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Roteiro de Anatomia III

CABEÇA E PESCOÇO

MUSCULATURA

1. Músculos da mastigação.
2. Músculos da expressão facial e do couro cabeludo.
3. Músculo platisma.
4. Músculos do assoalho da boca ou músculos supra-hióideos: são músculos cervicais que
se encontram acima da linha hióidea, sendo descritos como músculos do assoalho da
boca, elevando o osso hióide.
5. Músculos do pescoço ou cervicais:
i. Superficiais:
1. Infra-hióideos.
2. Supra-hióideos.
3. ECM.
4. Trapézio.
ii. Profundos: Pré-vertebrais.

MASTIGAÇÃO

Inervados motoramente pelo nervo mandibular, terceira divisão do nervo trigêmeo. Os ramos
recebem o nome dos músculos (ramos pterigóideos, massetéricos e temporais profundos).

Irrigação: ramos da segunda parte da artéria maxilar. Os ramos recebem nome dos músculos
(artéria massetérica, artérias temporais profundas e artérias pterigóideas).

1. Músculo temporal
2. Músculo masseter
3. Músculo pterigóideo medial
4. Músculo pterigóideo lateral

O nervo trigêmeo é o nervo sensitivo da face e o nervo motor dos músculos da mastigação.

Músculo temporal:
- Formado por fibras verticais, oblíquas e horizontais.
- Origem: Fossa temporal.
- Inserção: Processo coronóide da mandíbula.
- Função: Eleva (fecha a boca) e as fibras horizontais retraem a mandíbula.
- Irrigação: artérias temporais profundas.

Músculo masseter:
- Músculo mais forte do corpo.
- Origem: Arco zigomático.
- Inserção: Tuberosidade massetérica, lateralmente no ângulo da mandíbula.
- Função: Principal elevador da mandíbula, além de realizar sua protração (ação oposta às
fibras horizontais da do músculo temporal).
- Irrigação: artéria massetérica.

Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF


Os músculos pterigóides ocupam a fossa infratemporal e conectam os processos pterigóides e a
base do crânio com a mandíbula:

Músculo pterigóideo medial:


- Origem: processo pterigoideo.
- Inserção: parte medial do ângulo da mandíbula.
- Função: movimento lateral e elevação da mandíbula.
- Irrigação: ramos da porção pterigóidea da artéria maxilar.

Músculo pterigóideo lateral:


- Formado por dois ventres, um superior e outro inferior.
- Origem: processo pterigoideo.
- Inserção do ventre inferior: fóvea pterigóidea do côndilo da mandíbula.

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- Inserção do ventre superior: disco articular da ATM.
- Função:
- Movimento lateral da mandíbula.
- Abaixa a mandíbula e abre a boca.
- Ventre superior: traciona o disco articular.
- Irrigação: ramos da porção pterigóidea da artéria maxilar.

FACE

REGIÕES DA FACE

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Regiões importantes:
- Região zigomática: proeminência da face conhecida como maca do rosto.
- Região bucal: corresponde às bochechas.
- Região oral: corresponde aos lábios.
- Região parotideomassetérica: leito do músculo masseter e da glândula parótida.

EXPRESSÃO FACIAL

A musculatura insere-se na tela subcutânea.

Linhas de expressão: marcas causadas pela repetição de determinadas expressões faciais


(contração dos músculos ali localizados que tracionam a pele).

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Músculo occipitofrontal:
- Formado por quatro ventres: dois occipitais e dois ventres frontais, conectados pela
aponeurose epicrânica ou gálea aponeurótica.
- Quando ocorre a junção com os músculos auriculares (superior, anterior e posterior),
forma-se o músculo epicrânio.
- Ação do ventre frontal: elevam os supercílios e enrugam transversalmente a região
frontal.
- Ação do ventre occipital: retrai a gálea aponeurótica.
- Expressões denotadas: reação de surpresa, espanto, atenção, sofrimento psíquico.

Músculo corrugador do supercílio:


- Ação: franzir o cenho (rugas verticais entre as sobrancelhas).
- Expressões denotadas: reprovação, sofrimento psíquico, tristeza.

Músculo prócero:
- Ação: franzir o cenho (rugas horizontais na região entre as sobrancelhas - movimento
de levantar o nariz e aproximar as sobrancelhas).
- Expressões denotadas: preocupação e reprovação.

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Músculo orbicular do olho: círculos concêntricos em torno da margem orbital e das pálpebras.
Possui três partes:
- Parte palpebral: cerrar as pálpebras (piscar suavemente ou dormir).
- Parte profunda.
- Parte orbital: fechar as pálpebras com firmeza (proteger os olhos contra luz e poeira ou
focar o olhar em um objeto).
- Responsável pelos famosos pés de galinha.

Músculo nasal:
- Comprime as asas do nariz.
- Aumenta a abertura das narinas.

Músculos zigomáticos maior e menor:


- Eleva as bochechas e a comissura labial (bilateralmente, expressa felicidade, o sorriso
franco ou autêntico, ou, unilateralmente, desdém).
- Forma, conjuntamente com o músculo risório, as covinhas.

Músculo levantador do lábio superior e da asa do nariz:


- Eleva lateralmente o lábio superior e as asas nasais.
- Acentua o sulco nasolabial, formando, com o tempo, o famoso bigode chinês.

Músculo levantador do lábio superior:


- Everte o lábio superior (eleva lateralmente o lábio superior).
- Também acentua o sulco nasolabial.
- Expressão denotada: desconfiança, insegurança.

Músculo levantador do ângulo da boca:


- Profundo.
- Eleva lateralmente o ângulo dos lábios.
- Responsável pelo sorriso.
- Junto com os demais músculos elevadores do lábio, faz transparecer entre eles as covinhas
do sorriso.

Músculo risório:
- Retrai lateralmente o ângulo dos lábios (a comissura labial).
- Sorriso amarelo.
- Responsável pelas covinhas.

Músculo bucinador:
- Profundo, localizado atrás do músculo risório.
- Protege as bochechas na mastigação e dá a elas seu formato arredondado.
- Perfurado pelo ducto parotídeo e pelo ramo bucal do nervo mandibular.
- Responsável pela forma das bochechas.
- Sucção, assovio e assopro.
- Muito desenvolvido em musicistas de sopro.

Músculo orbicular da boca:


- Protrai a boca.
- Responsável pela articulação da fala, pelo beijo e pelo assopro (projeção dos lábios).

Músculo depressor do lábio inferior:


- Formato quadrado.

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- Everte e retrai inferiormente o lábio inferior.
- Denota dor física.
- Acentua o sulco labiogeniano e as covinhas do mento.

Músculo depressor do ângulo da boca:


- Formato triangular.
- Everte e retrai inferiormente o ângulo da boca.
- Cara de :( -> expressa insatisfação, indiferença, forte dor física.

Músculo depressor do septo nasal

Músculo mentual ou mentoniano:


- Eleva o lábio inferior e franze a pele do mento.
- Fazer manha ou beicinho.

Músculo platisma:
- Grande músculo da pele do pescoço.
- Lâmina larga e fina de músculo na tela subcutânea do pescoço.
- Cobre a face anterolateral do pescoço.
- Muito superficial, causando muitas rugas com o envelhecimento (estampa a idade).
- Tensiona a pele da região do pescoço.
- Salienta a veia jugular externa.

Músculo auriculares:
- São três: anterior, posterior e superior.
- Puxam as aurículas para cima, para trás e para frente.
- Poucas pessoas conseguem movimentar as orelhas graças ao desenvolvimento dos
músculos auriculares.

São músculos profundos da face:


- Bucinador
- Levantador do ângulo da boca
- Depressor do septo

Correlação clínica:
- Linhas e rugas de expressão são relacionadas a perda de elasticidade da pele: a
aplicação de toxina botulínica paralisa os músculos da expressão facial, reduzindo o
aparecimento dessas marcas.
- Bichectomia: remoção do corpo adiposo de bichat (almofada suctorial)
presente entre a pele e o músculo bucinador.
- A mímica é volitiva, ou seja, assumimos a contração do músculo que desejamos,
quando desejamos.
- A expressão facial é involuntária e denota a contração dos músculos da expressão
facial frente a alguma emoção.

