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E-BOOK

X
Marcação na curva
Marcação a mercado
O que muda na renda fixa?

Marcação na curva x Marcação a mercado: O que muda na renda fixa? 1


Sumário

Capítulo 1
O que muda na renda fixa? 03

Capítulo 2
Tudo sobre marcação a mercado 09

Marcação na curva x Marcação a mercado: O que muda na renda fixa? 2


Capítulo 1

O que muda na
renda fixa?

A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos


Mercados Financeiro e de Capitais) estabeleceu uma
nova regra que determina que, a partir de 2 de janeiro
de 2023, distribuidores de investimentos, como ban-
cos e corretoras, vão precisar “marcar a mercado” o
valor de alguns títulos de renda fixa.

Entram na nova regra Certificados de Recebíveis do


Agronegócio (CRAs) e Certificados de Recebíveis Imo-
biliários (CRIs), debêntures e títulos públicos adquiri-
dos via tesouraria.

Ficam de fora Certificados de Depósito Bancário


(CDBs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Le-
tras de Crédito Imobiliário (LCIs).

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Os bancos e as corretoras têm até o final deste ano
para adaptar processos e fazer as devidas informações
a seus clientes.

Mas no que a nova


sistematização ajuda?
Segundo a Anbima, a regra irá padronizar a maneira
como os extratos dos investimentos serão apresenta-
dos e, assim, ficará mais fácil para o investidor compa-
rar rentabilidades, caso tenha conta de investimento
em mais de uma instituição financeira.

Isso porque algumas já adotam a comparação de mar-


cação a mercado atualmente. E, outras, apenas a mar-
cação na curva.

Pois bem, mas o que isso quer dizer para o


investidor?

Isso significa que o investimento, em si, não vai mudar


em nada. O que muda é apenas a exibição do extrato.
E isso poderá gerar dúvidas e causar alguma ansieda-
de desnecessária, especialmente em quem adquire os
títulos com a intenção de carregá-los até o vencimen-
to.

Vamos entender a mudança no passo-a-passo. Acom-


panhe as diferenças entre marcação na curva x mar-
cação a mercado.

Marcação na curva x Marcação a mercado: O que muda na renda fixa? 4


Marcação na curva x marcação
a mercado
O extrato da sua corretora ou do seu banco vai mu-
dar por determinação da Anbima.

Hoje, você acompanha alguns de seus títulos de renda


fixa na chamada “marcação na curva”. Mas, a partir de
janeiro de 2023, vai acompanhar também a “marcação
a mercado”.

Na verdade, ambas são complementares.

A marcação na curva é útil para o investidor que pre-


tende manter seus títulos até o vencimento ou por um
horizonte mais longo.

Independentemente das condições de mercado, a mar-


cação na curva apresenta o patrimônio investido em
determinado título, com a acruação da rentabilidade
contratada, diariamente. Por exemplo: digamos que um
investidor adquira um título pela taxa de 15% ao ano.
Tomando como base 252 dias úteis, a rentabilidade
diária seria 0,05547% ao dia. Pela marcação na curva,
o patrimônio vai aumentar, por essa taxa, diariamente,
independentemente do valor de mercado desse título.

Marcação na curva x Marcação a mercado: O que muda na renda fixa? 5


E a marcação a mercado?
Já a marcação a mercado permite que o investidor vi-
sualize o impacto das condições do mercado na ren-
tabilidade do título, ou seja, ele acompanha as oscila-
ções, como se pudesse ver, dia-a-dia, quanto valeria o
título, caso quisesse vendê-lo no mercado secundário
imediatamente, ao preço de liquidação daquele mo-
mento.

Na prática, haverá a exibição da volatilidade. Isso por-


que, como estes títulos são negociados diariamente,
seus preços também variam todos os dias.

Mas, embora os preços mudem todos os dias, o valor


no vencimento é sempre o mesmo. E o valor no dia só
irá interessar se você quiser vender antes do venci-
mento.

Fonte: BTG

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E qual a vantagem?
Com isso, a Anbima quer dizer que marcar a mercado
é melhor que marcar na curva? Depende.

