Artigo de Pesquisa

Reabilitação de dentes tratados

endodonticamente com pinos
anatômicos indiretos de fibra de vidro
Victor Grover Rene Clavijo*, Luiz Rafael Calixto**, Rodrigo Monsano***,
William Kabbach****, Marcelo Ferrarezi de Andrade*****

Resumo
Os pinos de fibra de vidro são cada
vez mais são utilizados como re-
tentores intrar-radiculares na rea-
bilitação de dentes tratados endo-
donticamente. Quando se trata de
canais amplos ou fragilizados, estes
são, na maioria das vezes, a primei-
ra escolha, devido ao módulo de
elasticidade próximo da estrutura
dental. No entanto, canais amplos
refletem em grande volume de ci-
mento resinoso no interior do con-
duto, devido aos pinos de fibra de
vidro serem, na maioria das vezes,
pré-fabricados, e não estarem per-
feitamente modelados no conduto
radicular, podendo ocasionar falhas
na cimentação. Neste caso clínico,
será apresentada a técnica do um
pino de fibra de vidro anatômico,
confeccionado indiretamente com
o sistema Fibrex-Lab.

Palavras-chave: Pinos Estéticos. Pinos de fibra de vidro. Pinos anatômicos.

* Especialista, Mestre e Doutorando em Dentística Restauradora FOAr-UNESP.

** Especialista e Mestrando em Dentística Restauradora FOAr-UNESP.
*** Técnico em Prótese Dental.
**** Mestre em em Dentística Restauradora FOAr-UNESP.
***** Prof. Livre-Docente do Departamento de Odontologia Restauradora da FOAr-UNESP.

R Dental Press Estét, Maringá, v. X, n. X, p. xx-xx, xxx./xxx./xxx. 2008 1

Reabilitação de dentes tratados endodonticamente com pinos anatômicos indiretos de fibra de vidro
INTRODUÇÃO
Dentes tratados endodonticamente e com
destruições extensas devido a lesões cariosas,
fraturas, acesso endodôntico incorreto, subs-
tituições de restaurações ou reabsorções in-
ternas levam à necessidade, normalmente, da
utilização de pinos intra-radiculares para reter
a restauração final1.
A composição dos materiais utilizados nos
retentores intra-radiculares mudou, ao longo
dos anos, de materiais de alto módulo de elas-
ticidade como ouro, aço inoxidável e dióxido de
zircônia para materiais que possuem caracte-
rísticas mecânicas mais semelhantes à dentina
como a resina composta e a fibra de carbono .
Associado a este fato, veio a evolução da Odon-
tologia Estética, surgindo novos pinos no mer-
cado, como os de fibras de quartzo, fibras de car-
bono revestidas por quartzo e fibras de vidro .
Os pinos de fibra de vidro apresentam rigi-
dez muito semelhante à dentina, absorvendo,
assim, as tensões geradas pelas forças mastiga-
tórias e protegendo o remanescente radicular,
pois possibilitam a construção de uma unidade
mecanicamente homogênea6.
Porém, a utilização de pinos de fibra pré-
fabricados de forma direta em canis amplos ou
raízes fragilizadas gera um espaço entre o pino
e as paredes do canal radicular, levando a uma
espessura grande do agente cimentante, cau-
sando uma diminuição da resistência à fratura
do conjunto pino/preenchimento.
Já a utilização de materiais de alta rigidez
nessas raízes, como núcleos metálicos fundidos,
pode levar a uma fratura irreversível dessa raiz,
com conseqüente perda do elemento dental.
Com isso, a utilização de um sistema de pi-
nos com propriedades físicas e biológicas mais
similares a estrutura dental perdida e que pos-
sam atuar como dentina artificial é fundamental
2 R Dental Press Estét, Maringá, v. X, n. X, p. xx-xx, xxx./xxx./xxx. 2008
nesses casos de raízes fragilizadas.
Uma das técnicas propostas para o trata-
mento de canais amplos é a utilização de pinos
anatômicos7,8, através da modelagem do con-
duto radicular com resina composta, associada
aos pinos pré-fabricados de fibra. Uma outra al-
ternativa é a confecção de pinos anatômicos de
forma indireta, através da moldagem do condu-
to radicular e porção coronárina do dente, ob-
tendo-se um modelo para confecção do núcleo
indireto de fibra de vidro.
Este artigo tem como objetivo descrever,
através de um caso clínico, a sequência deta-
lhada da confecção do pino anatômico indire-
2,3
to, mostrando as vantagens e indicações desta
técnica.
RELATO DO CASO
4,5
Paciente do gênero masculino, 43 anos, pro-
curou a Disciplina de Dentística Restauradora
da Faculdade de Odontologia de Araraquara
queixando-se da aparência do seu sorriso. Após
anamnese e avaliação clínica, verificou-se a pre-
sença de coroas de resina acrílica nos incisivos
centrais com grandes falhas em forma e adap-
tação marginal, além de amplos diastemas nos
incisivos (Fig. 1 - 4) . No exame radiográfico, veri-
ficou-se a presença de núcleos metálicos inade-
quados quanto ao seu diâmetro e comprimento
(dentes 11 e 21) (Fig. 5).
Foram realizados como protocolo9, foto-
grafias e modelos de estudo para confecção do
enceramento diagnóstico (Fig. 6) e provisórios
(Fig. 7), para inicio planejamento e plano de tra-
tamento.
Nos dentes 11 e 21, optou-se pelo retrata-
mento endodôntico, clareamento dental, subs-
tituição dos núcleos metálicos fundidos por
núcleos com pinos anatômicos indiretos e con-
fecção de coroas totais em cerâmica metal free
 Victor Grover Rene Clavijo, Luiz Rafael Calixto, Rodrigo Monsano, William Kabbach, Marcelo Ferrarezi de Andrade

