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Goalball

Professor Responsável

Prof FRANCISCO DAS CHAGAS FERREIRA DA SILVA

Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos - CESEC


Associação desportiva para cegos - PROFESSOR VOLUNTÁRIO. - Experiência em preparação física, técnica e tática em futebol de Cegos e Goalball.
ASSOCIAÇÃO DE DEFICIENTES VISUAIS DE GUARULHOS – ADEVIG.- Associação desportiva para cegos - PROFESSOR “VOLUNTÁRIO.
INSTITUTO SOCIOESPORTIVO PARATLETA – INSEP - PROFESSOR “VOLUNTÁRIO - Professor responsável pelas modalidades de Futebol de Cegos e Goalball
Formado em Educação Física Licenciatura - Universidade Cidade de São Paulo - UNICID
Formado em Educação Física Bacharelado - Universidade Cidade de São Paulo - UNICID
Cursando Pós-Graduação em Educação Física/Adaptada e Saúde - Universidade Estácio
Roteiro

AULA TEÓRICO-PRÁTICA
• Histórico da modalidade
• Sistema de classificação
• Suas especificidades e regras
• Fundamentos: técnicas defensivas e ofensivas
• Esquemas táticos defensivos e ofensivos
• Funções e atuação dos árbitros
• Comandos e apitos
Histórico do Goalball
INTERNACIONAL
1946 - Hanz Lorenzen (austríaco) e Sepp Reindle (alemão): reabilitação de
veteranos da 2ª Guerra Mundial com sequelas visuais.
1972 - Exibição nos Jogos Paralímpicos de Heidelberg – Alemanha.
1976 - Incorporado ao programa paralímpico na edição dos Jogos de
Toronto - Canadá (masculino).
1978 - Primeiro Campeonato Mundial: Áustria.
1982 - Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA) passa a
gerenciar a modalidade.
1984 - Categoria feminina incorporada nos Jogos de Nova Iorque – EUA.

Fonte: CBDV (2021); Nascimento & Morato (2006).


Histórico do Goalball
NACIONAL
1985 - apresentado por Steven Dubner no Clube de Apoio ao Deficiente Visual
(CADEVI), e por Mario Sergio Fontes na Associação de Deficientes Visuais do
Paraná (ADEVIPAR).
1986 - Mário Sérgio Fontes: primeiras bolas e regras após Mundial de Goalball
da Holanda.
1987 - 1º Campeonato Brasileiro: Uberlândia-MG.
1995 - 1ª participação internacional do Brasil: Jogos Pan-americanos de Mar
Del Plata–Argentina.
2002 - VII Campeonato Mundial – Rio de Janeiro.
2004 - Estreia em Jogos Paralímpicos: Atenas - Grécia (equipe feminina).
2008 - Representado pelas equipes masculina e feminina nos Jogos
Paralímpicos de Pequim - China.
Fonte: CBDV (2021); Nascimento & Morato (2006).
Histórico do Goalball
PRINCIPAIS CONQUISTAS DO BRASIL
2011 - Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara: masculino ouro e feminino
prata.
2012 - Jogos Paralímpicos de Londres: masculino prata.
2014 - Campeonato Mundial da Finlândia: masculino ouro e feminino quinto.
2015 - Jogos Parapan-Americanos de Toronto: masculino e feminino ouro.
2016 - Jogos Paralímpicos Rio de Janeiro: masculino bronze e feminino quarto.
2018 - Mundial Suécia: masculino ouro e feminino bronze.
2019 - Jogos Parapan-Americanos de Lima: masculino e feminino ouro.

Fonte: CBDV (2021); IBSA (2021a).


Classificação Esportiva Visual
• Exame clínico baseado no ângulo mínimo de resolução (AMR, ou “MAR,
minimal angle of resolution” em inglês) a partir de medidas logarítmicas
(decimais) do AMR (= log a). (Bicas, 2002).

• Deverá considerar ambos os olhos, mesmo com melhor correção


(e.g., lentes corretivas). (Çolak et al., 2004).

