Você está na página 1de 50

SÉRIE GRANDES MENINAS 04

04 – TOCANDO EM PARIS

Disponibilização: Mimi

Revisão Inicial: Beatriz

Revisão Final: Mimi

Gênero: Hetero / Contemporâneo


Ela vai acompanhar o homem dos seus sonhos do outro lado do mundo. Shannon

não pode esperar um semestre inteiro para ir e ver Julian em turnê na Europa. Ela

elabora um plano para chegar mais cedo e surpreendê-lo. Mas a surpresa que ela

consegue não é o que estava esperando.

Ele está lidando com sua solidão da única maneira que conhece.

Julian passou a vida lutando contra o vício do álcool. Agora que Shannon não está

por perto, não há nada para mantê-lo longe dessa tentação. Sem ela, ele vai em espirais

para baixo em um esquecimento desesperado.

O amor pode consertar duas pessoas quebradas, quando a sua fé um no outro é

quebrada?

2
COMENTÁRIOS DA REVISÃO
BEATRIZ

Os dois continuam apaixonados, muito! Mas também continuam errando.

Julian é tão doce, tão apaixonado e faz de tudo para arrumar as coisas com

Shannon, velas, pétalas de rosas...

Enfim, parece que agora se acertaram, depois de tantos encontros e desencontros.

Vamos ao último para ver o enredo deste romance tão gostoso.

MIMI

A vida na estrada é difícil para essa estrela do rock. Julian está apaixonado por

Shannon, mas o trabalho mantém-los separados, como ele tem vários shows em

Paris. As tentações da estrada o apanham, e em uma visita surpresa, Shannon o vê em

uma posição comprometedora. Ele também está doente com álcool. Será que ela será

capaz de perdoar essa indiscrição e dar-lhe outra chance? Esta era uma história

agradável e surpreendentemente romântica sobre dois jovens amantes que lutam contra

o vício e os fardos da fama.

3
CAPÍTULO UM

"Você não pode simplesmente abandonar a escola!"

"Por que não?"

"Porque não pode!"

"Isso é um raciocínio lógico muito interessante que você tem, Julian." Shannon cruzou

os braços.

"Porque se parar, nunca vai conseguir o seu diploma."

"Eu só vou tirar um ano de folga! Nem mesmo um ano! Um semestre! Apenas um

semestre."

"Olha, sei como isso acontece." Disse Julian. "Você diz isso agora e então vai dizer isso

de novo no próximo ano..."

"Só porque sua mãe não voltou para a escola, não significa que eu não vou." Shannon

disparou.

O fumegante silêncio de Julian encheu a pequena sala. A mala de Shannon estava

deitada na cama, meio-embalada.

"Pediu-me para ir com você." Disse Shannon, sua voz diminuindo perigosamente. Sua

fúria começava a igualar com o seu desapontamento.

"Quero que você venha." Disse Julian. "Mas eu não estava pensando. Isto é mais

importante."

"Você não consegue decidir o que é mais importante!" Shannon jogou uma camisa do

outro lado da sala, onde bateu na parede e caiu suavemente no chão.

"Bem, isso foi decepcionante." Disse Julian com naturalidade. "Você deve tentar um

vaso de vidro da próxima vez."

4
"Direto na sua cabeça." Shannon se sentou ao lado de sua mala, lágrimas enchendo

seus olhos.

Julian se aproximou e passou os braços em volta dela.

"Shannon, desculpe-me." Disse Julian. "Eu não estava pensando quando abri minha

boca grande. Mas não quero que você saia da faculdade, apenas para seguir a minha banda

estúpida por aí."

"Vou dizer a Alex que chamou Wilder Side de estúpida." Disse Shannon, enxugando os

olhos.

"Então ele vai me expulsar da banda e ninguém vai para a Europa." Julian brincou.

"Hey, hey. Shannon. Olhe para mim."

Shannon piscou duro. Julian estendeu a mão e afastou uma mecha de cabelo vermelho

atrás da orelha. Seus dedos fizeram um pouco de cócegas e ela fez uma careta.

"Shannon, não há ninguém com quem eu prefira estar do que você. Mas você mesmo

disse que este é um semestre importante."

Era verdade. Shannon tinha um grande projeto de fotografia com seu orientador até o

final do semestre, o início de sua tese sênior para delinear e uma tonelada de outras coisas

para deixar pronta. Mas agora Julian estaria na Europa em turnê com Wilder Side e sua

companheira de quarto Brynn estava saindo para um estágio em Budapeste. Shannon nunca

havia se sentido tão sozinha em sua vida. Assim abandonada.

"Eu não quero que vá sem mim." Disse ela, as lágrimas derramando sobre seus cílios

vermelhos escuros. "Não quero estar longe de você."

"Nós ainda vamos estar em turnê quando você terminar." Disse Julian. "Vou te

comprar passagens para voar em seguida. Não é muito tempo para esperar."

"É tempo suficiente." Shannon sabia que Julian tinha razão, mas não tinha que gostar.

"Então vamos ter que fazer a maior parte do nosso tempo antes de eu sair." Julian

beijou o lado do pescoço dela e deslizou uma mão ao longo da borda inferior de sua saia,

5
enviando um arrepio de excitação abaixo do corpo de Shannon. Deus, ele era incrivelmente

sexy. Ela fingiu resistir, inclinando-se para longe quando ele mudou-se para beijá-la

novamente.

"Ah, então é assim, né?" Julian brincou.

"Talvez." Disse Shannon.

"Talvez tenha que amarrá-la e levá-la de qualquer maneira como eu queira." Disse

Julian. Um sorriso largo sobre o rosto. Como ela poderia ficar brava com ele, quando a

olhava com tal desejo em seus olhos?

"Talvez." Disse ela, balançando alegremente enquanto ele apertou um braço

firmemente ao redor da cintura dela.

"Tudo bem, então." Disse Julian. Ele empurrou a mala para o chão com o braço livre,

enviando suas roupas voando por toda parte.

"Julian!"

"Shannon!"

Shannon só podia suspirar enquanto seus braços fortes pegavam e jogavam seu corpo

sobre a cama. Ela rolou para o lado, mas fixou os ombros para baixo com as mãos.

"Julian!"

"Desculpe, você pediu por isso." Ele beijou seu pescoço, fazendo cócegas na base do

pescoço com a respiração. Tremores percorreram seu corpo e ela sentiu instantaneamente se

tornar molhada, quando ele correu a língua para fora em sua pele. Oh Deus.

Julian tocava-lhe como nenhum outro homem jamais a havia tocado antes. Suas mãos

a possuía, a firmou, mudou-a de uma forma que não tinha sequer imaginado que poderia ser

possível. Mesmo um roçar leve de seus dedos ao longo de sua coxa a enviava em uma

vertigem que levava horas para vencer. E agora ele estava movendo a boca ao longo de sua

clavícula, seus dentes mordendo suavemente sua pele, em seguida, recuava. Era demais para

o seu corpo segurar.

6
"Julian, por favor." Disse ela.

"Essa é uma boa menina." Ele sussurrou em seu ouvido. "Essas boas maneiras."

"Julian, vamos lá!"

Ele tinha uma perna entre as coxas, pressionando para baixo em cima dela. Ela

arqueou atrás, apoiando o seu peso para que o sentisse ali. Ele ainda tinha seus ombros

presos, mas ela o agarrou e deslocou-se debaixo de seu controle, se contorcendo de prazer.

"Nuh-huh. Eu tenho que pará-la de mover tanto." Julian provocou. Ele estendeu a mão

ao redor e ergueu-a sobre a cama, puxando-lhe os pulsos sobre a cabeça com a mão

livre. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele tinha um de seus cachecóis em torno de

seus pulsos e preso nas ripas da cama.

"Eu espero que você não esteja pensando em embalar isso." Disse Julian. "Acho que

fica muito melhor aqui em cima, amarrado em torno de seus belos braços." Quando ele tinha

amarrado o cachecol vagamente, beijou-lhe o pulso. Ela gemeu quando sua língua deslizou

sobre a pele sensível logo abaixo da palma da mão.

"Julian!"

Ela tentou fugir, mas o nó segurou firme. Seus braços atados sem poder fazer nada

sobre sua cabeça, ela se esforçou para tirar Julian de cima dela, tentando derrubá-lo.

"Que mal-humorada!" Julian sentou-se, abrangendo a cintura com uma expressão

zombeteira no rosto. "E eu aqui pensando que você era uma boa garota."

"Bem, eu não sou." Disse Shannon. Seus nervos dispararam em todos dos cilindros. Ele

nunca tinha feito nada parecido com isso antes, nunca ninguém tinha feito nada parecido

com ela antes e estava com medo e excitada sobre o que estava por vir.

"Ooh, uma menina má." Julian disse. "Então vai adorar isso."

Julian moveu-se na cama e deslizou ambas as mãos debaixo de sua saia, puxando-a até

a cintura.

7
"Oh!" Shannon gritou. Ela puxou os braços contra o cachecol, mas não havia como

mexer. Gostasse ou não, estava completamente indefesa.

E ela gostou.

Julian se inclinou para frente, sua respiração aquecendo-a através de sua calcinha. Ela

a tinha colocado esta manhã para ele, mas tinha esquecido completamente no meio de sua

briga. Agora, porém, estava feliz que teve esta premeditação. Sua calcinha era um delicioso

fogo vermelho e sentia-se sedosa contra sua pele recém-raspada. Podia ver nos olhos

arregalados de Julian que gostava da vista.

"Oh meu Deus." Disse ele. "Você é uma menina má! Estava pensando em me dar um

striptease?"

"Talvez se você me desamarrasse."

"Nunca."

Shannon engasgou quando Julian inclinou-se e apertou a boca sobre sua área mais

sensível. Ela já estava escorregadia com o desejo e quando a língua de Julian deslizou sobre

seu clitóris através do tecido, a calcinha mudou-se com ele.

"Oh Deus, Julian." Sua boca se moveu tão levemente sobre ela que teve vontade de

gritar com impaciência ou implorar-lhe para ir em frente. Shannon fechou os olhos e inclinou

a cabeça para trás em cima da cama. Seus dedos agarraram o cachecol que a amarrava nas

ripas da cama.

