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ÁREA TEMÁTICA: ESTRATÉGIA E COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
Tomás de Aquino Guimarães2
Recebido em 16 de novembro de 2011 / Aprovado em 28 de setembro de 2012
Editor Responsável: João Maurício Gama Boaventura, Dr.
Processo de Avaliação: Double Blind Review
RESUMO setores de Indústria de Hospitalidade e de Enge-
O setor de serviços tem assumido importância nharia e Tecnologia, correspondendo, respectiva-
crescente na economia de países em geral, o que mente, a 24% e 31% dos textos. Os demais 45%
vem impulsionando pesquisas sobre inovação em dos artigos descrevem pesquisas em setores como
serviços, que se configura como um campo de Telecomunicações, Saúde, Varejo, Financeiro e
estudos na área de administração. Este artigo tem Seguros e Serviços Públicos. As principais lacu-
como objetivo propor uma agenda de pesquisa nas identificadas nesses textos referem-se às difi-
para inovação em serviços, com base em uma dis- culdades de mensuração da inovação em serviços,
cussão articulada de resultados de pesquisas que além da baixa quantidade de pesquisas no setor
compõem o estado da arte sobre o conceito. público. Ao final, é apresentada uma agenda de
Foram analisados 73 artigos empíricos, 33% pesquisa, que inclui o desenvolvimento de escala
deles explorando o tema estratégias de inovação e de orientação para inovação em serviços e a iden-
tecnologia; 18% abordando desempenho econô- tificação de fatores determinantes de inovação no
mico e produtividade da firma; 16% tratando ambiente público.
de antecedentes e determinantes da inovação e
outros 16% de desenvolvimento de capacidades Palavras-chave: Serviços. Inovação. Inovação em
em rede, alianças e colaboração entre organiza- serviços.
ções; 9% explorando qualidade de serviços,
taxonomias de inovação, sistemas flexíveis e sis-
temas regionais de inovação; e 8% abordando ABSTRACT
temas como conhecimento intensivo, pesquisa e The service sector has acquired a growing
desenvolvimento. As pesquisas concentram-se nos importance in every country economy, which
1. Doutor em Administração pela Universidade de Brasília UnB. [pcrj73@gmail.com]
2. Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Professor da Universidade de Brasília UnB.
[tomas.aquino.guimaraes@gmail.com]
Endereço dos autores: ICC ala norte, subsolo, módulo 25 Asa Norte, Brasília DF Cep. 70910-900 Brasil.
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has stimulated research in the field of service sobre el concepto. Se analizaron 73 artículos
innovation, a new field in management studies. empíricos, de los cuales el 33% explotan el
This text aimed to state a research agenda upon tema estrategias de innovación y tecnología, el
service innovation, based on an articulated 18% tratan del desempeño económico y la
discussion of the results of several articles that productividad de la empresa, el 16% hablan
compose the state of the art of this concept. 73 de antecedentes y factores determinantes de
empirical articles were analyzed, 33% of them la innovación, el 16% del desarrollo y las
exploring the innovation strategies and technology; capacidades en red, alianzas y colaboración entre
18% of the articles describe research on economic organizaciones, el 9% de los textos estudian la
performance and enterprise productivity; 16% are calidad de los servicios, taxonomías de innovación,
related to antecedents and determinants of sistemas flexibles y sistemas regionales de
innovation; another 16% about network capacity innovación, y el 8% tratan de temas como el
development, alliances and collaboration among conocimiento intensivo, la investigación y el
organizations; 9% of the articles explore service desarrollo. Las investigaciones se centran en los
quality, innovation taxonomy, flexible systems and sectores de Ingeniería y Tecnología e Industria
regional systems of innovation; and another 8% Hotelera, correspondiendo, respectivamente,
are related to themes such as intensive knowledge, al 31% y al 24% de los textos. El 45% restante
research and development. The researches were de los artículos describen investigaciones en
concentrated in the Engineering & Technology sectores como Telecomunicaciones, Salud, Ventas
and Hospitality Industries, which accounted al por Menor, Financiero y Seguros, y Servicios
for 31% and 24% of the texts, respectively. The Públicos. Las principales lagunas identificadas
remaining 45% of the articles referred to sectors en esos textos se refieren a las dificultades en
such as Telecommunications, Health, Retail, la medición de la innovación en servicios, más
Financial & Insurance and Public Services. The allá de la baja cantidad de investigaciones en el
main gaps identified in these texts refer to the sector público. Al final se presenta una agenda de
difficulties on measuring service innovation, investigación, que incluye el desarrollo de escala
besides the small number of researches on the de orientación para innovación y la identificación
public sector. At the end, a research agenda in the de los factores determinantes de innovación
subject is presented, including the development en el sector público.