Figura 1 - Sorriso Inicial. Figura 2 - Visão do quadrante anterior.

Figura 3 - Close up dos incisivos superiores. Figura 4 - Close up dos incisivos centrais, nota-se amplo diastemas e
escurecimento dos remanescentes radiculares.

Figura 5 - Enceramento de diagnóstico. Figura 6 - Provisórios reproduzindo o enceramento diagnóstico.

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Figura 7 - Remoção do núcleo metálico fundido. Figura 8 - Visão do amplo canal radicular.

Figura 9 - Visão do remanescente cervical. Figura 10 - Refinamento das paredes do canal radicular.

Figura 11 - Molde dos condutos radiculares com silicone de adição.

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Figura 12 - Confecção dos pinos anatômicos indiretos de fibra de vidro . T.P.D . Nelson Maia Bergamini.

pelo sistema Procera Rondo Alumina (Nobel Bio-
care). Já nos dentes 12 e 22 foram feitos lami-
nados cerâmicos sobre refratário para melhor
distribuição dos espaços existentes nos dentes
anteriores superiores. O paciente decidiu por
não fechar completamente seu diastema.
Primeiramente foi realizado o clareamento
dental em todos os dentes, utilizando técnica
caseira com peróxido de carbamida a 16% (Cla-
ridex/ Biodinâmica – Brasil). Em uma segunda
etapa, realizou-se a remoção da coroa e do nú-
cleo metálico fundido (Fig. 8). Observou-se um
amplo canal radicular (Fig. 9), porém com rema-
nescente dentinário (Fig. 10), estando de acordo
com a recomendação da literatura para utiliza-
ção dos pinos de fibra de vidro.
Para confecção dos pinos indiretos de fibra de
vidro, inicialmente realizou-se isolamento relativo
da região anterior, colocando-se fio retrator 000
(Biodinâmica-Brasil) no interior do sulco gengival,
para melhor visualização do preparo. Logo após,
procedeu-se a regularização das paredes dentiná-
rias do remanescente radicular com broca LARGO
n° 3 (Fig. 11), de modo a evitar retenções internas.
Foram realizados esses procedimentos nos den-
tes 11 e 21. A moldagem do conduto radicular
foi realizada com silicone de adição e um pino de
acrílico no interior do conduto, para evitar algum

