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O Fauvismo, seus pintores e influências

Matisse

A pintura de Matisse tinha cores fortes e brilhantes em largas áreas e


apresentava contornos bem delineados. Ele buscou, em uma abordagem
bastante intelectual, dar um sentido decorativo à sua pintura e obter uma
reorganização do espaço, livre da perspectiva renascentista. Foi influenciado
pelo hedonismo dos simbolistas e pelos poetas românticos, sendo que vários de
seus quadros são inspirados em escritos de Baudelaire. Acreditava em uma
harmonia cromática orientada da mesma forma que em uma música. Matisse foi
muito influenciado por Gauguin, que seguiu literal e radicalmente esta proposta
de olhar a arte como um primitivo e foi morar no Taiti.
Após a morte de Moreau em 1898, Matisse continuou estudando e
conheceu Derain (após ser convidado a se retirar de um atelier acadêmico no
qual se escrevera anteriormente), que lhe apresentou Vlaminck.

Vlaminck

Maurice Vlaminck era um espírito livre que fugiu de casa aos 16 anos para viver
de ciclismo e como músico de cabarés. Sua pintura era espontânea e ele não
teve qualquer treinamento formal. Era autodidata, anarquista e escritor. Muito
culto era interessado pelo uso e efeitos do uso da cor pura. Também foi o
primeiro a “descobrir” (se interessar) pela escultura africana (que seria
importante mais tarde, no desenvolvimento do Fauvismo e no Cubismo).

Derain

Derain vinha de uma família média e hesitou entre ser pintor ou escritor. A
proposta do Fauvismo de usar a cor como agente puramente expressivo, era
inadequado para seu temperamento disciplinado. Assim, depois do entusiasmo
dos primeiros anos, buscou outros caminhos mais ligados à tradição. Investigou
as novas formas introduzidas pela escultura primitiva, e buscou, em sua fase
madura, uma realidade mais sólida e tangível do que a possibilitada através de
efeitos fugazes de cor. Assim, sentiu-se atraído pelo Cubismo e, segundo
Apollinaire, a estética do Cubismo foi inicialmente elaborada na mente de Derain,
que compartilhou com Picasso e Braque o entusiasmo por Cézanne (este último
teve a sua importância reconhecida em uma retrospectiva em 1907, um ano
após sua morte).

Braque

Braque também expôs com os fauves, mas por um breve período. Foi uma fase
importante, na qual a liberdade decorativa e o abandono do uso da perspectiva
entre outras regras acadêmicas pelos fauves, o ajudou na formulação da
linguagem cubista, da qual ele foi um dos precursores. Isso colaborou para esse
movimento ser considerado por Apollinaire como “uma espécie de introdução ao
Cubismo”.

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Influências sofridas pelo Fauvismo
A principal influência foi Gauguin, com suas cores simbólicas e imaginadas em
lugar de copiadas da natureza, seu desprezo pela perspectiva convencional e sua
ênfase na decoração como forma de dar coesão à superfície da tela.

Mas também influenciaram o Pontilhismo (desenvolvido por Seurat e Signag e


então muito praticado) e Van Gogh, com suas cores vivas, expressivas,
simbólicas e seu desenvolvimento do pós-Impressionismo em direção à
expressão. Ainda houve influência de Cézanne, com sua ênfase na superfície da
tela e suas cores interdependentes que sugeriam novas possibilidades a serem
desenvolvidas e até das correntes literárias, que ajudavam a tornar o ambiente
propício à experimentação e à circulação de ideias.

As esculturas primitivas e sua abordagem diferente de toda a arte europeia


começaram a ser colecionadas pelos fauves e logo por Picasso, oferecendo as
novas possibilidades para o desenvolvimento da arte desenvolvidas pelo
Cubismo.

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