of a scale for orientating the innovation and
identifying the determining factors of the Palabras clave: Innovación. Servicios. Innovación
innovation in the public environment. en servicios.
Key words: Innovation. Services. Service innovation.
1 INTRODUÇÃO
RESUMEN Inovação é um dos temas transversais em
El sector de servicios viene asumiendo una pesquisas na área de administração e seu conceito
impor tancia creciente en la economía de é plural e multifacetado. Para a OECD (2005),
prácticamente todos los países, lo que ha inovação pode ser definida como a introdução de
impulsado las investigaciones sobre innovación en um bem ou serviço novo ou significativamente
servicios, que se configura como un campo de melhorado em suas características ou usos previs-
estudios en el área de administración. Este texto tos, podendo ser de quatro tipos: de produto (bens
tiene como objetivo proponer un programa de e serviços), de processo (métodos de produção e
investigación para la innovación en servicios, en de distribuição), organizacional (práticas de negó-
base a un análisis articulado de resultados de cios) e de marketing (design, embalagem, promo-
investigaciones que componen el estado del arte ção, disponibilização, precificação). Este artigo
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Inovação em Serviços: o estado da arte e uma proposta de agenda de pesquisa
trata de inovação em serviços, aqui delimitada como Brasileira de Inovação, Revista Eletrônica de Admi-
o processo de busca, descoberta, experimentação, nistração e Revista de Gestão.
desenvolvimento, imitação e adoção de novas Foram utilizadas, na busca, as palavras-
características de serviços, processos e técnicas chave inovação e serviços, separadamente, de
organizacionais em organizações de serviços. forma a ampliar o escopo da busca, bem como
A inovação em serviços, inicialmente con- expressões em língua inglesa que correspondessem
siderada na literatura como uma consequência da a esses termos. Para compor a amostra de artigos,
inovação tecnológica ou da produção (BARRAS, foram adotados os seguintes critérios: (a) que abor-
1986), tem recebido espaço na literatura acadê- dassem o tema inovação em serviços; (b) que cons-
mica nos últimos anos. Isso se deve à construção tituíssem relato de pesquisa empírica; e (c) que
de um campo próprio para o tema, decorrente do tivessem sido publicados no período de janeiro
crescimento da importância do setor de serviços de 2005 a agosto de 2011. Foram recuperados 73
na economia. Países como Alemanha, França, Itá- artigos, os quais constituem a base de análise uti-
lia e Reino Unido, pertencentes ao G8, desde o lizada neste texto. A seguir, discute-se o conceito
final da década de 1990 apresentavam o setor de de inovação em serviços e, na sequência, o estado
serviços com participação acima de 70% no PIB, da arte desse tema.