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Figura 13 - Pinos finalizados.
deslocamento do material de moldagem durante
o vazamento do gesso. A moldagem foi realizada
pela técnica de único passo (material leve e pesa-
do simultaneamente) (Fig. 12).
Na fase laboratorial (Fig. 13), foi feito o mo-
delo de trabalho (Fig.1 3B), onde primeiramen-
te foi confeccionado um pino intra-radicular
padrão de resina acrílica (Fig. 13C) auto poli-
merizável (Duralay Co. – USA), a parte radicular
do padrão foi isolada com vaselina líquida e em
seguida foi recoberta com cola quente (Fig.
13D) (Ângelus, Londrina, PR – Brasil) para copiar
a parte radicular. Após o resfriamento passivo
da cola, o pino foi removido (Fig. 13E).Com a
cópia fiel do padrão em cola finalizado, a fibra
de vidro medial (Angelus, Londrina, PR – Brasil)
juntamente com o adesivo foram inseridos no
molde (Fig. 13F) e levados ao aparelho de vácuo
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(que é uma etapa de extrema importância, pois
vai fazer com que o adesivo c, escoe por todos
os espaços, evitando a presença de bolhas na
estrutura do pino) (Fig. 13G) e fotopolimerizado
por 5 minutos. Foi realizado acabamento e po-
limento do pino e assim foi finalizado (Fig. 14).
Os provisórios foram reembasados e adapta-
dos, a moldagem foi enviada juntamente com
antagonista e registro oclusal, para assim, pos-
teriormente, serem confeccionados os pinos
anatômicos de fibra de vidro.
Em uma nova consulta clinica, os provisórios
foram removidos e foi realizada um limpeza do
conduto radicular com edta, seguido de lava-
gem e secagem. Os pinos (Fig. 14) foram inseri-
dos (Fig. 15) e verificou-se a adaptação do con-
junto (Fig. 16).
O tratamento da superfície do pino anatômi-
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Figura 14 - Inserção do pino no canal radicular.
co foi realizado com acido fosfórico a 37% por
60 segundos (Fig. 17), lavagem com spray de ar e
água por 30 segundos (Fig. 18), secagem e apli-
cação de silano (Fig. 19) por 1 minuto seguido
de jato de ar (Fig. 20), adesivo, Adper Scotch-
bond® Multi-Purpose Plus (3M ESPE – St Paul,
MN, USA) (Fig. 21) e fotopolimerização (Fig. 22).
Na seqüência, realizou-se o condicionamento do
canal radicular com ácido fosfórico 37 % por 15
segundos (Fig. 23), lavagem com seringa hipo-
dérmica e spray de ar/água por 15 segundos (Fig.
24) e secagem do conduto com cones de papel
absorvente para impedir a desidratação exces-
siva do remanescente radicular. A seguir, foram
aplicados na seqüência o Primer e o Adesivo,
Adper Scotchbond® Multi-Purpose Plus (Fig. 25),
e em seguida retirou-se o excesso do adesivo
com cones de papel absorvente (Fig. 26), jato de
ar (Fig. 27) e fotopolimerização (Fig. 28).
Após todo procedimento de tratamento do
remanescente radicular e do pino anatômico,
foi realizada a cimentação com cimento resino-
so Rely X ARC (3M – ESPE St Paul, MN, USA). O
cimento foi espatulado em placa de vidro por
15 segundos e inserido no conduto radicular
com auxílio de uma broca lentulo e também
aplicado no pino anatômico. O pino foi inseri-
Figura 15 - Verifição da adaptação do pino.
do (Fig. 29), os excessos removidos (Fig. 30) e a
fotopolimerização foi realizada, e assim finaliza-
do a confecção (Fig. 31).
Finalizado o acabamento dos preparos se-
guindo o protocolo clinico9 deu-se início os
procedimentos de moldagem. Utilizou-se sili-
cona de adição Elite (Zhermack) e afastamento
gengival pela técnica do fio duplo, realizada com
o fio n°000 e 0, Retraflex (Biodinâmica-Brasil). O
fio n°000 foi mantido no interior do sulco duran-
te a moldagem, removendo-se apenas o fio n°0.
Realizou-se a seleção de cores com a escala
VITA Clássical, sendo também enviada ao labora-
tório um protocolo de fotografias9 do paciente
para auxiliar o técnico nos ajustes de cor e veri-
ficação de textura do dente, além dos modelos
de estudo e moldagem final.
As restaurações indiretas foram confecciona-
das pelo Sistema Procera Rondo Alumina (Nobel
Biocare). Para o procedimento de cimentação
das próteses, foram checadas adaptações e con-
tatos proximais e em seguidas estas receberam
como tratamento pré-cimentação: condicio-
namento interno com ácido fosfórico (Fig. 35)
60s para desengorduramento da peça, lavagem
com spray ar/água (Fig. 36), secagem e aplica-
ção de adesivo (Fig. 37), remoção dos excessos e
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Reabilitação de dentes tratados endodonticamente com pinos anatômicos indiretos de fibra de vidro

Figura 16 - Aplição de ácido fosfórico a 37% por 60 segundos. Figura 17 - Lavagem coma água.

