A LIDERANÇA DA IGREJA
O Papel dos Presbíteros
Coy Roper
Todos concordam que havia presbíteros na
igreja do Novo Testamento (Atos 11:30; 14:23;
15:6; Filipenses 1:1; Tito 1:5; 1 Pedro 5:1–5).
Todavia, não há um acordo comum em relação
ao trabalho dos presbíteros. De acordo com o
Novo Testamento, qual é a função ou o papel dos
presbíteros na igreja local? O Espírito Santo é
quem constitui os presbíteros. Atos 20:28 diz:
“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o
qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou
com o seu próprio sangue”. Que tarefa o Espírito
Santo dá aos presbíteros, e como Ele espera que
eles realizem essa tarefa?
O QUE OS PRESBÍTEROS FAZEM?
Nesta era moderna, geralmente, pensamos
nos presbíteros atuando da mesma maneira que
a diretoria de uma grande empresa. Será esse o
propósito do Senhor?
Quais tarefas são dadas aos presbíteros no
Novo Testamento?
Em primeiro lugar, os presbíteros devem permane-
cer fiéis. Paulo disse aos presbíteros efésios:
“Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho”
(Atos 20:28; NVI, NTLH). A primeira responsa-
bilidade deles é cuidar de si mesmos, mantendo-
se fora do pecado e dentro da fé. Isto se torna
especialmente importante quando os presbíteros
entendem que, conforme 1 Pedro 5:3, exercem
liderança fundamentalmente através do exemplo.
Observemos dois versículos de Hebreus 13.
Hebreus 13:17 diz: “Obedecei aos vossos guias e
sede submissos para com eles”, e o versículo 7
diz: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos
pregaram a palavra de Deus; e, considerando
atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que
tiveram”. Uma diferença entre esses dois versícu-
los parece ser que os guias do versículo 7 já
morreram, enquanto que os do versículo 17 ainda
estão presentes. Nesse caso, isto quer dizer que,
pelo menos em parte, um presbítero, como um
guia, deve deixar o legado de um bom exemplo
para que se possa dizer: “Lembrai-vos dos vossos
guias... imitai a fé que tiveram”.
Em segundo lugar, os presbíteros têm a responsa-
bilidade de exercer a liderança. Todas as palavras
usadas para os guias da igreja — “presbíteros”,
“bispos” e “pastores” — sugerem liderança. Na
época do Antigo Testamento, os reis eram descri-
tos como pastores. O Senhor é descrito como um
pastor tanto no Antigo como no Novo Testa-
mento. Os anciãos judeus eram reconhecidos
como líderes nos tempos do Antigo Testamento
e na era do Novo Testamento anciãos eram líderes
tanto na sociedade grega como na judaica.
Algumas passagens ensinam que os presbí-
teros “governam” a igreja. Primeira Timóteo 5:17
diz: “Devem ser considerados merecedores de
dobrados honorários os presbíteros que presidem
bem”. A NVI e a NTLH dizem “seus líderes” em
Hebreus 13:7 (“dirigentes”; em A Bíblia de Jerusa-
lém). Os membros da igreja devem se submeter
aos líderes, ou “guias” (presumivelmente, os
presbíteros): “Obedecei aos vossos guias e sede
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submissos para com eles” (Hebreus 13:17; cf.
1 Pedro 5:5).
Qual é a importância dessas passagens?
Basicamente, essas passagens denotam que os
presbíteros têm a responsabilidade de exercer
liderança sobre a igreja. Os presbíteros não
podem e não precisam abdicar do papel de
liderança para permitirem que outros menos
qualificados e menos espirituais exerçam lideran-
ça; nem tampouco precisam deixar a igreja à
deriva, sem liderança.
O fato de os presbíteros exercerem liderança
não significa necessariamente que eles governem
como um chefe governaria, como um sargento
do exército governaria ou como uma diretoria
governaria. Aliás, a palavra grega que poderia
ser interpretada com o sentido de liderança
ditatorial — “bispo” (episkopos) ou “supervisores”
— não tem necessariamente esse significado. A
forma verbal da palavra significa “cuidar”.
