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ALIMENTOS
1. DEFININDO QUALIDADE
Atualmente a gestão da qualidade está sendo uma das maiores preocupações das empresas,
sejam elas voltadas para a qualidade de produtos ou de serviços. A conscienciatização para a
qualidade e o reconhecimento de sua importância tornou a certificação de sistemas de gestão
da qualidade indispensável para as micro e pequenas empresas de todo o mundo.
É normalmente aceito que uma vez finalizado o produto, pouco ou nada pode ser feito para
alterar sua qualidade. A meta de uma indústria competitiva em termos de qualidade deve ser
a de fornecer um produto em que a qualidade seja estudada, entendida, elaborada, construída,
mantida e comercializada, ao custo mais econômico e que possibilite completa satisfação do
consumidor.
Pode-se dizer que o controle de qualidade atuando apenas como supervisor ou inspetor no
sistema de produção foi útil em um tempo em que preço era igual a custo mais lucro (P = C
+ L). Hoje, no mercado competitivo tem-se lucro igual a preço menos custo (L = P - C). Daí
a necessidade de melhoria constante da produtividade operacional, o que pode ser
conseguido com o sistema integrado de controle de qualidade. Essa integração traz vantagens
fundamentais para a empresa, como a associação da qualidade com produtividade e
competitividade.
O termo Qualidade vem do latim Qualitas e é utilizado em situações bem distintas. Por
exemplo, quando se fala da qualidade de vida das pessoas de um país ou região,
quando se fala da qualidade da água que se bebe ou do ar que se respira, quando se
fala da qualidade do serviço prestado por uma determinada empresa, ou ainda quando
se fala da qualidade de um produto.
Como o termo tem diversas utilizações, o seu significado nem sempre é de definição clara e
objetiva.
No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há várias definições
para qualidade: “conformidade com as exigências dos clientes”, “relação custo/benefício”,
“adequação ao uso”, “valor acrescentado”; “produtos e/ou serviços com efetividade”. Enfim,
o termo é geralmente empregado para significar “excelência” de um produto ou serviço
O objetivo do sistema deve ser estabelecido por aqueles que o gerenciam, enquanto o
objetivo do administrador do sistema é aperfeiçoar o seu funcionamento como um todo.
Variabilidade é a qualidade do que é variável e está presente nos produtos e serviços
Diversos autores estudaram as razões que levaram ao sucesso das empresas japonesas, no
que diz respeito à qualidade, as quais alegam como razão deste, em especial um fator
humano: o compromisso por parte de todos os colaboradores da empresa com a qualidade
dos produtos e/ou serviços, bem como a satisfação do consumidor em longo prazo, em
detrimento do compromisso com os resultados em curto prazo.
A crescente preocupação que o tema qualidade de alimentos tem despertado é notória e,
concomitantemente, várias ferramentas de gestão da qualidade têm sido criadas e utilizadas
na expectativa de atender a quesitos de idoneidade em respeito ao consumidor.
Este último tem sido amplamente recomendado por órgãos de fiscalização e utilizado
em toda cadeia produtiva de alimentos, por ter como filosofia a prevenção,
racionalidade e especificidade para controle dos riscos que um alimento possa oferecer,
principalmente, no que diz respeito à qualidade sanitária.
Um sistema de gestão deve ser flexível e ágil para permitir rápidas adaptações as novas
exigências do mercado (necessidades do cliente) e deve estar fundamentado em uma lógica
conceitual clara, simples, bem estruturada por todos, estabelecendo, com clareza:
O que fazer
Como fazer
Porque fazer
Quando fazer
Onde fazer e quem deve fazer
No seu nível mais elevado, um sistema de gestão deve estabelecer os valores, os princípios e
os objetivos da empresa se faz por meio de procedimentos gerenciais. Estes devem
determinar o que deve ser realizado para assegurar que a política e as diretrizes da empresa
sejam implementadas (o que fazer, porque fazer, quem deve fazer)
Um sistema de gestão deve ser formado pelos planos e pelos procedimentos operacionais.
Esses documentos definem como fazer, quando fazer e onde fazer, o que foi estabelecido nos
procedimentos gerenciais, tornando-os operacionais. As evidências objetivas necessárias à
validação do sistema de gestão são estabelecidas por meio dos registros das ações
empreendidas e dos resultados alcançados.