ASSOALHO DA BOCA
(Cai na teórica. Na prática, nem tanto, geralmente, é possível visualizar o digástrico e o milo-hióideo
apenas)

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1. Milo-hióideo:
a. Principal constituinte do assoalho da boca, formando um verdadeiro diafragma.
b. Origem: superfície interna do corpo da mandíbula.
c. Inserção: osso hióide.
d. Possui um tendão intermediário.
e. Ação: eleva o assoalho da boca durante a deglutição.
f. Inervação: nervo milo-hióideo do nervo mandibular do nervo trigêmeo.
2. Gênio-hióideo:
a. Superior ao músculo milo-hióideo.
b. Ação: traciona o osso hióide para frente, ajudando a aumentar a pressão
intrabucal durante a deglutição.
c. Inervação: fibras motoras de C1 que descem pela bainha do nervo hipoglosso.
3. Ventre anterior do digástrico:
a. Ação: auxilia na abertura da boca e elevação do assoalho bucal.
b. Inervação: nervo milo-hióideo do nervo mandibular do nervo trigêmeo.
4. Ventre posterior do digástrico:
a. Inervação: ramo muscular do nervo facial.

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5. Estilo-hióideo:
a. Ação: eleva e retrai o osso hioideo.
b. Inervação: ramo muscular do nervo facial.
6. Ligamento conectando o tendão intermediário do digástrico ao osso hióide
7. Osso hióide
8. Rafe tendínea mediano do músculo milo-hióideo

COURO CABELUDO

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Camadas do couro cabeludo:
- Pele.
- Tela subcutânea: tecido conjuntivo propriamente dito denso modelado fibroso rico em
artérias.
- Devido à fibrosidade do tecido conjuntivo, os vasos sanguíneos localizados
apresentam dificuldade de se contraírem e se fecharem em casos de lesão.
- Galea aponeurótica (aponeurose epicrânica):
- Aponeurose do músculo occipitofrontal.
- Tecido conjuntivo frouxo (tecido subaponeurótico frouxo):
- Permite a mobilidade das camadas suprajacentes.
- Apresenta veias emissárias (comunicam-se com os seios da dura-máter).
- Pericrânio: periósteo do crânio.

Observação: o Epicrânio é constituído pelos ventres do músculo occipitofrontal, músculos


auriculares superior, anterior e posterior e pela gálea aponeurótica.

Correlações clínicas:
- Secção do couro cabeludo:
- Lesões do couro cabeludo tendem a sangrar abundantemente, pois se trata de
uma região extremamente irrigada.
- Além disso, a densidade tecidual local impede que as artérias se fechem caso
elas sejam lesionadas, o que produz um sangramento muito mais profundo.
- Aumento das bordas do corte: dada a tração provocada pelos ventres frontais e
occipitais do músculo occipitofrontal frontal sobre a aponeurose epicrânica,
desnudando a região.
- A camada de tecido frouxo confere enorme mobilidade às superfícies adjacentes. Há
com isso uma grande facilidade de remoção do escalpo (couro cabeludo) em
acidentes ou agressões.

Inervação dos músculos do couro cabeludo: ramos terminais do nervo facial através do plexo
parotídeo.

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- O nervo facial, após deixar o crânio pelo forame estilomastóideo, atravessa o estroma da
glândula parótida e se divide em 2 troncos, originando 5 ramos terminais.

Inervação sensitiva do couro cabeludo:


- Região anterior e superior do couro cabeludo:
- Nervo supratroclear e nervo supraorbital: ramos do nervo frontal, ramo do nervo
oftálmico.
- Nervo zigomático temporal: ramo do nervo maxilar.
- Nervo auriculotemporal: ramo sensitivo do nervo mandibular.
- Nervo occipital menor, ramo do plexo cervical: pavilhão auricular e porção retroauricular do
couro.
- Nervo occipital maior
- Ramo posterior do segundo nervo cervical (C2).
- Inerva a região posterior do couro.
- Nervo occipital terceiro.
- Ramo posterior do terceiro nervo cervical (C3).
- Inerva a região nucal.

Drenagem venosa:
- Veias supraorbital e supratroclear (que convergem para formar a veia oftálmica superior)
drenam a região frontal.
- Veia temporal superficial lateralmente.
- Veia occipital, tributária da veia jugular interna, na região nucal.

Irrigação do couro cabeludo:


- Artérias supratroclear e supraorbital, ramos da artéria oftálmica, ramo da artéria carótida
interna.
- Ramos da artéria carótida externa:
- Artéria temporal superficial:
- Ramo frontal.
- Ramo parietal.
- Artéria auricular posterior.
- Artéria occipital.

Observe que toda a irrigação do couro cabeludo provém de inferior para superior (de ramos
que se originam inferiormente e ascendem em direção a região da calvária).

INERVAÇÃO DA FACE E DO COURO CABELUDO

Inervação motora: nervo facial.


- O acometimento periférico da via facial (lesão do nervo facial) provoca o quadro de Paralisia
Facial de Bell, em que toda a face do lado acometido sofre com déficit motor. Um sinal
característico é o desvio da rima da boca para o lado sadio, pois os músculos deste lado
puxam a comissura labial.

Inervação sensitiva: principalmente, a cargo do nervo trigêmeo. Seus ramos são: nervo oftálmico,
maxilar e mandibular. Também, essa inervação é dada pelo plexo cervical (ramos anteriores dos
nervos espinhais cervicais) e pelos ramos cutâneos dos ramos dorsais dos nervos espinhais
cervicais.

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Ramos do nervo trigêmeo na inervação sensitiva da face e do couro cabeludo:

1. Ramos do nervo oftálmico (primeiro divisão):


- Nervo nasal externo:
- Inerva o dorso do nariz.
- Nervo supratroclear:
- Medial ao nervo supraorbital.
- Inervação da região frontal e da pálpebra superior.
- Nervo supraorbital:
- Inerva a região frontal (mais lateralmente ao supratroclear) e a pálpebra
superior.

2. Ramos do nervo maxilar (segunda divisão):


- Nervo zigomático temporal: região da dor de cabeça (anterior e superior do couro
cabeludo).
- Nervo zigomático facial: inerva a região do zigoma.
- Nervo infraorbital: região do lábio superior, porção lateral do dorso do nariz e pálpebra
inferior.

3. Ramos do nervo mandibular:


- Nervo auriculotemporal, acompanha a artéria temporal superficial, inerva:
- Região temporal.
- Região auricular.
- Região sobre a glândula parótida.
- Nervo bucal: pele da bochecha.
- Nervo mentoniano: lábio inferior e mento, proveniente do nervo alveolar inferior.

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Ramos sensitivos do plexo cervical:

Revisão: o plexo cervical consiste em uma alça nervosa formada pelos ramos anteriores
adjacentes dos quatro primeiros nervos cervicais.

4. Nervo occipital menor:


- Inerva parte do pavilhão auricular e da porção retroauricular do couro.
- Acompanha a artéria occipital.

5. Nervo auricular magno: acompanha o território do occipital menor.


- Acompanha a artéria auricular posterior.

6. Nervo transverso do pescoço: ramos anteriores de C2 e C3.

Ramos dorsais dos nervos cervicais espinhais: região posterior do couro cabeludo e região nucal.

7. Nervo occipital maior:


- Ramo posterior do segundo nervo cervical (C2).
- Inerva a região posterior do couro.

8. Nervo occipital terceiro:


- Ramo posterior do terceiro nervo cervical (C3).
- Inerva a região nucal.

VASCULARIZAÇÃO DA FACE E DO COURO CABELUDO

IRRIGAÇÃO

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A principal artéria responsável pela irrigação da face é a artéria facial.

Artéria carótida externa:


- Artéria temporal superficial.
- Artéria maxilar.
- Artéria auricular posterior.
- Artéria occipital: emerge inferiormente a artéria auricular posterior.
- Artéria facial principalmente:
- Apresenta trajeto tortuoso, originando ramos nutrícios para as diferentes regiões
faciais.
- Termina como artéria angular no canto medial do olho, onde se anastomosa
com a artéria oftálmica, ramo da carótida interna.
- Artéria lingual.
- Artéria faríngea ascendente.
- Artéria tireóidea superior.

Artéria carótida interna:


- Artéria oftálmica:

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- Emite as artérias supratroclear e supraorbital.

DRENAGEM VENOSA

Basicamente, a drenagem venosa é feita pelas veias jugulares interna e externa.