Em terceiro lugar, os presbíteros devem proteger
o rebanho de falsos mestres. Depois de dizer aos
presbíteros efésios que cuidassem de si mesmos
e do rebanho, Paulo advertiu-os dizendo: “...en-
tre vós penetrarão lobos vorazes, que não poupa-
rão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se
levantarão homens falando coisas pervertidas
para arrastar os discípulos atrás deles” (Atos
20:29, 30). Obviamente era responsabilidade dos
presbíteros salvar o rebanho de tais lobos. Em
Tito 1:9–11, Paulo disse que o presbítero precisa
estar “apegado à palavra fiel... de modo que
tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino
como para convencer os que o contradizem”,
porque havia “muitos insubordinados, palrado-
res frívolos e enganadores, especialmente os da
circuncisão”, os quais disse ele que era “preciso
fazê-los calar”. Pode ser este o papel mais
importante dos presbíteros: proteger a igreja dos
falsos mestres.
Na maioria dos casos, os presbíteros exercem
liderança através do exemplo, da persuasão e da
motivação. Com relação aos falsos mestres,
porém, os presbíteros têm uma responsabilidade
absoluta. Se falsos mestres estiverem a ponto de
desviar o rebanho levando ovelhas a se perderem
eternamente, os presbíteros precisam mostrar a
verdade e tomar todas as medidas legais, morais
e éticas possíveis para proteger o rebanho desses
enganadores.
Em quarto lugar, os presbíteros devem agir como
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pastores para com o rebanho. Em Efésios 4:11, são
descritos como “pastores”; são instruídos a
“pastorear a igreja de Deus” em Atos 20:28 e
“pastorear o rebanho de Deus” em 1 Pedro 5:2.
O que está implícito em “pastorear”? Pasto-
rear inclui proteger o rebanho dos falsos mestres,
mas também inclui alimentá-lo (ensinando-o)
ou verificar se está alimentado (ou ensinado), e
mais.
Para entender o que significa “pastorear o
rebanho”, precisamos visualizar os pastores da
antiguidade. Hoje, as ovelhas provavelmente
são arrebanhadas por homens montados em
motocicletas ou por cães. Não era assim no
Oriente Próximo, na época do Novo Testamento!
Para pintarmos um quadro de um bom pastor e
sua relação com as ovelhas, analisemos a parábola
da ovelha perdida, em Lucas 15:3–7: o pastor
saiu, o que sem dúvida foi feito com muito custo,
em busca da ovelha perdida. Analisemos, agora,
João 10:1–17: o bom pastor chama as suas ovelhas
pelo nome... ele as conduz... dá a vida por elas...
ele as conhece. Pense no Salmo 23: por causa do
pastor as ovelhas podem dizer: “nada me faltará”.
As ovelhas não precisam de nada porque o pas-
tor tudo lhes provê.
Contraste isso com os maus pastores de Is-
rael (líderes como reis, príncipes e falsos profe-
tas), descritos em Ezequiel 34:2–6:
“...profetiza contra os pastores de Israel; profeti-
za e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos
pastores de Israel que se apascentam a si
mesmos! Não apascentarão os pastores as
ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e
degolais o cevado; mas não apascentais as
ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não
curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada
não tornastes a trazer e a perdida não buscastes;
mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
Assim, se espalharam, por não haver pastor, e
se tornaram pasto para todas as feras do campo.
As minhas ovelhas andam desgarradas por
todos os montes e por todo elevado outeiro; as
minhas ovelhas andam espalhadas por toda a
terra, sem haver quem as procure ou quem as
busque”.
Em quinto lugar, os presbíteros devem velar pelas
almas do rebanho. Hebreus 13:17 diz: “Obedecei
aos vossos guias e sede submissos para com eles;
pois velam por vossa alma, como quem deve
prestar contas, para que façam isto com alegria e
não gemendo; porque isto não aproveita a vós
outros”. Nenhuma das palavras gregas comu-
mente usadas para “presbítero” é mencionada
aqui, mas diante do fato de que ninguém mais é
destacado como líder de uma igreja local, parece
evidente que os “presbíteros” são aqui indicados
pela palavra “guias”. A tarefa dos “guias” ou
“presbíteros” nesta passagem é velar pelas almas,
uma responsabilidade da qual, um dia, irão
prestar contas.
Essa ordem implica uma enorme responsabi-
lidade. Certo pregador disse que quando o
presbítero olha para o féretro de um membro
falecido, ele tem de perguntar a si mesmo: “Eu
fiz tudo o que pude para garantir que esse irmão
vá para o céu?” Além disso, esta ordem implica
uma esfera de responsabilidades especiais. Em-
bora os presbíteros possam e devam se envolver
na conversão de outros a Cristo, a responsabili-
dade primária deles é para com os que já estão na
comunhão. Parece ser nisso que devem concen-
trar seus esforços.
