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3 Avaliação Intermédia PAP
3 Avaliação Intermédia PAP
“A Adoção”
LISTA DE ABREVIATURAS
Art. – Artigo
AC – Autoridade Central para Adoção Internacional
CC – Código Civil
CRC – Código de Registo Civil
CRP – Constituição da República Portuguesa
CH-1993
DL- Decreto-Lei
PAP – Prova de Aptidão Profissional
Nº - Número
RJPA – Regime Jurídico do Processo de Adoção
LPCJP – Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo
AGRADECIMENTOS
Agradeço especialmente:
A todos os professores da área técnica que contribuíram ao longo dos três anos
com um conhecimento essencial na construção desta PAP.
Aos meus pais, à minha irmã e ao meu cunhado pelo apoio psicológico,
emocional dispensado na concretização desta tese.
À Dra. Ana Cabral pela preocupação demonstrada ao longo dos três anos e,
especialmente durante este período.
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
Fundamentação do Projeto
1. FUNDAMENTAÇÃO DO PROJETO
CAPÍTULO II
Objetivos
2. OBJETIVOS
CAPÍTULO III
Investigação
3. INVESTIGAÇÃO
3.1. A FILIAÇÃO
- A proteção da adoção (art. 36.º, n.º 7 CRP, tendo em conta que a adoção é
uma forma de filiação afetiva que necessita de uma especial preocupação por parte do
legislador);
- A proteção da família (art. 67.º CRP, enquanto princípio geral e norteador,
sendo a filiação biológica e adotiva fontes jurídico-familiares);
- A proteção da paternidade e da maternidade (art. 68.º CRP); e
- A proteção da infância (art. 69.º CRP)
Além destes princípios, existem outros princípios constitucionais com relevância
no estudo do direito da filiação, tais como o direito à identidade pessoal e o direito ao
livre desenvolvimento da personalidade (art. 26.º da Constituição da República
Portuguesa).
Quanto à filiação biológica e mais concretamente ao estabelecimento da
maternidade e paternidade, maior diferença neste âmbito é que a maternidade será,
essencialmente, um feito biológico e a paternidade, por sua vez, tem contornos
eminentemente jurídicos.
A maternidade resulta do facto do nascimento (n.º 1 do artigo 1796.º do CC), ou
seja, do parto. A menção da maternidade, enquanto consequência da correspondente
indicação ou declaração, encontra-se prevista nos artigos 1803 e seguintes. Sempre
que o registo de nascimento seja omisso quanto à maternidade, deve o funcionário do
registo civil remeter para o tribunal certidão integral do registo. Só não ocorrerá esta
remessa se, existindo perfilhação, o conservador verificar que o perfilhante e a pretensa
mãe são parentes ou afins em linha reta ou parentes no segundo grau da linha colateral
ou tenham decorrido mais de dois anos sobre o nascimento (arts. 1808.º e 1809.º do
Código Civil e 115.º e 116.º do Código do Registo Civil).
Na sequência do envio da certidão integral do registo será aberto um processo
de averiguação oficiosa da maternidade no tribunal competente. Terá diferente
relevância jurídica o lapso temporal decorrido entre a data do nascimento e o momento
em que é feito o registo e em que se realiza a menção da maternidade. Normalmente
ocorrerá menos de um ano entre a data do nascimento e o momento do registo com a
menção da maternidade. Sendo este o caso, nos termos do nº 1 do artigo 1804.º do CC
a menção da maternidade estabelecerá a filiação materna. Lavrado o registo, deve o
conteúdo do assento ser comunicado à mãe, nos termos do n.º 2 do artigo 1804.º do
CC. Ou seja, deve esta ser informada que a maternidade constante do registo é havida
como sua. Esta comunicação, mediante notificação pessoal, não ocorrerá quando tenha
sido a mãe ou o marido desta a declarar o nascimento (n.º 2 do artigo 1804.º, in fine do
CC).
