão nacional e
internacional chegando a ser formalizada uma denúncia à Comissão Interame-
ricana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA)
contra o então marido, o colombiano Heredia Viveiros, e o governo brasileiro
por não ter política pública de combate à violência contra as mulheres.
A resposta do Brasil foi dada por meio da Lei nº 11.340 e a CONTRA-
TUH ao tornar público essa norma em três idiomas contribui de maneira
singela para que uma vez disseminada e conhecida sejam asseguradas
oportunidades e facilidades de vivência sem violência, com preservação
da saúde física e mental, de aperfeiçoamento moral, intelectual e social
de todas as mulheres.

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

O objetivo dessa cartilha, portanto, é globalizar e dar a importância que


a temática do combate a violência doméstica em nível mundial merece.
Acreditamos desse modo estar incentivando e até mesmo orientando
outros países a formularem leis que protejam as mulheres.
Ademais, essa publicação se soma a outras bandeiras históricas de luta
da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade
como a Campanha quebrando o silêncio, que denuncia a violência e o
tráfico de mulheres.
Também destacamos o Viver Mulher, evento que realizamos todos os
anos e que nasceu em 2006, cujo objetivo é discutir medidas de combate
à violência doméstica, o reconhecimento profissional, a ocupação dos
espaços de poder pelas mulheres e o justo e necessário empoderamento
feminino nas instâncias decisórias.
Com mais essa publicação, a CONTRATUH, fundada em 26 de novem-
bro de 1988, com sede em Brasília-Brasil e representando um universo de
mais de 4 milhões de trabalhadoras e trabalhadores do segmento Turismo
e Hospitalidade, está promovendo resgate da cidadania e a e efetivação de
direitos inerentes à vida, à saúde, à dignidade, ao respeito e à liberdade
das mulheres, em particular, e de toda a humanidade, em geral.

Boa leitura!

Pela diretoria,

Moacyr Roberto Tesch Auersvald


Presidente da CONTRATUH

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

PRESENTACIÓN

C ONTRATUH – La Confederación Nacional de los Trabajadores en el


Sector del Turismo, en cumplimiento a la misión institucional de luchar
y defender a las mujeres en todas las dimensiones humanas – física, moral,
ética, intelectual, profesional, sexual, entre otras -, concluye más una
publicación imprescindible para que esos nobles objetivos sean alcanzados.
Se trata de la cartilla en los idiomas Portugués, Español e Inglés que
contiene la versión completa de la Ley nº 11.340, de 7 de agosto de 2006,
más conocida en Brasil como Ley Maria da Penha - un hito nacional para
el combate a la violencia doméstica y familiar, así como todas las formas
de discriminación contra las mujeres brasileñas.
La Ley es un homenaje a la farmacéutica del estado de Ceará, Maria
da Penha Maia Fernandes, que tiene una historia de vida semejante a la
de miles de brasileñas y a la de millones de mujeres en todo el mundo: la
denuncia y el combate a la violencia doméstica.
En 1983, Maria da Penha, mientras dormía, recibió un disparo de su
marido, Marco Antônio Heredia Viveiros, que la dejó parapléjica. Después
de recuperarse, fue mantenida en una cárcel privada, sufrió otras agresiones
y un nuevo intento de asesinato perpetrado por el marido, por medio de
choque eléctrico.
Inconforme con tantas atrocidades y sufrimientos en el cuerpo y en
el alma, Maria da Penha buscó la Justicia y las entidades que actúan en
defensa de la vida. Consiguió abandonar su casa junto con las tres hijas,
movilizar el país, Brasil, y el mundo contra todas las formas de violencia
las cuales ella fue sometida y las que también son sometidas las mujeres.
La violencia contra Maria da Penha tuvo gran repercusión nacional
e internacional y llegó al punto de una denuncia ser formalizada a la
Comisión Interamericana de Derechos Humanos de la Organización de
los Estados Americanos (OEA) contra el entonces marido, el colombiano
Heredia Viveiros, y el gobierno brasileño por no tener una política pública
de combate a la violencia contra las mujeres.
La respuesta de Brasil se dio por medio de la Ley nº 11.340 y
CONTRATUH, al hacer pública esa norma en tres idiomas contribuye de
manera sencilla para que una vez diseminada y conocida sean garantizadas
oportunidades y facilidades de vivencia sin violencia, con preservación de

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

la salud física y mental, de perfeccionamiento moral, intelectual y social


de todas las mujeres.
El objetivo de esa cartilla, por lo tanto, es globalizar y dar la importancia
que merece la temática del combate a la violencia doméstica en nivel
mundial.
Creemos que, de esa manera estimularemos e incluso orientaremos
otros países a que formulen leyes que protejan a las mujeres.
Además, esa publicación se suma a las demás banderas históricas
de lucha de la Confederación Nacional de los Trabajadores en Turismo y
Receptivo como la Campaña rompiendo el silencio, que denuncia la violencia
y el tráfico de mujeres.
También subrayamos el evento llamado en portugués de Viver Mulher
(Vivir Mujer), que realizamos hace 11 años y que tiene el objetivo de discutir
medidas de combate a la violencia doméstica, el reconocimiento profesional,
la ocupación de los espacios de poder por las mujeres y el justo y necesario
empoderamiento femenino en las instancias de toma de decisión.
Con esta publicación, CONTRATUH, fundada el 26 de noviembre de
1988, con sede en Brasilia-Brasil y representando a un universo de más de
4 millones de trabajadoras y trabajadores del segmento Turismo y Receptivo,
cree estimular la promoción del rescate de la ciudadanía y la efectividad
de derechos inherentes a la vida, a la salud, a la dignidad, al respeto y a la
libertad de las mujeres, en particular, y de toda la humanidad, en general.
¡Buena lectura!

En nombre de la Junta Directiva,

Moacyr Roberto Tesch Auersvald


Presidente de CONTRATUH

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l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

INTRODUCTION

In fulfilling their institutional mission of fighting and defending women in


all human dimensions - physical, moral, ethical, intellectual, professional,
sexual, among others - The National Confederation of Tourism Workers
(CONTRATUH) has just completed another vital publication to achieve
these noble objectives.
This booklet, published in Portuguese, Spanish and English, contains the
full text for Law No. 11.340 of August 7, 2006, better known as the Maria
da Penha Law - a national hallmark for combating domestic and family
violence, including all forms of discrimination against Brazilian women.
The Law's name is a tribute to Maria da Penha Maia Fernandes, a
biopharmacist from Ceará whose own life story is comparable to that of
thousands of Brazilians and millions of women throughout the world: ex-
posing and combating domestic violence.
While asleep, Maria da Penha was shot in 1983 by her then-husband
Marco Antônio Heredia Viveiros, who left her a paraplegic. After she
recovered, she found herself in a kind of private jail, suffering through
further assaults and a second murder attempt by her husband, who tried
to electrocute her.
Fed up with the atrocities committed against her and the suffering she
was going through, both in body and soul, Maria da Penha sought for justice
and services that could defend her life. She was finally able to leave home
with her three daughters, and proceeded to mobilize Brazil and the rest of
the world to rise up against all forms of violence that women had undergone.
The violence committed against Maria da Penha gained nation-wide and
international repercussion, and a complaint was filed with the Inter-Ameri-
can Commission on Human Rights from the Organization of American States
(OAS) against her former husband, the Colombia native Heredia Viveiros,
along with the the Brazilian government for not having a policy in place to
combat violence against women.
Brazil responded by enacting Law No. 11.340. CONTRATUH, by making
this regulation available to the general public in three languages, is contri-
buting in a simple way so that once word of the Law is spread and becomes
known, opportunities and facilities for having a life free of violence becomes
assured, with all women guaranteed the preservation of their physical and

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l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

mental, moral, intellectual being, along with their social improvement.


Hence, this booklet seeks to globalize and lend importance to the issue
of combating domestic violence on the global level that it deserves.
We believe this to be an encouraging and guiding way for other countries
to draft their own laws for protecting women.
In addition, this publication links with other historical banners by the
National Confederation of Workers in Tourism and Hospitality as a Campaign
geared towards breaking the silence by blowing the whistle on violence and
the trafficking of women.
We would also like to emphasize Viver Mulher, an event we have held for
11 years where measures are discussed for combating domestic violence,
professional recognition, women occupying powerful positions and the fair
and necessary feminine empowerment within decision-making entities.
Based in Brasilia, CONTRATUH was founded on November 26, 1988
and represents a universe of more than 4 million workers in the Tourism
and Hospitality segment. Through this publication, the organization believes
that it is promoting the recovery of citizenship and the inherent rights for
the life, health, dignity, respect and freedom of women in particular, as
well as humanity as a whole.

By the Executive Board,

Moacyr Roberto Tesch Auersvald


President of CONTRATUH

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l Lei Maria da Penha – nº 11.340/2006 l

SUMÁRIO

É lei, é pra valer!......................................................................... 11


Mecanismos da nova Lei............................................................... 17
Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher.................................. 23
Íntegra da Lei .............................................................................. 26

RESUMEN

¡Es Ley! ¡Es de verdad!.................................................................. 13


Mecanismos de la nueva Ley.......................................................... 19
Llame al 180 – Central de Atención a la Mujer................................. 24
Íntegra de la Ley ......................................................................... 42

SUMMARY

It’s the law, it’s for real!................................................................. 15


Mechanisms of the New Law.......................................................... 21
Dial 180 - The Women’s Call Center............................................... 25
Of the law.................................................................................... 60

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CONTRATUH - Confederação Nacional


dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade
SRTVS Quadra 701 - Conjunto D - Lote 5 Bl. B LAVANDERIAS E SIMILARES
Salas 227 a 234 – Cep: 70.340-907 Brasília-DF Hélio Amâncio Pinto, Jair Ubirajara da Silva e
Fone: (61) 3322-6884 Fax: (61) 3321-2688 Valdeci Velez Figueiredo
Home page: http://www.contratuh.org.br INSTITUTOS DE BELEZA E CABELEIREIROS DE
E-mail: contratuh@contratuh.org.br SENHORAS, BARBEIROS, LUSTRADORES DE
CALÇADOS
Diretoria Administrativa Efetiva Flávio de Castro Sobrinho, Laudicéia do Carmo
e Wilson Avelino de Souza
Diretor Presidente
MOACYR ROBERTO TESCH AUERSVALD MEMBROS DO CONSELHO FISCAL EFETIVO
Vice-Presidente Agapito Lopes Pereira, Henrique Bublitz e Luís
WILSON PEREIRA Alberto dos Santos
Secretário Geral
GERALDO GONÇALVES DE OLIVEIRA FILHO MEMBROS DO CONSELHO FISCAL SUPLENTE
Primeiro Secretário Brasilina Neta Avelino Santos , Joana Dar´c
CÍCERO LOURENÇO PEREIRA Quesado da Silva e José Guimarães
Tesoureiro Geral
JOSÉ RAMOS FÉLIX DA SILVA Suplentes da Diretoria
Primeiro Tesoureiro Adeilmo Pedro de Souza
CLÁUDIO FERNANDES ROCHA Ana Cristina Correia
Diretor de Planejamento Ana Mendonça Silva
FRANCISCO CALASANS LACERDA Anésio Schneider
Diretor de Patrimônio Antonio Francisco dos Anjos Filho
RAIMUNDO FREIRE DA COSTA Antônio Luiz de Souza
Diretora de Assuntos Previdenciários Antonio Souza Correia
VERA LÊDA FERREIRA DE MORAIS Cícero Santos Silva
Diretor de Assuntos Parlamentares Diones Josefina Sangalli
ROOSVELT DAGOBERTO SILVA Edimundo Alves dos Santos
Diretor de Assuntos Sindicais Eduardo Borges Garcia
LUIZ ONOFRE CHAVES DE BRITO Fabio Moraes
Diretora da Mulher Flávio Dias da Silva
MARIA DOS ANJOS MESQUITA HELLMEISTER Francisco de Castro Cardoso
Diretora da Infância, Adolescência, Juventude Geraldo Pereira da Silva
e Gênero Janari Veira da Rocha
JÉSSICA MARQUES DE REZENDE Jane Maria Henckels
Joaquim Pedro dos Santos Filho
Diretoria Executiva Efetiva Joci Luiz de Souza
José Alves Alencar
HOTÉIS, RESTAURANTES, BARES E SIMILARES José Benoni Jorge
Jadir Rafael da Silva, Orlando Lourencel Rangel José do Nascimento
e Waltair Mendes Rodrigues José Guimaraes Júnior
REFEIÇÕES COLETIVAS E AFINS José Renaldo Correa de Abreu
Divino Marques Braga, Luiz Henrique Pereira Luiz Carlos de Carvalho
da Silva e Odeildo Ribeiro dos Santos Luiz Carlos Garcia Duenha
Luiz Vecchia
TURISMO E CASAS DE DIVERSÕES
Marcos Sérgio da Silva
Elisson Zapparoli, Eugênio Lopes Buch e Maria Rejane Carara Cabral
Rosalina Barbosa Gonçalves Rosecler Maria Torquato
ASSEIO, CONSERVAÇÃO E SERVIÇOS Sandra Regina Ferreira Barbosa
Carlos Magno Pires Drumont, Maria da Penha Sérgio dos Santos Macedo
Mesquita de Sousa e Maria Jose Mesquita Da Sérgio Trajano de Sá
Silva Silmônica Rodrigues da Silva Tocafundo
EDIFÍCIOS E CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS, Sônia Regina Barcelos Vidal
COMERCIAIS E MISTOS COMPRA, VENDA, Valter Ventura Oliveira
LOCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS Vilson Osmar Martins
RESIDENCIAIS E COMERCIAIS CONSERVAÇÃO
DE ELEVADORES Jornalista responsável: Mylleni Rocha
Cícero Pereira da Silva, Orlando Nespolo e (Reg. 10148-DRT-DF)
Osmar Vicente da Silva Colaboração: Alysson de Sá Alves
INSTITUIÇÕES BENEFICENTES, RELIGIOSAS E Diagramação e Editoração Eletrônica:
FILANTRÓPICAS Fernanda Medeiros Fone: (61) 98280-7272
Francisco Rodrigues Correa, Luís Gustavo de Impressão: Gráfica Zeni. Fone: (61) 3344-7584
Falco Sérgio e Antonio Alves do Carmo Tiragem: 5 mil exemplares

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É LEI! É PRA VALER!

N o dia 07 de agosto de 2006 foi sancionada pelo Presidente da Repú-


blica a Lei 11.340/06 – a Lei Maria da Penha* . Esta publicação que
ora colocamos a sua disposição tem por objetivo divulgar o texto da Lei
de forma que cada brasileira e cada brasileiro possa, no exercício de seus
direitos de cidadã e cidadão, zelar para sua plena aplicação.
Foram muitos anos lutando para que as mulheres pudessem dispor
deste instrumento legal e para que o Estado brasileiro passasse a enxergar
a violência doméstica e familiar contra a mulher.
“Quem ama não mata”, “Em briga de marido e mulher, vamos meter
a colher”, “Homem que é homem não bate em mulher”, “Toda mulher
tem direito a uma vida livre de violência”, “Sua vida recomeça quando a
violência termina”, “Onde tem violência todo mundo perde”. Foram muitos
os slogans utilizados nas campanhas que trouxeram para o espaço público
aquilo que se teimava em dizer que deveria ser resolvido entre as quatro
paredes do lar.
Quantas mulheres carregaram consigo a culpa por serem vítimas de
violência por anos a fio? A quantos silêncios elas teriam se submetido?
Quanta violência não foi justificada nos tribunais pela “defesa da honra”
masculina?
Não são poucas as mudanças que a Lei Maria da Penha estabelece,
tanto na tipificação dos crimes de violência contra a mulher, quanto nos
procedimentos judiciais e da autoridade policial. Ela tipifica a violência
doméstica como uma
das formas de violação dos direitos humanos. Altera o Código Penal e
possibilita que agressores sejam presos em flagrante, ou tenham sua prisão
preventiva decretada, quando ameaçarem a integridade física da mulher.
Prevê, ainda, inéditas medidas de proteção para a mulher que corre risco
de vida, como o afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua
aproximação física junto à mulher agredida e aos filhos.

* Maria da Penha protagonizou um caso simbólico de violência doméstica e familiar contra a mulher. Em 1983,
por duas vezes, seu marido tentou assassiná-la. Na primeira vez por arma de fogo e na segunda por eletrocussão
e afogamento. As tentativas de homicídio resultaram em lesões irreversíveis à sua saúde, como paraplegia e
outras seqüelas. Maria da Penha transformou dor em luta, tragédia em solidariedade. À sua luta e a de tantas
outras devemos os avanços que pudemos obter nestes últimos vinte anos.

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

O novo texto legal foi o resultado de um longo processo de discussão


a partir de proposta elaborada por um consórcio de ONGs (ADVOCACY,
AGENDE, CEPIA, CFEMEA, CLADEM/IPÊ e THEMIS). Esta proposta foi
discutida e reformulada por um grupo de trabalho interministerial, coor-
denado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, e enviada
pelo governo federal ao Congresso Nacional.
Através da relatoria do projeto de lei foram realizadas audiências públicas
em assembléias legislativas das cinco regiões do país, ao longo de 2005,
que contaram com intensa participação de entidades da sociedade civil e
resultaram em um substitutivo acordado entre a relatoria, o consórcio de
ONGs e o executivo federal que terminaria aprovado por unanimidade no
Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República.
Em vigor desde o dia 22 de setembro de 2006, a Lei Maria da Penha
dá cumprimento, finalmente, à Convenção para Prevenir,Punir, e Erradi-
car a Violência contra a Mulher, da OEA (Convenção de Belém do Pará),
ratificada pelo Estado brasileiro há 11 anos, bem como à Convenção
para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher
(CEDAW), da ONU.
“Toda mulher tem direito a uma vida livre de violência”. Este é o nosso
desejo e deve ser o nosso compromisso.

NILCÉA FREIRE
Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

¡Es Ley! ¡Es de verdad!

El 07 de agosto de 2006 fue sancionada por el presidente de la Repú-


blica la Ley 11.340/06 – la Ley Maria da Penha*. Esta publicación que
bien ponemos le ponemos disponible tiene por objetivo divulgar el texto de
la Ley de modo que cada brasileña y cada brasileño pueda, en el ejercicio
de sus derechos de ciudadana y ciudadano, velar para su plena aplicación.
Han sido muchos años luchando para que las mujeres pudieran disponer
de este instrumento legal y para que el Estado brasileño pasara a percibir
la violencia doméstica y familiar contra la mujer.
“Quien ama no mata”, “Entre padres y hermanos, meteremos las manos
sí”, “Hombre que es hombre no pega a las mujeres”, “Todas las mujeres
tienen el derecho a una vida libre de violencia”, “Su vida vuelve a empe-
zar cuando se termina la violencia”, “Donde hay violencia todo el mundo
pierde”. Han sido muchos los lemas utilizados en las campañas que han
traído a público lo que se insistía en decir que debería resolverse entre
cuatro paredes del hogar.
¿Cuántas mujeres ya han llevado el sentimiento de culpa porque han
sido víctimas de la violencia durante años seguidos? ¿A cuántos se han
sometido? ¿Cuánta violencia se ha justificado en los tribunales por la “de-
fensa del honor” masculino?
No son pocos los cambios que la Ley Maria da Pencha establece, tanto
en la tipificación de los crímenes de violencia contra la mujer, como en
los procedimientos judiciales y de la autoridad policíaca. Ella tipifica la
violencia doméstica como una de las formas de violación de los derechos
humanos. Altera el Código Penal y posibilita que se arresten a los agreso-
res en flagrante, o que tengan su detención provisional decretada, cuando
amenacen la integridad física de la mujer. Prevé, incluso, inéditas medidas
de protección para la mujer que corre el riesgo de fallecimiento, como el
alejamiento del agresor del hogar y la prohibición de su acercamiento físico
junto a la mujer agredida y a sus hijos.

*Maria da Penha protagonizó un caso simbólico de violencia doméstica y familiar contra la mujer. En 1983, por
dos veces, su marido intentó asesinarla. En la primera vez, por arma de fuego y en la segunda por electrocución
y ahogamiento. Los intentos de homicidio resultaron en lesiones irreversibles a su salud, como paraplejia y
otras secuelas. Maria da Penha ha transformado el dolor en lucha, la tragedia en solidaridad. A su lucha y a de
muchas otras debemos los avances que hemos podido obtener en estos últimos veinte años.

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

El nuevo texto legal ha sido el resultado de un largo proceso de discusi-


ón a partir de propuesta elaborada por un consorcio de ONG (ADVOCACY,
AGENDE, CEPIA, CFEMEA, CLADEM/IPÊ y THEMIS). Esta propuesta ha
sido discutida y ha sido reformulada por un grupo de trabajo interministe-
rial, coordinado por la Secretaría Especial de Políticas para las Mujeres, y
enviada por el gobierno federal al Congreso Nacional.
A través de la relatoría del proyecto de Ley se realizaron audiencias pú-
blicas en asamblea legislativa de las cinco regiones del país, a lo largo de
2005, que contaron con intensa participación de entidades de la sociedad
civil y resultaron en un sustitutivo acordado entre la relatoría, el consorcio
de ONG y el ejecutivo federal que acabaría aprobado por unanimidad en
el Congreso Nacional y sancionado por la Presidencia de la República.
Vigente desde el 22 de septiembre de 2006, la Ley Maria da Penha
cumple, por fin, la Convención para Prevenir, Punir, y Eliminar la Violencia
contra la Mujer, de OEA (Convención de Belém de Pará), ratificada por el
Estado brasileño hace 11 años, así como la Convención para la Eliminación
de Todas las Formas de Discriminación contra la Mujer (CEDAW), de ONU.
“Todas las mujeres tienen el derecho a una vida libre de violencia”. Este
es nuestro deseo y debe ser nuestro compromiso.

Nilcéa Freire
Ministra de la Secretaría Especial de Políticas para las Mujeres

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l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

It’s the law! It’s for real!

On August 7, 2006, the President of Brazil sanctioned Law no.


11.340/06 - the Maria da Penha Law*. We've made this publication
available to you in order to impart information regarding the Law so that
every Brazilian can, in the exercise of their rights as citizens, ensure its
full application.
Women have fought over the years to obtain this legal instrument and
for the Brazilian government to recognize domestic and family violence
against women.
"Those who loves do not kill", "Let's get involved in arguments between
husbands and wives", "A real man does not hit a woman", "Every woman
has the right to a life free from violence", "Your life begins when the violen-
ce ends", "Where there is violence, everybody loses." There were a lot of
slogans used in the campaigns that brought what had always been solved
within the four walls of the home onto the public stage.
How many women have carried the stigma of being victims of violence
over the years? How many times have they been silenced? How much violen-
ce has not been justified in court because of "the defense of male honour"?
The Maria da Penha Law established many changes, both in classifying
crimes involv-ing violence against women as well as in judicial and police
procedures. It defines do-mestic violence as a form of violating human
rights. It changes the Penal Code and makes it possible for perpetrators to
be arrested in in the act of committing the crime, or to have them arrested
as a preventive measure when they threaten a woman's physical integrity.
It also provides for unprecedented protective measures for women whose
lives are being threatened, such as removing the abuser from the home
and prohibit-ing him from physical contact with the battered victim and
her children.
The new legal text resulted from a lengthy discussion process based on
a proposal prepared by a group of NGOs (ADVOCACY, AGENDE, CEPIA,

Maria da Penha was the prominent figure in a symbolic case of domestic and family violence against women.
On two separate occasions in 1983, her husband attempted to murder her. The first time came from a gun and
the second by electrocution and drowning. The murder attempts resulted in permanent injuries to her health,
and she now suffers from paraplegia and other ailments. Maria da Penha transformed her pain into struggle,
and her trage-dy into solidarity. We owe the progress that we have been able to achieve over the past twenty
years to her very efforts and those of many others.

