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Escola Superior de Desporto de Rio Maior- Treino Desportivo

Docente: Félix Romero


Discentes: Daniel Santos (180500166) João Gomes (180500169)

Relação entre o Tipo de


remate/Parte do Pé pelo
corredor.

UC- Estatística Aplicada ao Desporto


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Introdução

Foi-nos solicitado, aos alunos da Licenciatura em Treino Desportivo da Escola Superior


de Desporto de Rio Maior, a elaboração de um trabalho sobre um tema que nos
interessasse dentro da nossa modalidade, indo de encontro à matéria lecionada na
disciplina de Estatística Aplicada ao Desporto, lecionada sob a orientação do docente
Félix Romero.

O tema do trabalho escolhido pelo grupo foi perceber se “Existe relação entre o Tipo de
remate/Parte do pé pelo corredor?”

Este trabalho tem como principal objetivo, conseguirmos obter uma resposta ao nosso
problema, através da observação e análise de diversos jogos de 4 equipas da Liga BWIN
(2021/2022), sendo essas as equipas as que ocupavam os 4 primeiros lugares à 10ª
Jornada, o Sporting Clube de Portugal, o Sport Lisboa e Benfica, o Sporting Clube de
Braga e o Futebol Clube do Porto.

Pretendemos assim adquirir um maior conhecimento sobre o SPSS, sobre a observação


e análise de jogos de futebol e também uma das principais ações técnicas mais utilizadas
no futebol, o Remate.

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Revisão Bibliográfica
Segundo (Silveira, 2018), o futebol chegou a Portugal através do inglês Harry Hinton,
que vivia na Madeira e estudava em Londres. Em 1875 ocorreu na ilha da Madeira, o
primeiro jogo de futebol em Portugal. Em 1888, os irmãos Pinto Basto, trouxeram o
futebol para Portugal Continental, colocando a bola a rolar em plena Parada de Cascais,
numa tarde de domingo. No entanto, o primeiro jogo em Portugal só se realizou no ano
seguinte, quando a equipa lusa defrontou uma equipa inglesa e saiu vitoriosa em pleno
Campo Pequeno, o que se tornou numa estreia inesquecível para o futebol português.

Segundo (Alves, 2015), o “remate é, sem dúvida, a ação mais estudada no futebol.
Embora haja muitos fatores que influenciam esta técnica, como a velocidade da bola,
posição da bola, natureza e intenção do remate.”

O remate é a uma ação individual ofensiva, que é executada pelo portador da bola, com
o objetivo de a introduzir na baliza adversária, de forma a cumprir o principal objetivo
do jogo de futebol, o golo.

No entanto, o remate pode ser executado de várias formas:

- Parte interna do pé – Remate mais preciso e menos forte;

- Parte externa do pé – Remate com algum efeito, fazendo uma espécie de curva na bola
(trivela);

- Peito do pé – Mais preciso e forte;

- Ponta ou bico do pé;

- Calcanhar.

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Definição do Problema

Será que existe relação entre o corredor e o tipo de


remate/parte do pé utilizado

Objetivos

Relação entre tipo de remate com a zona do campo.

Relação entre pé utilizado pelo corredor.

Derivado do problema temos também como objetivos procurar saber se existe relação
no tipo de remate (Parte interna, externa, peito do pé, ponta…) com as diferentes zonas
do campo e corredores.
Será que estando mais perto do GR os atletas procuram apenas rematar com a Ponta do
pé sabendo que a baliza está naturalmente mais “aberta” e com um maior ângulo? Ou
será que ainda assim preferem colocar a bola e tentar ao máximo desviar do GR
utilizando a parte interna ou externa do pé?

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Formulação de Hipóteses
Na realização deste estudo sobre a eficácia do tipo de remate pelo corredor, tornou-se
necessário definir um conjunto de hipóteses que permitam responder à principal
questão que colocámos na definição do problema e também aos objetivos que
definimos, de forma a contextualizar os resultados obtidos após analisados e tratados
os dados recolhidos.

As hipóteses colocadas a seguir vão ser analisadas na fase de apresentação e discussão


de resultados, sendo que umas serão validadas e outras serão rejeitadas. Assim vamos
definir para cada hipótese operacional (H1), uma hipótese nula (H0).

Problema - Relação entre o Tipo de remate/Parte do pé pelo corredor.

Hipótese Operacional (H1) – Existe relação entre o tipo de remate/parte do pé utilizado


conforme o corredor.

Hipótese Nula (H0) – Não existe relação entre o tipo de remate/parte do pé utilizado
conforme o corredor.