Diferente será a situação prevista no artigo 1805.º do CC, que se refere a
nascimento ocorrido há mais de um ano. Neste caso, a menção da maternidade só
estabelecerá a filiação relativamente à pessoa mencionada como mãe se:
- Foi a própria mãe a declarar o nascimento;
- No caso de não ter sido ela a declarar o nascimento, se esteve presente;
- Se estava representada por procurador com poderes especiais;
- Se lhe foi comunicado conteúdo do assento e confirmou a maternidade;
- Ou se depois de notificada nada declarou (n.ºs 1 e 2 do art. 1805.º do CC).
Em regra, o momento da elaboração do registo de nascimento e a da menção
da maternidade coincidem. No caso de não ter sido a mãe quem declarou o nascimento
e ao declarante não ter sido possível identificar a mãe, o registo de nascimento ficará
omisso quanto à maternidade. Para que a mãe possa figurar no assento de nascimento,
quando este é omisso quanto a ela, surge a declaração de maternidade do n.º 1 do
artigo 1806.º do CC. Não existe qualquer prazo para esta declaração, pelo que a mãe
poderá fazê-la, em regra, a todo o tempo. Porém, não poderá a mãe declarar a
maternidade quando estiver perante filho nascido ou concebido na constância do
casamento e, concomitantemente exista perfilhação por pessoa diferente do marido (n.º
1 do artigo 1806.º do CC). Esta proibição é simples de compreender. Pois, se fosse
admitida esta declaração de maternidade, automaticamente, iria operar a presunção de
paternidade do marido (artigo 1826.º do CC), que abordaremos infra. Esta presunção
sobrepor-se-ia à paternidade do perfilhante. Nestes casos, a mãe terá de intentar a ação
prevista no artigo 1824.º, pois não havendo indicação ou declaração de maternidade, é
ainda possível que o estabelecimento seja feito através de uma ação judicial que
declarará a maternidade por sentença.
Quanto à paternidade, de acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 1796.º, do
CC, a paternidade presume-se em relação ao marido da mãe e, nos casos de filiação
fora casamento, estabelece-se por reconhecimento (seja este voluntário ou judicial).
Neste sentido, são três os modos de estabelecer a filiação paterna. O primeiro
modo de estabelecimento da paternidade será a presunção de paternidade, que
pressupõe a existência de um casamento entre os progenitores, aquando do nascimento
ou conceção do filho, e o estabelecimento da maternidade. Porquanto, em princípio, os
filhos de mulher casada terão como pai o marido desta. Outro modo de estabelecimento
Para que a adoção possa ser promulgada tem de reunir certos pressupostos
nomeadamente o facto de ter que “apresentar reais vantagens para o adotando” (Artigo
1974º nº 1 do C.C), que podem ser de ordem patrimonial como não patrimonial, tem de
haver legitimidade do motivo da adoção, ou seja, o casal de adotantes tem de querer,
sobretudo, partilhar a sua felicidade com uma criança. Por outro lado, não pode envolver
sacrifícios para os outros filhos dos adotantes, nos termos do nº 4 do artigo 1974º do
CC, e para se garantir a filiação do vínculo entre adotante e adotado tem que haver um
período para se avaliar a formação da existência desse vínculo “O adotando deverá ter
estado ao cuidado do adotante durante prazo suficiente para se poder avaliar da
conveniência da constituição do vínculo” (n.º 2, do art.º 1974.º do C.C).
Existem alguns requisitos especiais, tais como: a idade do adotante, isto é, caso
seja um casal é necessário que os adotantes cônjuges tenham mais de vinte e cinco
anos e caso seja uma pessoa singular a idade mínima de adoção é de trinta anos, uma
vez que, existe uma elevada preocupação em relação à maturidade de quem adota. O
limite máximo de idade do adotante é definido na idade igual ou inferior a sessenta anos.
Outro requisito especial que se impõe é em relação à duração do casamento, pois sendo
esse o caso, os casais podem adotar após o quarto ano de casamento, uma vez que,
antes disso a adoção podia ser uma decisão precipitada ou irrefletida.