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l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

CFEMEA, CLADEM/ IPÊ and THEMIS). This proposal was discussed and
reformulated by an inter-ministerial working group that was coordinated
by the Special Secretariat for Women's Policies, and sent to the National
Congress by the federal government.
During the drafting stage of the bill in 2005, public hearings were held
in legislative assemblies in the five regions of the country, with intense
participation by civil society organizations. It resulted in a document that
was agreed upon the drafters of the bill, the group of NGOs and the fede-
ral executive, and ended up being unanimously ap-proved in the National
Congress and sanctioned by the Presidency of the Republic.
In effect since September 22, 2006, the Maria da Penha Law definitively
assures com-pliance with the OAS Convention to Prevent, Punish, and Era-
dicate Violence against Women (the Convention of Belém of Pará), ratified
by the Brazilian Government 11 years ago, as well as the UN Convention
on the Elimination of All Forms of Discrimina-tion against Women (CEDAW).
“All women have the right to a violence-free life”. This is our wish and
must become our commitment.

NILCÉA FREIRE
Minister of the Special Secretariat of Policies for Women

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Mecanismos da Nova Lei

Inovações da Lei
l Tipifica e define a violência doméstica e familiar contra a mulher.
l Estabelece as formas da violência doméstica contra a mulher como
física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
l Determina que a violência doméstica contra a mulher independe de
sua orientação sexual.
l Determina que a mulher somente poderá renunciar à denúncia pe-
rante o juiz.
l Ficam proibidas as penas pecuniárias (pagamento de multas ou
cestas básicas).
l É vedada a entrega da intimação pela mulher ao agressor.
l A mulher vítima de violência doméstica será notificada dos atos pro-
cessuais, em especial quando do ingresso e saída da prisão do agressor.
l A mulher deverá estar acompanhada de advogado(a) ou defensor(a)
em todos os atos processuais.
l Retira dos juizados especiais criminais (lei 9.099/95) a competência
para julgar os crimes de violência doméstica contra a mulher.
l ltera o código de processo penal para possibilitar ao juiz a decretação
da prisão preventiva quando houver riscos à integridade física ou psicoló-
gica da mulher.
l Altera a lei de execuções penais para permitir o juiz que determine
o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e
reeducação.
l Determina a criação de juizados especiais de violência doméstica e
familiar contra a mulher com competência cível e criminal para abranger
as questões de família decorrentes da violência contra a mulher.
l Caso a violência doméstica seja cometida contra mulher com defici-
ência, a pena será aumentada em 1/3.

CONTRATUH Cidadã | 17 |
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Autoridade Policial
l Prevê um capítulo específico para o atendimento pela autoridade
policial para os casos de violência doméstica contra a mulher.
l Permite a autoridade policial prender o agressor em flagrante sempre
que houver qualquer das formas de violência doméstica contra a mulher.
l Registra o boletim de ocorrência e instaura o inquérito policial (com-
posto pelos depoimentos da vítima, do agressor, das testemunhas e de
provas documentais e periciais).
l Remete o inquérito policial ao Ministério Público.
l Pode requerer ao juiz, em 48h, que sejam concedidas diversas medidas
protetivas de urgência para a mulher em situação de violência.
l Solicita ao juiz a decretação da prisão preventiva com base na nova
lei que altera o código de processo penal.

Processo Judicial
l O juiz poderá conceder, no prazo de 48h, medidas protetivas de ur-
gência (suspensão do porte de armas do agressor, afastamento do agressor
do lar, distanciamento da vítima, dentre outras), dependendo da situação.
l O juiz do juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher
terá competência para apreciar o crime e os casos que envolverem questões
de família (pensão, separação, guarda de filhos etc.).
l O Ministério Público apresentará denúncia ao juiz e poderá propor
penas de 3 meses a 3 anos de detenção, cabendo ao juiz a decisão e a
sentença final.

| 18 | CONTRATUH Cidadã
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Mecanismos de la Nueva Ley

Innovaciones de la Ley
l Tipifica y define la violencia doméstica y familiar contra la mujer.
l Establece las formas de la violencia doméstica contra la mujer como
física, psicológica, sexual, patrimonial y moral.
l Determina que la violencia doméstica contra la mujer independe de
su orientación sexual.
l Determina que la mujer solo podrá renunciar a la denuncia ante el
magistrado.
l Están prohibidas las sanciones pecuniarias (pago de multas o canastas
básicas)
l Está prohibida la entrega de citación por la mujer al agresor.
l La mujer víctima de violencia doméstica será notificada de los actos
procesales, en especial cuando haya el ingreso y salida de la cárcel del
agresor.
l La mujer deberá estar acompañada de abogado(a) o defensor(a) en
todos los actos procesales.
l Quita de los juzgados especiales criminales (Ley 9.099/95) la com-
petencia para juzgar los crímenes de violencia doméstica contra la mujer.
l Altera el código de proceso penal para posibilitar al magistrado de-
cretar la detención provisional cuando haya riesgo a la integridad física o
psicológica de la mujer.
l Altera la Ley de ejecuciones penales para permitir que el magistrado
determine la presencia obligatoria del agresor a programas de recuperación
y reeducación.
l Determina la creación de juzgados de violencia doméstica y familiar
contra la mujer con competencia civil y criminal para abarcar las cuestio-
nes de familia resultantes de la violencia contra la mujer. Caso se cometa
la violencia doméstica contra mujer con discapacidad, se aumentará la
pena en 1/3.

CONTRATUH Ciudadana | 19 |
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Autoridad Policial
l Prevé un capítulo específico para la atención por la autoridad policial
para los casos de violencia doméstica contra la mujer.
l Permite que la autoridad policial arreste el agresor en flagrante siempre
que haya cualquier una de las formas de violencia doméstica contra la mujer.
l Registra la querella e instaura la investigación policial (compuesta por
las declaraciones de la víctima, del agresor, de los testigos y de pruebas
documentales y periciales).
l Remite la investigación policial al Ministerio Público.
lPuede requerir al magistrado, en 48 horas, que se concedan diversas
medidas de protección de urgencia para la mujer en situación de violencia.
l Solicita al magistrado la declaración de la detención provisional con
base en la nueva Ley que altera el código de proceso penal.

Proceso Judicial
l El magistrado podrá conceder, en el plazo de 48 horas, medidas de
protección de urgencia (suspensión de la licencia de armas del agresor,
alejamiento del agresor del hogar, alejamiento de la víctima, entre otras),
a depender de la situación.
l El magistrado del juzgado de violencia doméstica y familiar contra la
mujer tendrá competencia para apreciar el crimen y los casos que involu-
cran cuestiones de familia (derecho de alimento, separación, custodia de
los hijos etcétera).
l El Ministerio Público presentará denuncia al magistrado y podrá
proponer pena de 3 meses a 3 años de detención, correspondiendo al
magistrado la decisión y la sentencia final.

| 20 | CONTRATUH Ciudadana
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

Mechanisms of the New Law

Innovations of the Law


l Typifies and defines domestic and family violence against women.
l Establishes types of domestic violence against women as physical,
psychological, sexual, patrimonial and moral.
l Determines that domestic violence against women is independent
from their sexual orientation.
l Determines that a woman can only waive a complaint in front of a
judge.
l Monetary penalties become prohibited (payment of fines or basic
food baskets).
l Delivery of a subpoena by the woman to the perpetrator is forbidden.
l A woman who falls victim to domestic violence will be notified of the
procedural acts, particularly when the aggressor either enters or leaves
prison.
l The woman must be accompanied by a lawyer or public defender in
all procedural acts.
l It removes the jurisdiction of special criminal courts in judging crimes
of domestic vio-lence against women (Law 9.099/95).
l Amends the criminal procedure code to allow a judge to issue a cus-
tody order when there are risks to the physical or psychological well-being
of the woman.
l Alters the criminal enforcement law to allow a judge to determine
a perpetrator's man-datory attendance in rehabilitation and re-education
programs.
l Determines the creation of special courts for domestic and family
violence against women with civil and criminal jurisdiction to cover family
issues related to violence against women.
l If domestic violence is committed against special needs women, the
penalty will be in-creased by a third.

CONTRATUH Citizen | 21 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

Police Authority
l Prescribes a specific chapter for police authorities in dealing with
cases of domestic violence against women.
l Allows police authorities to arrest an offender caught in the act whe-
never there is any form of domestic violence against a woman.
l Registers a police report and establishes a police investigation (made
up of testimonies by the victim, the aggressor, witnesses, and documentary
and investigative evidence).
l Submits the police inquiry to the Public Prosecutor's Office.
l May request that the judge can grant various urgent protective measu-
res, within 48 hours, for women who find themselves in violent situations.
l Calls on the judge to determine preventive custody based on the new
law that amends the code of criminal procedure.

Judicial Process
l Within 48 hours, a judge may grant urgent protective measures (sus-
pension of the perpetrator's license to carry arms, removal of the aggressor
from the home, keeping the victim at a distance, among others) depending
on the situation.
l The judge for the domestic and family violence against women court
will have jurisdic-tion to assess the crime and cases involving family matters
(alimony, separation, cus-tody of children, etc.).
l The Public Prosecutor's Office will file charges with the judge and may
propose sen-tences from 3 months to 3 years of imprisonment, and the
judge will make the final de-cision and sentence.

| 22 | CONTRATUH Citizen
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher

A Central de Atendimento à Mulher é um serviço do governo federal que


auxilia e orienta as mulheres vítimas de violência através do número de
utilidade pública 11188000. As ligações podem ser feitas gratuitamente
de qualquer parte do território nacional.
O Ligue 180 foi criado pela Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres em 2005 e conta com 80 atendentes que cobrem o período de
24 horas diárias, inclusive nos feriados e finais de semana - ocasiões em
que o número de ocorrências de violência contra a mulher aumenta.
As atendentes da Central são capacitadas em questões de gênero, le-
gislação, políticas governamentais para as mulheres e são orientadas para
prestar informações sobre os serviçoes disponíveis no país para o enfren-
tamento à violência contra a mulher e, principalmente, para o recebimento
de denúncias e o acolhimento das mulheres em situação de violência.
Conhecendo seus direitos legais e obtendo informações sobre os locais
onde podem ser atendidas, as mulheres têm uma possibilidade real de
romperem com o ciclo de violência a que estão submetidas. Uma ligação
pode ser o diferencial na vida de uma mulher.

“Sua vida recomeça quando a violência termina”

CONTRATUH Cidadã | 23 |
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Llame al 180 – Centro de Atención a la Mujer

El Centro de Atención a la Mujer es un servicio del gobierno federal que


auxilia y orienta a las mujeres víctimas de violencia a través del número
de utilidad pública, el 180. Se puede hacer las llamadas de forma gratuita
de cualquier parte del territorio nacional.
El Llame al 180 fue creado por la secretaría Especial de Políticas para
las Mujeres en 2005 y cuenta con 80 asistentes que cubren el período de
24 horas al día, incluso en los días festivos y los fines de semana – ocasio-
nes en las que el número de casos de violencia contra la mujer aumenta.
Las asistentes de la Central son habilitadas de cuestiones de género,
legislación, políticas gubernamentales para las mujeres y son orientadas
para rendir informaciones sobre los servicios disponibles en el país para el
enfrentamiento a la violencia contra la mujer y, principalmente, para el reci-
bimiento de denuncias y la acogida de las mujeres en situación de violencia.
Al conocer sus derechos legales y obtener informaciones sobre los si-
tios donde pueden ser atendidas, las mujeres tienen una posibilidad real
de romper con el ciclo de violencia el cual están sometidas. Una llamada
puede ser el diferencial en la vida de una mujer.