Julian só fez uma pausa longa o suficiente para deslizar um dedo forte sob a calcinha,

puxando-a de lado. Soprou levemente sobre seu clitóris inchado. A frieza do fluxo de ar a

enviou em palpitações se contorcendo.

"Julian!"

"Sim?"

8
"Por favor... Por favor..." Sua respiração rasgava o ar. Ele não conseguia parar. Ela

estava morrendo de vontade de ter sua boca na dela, de sentir a pressão de sua língua e seus

lábios. Inclinou seus quadris para cima em sua direção.

Suas mãos se estenderam e acariciou o lado de seus quadris, seu cabelo caiu sobre seus

olhos quando ele pressionou um beijo quente lá, apenas lá. Ela gemeu. Seus lábios formaram

o selo em torno de sua parte mais íntima e enquanto a chupava sentiu-se cada vez mais

congestionada, o sangue bombeando através de suas veias. Então ele colocou fora a ponta da

língua uma vez, em seguida, novamente.

"Oh!" Ela chorou. Ele circulou com a língua pressionando cada vez mais duro. As

cargas estáticas de desejo cintilavam através de seus nervos enquanto massageava o nó

dolorido com a sua língua quente.

Suas pernas expulsavam, mas estava impotente, Julian passou os braços fortes sobre

suas coxas e ela não podia fazer nada, apenas se contorcer e gemer enquanto lambia-lhe uma

vez, lentamente, em seguida, novamente.

"O que diabos você fez comigo?" Ele perguntou, não esperando uma resposta. Ela

olhou para baixo para ver sua ereção grossa através de suas calças. Era incrível para ela como

ele estava tão excitado. Seus lábios brilhavam com seus sucos e corou ao vê-lo. Então, ele

inclinou a cabeça para baixo novamente e qualquer hesitação em seu corpo evaporou quando

a necessidade pulsante do desejo superou seus sentidos.

"Não goze ainda." Disse ele e ela inclinou seus quadris para cima. Ele lambeu

novamente duro e chupou sua saliência camuflada apertada, até que ela torceu para o lado,

prestes a gozar.

"Não goze até que eu diga." A soltou e ela se debatia com ele, sua respiração irregular.

"Julian..."

"Não." Ele soprou levemente sobre seu núcleo pulsante liso e ela estremeceu. "Você

precisa de minha permissão."

9
Ele estendeu os dedos para fora, acariciando-a de ambos os lados. Apenas o suficiente

para atormentar e provocar.

"Por favor." Shannon mal podia respirar a palavra.

"Ainda não." Julian voltou a suas partes doloridas e ela gemeu quando puxou a língua

de um lado dela, depois o outro, até que ela pensou que ia enlouquecer com antecipação. Ele

beijou-a de leve, no lugar que com apenas um pouco mais de pressão teria dado a sua

satisfação, e ela sentiu-se circundar os quadris contra sua boca. Cada vez mais duro ele

pressionou para baixo, até que tinha certeza que iria estourar.

"Por favor."

"Sim." Ele disse e mergulhou os dedos dentro dela enquanto pressionava sua boca

diretamente sobre o clitóris, sacudindo-o com a ponta da língua quando a estendeu

dentro. Uma onda de tensão a invadiu e lançou-a imediatamente a um orgasmo, contraindo

seus quadris, se contorcendo contra seu aperto firme.

A cabeça de Shannon pressionou para trás no travesseiro quando seu clímax

diminuiu, as ondas lentas de pós-orgasmo percorrendo seu corpo. Julian desamarrou o

cachecol, pegou-a em seus braços e deitou-se ao lado dela, com o braço pesado sobre o peito.

"Oh. Meu. Deus." Seus pulsos formigavam por ficarem amarrados, mas esta não era a

única parte dela que estava formigando. Seus dedos entrelaçaram em seu cabelo.

"Fico feliz em ser útil." Disse Julian. "Supondo que você está falando de mim e não a

Deus."

"Sua língua é divina..." Shannon sorriu, dando um beijo em sua testa.

Julian virou de lado, apoiando a cabeça com a mão.

"Você não está mais brava sobre a espera para voar?" Seus dedos traçaram a linha do

sutiã através do tecido.

"Claro que não."

10
Shannon não sentia raiva em tudo. Na verdade, estava se sentindo muito bem. Um

plano estava começando a se formar em seu cérebro, um plano para o qual não precisava de

permissão de Julian em tudo.

Garota má, ela pensou, e sorriu.

11
CAPÍTULO DOIS

Julian olhou para fora da janela do avião, sentindo as primeiras dores da solidão. Já

sentia falta dos braços de Shannon em torno dele, o gosto dela e o cheiro dela. Nuvens

pairavam baixas sobre Paris quando o avião desceu e para Julian parecia que ele estava

descendo na neblina emocionalmente também.

Para o seu primeiro show, Wilder Side tocou para uma casa lotada em Barcelona e o

show foi ótimo, fãs gritando, um conjunto quase perfeito e os trabalhos. Em seguida, Alex e

Asher decidiram levar todo mundo para a paella depois do show. Daniel saiu mais cedo para

o quarto de hotel, mas Julian queria ficar um pouco mais. Foda-se, pensou. Estou na Europa.

Aos vinte e quatro anos e em seu caminho para ser um multimilionário, Julian poderia lidar

em ficar fora até tarde.

"Tiros!" Um fã empurrou uma bandeja de copos na frente da banda, gritando com um

sotaque pesado. "Vocês foram maravilhosos! C'etait parfait1!"

Julian olhou para o uísque na frente dele. O cheiro deixou a sua mente em um borrão

com um desejo que pensou que tinha apagado de vez. O líquido âmbar parecia quase como

mel, tão doce, tão convidativo. O resto da banda teve os seus tiros e Julian estendeu também,

sem ser consciente de que ele estava atravessando por uma porta que não seria capaz de

fechar. Parou por um momento, enquanto todos os fãs o aplaudiam, o copo liso e familiar em

sua mão. O perfume, rico escuro flutuava na frente dele, a provocá-lo com a promessa de um

bom tempo e não haveria amanhã.

Ele colocou o copo na mesa e se levantou.

"Aonde você vai, cara?" Asher disse.

1
Foram perfeitos.

12
"Eu tenho que ir." Disse Julian, afastando os fãs que estavam clamando para tirar

fotografias dele.

"Tudo bem?" Alex parecia preocupado.

"Sim, só tenho que sair daqui." Julian virou, suas palavras perdidas no clamor da

multidão do bar.

"Ok." Ele ouviu Alex dizer, em seguida, ele foi empurrando o seu caminho através da

multidão. Algumas pessoas falaram com ele enquanto passava, mas não conseguia entender

o que estavam dizendo, e precisava sair para ficar sozinho.

Sozinho. Passou pela porta do bar e caminhou pela rua no meio das multidões na

calçada. As luzes da rua brilhavam acima de sua cabeça. Sozinho, sozinho. Virou-se para o

corredor mais próximo e saiu para a rua. A caçamba de lixo no beco cheirava a lixo e urina,

mas pelo menos não havia mais ninguém ali para incomodá-lo. Abaixou a cabeça e respirou

fundo. Precisava de Shannon. Não era justo, mas precisava dela. Ele pensou em puxar o

telefone e ligar para ela, mas estaria na aula. Jesus, porém, que o uísque...

"Hey, Julian?”

Ele olhou acima para ver a silhueta de Asher.

"Você está bem cara?" Asher veio para frente. Colocou a mão no ombro de Julian.

"Tudo bem. Só precisava de um pouco de ar fresco." Julian se endireitou.

Asher cheirou o ar, o seu nariz enrugando.

"Este ar não é fresco, cara. Hey, Trixie está saindo com as meninas. Você quer voltar a

pé para o hotel?"

Julian olhou para Asher. Ele deveria ser grato por ter amigos assim. A banda só tinha

ficado mais próxima depois da briga e Asher não poderia ter sido mais frio sobre a coisa

toda.

"Claro, cara." Ele colocou os ombros para trás. Se havia uma coisa que não ia ficar

muito desta turnê, era sozinho por muito tempo. Ele teria apenas que aceitar isso.

13
As duas próximas paradas da turnê chutaram grandes quantidades de bunda, assim

como o primeiro show. Cheap Trix tocava bem quando abria para Wilder Side, e,

ocasionalmente, as duas bandas se separavam para tocar em shows separados, a banda de

rock das meninas tinham fãs em algumas áreas que Wilder Side não tinha. Velejava ao redor,

pelo menos até que chegou a Paris.

"Uma semana." Disse Daniel. "É sempre em uma semana que algo ruim acontece."

"Nada de ruim vai acontecer." Disse Alex. "Pare de se preocupar."

"Você está animado sobre o show de hoje à noite?" Asher perguntou a Julian. Julian

deu de ombros. Asher estava pulando em seus calcanhares, como se soubesse algo que o

resto da banda não sabia. Julian normalmente não se importava, mas hoje à noite ele se sentia

irritado com a energia nervosa.

Seu grande show na Torre Eiffel estava chegando em breve, mas primeiro tinham que

fazer um show no centro de Paris, bem embaixo do Arco do Triunfo. A polícia isolou todo o

cruzamento circular, mas os turistas continuavam a caminhar sob os túneis para chegar ao

Arco. A área de bastidores era realmente subterrânea, a multidão passava apenas ao lado

deles no túnel que atravessava o comprimento do círculo na rua, abrindo-se no meio de onde

o palco estava montado. As hordas escancaradas de pessoas tomavam suas voltas olhando

para o Arco, onde a banda se arrumava, passando-os de uma das extremidades do túnel para

a outra.

"Eu me sinto como se estivesse em um zoológico." Disse Asher.

Julian concordou. Com a visão de pessoas por eles por trás da grade, parecia nada

mais do que uma exposição e eram os únicos em exposição. A respiração de Julian veio

superficialmente em sua garganta. A coisa toda o sufocava. Tantas pessoas, tantas

multidões. Ele só queria tocar música, mas a banda precisava se apresentar. Cada show que

tocavam parecia maior do que o último e este não era exceção. Torcer para fãs encherem a

14
Champs-Elysées até a borda, empurrando para baixo em direção ao Arco, onde Wilder Side

estava montando...