Depois de realizada a avaliação dos requisitos pelo juiz, a quem compete o poder
da apreciação, este verifica o cumprimento, ou não, destes requisitos na respetiva
sentença.
Iniciamos pelos requisitos gerais presentes no artigo 1974º do C.C, fazendo uma
rápida análise a cada um deles. Assim, é importante de referir que a adoção procura
realizar o superior interesse da criança. Este parecer já era universalizado, sobretudo
desde a entrada em vigor da Convenção Europeia em Matéria de Adoção e da
Convenção sobre os Direitos das Crianças das Nações Unidas, que procuram dar realce
ao facto de que nunca se deve promulgar uma adoção sem que se tenha constituído a
certeza de que é a opção que efetivamente vai ao encontro do interesse do menor.
A adoção procura apoiar um menor que ficou sem o apoio da família biológica,
visto que, o que se quer neste caso é simplificar a adaptação do menor a uma nova
família.
Assim, a partir deste requisito percebe-se que a exigibilidade da formação do
vínculo adotivo vir a deixar o adotado numa posição mais proveitosa do que aquela em
que se encontra, sendo avaliada a coesão e o bem-estar de uma família.
Neste requisito, o legislador supõe que os adotantes desejam ter mais filhos,
quer sejam eles filhos biológicos quer filhos adotivos. O que importa nesta situação é a
defesa dos filhos existentes, impedindo que estes sejam lesados através de algum
sacrifício injusto, que podem ser privações de carácter económico, emocional, ou então
uma sobrecarga elevada para algum desses filhos. Logo, estes devem ser escutados
inevitavelmente pelo juiz, com idade superior a doze anos, de modo a aferir se a adoção
se vai revelar vantajosa ou não.
Este requisito vem atenuar uma das enormes inquietações do legislador, uma
vez que pretende garantir a realização do objetivo primitivo da adoção, isto é, que se
produza uma relação em tudo idêntica à que se formaria por via da filiação natural. Esta
exigência está profundamente ligada ao fim assistencial ou tutelar da adoção e que
acaba por se refletir pela diferença de idades entre o adotante e adotado.
A lei não fixa um prazo verdadeiro para que isto aconteça. Contudo, deve ter-se
em conta que a adoção é antecedida pela confiança administrativa ou pela medida
aplicada no âmbito de um processo de promoção dos direitos e proteção da criança.
3.4.2.3. Consentimento
Em 1997, foi permitido o Adoption and Safe Families Act, que modificou a forma
como os Estados Unidos tratava o tema da adoção e da proteção da família. Com este
diploma valorizou-se o superior interesse da criança e jamais os direitos dos pais
biológicos.
As alterações incidiram sobretudo em benefícios a nível fiscal e, ainda na
ampliação dos serviços de saúde às crianças adotadas, o que antes não era verificável.
Existem caraterísticas comuns ao processo de adoção nos diferentes Estados:
- As responsabilidades parentais, assim como todos os direitos a estas inerentes,
são da exclusiva competência e responsabilidade dos pais adotivos;
- O consentimento é preciso por parte dos pais biológicos, salvo nos casos onde
legalmente esse consentimento é parcialmente ou totalmente excluído;
- A tramitação do processo tem natureza confidencial, encontrando-se vedado o
acesso público ao mesmo.
A adoção está prevista nos artigos 305.º a 320.º do Código Civil turco e,
simultaneamente no diploma do Conselho de Ministros n.º 2009/14729 que regulam esta
figura jurídica no país. De acodo com o artigo 320.º do Código Civil, qualquer diligência
nacional em relação à adoção é tramitada pela Direção Geral dos Menores sob o
domínio do Ministro da Família e Serviços Sociais.
Deste modo, existem duas formas de adotar uma criança na Turquia:
- O candidato a adotante, individualmente ou com o cônjuge, expõe a sua
candidatura nos serviços sociais da província da sua residência, de maneira a permitir
que os serviços encontrem uma criança compatível;
- O candidato dirige-se diretamente à família biológica da criança que deseja
adotar. Quanto aos requisitos para os candidatos a adotante, é dada importância aos
seguintes:
- A idade do candidato tem de ser, pelo menos, superior em dezoito anos em
relação à da criança;
Perante o Adoption and Children Act 2002, uma criança pode ser adotada tanto
por uma pessoa individualmente considerada como por um casal quer estejam casados,
quer vivam em união de facto, desde que se verifiquem os requisitos legalmente
previstos.