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Toyota (Japão) foi a primeira a empregar o TQM. No TQM os funcionários possuem uma
maior gama de qualificações. Então a comunicação organizacional (em todos os níveis)
torna-se uma peça-chave da estrutura da empresa.
Isto fez com que em 1987 surgisse a série de normas que ficou conhecida como a ISO 9000.
A família de normas ISO-9000 representa um consenso internacional das boas práticas de
gestão com o propósito de assegurar que a empresa possa continuamente entregar os
produtos ou serviços que atendam às exigências de qualidade do cliente.
O trabalho técnico da ISO é conduzido por comitês técnicos. No Brasil, o comitê técnico
responsável pelas normas da série NBR ISO 9000 é o CB 25, da ABNT- Associação
Brasileira de Normas Técnicas, uma entidade privada, também sem fins lucrativos, que
representa o sistema ISO 9000 no Brasil
Foi elaborada por meio de um consenso internacional sobre as práticas que uma empresa
pode tomar a fim de atender plenamente os requisitos de qualidade do cliente.
A ISO 9000 não fixa metas a serem atingidas pelas empresas a serem certificadas, a própria
empresa é quem estabelece as metas a serem atingidas.
As normas da série ISO 9000 se aplicam a qualquer negócio, independentemente do seu tipo
ou dimensão, possuindo requisitos fundamentais para a obtenção da qualidade dos processos
empresariais. A verificação dos mesmos, por intermédio de auditorias externas, garante a
continuidade e a melhoria do sistema de gestão da qualidade.
Os requisitos exigidos pela norma ISO 9000 auxiliam numa maior capacitação dos
colaboradores, melhoria dos processos internos, monitoramento do ambiente de trabalho,
verificação da satisfação dos clientes, colaboradores, fornecedores e entre outros pontos, que
proporcionam maior organização e produtividade que podem ser identificados facilmente
pelos clientes.
A ISO série 9000 compreende um conjunto de cinco normas (ISO 9000 a ISO 9004). Deve
ser enfatizado, entretanto, que as normas ISO série 9000 são normas que dizem respeito
apenas ao sistema de gestão da qualidade de uma empresa e não às especificações dos
produtos fabricados por esta empresa.
Ou seja, o fato de um produto ser fabricado por um processo certificado segundo as normas
ISO 9000 não significa que este produto terá maior ou menor qualidade que um outro
similar. Significa apenas que todos os produtos fabricados segundo este processo
apresentarão as mesmas características e o mesmo padrão de qualidade.
As normas ISO 9000 não conferem qualidade extra a um produto (ou serviço), garantem
apenas que o produto (ou serviço) apresentará sempre as mesmas características. As normas
individuais da série ISO 9000 podem ser divididas em dois tipos:
1. Diretrizes para seleção e uso das normas (ISO 9000) e para a implementação de um
sistema de gestão de qualidade (ISO 9004).
2. Normas contratuais (ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003). Chamadas assim por se tratarem
de modelos para contratos entre fornecedor (que é a empresa em questão) e cliente
As normas NBR ISO série 9000 compõem um conjunto de normas técnicas que tratam
exclusivamente de gestão da qualidade, na sua expressão mais geral e sistêmica.
Sua adoção passou a ser reconhecida pelo mercado como um “atestado de garantia da
qualidade”, e o consumidor final, cada vez mais atento aos aspectos de qualidade e
segurança, tende a identificar e privilegiar as organizações que dispõem de certificação,
por considerar esse fato como um sinônimo de seriedade e confiabilidade
A NBR ISO 9001 faz parte da nova família de normas da série 9000 publicada no Brasil em
dezembro de 2000, que é composta por três normas, com objetivos e propósitos distintos,
conforme apresentado a seguir:
NBR ISO 9000: Define os principais conceitos utilizados nas normas da série NBR
ISO 9000;
Em dezembro de 2000 a “série ISO 9000” foi totalmente revisada; além das alterações em
sua estrutura, agora temos apenas uma norma sujeita à certificação, a ISO 9001, a qual
trouxe o enfoque de gerenciamento de processos.
Sendo assim, a família de normas ISO 9000:1994 (9001, 9002 e 9003) foi cancelada e
substituída pela série de normas ABNT NBR ISO 9000:2000, que é composta de três normas
ABNT ISO 9000:2000, ABNT ISO 9001:2000 e ABNT ISO 9004:2000.