ao passo que no Brasil os serviços representam Essa busca tem limitações. O Portal Capes
67,4%, contra 26,8% da indústria e 5,8% da de Periódicos foi utilizado para acesso às bases de
agropecuária, segundo o IBGE (2010). dados estrangeiras e há periódicos disponíveis
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) afir- nessas bases que não disponibilizam textos inte-
mam que serviços são absolutamente indispensá- grais por intermédio desse Portal. Com isso, perió-
veis para que uma economia possa funcionar a dicos com alto fator de impacto na área de Admi-
contento e melhorar a qualidade de vida de uma nistração não foram consultados. Além disso, há
comunidade, assim como sua multiplicidade pode periódicos brasileiros que eventualmente tratam
acabar formando múltiplas redes de serviços. Ten- do tema deste artigo e que podem ter sido excluí-
do em conta esse quadro, é importante discutir a dos da busca. De qualquer sorte, a revisão permi-
magnitude da pesquisa sobre inovação em servi- tiu o acesso a um número de textos capaz de repre-
ços, como esse conceito é tratado e como as pes- sentar o estado da arte do tema pesquisado no
quisas sobre o tema são desenvolvidas, visando à período compreendido na busca.
geração de agendas de pesquisa no tema.
Nessa linha, este texto tem como objetivo
propor uma agenda de pesquisa para inovação em 2 INOVAÇÃO EM SERVIÇOS
serviços, com base em uma discussão articulada
de resultados de pesquisas que compõem o esta- Para Lovelock e Wright (2004), serviços
do da arte relacionado a esse conceito. Foi reali- são atividades econômicas que criam valor e for-
zada busca nas seguintes bases de dados: SAGE necem benefícios para clientes em tempos e luga-
Journal on Line, JSTOR, SpringerLink, Emerald res específicos, como decorrência da realização de
and Oxford Journals, PROQUEST, ABI/Inform uma mudança desejada ou em nome do destina-
Global e Scielo. Essas bases cobrem os periódicos tário do serviço. A literatura dessa área considera
de maior impacto na literatura indexada. Adicio- que o produto do serviço é tido como algo in-
nalmente, foram consultadas as páginas de perió- tangível e naturalmente instável. Os serviços são
dicos brasileiros da área de Administração, não interativos, requerendo, muitas vezes, a partici-
indexados nessas bases, classificados no Qualis/ pação conjunta do prestador e do consumidor e
Capes no nível B2 ou superior e/ou que abordam podendo variar em cada execução, considerando
o tema inovação em sua política editorial: Orga- a mudança do consumidor e do prestador. Essas
nizações & Sociedade, Revista de Administração especificidades indicam que o fenômeno da ino-
e Inovação, Revista de Administração, Revista vação em serviços requer abordagem específica,
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distinta daquela utilizada para a inovação na pro- (materiais ou imateriais), assim como os processos
dução em geral. utilizados para produzir o produto; um terceiro
Segundo Gallouj (1994), há três aborda- vetor indica as competências de fornecedores; e o
gens que tratam da inovação aplicada aos servi- último define as competências do cliente-usuá-
ços: tecnicista, orientada a serviços e integradora. rio. A resultante da entrega do serviço carrega
A abordagem tecnicista reduz a inovação à intro- interface entre produtores e usuários, sendo defi-
dução de sistemas técnicos (equipamentos, mate- nida como a simultaneidade da relação de traba-
riais, comunicação) nas organizações. Duas lho, das características técnicas e competências,
taxonomias são referenciadas nesta abordagem: a que geram valor ao usuário final. A inovação pode
de Pavitt (1984), que classifica as organizações em ser definida de acordo com mudanças que afetam
setores com firmas intensivas em escala (por exem- um ou mais vetores de características (técnica e
plo, produção de aço, carro), fornecedores espe- de serviços) ou de competências.