"Vai ser um grande show!" Alex exclamou. O vocalista nunca parecia perturbado por

multidões na verdade, a energia de um grande grupo de pessoas sempre o

impulsionava. Julian não sabia como ele conseguia. Talvez houvesse um gene de estrela de

rock em Alex, que estava faltando em Julian.

O show começou bem, mas depois as coisas foram para a merda. Durante a primeira

música Asher quebrou a baqueta e tinha esquecido de manter extras à mão, sua maior canção

passou pela metade do tempo sem uma batida. Então alguém tropeçou no cabo amplificador

conectado ao baixo de Daniel e a concentração de Daniel foi quebrada para as próximas

músicas do show. Isso continuou atrapalhando, ou talvez Asher estivesse tocando algo

diferente na bateria, mas de qualquer forma ambos estavam fora de sua sincronia de

costume.

Alex comeu o fervor da multidão e uma garota realmente jogou o sutiã para sua

guitarra no meio de uma canção. Uma grade quebrou e a segurança teve que jogar cordas do

outro lado da rua para isolar os fãs gritando. Julian olhou nervosamente para a

multidão. Jesus, deveria ter uma centena de milhares de pessoas apinhadas na rua e todos

tinham que ser segurados por algumas cordas e guardas. Ninguém tocava bem, mas o

público não parecia se importar. Julian fodeu seu solo e ainda aplaudiram, e então ele fodeu

mais duas transições, e ainda aplaudiram. Era irritante. Após o show acabar, Julian recuou

para o subterrâneo, onde um grupo de fãs gritava por trás dos trilhos no túnel.

"Julian! Julian!" A voz de Alex quase se fez ouvir acima do barulho da multidão. No

subterrâneo as paredes pareciam abalar com o barulho.

"O quê?" Julian gritou.

"Bis!" Alex disse, manuseando de volta no Arco. Julian sacudiu a cabeça. Ele podia ver

Pat, seu agente, fazendo o seu caminho e não queria falar com o homem.

15
"De jeito nenhum." Disse ele. "Eu terminei."

Alex agarrou seu braço e Julian sentiu uma onda de raiva pulsar através de seu

corpo. Ele não queria ser tocado, não queria ninguém próximo a ele. Precisava ficar

sozinho. Os fãs gritavam o nome de Alex atrás dele.

"Você tem que voltar!" Alex gritou em seu ouvido. Julian se afastou bruscamente,

batendo Alex fora de equilíbrio. Jogando sua guitarra sobre a pilha de equipamentos, ele se

afastou de Alex.

"Julian! Mas que diabos?" Daniel ficou na entrada do túnel, flashes saindo atrás

dele. Julian olhou.

"Eu terminei." Disse ele e caminhou em direção ao túnel, puxando um boné de

beisebol na cabeça. Pegou uma jaqueta do guarda de segurança e jogou por cima da camisa,

ele saltou a grade. Os primeiros fãs agarraram-se a ele, mas abriu caminho para frente e logo

passou o grupo de pessoas que o tinham visto vir da banda. No meio da confusão, ele abriu

caminho para fora e a rua cheia de gente, com a cabeça inclinada sobre o seu boné.

"Julian! Espere!" Ele pensou ter ouvido Asher gritando seu nome, mas não se

importou. Precisava sair. Esta noite foi tudo o que ele odiava. A música, especialmente. Nada

importava, exceto a música, e tinham fodido isso regiamente.

Ele odiava tudo isso, as multidões, o barulho, a fama que não era merecida. Esse show

tinha sido horrível e ainda assim o público aplaudiu. Ele queria enrolar e morrer. Queria

quebrar alguma coisa. Queria sair.

Empurrando seu caminho através da densa massa de pessoas, encontrou-se na porta

de um bar. As luzes internas eram esmaecidas e ele entrou, fechando a porta atrás de si.

O toque em seus ouvidos se acalmou quando se acostumou ao murmúrio suave da

conversa dentro do bar. As pessoas aqui tomavam um gole de vinho ou uísque, fumavam

charutos em assentos de pelúcia. Lindas mulheres circulavam com indiferença. Um garçom

veio rapidamente, olhando para Julian com desdém. Julian tirou a jaqueta de segurança e

16
jogou-a de lado, puxando um maço de dinheiro do bolso. Ele tirou uma nota de 100 euros e

atirou-a para fora em direção ao garçom.

"Merci, monsieur." Disse o garçom, sua expressão rapidamente transformando-se em

hospitaleira.

"Onde posso sentar?" Julian perguntou, examinando a sala.

"Aqui, por favor." Disse o garçom, deslizando sem esforço para o Inglês. Ele apontou

para Julian vir à parte de trás do bar e uma cabine vazia fora do ar.

"O que posso fazer pelo monsieur?" Perguntou o garçom.

"Uma água, por favor." Disse Julian, deslizando para dentro da cabine. O garçom fez

uma pausa e Julian sacudiu outra nota a caminho. "Rápido."

"Sim, senhor." O garçom pegou dinheiro com os dedos experientes. Uma menina

bonita vestida com um vestido de cocktail preto colante voltou com um copo de água, e Julian

bebeu, ignorando os olhares dos fregueses ao seu redor. Ele colocou a cabeça entre as mãos,

esfregando as têmporas com as pontas dos dedos. Estava fodido. Nunca deveria ter se

juntado a Wilder Side. Não era sobre a música mais, se ele nunca tivesse existido. Era sobre a

fama, e as multidões e... Jesus. Uma dor de cabeça zumbia maçante na base do crânio.

"Monsieur?" A bela menina estava de volta e ela empurrou um copo de alguma coisa

para ele. Ele começou a protestar.

"A bebida da casa de monsieur." Disse ela, ignorando suas palavras. Ele pensou que

talvez ela não falasse Inglês, porque deixou a bebida mesmo assim e foi para outra mesa.

Ele olhou para o copo. Dois cubos de gelo perfeitamente claros descansavam no

líquido dourado. Ele se inclinou para cheirá-lo e soube imediatamente que era conhaque, e

não do tipo barato. Sentiu uma pontada de desejo pulsar através de seu corpo. Sua cabeça

doía com isso.

Apenas uma bebida. Uma bebida iria livrá-lo da dor horrível esmagando na

cabeça. Antes que pudesse convencer a si mesmo de outra forma, sua mão estendeu e

17
inclinou no copo. O líquido queimou a garganta muito bem quando caiu. Um delicioso calor

espalhou-se por meio de seu peito e esqueceu por que tinha sido tão importante para ele ficar

longe do álcool. Seu telefone tocou no bolso, então o desligou sem olhar. Ele só queria ficar

sozinho agora. Sozinho com um copo de brandy.

"Mais?" A menina ficou na frente dele, a frente de seu vestido, mostrando a linha

suave de clivagem. Ele piscou para a garrafa que tinha na mão.

"Oui." Disse ele, testando seu francês. Por que não deveria aceitar a hospitalidade

local? Isso deveria ser parte da turnê, depois de tudo.

Ela se inclinou para derramar-lhe outra bebida e ele pegou o copo, em seguida, tomou

tudo e pegou a garrafa que estava segurando. Sim, ele gostaria de mantê-la com ele. Sim, isso

seria ótimo.

18
CAPÍTULO TRÊS

A excitação de Shannon borbulhou dentro dela enquanto caminhava pela Champs-

Elysees na tarde brilhante, a movimentada rua cheia de turistas e compradores. Paris. Ela

estava finalmente aqui.

O chefe de departamento tinha ficado emocionado por ela, quando lhe contou sobre

sua ideia para sua tese sênior e eles tinham rapidamente providenciado um semestre no

exterior. Todo um semestre na Europa, tirando fotos da banda e terminando seus trabalhos

de fotografia era um sonho tornado realidade para Shannon. O sol brilhava em seu rosto

enquanto caminhava pela calçada sob as lâmpadas de ferro forjado e todos ao seu redor com

vibração casual de nativos franceses imersos nela. Ela tentou entender um pouco, mas o

dicionário Francês/Inglês que pegou tinha sido tudo, menos útil. Assim que falava uma

palavra em francês, a pessoa com quem ela estava falando iria mudar para Inglês, sabendo

imediatamente que era americana.

Ela parou em boutique depois de boutique, mas enquanto as lojas americanas estavam

voltadas para meninas magras, as lojas francesas fingiam que mulheres cheias de curvas nem

sequer existiam. Ela tinha tudo, além de desistido da ideia de encontrar um vestido acima do

tamanho quarenta após duas horas de procura, mas depois veio para uma pequena loja de

vestido chique no final da rua. A placa dizia ‘Tamanho+’ em letra cursiva com babados e os

quadris dos manequins esticados sob os vestidos apertados nas vitrines. Perfeito.

Shannon tinha ouvido falar que os funcionários franceses eram rudes, mas as

vendedoras nesta loja eram gentis, escolhendo vestido depois de vestido para ela

experimentar. Assim que olhou para o preço, Shannon entendia o porquê, os preços eram

ultrajantes e deveriam estar trabalhando em comissão. Mas Julian tinha deixado algum

dinheiro para a passagem de avião e ela abriu mão da primeira classe em favor de manter o

19
extra. Nunca se sabe quando vai precisar de umas centenas de dólares, e agora Shannon

estava feliz que tinha voado com as crianças gritando na seção do avião com o treinador.

Um dos vestidos que as senhoras escolheram para ela coube perfeitamente, o tecido

era verde e dourado, destacando seu cabelo vermelho lindamente. Os quadris abraçaram

apertados, mas a bainha queimava para fora, e o franzido do tecido na frente escondia todos

os solavancos que de outra forma teriam sido impróprios. Ela quase desmaiou com o preço,

quando olhou para a etiqueta, mais de quatrocentos euros. Ela fez as contas de cabeça. Isso

era mais de quinhentos dólares. Não era quase tanto quanto alguns dos outros vestidos nas

lojas que tinha visitado, mas a maioria de seus vestidos veio das prateleiras de descontos na

Sears. Por 400 €, ela poderia comprar toda a maldita prateleira!