- Inicia com a veia angular, que, no epicanto do olho, se comunica com a veia oftálmica
superior, formada pelas veias supra orbital e supratroclear.
- Essa comunicação possibilita que infecções da face possam se propagar para a
região intracraniana no seio cavernoso.
- Por essa razão, a região correspondente ao nariz externo é chamada de área
perigosa da face.
- Essa relação justifica o fato de espinhais infeccionadas, mesmo que raramente,
serem capazes de provocar meningite.
- A veia angular continua inferiormente como a veia facial, a qual recebe tributárias
correspondentes aos ramos arteriais homônimos.
- A veia facial desemboca direta ou indiretamente na veia jugular interna.
- Geralmente, a veia facial desemboca no tronco facial comum, conjuntamente com
a divisão anterior da veia retromandibular, e este drena para a veia jugular interna.
- Na desembocadura indireta, a veia facial pode se unir a lingual e a tireóidea superior,
formando o tronco tíreo-línguo-facial antes de desembocar na jugular interna.
- A veia temporal superficial une-se à veia maxilar, formando a veia retromandibular.
- A veia retromandibular apresenta duas divisões:
- Anterior: une-se a veia facial.
- Posterior: une-se a veia auricular posterior, formando a veia jugular externa.

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DRENAGEM LINFÁTICA

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Esquema:
- A linfa da cabeça e do couro cabeludo é drenada por linfonodos do colar pericervical,
constituído por vários grupos de linfonodos:
- Occipitais.
- Mastóides ou retroauriculares.
- Parotídeos ou parotideomassetéricos.
- Faciais ou bucais:
- Estes localizam-se ao longo da veia facial.
- Submandibulares.
- Submentonianos.
- Os linfonodos do colar pericervical drenam para os linfonodos cervicais profundos
inferiores.

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Dando dois passos a frente para entender melhor:
- Os linfonodos cervicais podem ser:
- Grupo profundo, abrange os seguintes linfonodos:
- Cervicais profundos anteriores.
- Cervicais profundos superiores laterais.
- Cervicais profundos inferiores laterais:
- Para onde, em última análise, drenam todos os linfonodos da
face e do pescoço.
- Estes formam o tronco jugular, a partir do qual drenam para os
ductos torácico ou linfático direito e, destes, a linfa desemboca
na junção entre a veia jugular interna e a veia subclávia.
- Grupo superficial:
- Localizam-se ao longo das veias jugulares anterior e externa.
- Recebem a linfa de parte do couro cabeludo e a região superficial do
pescoço.
- Abrange os seguintes linfonodos:
- Cervicais superficiais superiores laterais.
- Cervicais superficiais inferiores laterais.

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PESCOÇO

FÁSCIA CERVICAL

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- Película de tecido fibroso.
- Prende-se a mandíbula, ao esterno, aos processos espinhais das vértebras, etc.
- Envia septos para o interior do pescoço, formando três compartimentos:
- Lâmina de revestimento externo (superficial):
- Circunda todo o pescoço profundamente a tela subcutânea e a pele.
- Envolve o ECM e o trapézio nos quatro ângulos do pescoço.
- A lâmina superficial e os músculos envolvidos circundam duas principais
colunas fasciais:
- Lâmina pré-vertebral (músculo esquelético):
- Envolve a coluna vertebral e os músculos do dorso.
- Lâmina pré-traqueal muscular:
- Envolve os músculos infra-hióideos.
- Lâmina pré-traqueal visceral:
- Envolve as vísceras do pescoço (glândula tireóide, traquéia e esôfago).
- Contínua nas partes posterior e superior como a fáscia bucofaríngea da
faringe.

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- Funde-se lateralmente com as bainhas carotídeas.
- Bainha carotídea:
- Envolve a veia jugular interna, artéria carótida comum e o nervo vago.
- Observação: A bainha carotídea e a fáscia pré-traqueal comunicam-se
livremente com o mediastino do tórax na parte inferior e com a cavidade do
crânio na parte superior. Essas comunicações representam possíveis vias
para a disseminação de infecção e do sangue extravasado.
- Espaço retrofaríngeo:
- Tecido conjuntivo frouxo localizado entre a parte anterior da lâmina
pré-vertebral e a fáscia pré-traqueal.
- Permite o movimento da faringe, esôfago, laringe e traqueia em relação a
coluna vertebral durante a deglutição.
- A parte superior é fechada pela base do crânio e a parte inferior se abre no
mediastino superior.

Observação: o espaço existente entre as lâminas de fáscia permite a disseminação de infecções.

TRÍGONOS CERVICAIS

O músculo ECM divide o pescoço em duas regiões:

Região cervical anterior:


- Trígono muscular (7).
- Trígono carotídeo (6):
- Palpação do linfonodo jugulo-digástrico.
- Checagem do pulso da artéria carótida comum.
- Trígono submandibular (4):

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- Por onde passa o nervo hipoglosso.
- Trígono submentoniano (5).
- Fossa supraclavicular menor (1):
- Localizado entre entre as cabeças (esternal e clavicular) do ECM.
- Ponto de referência para punção venosa profunda (veia jugular interna e veia
subclávia)!

Região lateral do pescoço: limitada anteriormente pela margem posterior do ECM e posteriormente
pela margem anterior do trapézio.
- Dividido pelo ventre superior do músculo omo-hióideo em:
- Trígono cervical lateral ou occipital (2): onde cruza o nervo acessório.
- Trígono supraclavicular ou omoclavicular (3).

MÚSCULOS SUPERFICIAIS DO PESCOÇO

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ECM:
- Delimita os trígonos cervicais.
- Formado por duas cabeças:
- Cabeça esternal: fixa-se ao manúbrio do esterno.
- Cabeça clavicular: fixa-se a face superior do terço medial da clavícula.
- Superiormente, fixa-se no processo mastóide do temporal e na linha nucal superior do
occipital.
- Inervado pelo nervo acessório e nervos espinhais de C2 e C3 (sobretudo de forma
dolorosa e proprioceptiva).
- Ação individual (cada ECM):
- Inclinação ipsilateral da cabeça (flexão lateral). Se o pescoço inclina para a direita,
contraímos ECM direito.
- Giro facial contralateral. Se a cabeça gira para direita, o ECM esquerdo que está
atuando.
- Ação conjunto (dos dois ECM):
- Inclinação da cabeça para frente (flexão da cabeça) contra resistência, aproximando
o mento do manúbrio.
- As fibras posteriores auxiliam na extensão da cabeça, elevando o mento.
- Atua no final do movimento de rotação da cabeça.

Trapézio:
- Músculo superficial do dorso.
- Músculo toraco-apendicular, atuando sobre o cíngulo do membro superior.
- Músculo cervical, movimenta o crânio.
- Inervado pelo nervo acessório e nervos espinhais de C3 e C4 (sobretudo de forma
dolorosa e proprioceptiva).

Correlação clínica:
- Torcicolo: rigidez do ECM.
- Fraqueza muscular por lesão do nervo acessório:
- Dificuldade na elevação do ombro.
- Dificuldade da rotação da cabeça para o lado oposto ao da lesão contra a
resistência.
- Escápula alada por comprometimento da inervação do trapézio.

Infra-hióideos:
- Músculos localizados na parte inferior do osso hióide.
- Inervado pela alça cervical: ramos anteriores de C1 a C3.
- O tireo-hióideo também é inervado por um ramo do nervo hipoglosso.
- Relacionados à deglutição (eleva o assoalho da boca).
- Omo-hióideo: abaixa o osso hióide.
- Apresenta um ventre superior e um ventre inferior, conectados por um
tendão intermediário.
- Seu tendão intermediário reduz a pressão sobre a veia jugular interna,
facilitando o retorno venoso.
- Origem: margem superior da escápula.
- Inserção: margem inferior do hióide.
- Ação: abaixa, retrai e estabiliza o osso hióide.
- Esterno-hióideo:
- Origem: manúbrio do esterno e porção medial da clavícula.
- Inserção: corpo do hióide.

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- Ação: abaixa o hióide após elevação pela deglutição.
- Esterno-tireóideo:
- Origem: face posterior do manúbrio do esterno.
- Inserção: cartilagem tireóidea.
- Ação: abaixa o hióide e deprime a laringe.
- Tireo-hióideo:
- Origem: cartilagem tireóidea.
- Inserção: corpo e corno maior do hióide.
- Ação: abaixa o hióide e eleva a laringe na deglutição.