“Su vida vuelve a empezar cuando se termina la violencia”

| 24 | CONTRATUH Ciudadana
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

Dial 180 - The Women’s Call Center

The Women's Call Center is a service that is provided by the federal


government for assisting and guiding women who have become victims of
violence through dialling 180, a public hotline. Calls can be made toll free
from any part of the national territory.
The 180 hotline was created by the Special Secretariat of Policies for
women in 2005 and includes 80 attendants on-call 24 hours a day, inclu-
ding holidays and weekends - when an increase is seen in the occurrence
of violence against women.
The Call Center's attendants are trained in gender issues, legal legis-
lation, and gov-ernment policies for women and are instructed to provide
information about the ser-vices available within Brazil to combat violence
against women and, particularly, for receiving complaints and assisting
women in violent situations.
Being aware of their legal rights and receiving information on the places
where they can get assistance, women have a real possibility of snapping
the cycle of violence they are subjected to. A call can make all the difference
in a woman's life.

“Your life resumes when the violence ends”

CONTRATUH Citizen | 25 |
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Íntegra da Lei

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL


SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a


mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Con-
venção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação con- tra
as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Vio-
lên- cia Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo
Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência


doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros trata-
dos internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe
sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em
situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orien-


tação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo- lhe asseguradas
as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício


efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à edu-
cação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao

| 26 | CONTRATUH Cidadã
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência


familiar e comunitária.

§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos


humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares
no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições


necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a


que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres
em situação de violência doméstica e familiar.

TÍTULO II

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e fami-


liar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral
ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive
as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços
naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva
ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo indepen-
dem de orientação sexual.

CONTRATUH Cidadã | 27 |
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma


das formas de violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher,


entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe
cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique
e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, cons-
trangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,
perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a
constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não
desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação,
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos,
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos
ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas neces-
sidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.

| 28 | CONTRATUH Cidadã
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

TÍTULO III

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CAPÍTULO I

DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e fami-


liar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações
não-governamentais, tendo por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público
e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência
social, saúde, educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às
causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar
contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados na-
cionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e
sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados
que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo
com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no
inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulhe-
res, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher; V - a promoção e
a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e
familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e
a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das
mulheres; VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros
instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre
estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a implementação de
programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda
Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos
órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e
de raça ou etnia;

CONTRATUH Cidadã | 29 |
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores


éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva
de gênero e de raça ou etnia;
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino,
para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero
e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra
a mulher.

CAPÍTULO II

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e


familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as
diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único
de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas
e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situa-


ção de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais
do governo federal, estadual e municipal.

§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e


familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses.

§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e


familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvol-
vimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de
emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e
da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos
médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

| 30 | CONTRATUH Cidadã
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

CAPÍTULO III

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica


e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento
da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descum-


primento de medida protetiva de urgência deferida.

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica


e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de ime-
diato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo
ou local seguro, quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar; V - informar
à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a


mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar,
de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos
no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a represen-
tação a termo, se apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato
e de suas circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado
ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas
de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida
e requisitar outros exames periciais necessários;

CONTRATUH Cidadã | 31 |
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

V - ouvir o agressor e as testemunhas;


VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua
folha de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de
prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao
Ministério Público.

§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial


e deverá conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor; II - nome e idade dos de-
pendentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela
ofendida.

§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no

§ 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis


em posse da ofendida.

§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários


médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.

TÍTULO IV

DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e


criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a
mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo
Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso
que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser


criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados,
para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário


noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis


regidos por esta Lei, o Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; III - do domicílio
do agressor.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da


ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade,
antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e


familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento
isolado de multa.

CAPÍTULO II

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I - Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao


juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas
protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência
judiciária, quando for o caso;

CONTRATUH Cidadã | 33 |
l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências


cabíveis.

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas


pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de


imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação
do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou


cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras
de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados.

§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da


ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas
já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus
familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal,


caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autori-
dade policial.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso


do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de
novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos
ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,
sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.

Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notifi-


cação ao agressor.

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Seção II - Das Medidas Protetivas


de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra


a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao
agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas
de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação
ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro
de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas,
fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida
a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; V - prestação
de alimentos provisionais ou provisórios.

§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de


outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida
ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada
ao Ministério Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas


condições mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de
22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação
ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará
a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor res-
ponsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer
nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência,


poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o


disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras


medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou
comunitário de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao
respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos
direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal


ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar,
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de
compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa au-
torização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas
e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os


fins previstos nos incisos II e III deste artigo.

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

CAPÍTULO III

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas
cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a
mulher.

Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribui-


ções, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando
necessário:
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação,
de assistência social e de segurança, entre outros;
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendi-
mento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar,
de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante
a quaisquer irregularidades constatadas;
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IV

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em


situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de
advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.

Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica


e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência
Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante
atendimento específico e humanizado.

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

TÍTULO V

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher


que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento
multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.

Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre ou-


tras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer
subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública,
mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de
orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para
a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças
e aos adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofun-


dada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissional especializado,
mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,


poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de aten-
dimento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

TÍTULO VI DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica


e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências
cível e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões
do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.

Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas


criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

TÍTULO VII DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar


contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias
necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão


criar e promover, no limite das respectivas competências:
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e
respectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores
em situação de violência doméstica e familiar;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e
centros de perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher
em situação de violência doméstica e familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica
e familiar;
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pro-


moverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e
aos princípios desta Lei.

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos


nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público
e por associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo
menos um ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado


pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade
adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a


mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema
de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e
informações relativo às mulheres.

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do


Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base
de dados do Ministério da Justiça.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no


limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes
orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas,
em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas estabe-
lecidas nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decor-
rentes dos princípios por ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar


contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei
no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941


(Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:

“Art. 313. ....................................................


IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos da lei específica, para garantir a execução das medidas prote-
tivas de urgência.” (NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei no 2.848, de


7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte
redação:

“Art. 61. ......................................................


II - ................................................................
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo- se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica;
............................................................. “ (NR)

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l Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de


1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art.
129. ....................................................

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,


cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou,
ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação
ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
.....................................................................
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de


Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 152. ....................................................

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o


juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a pro-
gramas de recuperação e reeducação.” (NR)

Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua
publicação.

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º


da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Dilma Rousseff

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Íntegra de la Ley

Presidencia de la República
Casa Civil
Subdirección para Asunto Jurídicos

Crea mecanismos para cohibir la violencia doméstica y familiar contra


la mujer, según lo previsto en el § 8° del Artículo 226 de la Constitución
Federal, de la Convención sobre la Eliminación de Todas las Formas de
Discriminación contra las Mujeres y de Convención Interamericana para
Prevenir, Punir y Eliminar la Violencia contra la Mujer; altera el Código de
Proceso Penal, el Código Penal y la Ley de Ejecución Penal; y da otras
providencias.
Yo, el Presidente de la República, les doy conocimiento de que el Con-
greso Nacional decreta y yo sanciono la Ley a continuación:

TÍTULO 1

DISPOSICIONES PRELIMINARES

Artículo 1° Esta Ley crea mecanismos para cohibir y prevenir la violencia


doméstica y familiar contra la mujer, según lo establecido en el § 8° del
Artículo 226 de la Constitución Federal, de la Convención sobre la Elimi-
nación de Todas las Formas de Violencia contra la Mujer, de la Convención
Interamericana para Prevenir, Punir y Eliminar la Violencia contra la mujer
y de otros tratados internacionales ratificados por la República Federativa
de Brasil; dispone sobre la creación de los Juzgado de Violencia Doméstica
y Familiar contra la Mujer; y establece medidas de asistencia y protección
a las mujeres en situación de violencia doméstica y familiar.

Artículo 2° Todas las mujeres, independientemente de clase, raza, etnia,


orientación sexual, renta, cultura, nivel educacional, edad y religión tiene
los mismos derechos fundamentales a la persona humana, siéndoles ga-
rantizadas las oportunidades y facilidades para vivir sin violencia, preservar
su salud física y mental y su perfeccionamiento moral, intelectual y social.

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Artículo 3° Se garantizarán a las mujeres las condiciones para el ejercicio


efectivo de los derechos a la vida, a la seguridad, a la salud, a la alimen-
tación, a la educación, a la cultura, a la vivienda, al acceso a la justicia,
al deporte, al ocio, al trabajo, a la ciudadanía, a la dignidad, al respeto y
a la convivencia familiar y comunitaria.

§ 1° El poder público desarrollará políticas que tengan el objetivo de


garantizar los derechos humanos de las mujeres en el ámbito de las rela-
ciones domésticas y familiares con el fin de protegerlas de toda forma de
negligencia, discriminación, explotación, violencia, crueldad y opresión.

§ 2° Es de responsabilidad de la familia, de la sociedad y del poder


público crear las condiciones necesarias para el efectivo ejercicio de los
derechos enunciados en el caput.

Artículo 4° En la interpretación de esta Ley, se considerarán los fines


sociales a que ella se destina y, especialmente, las condiciones peculiares
de las mujeres en situación de violencia doméstica y familiar.

TÍTULO II

DE LA VIOLENCIA DOMÉSTICA Y
FAMILIAR CONTRA LA MUJER

CAPÍTULO I

DISPOSICIONES GENERALES

Artículo 5° Para los efectos de esta Ley, configura violencia doméstica


y familiar contra la mujer cualquier acción u omisión basada en el género
que le cause a ella la muerte, lesión, sufrimiento físico, sexual o psicológico
y daño moral o patrimonial:
I – en el ámbito de la unidad doméstica, comprendida como el espacio
de convivo permanente de personas, con o sin vínculo familiar, incluso las
esporádicamente agregadas;

CONTRATUH Ciudadana | 43 |
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

II – en el ámbito de la familia, comprendida como la comunidad formada


por individuos que son o que se consideran parientes, unidos por lazos
naturales, por afinidad o por voluntad expresada;
III – en cualquier relación íntima de afecto, en la cual el agresor conviva
o tenga contacto con la insultada independientemente de cohabitación.
Párrafo único. Las relaciones personales enunciadas en este Artículo no
dependen de orientación sexual.

Artículo 6° La violencia doméstica y familiar contra la mujer constituye


una de las formas de violencia de los derechos humanos.

CAPÍTULO II

DE LAS FORMAS DE VIOLENCIA


DOMÉSTICA Y FAMILIAR

EN CONTRA LA MUJER

Artículo 7° Son formas de violencia doméstica y familiar contra la mujer,


entre otras:
I – la violencia física, comprendida como cualquier conducta que ofende
su integridad o salud corporal;
II – la violencia psicológica, comprendida como cualquier conducta que
le causa a ella daño emocional y le baja la autoestima o que le perjudique
y perturbe el completo desarrollo o que tenga por objetivo degradar o
controlar sus acciones, comportamientos, credos y decisiones, por medio
de amenazas, constreñimiento, humillación, manipulación, aislamiento,
vigilancia constante, persecución contumaz, insulto, chantaje, ridiculización,
explotación y limitación del derecho de ir y venir o cualquier otro medio que
le cause perjuicio a la salud psicológica y a la autodeterminación;
III – la violencia sexual, comprendida como cualquier conducta que la
sujete a presenciar, a mantener o a participar de relación sexual no desea-
da, por medio de intimidación, amenaza, coacción o uso de la fuerza, que
la induzca a comercializar o a utilizar, de cualquier modo, su sexualidad,
que la impida de usar cualquier método contraceptivo o que la obligue al
matrimonio, al embarazo, al aborto o la prostitución, por medio de coacción,

| 44 | CONTRATUH Ciudadana
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

chantaje, soborno o manipulación; o que limite o anule el ejercicio de sus


derechos sexuales y reproductivos;
IV – la violencia patrimonial, comprendida como cualquier conducta que
configure retención, sustracción, destrucción parcial o total de sus objetos,
instrumentos de trabajo, documentos personales, bienes, valores y derechos o
recursos económicos, incluyendo los destinados a satisfacer sus necesidades;
V – la violencia moral, comprendida como cualquier conducta que
configuro calumnia, difamación o injuria.