B1
acuidade visual inferior a LogMAR 2,6 (cegos totais ou com percepção de luz, mas
sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância);
B2
acuidade visual variando de LogMAR 1,5 a 2,6 (inclusive) e/ou campo visual
restrito a um diâmetro inferior a 10 graus (atletas com percepção de vultos);
B3
acuidade visual variando de LogMAR 1,4 a 1,0 (inclusive) e/ou campo visual
restrito a um diâmetro inferior a 40 graus (atletas que conseguem definir imagens).
Fonte: (CPB, 2021; IBSA, 2021b).
Goalball: Especificidades e Regras
Quadra - Um retângulo de 18 m de comprimento por 9 m de largura
(análoga à quadra de voleibol).
Traves/balizas - 9 m de largura, 1,30 m de altura.

Área de equipe

Fonte: Adaptado de Nascimento & Morato (2006, p. 13).


Goalball: Especificidades e Regras
Tempo de jogo – 24 minutos divididos em dois tempos de 12 minutos com
intervalo de 3 minutos.
Equipes - seis jogadores (três em quadra com até três reservas).
Bola – borracha azul; peso 1.250 gr; circunferência de 75,5 cm – 78,5 cm; guizos:
duas peças e oito orifícios para saída do som.
Camisetas - numeração de 1 a 9 com 20 cm de altura.
Óculos/Bandagem - uso obrigatório para todos os
jogadores em quadra.
Proteção (opcional) - joelheiras, cotoveleiras, caneleiras,
proteção genital (homens), proteção para os seios
(mulheres), espuma de proteção não podem exceder
a 10 cm em qualquer direção do corpo.

Fonte: IBSA (2021b); Gómez & Tosim (2016).


Goalball: Especificidades e Regras
• Confronto sem invasão territorial composto
por um ciclo de sucessivas ações de ataque e
defesa com o objetivo de marcar o gol.
(Morato et al., 2012).

• Percepção tátil: linhas em alto-relevo e


traves.
(Morato, Gomes, & Almeida, 2012).

• Percepção auditiva: bola e sons emitidos por


companheiros e adversários.
(Eddy & Mellalieu, 2003; Morato,
Gomes, & Almeida, 2012).
Foto: Arquivo pessoal Prof. Dr. Márcio Pereira Morato
Goalball: Especificidades e Regras
CONTRIBUIÇÃO METABÓLICA:
• Metabolismo predominante: aeróbio (longos períodos de recuperação);
• Metabolismo determinante: anaeróbio alático (ações de alta intensidade e
curta duração).

DESEMPENHO TÉCNICO DO JOGO:


• Arremessos por jogo: ~35 ações;
• Defesas por jogo: ~67 ações;
• Recuperação por jogo: ~134 ações.
(Alves et al., 2018).
Goalball: Especificidades e Regras
VELOCIDADE DO ARREMESSO
Medida feita por análise cinemática de vídeo:
• Técnica frontal: ~20 m.s-1.*
• Técnica com giro: ~25 m.s-1.*
* Média inclui arremessos de homens e mulheres.
(Bowerman et al., 2011).

Medida feita por radar esportivo:


• Técnica frontal – homens: ~15 m.s-1; mulheres: ~12,5 m.s-1.
(Goulart-Siqueira et al., 2018).
Fundamentos: Técnicas Defensivas e Ofensivas
TÉCNICA DE DEFESA - três momentos:
• Posição de expectativa;
• Deslocamento do corpo para encontrar-se com a bola;
• Posição final ou de impacto.
(Nascimento & Camargo, 2012).

Fotos: Arquivo pessoal Prof. Dr. Márcio Pereira Morato


Técnica de Defesa
LINHAS TÁTEIS COMO ATENÇÃO AO POSICIONAMENTO
REFERENCIAL ESPACIAL. DO ROSTO, BRAÇOS E PERNAS.

Fotos: Arquivo pessoal Prof. Dr. Márcio Pereira Morato


Técnica de Ataque
FRONTAL GIRO

ENTRE PERNAS

Fotos: Arquivo pessoal Prof. Dr. Márcio Pereira Morato


Ataque: Tipo de Bola
• Lisa - trajetória rasteira.
• Quicada - trajetória saltitante.
• Efeito - trajetória não retilínea.

A trajetória classifica os arremessos quanto ao PERCURSO DA BOLA,


considerando os SETORES DE ORIGEM (saída da mão do atacante) e DESTINO
(interceptação pelo defensor) dos arremessos.

Fonte: Morato (2012).


Setorização de Quadra

• Faixas de 1,5 m
totalizando seis
setores.

• Setor 1 na
extremidade
direita do gol.