MÚSCULOS CERVICAIS PROFUNDOS

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Músculos pré-vertebrais:
- Inervados motoramente pelos ramos anteriores dos nervos cervicais.
- Envolvidos pela lâmina pré-vertebral da fáscia cervical.
- São eles:
- Longo da cabeça: flexão da cabeça.
- Músculo longo do pescoço:
- Flexão da coluna cervical.
- Confere estabilidade à região no desempenho das funções do sistema
estomatognático (fala, deglutição, etc).
- Reto anterior da cabeça: flexão da cabeça.
- Reto lateral da cabeça: flexão da cabeça lateralmente.
- Levantador da escápula: eleva a escápula e o ombro.
- Escalenos:
- Origem comum: processos transversos das vértebras.
- Inserção comum: costelas (primeira costela no caso dos escalenos anterior
e médio e segunda costela no caso do escaleno posterior).
- Tipos:
- Anterior: eleva as costelas e atua em inspiração forçada e
profunda (acentua o movimento de alça de balde).
- Médio e posterior: fletem o pescoço lateralmente.

VASCULARIZAÇÃO

IRRIGAÇÃO

Entendendo vascularização da cabeça e do pescoço:


- Sistema carotídeo externo.
- Sistema subclávio.

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- Tronco braquiocefálico: visa reduzir a pressão sanguínea com a qual o sangue deixa o
arco aórtico antes de chegar às artérias carótida comum e subclávia direitas.

Correlação clínica: síndrome do roubo subclávio.


- Episódios frequentes de tontura e pré-síncope.
- Pulsos radial e braquial esquerdos fracos.
- Extremidade superior esquerda fria e pálida.
- Pulsos carotídeos e femorais normais.

Artéria subclávia:
- Localizado entre a clavícula e a primeira costela.
- Torna-se artéria axilar na borda externa da primeira costela.
- Dividida em três porções pelo músculo escaleno anterior.
- Todos os ramos, com exceção da artéria escapular dorsal e do tronco costocervical,
se originam do primeiro segmento da artéria subclávia.
- O tronco costocervical se origina da primeira parte e a artéria escapular dorsal da
terceira parte da artéria subclávia.
- Ramos:
- Artéria vertebral:
- Ascende nos forames transversos das vértebras cervicais.
- Forma a artéria basilar com a artéria vertebral contralateral.
- Tronco tireocervical:
- Artéria tireóidea inferior:
- Emite a artéria cervical ascendente.
- Artéria supraescapular.
- Irrigação dos músculos infra e supra espinhal.
- Nutre a articulação glenoumeral.
- Artéria cervical ascendente ou artéria transversa do pescoço:
- Irrigação do músculo trapézio.

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- Tronco costocervical:
- Artéria intercostal suprema:
- Nutre os primeiros espaços intercostais da região do dorso.
- Artéria cervical profunda:
- Anastomosa com o ramo profundo do ramo descendente da
artéria occipital (ramo da artéria carótida externa).
- Artéria torácica interna:
- Nutre os espaços intercostais da região ventral.
- Fornece ramos para o músculo diafragma.
- Dá origem a ramos perfurantes que nutrem a mama (por isso denominada
também de artéria mamária interna).
- Utilizada na cirurgia de revascularização do miocárdio.
- Artéria escapular dorsal:
- Pode estar presente ou não.
- Nutre o músculo levantador da escápula e romboides.

Artéria carótida comum:

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- Bifurca-se na borda superior da cartilagem tireóidea.
- Na parte proximal da artéria carótida interna, perto do ponto de bifurcação da artéria
carótida comum, encontramos um dilatação conhecida como seio carotídeo, que contém
barorreceptores que detectam variações na pressão sanguínea.
- Correlação clínica: estimulação do seio carotídeo.
- O cardiologista estimula mecanicamente o seio carotídeo, reduzindo
crises de arritmia.
- O corpo ou glomo carotídeo é uma pequena massa arredondada, situada na bifurcação
da artéria carótida comum, que corresponde a pequenos grupos de quimiorreceptores
que captam os níveis de dióxido de carbono e oxigênio no sangue.

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- O seio e o corpo carotídeo são inervados sensitivamente pelo nervo vago e pelo nervo
glossofaríngeo. Fibras destes nervos seguem em direção ao centro respiratório e
vasomotor localizados no bulbo, informando sobre os níveis de oxigênio e gás carbônico e
a pressão do sangue.
- Correlação clínica:
- Paciente com dormência do braço direito e fala indistinta com duração de quatro
horas.
- Ataque isquêmico transitório provocado por obstrução da artéria carótida comum ou
interna.
- Divisões:
- Artéria carótida interna:
- Trajeto:
- Cervical.
- Petroso:
- Descreve, dentro da porção petrosa do osso temporal, o
sifão carotídeo, com o objetivo de reduzir a pressão
sanguínea e evitar que as frágeis artérias cerebrais se
rompam.
- Cavernoso:
- Atravessa o interior do seio cavernoso da dura-máter.
- Base do encéfalo:
- Onde se ramifica em seus ramos terminais.
- Termina nas artérias cerebral média e cerebral anterior.
- Contribui para o polígono de Willis com as artérias cerebral anterior e a
artéria comunicante posterior.

- Correlação clínica: obstrução das carótidas pode levar a isquemia cerebral.


- Artéria carótida externa:

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- Ramos:
- Tireóidea superior:
- Primeira emissão da artéria carótida externa.
- Ramo anterior.
- Anastomosa com a artéria tireóidea inferior no estroma
da glândula tireoidea.
- Conexão entre os sistemas subclávio e carotídeo
externo.
- Nutre a tireóide e parte da laringe e da traquéia.
- Origina a artéria laríngea superior, que penetra a
membrana tireo-hióidea, conjuntamente com ramo interno
do nervo laríngeo superior (ramo do nervo vago).
- Lingual:
- Ramo anterior.

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- Divide-se em:
- Artéria profunda da língua: nutre o corpo da
língua.
- Artéria sublingual: irriga o assoalho da boca.
- Ramos supra-hióideos: irrigam os músculos
supra-hioídeos, que liga o osso hioideo com a
mandíbula.
- Facial:
- Ramo anterior.
- Apresenta aspecto tortuoso.
- Emite uma porção cervical, antes de contornar a glândula
submandibular e ascender pela face emitindo ramos.
- Ajuda a suprir os músculos supra-hióideos, a glândula
submandibular, etc.
- Origina as artérias labiais superior e inferior.
- Termina como a artéria angular, quando se anastomosa
com o ramo dorsal nasal da artéria oftálmica (ponto de
conexão entre as artérias carótidas interna e externa).
- Faríngea ascendente:
- Ramo medial.
- Nutre principiante a faringe, mas também a cavidade
timpânica e parte da dura-máter adjacente à região.
- Occipital:
- Ramo posterior.
- Nutre o couro cabeludo.
- Dá origem a um ramo descendente, que se divide em um
ramo superficial (anastomosa com a artéria cervical
transversa, ramo do tronco tireocervical da artéria
subclávia) e profundo (anastomosa com a artéria cervical
profunda, ramo do tronco costocervical da artéria
subclávia).
- Auricular posterior:
- Ramo posterior.
- Nutre a região posterior da orelha, parte do couro cabeludo e
parte do pavilhão auricular.
- Outros ramos:
- Ramo palatino.
- Ramo para a tonsila palatina.
- Maxilar (ramo terminal):
- Emerge de dentro da glândula parótida, onde a artéria
carótida externa se bifurca em seus ramos finais.
- Direciona-se para os músculos da mastigação na fossa
infratemporal.
- Três porções:
- Mandibular: ramos que acompanham a porção
sensitiva do nervo mandibular.
- Timpânica anterior.
- Auricular profunda.
- Meníngea média: nutre a dura-máter.
- Na região do ptérion, a artéria
meníngea média torna-se mais

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superficial e suscetível a
traumatismos.
- Sulca a região interna do crânio.
- Correlação clínica: a lesão da artéria
meníngea média provoca hematoma
extradural.
- Meníngea acessória.
- Alveolar inferior:
- Penetra a mandíbula pelo forame
mandibular.
- Antes de entrar na mandíbula,
emite a artéria milo-hióidea: irriga
o assoalho da boca, o músculo
milo-hióideo e o ventre anterior do
digástrico.
- Deixa o osso da mandíbula pelo
forame mentual.
- Após isso, recebe o nome de artéria
mentoniana.
- Pterigóidea: ramos que acompanham os músculos
da mastigação.
- Artérias temporais profundas.
- Bucal.
- Massetérica.
- Artérias pterigóideas.
- Pterigopalatina: ramos que acompanham o nervo
maxilar.
- Penetra na fossa pterigopalatina.
- Ramos:
- Palatina descendente:
- Irriga o palato duro e o
palato mole.
- Do canal pterigóideo.
- Ramo faríngeo.
- Alveolar superior posterior:
- Irriga os dentes posteriores.
- Esfenopalatina.
- Irriga o septo nasal.
- Nutre as paredes da
cavidade nasal.
- Irriga a região anterior do
palato duro.
- Correlação clínica: epistaxe
por ruptura da artéria
esfenopalatina e seus
ramos.
- Continua como artéria infraorbital
ao passar pelo forame infraorbital:
- Irriga os dentes anteriores.
- Nutre o seio maxilar.