Contudo, é exigida uma idade igual ou superior a vinte e um anos e embora não
exista uma idade máxima, as agências de adoção inglesas, normalmente, não propõem
adoções onde a diferença de idades seja superior a 45 anos.
As agências de adoção, que tanto podem ser autoridades locais como agentes
voluntários, possuem a responsabilidade de recrutar candidatos a adotante e
corresponderem a uma criança em situação de adotabilidade.
De acordo com o Adoption and Children Act 2002, uma criança pode ser adotada
se:
- Cada um dos pais biológicos o consentirem ou se estiverem em parte incerta;
- Os pais biológicos forem incapazes de dar o seu consentimento;
- A criança estiver à guarda (ou em condições de o ficar) das autoridades locais.
Sendo de referir que a Inglaterra é um dos poucos países onde uma criança pode
ser adotada sem o consentimento da pessoa ou pessoas que exercem as
responsabilidades parentais.
Uma vez que seja decretada judicialmente, a adoção torna-se irrevogável.
Contudo é possível, em teoria, retroceder judicialmente a decisão de adoção, a reversão
apenas provém em casos muito excecionais.
A adoção vem regulada nos artigos 343.º e seguintes do Código Civil francês.
As crianças podem estar em situação de adotabilidade quando, perante o artigo 347.º
do Código Civil:
- Existir consentimento dos pais biológicos, devendo-se esperar um período de
dois meses para que a decisão seja refletida, não sendo então provável consentir a
adoção de uma criança com menos de dois meses de vida;
- As crianças sejam recolhidas pelos serviços sociais do Estado;
- As crianças sejam declaradas abandonadas por decisão judicial, por motivo de
falta de interesse dos pais biológicos por um período mínimo de um ano, entregando-se
então estas crianças aos referidos serviços sociais.
A enorme maioria das crianças em situação de adotabilidade, no país, são as
crianças que estão à proteção e cuidados dos serviços sociais do Estado. Sendo que
estas crianças, habitualmente denominadas “Les pupiles de l’État”, possuem um regime
tutelar próprio onde o poder parental é exercido pelo tutor e pelo conseil de famille des
pupiles de l’État. Assim, é este tutor e a assembleia do conseil de famille que estruturam
todo o processo de adoção para as crianças “Pupilles de l’État” e elucidam a forma de
adoção que pode ser simples ou plena.
produziu normas, mas sim criou princípios no âmbito da proteção da criança e dos seus
direitos.
Se no rescaldo da 2.ª Guerra Mundial se procurou proteger e sagrar os direitos
humanos, após a grave violação dos mesmos, foi natural a evolução da proteção da
criança e da família onde ela se introduz, o que levou à necessidade de regulamentação
internacional para os direitos das crianças.
Com a Organização das Nações Unidas, e do seu órgão próprio para a defesa
dos direitos das crianças, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, aumentou-se a
consciência internacional para a situação da criança e dos seus direitos. Em 1959 é
anunciada por concordância, com a resolução da Assembleia Geral, a Declaração
Universal dos Direitos das Crianças, precisando e aumentando o conteúdo da
Declaração de Genebra, e alargando os direitos fundamentais das crianças. Esta
contém meros valores programáticos, estando dividida em dez princípios.
A convenção, enquanto documento internacional, determina a importância da
infância, de onde resulta a predominância do princípio da proteção por absoluto da
criança. Esta foi enunciada pela Organização das Nações Unidas e adotada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20 de novembro de 1989, através da
Resolução n.º 44/25.
A Convenção sobre os Direitos da Criança que serviu por sua vez de enorme
inspiração para a Convenção de Haia de 1993, afirma no seu preâmbulo a luta pela
igualdade, justiça social e económica e reafirmando o dever de proteção da criança,
servindo logo como bastião de proteção da criança e dos seus direitos no âmbito
internacional.