Em sexto lugar, juntamente com os evangelistas
e mestres, os presbíteros devem capacitar cada membro
a servir para que a igreja seja edificada. Esta é a
mensagem de Efésios 4:11, 12: “E ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profe-
tas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoa-
mento dos santos para o desempenho do seu
serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.
Portanto, não se mede um presbítero (ou um
evangelista ou um mestre) pelo que ele faz para
servir, mas pelo que os membros que ele lidera
fazem para servir e, sobretudo, pelo que ele tem
feito para equipá-los para servir.
Como a congregação deve interagir com a
liderança dos presbíteros?
Os membros da igreja devem seguir espontanea-
mente uma liderança firme. Após dar instruções
aos presbíteros, Pedro escreveu: “Rogo igual-
mente aos jovens: sede submissos aos que são
mais velhos” (1 Pedro 5:5). Visto que ele estava
se dirigindo aos mais velhos como “oficiais” na
igreja, é provável que ao falar aos jovens, ele
estivesse se dirigindo a todos os demais membros
da congregação. Em Hebreus 13:17, os cristãos
são orientados a “obedecer os seus guias e serem
submissos para com eles”.
Por que os membros devem seguir os presbí-
teros com alegria? Em primeiro lugar, porque
esses homens estão qualificados de maneira es-
pecial para a função (1 Timóteo 3; Tito 1). Os
homens que preenchem essas qualificações
merecem ser seguidos. Em segundo lugar, porque
a congregação tem participação na constituição
ou nomeação de seus presbíteros. Quando os
presbíteros são constituídos, a congregação
geralmente tem direito a se manifestar aceitando-
os como seus guias (ou através de um tipo de
poder de veto — o direito de dizer por que
determinados homens não estão qualificados).
Em terceiro lugar, o Espírito Santo os constituiu
bispos (Atos 20:28). Quando homens são escolhi-
dos para serem presbíteros conforme as instru-
ções dadas na Palavra inspirada pelo Espírito
Santo, são divinamente nomeados para o tra-
balho.
A congregação deve honrar os líderes. Paulo
escreveu: “Devem ser considerados merecedores
de dobrados honorários os presbíteros que
presidem bem, com especialidade os que se
afadigam na palavra e no ensino” (1 Timóteo
5:17). O contexto deixa claro que “dobrados
honorários” envolve o pagamento pelo trabalho
deles. Se o pagamento é o “segundo honorário”,
o primeiro há de ser o respeito concedido
livremente, por causa do caráter desses homens
e da importância do trabalho deles.
Os cristãos devem evitar ser seguidores improdu-
tivos. Geralmente, culpamos a liderança pelas
imperfeições da igreja. É provável que o que
identificamos como liderança improdutiva, em
alguns casos, na verdade é “o corpo de segui-
dores” improdutivo: os presbíteros estão cum-
prindo seu papel, mas os membros insensata-
mente se recusam a segui-los!
COMO OS PRESBÍTEROS DEVEM
EXERCER A LIDERANÇA?
Dizer que os presbíteros devem exercer a
liderança sobre a igreja e que a igreja deve seguir
sua liderança não resolve o que perturba a igreja
de hoje. Como os presbíteros devem exercer a
liderança?
Devem liderar como reis ou ditadores? De-
vem liderar como generais ou sargentos? Devem,
talvez, liderar mais à maneira dos treinadores ou
professores? Devem liderar como pais? Não
existe uma outra forma de liderança que sirva de
modelo para eles?
Se cada presbítero formulasse sua idéia de
liderança somente com base na Bíblia, provavel-
mente não haveria controvérsias em relação a
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“como” exercer a liderança. O problema é que
muitos homens assumem o trabalho para o qual
foram constituídos com uma visão de liderança
influenciada pelas suas próprias experiências.
Foram líderes ou subordinados no trabalho secu-
lar, nas forças armadas, nos esportes ou em suas
famílias. Tendem a presumir que os métodos de
liderança considerados adequados em uma ou
mais de suas experiências devem ser usados na
igreja.
Tem sido característico da igreja do mundo
ocidental escolher um “modelo empresarial” para
os seus métodos de liderança. Os presbíteros se
reúnem como uma “diretoria”, contratam um
pregador para ser o “chefe oficial executivo” e se
preocupam com o “saldo”, o que invariavelmente
tem a ver com números, dinheiro e prédios.