TÍTULO III

DE LA ASISTENCIA A LA MUJER
EN SITUACIÓN DE VIOLENCIA
DOMÉSTICA Y FAMILIAR

CAPÍTULO I
DE LAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENCIÓN

Artículo 8° Se hará la política pública que tiene por objetivo cohibir la


violencia doméstica y familiar contra la mujer por medio de un conjunto
articulado de acciones de la Unión, de los Estados, del Distrito Federal y de
los Municipios y de acciones no gubernamentales, teniendo por directrices:
I – la integración operacional del Poder Judiciario, del Ministerio Públi-
co y de Defensoría Pública con las áreas de seguridad pública, asistencia
social, salud, educación, trabajo y habitación;
II – la realización de estudios e investigaciones, estadísticas y otras
informaciones relevantes, con la perspectiva de género y de raza o etnia,
en cuanto a las causas, a las consecuencias y a la frecuencia de la violen-
cia doméstica y familiar contra la mujer, para la sistematización de datos,
que deberán ser unificados nacionalmente, y la evaluación periódica de los
resultados de las medidas adoptadas;
III – el respeto, en los medios de comunicación social, de los valores
éticos y sociales de la persona y de la familia, de forma a cohibir los papeles
estereotipados que legitimen o exacerben la violencia doméstica y familiar,
de acuerdo con lo establecido en el inciso III del Artículo 1°, en el inciso IV
del Artículo 3° y en el inciso IV del Artículo 221 de la Constitución Federal;

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

IV – la implementación de atención policial especializada para las


mujeres, en particular en las Comisarías de Policía de Atención a la Mujer;
V – la promoción y la realización de campañas educativas de preven-
ción de la violencia doméstica y familiar contra la mujer, direccionada al
público escolar y a la sociedad en general, y la difusión de esta Ley y de
los instrumentos de protección a los derechos humanos de las mujeres;
VI – la realización de convenios, protocolos, ajustes, términos u otros
instrumentos de promoción de alianzas entre órganos gubernamentales o
entre éstos y entidades no gubernamentales, teniendo el objetivo de im-
plementar programas de erradicación de la violencia doméstica y familiar
contra la mujer;
VII – la capacitación continuada de las Policías Civil y Militar, de la
Guardia Municipal, del Cuerpo de Bomberos y de los profesionales que
pertenecen a los órganos y a las áreas enunciadas en el inciso I cuanto a
la cuestión de género y de raza o etnia;
VIII – la promoción de programas educacionales que diseminen valores
éticos de irrestricto respeto a la dignidad de la persona humana con la
perspectiva de género y de raza o etnia;
IX – el destaque, en los currículos escolares de todos los niveles de
enseñanza, para los contenidos relativos a los derechos humanos, a la
equidad de género y de raza o etnia y al programa de la violencia doméstica
y familiar contra la mujer.

CAPÍTULO II

DE LAS ASISTENCIA A LA MUJER EN SITUACIÓN DE


VIOLENCIA DOMÉSTICA Y FAMILIAR

Artículo 9° La asistencia a la mujer en situación de violencia do-


méstica y familiar se prestará de forma articulada de acuerdo con los
principios y las directrices previstos en la Ley Orgánica de la Asistencia
Social, en el Sistema Único de Salud, en el Sistema de Seguridad Pú-
blica, entre otras normas y políticas públicas de protección, y de forma
urgente cuando sea el caso.

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

§ 1° El magistrado determinará, por plazo cierto, la inclusión de la mujer


en situación de violencia doméstica y familiar en el registro de programas
asistenciales del gobierno federal, estatal y municipal.
§ 2° El magistrado garantizará a la mujer en situación de violencia do-
méstica y familiar, para preservar su integridad física y psicológica:
I – acceso prioritario a la remoción cuando servidora estatal, integrantes
de la administración directa o indirecta;
II – manutención del vínculo laboral, cuando necesario el alejamiento
del local de trabajo, por hasta seis meses.
§ 3° La asistencia a la mujer en situación de violencia doméstica y
familiar comprenderá el acceso a los beneficios derivados del desarrollo
científico y tecnológico, incluyendo los servicios de contracepción de
urgencia, la profilaxis de las Enfermedades Venéreas y del Síndrome de
la Inmunodeficiencia Adquirida (SIDA) y otros procedimientos médicos
necesarios y apropiados en los casos de violencia sexual.

CAPÍTULO III

DE LA ATENCIÓN POR LA AUTORIDAD POLICIAL

Artículo 10 En la hipótesis de la inminencia o de la práctica de violen-


cia doméstica y familiar contra la mujer, la autoridad policial que tenga
conocimiento del hecho adoptará, de inmediato, las providencias legales
correspondientes.
Párrafo único. Se aplica lo dispuesto en el caput párrafo principal de este
Artículo al no cumplimiento de medida de protección de urgencia deferida.

Artículo 11. En la atención a la mujer en situación de violencia doméstica


y familiar, la autoridad policial deberá, entre otras providencias:
I – garantizar protección policial, cuando necesario, comunicando de
inmediato al Ministerio Público y al Poder Judiciario;
II – enviar la ofendida al hospital o al centro de salud y al Instituto
Médico Legal;

CONTRATUH Ciudadana | 47 |
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

III – suministrar transporte para la ofendida y a sus dependientes para


abrigo o local seguro, cuando haya riesgo de fallecimiento;
IV – si necesario, acompañar la ofendida para garantizar la retirada de
sus pertenencias del local de la ocurrencia o del domicilio familiar;
V – informar a la ofendida los derechos a ella conferidos en esta Ley y
los servicios disponibles.

Artículo 12. En todos los casos de violencia doméstica y familiar con-


tra la mujer, hecho el registro de ocurrencia, deberá la autoridad policial
adoptar, de inmediato, los procedimientos a continuación, sin perjuicio de
aquellos previstos en el Código de Proceso Penal:
I – oír a la ofendida, labrar la querella y tomar la representación por
escrito, si presentada;
II – recolectar todas las pruebas que sirvan para la aclaración del hecho
y de sus circunstancias;
III – remitir, en el plazo de 48 (cuarenta y ocho) horas, expediente
apartado al magistrado con el pedido de la ofendida, para la concesión de
medidas de protección de urgencia;
IV – determinar que se proceda al examen de cuerpo de delito de la
ofendida y solicitar otros exámenes periciales necesarios;
V – oír al agresor e a los testigos;
VI – ordenar la identificación del agresor y adjuntar a los autos su hoja
de antecedentes criminales, indicando la existencia de mandado de prisión
o registro de otras ocurrencias policiales contra él;
VII – remitir, en el plazo legal, los autos de la investigación policial al
magistrado y al Ministerio Público.
§ 1° El pedido de la ofendida será puesto en escrito por la autoridad
policial y deberá contener:
I – cualificación de la ofendida y del agresor;
II – nombre y edad de los dependientes;
III – descripción sucinta del hecho y de las medidas de protección
solicitadas por la ofendida.

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

§ 2° La autoridad policial deberá adjuntar al documento referido en el §


1° la querella y fotocopia de todos los documentos disponibles que tenga
la ofendida.

§ 3° Se admitirán como medios de prueba los informes o históricos


médicos suministrados por hospitales y centros de salud.

TÍTULO IV

DE LOS PROCEDIMIENTOS

CAPÍTULO I

DISPOSICIONES GENERALES

Artículo 13. Al proceso, al juicio y a la ejecución de las causas civiles y


criminales derivados de la práctica de violencia doméstica y familiar contra
la mujer se aplicarán normas de los Códigos de Proceso Penal y Proceso
Civil y de la legislación específica relativa al niño, al adolescente y al mayor
que no entren en conflicto con lo establecido en esta Ley.

Artículo 14. Los Juzgados de Violencia Doméstica y Familiar contra la


Mujer, órganos de la Justicia Ordinaria con competencia civil y criminal,
podrán ser creados por la Unión, en el Distrito Federal y en los Territorios,
y por los Estados, para el proceso, el juicio y la ejecución de las causas
derivadas de la práctica de violencia doméstica y familiar contra la mujer.
Párrafo único. Los actos procesales podrán realizarse en horario noctur-
no, de acuerdo con lo que dispongan las normas de organización judiciaria.

Artículo 15. Es competente, por opción de la ofendida, para los procesos


civiles regidos por esta Ley, el Juzgado:
I – de su domicilio o de su residencia;
II – del sitio del hecho en el que se basó la demanda;
III – del domicilio del agresor.

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Artículo 16. En las acciones penales públicas condicionadas a la


representación de la ofendida de que trata esta Ley, solo será admita la
renuncia a la representación ante al magistrado, en audiencia especialmente
designada con tal finalidad, antes del recibimiento de la denuncia y oído
el Ministerio Público.

Artículo 17. Está prohibida la aplicación, en los casos de violencia do-


méstica y familiar contra la mujer, de condenas de canasta básica u otras
de prestación pecuniaria, así como la sustitución de condena que implique
el pago aislado de multa.

CAPÍTULO II

DE LAS MEDIDAS DE PROTECCIÓN DE URGENCIA

Sección 1
Disposiciones Generales

Artículo 18. Recibido el expediente con el pedido de la ofendida, cor-


responderá al magistrado, en el plazo de 48 (cuarenta y ocho) horas:
I – conocer del expediente y del pedido y decidir sobre las medidas de
protección de urgencia;
II – determinar el envío de la ofendida al órgano de asistencia judiciaria,
cuando sea el caso;
III – comunicar al Ministerio Público para que adopte las providencias
correspondientes.

Artículo 19. Las medidas de protección de urgencias podrán ser conce-


didas por el magistrado, a requerimiento del Ministerio Público o a pedido
de la ofendida.
§ 1° Las medidas de protección de urgencia podrán ser concedidas de
inmediato, independientemente de audiencia de las partes y de manifes-
tación del Ministerio Público, debiendo éste ser rápidamente comunicado.

| 50 | CONTRATUH Ciudadana
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

§ 2° Las medidas de protección de urgencia podrán ser aplicadas aisla-


damente o cumulativamente, y podrán ser sustituidas a cualquier tiempo
por otras de mayor eficacia, siempre que los derechos reconocidos en esta
Ley sean amenazados o violados.

§ 3° Podrán el magistrado, mediante solicitud del Ministerio Públi-


co o a pedido de la ofendida, conceder nuevas medidas de protección
de urgencia o revisar aquellas ya concedidas, si juzgue necesario a la
protección de la ofendida, de sus familiares y de su patrimonio, oído
el Ministerio Público.

Artículo 20. En cualquier etapa de la investigación policial o de la


instrucción criminal, será posible la detención provisional del agresor, de-
cretada por el magistrado, de oficio, con la solicitud del Ministerio Público
o mediante representación de la autoridad policial.
Párrafo único. El magistrado podrá derogar la detención provisional
si, en el curso del proceso, verifique la falta de motivo para que subsista,
así como de nuevo decretarla, caso sobrevivan razones que la justifiquen.

Artículo 21. La ofendida deberá ser notificada de los actos procesales


relativos al agresor, especialmente de los pertinentes al ingreso y a la salida
de la cárcel, sin perjuicio de la intimación del abogado constituido o del
defensor público.
Párrafo Único. La ofendida no podrá entregar intimación o notificación
al agresor.