Esta convenção trouxe também um grande avanço ao conseguir unir no mesmo
tratado internacional princípios de âmbito civil, político, social e económico, travando
assim a grande proliferação de instrumentos de direito internacional.
Esta forma de adoção internacional está na secção I do Capítulo III da Lei n.º
143/2015, de 8 de setembro, dos artigos 76.º a 81.º.
O primeiro passo nesta modalidade de adoção internacional traduz-se na
apresentação, por parte de residente em Portugal, de pedido de adoção de criança
residente no estrangeiro no organismo da segurança social da área da sua residência.
Nesta matéria, são aplicáveis as regras da candidatura à adoção nacional, com as
necessárias adaptações.
É o organismo da segurança social a orientar a instrução da candidatura da
adoção internacional tendo em conta as informações disponibilizadas relativamente aos
requisitos e elementos probatórios impostos pelo país de origem.
Futuramente, deverá remeter a candidatura à Autoridade Central para Adoção
Internacional (a partir deste momento AC). Esta verifica a instrução da candidatura e
transmite-a à autoridade competente do país de origem. Aqui também se descobre a
hipótese de uma entidade mediadora habilitar e transmitir a candidatura, ficando com o
dever de informar a AC, além dos candidatos, da data da transmissão da candidatura à
autoridade competente do país de origem.
É importante relembrar nesta matéria a CH 1993 que dispõe no seu artigo 39.º
n.º 2 que os países contratantes podem celebrar com outros países contratantes desta
Convenção acordos, de modo a favorecer a utilização da CH 1993 nas suas relações
mútuas. Um desses casos de acordo é o Protocolo de Cooperação entre as autoridades
centrais de Portugal e da República da Eslováquia, para a promoção da tramitação de
CAPÍTULO IV
Tramitação processual do
processo de adoção
Quem tiver criança a seu cargo em situação de poder vir a ser adotada deve dar
conhecimento de tal situação ao organismo de segurança social da área da sua
residência, que avalia a situação. Por sua vez, este organismo deve dar conhecimento
imediato ao magistrado do Ministério Público junto do tribunal competente dessa
comunicação recebida e informar, em prazo não superior a três meses, do resultado dos
estudos que realizar e das providências que tomar.
4.3.2. Pressupostos
4.3.3. Consentimento
adotado, podendo ser aumentado até aos 21 anos quando seja solicitado a continuidade
de intervenção antes de atingir a maioridade. O acompanhamento pós-adoção pode
envolver outros técnicos ou entidades com competência de matéria, de acordo com o
artigo 60º do RJPA.
CAPÍTULO V
Ações desenvolvidas
5. AÇÕES A DESENVOLVIDAS
Das 52 crianças para quem foi explicada e afirmada a sugestão e para as quais
não foi provável a realização do seu projeto adotivo em 2019, confirma-se o seguinte
gráfico 4:
- Para 41 crianças estava conjeturado o início à sua inclusão em família adotiva
no princípio de 2020, uma vez que, o seu rumo só sucedeu nos últimos dois meses do
ano de 2019, o que se adapta à generalidade das situações, visto que a sua situação
peculiar impôs a execução prévia de diligências complementares;
5.2. NOTÍCIAS
Em quatro anos, pelo menos 67 crianças que já tinham sido adotadas, ou que estavam
em período de pré-adoção, voltaram às casas de acolhimento. Em janeiro de 2021
arranca um projeto de acompanhamento das famílias adotantes.
MIGUEL A. LOPES/LUSA
Em 2019, segundo o relatório CASA, sete crianças adotadas e duas em fase de pré-
adoção voltaram ao acolhimento. Foram 19 crianças em 2018, 15 em 2017 e 24 em
2016, noticia o Jornal de Notícias esta sexta-feira. São 67 crianças no total.