Fonte: Morato (2012, p. 148); Morato et. al., (2017).


Setorização de Quadra

• Faixas de 1m totalizando nove setores.


• Setores nas extremidades do gol são representados pela letra “A”
(setor A da esquerda, e A da direita).
Fonte: Link & Weber (2018).
Trajetória dos Arremessos

Fonte: Morato (2012, p. 182).


Esquemas Táticos Defensivos
TRIÂNGULO BÁSICO

Vantagem: as marcações da quadra já induzem esse posicionamento.


Desvantagem: exige que o pivô chegue na bola com as extremidades,
mais difícil de defender.
Fonte: Morato (2012, p. 59).
Esquemas Táticos Defensivos
TRIÂNGULO AVANÇADO

Vantagem: utilizado por equipes com atletas de menor estatura.


Desvantagem: exige cobertura constante em arremessos de bola
quicada.
Fonte: Morato (2012, p. 59).
Esquemas Táticos Defensivos
TRIÂNGULO RECUADO

Vantagem: utilizado por equipes que apresentam variações em


arremessos de bola quicada além de permitir boa ocupação espacial.

Desvantagem: dificulta a cobertura em bolas altas ou espirradas e


permite ângulos mais abertos para trajetórias diagonais curtas e longas.

Fonte: Morato (2012, p. 59).


Esquemas Táticos Defensivos
FUNIL

Vantagem: permite defesas mais seguras pois as bolas destinadas ao


pivô encontram o tronco dos alas.

Desvantagem: dificulta defesas de trajetória diagonal longa destinada


as quinas (espaço entre o jogador central e o ala).

Fonte: Morato (2012, p. 59).


Esquemas Táticos Defensivos
ESCADA

Vantagem: utilizado por equipes mais ágeis.


Desvantagem: exige grande sincronização e favorece um ângulo mais
aberto na diagonal longa.

Fonte: Morato (2012, p. 59).


Esquemas Táticos Defensivos
BARREIRA

Vantagem: boa ocupação territorial.


Desvantagem: dificulta a defesa em bolas quicadas e favorece a
ocorrência de lesões (choque entre atletas).

Fonte: Morato (2012, p. 59).


Esquemas Táticos Ofensivos
Regular: arremesso ocorre no mesmo setor da defesa ou reposição da bola.
Flutuação: o jogador se desloca para um outro setor para realizar o arremesso.
Passe de meio: passe feito na mão do companheiro.
Contra-ataque: o arremesso ocorre imediatamente após a realização da defesa.
Quiet please: preparação durante o “quiet please” e arremesso no “play”.
Finta: faz barulho em um setor e arremessar de outro.
Bola de segurança: menor intensidade para evitar high ball ou long ball.
Bola lenta: bola rolada no chão silenciosamente.
Rotação: atletas mudam de posição após cada arremesso.
Jogada combinada: um atleta faz barulho outro arremessa; arremesso
após dois passes longos.
Funções e Atuação dos Árbitros
A MODALIDADE PREVÊ A UTILIZAÇÃO DE DEZ ÁRBITROS:

• Árbitros principais – dois.


• Juízes de linha – quatro.
• Cronometrista geral – um.
• Cronometristas 10 s – dois.
• Oficial de súmula – um.

Os comandos utilizados são padronizados na língua inglesa.

Fonte: IBSA (2021b).


Comandos e Apitos
TEMPOS OFICIAIS E SUBSTITUIÇÕES

Team time out (Tempo oficial da equipe).

Officials’ time out (Tempo oficial dos árbitros).

Medical time out (Tempo médico oficial).

Team substitution (Substituição).

Medical substitution (Substituição médica).

Fonte: IBSA (2021b).


Comandos e Apitos
INFRAÇÕES E FALTAS

• Premature throw (Arremesso prematuro): quando o arremesso


ocorre antes do comando “play”.
• Ball over (Retrocesso de bola): a bola retorna para o lado da
equipe adversária ou sai na lateral da área neutral.

Em ambos os casos a posse da bola é revertida a outra equipe, dando a


vantagem do ataque à equipe adversária.

Fonte: IBSA (2021b).


Penalidades Individuais
Short ball (Bola curta).

High ball (Bola alta).

Long ball (Bola longa).


Eyeshades (Tocar nas vendas).

Illegal defense (Defesa ilegal).


Personal delay of game (Atraso individual de jogo).