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- Temporal superficial (ramo terminal):
- Irrigação do couro cabeludo.
- Apresenta um ramo frontal e um ramo parietal.
- Origina a artéria facial transversa ou transversa da face, que
acompanha o ducto parotídeo.

Importância clínica:
- Arterite temporal: como em idosos, em que uma mudança celular na parede das artérias
causa fortes cefaléias na região lateral da cabeça.
- Enxaquecas: vasodilatação de artérias da cabeça.

Anastomoses arteriais envolvendo a subclávia e carótidas:


- Sistema subclávio direito e esquerdo: artérias vertebrais.
- Sistema subclávio-aorta: artérias intercostais anteriores e posteriores.
- Sistema subclávio e sistema carotídeo: círculo arterial do cérebro.

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- Sistema subclávio e sistema carotídeo externo:
- Ramo profundo do ramo descendente da artéria occipital com a artéria cervical
profunda do tronco costocervical.
- Ramo superficial do ramo descendente da artéria occipital com a artéria
transversa do pescoço (ou cervical transversa) do tronco tireocervical.
- Artéria tireóidea superior com artéria tireóidea inferior.
- Sistema carotídeo externo e interno:
- Artéria angular (ramo terminal da artéria facial da artéria carótida externa) com
artéria dorsal nasal (ramo da artéria oftálmica da artéria carótida interna).
- Artéria meníngea média (da porção mandibular da artéria maxilar) com ramo
meníngeo recorrente da artéria lacrimal, ramo da artéria oftálmica.

DRENAGEM VENOSA

Veias da região cervical e da cabeça:


- Formação das veias da cabeça:
- Veia retromandibular: veia temporal superficial e veia maxilar.
- Porção posterior: une-se a veia auricular posterior para formar a veia
jugular externa.
- Porção anterior: une-se com a veia facial formando o tronco facial
comum, desembocando na veia jugular interna.
- A veia facial pode se unir com a veia lingual e a veia tireóidea
superior dando origem ao tronco tireo-lingo-facial.
- Veia maxilar: proveniente do plexo venoso pterigóideo.
- Plexo pterigóideo: amortece prováveis compressões dos músculos da mastigação
sobre a veia maxilar.
- Drena dentes superiores, inferiores, seios maxilares, seios etmoidais, etc.
- Comunicações importantes:
- Seio cavernoso.
- Correlação clínica: exsudato infeccioso pode atingir
regiões intracranianas pela comunicação do plexo
pterigóide com o seio cavernoso.
- Veia facial por meio da veia profunda da face.
- Veia oftálmica superior.
- Região superficial:
- Veias jugulares anteriores:
- Formadas por veias localizadas no trígono submentoniano.
- Veias jugulares externas:
- Sobrepostas ao músculo ECM e à fáscia cervical.
- Perfura a fáscia cervical para desembocar na veia subclávia.
- Formadas pela divisão posterior da veia retromandibular que se une
com a veia auricular posterior.
- Região profunda:
- Veia jugular interna:
- Continuação do seio sigmóide da dura-máter.
- Recebe as tributárias veias facial, lingual, tireóidea superior e a occipital.
- Une-se com a veia subclávia, formando a veia braquiocefálica.
- Correlação clínica: para a realização de punção venosa profunda da veia
jugular interna ou subclávia, usa-se a fossa supraclavicular menor
(entre as cabeças do ECM).

DRENAGEM LINFÁTICA

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Drenagem da cabeça e do pescoço:

- Linfonodos da cabeça:
- Drenam para os linfonodos cervicais profundos e superficiais.
- Linfonodos cervicais superficiais:
- Drenam para os linfonodos do grupo supraclavicular e para os linfonodos cervicais
profundos inferiores laterais.
- Linfonodos profundos anteriores:
- Drenam para os cervicais profundos inferiores laterais.
- Realizam a drenagem da tireoide e da traqueia.
- Linfonodos profundos superiores laterais:
- Drenam para os cervicais profundos inferiores laterais.
- O principal linfonodo desse grupo é o jugulodigástrico, eferente da base da língua
e da orofaringe.
- Linfonodos cervicais profundos inferiores laterais:
- Formam os troncos jugulares de cada lado.
- Destaca-se o linfonodo jugulo-omo-hióideo, eferente da região central da língua
e recebe linfa também do linfonodos do grupo superior.
- Ducto linfático direito:
- Recebe a linfa do tronco jugular.
- Drena a linfa da hemiface, hemitórax e membro superior direito.
- Abre-se na junção entre a veia jugular interna e a veia subclávia.
- Ducto torácico:

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- Recebe a linfa do tronco jugular.
- Drena a linfa das demais regiões do corpo.
- Abre-se na junção entre a veia jugular interna e a veia subclávia.
- Não raramente, desemboca na veia braquiocefálica esquerda.

Drenagem linfática da língua:


- Ápice e região lateral: drena para linfonodos submentuais.
- Região central: linfonodos cervicais profundos inferiores, especialmente o
linfonodo jugulo-omo-hióideo.
- Tumores nessa região possuem um prognóstico clínico pior devido a
conexão direta dos linfonodos ali localizados com os linfonodos
cervicais profundos inferiores.
- Região orofaringiana: drena para linfonodos cervicais profundos superiores
laterais, especialmente o linfonodo jugulodigástrico.

INERVAÇÃO

Recorrentemente, na inervação da cabeça, observamos nervos que carregam fibras


provenientes de outros nervos. O que ocorre é que certas fibras nervosas pegam carona no
perineuro de determinados nervos, não necessariamente constituindo esses de forma
funcional!!!

Inervação craniana:
- Nervo olfatório:
- Origem: bulbo olfatório.
- Suas fibras originam-se no teto da cavidade nasal e perfuram a lâmina crivosa do
osso etmóide antes de se conectar aos bulbos olfatórios na base do telencéfalo.
- Distribui-se acima da concha nasal superior na mucosa do nariz.
- Correlação clínica: anosmia.
- Perda do sentido da olfação.
- Nervo óptico:
- Origina-se na retina.
- Correlação clínica: a lesão de suas fibras levam a cegueira completa.
- Nervo oculomotor:
- Componente somático: inerva todos os músculos extrínsecos dos olhos, com
exceção dos músculos oblíquo superior e reto lateral.
- Componente visceral ou parassimpático:
- Inervam os músculos ciliares (ajustam o cristalino, atuando na
acomodação visual) e o esfíncter da pupila (realiza a contração da
pupila).
- Ativa o músculo levantador da pálpebra superior, contraindo-o e
mantendo os olhos abertos.
- Correlação clínica: paralisia do nervo oculomotor.
- Limitação do movimento.
- Diplopia.
- Midríase.
- Incapacidade de acomodação visual.
- Ptose palpebral.
- Gânglio anexo: gânglio ciliar.
- Localizado no interior do cone muscular do olho.
- Passam pelo gânglio ciliar fibras sensitivas do trigêmeo e fibras simpáticas:

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- A primeira divisão do trigêmeo, o nervo oftálmico, chega ao
gânglio ciliar e, a partir deste, os nervos ciliares curtos levam
suas fibras para inervar sensitivamente o bulbo do olho.
- Fibras pós-ganglionares parassimpáticas do nervo oculomotor
acompanham as fibras dos nervos ciliares curtos, alcançando os
músculos ciliares e o esfíncter.
- Passam também, pelas fibras dos nervos ciliares curtos, as fibras
pós-ganglionares simpáticas do gânglio cervical superior,
localizado no pescoço, que sobem seguindo a artéria carótida
comum e, mais acima, a artéria oftálmica, chegando ao gânglio
ciliar, onde não realizam sinapse, e alçando o bulbo do olho.
- Essas fibras destinam-se ao interior do bulbo do olho e
se destinam ao músculo tarsal e ao músculo dilatador da
pupila, promovendo a midríase.