É importante destacar que a norma ISO 9001 sofreu uma revisão conhecida no mercado
como “versão 2000”.
Até dezembro de 2003, os sistemas de gestão da qualidade ainda podiam ter como base as
normas ISO 9001, 9002 e 9003 de 1994, mas, a partir desta data, todas as certificações foram
convertidas para a ISO versão 2000. Hoje, portanto, só há um padrão para certificação de
sistemas de gestão da qualidade, a norma ISO 9001
Além disso, oportuniza aos países harmonizar as normas alimentares e participar em sua
aplicação em escala mundial. Também permite aos países participar na formulação de
normas alimentares de uso internacional e contribuir com a elaboração de códigos de práticas
de higiene.
O MAPA aprovou q regulamento citado, ao qual ficam sujeitas todas as pessoas físicas ou
jurídicas que possuam estabelecimentos que realizem atividades como: manipulação
industrialização, fracionamento, armazenamento e transporte de alimentos, destinados ao
comércio nacional e internacional.
A primeira etapa do Sistema APPCC é a análise de perigos. Quando esta etapa não é
compreendida, ou bem conduzida, todo plano APPCC, que deriva, não é adequado ou
correto. A análise dos perigos e a identificação da respectiva medida preventiva são à base
do plano APPCC, ou seu primeiro, indispensável e fundamental princípio.
Enquanto os perigos químicos são os mais temidos pelos consumidores e os perigos físicos
os mais comumente identificados (pelos, fragmentos de osso ou de metal, etc.), os perigos
biológicos são os mais sérios do ponto de vista de saúde pública, e representam a grande
maioria das ocorrências totais ocasionadas, principalmente, por bactérias.
Por esta razão, ainda que o sistema APPCC trate dos três tipos de perigo, os perigos
biológicos devem ser abordados em maiores detalhes. Por exemplo, uma espinha (perigo
físico) pode provocar uma lesão bucal em um consumidor, ao passo que a contaminação de
um lote de ostras com Salmonella pode afetar centenas de consumidores.
Os microrganismos são seres vivos muito pequenos. Eles possuem uma ou poucas
células, são invisíveis a olho nu e estão presentes no ar, nas mãos, nariz e boca dos
manipuladores; acessórios, utensílios e equipamentos
7.1.1 Bactérias
Alimentos processados, como por exemplo, os que sofreram cocção, podem ser
recontaminados (contaminação cruzada) com microrganismos patogênicos que alcançam
rapidamente uma dose infectante se a temperatura de estocagem for favorável à sua
multiplicação.
Vírus entéricos podem ser de origem alimentar, aquáticos ou transmitidos aos alimentos por
contato humano ou animal. Diferente das bactérias, os vírus não podem se multiplicar fora
das células vivas (hospedeiras), ou seja, nos alimentos. Estes microrganismos podem chegar
até os alimentos por meio do homem ou por contaminação via fômites, solo ou água.
Produtos de limpeza (detergentes e sanitizantes, por exemplo), metais pesados e uma grande
quantidade de produtos que podem entrar em contato com o alimento. Os contaminantes
químicos dos alimentos podem ter origem natural ou podem ser adicionados durante a
fabricação dos alimentos.
A existência de químicos nocivos em altos níveis tem sido associada a casos graves de
toxinfecção alimentar e, em níveis mais baixos, pode ser responsável pela ocorrência de
doenças crônicas.
Podem chegar aos alimentos por intermédio da matéria-prima, como em carnes, que podem
conter antibióticos, ou em vegetais, que podem conter agrotóxicos. Os perigos químicos
também chegam aos alimentos por descuido durante a preparação e a distribuição
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7.2.2 Micotoxinas
ASPERGILLUS FLAVUS
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Os pesticidas são qualquer produto químico utilizado para controlar ou acabar com pragas,
e incluem os inseticidas; herbicidas; fungicidas; conservantes de madeira; repelentes de
aves e animais; protetores para o armazenamento de alimentos; raticidas; produtos
higiênicos de uso doméstico/industrial.