Sección II
De las Medidas de Protección
de Urgencia que Obligan al Agresor

Artículo 22. Comprobada la práctica de violencia doméstica y familiar


contra la mujer, de acuerdo con esta Ley, el magistrado podrá aplicar, de
inmediato, al agresor, en conjunto o separadamente, las medidas de pro-
tección de urgencia a continuación, entre otras:

CONTRATUH Ciudadana | 51 |
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

I – suspensión de la propiedad o de la licencia de armas, con comu-


nicación al órgano competente, de acuerdo con la Ley n° 10.826, del 22
de diciembre de 2003;
II – el alejamiento del hogar, domicilio o sitio de convivencia con la
ofendida;
III – prohibición de determinadas conductas, entre las cuales:
a) Acercamiento de la ofendida, de sus familiares y de los testigos,
estableciendo el límite mínimo de distancia entre éstos y el agresor;
b) Contacto con la ofendida, sus familiares y testigos por cualquier
medio de comunicación;
c) Frecuentar determinados sitios con el fin de preservar la integridad
física y psicológica de la ofendida;
IV - restricción o suspensión de visitas a los dependientes menores de
edad, oído el equipo de atención multidisciplinaria o servicio similar;
V- prestación de alimentos provisionales o provisorios.

§ 1° Las medidas las cuales se refieren en este Artículo impiden la apli-


cación de otras previstas en la legislación vigente, siempre que la seguridad
de la ofendida o las circunstancias lo exijan, debiendo la providencia ser
comunicada al Ministerio Público.

§ 2° En la hipótesis de aplicación del inciso I, encontrándose al agresor


en las condiciones mencionadas en el caput e incisos del Artículo 6º de la
Ley n° 10.826, del 22 de diciembre de 2003, el magistrado comunicará al
respectivo órgano, corporación o institución las medidas de protección de
urgencia concedidas y determinará la restricción de la licencia de armas,
estando el superior inmediato del agresor responsable del cumplimento
de la determinación judicial, bajo condena de incurrir en los crímenes de
prevaricación o de desobediencia, de acuerdo con el caso.

§ 3° Para garantizar la efectividad de las medidas de protección de


urgencia, podrá el magistrado solicitar, a cualquier momento, el apoyo de
la fuerza policial.

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l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

§ 4° Se aplica a las hipótesis previstas en este Artículo, en lo que cor-


responda, lo dispuesto en el caput y en los §§ 5° y 6° del Artículo 461 de
la Ley n° 5.869, del 11 de enero de 1973 (Código de Proceso Civil).

Sección III
De las Medidas de Protección
de Urgencias a la Ofendida

Artículo 23. Podrá el magistrado, cuando necesario, sin pérdida de


otras medidas:
I – enviar la ofendida y sus dependientes a programa oficial o comunitario
de protección o de atención;
II – determinar la reconducción de la ofendida y la de sus dependientes
al respectivo domicilio, después del alejamiento del agresor;
III – determinar el alejamiento de la ofendida del hogar, sin perjuicio de
los derechos relativos a bienes, guardia de los hijos y alimentos;
IV – determinar la separación de cuerpos.

Artículo 24. Para la protección patrimonial de los bienes de la sociedad


conyugal o de aquellos de propiedad particular de la mujer, el juez podrá deter-
minar, previamente, por medio de liminares, las siguientes medidas, entre otras:
I - restitución de bienes indebidamente sustraídos por el agresor a la
ofendida;
II - prohibición temporaria para la celebración de actos y contractos de
compra, venta y arriendo de propiedad en común, excepto por manifiesta
autorización judicial;
III – suspensión de las declaraciones de poder otorgadas al agresor por
la ofendida;
IV - prestación de garantía provisoria, mediante depósito judicial, por
pérdidas y daños materiales derivados de la práctica de violencia doméstica
y familiar contra la ofendida.
Párrafo único. Deberá el magistrado oficiar a la notaria competente para
los fines previstos en los incisos II y III de este Artículo.

CONTRATUH Ciudadana | 53 |
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

CAPÍTULO III

DE LA ACTUACIÓN DEL MINISTERIO PÚBLICO

Artículo 25. El Ministerio Público intervendrá, cuando no sea parte,


en las causas civiles y criminales derivadas de la violencia doméstica y
familiar contra la mujer.

Artículo 26. El Ministerio Público se encargará, sin perjuicio de otras


atribuciones, en los casos de violencia doméstica y familiar contra la mujer,
cuando necesario de:
I – solicitar fuerza policial y servicios públicos de salud, de educación,
de asistencia social y de seguridad, entre otros;
II – inspeccionar los establecimientos públicos y privados de atención
a la mujer en situación de violencia doméstica y familiar, y adoptar, de
inmediato, las medidas administrativas o judiciales correspondientes en lo
que se refiere a cualquier irregularidad constatada;
III – registrar los casos de violencia doméstica y familiar contra la mujer.

CAPÍTULO IV

DE LA ASISTENCIA JUDICIARIA

Artículo 27. En todos los actos procesales, civiles y criminales, la mujer


en situación de violencia doméstica y familiar deberá estar acompañada por
abogado, con excepción a los casos previstos en el Artículo 19 de esta Ley.

Artículo 28. Se garantiza a todas las mujeres en situación de violencia


doméstica y familiar el acceso a los servicios de Defensoría Pública o de
Asistencia Judiciaria Gratuita, de acuerdo con la Ley, en oficina sede poli-
cíaca y judicial, por medio de atención específica y humanizada.

| 54 | CONTRATUH Ciudadana
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

TÍTULO V

DEL EQUIPO DE ATENCIÓN MULTIDISCIPLINARIA

Artículo 29. Los Juzgados de Violencia Doméstica y Familiar contra la


Mujer que sean creados podrán contar con un equipo de atención multi-
disciplinaria, a ser integrada por profesionales especializados en las áreas
psicosocial, jurídica y de salud.

Artículo 30. Corresponde al equipo de atención multidisciplinaria, entre


otras atribuciones que le sean planteadas por la legislación local, sumi-
nistrar subvenciones por escrito al magistrado, al Ministerio Público y a la
Defensoría Pública, por medio de informes o verbalmente en audiencia,
y desarrollar trabajos de orientación, envío, prevención y otras medidas,
direccionadas para la ofendida, el agresor y los familiares, con especial
atención a los niños y a los adolescentes.

Artículo 31. Cuando la complejidad del caso exija evaluación más


profundizada, el magistrado podrá determinar la manifestación de profe-
sional especializado, por medio de la indicación del equipo de atención
multidisciplinaria.

Artículo 32. El Poder Judiciario, al elaborar su propuesta presupuestal,


podrá prever recursos para la creación y mantenimiento del equipo de aten-
ción multidisciplinaria, de acuerdo con la Ley de Directrices Presupuestarias.

TÍTULO VI

DISPOSICIONES TRANSITORIAS

Artículo 33. Mientras no estructurados los Juzgados de Violencia Do-


méstica y Familiar contra la Mujer, las jurisdicciones criminales acumularán
las competencias civil y criminal para conocer y juzgar las causas derivadas
de la práctica de violencia doméstica y familiar contra la mujer, observadas
las previsiones del Título IV de esta Ley, subvencionada por la legislación
procesal pertinente.

CONTRATUH Ciudadana | 55 |
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Párrafo único. Se garantizará el derecho de preferencia, en las juris-


dicciones criminales, para el proceso y el juicio de las causas referidas en
el párrafo principal.

TÍTULO VII

DISPOSICIONES FINALES

Artículo 34. La institución de los Juzgados de Violencia Doméstica y


Familiar contra la Mujer podrá estar acompañada por la implementación
de as curadurías necesarias y de los servicios de asistencia judiciaria.

Artículo 35. La Unión, el Distrito Federal, los Estados y los Municipios


podrán crear y promocionar, en el límite de las respectivas competencias:
I – centros de atención integral y multidisciplinar para mujeres y respec-
tivos dependientes en situación de violencia doméstica y familiar;
II – casas-refugios para mujeres y respectivos dependientes menores
en situación de violencia doméstica y familiar;
III – comisarías de policía, núcleos de defensoría pública, servicios de
salud y centros de pericia forenses especializados en la atención a la mujer
en situación de violencia doméstica y familiar;
IV - programas y campañas de enfrentamiento de la violencia doméstica
y familiar;
V – centros de educación y de rehabilitación para los agresores.

Artículo 36. La Unión, los Estados, el Distrito Federal y los Municipios


fomentarán la adaptación de sus órganos y de sus programas a las direc-
trices y a los principios de esta Ley.

Artículo 37. La defensa de los intereses y derechos transindividuales


previstos en esta Ley podrá ejercerse, de forma simultánea, por el Ministerio
Público y por asociados de actuación en el área, regularmente constituida
por al menos un año, de acuerdo con la legislación civil.

| 56 | CONTRATUH Ciudadana
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Párrafo único. El magistrado podrá dispensar el requisito de pre cons-


titución cuando comprenda que hay otra entidad con representatividad
adecuada para el enjuiciamiento de la demanda colectiva.

Artículo 38. Las estadísticas sobre la violencia doméstica y familiar


contra la mujer serán incluidas en las bases de datos de los órganos oficiales
del Sistema de Justicia y Seguridad con el fin de subvencionar el sistema
nacional de datos e informaciones relativo a las mujeres.
Párrafo único. Las Secretarías de Seguridad Pública de los Estados y
del Distrito Federal podrán enviar sus informaciones criminales para la base
de datos del Ministerio de la Justicia.

Artículo 39. La Unión, los Estados, el Distrito Federal y los Municipios,


en el límite de sus competencias y de acuerdo con las respectivas Leyes
de directrices presupuestales, podrán establecer crédito presupuestarios
específicos, en cada ejercicio financiero, para la implementación de las
medidas establecidas en esta Ley.

Artículo 40. Las obligaciones previstas en esta Ley no excluyen otras


derivadas de los principios por ella adoptados.

Artículo 41. A los crímenes practicados con violencia doméstica y


familiar contra la mujer, independientemente de condena prevista, no se
aplica a la Ley n° 9.099, del 26 de septiembre de 1995.

Artículo 42. El Artículo 313 del Decreto Ley n° 3.689, del 3 de octubre
de 1941 (Código de Proceso Penal), pasa a estar vigente añadido del inciso
IV a continuación:
“Artículo 313. (…)
IV – caso el crimen involucre violencia doméstica y familiar contra la
mujer, de acuerdo con Ley específica, para garantizar la ejecución de las
medidas de protección de urgencia.” (NR)

CONTRATUH Ciudadana | 57 |
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Artículo 43. La alinea f del incido II del Artículo 61 del Decreto Ley n°
2.848, del 7 de diciembre de 1940 (Código Penal), pasa a estar vigente
con la redacción a continuación:
“Artículo 61. (…)
II – (…)
f) con abuso de autoridad o prevaleciéndose de relaciones domésticas,
de cohabitación o de hospitalidad, o con violencia contra la mujer en la
forma de la Ley específica; (…)” (NR)

Artículo 44. El Artículo 129 del Decreto Ley n° 2.848, del 7 de di-
ciembre de 1940 (Código Penal), pasa a estar vigente con las alteraciones
a continuación:
“Artículo 129. (…)
§ 9° Caso la lesión se practique contra el ascendiente, el descendiente,
el hermano, el conyugue o el compañero, o con quien conviva o haya con-
vivido, o, también, prevaleciéndose el agente de las relaciones domésticas,
de cohabitación o de hospitalidad: Condena – detención, de 3 (tres) meses
a 3 (tres) años. (…)

§ 11. En la hipótesis del § 9° de este Artículo, la condena será au-


mentada de un tercio caso el crimen sea cometido contra la persona con
discapacidad.” (NR)