Sentindo-se satisfeita com a compra e alguns dólares mais leve em sua carteira, andou

de volta para o sol de Paris. O dia estava perfeito. Nada poderia estragar seu bom humor.

Wilder Side já tinha feito três de seus shows na turnê. Ela estava acompanhando pelos

e-mails e mensagens de texto de Julian e tudo parecia estar indo bem, embora ele lhe dissesse

que sentia falta dela mais do que qualquer coisa. Ele ficaria tão animado por vê-la lá em Paris

semanas mais cedo do que tinha planejado. Ela o tinha enviado e-mail esta manhã,

queixando-se sobre suas aulas. Ele não iria descobrir até esta noite.

Correu de volta para seu quarto de hotel para que tivesse tempo suficiente. Tomou um

banho, colocou seu vestido novo e passou 10 minutos ajustando seus acessórios no

espelho. Colocou seu rímel favorito, o que combinava com seus cílios vermelhos escuros e

batom para combinar.

"Você está impressionante.” Disse para si mesma no espelho e sorriu. Sua imagem no

espelho sorriu de volta, ecoando a sua confiança. Olhou para o relógio. Se saísse agora, ela

deveria estar lá com tempo de sobra para o show. Talvez fosse capaz de encontrar Julian

antes do concerto começar. Ela gritou e sacudiu o cabelo ruivo fora.

20
"Allons-y2!" Ela disse. "Vamos balançar."

Mas se achava que seria capaz de ver Julian antes do show, estava redondamente

enganada. A multidão até a área onde eles estavam tocando estava embalada apertada e

quando insistiu para os guardas perto do túnel que conhecia o guitarrista de Wilder Side, eles

balançaram a cabeça e fingiram não saber qualquer Inglês, apontando para o público em

geral, em vez.

"Ótimo." Disse Shannon. "Isso é o que ganho por tentar surpreender o meu

namorado."

Ela tentou puxar conversa, mas todas as outras garotas na plateia ignoraram seus

esforços para conversar em francês, olhando de cima a baixo como se fosse a mais estúpida,

mais gorda turista que já tinham visto. No momento em que o show começou, seus nervos

estavam em frangalhos e ela recorreu a olhar para o seu telefone celular. Julian normalmente

mandava uma mensagem antes de um show, mas não havia nenhuma mensagem em seu

telefone.

"Está tudo bem, Shannon." Disse ela. "Você não vai deixar que nada acabe com o seu

bom humor." Quando as luzes se acenderam no Arco do Triunfo, as pessoas ao seu redor

começaram a gritar para a banda e sua energia disparou de volta.

O show não foi definitivamente o melhor que já tinham tocado e Shannon podia ver

que ela nunca iria chamar a atenção de Julian de onde estava. Ele parecia irritado e os

técnicos perdidos, pareciam fazer a banda tocar pior enquanto o show continuou. A multidão

ainda os amava, porém, e Shannon estava emocionada ao ver o quão bem sucedido Wilder

Side tinha se tornado. Era tão emocionante vê-los tocando em turnê na Europa!

Após o show, Shannon levou meia hora para empurrar seu caminho e chegar ao túnel

que levava aos bastidores. Uma vez lá, conseguiu acenar para um membro da equipe para

acompanhá-la dentro.

2
Vamos lá.

21
"Hey Asher." Disse ela, indo para onde o baterista estava arrumando seus

microfones. Ele era o único para quem ela tinha dito sobre sua chegada antecipada. "Onde

está Julian?"

O rosto de Asher caiu.

"Shannon, hey, isto é uma surpresa!" Disse ele. "Julian saiu logo após o show."

"O que há de errado?" Ela podia ver que ele tinha uma expressão estranha em seu

rosto.

"Nada, só que ele não estava de bom humor. Sinto muito, Shannon."

"Está tudo bem." Mas Shannon estava preocupada. Nenhum texto dele antes ou depois

do show, e agora ele tinha fugido para Deus sabe onde. Ela puxou seu vestido. "Você sabe

onde ele foi?"

"Eu o vi descendo a rua, indo, uh, ao sul? Em direção ao rio. Não sei onde ele estava

pensando em ir, no entanto. Você sabe onde é o nosso hotel, certo? Talvez ele esteja lá."

"Tudo bem." Disse Shannon, uma sensação de vazio no estômago. "Vou tentar isso."

Enquanto o resto da banda arrumava, Shannon ligou ao hotel. A recepcionista lhe

disse que ninguém da banda tinha vindo de volta, então ela deixou seu número para o caso.

Caminhava pela rua em direção ao rio, seus olhos examinando os grupos de pessoas

na calçada. Quantas milhões de pessoas estavam lá em Paris? Não havia nenhuma maneira

dela encontrar Julian só de olhar. Suspirou. Todo esse esforço para surpreendê-lo e agora

isso.

Oh certo. Ela iria se divertir andando ao longo do Sena de qualquer maneira, e ele

seria obrigado a voltar ao seu hotel. Ela sabia que ele precisava refrescar, por vezes, e apenas

ir passear sozinho, talvez por isso que ele estava fazendo isso. Enviou-lhe um breve texto

perguntando como foi o show. E colocou o telefone de volta na bolsa.

Caminhou por uma hora pelo rio, parando em uma ponte para assistir a passagem de

água por baixo. O rio escuro fluía lentamente, as correntes invisíveis por baixo, exceto para as

22
ondas de vibração da luz na superfície da água. Deu-lhe calafrios, embora o ar da noite

estivesse úmido, quase quente. Ela circulou de volta para o Arco do Triunfo. Talvez pudesse se

encontrar com a banda e aguardar Julian com eles. Pegou o telefone. Ainda nada dele.

Atravessando a rua, ouviu um barulho na calçada do lado de fora de um bar. Ela

estava prestes a ir embora, não queria se envolver em uma briga de bar ou o que fosse, mas,

em seguida, ouviu as palavras Wilder Side e parou, voltando-se. Quando se aproximou, a

porta se abriu e ela viu Julian sair do bar. Ele segurava um copo em uma mão, uma garrafa

na outra e duas magras mulheres bonitas estavam em cada braço, desmanchando em cima

dele. Ele quase caiu da escada e a multidão aplaudiu animada por ver uma celebridade

norte-americana. Julian ergueu o copo num brinde torcido e gritou algo em francês. Shannon

não conseguia distinguir suas palavras arrastadas, mas todos ao seu redor riram e

gritaram. Uma das mulheres se inclinou e beijou sua bochecha e Shannon sentiu uma dor

ardente subir nela quando ele sorriu e inclinou a cabeça atrás para outro drinque.

Julian virou-se para andar na calçada e a multidão se abriu diante dele, dando-lhe uma

boa olhada. Seus olhos estavam vidrados, aros vermelhos e ele só deu dois passos antes de

tropeçar para frente, agarrando-se antes que pudesse cair, mas o copo caiu. Seu copo

quebrando na calçada e alguém gritou algo em francês. Náusea, inclinou-se na sarjeta,

deixando as duas mulheres bonitas para trás e esvaziando o estômago para a rua.

Luzes, câmaras dispararam e Julian indiferente dispensou o rapaz gravando a cena em

seu telefone. A multidão subiu para trás enquanto ele tomou outro gole da garrafa,

enxaguando a boca com álcool e cuspindo. Shannon olhou quando ele se inclinou para frente,

com uma mão apoiando-se sobre o joelho, e soltou de novo, então tossiu e bateu no peito.

Sua cabeça levantou e ele a viu.

Eles estavam a 10 pés de distância, olhando um para o outro. Os lábios de Shannon

tremeram e Julian piscou com força, como se não pudesse acreditar que era ela. A mulher à

23
sua esquerda se inclinou para sussurrar algo em seu ouvido e ele a empurrou fora

aproximadamente.

"Shannon?" Disse ele. Ele balançou em seus pés, seus olhos focados aproximadamente

na frente dele. "O que está fazendo aqui?"

Shannon sentiu as lágrimas rolando pelo rosto. Ela virou-se e correu.

O rugido em seus ouvidos não poderia bloquear a sua gritaria e sabia que em saltos

ela não seria capaz de fugir a menos que ele estivesse bêbado demais para correr. Ainda

assim, tentou, incapaz de parar os soluços subindo em sua garganta quando fugia pela

calçada, empurrando as pessoas para o lado. Foi só um bloco antes de chegar ao rio e ele a

alcançar.

"Shannon, por favor." Julian pegou-a pelo braço e girou em torno dela. Ficaram

parcialmente através de uma grande ponte de pedra e passavam turistas olhando-os com

cautela enquanto atravessavam o rio. Shannon cambaleou para trás, quando o cheiro de sua

respiração bateu-a, o cheiro irresistível de álcool mascarava o amargo sabor de bile por baixo.

Não conseguia parar de chorar. Tudo o que tinha planejado, seus sonhos de se reunir

com ele, evaporaram no ar frio da noite.

"Eu sinto muito, sinto muito." Julian tentou abraçá-la, mas ela o empurrou. Ele pegou-

lhe os pulsos, torcendo-os no seu. "Eu sinto muito Shannon. Eu sinto muito."

"Isso não quer dizer nada. Por quê? Por que, Julian?"

Shannon olhou para Julian, mas ele apenas balançou a cabeça superficialmente. A

culpa em seus olhos ameaçava transbordar em lágrimas. Ela não se importava. Ele só tinha

ido embora há um pouco mais de uma semana e já tinha ido e ficado bêbado. E com duas

meninas em seu braço! Quem sabe quantas tietes que ele tinha fodido? Shannon pegou um

soluço na garganta enquanto pensava sobre as mulheres bonitas debruçadas sobre ele,

beijando-o...

24
"Eu não sei." Disse ele. Ele parecia triste, mas qualquer simpatia que tinha por ele

atualmente estava enterrada na raiva e tristeza fervendo dentro dela.

"Eu não te mereço."

"Eu sei." As palavras eram como uma porta clicando fechada. Era isso. Julian nunca

tinha sentido nada real por ela. E depois que tinha tido tanto ciúmes dela! Ela não podia

acreditar.