A adição de nitratos e nitritos está regulada estritamente pela legislação, já que a presença
nos alimentos de altas concentrações de nitratos, nitrito e nitrosaminas podem ter efeitos
tóxicos, tais como meta-hemoglobinemia infantil e efeitos carcinogênicos. As nitrosaminas
podem se formar nos alimentos por meio da reação de nitratos e nitritos entre eles, ou com
outros produtos.
Perigos físicos são contaminantes de natureza física, como corpos estranhos, em níveis
inaceitáveis. Os perigos físicos são representados por objetos estranhos, ou matérias
estranhas que são capazes de, fisicamente, injuriar um consumidor incluindo os que são
antiestéticos e desagradáveis.
Os perigos físicos incluem fragmentos de metal, vidro, farpas de madeira e pedras, os físicos
incluem cacos de vidro, espículas de osso, fio de cabelo, ou objetos que possam causar dano
ao consumidor (ferimentos de boca, quebra de dente e outros, que possam necessitar
intervenções cirúrgicas para serem retirados do organismo do consumidor).
Este tipo de perigo pode resultar de contaminação e/ou práticas inadequadas em diversos
pontos da cadeia produtiva, desde a colheita até o consumo, incluindo aqueles que ocorrem
no interior do estabelecimento alimentar.
O vidro pode estar presente nas matérias-primas, como uma matéria estranha proveniente de
um ponto de produção, ou a partir da embalagem das matérias-primas. Por isso, a
importância das BPF durante o processamento, onde se preconiza a utilização de
equipamentos de proteção individual (EPI) e medidas higiênico-sanitárias para evitar a
contaminação dos produtos.
O plástico é utilizado frequentemente para substituir outros perigos físicos, como a madeira e
o vidro; porém, é necessário ressaltar que os pedaços de plástico duro podem ser perigosos.
O plástico é usado nos envoltórios e como parte do vestuário de proteção, como luvas e
aventais.
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Desta forma são obtidos muitos benefícios, entre eles, maior disponibilidade de alimentos,
diminuição da quantidade de alimentos deteriorados, menor desperdício, produção mais
econômica e menor risco da população consumidora contrair infecções, intoxicações,
parasitoses e envenenamento químico de origem alimentar.
A produção primária deve ser aplicada de forma que garanta que o alimento seja seguro e
adequado para o consumo humano.
Os alimentos destinados à alimentação humana não devem ser produzidos, cultivados, nem
coletados ou extraídos em áreas onde a presença de substâncias potencialmente nocivas
possa provocar a contaminação destes alimentos ou seus derivados, em níveis que possam
constituir um risco para saúde.
1. Evitar o uso de área onde o meio ambiente possa representar uma ameaça para a
segurança do alimento;
2. Controlar possíveis contaminantes, pragas e doenças de animais e vegetais, para não
ameaçar a segurança do alimento;
3. Adotar práticas e medidas que assegurem que o alimento seja produzido sob condições
de higiene adequadas.
Condições das embalagens que devem estar íntegras, limpas e de material apropriado;
Higiene do entregador;
Esta etapa tem como objetivo a preservação da qualidade do alimento e envolve três
procedimentos:
As áreas de armazenamento devem ser mantidas livres de resíduos e sujeiras, para
evitar a presença de insetos e roedores, e devem ser periodicamente higienizadas.
9.1.4 Produção
A produção deve ser realizada por pessoal capacitado e supervisionada por pessoal
tecnicamente competente. Todas as operações do processo de produção, incluindo o
acondicionamento, devem ser realizadas sem demoras inúteis e em condições que excluam
toda a possibilidade de contaminação, deterioração e proliferação de microrganismos
patogênicos e deterioradores.
Os recipientes devem ser tratados com o devido cuidado para evitar toda a possibilidade de
contaminação do produto fabricado. Os métodos de conservação e os controles necessários
devem proteger contra a contaminação ou a presença de um risco à saúde pública e contra a
deterioração, dentro dos limites de uma prática comercial correta, de acordo com as boas
práticas de prestação de serviço na comercialização.
Devem ser tomadas medidas eficazes para evitar a contaminação do alimento por contato
direto ou indireto, com material contaminado que se encontrem nas fases iniciais do
processo.
9.1.6 Embalagem
Todo material utilizado para embalagem deve ser armazenado em condições higiênico-
sanitárias, em áreas destinadas para este fim. O material deve ser apropriado para o produto e
às condições previstas de armazenamento e não deve transmitir ao produto substâncias
indesejáveis. O material de embalagem deve ser seguro e conferir uma proteção apropriada
contra a contaminação.