Artículo 45. El art 152 de la Ley n° 7.210, del 11 de julio de 1984 (Ley
de Ejecución Penal), pasa a estar vigente con la redacción a continuación:
“Artículo 152. (…)
Párrafo único. En los casos de violencia doméstica contra la mujer, el
magistrado podrá determinar la presencia obligatoria del agresor a progra-
mas de recuperación y reeducación.” (NR)

Artículo 46. Esta Ley estará vigente 45 (cuarenta y cinco) días después
de su publicación.

| 58 | CONTRATUH Ciudadana
l Ley Maria da Penha nº 11.340/2006 l

Brasilia, 7 de agosto de 2006; 185° de la Independencia


y 118° de la República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Dilma Roussef

CONTRATUH Ciudadana | 59 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

Of the law

Presidency of the Republic


State Department
Sub-Office on Legal Matters

Creates mechanisms designed to curb domestic and family violence


against women, pursuant to the 8th § of art. 226 of the Federal Constitu-
tion, the Convention on Eliminating All Forms of Discrimination against
Women, and the Inter-American Convention on the Prevention, Punishment,
and Eradication of Violence against Women; provides for the creation of
Courts focused on Domestic and Family Violence against Women; amends
the Criminal Procedure Code, the Criminal Code and the Law of Criminal
Execution; as well as establishing other provisions.
The PRESIDENT OF THE REPUBLIC hereby makes it known that the
Na-tional Congress decrees and I sanction the following Law:

TITLE I

PRELIMINARY PROVISIONS

1st Article. This Law creates mechanisms to curb and prevent domestic
and family violence against women, pursuant to the 8th § of art. 226 of
the Federal Constitution, the Convention on the Elimination of All Forms of
Violence against Women, the Inter-American Convention to Prevent, Punish,
and Eradicate Violence against Women and other international treaties
rati-fied by the Federative Republic of Brazil; provides for the creation of
Courts for Domestic and Family Violence against Women; and establishes
measures for the assistance and protection of women in who find them-
selves in domestic and family violence situations.

2nd Article. All women, regardless of class, race, ethnicity, sexual


orienta-tion, income, culture, educational level, age and religion, enjoy the
basic rights inherent to the human person, and are ensured the opportunities
and facilities to live without violence, preserve their physical and mental
health and their moral, intellectual and social improvement.

| 60 | CONTRATUH Citizen
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

3rd Article. Women are guaranteed conditions for the effective exercise
of the rights to life, safety, health, food, education, culture, housing, judicial
access, sport, leisure, work, citizenship, freedom, dignity, respect and fam-
ily and community coexistence.

1st Paragraph. The public authority will develop policies aimed at


guarantee-ing the human rights of women under the context of domestic
and family relations in order to protect them from all forms of neglect,
discrimination, exploitation, violence, cruelty and oppression.

2nd Paragraph. It is incumbent upon the family, society and the public
au-thority to create the conditions necessary for the effective exercise of
the rights described in the caput.

4th Article. In the interpretation of this Law, its social purposes and,
in par-ticular, the conditions specific to women who find themselves in
situations involving domestic and family violence.

TITLE II

DOMESTIC AND FAMILY VIOLENCE AGAINST WOMEN

CHAPTER I

GENERAL PROVISIONS

5th Article. For the effects of this Law, domestic and family violence
against a woman constitutes any act or omission based on gender that
causes death, injury, physical, sexual or psychological suffering and moral
or property damage:
I - under the sphere of the domestic unit, this unit is understood to be
the permanent space shared by people, with or without family ties, including
those who are occasionally grouped together;
II - under the sphere of the family, it is understood as the community
formed by individuals who are or consider themselves to be related, united
by natural ties, by affinity or express will;

CONTRATUH Citizen | 61 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

III - in any affectionate intimate relationship, in which the aggressor


lives or has lived with the victim, regardless of cohabitation.

Sole paragraph. The personal relationships described in this article are


in-dependent of sexual orientation.

6th Article. Domestic and family violence against women is a form a


human rights violation..

CHAPTER II

FORMS OF DOMESTIC AND FAMILY


VIOLENCE AGAINST WOMEN

7th Article. The following, among others, are considered forms of


domestic and family violence against women:
I - physical violence, understood as any conduct that injures a woman's
bodily integrity or health;
II - psychological violence, understood as any behaviour that causes emo-
tional damage and reduction of self-esteem or that harms and disturbs full
development or that aims at degrading or controlling the woman’s actions,
behaviours, beliefs and decisions, by means of threat, embarrassment,
humiliation, manipulation, isolation, constant surveillance, constant pursuit,
insult, blackmail, ridiculing, exploitation and limitation of the right to come
and go or any another means that causes damage to the woman’s psycho-
logical health and self-determination;
III - Sexual violence, understood as any conduct that forces a woman
to witness, maintain or participate in unwanted sexual intercourse, through
intimidation, threat, coercion or use of force; that induces a woman to
commercialize or otherwise use her sexuality, that prevents her from using
any method of contraception or to force her into marriage, pregnancy,
abortion or prostitution through coercion, blackmail, bribery or manipula-
tion; or that limits or nullifies the exercise of a woman's sexual and repro-
ductive rights;
IV - patrimonial violence, understood to be any behaviour that entails
reten-tion, subtraction, partial or total destruction of a woman's objects,

| 62 | CONTRATUH Citizen
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

instru-ments for labour, personal documents, goods, assets and economic


rights or resources, including those designed to satisfy her needs;
V - moral violence, understood to be any conduct that establishes slander,
defamation or insult.

TITLE III

ASSISTANCE TO WOMEN IN SITUATIONS INVOLVING


DOMESTIC AND FAMILY VIOLENCE

CHAPTER I
INTEGRATED PREVENTION MEASURES

8th Article. The public policy geared towards curbing domestic and
family violence against women will be deployed through a coordinated set
of ac-tions by the Brazilian Federal Government, the States, the Federal
District and the Municipalities and non-governmental actions, in accordance
with the following guidelines:
I - operational integration of the Judiciary Branch, the Prosecutor’s Office
and the Public Defender with the areas of public security, social assis-tance,
health, education, work and housing;
II - promotion of studies and research, statistics and other relevant infor-
mation, with a gender and race or ethnicity perspective, on the causes,
consequences and frequency of domestic and family violence against
women, for the systematization of data, to be unified nationally, and the
regular evaluation of the results of the adopted measures;
III - respect, in the social communication media, for the ethical and
social values of the person and the family, avoiding stereotyped roles that
legiti-mize or encourage domestic and family violence, in compliance with
item III of article 1, item IV of article 3 and item IV of article 221 of the
Federal Constitution;
IV - implementation of specialized police services for women, particularly
in the Police Stations Attending to Women;
V - promotion and conducting of educational campaigns to prevent
domes-tic and family violence against women, geared towards the state
school system and overall society, and the dissemination of this Law and
the in-struments for the protection of women's human rights;

CONTRATUH Citizen | 63 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

VI - signing of agreements, protocols, adjustments, terms or other instru-


ments for the promotion of partnerships between governmental agencies
or between them and non-governmental entities, in order to implement
pro-grams that eradicate domestic and family violence against women;
VII - permanent training of the Civil and Military Police, the Municipal
Guard, the Fire Department and other professionals pertaining to the
agencies and areas listed in item I regarding issues of gender and race or
ethnicity;
VIII - promotion of educational programs that disseminate ethical
values of unrestricted respect for the dignity of the human being with the
a perspec-tive on gender and race or ethnicity;
IX - an emphasis in school syllabi at all levels of education on content
re-lated to human rights, gender equity and race or ethnicity and the issue
of domestic and family violence against women.

CHAPTER II

ASSISTANCE TO WOMEN IN SITUATIONS INVOLVING


DOMESTIC AND FAMILY VIOLENCE

9th Article. Assistance to women in situations involving domestic and


family violence will be provided in a coordinated manner and in accordance
with the principles and guidelines set forth in the Organic Law of Social
Assis-tance, the Unified Health System, the Single Public Security System,
among other ordinances and public policies for protection, and when
emergencies arise as applicable.

1st Paragraph. For a certain period of time, a judge will determine the
inclu-sion of women in situations involving domestic and family violence in
the registry of federal, state and municipal government assistance programs.

2nd Paragraph. The judge will assure the following to any woman in a
situa-tion involving domestic and family violence in order to preserve her
physi-cal and psychological integrity:
I - priority access to removal as a public servant, a member of the direct
or indirect administration;

| 64 | CONTRATUH Citizen
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

II - maintenance of the labour link when her removal from the place of
work is required, for up to six months.

3rd Paragraph. Assistance to women in situations involving domestic


and family violence will include access to benefits arising from scientific
and technological development, including emergency contraception services,
prophylaxis for Sexually Transmitted Diseases (STDs) and Acquired Im-mune
Deficiency Syndrome (AIDS) and other necessary and appropriate medical
procedures in cases involving sexual violence.

CHAPTER III

ATTENDANCE BY POLICE AUTHORITIES

Article 10. In the case of imminent or current practice of domestic and


fami-ly violence against the woman, the police authority that becomes aware
of the occurrence will immediately adopt appropriate legal measures.

Sole paragraph. The provision in this article's caput applies to a failure


to comply with the urgent protective measure having been defined.

Article 11. Police authorities charged with assisting women in situations


involv-ing domestic and family violence shall, among other measures:
I - guarantee police protection, when required, and immediately report
to the Public Prosecutor and to the Judiciary Branch;
II - direct the victim to a hospital or health center and to a Medical
Legal Institute;
III - provide transportation to the victim and her dependants to a shelter
or safe place, in cases where her life is threatened;
IV - if necessary, accompany the victim to assure that her belongings are
removed from the place where the occurrence took place or her family home;
V - notify the victim of the rights granted to her through this Law and
the services available.

Article 12. In all cases of domestic and family violence against women,
after the incident is registered, the police authority shall immediately adopt

CONTRATUH Citizen | 65 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

the following procedures, without any detriment to those provided for in


the Code of Criminal Procedure:
I - listen to the victim, prepare a police report and take the representation
to term, if presented;
II - collect all the evidence that serves to clarify the facts and their
circum-stances;
III - within 48 (forty-eight) hours, file separate communication to the
judge with the victim's request for urgent protective measures to be granted;
IV - determine that an examination of the victim's evidence be carried
out and to request other required expert examinations;
V - listen to the perpetrator and the witnesses;
VI - order the identification of the perpetrator and the addition of the
perpe-trator's criminal record to the judicial proceedings, indicating the
existence of an arrest warrant or record of other police occurrences against
him or her;
VII - submit the police investigation reports to the judge and the Public
Prosecutor's Office within the legal period of time.

1st Paragraph. The victim's claim shall be taken by the police authority
and shall contain:
I - details of the victim and the perpetrator;
II - name and age of dependants;
III - short description of the facts and of the protective measures
requested by the victim.

2nd Paragraph. The police authority shall attach the incident report to
the document referred to in the 1st Paragraph and a copy of all documents
available from the victim.

3rd Paragraph. Medical evidence or records provided by hospitals and


clin-ics shall be admitted as evidence.

| 66 | CONTRATUH Citizen
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

TITLE IV
PROCEDURES

CHAPTER I
GENERAL PROVISIONS

Article 13. The regulations from the Criminal Procedure and Civil Procedure
Codes and the specific legislation pertaining to children, adolescents, and the
elderly that do not conflict with the provisions of this Law shall apply to the
judgement and in the execution of civil and criminal issues arising from the
practice of domestic and family violence against women.

Article 14. The Courts of Domestic and Family Violence against Women,
Ordi-nary Justice organizations with civil and criminal jurisdiction, may be creat-
ed by the Federal Government, in the Federal District and in the Territories, and
by the States for the process, judgement and execution of the causes arising
from the practice of domestic and family violence against women.

Sole paragraph. The procedural acts may be carried out at night, as


pro-vided in the regulations of judicial organization.

Article 15. Through the choice made by the victim, for civil cases
governed by this Law, the following courts hold jurisdiction:
I - their domicile or residence;
II - the place where the claim occurred;
III - the perpetrator's domicile.