"Eu sinto muito."

"Não, eu sinto muito, Julian. Pensei que este poderia ser um relacionamento de

verdade."

"Ele pode! É!"

Shannon balançou a cabeça tristemente.

"Por favor, Shannon, não faça isso..."

"Eu?" Shannon puxou-lhe os pulsos para fora de seu alcance. "Eu sou a única que não

tem feito nada."

Entendimento surgiu no rosto de Julian.

"Shannon, não. Não. Eu não fiz nada com essas meninas. E esta foi à primeira noite..."

"A primeira noite, com certeza. O que, você acha que nasci ontem?" Shannon esfregou

os dedos contra os cílios inferiores, piscando as lágrimas que derramavam sobre suas

bochechas. "A primeira noite. E o que teria feito amanhã à noite, Julian?"

"Nada! Eu nunca faria..."

"Eu não acredito em você!" Shannon tremeu. Todo seu corpo tremia de raiva e mágoa.

"Eu fiquei bêbado. Estou bêbado." Julian disse, inclinando-se para frente. "É estúpido e

eu sou o maior idiota do mundo, mas nunca faria algo assim com você." Ele fez uma pausa.

Shannon cruzou os braços na frente dela. Tentando esconder as lágrimas. Ela

estendeu-lhe o queixo com bravura.

"Não." Ela disse finalmente. "Não posso viver assim."

25
"Assim como?"

"Eu não quero pensar que você pode me deixar. Não posso viver sabendo que pode

fazer algo horrível quando não estou lá. Não posso viver sabendo que às vezes você não me

quer."

"Eu quero você." Julian protestou. "Sempre."

"Eu não serei apenas uma garota que você vai jogar fora uma vez que outra mulher

coloca as mãos em você. Não posso fazer isso, Julian." Shannon sufocou sua dor. Todo

relacionamento dela tinha terminado em lágrimas, porque sempre amava o cara mais do que

ele a amava. Piscou de volta para cada separação que teve. Nenhum deles jamais tinha

terminado com ela. Eles sempre dormiam ao redor e ela sempre foi a última pessoa a

saber. Segundas chances, terceiras chances, todos eles acabaram no mesmo. Era tudo a

mesma coisa, tudo de novo. Julian estava abandonando-a da maneira mais fácil possível para

ele. Pensou que ele era único, mas não, claro que não. Meninas como ela nunca ficavam com

o cara no final.

"Você é a única pessoa que significa alguma coisa para mim." Julian disse. Seus olhos

vermelhos de lágrimas.

"Não." Disse Shannon. "Não diga isso. Não depois disso."

"Você é." Uma lágrima transbordou em suas bochechas e Shannon podia vê-lo lutando

para se manter controlado.

"Não." Ela advertiu.

"Por favor."

"Não." Shannon pensou que estava controlada, mas quando ele a olhou com olhos

suplicantes nada poderia manter suas lágrimas na baía.

"Eu não posso te dizer o quanto estou triste. Você é a única garota que já amei, e eu..."

Julian caiu em lágrimas. Soluçando ele caiu de joelhos. Ele se inclinou para frente, com as

mãos pressionadas em punhos em seus templos.

26
"Eu estraguei tudo. Estraguei tudo. Eu te amo tanto e estraguei tudo, e sinto muito, oh

Deus, sinto muito."

O coração de Shannon quebrou com a visão dele chorando. Ela queria abraçá-lo, dizer-

lhe que estava tudo bem, que tudo estava bem. Mas não estava. Ele tinha ido e arruinado

algo bonito, tinha quebrado sua confiança nele. Mas ela lutou contra a vontade. Se ele não

pudesse tratá-la direito, ela teria que ir embora.

Ele estendeu a mão para tocá-la, mas ela recuou e deixou-o segurando o ar.

"Shannon..." Sua voz sumiu no silêncio.

"Adeus, Julian." Disse, sua voz presa na última sílaba. Virou e afastou-se de seu sonho.

27
CAPÍTULO QUATRO

Julian observou-a ir e não podia acreditar. Ele tinha quebrado a única coisa

verdadeira, a única coisa que importava para ele. Todo o dinheiro, fama e mulheres não

significavam nada para ele. Apenas seu relacionamento com Shannon. E agora tinha

arruinado.

Para quê? Por uma noite de bebedeira. Assim ele poderia esquecer sua solidão sem

ela. Podia ver-se no futuro não muito distante: bebendo em um bar, apenas a solidão seria

real. Ele tinha cortado todas as cordas que o segurava e agora estava de joelhos, sem nada

para impedi-lo de cair. A induzida sobriedade dos últimos minutos desapareceu em uma

onda de imprecisão quando Shannon se afastou dele na noite de Paris.

Julian puxou-se aos seus pés, sentindo o álcool muito vividamente enquanto tentava

recuperar o equilíbrio. Atrás dele na calçada uma pequena horda de fãs e transeuntes se

reuniu para assistir ao drama acontecendo. Julian girou e caminhou diretamente para a

multidão. Câmeras brilharam em seus olhos e ele sentiu uma onda de raiva crescer,

arrastando seu estado atual em uma enorme fúria chegando ao auge.

Ele oscilava muito para a pessoa mais próxima no meio da multidão com sua câmera

para fora, não percebendo o quão bêbado ele realmente estava. Perdeu o equilíbrio e

tropeçou para frente, batendo em um pequeno grupo de fãs. Uma garota gritou.

Isso é o que eles querem. Dê-lhes o que querem.

De estrela do rock and roll para o assassino, não é? O que era uma bebida ou duas

afinal? Ele abriu caminho através da multidão, sem saber onde estava ou onde estava

indo. Uma nova onda de bile subiu em sua garganta e ele se voltou para a calçada,

levantando para a rua. A multidão dispersou longe dele quando vomitou, até tudo o que

28
havia deixado nele era ar. Ele se levantou de joelhos e tropeçou, olhando a cabeça de um

poste metal. Um poste de luz? Sua visão afiou, estrias negras na periferia de sua visão.

Shannon. Um sabor horrível queimava no fundo de sua garganta e ele engasgou.

"Julian? Julian!"

Ele sentiu os braços ao redor dele, os dedos agarrando-o através do tecido de sua

camisa. Os dedos estavam frios. Tudo estava frio. Ele estremeceu.

"Julian, que inferno?" Era a voz de Alex. Ele virou a cabeça para trás e uma dor cegante

branca apagou seu mundo por um instante. Então piscou, Alex e Asher estavam ali, bem ali,

em pé sobre ele.

"Não se preocupe." Disse ele, ou tentou dizer. As palavras que saíram dele eram

sufocadas e arrastadas e não conseguia entender a si mesmo.

"Julian!" Asher parecia tão preocupado. Julian ergueu sua mão e tentou mandá-lo

embora. Shannon tinha ido embora e nada mais importava. Vomitou novamente ao se

lembrar de como ela tinha olhado para ele. Ela tinha todo o direito de estar desgostosa com

ele. Não podia culpá-la, nem um pouco. Ela tinha feito a coisa certa e se afastado de um

problema. Ele só desejava que pudesse simplesmente se afastar de si mesmo e em outra vida.

"Ele está sangrando, olha."

"Vamos levá-lo para o hospital."

"Não!" Ele gritou e girou o braço do aperto de Alex. Uma onda de tontura tomou-o e

ele caiu para o lado. As nebulosas luzes coloridas ficaram escuras, embora não tivesse certeza

de que seus olhos estavam fechados. A última coisa que se lembrava era o olhar de

preocupação no rosto de Asher e a voz de Alex.

"Está tudo bem. Tudo vai ficar bem, Julian."

Nada está bem, Julian pensava. Sem ela, não há nada bem sobre o mundo em tudo.

29
Alex chamou à frente e assim que chegaram ao hospital uma enfermeira acompanhou-

os para uma sala privada. A cabeça de Julian doía como nada que já tinha sentido antes, pior

do que acordar de uma ressaca sem nada para beber. A enfermeira olhou para ele com nojo

velado quando o ajudou na cama do hospital.

Eu sou nojento. Julian sentiu vontade de vomitar de novo, mas não havia nada dentro

dele. Os pontos pretos e brancos riscavam sua visão como estática sempre que movia a

cabeça. Fechou os olhos e sentiu como se o mundo estivesse girando.

Ele podia ouvir a voz de Pat, irritada e alta. Em seguida, um médico entrou e Julian

olhou para ele sob as pálpebras pesadas quando brilhou uma luz para os seus olhos. Ow. Ele

se encolheu, empurrando o braço do médico longe. O médico falou rapidamente em francês e

Julian não tinha ideia do que estava dizendo.

"Você vai ter que passar a noite." Asher estava em cima dele. "Julian? Você me

entendeu?" Alex e Pat gritaram para o outro, no canto. Julian acenou com a cabeça, o esforço

fazendo com que ele ficasse tonto. Em seguida, a banda saiu e tudo ficou quieto. As luzes se

apagaram e por um tempo não teve que pensar sobre Shannon e o quanto ele a amava, e

quanto tinha fodido tudo.

30
Ele acordou melhor de manhã, pelo menos fisicamente. Tinha sido uma noite difícil,

mas nada que ele não tivesse passado antes. Ele se virou para ver Asher dormindo na cadeira

ao lado da cama do hospital, uma linha de baba levando a uma mancha escura no travesseiro

escondido atrás de sua cama. Julian gemeu e tirou a agulha IV de sua mão. Uma gota de

solução salina? Ele deve ter ficado realmente fora de si. Ele nem sequer se lembrava da

enfermeira colocando-o nele, Julian vestiu a camisa e deu um tapa no ombro de Asher.

"Ei, vamos lá cara." Julian colocou os sapatos e caminhou para fora da porta. Ele tinha

que sair deste maldito hospital. Ele odiava hospitais.

"O quê? Oh, Julian. Julian!" Asher seguiu para o corredor como um cachorrinho

confuso e sonolento.

"Vamos." Disse Julian, gesticulando.

"Tudo bem, cara." Disse Asher, então parou no meio do corredor. "Espere, não temos

que falar com um médico?"

