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QUALIDADE (QLD)
RESUMO:
No atual contexto econômico, as empresas são impelidas a melhorarem
intensivamente produtos e serviços para se manterem competitivas no mercado.
Neste contexto, a qualidade surge como ferramenta de gestão para atingimento da
maximização da produtividade e melhoria da competência estratégica. Ambientado
neste cenário, este artigo objetiva analisar as principais formas de utilização do
termo qualidade e os diversos conceitos acerca da qualidade empregados nos
artigos científicos publicados no ENANPAD entre 2001 e 2005. Para tal, esta
pesquisa fundamentou-se como uma revisão analítica documental numa amostra de
3.148 artigos em 22 diferentes áreas da administração apontadas pela ANPAD. Para
analisar foram estabelecidas cinco categorias que avaliavam o número de citações e
o aprofundamento da qualidade no texto. Pelas análises realizadas, pode-se concluir
que o termo qualidade teve representação em quase todas as áreas, ainda que
superficialmente, como indicam as categorias “A” e “B”. No geral, verificou-se fraca
contextualização da qualidade, sendo esta mais citada e aprofundada na área de
gestão e logística, que realmente se destacou em seus artigos de categoria “E”.
Palavras-chave: Categorias, Conceitos, Gestão, Qualidade.
ABSTRACT:
In the current economic context, companies are pushed to improve intensive
products and services to remain competitive in the market. In this context, emerged
as a quality management tool for achieving the maximization of productivity
improvement and strategic competence. Environmental in this scenario, this article
aims to analyze the main ways to use the term quality and different concepts about
the quality used in scientific articles published in ENANPAD between 2001 and 2005.
To this end, this research was based as an analytical review of a sample of 3148
documentary articles in 22 different areas identified by the administration ANPAD. To
examine five categories were established to assess the number of citations and
deepening the quality of text. For the analysis, we can conclude that the term quality
has representation in almost all areas, even superficially, as indicated by the
categories "A" and "B". Overall, there was poor quality of contextualization, which is
quoted more in-depth management and logistics, which if really highlighted in your
articles classified in category E.
Keywords: Categories, Concepts, Management, Quality.
XX ENANGRAD Joinville / SC | 28 a 30 de outubro de 2009
1. Introdução
2. O que é Qualidade?
Todos os
departamentos, Todos na
Os
O embora a alta empresa, com a
Responsabilidade departamentos
departamento gerência só se alta gerência
pela qualidade de produção e
de inspeção envolva exercendo forte
engenharia
apenas liderança
parcialmente
Orientação e "inspeciona" "controla" a "constrói" a "gerencia" a
abordagem a qualidade qualidade qualidade qualidade
Fonte: Garvin (1992).
Verifica-se através do Quadro 1 que o conceito de qualidade foi mudando
para adaptar-se à realidade das empresas, e principalmente as exigências de
mercado. Se antes, a qualidade era percebida e aplicada como inspeção de
qualidade sobre os produtos já manufaturados, nos dias atuais, a qualidade, é
percebida de maneira estratégica, que engloba não apenas a atividade de operação,
mas aplica e gerencia esta a partir do controle estatístico da qualidade envolvendo
toda a organização, principalmente a cúpula da organização. Neste processo
evolutivo, percebe-se que a qualidade passou de uma visão operacional que
contemplava a inspeção como atividade para qualidade até o estabelecimento de
estratégias de qualidade para o atingimento de vantagens competitivas, onde o
cliente passou a ser o foco central das empresas e fator relevante para a
sobrevivência delas no mercado. Esta última fase contempla ao que se denominou
de TQM (Gerenciamento da Qualidade Total), uma estratégia de gestão estruturada
em meados de 1950 pelos japoneses que contempla a filosofia de gestão,
denominada, Just in Time (JIT).