- Nervo troclear:
- Inerva o músculo oblíquo superior do olho.
- Correlação clínica: a paralisia leva a limitação do movimento do olho e diplopia.
- Nervo abducente:
- Inerva o músculo reto lateral que realiza a abdução do olho.
- Correlação clínica: sua lesão leva a diplopia.

IPC: Semelhanças entre os nervos troclear, oculomotor e abducente:


- Alcançam a órbita pela fissura orbital superior. A divisão oftálmica do trigêmeo também
segue esse caminho.
- Ambos, juntamente com a artéria carótida interna, passam pelo interior do seio
cavernoso.

- Nervo trigêmeo:
- Responsável pela inervação sensitiva da face e de parte significativa do couro
cabeludo.
- IMPORTANTE: Inerva sensitivamente os ⅔ anteriores da língua, grande
parte da sensibilidade das meninges, a membrana timpânica e as ATMs.
- Origina-se da ponte (tronco encefálico).
- Apresenta uma raiz motora que inerva os músculos da mastigação.
- Suas fibras pós-ganglionares provenientes do gânglio trigeminal dão origem ao:
- Nervo oftálmico:
- Destina-se a órbita, bulbo do olho, seios etmoidais e esfenoidais,
fronte e couro cabeludo até a altura do vértex.

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- Alcança a órbita pela fissura orbital superior.
- Ao penetrar na órbita, divide-se em:
- Divisão frontal:
- Nervo mais espesso dos ramos do oftálmico.
- Segue um trajeto acima do cone dos músculos
extrínsecos do olho.
- Ramifica-se em:
- Nervo supratroclear.
- Nervo supraorbital.
- Inerva sensitivamente a região frontal até o vértex
do couro cabeludo.
- Divisão nasociliar:
- Continuação do nervo oftálmico e principal
porção sensitiva.
- Responsável pela inervação de:
- Bulbo ocular!!!
- O ramo comunicante do nervo
nasociliar que tem como destino o
bulbo do olho, antes de chegar a tal,
penetra no gânglio ciliar para dar
carona para fibras autônomas do
nervo oculomotor e do gânglio
cervical superior.
- Após deixarem o gânglio ciliar, este
aglomerado de fibras, que
constituem os nervos ciliares
curtos ou a eles estão anexadas,
alcançam o bulbo ocular para
inervá-lo sensitivamente, mas
também inervam os músculos
ciliares, esfíncter da pupila e
levantador da pálpebra superior
parassimpaticamente, e dilatador da
pupila e tarsal simpaticamente. As
fibras parassimpáticas realizam
sinapse no gânglio ciliar e as
simpáticas não o fazem.
- Os nervos ciliares longo não
saem do gânglio ciliar, mas são
liberados do nervo nasociliar:
- Sensitivos para o bulbo do
olho, inclusive para a
córnea.
- Carreiam fibras autônomas
simpáticas do gânglio
cervical superior para o
dilatador da pupila, vasos
da íris e corpo ciliar.
- Pálpebra inferior, parte anterior da
cavidade nasal e região externa superior do
nariz (dorso do nariz).

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- Especificamente, pelo nervo
infratroclear.
- Seios etmoidais e esfenoidais.
- Antes de continuar como nervo
infratroclear, a divisão nasolacrimal
do nervo oftálmico originam os
nervos etmoidais anterior e
posterior.
- Divisão lacrimal:
- Inerva sensitivamente os tecidos ao redor da
glândula lacrimal.
- Comunica-se com o nervo zigomático do nervo
maxilar por meio de um ramo comunicante e recebe
deste fibras simpáticas e parassimpáticas do nervo
do canal pterigóideo, destinadas a secreção das
glândulas lacrimais.
- O nervo do canal pterigóideo é formado
pelos nervos petroso maior, ramo do nervo
facial, e pelo nervo petroso profundo,
originado do gânglio cervical superior.
- Leva, em sua bainha, fibras secretomotoras,
provenientes do nervo facial (fibras
parassimpáticas) e do gânglio cervical superior
(fibras simpáticas).

- Nervo maxilar:
- Correlação clínica: neuralgia do trigêmeo.
- Dor de magnitude extrema, duração rápida e frequente que
distribui-se principalmente pelo território do nervo maxilar.
- Emerge do crânio pelo forame redondo, segue seu trajeto
alcançando a fossa pterigopalatina, na qual emite um nervo

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comunicante que se liga ao gânglio pterigopalatino, de onde parte
o nervo palatino.
- Distribui-se pela porção posterior da cavidade nasal.
- O nervo palatino se ramifica em:
- Nervo palatino maior: segue para o palato duro.
- Nervo palatino menor: segue para o palato mole.
- Logo após passar pelo gânglio pterigopalatino, o nervo maxilar
desce pelo septo nasal, dando origem ao nervo septopalatino ou
nasopalatino, o qual inerva o septo nasal e a região anterior do
palato duro.
- Acima do gânglio pterigopalatino, o nervo maxilar continua em
direção a fissura orbital inferior, ocasião em que originará o nervo
zigomático, o qual inerva parte da têmpora (como nervo
zigomático temporal) e região sobre o osso zigomático (como
nervo zigomático facial). Esse ramo se comunica com o nervo
lacrimal do oftálmico.
- O seio maxilar e os dentes posteriores são inervados por ramos
diretos do nervo maxilar, os nervos alveolares superiores
posteriores.
- Após isso, o nervo maxilar, atravessando o sulco e o canal
infraorbital, praticamente se continua como o nervo infraorbital, o
qual sai pelo forame infraorbital e se distribui em seus ramos
terminais pela pálpebra inferior (ramo palpebral inferior), pela
região lateral do dorso do nariz (ramo dorsolateral) e pelo lábio
superior (ramo labial superior). O nervo infraorbital também origina:
- Nervos alveolares superiores anteriores e médios para
os dentes molares e caninos, sua gengiva adjacente e para
o seio maxilar.

- Comunicação entre o nervo zigomático do nervo maxilar e o nervo


lacrimal do nervo oftálmico:
- O nervo facial, através de seu ramo petroso maior, realiza
sinapse no gânglio pterigopalatino. Após essa sinapse, fibras

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secretomotoras pós-ganglionares parassimpáticas passam
ao nervo maxilar e deste para o zigomático, alcançando o
nervo lacrimal, de onde segue para as glândulas lacrimais e
o tecido adjacente. Alcançando a divisão nasociliar do nervo
oftálmico, as fibras parassimpáticas pós-ganglionares do
nervo facial chegam, também, às glândulas nasais e
palatinas.
- As fibras simpáticas pós-ganglionares originadas do gânglio
cervical superior passam pelos gânglios da cabeça sem
realizar sinapse. Essas fibras acompanham os plexos
nervosos sobre as paredes arteriais.
- O plexo nervoso sobre a artéria carótida interna, formado
por fibras pós-ganglionares simpáticas que emergem do
gânglio cervical superior, origina o nervo petroso
profundo, o qual, conjuntamente com o nervo petroso
maior, constituído por fibras parassimpáticas e ramo do
nervo facial, forma o nervo do canal pterigóide que passa
pelo gânglio pterigopalatino (onde as fibras
parassimpáticas realizam sinapse, mas as simpáticas
não) e seguem, via nervo palatino, para as glândulas do
nariz e do palato e, via nervo zigomático e lacrimal, para
a glândula lacrimal correspondente. Além disso, via nervo
nasociliar, gânglio ciliar e nervos ciliares curtos, as
fibras simpáticas do gânglio cervical superior, que ascendem
pelo pescoço via plexo simpático sobre a artéria carótida
interna, chegam ao bulbo ocular para inervar os
músculos tarsal e dilatador da pupila.
- Nervo mandibular:
- Emerge do crânio pelo forame oval.
- A divisão anterior do nervo mandibular é constituída pela raiz
motora do nervo trigêmeo, a qual origina ramos para os músculos
da mastigação: nervos temporais profundos anterior e posterior,
nervos pterigóideos medial e lateral, nervo massetérico, etc.
- Essa divisão emite o nervo bucal, que se destina para a
inervação sensitiva da região bucal (mucosa da boca e
bochecha).
- O nervo pterigóideo medial cruza o gânglio ótico e, sem
fazer sinapses, origina dois outros nervos, o tensor do
tímpano e o tensor do véu palatino.
- Ou seja, o músculo tensor do tímpano é suprido pelo
ramo mandibular do nervo trigêmeo via nervo
pterigóideo medial.
- Divisão posterior do nervo mandibular:
- Continua-se originando o nervo auriculotemporal para a
região da têmpora, do pavilhão auricular e da articulação
temporomandibular (ATM).
- Dá origem ao nervo lingual, que irá suprir sensitivamente
os dois terços anteriores da língua.
- Comunica-se com o nervo corda do tímpano,
ramo do nervo facial, que traz, de carona com o
nervo lingual, a sensação da gustação.