"Eu sei o que há de errado comigo." E não é nada que um médico possa corrigir. Eu

estou machucado por dentro.

"Cara, o que aconteceu ontem à noite?"

"Eu bebi muito."

"Não, quero dizer o que aconteceu com Shannon?"

Julian virou. Má jogada, ele teve que se apoiar na parede para manter a vertigem de

ultrapassá-lo.

"Eu tenho que ligar para ela." Ele pegou o telefone e apertou a marcação rápida. O

telefone de Shannon tocou uma vez, duas vezes, e depois foi para a caixa postal. Ele desligou

o telefone.

"Você mandou uma mensagem a ela, como uma dúzia de vezes já ontem à noite. Até

que tiraram o telefone longe de você."

31
Julian não conseguia se lembrar de fazer um único desses textos. "O quê? O que você

está falando?"

"Você estava realmente mal com isso, cara."

Asher fez uma pausa.

"Parecia que poderia fazer algo ruim. Quando estava falando sobre ela na noite

passada."

"Como o quê?"

"Como não querer viver." Asher deu de ombros, mas havia preocupação em sua voz.

"Eu não sou suicida."

"Poderia ter me enganado."

"Foda-se."

"Foder-me? Vá você se foder!" Foi a primeira vez que ele já tinha visto Asher ficar

bravo. Inferno, ele tinha socado o cara na cara e ele ainda não tinha piscado um olho. Mas

desta vez ele estava furioso, embora um tipo leve de furioso. "Você está fodendo a banda

quando faz isso. Não é apenas sobre você, sabe!"

Julian sentiu isso como um soco no estômago. Ele virou-se.

"Julian..."

"Jesus, Asher, eu sinto muito. Eu... Porra, eu não posso dizer o suficiente, mesmo que

isso não mude nada. Eu errei."

"Está tudo bem." Disse Asher, após uma pausa. "Você pode corrigir isso."

"Eu estraguei tudo. Quero dizer tudo. Com Shannon."

"Eu realmente sinto muito, cara."

"Como posso recuperá-la?"

"Eu não sei."

"Como posso corrigir isso?"

32
Ele estava desesperado, mas a pergunta ficou sem resposta. Asher o ajudou a ganhar

Shannon mais de uma vez, mas essa situação foi muito longe, vomitar as tripas para fora em

uma rua parisiense com outra mulher em seus braços. Eles ficaram em silêncio por um

tempo.

"Esqueça isso." Disse Asher. "Faça música."

"Música?"

Asher deu de ombros. "É o que você faz. Corrija o que você pode em primeiro lugar,

em seguida, lide com Shannon. As primeiras coisas primeiro."

"Música." Julian sentiu algo dentro dele rebocar. Não tinha tocado música para si

mesmo em um longo tempo. Era sempre a banda, o set, as gravações. Agora, sentia uma

vontade inexplicável de pegar uma guitarra e apenas tocar qualquer melodia em tudo, só

para tirar a dor de sua mente e do ar.

"Julian?"

"Isso é o que preciso." Ele caminhou pelo corredor arrastando Asher atrás de si. Passou

pela recepção da enfermeira.

"Au revoir, senhoras." Disse ele, acenando com uma das mãos no ar. Sua cabeça doeu

quando fez o gesto, mas a dor que sentia estava toda em seu coração.

O hospital não estava longe de seus quartos de hotel, mas quando Julian e Asher

chegaram lá os outros caras tinham saído.

"Eles provavelmente foram comer." Disse Asher. "Vou mandar um mensagem de

texto."

"Vou ficar aqui por um tempo." Disse Julian.

"Aqui?" Asher olhou ao redor do quarto de hotel.

"Vou pedir serviço de quarto." Disse Julian. "Eu realmente só quero um pouco de

tempo para praticar sozinho."

33
"Ah, claro." Disse Asher. "Vou te trazer um eclair3 ou algo assim."

"Isso seria ótimo.” Disse Julian. Ele não achava que poderia provar nada agora de

qualquer maneira. Asher saiu e Julian se sentou na beirada da cama. Pegou sua guitarra.

Música. Asher estava certo. Isso é o que eu faço. Ele começou a tocar, e uma vez que

começou, não conseguiu parar.

3
Éclair e o nome francês das famosas bombas.

34
CAPÍTULO CINCO

Shannon sentiu seu coração quebrar em mil pedaços. Sabia que Julian a amava, mas

não o suficiente. Não, se ela não podia confiar nele.

Ela ligou para o aeroporto do seu quarto de hotel, mas todos os voos estavam lotados

até a noite seguinte. Jogou e virou a noite toda, finalmente levantou-se às nove horas da

manhã, com os olhos turvos e completamente agitados, e decidiu sair para uma

caminhada. Seu telefone tocou. Julian, mais uma vez. Ela ignorou a chamada. Precisava

fugir. Mesmo saber que Julian estava no mesmo país que ela era demais.

O parque a poucos quarteirões de distância do hotel estendia em uma linha verde

longa sob o sol. Famílias estavam espalhadas pelo parque, crianças gritando e correndo em

círculos. Ela tinha pensado que a França era completamente diferente, mas sentada no banco,

Shannon percebeu que as coisas eram mais semelhantes do que poderia ter imaginado. A

única grande diferença que ela viu no parque eram as exibições ostensivas de afeto

público. Casais apaixonados passeavam de mãos dadas e se beijando.

Shannon percebeu que estava chorando. Enxugou os olhos com um lenço de papel e

tentou não se importar tanto, mas não podia. Seu telefone tocou com outra mensagem. Julian

tinha deixado toneladas de textos e dezenas de mensagens desde aquela manhã e não tinha

sido capaz ou disposta a ouvir todas.

Vamos, Shannon. Comece a reagir.

Ela discou seu correio de voz. Cinquenta e três novas mensagens.

"Bebê, por favor, pegue quando eu chamar você de novo. Por favor. Só quero falar."

"Deus, por que estou fazendo isso? Deixe-me fazer isso para você, Shannon, por

favor."

35
"Shannon, eu sou o maior idiota que já existiu. Você merece alguém melhor. Mas

nunca vou encontrar alguém melhor do que você, então vou lutar por você até que esteja

terminado. Não acredito que nós terminamos. Ainda não."

Shannon não podia ouvir mais. Desligou o correio de voz, chorando. Quando o

telefone tocou novamente, ela queria arremessá-lo em todo o parque. Mas quando olhou para

a tela, era Asher ligando.

Ou Julian do telefone de Asher. Shannon hesitou por um momento e depois

atendeu. Ela poderia desligar se fosse Julian, depois de tudo.

"Shannon, hey."

Ela deixou escapar um suspiro de alívio. Era Asher.

"Oi Asher." Disse ela. Sua voz tremia e ela tossiu para tirar o nó de sua garganta.

"Ei, isso que aconteceu com Julian..."

"Estamos terminados." Disse Shannon, mas ela disse isso suavemente. "Eu espero que

ele esteja bem, mas estamos terminados."

"Isso é por causa de ontem à noite? Ele estava bebendo demais, com certeza, sim."

"Asher, não preciso de você inventando desculpas para ele."

"Eu não estou. Ele sempre teve problemas com o álcool."

"Não é apenas o álcool."

"Então o quê?"

"Havia uma menina que estava ao lado dele." Disse Shannon. Duas meninas, na

verdade.

Asher suspirou. "Claro, há sempre meninas bajulando-o e ele sempre as empurra. Mas

ele não tocou em outra menina, uma vez que chegou aqui."

Shannon fez uma careta. Julian era a única pessoa que já a tinha feito feliz, que nunca

se importou em fazê-la feliz. Mas não podia confiar nele depois que estava tudo acabado.

"Asher..."

36
"Olha, Shannon, sei que ele pode ser um idiota. Mas ele te ama, realmente ama. E

assim, eu sinto que isso foi uma espécie de culpa minha."

"Como?"

"Bem, você sabe, ele me disse que estava sozinho e sempre costumava beber quando

estava chateado. Mas pensei que tinha acabado. Nunca pensei que ele iria acabar doente

assim."

"Ele está bem? Quero dizer, ele estava muito bêbado ontem à noite."

"Será que você não ouviu suas mensagens? Tivemos que levá-lo ao hospital."

"Oh meu Deus." Shannon colocou a mão ao peito.

"Sinto muito." Disse Asher. "Eu pensei que você soubesse."

"Não." Disse Shannon. "Jesus. Ele está bem, certo?" Ela não conseguia esconder a

preocupação de sua voz. Se ele fez alguma coisa estúpida por causa dela.

"Sim, ele está bem. Eu queria ver sobre o show. Se você viria."

"Não." Disse Shannon. "Asher, não."

"Ei, eu não posso te fazer mudar de ideia sobre Julian. Ok, tudo bem. Basta vir ao

show esta noite, por favor. Se ele sabe que está vindo, não vai... Não vai ser tão ruim para

ele."

"Asher, isso não é mais problema meu. Estou partindo num avião hoje à noite, às dez."

"Tudo bem, mas, por favor." Disse ele. Ela podia ouvir a preocupação em sua

voz. "Venha para um pouco no início. Por favor. Temo que ele vai estragar todo o passeio."

Shannon suspirou.

"Não é minha responsabilidade."

"Eu sei. Mas, por favor. Por favor. Eu estou te implorando. Sei que ele está

implorando. Vou pegar Alex e Daniel no telefone para lhe pedir, se isso ajuda."

37
Apesar de suas lágrimas, Shannon não pode deixar de rir com o tom sincero de

Asher. Ela exalou. Era difícil, queria ver Julian novamente, só para dizer um adeus real. Um

que ele não iria esquecer, mesmo bêbado.

"Talvez." Disse ela.

"Obrigado."

"Eu disse talvez. Sem promessas. Não tenho certeza quando preciso estar no

aeroporto."

"Ótimo! O show começa às seis na Torre Eiffel."

"O quê?"

Ela quase podia ouvir o sorriso de Asher através do telefone.

"A Torre Eiffel. Veja, eu não pediria, mas isso é um negócio tão grande. Obrigado,

obrigado, obrigado!"

Antes que Shannon pudesse protestar, Asher tinha desligado.