Ao mesmo tempo em que alguns podem defender


que, com a medida, haverá uma maior transparência
no processo, há também quem afirme que isso causa-
rá mais ansiedade no investidor.

E poderá, até mesmo, fazer com que ele tome atitudes


precipitadas e ruins para o seu patrimônio, estimulan-
do uma venda não pensada.

Qual a recomendação da EQI?


Diante disso, a recomendação da EQI Investimentos é
que todos mantenham a calma e entendam que a mu-
dança ocorre apenas no extrato e não na rentabilidade
dos investimentos.

Portanto, a mudança não deve ser levada em conta


para quem investe a fim de carregar o título até o ven-
cimento.

Lembre-se sempre: a renda fixa só é fixa mesmo no


caso de se levar o papel até o vencimento.

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Caso contrário, os títulos serão impactados pela reali-
dade do mercado. E isso sempre existiu, absolutamen-
te nada mudou. A única diferença, agora, na marcação
na curva x marcação a mercado, é que você passará a
visualizar a oscilação em um gráfico – o que, até aqui,
não acontecia.

Qual é a melhor forma de visualização?

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Capítulo 2

Tudo sobre
marcação a mercado

Você já entendeu que, a partir de 2 de janeiro de 2023,


os extratos de alguns títulos de renda fixa vão mudar
– e que a alteração só ocorrerá na forma de apresen-
tação do ativo. Na prática, a rentabilidade não muda
em nada.

Mas se quiser saber mais sobre marcação a mercado,


continue na leitura, e aprenda como ela também pode
ser útil nos seus investimentos, com ganhos a partir da
venda antecipada dos títulos, aproveitando de oportu-
nidades do mercado.

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Como se ganha com
marcação a mercado?
O termo marcação a mercado, muito comum no mun-
do dos investimentos, tem a ver com valor justo de um
ativo. Entretanto, não são todas as pessoas que domi-
nam esse mecanismo.

A marcação a mercado serve para atualizar diariamen-


te o preço de um ativo e o resultado dessa indicação
poderá fazer com que o investidor decida pela reali-
zação do investimento ou realocação.

No segmento de renda fixa, por exemplo, é muito co-


mum que o investidor acompanhe suas aplicações pe-
riodicamente e, ao fazer isso, ele percebe que o valor
da quantia varia diariamente. Ou seja, há uma atuali-
zação constante.

Acontece que a renda fixa


não é exatamente fixa
Para se ter ideia, a renda fixa pós-fixada segue algum
índice de referência. No Brasil, costuma-se indexar os
investimentos ao CDI (Certificado de Depósito Inter-
bancário) e à taxa Selic.

Assim, como os investimentos pós-fixados possuem


sua rentabilidade atrelada a algum índice, quando esse
índice varia, a taxa do investimento também varia.
Portanto, não são fixos.

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E o prefixado em relação à
marcação a mercado?
O título prefixado possui uma variação maior ainda.
Esse tipo de título possui um valor fixo, já estipulado,
na sua data de vencimento. Então, se você segurar o
título até o vencimento, terá a rentabilidade contrata-
da no momento da compra do título.

Porém, é preciso esclarecer que a taxa do título possui


uma marcação a mercado, ou seja, todos os dias úteis
os investidores fazem novas negociações que interfe-
rem no valor dessa taxa.

Em momentos em que o mercado precifica um maior


risco para o ativo, as taxas costumam subir, quando o
contrário ocorre, as taxas costumam cair.

É por isso que os preços dos títulos variam de maneira


contrária às taxas: quando as taxas sobem, os preços
dos títulos caem, quando as taxas caem, os preços
dos títulos sobem.

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Cálculo da marcação a mercado em um prefixado:

Onde:

VN = valor nominal do Tesouro Prefixado (LTN) na data


de vencimento;
DU = dias úteis entre a data de liquidação e a data de
vencimento;
Taxa = taxa do papel na compra

Com essa explicação, fica mais fácil compreender, ago-


ra, que marcação a mercado é uma atualização diária
tanto nos preços de títulos de renda fixa (como Tesou-
ro Selic e CDBs), quanto em produtos de renda variá-
vel, incluindo fundos de investimento. Esse ajuste pode
acontecer tanto para baixo quanto para cima.