cializados (engenharia mecânica); firmas baseadas Na abordagem integradora, a inovação não
em ciência (química, por exemplo), setores domi- é definida como resultado, mas como processo, e
nados por fornecedores (serviço público, agricul- permite-se identificar diversos modelos de ino-
tura) e a taxonomia de Miozzo e Soete (2001), vação, como resultado da dinâmica de suas carac-
que adicionam à proposta de Pavitt (1984) orga- terísticas: a) inovação radical, com a criação de
nizações que compõem redes informacionais (segu- um novo conjunto de vetores de competências,
ros, comunicações, bancos) e redes de larga escala. características técnicas e de serviço, que, forne-
A segunda abordagem, denominada abor- cendo o mesmo vetor de serviço, gera graus supe-
dagem orientada aos serviços, busca identificar a riores de valor ao usuário; b) inovação de melhoria,
natureza da inovação dos serviços e inclui, con- quando o conjunto de vetores de características
forme Gallouj (1994), três tipos de inovação em do serviço permanece inalterado, mas melhora o
serviços: ad hoc (processo de construção de solu- valor da qualidade de seus elementos individuais;
ção para um problema especifico), antecipatória c) inovação incremental, quando uma nova
(novo campo do conhecimento ou expertise a ser característica for adicionada, eliminada ou subs-
explorado) e formalizada (conjunto de mecanis- tituída, mas deixando o conjunto de vetores inalte-
mos que ajudam a definir contornos do serviço rado; d) inovação ad hoc, resultando em nova
com certo grau de tangibilidade, como regras, solução para um problema do cliente, seja de
políticas, modelos). natureza jurídica, estratégica, organizacional ou
Também segundo Gallouj (1994), a ter- técnica; e) inovação por recombinação: associa-
ceira abordagem, integradora, propõe uma visão ção ou dissociação de diferentes serviços e carac-
de produtos e serviços sob uma mesma teoria da terísticas técnicas nesse contexto, a inovação
inovação. Saviotti e Metcalfe (1991) descrevem incremental pode ser considerada como um caso
produto como uma combinação de característi- particular de inovação de recombinação, pois
cas técnicas e de serviços. Por exemplo, um carro envolve a adição de características típicas de
dispõe de uma série de características de serviço, produtos preexistentes ; f ) inovação por forma-
como velocidade, conforto, consumo; como lização: ocorre quando uma ou mais caracterís-
características técnicas, a transmissão, suspensão, ticas melhoradas do serviço são formatadas ou
o sistema elétrico, ou seja, o produto é uma com- padronizadas.
binação de funções e tecnologias. Esses autores Portanto, a abordagem integradora pressu-
consideram que um produto (bem ou serviço) põe que inovação, tanto em produto, no sentido
pode ser representado por um conjunto de vetores físico do termo, como em serviço, tem caracterís-
de características e competências interconectadas. ticas similares, o que poderia tornar a inovação
Um dos vetores representa as características do em serviço apenas mais uma taxonomia. O que
serviço ou valor para os usuários finais; outro vetor dá suporte à corrente que defende a especificidade
representa as características técnicas do produto desse tipo de inovação, como é o caso de Gallouj
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ca de serviços da organização. Gavira et al. (2007) vação. Souza e Bastos (2009) analisaram a adoção
analisaram ferramentas de operacionalização de de padrões de inovação e a política de gestão de
estratégias de inovação, concluindo que o funil pessoas de organizações brasileiras, concluindo que
de inovação mostrou-se adequado na subsidiária empresas consideradas muito inovadoras tendem
da multinacional estudada, desde que se conside- a adotar políticas específicas de gestão de pessoas
rem pequenos ajustes, como a adequação a dife- nas áreas de saúde e desenvolvimento profissional.
rentes culturas e rotinas empresariais, a adoção Tingvall e Karpaty (2011) investigaram a
de ferramentas de apoio e atividades de incentivo relação entre a inovação e a concorrência em fir-
e a motivação dos funcionários. mas de serviços suecas. Os resultados indicam que,
Judice e Baêta (2005) estudaram a relação quando a concorrência aumenta, as pequenas
entre gestão da inovação, modelos empresariais empresas tendem a buscar alianças estratégicas
e investimentos em empresas brasileiras de bio- com os concorrentes, ao passo que as grandes
tecnologia. Os resultados obtidos indicam escas- empresas tendem a reduzir essa colaboração. O
sez de inovações e investimentos nas empresas comportamento de grandes empresas pode ser
pesquisadas, e que, embora haja forte dedicação à parcialmente explicado em razão de sua capaci-
pesquisa e ao desenvolvimento, registra-se baixa dade de lidar com projetos de inovação interna-
intensidade de inovação, conforme indicado por mente. As alianças estratégicas tendem a ser vis-
obtenção de propriedade intelectual. Mussi e tas como uma ferramenta para gestão de riscos,
Canuto (2008), ao investigarem a interpretação como redução de custos e complementaridades
de usuários sobre a adoção de inovações tecno- de recursos.