Vêem como seu papel primário tomar decisões
para a “empresa”. Elaboram e publicam políticas.
E, além disso, se os seus “empregados” deixarem
de produzir, eles os demitem.
Isso é bíblico? O Novo Testamento tem algo
a dizer sobre “como” exercer essa liderança?
Antes de olharmos para uma passagem que re-
sponde essa pergunta, precisamos esclarecer uma
série de idéias falsas e reforçar o que já foi dito
nesta série sobre este assunto.
Vamos evitar falsas deduções e conclusões
erradas. Alguns crêem na autoridade ditatorial
dos presbíteros com base no quadro que temos
da igreja universal. Quando a igreja é comparada
a uma família, os presbíteros assumem uma
posição de pai de família na igreja local; tendo,
assim, autoridade para impor sua vontade à
igreja local. Por outro lado, podemos dizer que,
sendo a igreja um reino, Cristo constituiu presbí-
teros nas igrejas locais e os fez representantes de
Sua autoridade para impingir a Sua vontade.
O problema desse raciocínio é que não
podemos atribuir aos ensinamentos sobre a igreja
universal um significado relativo à igreja local,
que eles não têm a pretensão de ensinar. Aceitar
a linha de raciocínio acima é tomar o partido da
Igreja Católica Romana e de sua visão da organi-
zação da igreja mundial.
Muito do que estamos falando nesta lição
inclui implicações relativas a “como” exercer a
liderança. Em primeiro lugar, o fato de a liderança
ser um dom sugere que os presbíteros não devem
ser elevados a uma posição acima dos outros
membros. Em segundo lugar, o fato de os líderes
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da igreja serem chamados “presbíteros”, ou
anciãos, sugere que devem exercer a liderança
sabiamente, através do exemplo e do ensino. Em
terceiro lugar, o fato de os presbíteros serem
chamados “bispos” sugere uma atitude benevo-
lente para com os que estão sendo cuidados. Em
quarto lugar, o fato de os presbíteros serem
chamados “pastores” sugere que devem condu-
zir, não empurrar, o rebanho. Devem conhecer
as ovelhas e serem conhecidos por elas; devem
estar próximos delas, vivendo entre elas. O
trabalho deles existe para o benefício das ovelhas
(não só deles próprios) e devem amar as ovelhas
o suficiente para morrer por elas! Em quinto
lugar, a tarefa dos líderes de velar pelas almas da
igreja, como quem irá prestar contas de cada
uma, sugere que essa liderança não consiste
primordialmente em cuidar de prédios, progra-
mações e estatísticas, mas de indivíduos!
A maneira como os presbíteros exercerem a
liderança é revelada em 1 Pedro 5:1–6:
Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós,
eu, presbítero como eles, e testemunha dos
sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante
da glória que há de ser revelada: pastoreai o
rebanho de Deus que há entre vós, não por
constrangimento, mas espontaneamente, como
Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de
boa vontade; nem como dominadores dos que
vos foram confiados, antes, tornando-vos mo-
delos do rebanho. Ora, logo que o Supremo
Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível
coroa da glória. Rogo igualmente aos jovens:
sede submissos aos que são mais velhos;
outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-
vos todos de humildade, porque Deus resiste
aos soberbos, contudo, aos humildes concede a
sua graça.
Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão
de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos
exalte.
Reportando-se especificamente à questão de
como os presbíteros lideram, Pedro revelou,
primeiro, que um apóstolo (conseqüentemente,
um pregador) podia ser um presbítero (v. 1). Em
segundo lugar, ele revelou que aos presbíteros
foi confiada uma tarefa específica: pastorear o
rebanho sob sua responsabilidade (v. 2). Deve-se
observar que, embora o rebanho esteja sob os
cuidados do presbítero, o rebanho não lhe
pertence. Cristo é o “Supremo Pastor” (1 Pedro
5:4); o rebanho é dEle. Os presbíteros são meros
despenseiros, administradores, do que Deus lhes
confiou. Em terceiro lugar, Pedro disse que os
presbíteros receberam instruções de como reali-
zar sua tarefa (vv. 2, 3). Três pares de expressões
nessa passagem, cada um contendo uma instru-
ção negativa e outra positiva, descrevem como
os presbíteros devem liderar: não por constrangi-
mento, mas espontaneamente; não por sórdida
ganância, mas de boa vontade; não como domina-
dores dos que lhes foram confiados, antes,
tornando-se modelos do rebanho. Em quarto
lugar, os presbíteros serão recompensados se
desempenharem bem sua função (v. 4). Em quinto
lugar, os cristãos mais jovens devem se submeter
aos presbíteros (v. 5). Em sexto lugar, todos
devem ser humildes uns com os outros! (v. 5).