Shannon se sentou no banco, seu telefone na mão. O que estava pensando,

concordando com isso? Ela não tinha certeza se este foi o maior erro que já tinha feito ou a

decisão mais inteligente. Talvez fossem as duas.

Caminhou pelo parque e parou para ouvir um músico de rua tocando uma

sanfona. Isso era algo que não se vê todos os dias, em Pasadena. Esticando-se no gramado à

sombra de uma árvore, ela se deitou não muito longe do sanfoneiro. O sol aqueceu a terra

debaixo dela e fechou os olhos. Apenas um pequeno cochilo, pensou. Apenas alguns

minutos...

Ela acordou horas mais tarde e o sol estava alto no céu. Que horas eram? O telefone

estava sem carga, de modo que ela parou um homem andando para perguntar.

"Pardonnez, desculpa." Ela tropeçou nas palavras. "Quelle heure et-il?"

"Quatreheuresetdemi." Disse o homem, suas palavras misturando uma com a outra em

um murmúrio impossível.

38
"Uh, de novo?" Ela disse.

"Quatro e meia." Disse o homem.

"Obrigada." Disse Shannon, corando. Ela esperava que um dia não seria levada por

americana depois de apenas duas frases.

Quatro e meia? Meu Deus, ela esteve dormindo por horas! Tinha que se arrumar, tinha

que se preparar! Shannon saiu correndo pela rua em direção ao hotel. Tomou um banho

rápido e vestiu a roupa, e, então, uma hora tinha passado. Começou a jogar suas roupas na

mala e parou.

O que estava fazendo?

Se ela fosse para o show, seria como abrir uma caixa de Pandora que não sabia como

fechar. Seria melhor para todos se fosse embora agora. Mas havia prometido a Asher... E era

apenas por pouco tempo. Só por um minuto, talvez até antes do show, e ela pudesse dizer

adeus e ir embora. Colocou a mala cheia de roupas e se recompôs. Só um minuto, e então ela

estaria fora para o aeroporto.

Queria pegar um táxi, mas parecia que todos que passavam estavam cheios. Ela

começou a suar arrastando sua mala pela rua. Quase na Torre Eiffel sentia como se seu

coração fosse explodir, seja por esforço ou mágoa, não sabia. Fazendo uma pausa para

descansar por um momento, ficou chocada ao ver o rosto de Julian, olhando para ela de um

cartaz grudado na lateral do prédio, ao lado de Alex e o resto da banda. Wilder Side, que

dizia: Le Phenomene d'Amerique4!

Era um sinal? Por que ela estava aqui, se não porque queria ficar com ele? Queria estar

errada, queria confiar nele. Sua colega de quarto Brynn lhe diria para não seguir seu coração,

mas, Brynn sempre foi muito racional.

Shannon virou a esquina e seu coração parou. Em frente à Torre Eiffel havia milhares,

não, dezenas de milhares, talvez centenas de fãs delirantes. Uma enorme tela tinha sido

4
O Fenômeno da América.

39
montada na frente da torre e todo o gramado debaixo fervilhava com as pessoas. Era uma

multidão.

Shannon podia ouvir Cheap Trix tocar a última música em seu conjunto, a abertura

com o número mais popular. A vocalista jogou o cabelo para trás e disse algo em francês,

enquanto acenava para a multidão que foi à loucura. Shannon percebeu que a banda estava

tocando do topo da Torre Eiffel, a sua imagem projetada para baixo até a multidão. Altos

falantes foram montados ao lado em frente da torre. Shannon se moveu no meio da multidão,

os aglomerados de pessoas ficando mais e mais densos, conforme ela chegava mais perto da

base da Torre Eiffel.

Shannon estava começando a pensar que não havia nenhuma maneira que ela,

possivelmente, pudesse ver Julian, ou mesmo chegar perto, especialmente com a mala

pesada que estava arrastando em torno de suas costas. Parou do outro lado do comprimento

do gramado e ficou surpresa ao olhar para cima e ver Julian preenchendo o quadro de tela de

projeção, seu violão na mão.

"Obrigado por me deixarem fazer isso, caras." Disse Julian. Ele olhou para a

câmera. "Merci Paris." A multidão gritou e por perto Shannon podia ouvir uma garota

francesa gritando: Julian, Julian.

Ele começou a tocar. Os olhos de Julian estavam com aros vermelhos e quando ele

começou a cantar, Shannon ficou surpresa. Ela pensou que ele nunca cantava, apenas tocava

violão. Ao contrário da voz pop de Alex, a voz de Julian era baixa, com alma mesmo. A

melodia percorreu o gramado e os aplausos cessaram para ouvir a música lenta.

Devo começar por dizer que eu sinto muito,

Eu sei que não estava certo.

Fui a um monte de lugares, fiz um monte de coisas,

mas trocaria tudo para desfazer uma noite tola.

40
Julian dedilhou as cordas do violão, com a cabeça inclinada. Shannon parou

espantada, agarrou a mala na mão. Wilder Side nunca tinha feito nada assim antes. Isso... isso

era para ela.

Agora você está magoada, porque eu te machuquei

E se você me deixou pelo que fiz a você.

E se você já se foi, bem, vou dar-lhe esta canção

Mesmo se não me quiser.

Julian ergueu a voz ligeiramente no refrão. Ele cantava como se isso quebrasse o seu

coração para cantar, e talvez fez. Sob o seu cabelo macio Shannon viu a dor contorcer sua

expressão.

Eu não sou forte demais para admitir que estou errado.

Eu não sou orgulhoso demais para dizer em voz alta.

Eu não vou fugir.

Porque eu te amo, eu te amo, estou apaixonado por você.

A multidão balançava calmamente com a música e quando Julian tocou as últimas

notas Shannon não podia evitar as lágrimas que derramavam para fora de novo sobre suas

bochechas. Tantas lágrimas. Ela se perguntou se não iriam parar nunca.

Sim, mesmo que se vire para ir

Eu não vou fugir

Porque eu te amo, eu te amo, eu estou apaixonado... por você.

41
Uma onda de aplausos espalhou por todo o gramado enorme, mas Julian não

percebeu. Ele só pendurou o violão no seu ombro e virou-se para a banda saindo da tela.

"Vocês estão prontos para o show?"

Alex pegou o microfone de Julian e entrou em foco.

"Bon soir Paris!"

A multidão avançou, gritando como uma unidade para a banda. Shannon podia ver o

resto dos membros da banda ficando prontos atrás de Alex. Alex acenou e sorriu para a

câmera e as mulheres e homens no meio da multidão desmaiaram para ele. Ele era a estrela

do rock. Era o chefe da banda.

Mas Julian era a alma.

Depois de todo o show, Shannon foi empurrada pela multidão. Seu avião foi

esquecido, nada importava, exceto que tinha que chegar a Julian. Com as milhares de pessoas

que saíam após o show, era como tentar lutar seu caminho contra a corrente do rio

carregando uma enorme mala. Felizmente, assim que ela chegou mais perto da frente, um

guarda de segurança a viu e acenou para ela.

42
"Vous etes, Shannon5?" Olhou para o telefone e Shannon viu seu rosto na tela. Julian

deve ter enviado um alerta para ela.

Shannon acenou com a cabeça e ele a levou para a base da torre, passado duas linhas

de segurança.

"Voici6." Disse ele, apontando-a para o elevador gaiola. Apertou um botão e saiu,

deixando-a sozinha. Ela levou um susto quando o elevador sacudiu a um inicio. Ele levou-a

mais e mais através da torre iluminada, e se virou para olhar toda a cidade, enquanto a gaiola

subia o esqueleto de metal da torre. As luzes da cidade abaixo estendiam em todas as

direções. Esquecendo-se de seu medo, apertou o nariz para a grade e bebeu na vista até o

elevador parar no topo.

"Shannon?"

Ela se virou para ver Julian esperando por ela sozinho na plataforma.

"Julian." Disse ela, em seguida, a porta da gaiola do elevador se abriu e ela estava em

seus braços e ele estava segurando-a com força, tão firmemente como se nunca quisesse

deixá-la ir.

"Julian." Ela gaguejou, "Eu não posso..." Seu coração estava dividido.

"Shannon, eu não me importo. Tudo o que importa é que está aqui agora."

"Eu não sei se posso perdoá-lo." Ela deixou escapar. Julian tomou-lhe as mãos.

"Você não precisa. Pode me odiar para sempre. Apenas me dê uma chance de fazer as

pazes com você. Para te mostrar o quanto significa para mim."

"Outra chance?"

"Temos uma semana antes de deixar Paris. Basta ficar a semana. Então, decida."

"Julian..."

"Passe esta noite comigo. Por favor."

5
Você é Shannon?
6 Aqui está.

43
Shannon levantou as sobrancelhas. "Em um quarto de hotel com a banda?"

"Eu aluguei um quarto diferente. Mas, primeiro, você tem que ver esta vista."

Antes que ela pudesse protestar, Julian pegou-a pela mão e foi arrastando-a um

conjunto de escadas para a próxima plataforma. Quando chegaram ao topo, ela apertou o

peito de Julian. Não tinha percebido o quão longe tinham chegado, no elevador gaiola, a

vista não era clara. Mas aqui, a cidade de Paris estendia em todas as direções. Debaixo deles,

a Torre Eiffel piscava com a luz de milhares de lâmpadas de ouro. O brilho invadiu a torre e

Shannon sentiu como se estivesse em pé na pura luz, olhando para os postes espalhados das

ruas da cidade.

"Obrigado." Disse Julian, apertando os braços sobre o peito e beijando a nuca

dela. "Obrigado por ter vindo de volta."

Shannon sentiu um calor se espalhar por ela enquanto inclinou a cabeça para

trás. Mesmo em um lugar tão estranho, nos braços de Julian sentia como se estivesse em casa.

Shannon engasgou quando passou pela porta do quarto de hotel. O quarto era

decorado em um estilo francês antigo, com antiguidades e pinturas douradas que revestiam

as paredes. Julian sorriu enquanto caminhava para dentro, obviamente orgulhoso de sua

obra. Centenas de velas iluminavam o belo espaço com pequenas luzes piscando e uma trilha

de pétalas de rosa levava mais para dentro.