lógicas em sistema de transporte e frota, consta- Martin et al. (2011) pesquisaram em qua-
tam que os usuários percebem como presente a tro hospitais os desafios da introdução de novas
maioria dos atributos referenciados nessa revisão formas de trabalho no sistema de saúde na Ingla-
de literatura. A pesquisa de Nascimento, Yu e terra, com foco na distância entre a geração da
Sobral (2008) identificou orientações estratégi- ideia e a dificuldade de implantá-la ou de colher
cas da inovação para o mercado de varejo popular resultados em um sistema complexo, identifi-
no Brasil. Entre os resultados mais significativos cando um efeito evaporação de melhorias. Os
estão a padronização de produtos/serviços baratos, resultados apontam que a estratégia de inovação
aumento do conteúdo de autosserviço, oferta por só é eficaz se as mudanças organizacionais pude-
canais de distribuição alternativos e extensão de rem ser sustentadas por gestores, médicos e pro-
financiamento com prestações baixas. fissionais da linha de frente. Do contrário, a mais
Santa et al. (2011) investigaram o valor valia do serviço não será percebida pelo usuário.
efetivo gerado por inovações tecnológicas, como Ting et al. (2011) estudaram impactos da
Enterprise Resource Planning (ERP) nos resulta- implantação de um prontuário eletrônico à base
dos organizacionais de longo prazo. Observou-se de radiofrequência no sistema de saúde de Hong
uma lacuna na mensuração dos benefícios da ino- Kong. Essa inovação permitiu uma nova forma
vação para o sistema organizacional, enfraquecen- de acesso aos diagnósticos e tratamentos dos
do a relação entre a eficácia dos sistemas imple- pacientes com o uso de sistemas compartilhados
mentados com a eficácia operacional organizacio- de informação. Os resultados mostraram a per-
nal. Perin, Sampaio e Faleiro (2005) buscaram cepção positiva dos usuários e pacientes diante
compreender, em organizações de serviços, a rela- da inovação, em razão dos fatores acessibilidade,
ção entre orientação para o mercado e orientação velocidade e segurança das informações disponi-
para aprendizagem e inovação. Os resultados bilizadas, impactando a relação de serviço exis-
demonstraram uma influência positiva e signifi- tente. Sutthijakra (2011) investigou a adoção de
cativa da orientação para o mercado sobre a ino- padrões operacionais por subsidiárias de hotéis
vação de produtos e serviços, além do impacto multinacionais na Inglaterra e em Taiwan. A ado-
indireto da orientação para aprendizagem na ino- ção de inovações por meio da transferência de
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Concluíram que a extensão da heterogeneidade capacidade de conexão com clientes, ativos de
entre parceiros favorece a aquisição e o emprego recursos humanos e capacidade de inovação.
de diferentes capacidades competitivas e, conse- Os resultados indicam que além desses recursos,
quentemente, influencia a capacidade de inova- ativos e habilidades empresariais influenciam o
ção e desempenho da firma. Kleijnen, Ruyter e desempenho da inovação em organizações.