Em sétimo lugar, todos devem ser humildes
perante Deus (v. 6).
O que significa para os presbíteros não serem
“dominadores” dos que lhe foram confiados?
Significa que não lideram como ditadores, chefes
ou sargentos. Nem lideram da mesma maneira
que treinadores ou pais, que, dentro de certos
limites, têm autoridade absoluta sobre os que lhe
foram confiados.
Os presbíteros não são ditadores! Ainda que
1 Pedro 5:5 diga que os mais jovens devem se
submeter aos presbíteros, o versículo 6 prossegue
dizendo que todos devem ser humildes uns com
os outros! Em outras palavras, num sentido, os
presbíteros devem ser humildes para com os que
são mais jovens.
Quais são os meios de se exercer essa liderança?
Primeiramente, exercem a liderança sendo exem-
plos (1 Pedro 5:3). Tentam ser e fazer o que
querem que os outros sejam e façam.
Em segundo lugar, exercem a liderança
ensinando e verificando se a doutrina certa está
sendo ensinada (Atos 20:28; 1 Timóteo 3:2; 5:17;
Tito 1:9–16). O ensino tem poder para mudar as
pessoas. Os presbíteros buscam efetuar as mu-
danças desejáveis através do ensino.
Em terceiro lugar, exercem a liderança persua-
dindo e motivando. Se havia pessoas que tinham
autoridade na igreja do Novo Testamento, essas
pessoas eram os apóstolos. Paulo tinha tanta
autoridade quanto qualquer um dos outros
apóstolos, e a maneira como ele exercia liderança
tornou-se evidente em suas epístolas. Paulo em-
penhava-se em ensinar e persuadir as congrega-
ções sobre as quais exercia influência a fazerem
o certo. Igualmente, os presbíteros exercem a lide-
rança ensinando e tentando persuadir as pessoas
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sob os seus cuidados a fazerem o que é certo.
A principal responsabilidade dos presbíteros
não é tomar decisões, embora, eles sejam obriga-
dos a tomar decisões pela igreja. Basicamente,
eles tomam decisões em duas áreas ou campos.
Algumas decisões estão no campo da fé. Por
exemplo, os presbíteros precisam decidir se a
verdade está sendo ensinada, se devem convidar
um pregador de fora que pode não pregar a
verdade, ou se devem “despedir” (demitir) um
pregador que não está pregando a verdade. Num
sentido, não tomam decisões quanto ao que é a
verdade; isso já está decidido na Bíblia. O trabalho
deles é se certificarem de que, em se tratando da
fé, só a verdade está sendo ensinada.
Outras decisões são tomadas no campo da opinião.
Por exemplo, os presbíteros podem precisar
decidir onde deve ser o estacionamento do
prédio. Sem dúvida, a maioria das decisões são
uma questão de opinião.
Após os presbíteros tomarem uma decisão
que está no campo da opinião, a próxima tarefa
é ensinar e persuadir os membros a aceitarem e
agirem conforme o que foi decidido. Se os
presbíteros não conseguirem persuadir a maioria
dos membros a aceitar determinada decisão que
tomaram, sendo esta uma questão de opinião,
devem desistir do projeto por um tempo ou
repensar na decisão. Se os pastores não conse-
guem fazer as ovelhas os seguirem em questões
de opinião, torna-se infrutífero, bem como
desanimador, continuarem persistindo nessa
questão.
CONCLUSÃO
Se os presbíteros desempenharem sabiamente
as funções dadas por Deus da maneira como Deus
as estabeleceu, e se os membros agirem para com
os presbíteros como são ensinados no Novo Tes-
tamento, raramente, senão nunca, surgirão sérios
problemas. ■
CHAVE DE ABREVIAÇÕES
BJ — A Bíblia de Jerusalém. Edições Paulinas.
BV — A Bíblia Viva. Editora Vida.
ERC — Tradução de João Ferreira de Almeida,
Edição Revista e Corrigida no Brasil. Sociedade
Bíblica do Brasil.
NTLH — Nova Tradução na Linguagem de
Hoje. Sociedade Bíblica do Brasil.
NVI — Nova Versão Internacional. Sociedade
Bíblica Internacional.
VFL — Versão Fácil de Ler. Ed. Vida Cristã.
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