Durante o armazenamento deve ser exercida uma inspeção periódica dos produtos acabados,
a fim de que somente sejam expedidos alimentos aptos para o consumo humano e sejam
cumpridas as especificações de rótulo quanto às condições e transporte, quando existam.
9.2.1 Localização
As vias e áreas utilizadas para circulação pelo estabelecimento devem ter uma superfície
dura/ou pavimentada, adequada para o trânsito sobre rodas. Devem dispor de um escoamento
adequado, assim como controle de meios de limpeza.
Para aprovação das plantas, os edifícios e instalações devem ter construção sólida e
sanitariamente adequada. Deve ser levada em conta a existência de espaços suficientes para
atender de maneira adequada, a toda as operações:
O desenho deve ser tal que permita uma limpeza adequada e permita a devida
inspeção quanto à garantia da qualidade higiênico-sanitária do alimento;
Os edifícios e instalações devem impedir a entrada e o alojamento de insetos, roedores
e ou pragas e também a entrada de contaminantes do meio, tais como: fumaça, pó,
vapor, e outros;
Devem ser projetados de forma a permitir a separação, por áreas, setores e outros
meios eficazes, como definição de um fluxo de pessoas e alimentos, de forma a evitar
as operações suscetíveis de causar contaminação cruzada e de maneira que seu fluxo
de operações possa ser realizado nas condições higiênicas, desde a chegada da
matéria-prima, durante o processo de produção, até a obtenção do produto final;
O teto deve ser constituído e/ou acabado de modo a que se impeça o acúmulo de
sujeira e se reduza ao mínimo a condensação e a formação de mofo, e deve ser de
fácil higienização;
Devem ser construídos lavabos com água fria ou fria e quente, providos de elementos
adequados (sabonete líquido, detergente, desinfetante, entre outros) para lavagem das mãos.
Não será permitido o uso de toalhas de pano. No caso de se usar toalhas de papel, deve haver
um controle de qualidade higiênico-sanitária.
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E
VESTIÁRIOS
Lição 38 de 72
2–As superfícies devem ser lisas e estarem isentas de rugosidade e frestas e outras
imperfeições que possam comprometer a higiene dos alimentos, ou seja, fontes de
contaminação. Deve evitar-se o uso de madeira e de outros materiais que não possam ser
limpos e desinfetados adequadamente.
4–Quando necessário, deve haver instalações adequadas para a limpeza e desinfecção dos
utensílios e equipamentos de trabalho, essas instalações devem ser construídas com materiais
resistentes à corrosão, que possam ser limpos facilmente, e devem estar providas de meios
convenientes para abastecer de água fria ou fria e quente, em quantidade suficiente
Somente devem ser empregados praguicidas caso não se possa aplicar com eficácia outras
medidas de prevenção. Antes da aplicação de praguicidas deve-se ter o cuidado de proteger
todos os alimentos, equipamentos e utensílios da contaminação. Após a aplicação dos
praguicidas deve-se limpar cuidadosamente o equipamento e os utensílios contaminados, a
fim de que antes de sua reutilização sejam eliminados os resíduos.
O vapor e o gelo utilizados em contato direto com alimentos ou superfícies que entram em
contato direto com os mesmos não devem conter nenhuma substância que possa ser
perigosa para a saúde ou contaminar o alimento, obedecendo ao padrão de água potável.
A água potável, que será utilizada para produção de vapor, refrigeração, para apagar
incêndios e outros propósitos similares, não relacionados com alimentos, deve ser
transportada por tubulações completamente separadas, de preferência identificadas por
meio de cores, sem que haja nenhuma conexão com as tubulações que conduzem água
potável.
Limpeza e desinfecção:
Todos os produtos de limpeza e desinfecção devem ser aprovados previamente para seu uso,
por meio de controle da empresa, identificados e guardados em local adequado, fora das
áreas de manipulação dos alimentos. Além disto, devem ser autorizados pelo órgão
competente.
