Você está na página 1de 9

INTRODUÇÃO A ESTRUTURA

ARQUITETURA E URBANISMO
NOTAS DE AULA
AULA 2

PROF. TATIANA GALVÃO KURZ


tatianakurz.unesa@gmail.com
ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO A ESTRUTURA – CAMPUS PRAÇA XI
PROF. TATIANA GALVÃO KURZ

INTRODUÇÃO

Observe a situação indicada na figura abaixo. Os dois homens prenderam roldanas


nos prédios para levantar e colocar a caixa sobre o caminhão. A caixa, como qualquer
objeto, possui uma massa 𝑚𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 e o consequente peso, igual a 𝑊𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 .

Figura 1: Sistema de forças concorrentes


(Fonte: Notas de aula de Fundamentos para a Análise Estrutural – Prof. Eduardo Nobre Lages)

Vamos admitir, logo de início, alguns conceitos importantes:

 O peso da caixa 𝑊𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 é uma força de intensidade proporcional à sua massa


e à aceleração da gravidade.

𝑊𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 = 𝑚𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 . 𝑔

onde 𝑚𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 é a massa da caixa e 𝑔 é a aceleração da gravidade.

 As cordas estão sendo solicitadas por forças internas, desconhecidas nesse


momento. Entre os pontos A e B a corda está sendo solicitada por uma força
𝑇𝐴𝐵 , e entre os pontos A e C a corda está sendo solicitada por uma força 𝑇𝐴𝐶 .

 Para determinar o diâmetro necessário para que a corda resista às


solicitações internas atuantes, é necessário conhecer as forças 𝑇𝐴𝐵 e 𝑇𝐴𝐶 .

 Podemos estudar as forças atuantes observando o que acontece no ponto


A, onde todas as forças atuam. Como todas as forças estão atuando em um
mesmo ponto, em direções e sentidos distintos, diz-se que são forças
concorrentes.

 Uma força é uma grandeza vetorial, que possui intensidade, direção e


sentido.

Profa. Tatiana Galvão Kurz 2


ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO A ESTRUTURA – CAMPUS PRAÇA XI
PROF. TATIANA GALVÃO KURZ

1. UMA FORÇA É UM VETOR

As forças são representadas por Vetores. Para caracterizar um vetor, como visto
anteriormente, é necessário saber a sua intensidade, direção e sentido.
Um exemplo de força atuante em todos nós é a Força Peso.
A força peso 𝑃⃗ possui intensidade igual a 𝑚𝑔, onde 𝑚 é a massa de um corpo
qualquer e 𝑔 é a aceleração da gravidade que atua no corpo, tem direção vertical e
sentido de cima para baixo (𝑔 é a aceleração da gravidade, igual a aproximadamente
10m/s²).

2. CARGAS

As forças que atuam nas estruturas são denominadas Cargas ou


Carregamentos. Algumas atuam na estrutura em toda a sua vida útil. Contudo, outras
ocorrem quase sempre ou esporadicamente.

2.1. TIPOS DE CARGAS (QUANTO À SUA ATUAÇÃO AO LONGO DA VIDA ÚTIL


DA CONSTRUÇÃO)

 Cargas Permanentes: são aquelas que atuam em toda a vida útil da estrutura
(peso próprio dos elementos estruturais, revestimentos e quaisquer tipos de
equipamentos fixos).

 Cargas Acidentais: são devidas à utilização da estrutura, então se caracterizam


pelo trânsito de pessoas e veículos, pela ação do vento e da água, terremotos e
outros eventos de natureza eventual.

2.2. TIPOS DE CARGAS (QUANTO À GEOMETRIA DO CARREGAMENTO)

 Cargas pontuais ou concentradas: São oriundas


de forças horizontais, verticais ou inclinadas. Numa
estrutura civil, podemos exemplificar como cargas
pontuais a carga de um pilar que se apoia em uma
fundação, a carga de uma viga que se apoia em
outra viga ou em um pilar, a carga de tração em um
tirante ou os esforços atuantes nas barras de uma
treliça.

 Cargas linearmente distribuidas: Numa estrutura


civil, podemos exemplificar como cargas
uniformemente distribuídas as cargas de uma
parede de alvenaria apoiadas sobre uma viga ou laje
e as cargas de uma laje que descarrega em uma
viga. As cargas podem estar distribuídas numa linha
(como é o caso de uma alvenaria sobre uma viga)
ou distribuídas numa área (como é o caso do
revestimento sobre uma laje.

Profa. Tatiana Galvão Kurz 3


ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO A ESTRUTURA – CAMPUS PRAÇA XI
PROF. TATIANA GALVÃO KURZ

 Cargas superficialmente distribuidas: São forças oriundas de carregamentos


distribuídos de forma uniforme em uma superfície. São exemplos de cargas
distribuídas o peso próprio de uma laje de altura constante, o peso do
revestimento sobre a laje, o vento atuando na fachada de uma edificação, a água
de uma piscina sobre o fundo da piscina, entre outros.

 Cargas triangulares: São oriundas da ação de forças que variam ao longo de um


determinado comprimento. Um exemplo de carga triangular é a ação da água nas
paredes de uma caixa d´água ou a ação do solo em um muro de contenção.

3. UNIDADES DE FORÇA

Newton (N): define-se como 1 N a força que produz uma aceleração de 1 m/s² numa
massa de 1 kg
Conversão de unidades: 10000N = 10kN = 1tf = 1000kgf, onde:
kN: quilo-Newton
tf: tonelada-força
kgf: quilograma-força

4. RESULTANTE DE FORÇAS

Duas forças atuando numa partícula podem ser substituídas por uma única força, a quem
chamaremos de Força Resultante 𝑹,
Na figura ao lado, temos duas forças aplicadas no
ponto material A. Graficamente, essa força pode ser
obtida traçando a diagonal do paralelogramo que tem
por lados as duas forças dadas.
Para resolução gráfica, as forças concorrentes devem
apresentar origens em comum, as inclinações das
forças devem ser obedecidas e os tamanhos dos
vetores devem obedecer a uma única escala de
conversão.