Andreassen (2005) alinharam o desempenho da
firma ao conceito de congruência de imagem (jus-
taposição entre imagem da organização percebi- 3.3 Antecedentes e determinantes de inovação
da por consumidores e a inovação) e concluíram
que essa congruência tem um impacto na atitude Nessa categoria encontram-se artigos a res-
de clientes e na intenção de uso de novos serviços. peito de organizações que dispõem de um ambien-
Ordanini e Rubera (2010) defendem que com- te inovador, considerando características e fatores
preender os efeitos das inovações relacionadas determinantes da inovação. Forsman (2011)
com desempenho é crucial para a sustentabilidade investigou a capacidade de inovação de pequenas
das empresas. manufaturas e empresas de serviços, conside-
Petratos (2005), ao analisar o setor de saúde rando o investimento em Pesquisa e Desenvolvi-
da Inglaterra, observa que, por meio da inovação, mento (P&D), as capacidades e a participação em
tem-se aumentado a eficácia do sistema de saúde redes como forma de alimentar processos ino-
e das respectivas organizações. Situação similar foi vadores. Foram avaliadas as inovações surgidas
observada por Prieger (2009), ao analisar a nos últimos quatro anos e os respectivos graus de
regulação, a inovação e a oferta de novos serviços radicalidade e de abrangência na organização. Os
para o setor de telecomunicações. Quatraro padrões de desenvolvimento de inovação são tão
(2009) associou o crescimento econômico em diversificados nos setores dos serviços como na
indústrias italianas à inovação e à mudança estru- manufatura. Essa rica diversidade sugere a cria-
tural. Ferigotti (2007), ao analisar a influência da ção de políticas destinadas a apoiar o desenvolvi-
aprendizagem no desempenho das inovações, mento da inovação no respectivo contexto, uma
registra que o acúmulo de competências tecnológi- vez que tanto a indústria transformadora como
cas inovadoras resulta de fluxos de conhecimento os serviços não são internamente homogêneos.
para inovação. Enquanto Segatto-Mendes e Lemos Já Chen, Tsou e Huang (2009) pesquisaram
(2007) relacionam a adoção de inovações ao desem- três fatores antecedentes da inovação na presta-
penho organizacional, medido por meio de resul- ção de serviços: colaboração com parceiros exter-
tados financeiros e ambientais, em organização nos, orientação para inovação e capacidade de
do setor público que atua na área de saneamento. tecnologia da informação este último, tendo
Já Prajogo (2006) explorou a relação entre como suporte infraestrutura, recursos humanos e
inovação (produto e processo) e desempenho do ativos intangíveis de Tecnologia da Informação
negócio (crescimento de vendas, market share e (TI). Os resultados indicaram relação entre tais
rentabilidade), comparando os setores industriais antecedentes e o desempenho da empresa, a aber-
e de serviços, buscando analisar se a inovação ocor- tura organizacional a novas ideias e a propensão
re em níveis diferentes em empresas de serviços e para a mudança por meio da adoção de novas
em serviços, o que torna mais difícil identificar a ideias, tecnologias, recursos, habilidades e siste-
existência de inovação, não significando dizer que mas administrativos e à capacidade de introduzir
as empresas de serviços estão atrasadas em maté- algum novo processo, produto ou ideia. Especifi-
ria de inovação em relação às indústrias. O traba- camente o fator colaboração com parceiros foi
lho de Perin, Sampaio e Hooley (2007) avalia a entendido como um processo de interação, por
relação de recursos da empresa com desempenho meio do qual ativos complementares são troca-
de inovação, com ênfase em recursos, como orien- dos com parceiros externos, em que as organiza-
tação para o mercado, capacidades gerenciais, ções tendem a cooperar quando seus recursos e
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outras empresas, institutos de pesquisa e univer- cada vez mais criam ofertas inovadoras de serviços
sidades para execução externa de P&D deter- provenientes de atuação em rede, resultando em
minam significativamente a probabilidade de uma novas ofertas avançadas de serviços, derivadas de
empresa inovar. Ainda sobre P&D como antece- parcerias ou de mérito individual organizacional.