"Uma criança retirada à família biológica, que viveu numa instituição, foi adotada e volta
ao acolhimento já foi revitimizada muitas vezes", explica Maria Barbosa Ducharne, do
Grupo de Investigação e Intervenção em Acolhimento e Adoção (GIIAA) da
Universidade do Porto, que acredita que há "pais que não estão preparados para uma
criança que sofreu de maus-tratos, negligência e abandono, e criam expectativas que
não são a realidade".
Um exemplo de instituição que está à espera de vaga para acolher uma criança que foi
devolvida é a Casa de Acolhimento Crescer a Cores, em Castelo de Paiva. "Uma família
que vende sonhos e depois volta a entregá-los é muito duro. Devia haver
acompanhamento sistemático destas famílias, para terem retaguarda e saberem a
quem recorrer, isso evitava muitas devoluções. Vêm muitas vezes bater-nos à porta",
diz a assistente social Marlene Gomes.
Uma equipa de psicólogos vai monitorizar necessidades e criar uma plataforma de apoio
à distância. "A ideia é identificar os problemas o mais precocemente possível",
explica Ducharne. "Uma vez validado que o acompanhamento é eficaz, depois será
provavelmente um recurso que estará disponível a todas as famílias adotantes".
Sobre a saúde mental, o CASA 2019 revela que “2.519 crianças e jovens beneficiaram
de acompanhamento psicológico regular (correspondendo a 36% das crianças e jovens
em acolhimento), 1.789 acompanhamento pedopsiquiátrico/ psiquiátrico regular (25%)
e 1833 fazem medicação (26%)”, dados que evidenciam a “necessidade de manutenção
de articulação continua com a área da saúde”.
Outros motivos são, por exemplo, a exposição a violência doméstica, que afetou 689
crianças e jovens institucionalizados (9,8%) ou mesmo o abandono, registado entre 308
acolhidos (4%). 622 crianças foram colocadas à guarda do Estado por serem vítimas de
maus-tratos físicos.
Gays só podem adotar 'crianças com problemas', diz diretora de serviço de adoção na
França
19/06/2018 10h11
“Ela disse que se quiséssemos dar continuidade ao processo, era preciso estar pronto
para receber uma criança diferente, grande ou com problemas de saúde”, declarou.
O Conselho Departamental que administra a região indicou que fará uma auditoria para
confirmar a existência de disfunções no serviço. “São declarações inadmissíveis e
práticas ilegais”, resumiu o porta-voz da Associação francesa de Pais e Mães Lésbicas,
Nicolas Faget.
Liliana Melo viu sete dos filhos serem-lhe retirados e entregues para adoção. Tribunal
Europeu critica decisão e estipula indemnização de 15 mil euros
Lusa/DN
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou hoje ilegal a decisão do Tribunal
de Sintra, confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, de retirar sete filhos a Liliana
Melo para adoção, e instou as autoridades a reexaminarem o caso.
Num acórdão hoje divulgado, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, com sede em
Estrasburgo (França), considera que houve uma violação do artigo 8º (direito ao respeito
da vida privada e familiar) da Convenção Europeia dos direitos humanos, defende que
o caso deve ser reexaminado com vista à adoção das "medidas apropriadas no superior
interesse das crianças" e estipula o pagamento de uma indemnização de 15 mil euros
à mãe das crianças, Liliana Melo, por danos morais.
O caso refere-se a uma ordem de colocação numa instituição para adoção dos sete
filhos de Liliana Melo. A cabo-verdiana, que vive em Portugal há duas décadas, viu o
Estado retirar-lhe sete filhos em 2012 - o mais novo tinha apenas seis meses, o mais
velho sete anos - por decisão do Tribunal de Sintra.
Considera ainda que a sua recusa em submeter-se a uma laqueação de trompas foi um
dos fundamentos para a decisão dos tribunais nacionais e defende que a inclusão desta
cláusula no acordo de proteção "uma questão particularmente grave". O Tribunal
defende que os serviços sociais "poderiam ter recomendado métodos contracetivos
menos intrusivos" e que a recusa de Liliana em fazer a laqueação de trompas foi-lhe
desfavorável. "Na opinião do tribunal, o recurso a um procedimento de esterilização
nunca deve ser condição para manutenção dos direitos parentais", lê-se no acórdão.