4.1. SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL

Para evitar a resolução gráfica, ainda mais


levando-se em consideração que podem haver
muitas forças atuantes em um ponto, partiremos para
a solução analítica. A melhor alternativa para
determinar a resultante de um conjunto de forças
quaisquer é através da decomposição de todas as
forças em componentes ortogonais ou
cartesianas.
A decomposição em componentes cartesianas
deverá seguir as direções horizontal e vertical do
sistema cartesiano ortogonal (ver figura ao lado).

Profa. Tatiana Galvão Kurz 4


ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO A ESTRUTURA – CAMPUS PRAÇA XI
PROF. TATIANA GALVÃO KURZ

4.2. DECOMPOSIÇÃO DE FORÇAS

Existem problemas que podem ser resolvidos de modo mais fácil se uma
determinada força for substituída por duas outras forças perpendiculares entre si.
Vejamos como isso é feito:

Na Fig. 1 representamos uma força 𝐹 e os eixos cartesianos, perpendiculares entre


si, 𝒙 e 𝒚. Na Fig. 2 desenhamos as forças 𝐹𝑥 e 𝐹𝑦 de tal maneira que 𝐹 é
a resultante de 𝐹𝑥 e 𝐹𝑦 .
Isto significa que: as forças 𝐹𝑥 e 𝐹𝑦 atuando juntas produzem o mesmo efeito que
a força 𝐹 atuando sozinha.
Portanto a força 𝐹 da Fig. 1 pode ser substituída pelas forças 𝐹𝑥 e 𝐹𝑦 da Fig. 3. Para
obtermos as intensidades das forças 𝐹𝑥 e 𝐹𝑦 consideramos o triangulo sombreado na
Fig.2.
Esse triângulo está destacado na Fig. 4. Da trigonometria, sabemos que:

Logo:

O processo de substituição da força 𝐹 pelas forças 𝐹𝑥 e 𝐹𝑦 chama-


se decomposição de forças. Dizemos ainda que 𝐹𝑥 e 𝐹𝑦 são componentes ortogonais
de 𝐹.

Profa. Tatiana Galvão Kurz 5


ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO A ESTRUTURA – CAMPUS PRAÇA XI
PROF. TATIANA GALVÃO KURZ

5. EQUILÍBRIO ESTÁTICO

Na figura ao lado, uma pessoa sentada em uma


cadeira corresponde a uma ação exercida na
cadeira, representada pela força 𝐹.
Note-se que se essa cadeira não estivesse
apoiada no piso, ela sofreria um deslocamento
vertical no sentido da força 𝐹.
O que mantém a cadeira em sua posição de
repouso são as forças 𝑅 que o piso aplica na cadeira.
Estas forças são os esforços de reação que o piso
exerce na cadeira.
Cada uma destas forças possui sentido e valor
tal que a cadeira é mantida parada. Nesta situação se
diz que a cadeira está em equilíbrio estático. Para
que a cadeira permaneça em equilíbrio estático, a
cada valor de 𝐹 ocorrem valores de 𝐹 para que esta
situação não se modifique.

Estruturas civis estão sempre em estado de repouso, ou seja, em equilíbrio


estático. Para que uma estrutura submetida a um determinado carregamento esteja em
estado de repouso (ou seja, parada) é preciso que todas as forças atuantes tenham força
resultante 𝑅⃗ nula. No caso de pontos materiais e estruturas planas, a imposição de
resultante de força nula fornece duas condições de equilíbrio. São elas:

𝛴𝐹𝑥 = 0 → Somatório de forças na direção horizontal deve ser nulo;

𝛴𝐹𝑦 = 0 → Somatório de forças na direção vertical deve ser nulo.

FONTES UTILIZADAS NA ELABORAÇÃO DESSAS NOTAS DE AULA:

Notas de Aula da disciplina FUNDAMENTOS PARA ANÁLISE ESTRUTURAL da


FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO da UNIVERSIDADE FEDERAL DE
ALAGOAS – Prof. Eduardo Lages
Notas de Aula da disciplina INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE ESTRUTURAS da
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO da PONTIFÍCIA UNIVERDIDADE
CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO - Prof. Luiz Fernando Martha.

Profa. Tatiana Galvão Kurz 6


ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO A ESTRUTURA – CAMPUS PRAÇA XI
PROF. TATIANA GALVÃO KURZ

EXEMPLO 1
Duas forças são aplicadas à cabeça de um parafuso preso em uma viga. Determine a
intensidade, a direção e o sentido de sua resultante.

Profa. Tatiana Galvão Kurz 7


ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO A ESTRUTURA – CAMPUS PRAÇA XI
PROF. TATIANA GALVÃO KURZ

EXEMPLO 2
Sabendo que a força de tração na haste AC vale 638 N, determine a resultante das três
forças exercidas no ponto A da viga AB.

Profa. Tatiana Galvão Kurz 8


ARQUITETURA E URBANISMO
INTRODUÇÃO A ESTRUTURA – CAMPUS PRAÇA XI
PROF. TATIANA GALVÃO KURZ

EXEMPLO 3
Dois cabos estão ligados em C e são carregados tal como mostra a figura. Visando a
especificação dos trechos de cabo AC e BC, determine as trações nos mesmos.

Profa. Tatiana Galvão Kurz 9

Você também pode gostar