Como ganhamos com a marcação a mercado?

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O mecanismo tem reação ao
preço de venda do dia?
É exatamente isso, pois a marcação de um ativo pas-
sa pelo preço de venda – ou seja, é o preço que você
conseguiria de volta caso vendesse o seu ativo hoje.

Isso faz com que na renda fixa a marcação a mercado


seja um fator importante para quem quer pedir o res-
gate antecipado de algum título.

Entendi o que é, mas como


funciona na prática?
Esta é uma excelente pergunta e pode-se dizer que a
marcação a mercado acontece levando em conside-
ração principalmente três fatores: o contexto econô-
mico (com fatores como a taxa Selic, a inflação, acon-
tecimentos na política, mercado externo etc), o apetite
dos investidores (demanda por um determinado ativo)
e o valor dos novos títulos que estão sendo emitidos
no mercado.

Para ilustrar, suponha que o investidor tenha investido


R$ 1.000 em um título do Tesouro Direto prefixado,
com uma taxa de remuneração de 5% ao ano.

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Mais à frente, a taxa básica de juros sobe e leva consi-
go o reajuste de vários outros títulos, que acabam pa-
gando mais.

Nesse cenário, significa dizer que o investimento pre-


fixado adquirido vai ficar menos atraente, ter menos
demanda dos investidores e, consequentemente, vai
valer menos. E é exatamente aí que entra a marcação
a mercado, reajustando o valor do título em questão -
sendo que, neste caso, o reajuste se dá para baixo.

Mas e se a taxa de juros cair?


Bom, caso a taxa de juros faça um movimento para
baixo, os novos títulos vão acabar pagando menos e
o investimento anterior acabará ficando mais interes-
sante, por se valorizar.

Ganho e perda, ágio e deságio

Marcação na curva x Marcação a mercado: O que muda na renda fixa? 14


Entender o movimento ajuda
a saber quando vender ou
segurar um título
É exatamente isso! Quando o investidor entende o que
é e como funciona a marcação a mercado, esse co-
nhecimento acaba ajudando-o a saber a hora certa de
vender ou segurar um título.

Na prática, se ele vender o título antes da data de ven-


cimento, vai receber o preço de mercado daquele dia,
e este poderá ser maior ou menor do que se pretendia
inicialmente, de acordo com as mudanças no cenário.
Mas uma ressalva é importante: a marcação a merca-
do acontece de forma diferente em cada tipo de ati-
vo. Alguns fatores interferem nesse cálculo, mas cada
caso tem suas particularidades.

A frequência de atualização das cotações dos títulos


vai depender do número de negócios executados. Por
exemplo, existem ações que as cotações variam se-
gundo a segundo, como as da Petrobrás, que possui
muitos negócios diários.

Por outro lado, existem debêntures que são negocia-


das uma vez por ano. Nesse caso, a marcação a mer-
cado ocorrerá por uma estimativa de preço, calcula-
da pela B3, pela Anbima ou pela corretora, com base

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em critérios preestabelecidos (como taxa de juros da
economia, spread de crédito, prazo para o vencimento
etc).

Por liquidez, entenda a velocidade com que o investi-


dor consegue vender um investimento e, assim, trans-
formar esse ativo em dinheiro.

Por isso, em investimentos de maior liquidez a marca-


ção a mercado é mais rápida e se baseia no fechamen-
to dos preços ao fim do dia.

Para se ter ideia, o próprio Tesouro Direto divulga


esses valores todos os dias por meio do programa de
compra de títulos do Tesouro Nacional. Aqui, as prin-
cipais referências são as expectativas futuras para in-
dicadores macroeconômicos, como a taxa DI e a infla-
ção.

Na outra ponta, os investimentos de menor liquidez


têm os seus valores marcados de acordo com a esti-
mativa de preço justo para a sua negociação.

Classe de ativo influencia


na base de cálculo?
Sim, o tipo de rentabilidade influencia na base de cál-
culo, pois o preço diário dos títulos de renda fixa de-
pende do tipo de rentabilidade de cada investimento.