Relação entre tipo de remate com a zona do campo.

Hipótese Operacional (H1) – Existe relação entre o tipo de remate com a zona do campo.

Hipótese Nula (H0) – Não existe relação entre o tipo de remate com a zona do campo.

Relação entre pé utilizado pelo corredor.

Hipótese Operacional (H1) – Existe relação entre o pé utilizado conforme o corredor


onde o atleta se encontra.

Hipótese Nula (H0) – Não existe relação entre o pé utilizado conforme o corredor onde
o atleta se encontra.

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Metodologia
Definição de Variáveis

Variáveis independentes – Tipo de remate /Parte do pé;

Variáveis dependentes – Corredor de onde foi realizado o remate;

Caracterização da amostra

Para este trabalho, a amostra é constituída por 84 golos, realizados por 4 equipas
diferentes nas 10 primeiras Jornadas da Liga BWIN (10 jogos por equipa).

Os remates foram realizados por atletas do escalão sénior, inseridos na Liga Portugal
BWIN (1ª divisão nacional masculina), em Portugal. As equipas analisadas foram:
Sporting C.P, S.L Benfica, S.C Braga e F.C Porto.

Em duas Jornadas do SC Braga e uma do SL Benfica não houve golos marcados.

Instrumentos de Recolha de dados

A recolha de dados foi feita através da observação e análise dos vários jogos,
disponibilizados na plataforma “Youtube”.

Os dados foram colocados no programa Excel e depois passados para o SPSS.

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Apresentação e Discussão de resultados


Problema- Relação entre o Tipo de remate e Parte do pé pelo corredor.

Ao analisarmos a tabela acima podemos verifica-se todas as condições para ser aceite. Nesta
tabela não rejeitamos a Hipótese nula devido ao SIG ser superior a 0,05, isto significa que não
há associação significativa entre as varáveis analisadas.

Podemos observar que a parte do pé mais utilizado no corredor central foi o peito de pé de
forma a rematar com mais força tal como descreve a bibliografia e os próprios autores. Em
relação aos remates realizados pelos corredores os atletas têm uma maior relação em dar efeito
à bola utilizando assim mais vezes a parte externa do pé.

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Relação entre tipo de remate com a zona do campo.

Ao analisarmos a tabela acima podemos verifica-se todas as condições para ser aceite. Nesta
tabela não rejeitamos a Hipótese nula devido ao SIG ser superior a 0,05, isto significa que não
há associação significativa entre as varáveis analisadas.

Podemos observar que onde ocorreram mais golos foram na zona dentro de área.

Maior percentagem dos golos foram marcados dentro de área o que mostra a dificuldade destas
4 equipas de marcar golos fora de área.

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Relação entre pé utilizado pelo corredor.

Ao analisarmos a tabela acima podemos verifica-se todas as condições para ser aceite. Nesta
tabela rejeitamos a Hipótese nula devido ao SIG ser inferior a 0,05, isto significa que há
associação significativa entre as varáveis analisadas.

Relativamente ao corredor central os atletas marcaram maioritariamente com o pé direito.


Enquanto nos corredores houve uma maior preferência em rematar com o pé esquerdo.

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Conclusões

Com este trabalho verificamos que no nosso problema não podemos rejeitar a hipótese
nula bem como no nosso primeiro objetivo, ao contrário do nosso segundo objetivo em
que temos de rejeitar a hipótese nula aceitando assim a hipótese operacional de que
existe relação entre o pé utilizado para o remate dependendo do corredor.

Ao observar os dados das tabelas podemos afirmar e constatar que o tipo de remate
mais eficaz nos corredores laterais é a parte externa do pé. No entanto, de acordo com
(Neves, 2015), a zona de onde é feito o remate tem influência na forma como o remate
é executado pelos jogadores.

O Corredor central e dentro de área é aquele onde há um maior número de golos


marcados pelas 4 equipas mostrando assim a dificuldade de marcar golos fora de área.

Podemos notar que os atletas têm uma maior tendência em rematar com a parte tanto
externa como interna do pé de forma que o seu remate seja o mais preciso possível face
a zona ou corredores do campo onde se encontram.

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Bibliografia

Alves, R. (2015). Análise da Precisão do Remate no futebol—Estudo Efetuado em atletas


do Escalão de Juvenis.
Neves, V. (2015). Padrões de passe e remate de equipas com e sem sucesso em ligas
europeias de futebol profissional.
Silveira, J. (2018). O Nascimento do futebol luso. www.zerozero.pt.
https://www.zerozero.pt/text.php?id=10197

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