Para o Tribunal dos Direitos Humanos, as restrições para a mãe ver os filhos "não se
justificavam", uma vez que não havia quaisquer sinais de violência para com as
crianças. Além disso, considerou que o facto de as crianças terem sido separadas umas
das outras e colocadas em três instituições diferentes "tornou difícil a manutenção de
laços entre os irmãos" e "foi contrário ao superior interesse dos menores.
Tribunal considerou que a separação das crianças umas das outras "tornou difícil a
manutenção de laços entre os irmãos"
O Tribunal entende que "as autoridades devem reconsiderar a situação" de Liliana Melo,
com vista a tomar as medidas adequadas no superior interesse da crianças
Liliana Melo, uma cabo-verdiana que vive em Portugal há duas décadas, viu o Estado
retirar-lhe sete filhos em 2012 - o mais novo tinha apenas seis meses, o mais velho sete
anos - por decisão do Tribunal de Sintra.
Desde então, sucederam-se vários recursos, com a família a alegar a violação de vários
preceitos legais e inconstitucionalidades. Em julho do ano passado, o Supremo Tribunal
considerou que não existiam ilegalidades nas decisões proferidas anteriormente pelo
Tribunal de Sintra, que ordenou a retirada das crianças à mãe por incumprimento de
condições que lhe tinham sido impostas desde 2007.
De acordo com o Tribunal de Sintra, ao longo dos anos foram impostas várias condições
à mulher, como vacinar os filhos, manter condições de habitabilidade, prover o sustento
das crianças e fazer uma laqueação de trompas. Esta última exigência, indicada no
acórdão do tribunal como um dos pontos que não foi cumprido nas medidas de proteção
dos menores, foi sistematicamente negada pela Segurança Social e pelos juízes.
Três anos depois de entrar em vigor a lei que permite a adoção por casais do mesmo
sexo, os técnicos da segurança social envolvidos no processo continuam sem formação
específica. A denúncia é feita à TSF pela ILGA Portugal, que lamenta a falta de
preparação de quem lida com os casos.
Desde 29 de fevereiro de 2016 que a adoção por casais do mesmo sexo é permitida em
Portugal. No entanto, três anos depois da entrada da lei em vigor, os técnicos da
Segurança Social envolvidos no processo continuam sem formação específica.
Em declarações à TSF, a diretora executiva da Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual,
Trans e Intersexo (ILGA), Marta Ramos, lamenta a falta de preparação de quem lida
com estes casos: "Nós sentimos que há uma necessidade de públicos estratégicos, nos
Marta Ramos lembra ainda que, além de usar a terminologia correta, é preciso saber o
que significa: "Há questões que não são só de trato direto com os casais, mas também
de compreensão de alguns fatores que poderão estar subjacentes a alguns casos em
concreto."
"A alteração legislativa introduzida pela Lei n.º 2/2016, de 29 de fevereiro, que entrou
em vigor no dia 1 de março, não implicou qualquer alteração na avaliação das
candidaturas à adoção por parte das equipas de adoção do Instituto da Segurança
Social, I.P., uma vez que a orientação sexual não é, nem era, discriminatória. A
alteração instituída pela lei supra refere-se a requisito legal. Não tendo sido alterados
critérios técnicos, não se encontra quantificado o número de processos de candidatura
à adoção por casais do mesmo sexo", refere o ISS em nota enviada à TSF.
O Instituto de Segurança Social garantiu à TSF que a formação dos técnicos que lidam
com os casos de adoção é uma prioridade, masque esta é organizada em moldes que
não vincam essa componente. De acordo com a Segurança Social, existem formações
gerais que incluem módulos dedicados ao tema da adoção por casais do mesmo sexo.