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- A corda do tímpano apresenta fibras
secretomotoras parassimpáticas para as
glândulas submandibular e sublingual.
- Dá origem ao nervo alveolar inferior, que adentra o osso
da mandíbula, passando pelo canal mandibular inervando
dentes e gengivas inferiores e saindo pelo forame
mentoniano como nervo mentoniano ou mentual.
- O nervo mentual inerva o lábio inferior e a gengiva
da região anterior dos dentes anteriores.
- Outro ramo do nervo alveolar inferior é o nervo
milo-hióideo que inerva o músculo milo-hióideo no
assoalho da boca e o ventre anterior do músculo
digástrico.

- Nervo facial:
- Associado a inervação parassimpática das glândulas lacrimais, submandibular,
sublingual, nasais, palatinas e labiais.
- Da comissura labial para cima, a inervação parassimpática via nervo facial é
dada pelo nervo petroso maior. Para baixo, pelo nervo corda do tímpano.
- O nervo corda do tímpano, ramo do nervo facial, realiza sinapse no gânglio
submandibular.
- Inerva o músculo estapédio, que estabiliza o estribo, localizado no interior da
orelha interna, evitando vibração intensiva das ondas sonoras.
- Correlação clínica: se o paciente lesar essas fibras antes de sua sinapse
no gânglio geniculado, ele passa a sofrer de um quadro de hiperacusia,
em que qualquer estímulo sonoro soa extremamente agressivo a audição do
paciente.
- O nervo facial penetra na orelha média pelo poro acústico interno, emerge do
crânio pelo forame estilo-mastoideo, dando origem a seus ramos terminais no
interior da glândula parótida, que se distribuem para os músculos da expressão
facial, o músculo platisma e do couro cabeludo.
- No interior da orelha média, origina os nervos:
- Nervo motor para o músculo estapédio.

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- Nervo petroso maior, que carrega fibras parassimpáticas para as
glândulas lacrimais, palatinas, nasais e labiais superiores.
- Nervo corda do tímpano: une-se ao nervo lingual para inervar a língua
com fibras gustativas, as glândulas sublinguais, submandibulares e
labiais inferiores com fibras parassimpáticas.
- Os ramos motores do nervo facial se distribuem para:
- Ramos motores para o ventre anterior do músculo digástrico e para o
músculo estilo-hióideo.
- Nervo auricular posterior:
- Ventre posterior do músculo occipitofrontal.
- Divisão temporofacial:
- Ramos temporais:
- Ventre anterior do músculo occipitofrontal.
- Músculos auriculares anterior, superior e posterior.
- Ramos zigomáticos:
- Músculos da região sobre o osso zigomático.
- Divisão temporofacial e cervicofacial:
- Ramos bucais:
- Músculos da face localizados na região bucal.
- Divisão cervicofacial:
- Ramo marginal da mandíbula:
- Músculo depressor do lábio.
- Ramo cervical:
- Músculo platisma.
- O nervo facial parece contribuir para a sensação de dor profunda e difusa da região
facial.

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- Gânglios anexos:
- Pterigopalatino:
- O nervo facial, através de seu ramo petroso maior, realiza
sinapse no gânglio pterigopalatino. Após essa sinapse, fibras
secretomotoras pós-ganglionares parassimpáticas passam ao
nervo maxilar e deste para o zigomático, alcançando o nervo
lacrimal, ramo do nervo oftálmico, de onde segue para as
glândulas lacrimais e o tecido adjacente. Alcançando o nervo
nasociliar do nervo oftálmico, as fibras parassimpáticas
pós-ganglionares do nervo facial chegam, também, às glândulas
nasais e palatinas.
- Submandibular:
- A corda do tímpano, ao se associar ao nervo lingual, proveniente
da divisão posterior do nervo mandibular, se dirige ao gânglio

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submandibular, onde suas fibras parassimpáticas realizam
sinapse.
- As fibras pós-ganglionares parassimpáticas originadas do
gânglio submandibular se dirigem às glândulas labiais
superiores, submandibular e sublingual.
- Gânglio ótico:
- Localiza-se na fossa pterigopalatina.
- Recebe aferências do nervo petroso menor, ramo do nervo
glossofaríngeo, a partir do plexo nervoso timpânico.
- Após realizarem sinapse no gânglio ótico, as fibras
pós-ganglionares parassimpáticas seguem para inervar a
glândula parótida.
- Correlação clínica:
- Paralisia facial periférica ou paralisia de Bell:
- Todas as fibras motoras destinadas à face estão comprometidas.
- Paciente não consegue franzir o ventre frontal do músculo
occipitofrontal do lado afetado.
- Desvio da comissura labial (rima da boca) para o lado normal.
- Paralisia central:
- Lesão de fibras superiores ou do córtex.
- Consegue fechar os olhos e franzir a testa do lado afetado,
ainda que com fraqueza, pois o um terço superior da face recebe
fibras de ambos os lados do córtex.
- Acomete a hemiface inferior.

- Nervo vestibulococlear:
- Ver a frente no resumo de orelha.
- Nervo glossofaríngeo:
- O nervo timpânico emerge do glossofaríngeo, deixa o crânio pelo forame jugular,
dirige-se a cavidade timpânica e, após formar o plexo nervoso timpânico, uma
pequena porção origina o nervo petroso menor. Este se dirige ao gânglio ótico,

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onde realiza sinapse e segue com fibras pós-ganglionares para a inervação da
parótida.
- Responsável por:
- ⅓ posterior da sensibilidade somática da língua.
- ⅓ posterior da sensibilidade gustativa da língua.
- Mucosa da faringe.
- Parte interna da membrana timpânica.
- Inervação parassimpática das glândulas parótidas.
- Inervação proprioceptiva do seio e corpo carotídeo.
- Correlação clínica: lesão isolada do nervo glossofaríngeo.
- Distúrbios no reflexo do vômito.
- Disfagia.
- Alteração na gustação no terço posterior da língua.
- Nervo hipoglosso:
- Nervo motor da língua.
- Fornece uma bainha para a formação da alça cervical, por meio da qual os ramos
cervicais realizam a inervação dos músculos infra-hióideos.
- Correlação clínica: lesão do nervo hipoglosso.
- Atrofia da metade comprometida e desvio para o lado lesado.
- Disartria: dificuldade em articular as palavras.
- Dificuldade para engolir e mastigar.
- Nervo vago:
- Apresenta dois gânglios:
- Gânglio superior: destinado a fibras aferentes gerais.
- Gânglio inferior: destinado a fibras aferentes viscerais.
- Ganha o tórax, envolve o esôfago, contribuindo para a formação do plexo nervoso
esofágico. Em sequência, por meio dos troncos vagais anterior e posterior, via hiato
esofágico, penetra no abdômen, inervando vísceras.
- Principal fornecedor de fibras parassimpáticas para as fibras do tórax e
a maior parte das abdominais.
- Ramos:
- O nervo laríngeo recorrente recebe esse nome porque desce até o tórax,
contorna o tronco braquiocefálico do lado direito e a aorta do lado esquerdo,
retornando ao pescoço.
- Penetra na laringe, inervando-a:
- Das pregas vocais para baixo, atua como nervo
sensitivo.
- Das pregas vocais para cima, atua como nervo motor,
inervando os músculos intrínsecos da laringe, exceto o
cricotireóideo.
- O ramo interno do nervo laríngeo superior perfura a membrana
tireo-hióideo, conjuntamente com a artéria laríngea superior, e inerva
sensitivamente a região acima das cordas vocais.
- O ramo externo do nervo laríngeo superior inerva o músculo
cricotireóideo.
- A lesão do cricotireóideo determina uma voz monótona, pois ele
participa na entonação da voz.
- Outras funções:
- Inerva a porção da orelha externa (ramo auricular).
- Dura-máter na fossa craniana posterior.
- Inervação sensitiva da laringe.
- Inervação motora do tônus da laringe.