dente, Coutinho e Bontempo (2007) exploraram O conceito de OSE é uma oferta de serviço novo
o processo de desenvolvimento de inovações em ou avançado que deriva de um acordo de colabo-
empresa brasileira, apontando o investimento em ração, uma vez que não poderia ser entregue por
P&D, a competência da equipe de P&D e o apoio méritos individuais organizacionais, gerando capa-
da alta administração como fatores presentes para cidades de inovação, que permitem a exploração
a mobilização do estoque de conhecimento acu- radical e incremental de novos produtos, serviços,
mulado ao longo do tempo. processos e práticas de negócios. Além disso, as
Machado e Vasconcelos (2007) verifica- constantes mudanças nas demandas de clientes
ram a relação entre a constituição de um ambiente fazem que as organizações não só sejam inovado-
inovador e a maneira pela qual elementos de cul- ras, mas ágeis e aderentes ao propósito do negócio.
tura se relacionam nas organizações brasileiras Esses autores ainda destacam que a colaboração
estudadas. Os elementos de cultura fortemente tem se mostrado como fator precursor da apren-
observados foram: valores, crenças e pressupostos, dizagem organizacional, lidando com a cocriação
ritos, rituais e cerimônias, estórias e mitos, tabus, de valor junto ao cliente no setor de serviços.
heróis e comunicação. Artefatos e símbolos foram Alexander et al. (2009) analisam reações
encontrados com menor incidência. Dessa for- de compradores no varejo e suas contribuições para
ma, a pesquisa confirma que organizações inova- a inovação por meio de processos de cocriação de
doras possuem elementos de cultura que podem valor, alterando ambiente físico, produtos e ser-
propiciar e incentivar o desenvolvimento de inova- viços de autoatendimento, explorando o know-
ções. Já Miguel e Teixeira (2009) investigaram a how de clientes para a inovação nos serviços.
relação entre valores organizacionais e a criação do Arvanitis e Woerter (2009), com base em uma
conhecimento para a inovação. Os resultados indi- amostra de 19 clusters de empresas suíças, estuda-
cam que os valores organizacionais apresentaram- ram estratégias e atividades de transferência de
se associados principalmente a aspectos de criação conhecimento e tecnologia entre empresas, uni-
do conhecimento no âmbito interno das organi- versidades e instituições públicas de pesquisa, con-
zações. Por fim, Lopes e Souza (2005) estudaram cluindo que as organizações procuram novas
inovação sob a perspectiva do empreendedorismo, maneiras de conectar sua própria produção de
observando os graus em que os fatores de planeja- conhecimento a recursos de conhecimentos
mento, realização, poder e inovação são presentes externos, podendo se tornar fontes para as ativi-
na atitude de gerentes de organizações varejistas. dades de P&D e de inovação. Esses autores alertam
que as atividades de P&D entre empresas e uni-
versidades estão mais focadas na inovação radical
3.4 Desenvolvimento de capacidades em rede e e na criação de novos produtos, estimulando a
colaboração entre organizações produção de patentes industriais. Por outro lado,
ainda segundo esses autores, as atividades de P&D
Essa categoria trata de artigos que investi- entre empresas e fornecedores estão mais focadas
gam a relação entre desenvolvimento de capaci- em reduzir custos de insumos e melhoria dos pro-
dades inovadoras em rede, acordos de colabo- cessos, aumentando a produtividade do trabalho.
ração no nível organizacional e outras interações. Fontana e Guerzoni (2007) estudaram
Agarwal e Selen (2009) pesquisaram o impacto pequenas e médias empresas de sete países da
da construção de capacidade dinâmica de inova- União Europeia (Dinamarca, França, Alemanha,
ção por intermédio da oferta de serviços elevados Grécia, Itália, Holanda e Reino Unido) em cinco
(OSE), descrevendo que as organizações de serviço setores: alimentos e bebidas, produtos químicos,
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equipamentos de comunicações, serviços de tele- tida, interessante, instrutiva e inspiradora.
comunicações e serviços de informática. Esses Concluiu-se que o contato estruturado e media-
autores analisaram o impacto da demanda sobre do com representantes de toda a cadeia de valor
a inovação, concluindo que a presença de incen- do serviço trouxe resultados relevantes para o pro-
tivos econômicos estimula a inovação e a interação cesso de desenvolvimento das organizações.
com clientes, permite a redução da incerteza da Westergren (2011) avaliou fatores contex-
inovação, principalmente a radical, uma vez que tuais de criação de valor, cooperação, competên-
empresas inovadoras veem os clientes como uma cia, complexidade e controle no processo de ino-
das principais fontes de informação. Sunley et al. vação de uma firma sueca de serviços hidráulicos.