Sobre a inserção do cliente no gerenciamento da qualidade, Slack et al
(1999), afirmam que a qualidade tem dois aspectos importantes: a visão da
operação e do consumidor. De acordo com a primeira visão, a qualidade consiste
em conformidade do produto ou serviço com as expectativas dos consumidores,
enquanto que, sob a segunda visão, a qualidade é vista como o resultado da
comparação das expectativas dos consumidores sobre os produtos e serviços com
as percepções de como o produto ou serviços são desempenhados. Dessa forma,
pode-se entender qualidade como sendo tanto a satisfação das necessidades dos
clientes, pelo atendimento das expectativas como também, pode-se entender
qualidade como sendo conformidade dos produtos consumidos, ou seja,
atendimento das especificações.
Esta dualidade na compreensão do que venha a ser qualidade, deriva do fato
de a palavra qualidade possuir um caráter subjetivo, além de se adequar a diversas
perspectivas. Esta diversidade de conceituações, bem como de diferentes
perspectivas pode ser identificada quando se observa as conceituações
apresentadas pelos gurus da qualidade. (Quadro 2). Através deste, observa-se que,
os autores considerados referências na área, assumem diferentes posturas quando
da adoção de uma definição acerca de qualidade. No entanto, todos convergem na
opinião de que a qualidade está associada fortemente ao atendimento das
necessidades ou desejos dos usuários. Dessa forma, verifica-se que qualidade é um
termo que apresenta diversas interpretações (GARVIN, 1992), e por isso, pode ser
definida e entendida sob diversas formas, a depender do contexto no qual está
aplicado e dos objetivos pretendidos. Em virtude disto, Garvin (1992), identificou
cinco diferentes abordagens sobre qualidade, conforme ilustra o Quadro 3.
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3. Procedimentos Metodológicos
representando quase que a totalidade dos artigos publicados, o que torna o estudo
suficientemente válido como parâmetro para interpretações pretendidas.
Dessa forma, para elucidar a pesquisa de forma objetiva, foram estabelecidas
pelo pesquisador cinco diferentes categorias, onde cada uma destas indicava uma
classificação com base na localização da palavra e o contexto no qual o termo
estava sendo empregado. Deste modo, foram estabelecidas as categorias “A”, “B”,
“C”, “D” e “E”, que de maneira crescente indica gradação na relevância onde a
quantidade de aparições da palavra qualidade, bem como, o contexto de aplicação
são analisados. É importante ressaltar que, para analisar a quantificação de
aparições da palavra qualidade, por terem sidos rastreados artigo em três diferentes
línguas obedeceu-se os seguintes critérios:
• Quando o texto estava em português, as buscas estavam concentradas em
sua escrita em português e em inglês;
• Quando o texto estava em inglês, as busca focava apenas a palavra escrita
na língua inglesa;
• Quando o texto estava escrito em espanhol, as buscas estavam concentradas
em sua escrita em espanhol e em inglês;
Assim como anteriormente citado, acerca dos critérios de avaliação, foi
utilizada uma escala gradativa para análise da utilização do termo qualidade,
iniciando pela categoria “A” e encerrando na categoria mais elevada, denominada de
“E”, onde os critérios de avaliação estão expostos no Quadro 4:
Quadro 4: Categorização para análise dos dados
Categoria Critérios de Classificação
• Não houve citação do termo qualidade no texto nem tão pouco a
A
utilização de bibliografia sobre o assunto.
• Houve entre 1 a 4 citações;
• Citações realizadas de forma esporádica;
B
• Citações não relacionadas com o tema ou objetivos da pesquisa;
• Ausência da utilização de bibliografia sobre qualidade.
• Ocorreram mais de 4 citações no texto, sendo que tais citações
ocorreram e estavam relacionadas de alguma forma com: o
C contexto ou objetivo do artigo; tratavam sempre da mesma definição
de qualidade; estavam sempre relacionadas a determinado tipo de
qualidade.
• Ocorreram mais de 4 citações no texto, sendo que tais citações
ocorreram e estavam relacionadas de alguma forma com: o
contexto ou objetivo do artigo; tratavam sempre da mesma definição
D
de qualidade; estavam sempre relacionadas a determinado tipo de
qualidade.
• Bibliografia específica de qualidade.