"Assim como o nosso primeiro jantar." Disse Julian. "Você se lembra?"

"Eu me lembro. Isto é incrível." Disse Shannon.

Ela seguiu a trilha de pétalas de rosa para o sofá que dava no rio abaixo. A água

brilhava com luzes abaixo, a janela com vista para toda a cidade. Eles chamavam de Cidade

das Luzes, e agora ela entendia o porquê. A joia brilhante que era Paris espalhava por todo o

horizonte, escurecida apenas pelas curvas sinuosas lentas do Sena.

44
"E a vista, é como era quando passamos nossa primeira noite juntos."

"Oh, Julian." Shannon se lembrou de sua primeira noite com Julian. Ele tinha sido tão

carinhoso, tão amoroso. Tinha certeza de que ele nunca faria nada para machucá-la. Só de

pensar nisso agora trouxe uma lágrima a seus olhos.

"Eu sinto muito, Shannon." Disse Julian. "Sei que te machuquei. Quero voltar para

antes de eu foder tudo."

"Julian..."

"Vou fazer isso para você, eu juro. Cada minuto, de cada dia, durante o tempo que

você me der. Nunca vou fazer nada parecido com isso de novo."

Shannon olhou para ele. Ela podia ver em seus olhos que estava dizendo a verdade,

tanto quanto ele sabia.

"Shannon..."

Ela parou suas palavras com um beijo. Sabia que ele não era perfeito, mas também

sabia que poderia perdoá-lo. E para tantas lágrimas que tinha chorado nos últimos dias, ele

era o único homem que já a tinha feito verdadeiramente feliz.

Ele a beijou suavemente, hesitante. Seus lábios acenderam um fogo lento em seu

interior que se estendeu através de seu corpo... A última vez que tinham feito amor, ele tinha

estado tão duro, mas agora seus toques eram delicados. Ele estava relutante em levá-la

totalmente.

Ela se apertou contra ele agora, se aprofundando. Ele tomou-a em seus braços

enquanto ela colocou as mãos em volta da parte de trás de sua cabeça, acariciando seus

cabelos.

"Oh Julian." Disse ela.

"Peça-me o que quer."

"Eu quero você." Disse ela. "Só você."

45
Eles caíram de volta no sofá, esmagando as pétalas de rosa debaixo deles. O doce

aroma flutuou sobre seus corpos. As mãos de Julian correram por cima do vestido,

acariciando suas curvas.

"Deus, você é linda." Disse ele. Ele puxou para baixo uma alça do vestido, beijando seu

pescoço até o ombro. Parou bem acima dos seios, como se a espera de uma resposta para

uma pergunta que ele não fez.

Ela puxou sua cabeça para ela e se arqueou contra ele. Sua boca encontrou seu peito e

ela engasgou enquanto chupava seu mamilo, sua língua circulando a auréola.

Os dedos de Julian encontraram o seu caminho até ela, deslizando entre suas

coxas. Ela gemeu quando ele pressionou para baixo nela através da calcinha, seu polegar

circulando sobre seu clitóris lentamente, oh tão devagar, enquanto a chupava, sua língua

movendo-se com a pressão deliberada em sua pele sensível.

Toda a raiva, tensão e tristeza passados no dia derreteram enquanto a acariciava

através do tecido. Cada músculo dela relaxou sob a luz bruxuleante das velas. Ele se moveu

contra ela, sua boca quente e desejosa em sua pele. Ela sentiu sua boca contra seus seios,

então em seu pescoço, sugando levemente, passando depois para baixo.

"Ohh." Gritou em voz baixa. Seus dedos pressionaram contra ela entre suas pernas,

mexendo a paixão que esteve sendo construída na semana passada. Fazia muitos dias desde

que ela o tinha visto, que o tinha beijado, o sentido contra ela. Agora que estavam aqui

juntos, ela pensou que não havia nenhuma maneira de jamais poder querer sair. Seria

impossível. Isso era tudo o que sempre quis e muito mais.

"Shannon." Ele sussurrou.

Ele empurrou seus dedos dentro dela, seu polegar pressionado contra seu

clitóris. Contorcendo-se debaixo dele, Shannon sentiu seu corpo subir e descer com a força de

seus dedos dentro de sua fenda. Todo o desejo dentro dela recolheu em um nó duro,

pulsando dentro de seu corpo.

46
Foi o que aconteceu antes que ela soubesse o que estava acontecendo. O orgasmo

rasgou-a e se arqueou para trás, empurrando-se para baixo em Julian, sua boca em um ‘Oh’

silencioso. Sua língua sacudia-lhe o mamilo, enviando impulsos elétricos pelo corpo dela e

fazendo-a se contorcer sob ele.

"Oh... oh Deus." Disse ela, uma vez que tudo estava acabado. Nunca tinha gozado tão

rapidamente, tão instantaneamente.

Em resposta, Julian simplesmente colocou a cabeça entre seus seios. Seu coração

estava batendo e ela podia ver a metade da curva de seu sorriso quando percebeu seu

sucesso. Sua respiração aquecia sua pele. Ela passou a mão pelos cabelos, recuperando o

fôlego. Podia senti-lo com força contra ela, e estava cheia de uma dor que torcia seu peito.

"Julian." Disse ela. Ele ergueu a cabeça. "Quero você dentro de mim."

Julian beijou-a enquanto puxava sua calcinha. Ela estendeu os braços sobre a cabeça e

ele tirou delicadamente o vestido, então o sutiã, beijando-a o tempo todo. Tirando sua

própria camisa, ele olhou para seu corpo nu, um desejo feroz em seus olhos.

"Tão linda." Sombras delineavam seus músculos rígidos e, quando ele se inclinou para

beijá-la, podia sentir a sua contenção.

"Leve-me." Disse ela, seus dedos lutando para desatar o cinto. Ele a ajudou a tirar,

saindo do sofá para tirar inteiramente. Quando ele se inclinou para colocar-se dentro dela, ele

estava mais duro do que ela já sentiu antes. Lisa como ela já estava, Shannon engasgou

quando ele empurrou-se para dentro, esticando-a incrivelmente.

Ele fez uma pausa no ápice, segurando-a. Pronta para desmaiar de desejo, ela inclinou

a cabeça para trás para vê-lo.

"Eu nunca quero perdê-la." Disse ele. Seu polegar traçou a linha de sua bochecha.

"Então não me perca." Disse ela. Ela o puxou para baixo em um beijo, e ele empurrou-

se em todo o caminho. Seu corpo vibrou contra o dela com a tensão de tentar não explodir

47
imediatamente. Ela podia sentir o sangue correndo por suas veias, seu coração batendo

contra sua própria pele, e quando ela se mudou um pouco com ele, respirou fundo.

As velas queimavam baixas e ela virou a cabeça enquanto se balançava lentamente,

cada vez mais longe, trabalhando seu pênis inchado em seu corpo. As luzes do lado de fora

foram fracas e ela se sentiu tonta em sua paixão. Deus, sentia-se tão bem. Sentia-se tão

bem. Tão certo.

Movendo-se mais rápido, começou a pressionar contra ela com um ritmo que Shannon

estava precisando há muito tempo. Ela mordeu o lábio, um gemido preso na garganta

quando se empurrou dentro dela, precisando dela em torno dele. Ela podia sentir-se subindo

para encontrá-lo, seus corpos batendo um contra o outro e outra vez, até que ela não podia

suportar por mais tempo. Um fogo que correu através dela saindo em um grito agudo

quando ela estava à beira de seu segundo clímax.

Julian parou em seguida, estendeu a mão e segurou seu rosto com as duas

mãos. Beijou-a, tomando-lhe o fôlego e empurrou mais uma vez. Seu corpo torceu debaixo

dele, estremecendo quando a onda de desejo crescia. Ele se afastou um pouco até que seus

narizes estavam apenas tocando e observou-a gozar, ao mesmo tempo em que ele. Suas

respirações se misturavam nos centímetros entre eles quando o orgasmo rolou nos dois, e

quando ela abriu os olhos, podia ver os toques fracos do clímax ainda vibrando através de

seu rosto.

Julian beijou seu nariz, em seguida, um lado de seu rosto, depois o outro. Ele esbanjou

pequenos beijos delicados em todo o rosto dela até que ela explodiu em risos, em seguida,

pressionou sua boca contra a dela, com força.

"Como eu pareço?" Shannon perguntou, corando. "Boba?"

"Claro que não. Pareço bobo?"

Shannon apenas riu.

48
"Você é linda quando goza." A mão de Julian embalou sua bochecha, seus dedos

traçando seu caminho atrás da orelha, colocando uma mecha de cabelo vermelho antes de

continuar até a clavícula. "Como se cada parte sua estivesse reunindo-se para dentro,

esperando, esperando. E então..."

Ele vibrou com os dedos na frente de seus olhos. "Uma explosão silenciosa."

"Nem sempre em silêncio." Shannon riu. Julian a abraçou apertado.

"Eu quero tirar uma foto de você assim." Disse ela.

"Qualquer coisa que quiser." Julian ergueu a mão para cima e beijou sua

palma. "Qualquer coisa para te fazer feliz."

"Você me faz feliz."

"Oh?"

"E você também me incomoda e preocupa-me até a morte..." Shannon parou quando

Julian fez cócegas levemente em seu estômago. "Mas, principalmente, você me faz feliz."

Julian inclinou a cabeça em uma das mãos.

"Então você vai me manter por perto um pouco mais?"

"Talvez." Disse Shannon. "Só um pouco mais."

"Apenas o suficiente para algumas explosões silenciosas?"

Shannon riu. "Sim."

"Tudo bem." Disse Julian. "Posso viver com isso."

Ele deitou a cabeça em seu peito e seus dedos arrastaram ao longo de suas costas. As

luzes das velas banhavam-os em calor amarelo e a sugestão de rosas fez a noite parecer

mágica.

"Se estou cometendo um erro, Shannon, porém, é o melhor que eu já fiz."

FIM

49
Acesse meu blog: http://angellicas.blogspot.com

Próximo:

50

Você também pode gostar