Campinas, 7-8 de julho de 2022 ANO XXXV - Nº 887 www.sindae.org.

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Campanhas salariais fechadas

Direção do Sindae fechou acordos coletivos em empresas públicas e privadas
O Dieese analisou o resultado
das campanhas salariais das ca-
tegorias com data-base em 1º de
maio. E o resultado não foi dos
mais satisfatórios. Mais da me-
tade (54,5%) dos reajustes fe-
chados ficaram abaixo da varia-
ção do INPC medido pelo IBGE
no período, que foi de 12,47%.
Desemprego em alta, inflação
acelerando e crise econômica
ajudam a explicar as dificulda-
des dos sindicatos para negociar
acordos e/ou convenções coleti-
vas de trabalho.
Foi neste cenário que a dire-
ção o Sindae-Campinas nego-
ciou a renovação de sete acordos
coletivos de trabalho nas empre-
sas integrantes da sua base de
representação. Vale lembrar que
realizamos campanhas tanto em
empresas públicas como priva- de Holambra. No quadro acima, dançar na beira do abismo”, não
das. um balanço geral de todos os abriram mão da recomposição
O saldo destas negociações é processos negociais. do poder de compra dos salários.
positivo. Asseguramos a reposi- A experiência de negociar em
DIFICULDADES
ção integral das perdas salariais situações adversas, como esta
Mas, nem tudo foram flores. que estamos vivendo atualmen-
do último período em pratica-
mente todos os acordos coleti- Tivemos que superar a intran- te, permitiu à direção conduzir
vos. E nos valores de benefícios sigência de algumas empresas, as negociações para garantir a
como os vales alimentação e re- que não queriam repor integral- reposição integral das perdas sa-
feição, garantimos aumento real mente as perdas salariais. Os di- lariais, aumentos reais nos valo-
na Sanasa-Campinas, na BRK rigentes sindicais baterem o pé e, res dos benefícios e manutenção
Sumaré, na Sanipark e na Águas “sem levar os trabalhadores para de direitos e conquistas.
 Página 4 7-8/07/2022 O REGISTRO

Quase 63 milhões de brasileiros sobrevivem

com menos da metade do salário mínimo
Quase 63 milhões de brasileiros
têm renda domiciliar per capita de
até R$ 497 mensais, ou seja, sobre-
vivem com menos da metade de
um salário mínimo, de acordo com
o Mapa da Nova Pobreza, divulga-
do pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV). A pobreza nunca esteve
tão alta no Brasil, desde o começo
da série histórica da pesquisa, em
2012.
O salário mínimo, que hoje é
de R$ 1.212, não dá para comprar
sequer os 39 produtos da cesta bá-
sica ampliada pesquisada pelo Die-
ese em parceria com o Procon. Em
maio, o valor médio da cesta bási-
ca ampliada em São Paulo chegou
a R$ 1.226.
No geral, segundo a pesquisa,
62,9 milhões de brasileiros, cerca
de 29,6% da população total do
país, sobreviveram com menos de
R$ 500 por mês no ano passado.
O número é 9,6 milhões maior do
que em 2019 - quase um Portugal
de novos pobres surgidos ao longo
da pandemia, segundo o resumo da
pesquisa.
O estado com menor taxa de po-
breza em 2021 foi Santa Catarina
(10,16%) e a maior foi no Mara-
nhão com 57,90%.

Mais de 6 milhões de trabalhadores

pediram demissão em 12 meses até maio
O Brasil bateu recorde de pedidos de demissão nos
últimos 12 meses até maio, apesar do país ainda ter 10,6
milhões de trabalhadores e trabalhadoras desempregados,
39,1 milhões na informalidade, sem direito a nada, e 4,3
milhões no desalento, que deixaram de procurar emprego
depois de muito tentar e não conseguir.
De maio do ano passado a maio deste ano, 6,175 mi-
lhões de trabalhadores pediram demissão. O número dos
que pediram prá sair das empresas, apesar da crise econô-
mica, representa 33% do total de desligamentos no período,
que foi de 18.694 milhões.
O levantamento é da LCA Consultores e leva em conta
os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempre-
gados (Caged), que contabiliza as vagas com carteira assi-
nada no país. São Paulo foi o estado com maior número de
pedidos de demissão: das 6.200.979 de rescisões feitas no
período, 2.989.142 foram a pedido dos trabalhadores.
O responsável pela pesquisa, Bruno Imaizumi, pontuou
as razões que, na opinião dele, contribuem para o recor-
de de pedidos de demissão. Segundo o economista, com
a normalização do mercado de trabalho, muitas empresas
estão voltando para o trabalho presencial, modalidade que
muitos trabalhadores não consideram benéfica em termos
de qualidade de vida.
“Essa volta ao ambiente de trabalho acaba pesando na Participe! E se você ainda não conhece o
escolha do profissional, que prefere trabalhar de casa em
vez de pegar trânsito todos os dias, por exemplo”, disse Grenasa, aproveite a oportunidade. E sai-
Bruno. Outras razões, segundo ele, são os empregos sem ba também como associar-se ao grêmio,
afinidade com a formação profissional que foram aceitos
no começo da pandemia. Agora, os trabalhadores buscam mesmo não sendo empregado da Sanasa-
melhores condições de trabalho e renda. Campinas.
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