Com a finalidade de impedir a contaminação dos alimentos, em toda a área de manipulação
de alimentos os equipamentos e utensílios devem ser limpos com a frequência necessária e
desinfetados sempre que as circunstâncias assim o exigem. Devem ser tomadas precauções
adequadas para impedir a contaminação dos alimentos quando as áreas, os equipamentos e
os utensílios forem limpos ou desinfetados com água ou detergentes, com desinfetantes ou
soluções destes.
Os detergentes e desinfetantes devem ser adequados para esta finalidade e devem ser
aprovados pelo órgão oficialmente competente. Os resíduos destes agentes que permaneçam
em superfície suscetível de entrar em contato com alimento devem ser eliminados mediante
uma lavagem cuidadosa com água potável, antes que volte a ser utilizada para a manipulação
de alimentos.
Imediatamente após o término do trabalho, ou quantas vezes for conveniente, devem ser
limpos cuidadosamente o chão, as estruturas auxiliares e as paredes da área de manipulação
de alimentos. Os vestiários devem estar sempre limpos. As vias de acesso e os pátios
situados nas imediações dos locais em que sejam parte destes devem manter-se limpos.
Lavagem: Remoção dos resíduos pelo uso de soluções detergentes, com ou sem auxílio de
abrasivos.
Cada estabelecimento deve assegurar sua limpeza e desinfecção. Não devem ser utilizadas,
nos procedimentos de higiene, substâncias odorizantes e/ou desodorantes, em qualquer das
suas formas, nas áreas de manipulação dos alimentos, com vistas a evitar a contaminação
pelos mesmos e que não se misturem os odores.
Deve manipular-se o lixo de maneira que se evite a contaminação dos alimentos e ou da água
potável. Especial cuidado é necessário para impedir o acesso de vetores aos lixos.
Os lixos devem ser retirados das áreas de trabalho, todas as vezes que sejam necessárias, no
mínimo uma vez por dia. Imediatamente depois da remoção dos lixos, os recipientes
utilizados para o seu armazenamento e todos os equipamentos que tenham entrado em
contato com os lixos devem ser limpos e desinfetados.
Os praguicidas solventes e outras substâncias tóxicas que representam risco para a saúde
devem ser rotulados com informações sobre sua toxidade e emprego.
Estes produtos devem ser armazenados em áreas separadas ou armários fechados com chave,
destinados exclusivamente com este fim, e só devem ser distribuídos ou manipulados por
pessoal autorizado e devidamente capacitado, sob controle de pessoal tecnicamente
competente.
Não deve ser utilizado nem armazenado, na área de manipulação de alimentos, nenhuma
substância que possa contaminar os alimentos, salvo sob controle, quando necessário para
higienização ou sanitização.
Roupa e Objeto
Não devem ser guardados roupas nem objetos pessoais na área de manipulação de alimentos.
A direção do estabelecimento deve tomar providências para que todas as pessoas que
manipulem alimentos recebam instrução adequada e contínua em matéria higiênico-
sanitária, na manipulação dos alimentos e higiene pessoal, com vistas a adotar as
precauções necessárias para evitar a contaminação dos alimentos.
As pessoas que mantêm contatos com alimentos devem submeter-se aos exames médicos e
laboratoriais que avaliem a sua condição de saúde, antes do início de sua atividade e/ou
periodicamente (normalmente a cada 12 meses), após o início das mesmas. O exame médico
e laboratorial dos manipuladores deve ser exigido também em outras ocasiões em que houver
indicação, por razões clínicas ou epidemiológicas
Ninguém que apresente feridas pode manipular alimentos ou superfícies que entrem em
contato com alimentos, até que se determine sua reincorporarão por determinação
profissional.
Higiene pessoal
Toda pessoa que trabalhe em uma área de manipulação de alimentos deve manter uma
higiene pessoal esmerada e deve usar roupa protetora, sapatos adequados, touca protetora.
Todos estes elementos devem ser laváveis, a menos
Conduta pessoal
Uso de Luvas
Visitantes
Incluem-se nesta categoria todas as pessoas que não pertençam às áreas ou setores que
manipulam alimentos. Os visitantes devem cumprir as disposições recomendadas nos
itens de higiene pessoal, conduta pessoal, uniformizados adequadamente e estarem em
ótimas condições de saúde.