Article 16. In public prosecutions subject to representation for the victim


pro-vided for in this Law, only the waiver of the representation before the
judge, at a hearing specially designated for such purpose, shall be admitted
be-fore the complaint is received and after having heard the opinion of the
Public Prosecutor.

Article 17. In domestic and family violence against women cases, the
applica-tion of basic food or other payment penalties, as well as the substitution
of a penalty that implies the isolated payment of a fine, is forbidden.

CONTRATUH Citizen | 67 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

CHAPTER II

EMERGENCY PROTECTIVE MEASURES

Section I
General Provisions

Article 18. Within 48 (forty eight) hours of receiving the notification of


the vic-tim's claim, the judge shall:
I - be aware of the notification and the application and decide on urgent
protective measures;
II - determine the victim's referral to the judicial assistance body, when
ap-plicable;
III - communicate to the Public Prosecutor's Office so that it takes the
ap-propriate measures.

Article 19. Urgent protective measures may be granted by the judge at


the request of the Public Prosecutor or the victim.

1st Paragraph. Urgent protective measures may be granted immediately,


regardless of a hearing with the parties and declaration by the Public Pros-
ecution Service, which shall be promptly communicated.

2nd Paragraph. Urgent protective measures shall be applied in isolation


or cumulatively, and may be replaced at any time by more effective ones,
whenever the rights acknowledged in this Law are threatened or violated.

3rd Paragraph. At the request of the Public Prosecutor's Office or the vic-tim,
the judge may grant new urgent protective measures or review those already
granted, if deemed necessary for the protection of the victim, her relatives and
property, after having heard the opinion of the Public Prose-cutor.

Article 20. At any stage of the police inquiry or criminal investigation,


the per-petrator's preventive custody may be decreed ex officio by the judge
at the request of the Public Prosecutor or through representation of the
police authority.
| 68 | CONTRATUH Citizen
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

Sole paragraph. The judge may revoke preventive custody if, in the course
of the proceedings, the judge finds that there is no reason to maintain it,
and decree it again if there are reasons to justify it.

Article 21. The victim shall be notified of the procedural acts related
to the perpetrator, especially those pertaining to their entry and exit from
prison, without detriment to the summons of the appointed attorney or the
public defender.

Sole paragraph. The victim may not deliver the summons or notification
to the perpetrator.

Section II
Urgent Protective Measures that Oblige the Perpetrator

Article 22. After the practice of domestic and family violence against a
woman has been established under the terms of this Law, the judge may
immedi-ately apply, together or separately, the following urgent protective
measures to the perpetrator, among others:
I - suspension of weapon ownership or restriction of carrying license for
a weapon, with communication to the authoritative entity, under the terms
of Law 10.826 of December 22, 2003;
II - removal from the home, domicile or place where the perpetrator
had a relation with the victim;
III - prohibition of certain types of conduct, including:
a) approaching the victim, her relatives and witnesses, establishing a
mini-mum distance between them and the perpetrator;
b) contact with the victim, her relatives and witnesses through any
means of communication;
c) frequenting certain places in order to preserve the physical and
psycho-logical integrity of the victim;
IV - restriction or suspension of visits to dependent minors, after hearing
from the multidisciplinary assistance team or similar service;
V - payment of provisional or provisional alimony.

CONTRATUH Citizen | 69 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

1st Paragraph. The measures mentioned in this article do not preclude


the application of others provided for under current legislation, whenever
the victim's safety or circumstances so require, and a provision shall be
com-municated to the Public Prosecutor.

2nd Paragraph. In the event that item I is applied and the perpetrator is
found to be in the conditions mentioned in the caput and items in Art. 6 of
Law 10.826 of December 22, 2003, the judge shall notify the respective
entity, corporation or institution of the urgent protective measures granted
and shall determine a restriction on a license to carry a weapon, with the
perpetrator's immediate superior being responsible for complying with the
judicial determination, under penalty of committing the crimes of prevarica-
tion or disobedience, as the case may be.

3rd Paragraph. In order to guarantee the effectiveness of the urgent


protec-tive measures, the judge may at any time request assistance from
the po-lice force.

4th Paragraph. The provisions of the caput and the 5th and 6th
paragraphs of art. 461 of Law No. 5.869 of January 11, 1973 (Code of
Civil Procedure) apply to the assumptions provided for in this article.

Section III
Urgent Protective Measures for the Victim

Article 23. The judge may, where necessary, without detriment to other
measures:
I - send the victim and her dependants to an official or community
program for protection or assistance;
II - determine the reappointment of the victim and her dependants to
their respective domicile after the perpetrator has been removed;
III - determine the victim's removal from the home, without the loss of
rights pertaining to property, child custody and alimony;
IV - determine a separation from bed and board.

| 70 | CONTRATUH Citizen
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

Article 24. For the asset protection of the marital society property or
of prop-erty owned by the woman, the judge may determine the following
measures, among others:
I - restitution of property that was improperly taken away by the
perpetrator to the victim;
II - temporary prohibition from signing acts and contracts for the
purchase, sale and leasing of property in common, unless expressly
authorized by the courts;
III - suspension of power of attorney conferred by the victim to the
perpe-trator;
IV - provision of a bid security, through a judicial deposit, for material
loss-es and damages resulting from the practice of domestic and family
vio-lence against the victim.

Sole paragraph. The judge shall officiate to the responsible notary office
for the purposes set forth in items II and III of this article.

CHAPTER III

ACTION BY THE PUBLIC PROSECUTOR

Article 25. The Public Prosecutor will intervene, when not a party, in civil and
criminal cases that result from domestic and family violence against women.

Article 26. It shall be the Public Prosecutor's responsibility, without


detriment to other attributions, in cases of domestic and family violence
against women, when necessary:
I - to put in a to request the police force and public services for health,
education, social assistance and security, among others;
II - to inspect public and private establishments for the care of women
in situations of domestic and family violence, and to immediately adopt ap-
propriate administrative or judicial measures in relation to any irregularities
found;
III - to register any cases of domestic and family violence against
women.

CONTRATUH Citizen | 71 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

CHAPTER IV

JUDICIAL ASSISTANCE

Article 27. In all procedural civil and criminal acts, a woman in situations
in-volving domestic and family violence shall be accompanied by an attorney,
except as established in art. 19 of this Law.

Article 28. Access to the services by the Public Defender or Free


Legal Assis-tance is guaranteed to every woman in situations involving
domestic and family violence, according to the law, in police and judicial
headquarters, through specific and humanized assistance.

TITLE V

MULTIDISCIPLINARY ASSISTANCE TEAM

Article 29. The Courts of Domestic and Family Violence against Women that
are created may rely on a multidisciplinary assistance team that is com-posed
of professionals specialized in the psychosocial, legal and health fields.

Article 30. It is the multidisciplinary assistance team's responsibility, among


other attributions reserved by local law, to provide written submissions to the
judge, the Public Prosecutor's Office and the Public Defender's Office, through
reports or verbally at a hearing, and to conduct guidance, referral, prevention
and other measures targeted for the victim, the perpetrator and family members,
with special attention given to children and adolescents.

Article 31. When the complexity of the case requires a more in-depth
evalua-tion, the judge may determine that a specialized professional be
called in, upon an indication by the multidisciplinary assistance team.

Article 32. In the preparation of its budget proposal, the Judicial


Branch may provide resources for the creation and maintenance of the
multidisciplinary assistance team, under the terms of the Budgetary
Guidelines Law.

| 72 | CONTRATUH Citizen
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

TITLE VI

TRANSITIONAL PROVISIONS

Article 33. While the Courts of Domestic and Family Violence Against
Women are not structured, criminal courts will accumulate civil and criminal
jurisdic-tion to hear and judge the causes of domestic and family violence
against women, subject to the provisions outlined in Title IV of this Law,
subsidized by the relevant procedural legislation.

Sole paragraph. The right of preference shall be guaranteed in the


criminal courts for the prosecution and judgement of the causes referred
to in the caput.

TITLE VII

FINAL PROVISIONS

Article 34. The Courts of Domestic and Family Violence against Women
may be instituted along with the establishment of the necessary trusteeships
and legal aid services.

Article 35. The Federal Government, Federal District, States and


Municipalities may create and promote, within the limits of their respective
jurisdictions:
I - centers of comprehensive and multidisciplinary assistance to women
and their dependents in situations involving domestic and family violence;
II - home-shelters for women and respective minor dependants in
situations involving domestic and family violence;
III - police departments, public defense offices, health services and
medi-cal-legal examination centers specialized in assistance for women in
situa-tions involving domestic and family violence;
IV - programs and campaigns to combat domestic and family violence;
V - education and rehabilitation centers for the perpetrators.

CONTRATUH Citizen | 73 |
l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

Article 36. The Federal, States, Federal District and Municipalities shall
pro-mote the adaptation of their entities and programs to the guidelines
and principles of this Law.

Article 37. Defense of the trans-individual interests and rights provided


for in this Law may be exercised, concurrently, by the Public Prosecutor
and by association of action in the area, regularly constituted for at least
one year, under the terms of civil law.

Sole paragraph. The pre-constitution requirement may be waived by


the judge when it is found that there is no other entity with adequate
representa-tion for the filing of the collective demand.

Article 38. Statistics on domestic and family violence against women


will be included in the databases of the official agencies of the Legal and
Law Enforcement System to support the national system of data and infor-
mation on women.

Sole paragraph. The Public Security Secretariats for the States and the
Federal District may submit their criminal information to the Ministry of
Jus-tice's database.

Article 39. The Federal, States, Federal District and Municipalities, within
the limits of their jurisdictions and in accordance with their respective budget-
ary guidelines, may establish specific budget allocations for each financial year
in order to implement the measures established in this Law.

Article 40. The obligations set forth in this Law do not exclude others
that derive from the principles adopted by it.

Article 41. Law no. 9.099 of September 26, 1995 does not apply
to crimes committed with domestic and family violence against women,
regardless of the penalty provided.

Article 42. Art. 313 of Legal Decree No. 3.689 of October 3, 1941
(Code of Criminal Procedure), becomes effective with the addition of the
following item IV:

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l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

“Article 313. ....................................................

IV - if the crime involves domestic and family violence against women,


in the terms of the specific law, to guarantee the execu-tion of the urgent
protective measures.” (NR)

Article 43. Line f, item II of Article 61 of Decree no. 2.848 of


December 7, 1940 (Criminal Code), becomes effective with the following
language:
“Article 61. ......................................................
II - ................................................................
f) with abuse of authority or taking advantage of domestic rela-tions,
cohabitation or hospitality, or with violence against women in the form of
the specific law; .............................................................“ (NR)

Article 44. Article 129 of Decree n. 2.848, of December 7, 1940


(Criminal Code), becomes effective with the following amendments:
“Article 129. ....................................................

9th Paragraph. If the harm is committed against ascendant, de-scendant,


sibling, spouse or partner, or someone with whom the agent has or had
a relationship, or if the agent has taken ad-vantage of domestic relations,
cohabitation or hospitality: Sen-tence - imprisonment of 3 (three) months
to 3 (three) years ...................................................................

11th Paragraph. In the event of paragraph 9 of this article, the sentence


shall be increased by one third if that crime is commit-ted against a person
with special needs.” (NR)

Article 45. Article 152 of Law no. 7.210 of July 11, 1984 (Law of
Penal Execu-tion), becomes effective with the following language:
“Article 152. .................................................... Sole paragraph. In
the cases of domestic violence against women, the judge may determine the
perpetrator's obligatory attendance in recovery and re-education programs.”
(NR)

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l Maria da Penha Law nº 11.340/2006 l

Article 46. This Law shall become effective 45 (forty-five) days after its
publi-cation.

Brasilia, August 7, 2006; 185th year of Independence and 118th year


of the Republic.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Dilma Rousseff

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