(2008) abordam a questão da inovação e criativi- O estudo mostra que a inovação requer, além de
dade em sistemas de produção cultural, consi- coerência com metas estabelecidas de qualidade,
derando que relações entre clientes, rotinas da tempo e custos, a criação de valor mútuo e o desen-
empresa e competências são mais importantes para volvimento de uma forte relação de confiança
o desenho da inovação que a cooperação inter- interorganizacional. Ainda conforme esse autor,
firmas. Após trazer a discussão sobre a capacidade também se deve considerar tanto a natureza da
de gerar inovação em rede, o agrupamento refe- tecnologia da informação como o contexto social
re-se às organizações que fazem uso de conheci- do ambiente.
mento intensivo em seu portfólio, bem como à Tseng et al. (2011) estudaram a inovação
tênue relação das atividades de P&D com a ino- na indústria de entretenimento de Taiwan, consi-
vação, principalmente no setor de serviços. derando a convergência das características dos
Mention (2011) identificou a influência parques culturais locais. Os resultados identifica-
de práticas de cooperação e de uso de fontes de ram inovações de toda ordem, de acordo com o
informação internas e externas na introdução de ambiente geográfico, variando desde o tipo de
inovações no setor de serviços em países europeus. atividade oferecida à publicidade apresentada para
Os resultados mostram que as empresas que dis- cada público. Tais inovações foram extraídas da
põem de informações baseadas em fontes de mer- experiência com usuários ou desenvolvidas pelo
cado e em fontes internas, bem como das empre- próprio governo. Fuglsang, Sundbo e Sorensen
sas envolvidas em colaboração baseada na ciência (2011) buscaram identificar padrões e dinâmicas
para as inovações de seus produtos, são mais pro- de inovação na experiência de empresas de servi-
pensas a introduzir inovações para o mercado, ao ços de construção civil dinamarquesas. Os resul-
passo que as informações provenientes dos con- tados indicam que a inovação nessas empresas
correntes parecem ter influência negativa sobre o ocorre com base na abertura para interação com
grau de novidade de serviços. Vê-se que, enquan- as partes interessadas em determinadas ativida-
to algumas organizações se contentam em se des, como design de processos. O estudo mostrou
beneficiar da difusão de conhecimentos, outras que empresas inovadoras também procuram
necessitam envolver-se em atividades de coopera- diferenciar-se fortemente de outras empresas do
ção para a inovação. Rexfelt et al. (2011) estuda- setor, caracterizando a inovação como interativa
ram o serviço de cocriação com clientes, que repre- e situada. Essas características são vistas como for-
sentavam uma indústria automobilística, uma ças complementares para beneficiar o processo
empresa de transporte e uma universidade sueca. de inovação.
Foram investigados métodos e práticas de traba- Balestrin, Vargas e Fayard (2005), buscan-
lho de análise de problemas, geração de ideias, do compreender o efeito rede nos processos de ino-
desenvolvimento e avaliação dos serviços. Os resul- vação em polos de informática no Brasil e na Fran-
tados apontaram que os usuários selecionados das ça, ratificam a importância da complementaridade
organizações envolvidas mostraram-se acessíveis de conhecimentos nos processos de inovação e
ao processo cocriativo, classificando impressões sugerem que o surgimento do efeito rede, em tais
da atividade metodológica lúdica como diver- arranjos industriais, é muito mais complexo que
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