Figura 18 - Aplição de silano por 1min. Figura 19 - Remoção dos excessos com jato de ar.

Figura 20 - Aplicação de uma fina camada de adesivo. Figura 21 - Fotopolimerização por 40 segundos.

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Figura 22 - Aplição de ácido fosofórico a 37%. Figura 23 - Lavagem com água

Figura 24 - Aplicação de adesivo. Figura 25 - Remoção dos excessos de adesivo com cones de papel ab-
sorvente.

Figura 26 - Remoção do solvente do adesivo com leve jato de ar. Figura 27 - Fotopolimerização por 60 segundos.

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Figura 28 - Inserção do pino com cimento resinoso. Figura 29 - Remoção dos excessos com auxílio de pincel microbrush.

Figura 30 - Fotopolimerização por 60 segundos. Figura 31 - Pino anatômico confeccionado.

Figura 32 - Pino anatômico realizado nos dentes 11 e 21 e preparos pron- Figura 33 - Coroas Procera Alumina confeccionadas – T.P.D Rodrigo
tos para serem moldados. Monsano.

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Figura 34 - Desengorduramento da peça com ácido fosfórico a 35% por 1 min.

fotopolimerização por 60s. Após profilaxia com

pedra-pomes, realizou-se o condicionamento
do dente com ácido fosfórico a 37% (Fig. 38)
por 15s, seguido de lavagem com spray água/ar
(Fig. 39) . O sistema adesivo Scotchbond® Mul-
ti-Purpose Plus, foi aplicado ao dente (Fig. 40),
conforme instruções do fabricante, seguido do
cimento resinoso adesivo de dupla-cura Rely X
ARC (Figura 41). Os excessos de cimento foram
removidos antes da fotopolimerização por meio
de pinceis, fio-dental e sonda exploradora. Foto-
polimerizou-se por 40 segundos as superfícies
vestibular e palatina de cada peça. O ajuste final
da oclusão foi feito após remoção do isolamen-
to relativo do campo operatório.
O resultado final (Fig. 42 - 46) mostra uma es-
tética funcional, onde restabelecemos a dentina
e esmalte com materiais restauradores com
propriedades mecânicas, funcionais e ópticas
Figura 35 - Lavagem com água. semelhantes a estrutura dental perdida.

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Reabilitação de dentes tratados endodonticamente com pinos anatômicos indiretos de fibra de vidro

Figura 36 - Aplicação de uma fina camada de adesivo.

Figura 37 - Aplicação de ácido fosfórico a 35% por 15 s. Figura 38 - Lavagem com spray ar/água.

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Figura 39 - Aplição de uma fina camada de adesivo. Figura 40 - Cimentação da peça com cimento resinoso.

Figura 41 - A) Sorriso frontal inicial B) Sorriso final.

Figura 42 - Sorriso lateral direito final. Figura 43 - Sorriso lateral esquerdo final.

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Figura 44 - A) quadrante inicial. B) quadrante final.

Figura 45 - Close up do quadrante anterior superior final.

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Figura 46 - A) Close up dos incisivos dentrais inicial. B) Close up dos incivos centrais final.