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Tanto é assim que o pós-fixado tem seu preço ajusta-
do diariamente pela variação da taxa referência para a
remuneração, seja ela a Selic ou o CDI.

Os prefixados, por sua vez, oscilam segundo as ex-


pectativas do mercado para a taxa Selic ( juros futuros)
durante todo o período até o vencimento do investi-
mento.

Assim, quando o mercado espera uma alta nos juros,


para que o seu título continue atrativo e atraindo in-
vestidores, a rentabilidade oferecida para um possível
comprador deverá subir. Com isso, o preço de venda
automaticamente deverá cair.

Pode-se dizer que o mesmo acontece com os títulos


atrelados à inflação, por exemplo, o Tesouro IPCA+.

Então não vale a pena


resgatar o investimento
antecipadamente?
Opa, não significa que não valha resgatar antecipada-
mente, visto que a marcação a mercado só é levada
em consideração quando se pretende vendero inves-
timento antes do prazo.

Ao contrário, esse mecanismo está aí para mostrar se,


em determinado cenário, é melhor resgatar ou não.
Pode ser que sim, mas também pode ser que não.

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Mas uma coisa é certa: se o investidor segurar o título
até a data de vencimento, ele vai receber exatamente
o que foi calculado na prévia do investimento.

Acontece que muita gente, por diversas razões, acaba


antecipando o resgate e a decisão cabe a cada um.

Assim, por meio da marcação a mercado há transpa-


rência na operação, ou seja, ela ajuda a refletir o real
valor do investimento naquele momento.

Tanto é assim que o recurso é utilizado como padrão


para atualização dos papéis desde 2002, por decisão
do Banco Central do Brasil.

A marcação a mercado ajuda a equilibrar a rentabili-


dade entre os investidores, garantindo transparência
e confiabilidade ao mercado. Antes disso, os ativos ti-
nham seus preços baseados na curva do valor teórico
desses papéis.

A marcação a mercado serve


para outros tipos de investi-
mentos além da renda fixa?
Sim! A marcação a mercado serve também, por exem-
plo, para ações, fundos imobiliários, fundos de investi-
mento etc

Marcação na curva x Marcação a mercado: O que muda na renda fixa? 18


Tá, e daí?
Vimos que marcação a mercado é a atualização diária
da precificação dos investimentos de renda fixa, ati-
vos de renda variável e fundos de investimentos.

Vimos que esse mecanismo serve para acompanhar


os investimentos, bem como ver a rentabilidade dos
papéis em caso de resgate antecipado, algo que não
é muito recomendado, mas vai da necessidade do in-
vestidor.

Vimos ainda que a renda fixa não é realmente fixa, em


razão de estar vinculada a um indexador variável e o
preço do título pode ser outro, se resgatado antecipa-
damente.

Esse panorama mostra que a marcação a mercado


pode ser considerada a “reprecificação” diária feita a
partir da atualização dos valores dos investimentos.

Assim, por se tratar de ajuste diário, geralmente ocor-


rem mudanças nos preços tanto para baixo quanto para
cima, de acordo com os fatores envolvidos.

Compreendemos que a importância desse recurso está


no fato de que ele mostra exatamente o preço de um
ativo no dia e isso ajuda a compreender as oscilações

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diárias e ajuda na tomada de decisão, seja pela venda
ou pela manutenção do produto em carteira.

Sem o auxílio desse recurso, o investidor fica às es-


curas e, caso venha a se desfazer do título antes do
prazo oficial de resgate, poderá ganhar menos do que
pretendia quando obteve o título.

O mercado secundário
O chamado mercado secundário é onde se dá a ven-
da antecipada de títulos. Ele une as duas pontas: a de
quem quer vender com a de quem quer comprar.

Clicando no link abaixo, você assite ao vídeo e enten-


de o funcionamento do mercado secundário. Se tiver
interesse em acessá-lo, basta falar com um assessor
da EQI Investimentos.

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Fale com a EQI
Mesmo compreendendo tudo acerca de marcação a
mercado, é recomendável também contar com profis-
sionais especializados na hora de fazer levantamen-
tos, cálculos e decidir por vender ou segurar um título.

Por isso, conte sempre com a equipe da EQI Investi-


mentos!

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