Personal unsportsmanlike conduct (Conduta


antidesportiva individual).
Noise (Barulho excessivo após o arremesso).

Fonte: IBSA (2021b).


Penalidades Coletivas
Ten seconds (Dez segundos).

Illegal coaching (Instrução ilegal).

Noise (Barulho excessivo enquanto o companheiro realiza o arremesso).

Team delay of game (Atraso do início ou recomeço da partida provocado


pelos jogadores ou comissão técnica).

Team unsportsmanlike conduct (qualquer componente da equipe


apresenta conduta antidesportiva fora de quadra).

Fonte: IBSA (2021b).


Cobrança de Penalidades

• Apenas 1 defensor.
• Maior probabilidade de conversão
em gols que no jogo efetivo.

• Equipes com melhor aproveitamento


com maior chance de pódio.

(Morato, 2012).

Final do Brasileiro de goalball 2019 transmitida pelo SporTV.


REFERÊNCIAS
Alves, I. dos S., Kalva-Filho, C. A., Aquino, R., Travitzki, L., Tosim, A., Papoti, M., & Pereira Morato, M.
(2018). Relationships between aerobic and anaerobic parameters with game technical performance in
elite goalball athletes. Frontiers in Physiology, 9(NOV), 1–10.
Bicas, H. E. A. (2002). Acuidade visual. Medidas e notações. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 65(3),
375–384.
Bowerman, S., Davis, R., Ford, S., & Nichols, D. (2011). Phases of movement of goalball throw related to
ball velocity. Insight, 4, 153-159.
CBDV. (2021). Goalball. Retrieved February 16, 2021, from Confederação Brasileira de Desportos de
Deficientes Visuais website: http://cbdv.org.br/goalball
Çolak, T., Bamaç, B., Aydin, M., Meriç, B., & Özbek, A. (2004). Physical fitness levels of blind and visually
impaired goalball team players. Isokinetics and Exercise Science, 12(4), 247–252.
CPB (2021). Goalball. Retrieved February 16, 2021, from Comitê Paralímpico Brasileiro website:
https://www.cpb.org.br/modalidades/56/goalball
Eddy, K. A. T., & Mellalieu, S. D. (2003). Mental imagery in athletes with visual impairments. Adapted
Physical Activity Quarterly, 20(4), 347–368.
Gómez, D., & Tosim, A. (2016). Manual para entrenadores de goalball. USAID: Bogotá.
Goulart-Siqueira, G., Benítez-Flores, S., Ferreira, A. R., Zagatto, A. M., Foster, C., & Boullosa, D. (2019).
Relationships between different field test performance measures in elite goalball players. Sports, 7(1), 6.
REFERÊNCIAS
IBSA. (2019a). Goalball - Results. Retrieved February 16, 2021, from International Blind Sports
Federation website: http://www.ibsasport.org/sports/goalball/results/
IBSA. (2019b). Goalball - Rules. Retrieved February 16, 2021, from International Blind Sports
Federation website: http://www.ibsasport.org/sports/goalball/rules/
Link, D., & Weber, C. (2018). Finding the gap: An empirical study of the most effective shots in elite
goalball. PLoS ONE, 13(4), 1–11.
Morato, M. P. (2012). Analise do Jogo de Goalball: Modelação e Interpretaçao dos Padrões de Jogo da
Paralimpíada de Pequim 2008. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, da
Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 237f.
Morato, M. P., Gomes, M. S. P., & Almeida, J. J. G. de. (2012). Os processos autoorganizacionais do
goalball. Revista Brasileira de Ciências Do Esporte, 34(3), 741–760.
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Nascimento, D. F., & Morato, M. P. (2006). Goalball: manual de orientação para professores de
educação física. In Comité Paraolímpico Brasileiro.
GOVERNADOR
Rodrigo Garcia

SECRETÁRIO DE ESTADO DE ESPORTES


Thiago Milhim

SECRETÁRIA DE ESTADO DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


Aracelia Costa

COORDENAÇÃO TÉCNICA
PPR Live Digital

RESPONSÁVEL PELO CONTEÚDO


Profa Ms Silvia Helena Piantino Silveira
Prof Ms Jônatas Augusto Cursiol

PROFESSOR
Propf FRANCISCO DAS CHAGAS FERREIRA DA SILVA

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SITE: www.parlaimpico.com.br

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