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Reabilitação de dentes tratados endodonticamente com pinos anatômicos indiretos de fibra de vidro
DISCUSSÃO
A reabilitação de dentes tratados endo-
donticamente é um procedimento bastante
complexo, já que na maioria dos casos estes
elementos apresentam-se consideravelmente
destruídos, gerando dúvidas, quanto ao tipo
de material restaurador intra-radicular a ser
utilizado.
Durante muito tempo, os núcleos me-
tálicos fundidos foram às únicas opções de
tratamento como formas de restabelecer as
estruturas dentais perdidas devido o trata-
mento endodôntico. No entanto, esses pinos
apresentam desvantagens tais como: falta de
retenção do agente cimentante, possibilidade
de corrosão, elevada transmissão de estresse
à estrutura dental que pode levar à fratura de
raiz, dificuldade de remoção se necessário,
longo tempo de trabalho, custos laboratoriais
e alto módulo de elasticidade
gidez dos núcleos metálicos fundidos pode
gerar um efeito de cunha acarretando fratu-
ras radiculares extensas, podendo condenar o
dente à extração12.
Em raízes fragilizadas ou canais amplos, esse
índice de fratura radicular aumenta considera-
velmente, uma vez que haverá uma grande quan-
tidade de material com alto módulo de elastici-
dade no interior da raiz. Considera-se uma raiz
fragilizada quando esta apresenta uma espes-
sura de dentina remanescente igual ou inferior
a 1mm mais comumente na região proximal .
Essa fragilização da raiz pode ocorrer devido à
cáries extensas, uso prévio de núcleos com largo
diâmetro, risogênese incompleta, reabsorção in-
terna ou anomalias de desenvolvimento .
Com a introdução dos pinos reforçados por
fibra, surgiu um novo conceito de sistema res-
taurador onde os vários componentes da res-
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tauração (sistema adesivo, agente cimentante,
pino e material de preenchimento) constituem
um complexo estrutural mecanicamente homo-
gêneo, com propriedades físicas semelhantes às
da dentina1,14-17.
Pinos com propriedades semelhantes à
dentina, como os de fibra de vidro, geram uma
menor transferência de estresse para estrutu-
ras radiculares, diminuindo a probabilidade de
fraturas, principalmente em raízes fragiliza-
das. Assim ocorrendo um trauma num dente
com pino intra-radicular de fibra de vidro, di-
ficilmente a raiz fraturará e sim ocorrerá fra-
tura no pino1.
Devido à grande espessura do agente ci-
mentante encontrada quando são utilizados
pinos pré-fabricados em raízes fragilizadas ou
canais amplos, causando uma diminuição da
resistência, é preferível a utilização de pinos
10,11
. Esta alta ri- acessórios17 ou a aplicação da técnica de pinos
anatômicos diretos8,20, diminuindo a espessu-
ra do cimento e aumentando a resistência do
conjunto.
Essa maior adaptação do pino ao canal gera
também uma maior resistência à extrusão (des-
locamento), devido ao bom embricamento me-
cânico entre o pino e o conduto radicular, não
dependendo apenas do sistema de cimentação
adesiva21.
A técnica utilizada no caso clínico relata-
do foi a do de fibra de vidro indireto, onde por
13
confecção laboratorial, toda a sua estrutura
é confeccionada por fibra de vidro medial de
modo a conseguir pinos individualizados per-
feitamente adaptados ao conduto. Com isso,
12
obtêm-se um pino personalizado apresentan-
do a mesma forma do canal radicular e com-
portamento biomecânico semelhante ao da
estrutura dental perdida.
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CONCLUSÃO
A técnica do pino anatômico indireto de fi-
bra de vidro parece ser uma opção viável na
reabilitação de dentes tratados endodontica-
mente com canais amplos e/ou com extensa
Rehabilitation of endodontically treated tooth
with indiretc anatomical glass fiber posts
Abstract
The glass fiber posts are increasingly used as in-
traradicular retainers in the rehabilitation of de-
stroyed teeth. When the roots are large or fragile,
they are in most cases, the first choice due to the
module of elasticity very similar to the teeth struc-
ture. Nevertheless, large roots have large volume
KEY WORDS: Esthetic posts. Glass fiber posts. Anatomic posts.
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destruição, principalmente nos casos de raízes
fragilizadas, devido ao comportamento bio-
mecânico semelhante à dentina deste mate-
rial, minimizando, assim, fraturas radiculares
irreversíveis.
of resin cement in the root canal because the glass
fiber posts are pre-fabricated in most cases and are
not perfectly shaped in the root canal and causing
cementation failures. In this case, will be showed
the technique of the anatomical glass fiber post, in-
directly fabricated with the system Fibrex-Lab.
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Endereço para correspondência
Victor Grover Rene Clavijo
Rua Cerqueira César 1078 - Centro
CEP: 13.330.000 - Centro - São Paulo/SP
E-mail: clavijovictor@yahoo.com.br