• Ocorreram mais de 4 citações no texto, sendo que tais citações
ocorreram e estavam relacionadas de alguma forma com: o
contexto ou objetivo do artigo; tratavam sempre da mesma definição
de qualidade; estavam sempre relacionadas a determinado tipo de
E
qualidade.
• Bibliografia específica de qualidade;
• Citações explícitas que tal artigo tratava exclusivamente ou
objetivava relacionar a qualidade com outra variável.
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QRT
×100 (1)
TAA
Onde:
QRT = quantidade de repetições do termo
TAA = total de artigos por assunto
Por fim, para a realização da tabela na qual se expõe os resultados totais das
categorias em seus respectivos anos utilizou-se a seguinte fórmula:
TGC
×100 (2)
TAP
Onde:
TGC = total geral de repetições por categoria
TAP = total de artigos publicados no ano
Sobre o ano de 2002 é possível afirmar que novamente a categoria “B” foi
predominante, também com a mesma quantidade de vezes que apareceu em 2001,
que também contou com 15 linhas de pesquisa. Também como em 2001, a linha de
Finanças contou com a categoria “A” como predominante, e dessa vez a linha de
Casos da Administração Brasileira teve a categoria “A” aparecendo nas amostras.
Ainda pode-se citar a ausência da categoria “D” em quatro linhas de pesquisa,
ampliando ainda mais a ausência que no ano anterior. A ausência da categoria “E”
em 7 linhas de pesquisa também chamou a atenção, sendo que no ano anterior tal
categoria manteve-se ausente em apenas 4 linhas.
Figura 2: Análise sobre qualidade (2002)
situou-se na categoria “B” e quase 20% deles ficou categorizado como “A”.
Pode-se também citar que todos os artigos que foram categorizados como “E”
na classificação APS tratavam apenas da administração pública, nenhum
deles obteve classificação “E” e tratou do tema Gestão Social, objetivando
tratar da qualidade na prestação do serviço público;
• A classificação EPA (Ensino e Pesquisa em Administração) também
incorporou o tema contabilidade e transformou-se em 2005, na área EPQ
(Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade). Nesta, pode-se
perceber que todos os artigos que foram categorizados como “E” desde EPA
até EPQ tratavam da qualidade no ensino;
• Acerca das áreas POP (Políticas Públicas) e TEO (Organizações/Teoria das
Organizações) percebe-se que todos os artigos categorizados como “E”
possuem, respectivamente, uma relação direta com qualidade no serviço
público e qualidade de produto ou serviço. Já na área EOR (Estudos
Organizacionais) que foi incorporado ao rol de temas no ano de 2005, tratou
sobre qualidade de forma bastante esporádica e sem fundamentação onde
praticamente 75% dos artigos desse tema ficaram categorizados ou na “A” ou
na “B”;
• A respeito do tema COR (Comportamento Organizacional tem-se que a
totalidade dos artigos categorizados como “E” tratou basicamente de
qualidade de vida no trabalho, qualidade total e padrão ISO, sendo que
para os dois últimos relacionados ao comportamento dos indivíduos.
• As áreas restantes são: GAG (Gestão de Agronegócios), GOL (Gestão de
Operações e Logística), GPG (Gestão Pública e Governança), GPR/GRT
(Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho), GSA (Gestão Social e
Ambiental). A respeito dos temas que tiveram categorização tipo “E” pode-se
citar sobre: GAG (qualidade de produtos e serviços), GPG (qualidade na
prestação de serviços públicos), GPR/GRT (qualidade de vida), GSA
(qualidade de vida). O tema GOL (Gestão de Operações e Logística foi o
tema que mais abordou qualidade, onde os artigos de categorização “E”
foram os que trataram da qualidade de forma abrangente no sentindo de
abordar gestão da qualidade, qualidade em produtos e serviços,
certificação ISO, qualidade no processo, além de fundamentar de forma
profunda e contextualizada, tornando tal categoria a que realmente tratou a
qualidade com perícia, cuidado e aplicabilidade.
5. Considerações finais
Referência