5.4. Entrevista
CAPÍTULO VI
Exequibilidade
6. CALENDARIZAÇÃO
Data Set Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio
Atividades 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º
Definição do tema da PAP
Pesquisa Documental
Conceção da PAP - Entrega
Reuniões com o Orientador da PAP
1ºAvaliação Intermédia do Pré Projeto-Entrega
1ºAvaliação Intermédia do Pré Projeto- Defesa
Contacto e visita às Entidades/Instituições
Ação de Formação
Entrevistas
Folheto
Elaboração do Projeto PAP
2ºAvaliação Intermédia do Pré Projeto-Entrega
2ºAvaliação Intermédia do Pré projeto-Defesa
Elaboração do Relatório Final PAP
Relatório do Projeto da PAP - Entrega
CONCLUSÃO
Deste modo, ao perspetivar este instituto à luz dos afetos e da parte emocional,
que traz tantos benefícios para os adotantes como para o adotado. Assim, o Direito,
como pilar firme da sociedade, deve emergir intimamente na problemática do amor
humano, resolvendo-se igualmente com base neste.
Por um lado, a lei vai retribuindo às carências sentidas, por outro lado, a
organização da adoção vai cada vez mais trazer para si o dever de tratar a criança como
um sujeito de direitos.
Os pais, quer sejam eles adotivos quer sejam biológicos, têm na comunidade um
papel fundamental. Tendo eles o direito e dever de amar, ensinar e orientar os filhos.
Somente a título preventivo e na proteção dos seus interesses se identificam o
separar das crianças das suas respetivas famílias. Nesse caso, não nos podemos
afastar do facto de que nem todos os pais são aptos para executar os seus deveres
parentais, o que afetará de forma decisiva a vida da criança, subjugando-a e expondo-
a às mais variadas situações de perigo e de carência.
A verdade é que na maioria dos casos, esta vanguarda familiar não existe, ou
existindo, não se mostra competente de certificar ao menor o seu progresso através da
estabilidade, do zelo, do afeto, e do amor.
Para defender estas situações criadoras de impasses indesejados, a nossa Lei
Fundamental identifica uma especial proteção às crianças que, por qualquer motivo, se
deparam privadas de um ambiente familiar.
Percebemos, presentemente, que o nosso ordenamento jurídico tem progredido
no sentido de favorecer cada vez mais a criança como sujeito de direitos, o que
naturalmente contribui para a autonomização do Direito das Crianças.
ANEXOS
Anexo 1:
Requerimento para a adoção
Exmo. Senhor
Juiz de Direito do Tribunal Judicial da Comarca de
……………………
1.º
O(A) menor vive com os requerentes desde …… de …………………… de ……….
2.º
Têm sido os requerentes a cuidar do(a) menor, alimentando-o(a), vestindo-o(a), dando-
lhe a melhor educação possível e tratando dele(a) como se filho(a) fosse.
3.º
O(A) menor também manifesta grande afeto pelos requerentes e trata-os por pais.
4.º
Os requerentes desfrutam de boa e estável situação económica, pelo que podem
proporcionar ao(à) adotando(a) uma educação, vida e bem-estar que os pais biológicos
jamais lhe poderiam dar.
5.º
Revela-se, por isso, de real vantagem para o(a) menor, a adoção plena requerida.
6.º
Os pais biológicos do(a) menor, reconhecendo a afeição, cuidados e dedicação dos
requerentes, não só consentem na adoção como a desejam.
7.º
Por outro lado, o relatório social, nos termos do Decreto-Lei n.º 185/93, de 22 de maio,
aponta no sentido de que estão verificadas as condições para ser decretada a adoção
requerida.
Valor:€ 30 000,01
Testemunhas:
(Localidade e data)
Os requerentes
(Assinaturas) (2)
(1) Valor de alçada do Supremo Tribunal de Justiça, entidade a que, em último caso,
será possível recorrer. É obrigatório indicá-lo nos requerimentos em que estão em causa
relações familiares.
(2) Caso o requerimento não seja entregue pessoalmente, será necessário reconhecer
as assinaturas em notário.
Anexo 2
Organizaçlo/lnstituição: Local:
REG.024/01 1