10.1 INTRODUÇÃO
A implantação das BPF prevê a avaliação do ambiente de trabalho e das pessoas envolvidas
nos processos produtivos, analisando basicamente os procedimentos de higiene no âmbito do
estabelecimento e todos os cuidados de natureza sanitárias adjacentes e determinantes para a
integridade dos alimentos. Essa avaliação é realizada por meio da lista de verificações, cujos
resultados servirão para elaboração de um plano de ação para solução das não conformidades
encontradas, ou seja, itens que não estão de acordo com a legislação.
Fazer uma avaliação de cada planta e estabelecer o trabalho a ser desenvolvido, cronograma
de trabalho, necessidade de pessoal, investimentos, local de treinamento. Determinar o
responsável e coordenador de cada planta, líder e provavelmente o facilitador e digitador das
instruções operacionais.
Esta avaliação pode ser realizada com o auxílio de um check-list. (Anexo). Neste momento,
a empresa pode verificar que alguns aspectos dos requisitos não estão sendo atendidos.
Deve-se então elaborar um plano de ação para estas não conformidades detectadas, definindo
a ação corretiva, prazo para adequação, responsável e custo estimado.
As não conformidades devem ser adequadas, priorizando as que são críticas para o controle
dos perigos à saúde do consumidor. Após a adequação das não conformidades, a empresa
deve elaborar o manual de BPF.
O manual de BPF deve incluir as atividades feitas para atender aos itens exigidos pela
legislação e os procedimentos padrão de higiene operacional. O manual de BPF é um
documento que contém todas as informações que comprovam a implementação do
programa na indústria, devendo constituir a reprodução fiel da realidade da empresa e
ser atualizado sempre que a indústria realizar alterações em sua estrutura física ou
tecnológica.
10.2 PASSOS DETERMINANTES PARA IMPLEMENTAÇÃO DE BPF
Razão social;
Endereço;
Nome do responsável técnico e o número do registro no Conselho de Classe.
10.3.4 Localização
10.3.6 Edificação/Estrutura
Distribuição das áreas (discriminada por setores e em m2); as características físicas de todas
as instalações destinadas à produção, embalagem e armazenamento de produtos acabados e
das matérias-primas.
Se os lavatórios são providos de sabão sanificante para higienização das mãos, papel toalha
ou ar quente e recipiente fechado para o lixo;
Se o recipiente de lixo é acionado manualmente ou por pedal; se existe um armário para cada
funcionário;
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Relatar se existem áreas separadas para o caso de devolução de produtos; se tem controle do
tempo de armazenamento dos produtos devolvidos e se existe um destino final para os
mesmos.
Se a fábrica utilizar vapor ou gelo, em contato direto com alimentos, relatar se existe
controle microbiológico destes compostos;
Se for usada água não potável, indicar a finalidade de uso e a identificação das tubulações.
Neste item devem ser descritos todos os procedimentos de limpeza e desinfecção dos
equipamentos, do ambiente e manipuladores, inclusive os programas, os produtos utilizados
e as concentrações indicadas.
Este item engloba a:
Estes itens poderão ser apresentados sob forma de tabela, que poderá ser a estrutura do
PPHO-2, a ser elaborado para atender a este requisito. O procedimento de higienização pode
ser montado de acordo com o exemplo abaixo:
UTENSÍLO/ PROCEDIMENTOS DE
FREQUÊNCIA PRODUTO
EQUIPAMENTO HIGIENIZAÇÃO
Higiene ambiental
Exemplo:
Higiene pessoal
Relatar o tipo de uniforme usado e sua cor específica para cada área de operação;
A necessidade do uso de aventais e toucas;
Tipo de calçado;
As orientações sobre o uso de acessórios;
quais parâmetros são usados no recebimento de cada produto, por exemplo data de validade
e de fabricação, número do lote, composição do produto;
10.14 PRODUÇÃO
10.16 EMBALAGEM
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Relatar que tipo de material é usado para embalagem dos produtos acabados;
Área de armazenamento
Após todos estes procedimentos, a avaliação do cumprimento das BPF pode ser feito por
intermédio da Lista de verificação das BPF em Estabelecimentos
Produtores/Industrializadores de Alimentos, constante no ANEXO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENAI. Guia para elaboração do Plano APPCC; geral. 2. ed. Brasília, SENAI/DN, 2000.
301 p. (Série Qualidade e Segurança Alimentar). Projeto APPCC Indústria. Convênio
CNI/SENAI/SEBRAE.