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- Inervação motora da faringe.
- Inervação gustatória da epiglote.
- Auxiliar na inervação do seio e do corpo carotídeo (barocepção e
quimiorrecepção).
- Correlação clínica:
- Lesão conjunta no vago e glossofaríngeo:
- Mais comum.
- Desvio do véu palatino para o lado normal.
- Sinal da cortina.
- Disfagia.
- Lesão isolada do nervo vago:
- Pouco comum.
- Lesão do nervo laríngeo recorrente: paciente apresenta disfonia e
rouquidão.
- Nervo acessório:
- Formado por uma raiz craniana (associa-se ao vago, contribuindo para a inervação
da musculatura do palato e da laringe) e uma espinhal.
- Comunica-se com os nervos cervicais de C2, C3 e C4.
- Inerva o trapézio e o ECM.
- Correlação clínica: lesão do nervo acessório.
- Atrofia muscular.
- Deficiência na elevação do ombro.
- Deficiência na rotação da cabeça para o lado oposto.
Inervação cervical:

- Plexo cervical:
- Formado pelos ramos anteriores de C1 a C4.
- Ramos:
- Ramos sensitivos: nervos cutâneos do pescoço.
- Nervo occipital menor.
- Nervo auricular magno.
- Nervo transverso do pescoço.
- Ramos motores:
- Nervo frênico:
- Para o músculo diafragma.
- Formados sobretudo por fibras do ramo anterior de C4 (C3
a C5).
- Na secção unilateral do nervo frênico, paralisa-se o
diafragma de um lado.
- Ramos para o ECM, trapézio, levantador da escápula, escalenos
e pré-vertebrais.

- Alça cervical:
- Ramos anteriores de C1 a C3.
- Inerva os músculos infra-hióideos.

Inervação autônoma:

- Sistema nervoso autônomo:


- Parassimpático:
- Nervos cranianos: III, VII, IX e X.
- Gânglios anexos.

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- Simpático:
- Componentes:
- Tronco simpático:
- Nervos simpáticos.
- Gânglios cervicais (dilatação do tronco simpático).
- Superior.
- Médio.
- Inferior.
- Inervação:
- Comunicação com os nervos espinhais cervicais.
- Inervação das vísceras torácicas.
- Ramos para os plexos arteriais:
- Por meio dos quais alcançam os gânglios da cabeça.
- Promove a vasoconstrição atrial.

VÍSCERAS

Glândula tireóide:
- Glândula endócrina.
- Localizada na região anterior da traqueia.
- Formada por dois lobos unidos por um istmo.
- Irrigação:
- Artérias tireóideas superiores e inferiores.
- A anastomose entre essas artérias no estroma da tireoide constitui um
importante ponto de comunicação entre o sistema carotídeo externo e o
sistema subclávio.
- Artéria tireoidea ima:
- Inconstante.
- Pode se originar diretamente do arco da aorta ou do tronco
braquiocefálico.
- Em procedimentos em que há necessidade de acessar a cavidade da
traquéia (traqueostomia), quando a artéria tireoidea ima está presente,
o sangramento é intenso.
- Inervação:
- Nervo laríngeo recorrente:
- Ramo do nervo vago.
- No lado esquerdo, contorna o arco aórtico e recorre antes de penetrar na
laringe.
- No lado direito, envolve o tronco braquiocefálico e recorre antes de penetrar
na laringe.
- Em cirurgias da glândula tireóide, é possível que ocorra a lesão do nervo
laríngeo recorrente:
- Se a lesão é unilateral, ocorre fraqueza das cordas vocais e
rouquidão.
- Se a lesão é bilateral, ocorre paralisia das cordas vocais e o
paciente se torna afônico.
- Correlação clínica: bócio.
- Aumento não neoplásico da glândula tireoidea.
- Pode mergulhar no mediastino, comprimindo estruturas nobres dessa região, como o
arco aórtico.

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Glândula parótida:
- O seu leito é descrito como região parotídea.
- Abraça a região da mandíbula, que, quando em movimento, estimula a liberação da saliva
pela glândula parótida.
- Conteúdos (resumo - artéria carótida externa com seus ramos terminais, veia
retromandibular com suas tributárias, ducto parotídeo e plexo nervoso parotídeo):
- Contém os ramos terminais do nervo facial (seus dois troncos, o cervicofacial e
o tronco temporofacial dão os seguintes ramos temporal, zigomático, bucal,
marginal da mandíbula e cervical) - plexo nervoso parotídeo.
- Bifurcação da artéria carótida externa em seus ramos terminais: artéria temporal
superficial e artéria maxilar.
- A artéria transversa da face (ramo da artéria temporal superficial).
- Local de origem da artéria auricular posterior.
- Local de formação da veia retromandibular (veias maxilares + veia temporal
superficial).
- Ducto parotídeo:
- O ducto da glândula parótida, em uma parte de seu trajeto, é acompanhado
pela artéria facial transversa e perfura o músculo bucinador antes de se
abrir no vestíbulo da boca na altura do segundo molar superior:
- Papila parotídea: estrutura que corresponde a região em que o
ducto parotídeo, na altura do segundo molar superior, se abre
na boca.
- Inervação:
- Parassimpática: nervo glossofaríngeo.
- Emite ramos que formam o plexo timpânico na orelha média.
- Deste ponto, filamentos nervosos formam o nervo petroso menor.

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- O nervo petroso menor realiza sinapse com o gânglio ótico na fossa
infratemporal.
- Do gânglio ótico, filamentos pós-ganglionares parassimpáticos do nervo
glossofaríngeo seguem em direção a glândula parótida por meio do nervo
auriculotemporal (ramo do nervo mandibular do trigêmeo):
- O nervo auriculotemporal está carregando essas fibras do
glossofaríngeo que não pertencem funcionalmente a ele.
- Produz uma saliva abundante, mais fluida e menos viscosa.
- Simpática: chega via plexo nervoso disposto sobre as paredes das artérias.
- Do gânglio cervical, partem fibras pós-ganglionares que acompanham o
plexo nervoso sobre a artéria carótida, chegam ao gânglio ótico, mas
não realizam sinapse, e continuam pelo nervo auriculotemporal.
- Produz uma saliva mais consistente, dando a impressão de boca seca.
- Correlação clínica: sialolitiase.
- Obstrução do ducto parotídeo por deposição de sais de cálcio.
- Correlação clínica: parotidite.
- Inflamação da glândula parótida.
- Correlação clínica: tumor de parótida gerando lesão do nervo facial.

Glândulas sublinguais e submandibulares:


- Glândula submandibular:
- Alojada na fóvea submandibular.
- Abraça o músculo milo-hióideo no assoalho da boca.
- Seu ducto cruza com o nervo lingual (ramo da divisão posterior do nervo
mandibular do trigêmeo) no assoalho da boca e desemboca ao lado do frênulo da
língua na carúncula submandibular.
- Abraçada pela artéria facial (ramo da artéria carótida externa).
- Nutrida por ramos da artéria facial.
- Glândula sublingual:
- Alojada na fóvea sublingual.
- Abre-se em inúmeros ductos em uma prega franjada, a papila sublingual.

Observação: Fibras pós-ganglionares parassimpáticas oriundas do nervo corda do tímpano e que


realizaram sinapse no gânglio submandibular seguem para as glândulas submandibular e sublingual.

Articulação temporo-mandibular:
- Côndilo da mandíbula articulando na fossa temporal do osso temporal.
- Articulação sinovial condilar biaxial.
- Inervação: Nervos massetéricos e temporais profundos (ramos do nervo mandibular),
além da participação de fibras do gânglio ótico e gânglio cervical superior.
- Irrigação: artérias auricular profunda, timpânica anterior e temporal superficial.
- Reforçada por três pares de ligamentos:
- Temporomandibular.
- Estilomandibular.
- Esfenomandibular.
- Apresenta um disco articular:
- O ventre superior do músculo pterigóideo lateral se prende ao disco articular,
tensionando a articulação. O ventre inferior se prende a fóvea pterigóidea no
côndilo da mandíbula.
- O músculo pterigóideo lateral (abre a boca) estabiliza o disco articular durante
os movimentos da mandíbula.
- Correlação clínica: bruxismo.

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- Movimentação parafuncional da mandíbula relacionada a um quadro
neurológico ou psíquico.

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