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REGULAMENTOS E
DIREITO MARÍTIMO
Actividade do transporte marítimo
Fretamento e transporte de mercadorias

Ana Cristina Pimentel


Enidh – Mestrado EMM

Transporte Marítimo de Mercadorias


• Fretamento – Art. 1º DL 191/87
• Contrato em que uma das partes (fretador) se obriga em relação à outra
(afretador) a pôr à sua disposição um navio, ou parte dele, para fins de
navegação marítima, mediante uma retribuição pecuniária denominada
“frete”
• Carta-Partida (C/P – Charter party)

• Transporte de mercadorias por mar - Art. 1º Dec. Lei 352/86


• Contrato de transporte de mercadorias por mar é aquele em que uma das
partes se obriga em relação à outra a transportar determinada mercadoria,
de um porto para porto diverso, mediante uma retribuição pecuniária,
denominada “frete”
• Conhecimento de embarque (B/L – Bill of Lading)

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• Art. 3º Dec. Lei 191/87
• O contrato de fretamento é disciplinado pelas cláusulas da carta-
partida e, subsidiariamente pelas disposições do presente diploma.

• Art. 2º - Dec. Lei 352/86


• Este contrato é disciplinado pelos tratados e convenções
internacionais vigentes em Portugal e, subsidiariamente, pelas
disposições do presente diploma

Fretamento de navios

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Fretamento - Definição (art. 1º)
D.L 191/87, 29/4

• Fretamento – Art. 1º DL 191/87

• Contrato em que uma das partes (fretador) se obriga em relação à


outra (afretador) a pôr à sua disposição um navio, ou parte dele,
para fins de navegação marítima, mediante uma retribuição
pecuniária denominada “frete”

• Carta-Partida (C/P – Charter party)

Fretamento - Modalidades (art. 4º)


D.L 191/87, 29/4

• Por viagem – art. 5º- utilização por uma ou mais viagens


previamente fixadas (voyage charter – V/C)

• A tempo – art. 22º - utilização durante um certo período


de tempo (time charter – T/C)

• Em casco nu – art. 33º - navio não armado nem equipado


para que o utilize durante certo período de tempo (bare
boat charter – BB/C)

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Fretamento à viagem

• Art. 6º - Menções da Carta Partida


• Identificação do navio (cfr. navio diferente)
• Identificação do fretador / afretador
• Quantidade e natureza da carga
• Portos de carga e descarga
• Tempos de carregamento e descarga (estadias)
• Indemnização em caso de sobrestadia
• Prémio em caso de subestadia
• Frete

Fretamento à viagem

• Obrigações do fretador

• Apresentar o navio na data, época e local convencionado


• Apresentar o navio antes do início da viagem em estado de
navegabilidade, armado e equipado de modo a dar integral
cumprimento ao contrato
• Efectuar as viagens previstas na carta-partida

• Gestão náutica e comercial do fretador (art. 8º)

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• Gestão Náutica - Tudo o que diz respeito ao equipamento
e armamento do navio, salários de tripulação,
manutenção do navio, custo das reparações, seguro do
navio

• Gestão Comercial - Aprovisonamento da máquina,


operações de carregamento e descarga, despesas de
escala e de portos

Fretamento à viagem

• Obrigações do afretador

• Entregar as quantidades de mercadoria fixadas na carta (art. 10º -


frete por inteiro)
• Efectuar as operações de carga e descarga dentro dos prazos
convencionados
• Pagar o frete

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Fretamento a tempo

• Carta-partida (art. 23º)


• Para além dos elementos do art. 6º
• Duração do fretamento
• Limites geográficos dentro dos quais o navio pode ser
utilizado
• Indicação das mercadorias que não pode transportar

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Fretamento a tempo

• Gestão náutica do fretador (art. 25º)

• Gestão comercial do afretador


• O Capitão do navio obedece às ordens e instruções do afretador
(art. 28º) – cfr. Assinatura dos Bs/l - carga

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Fretamento em casco nu

• Gestão náutica e comercial do afretador, a quem compete


armar e equipar o navio

• Art. 40º - Reentrega no mesmo estado e nas mesmas


condições em que o recebeu, salvo o desgaste próprio do
seu uso

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Contrato de Fretamento
DL. 191/87, 29 de Abril
• Por viagem - Gestão náutica e gestão comercial do
Fretador

• A tempo – Gestão náutica do Fretador e


Gestão comercial do Afretador

• Em casco nu – Gestão náutica e gestão comercial do


Afretador

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REGULAMENTOS E
DIREITO MARÍTIMO
Actividade do transporte marítimo
Transporte de mercadorias sob conhecimento de carga

Ana Cristina Pimentel


Enidh – Mestrado EMM

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Transporte Marítimo de Mercadorias


• Fretamento – Art. 1º DL 191/87
• Contrato em que uma das partes (fretador) se obriga em relação à outra
(afretador) a pôr à sua disposição um navio, ou parte dele, para fins de
navegação marítima, mediante uma retribuição pecuniária denominada
“frete”
• Carta-Partida (C/P – Charter party)

• Transporte de mercadorias por mar - Art. 1º Dec. Lei 352/86


• Contrato de transporte de mercadorias por mar é aquele em que uma das
partes se obriga em relação à outra a transportar determinada mercadoria,
de um porto para porto diverso, mediante uma retribuição pecuniária,
denominada “frete”
• Conhecimento de embarque (B/L – Bill of Lading)

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Transporte de mercadorias sob
conhecimento de carga

• Convenção de Bruxelas de 25/8/1924


para unificação de certas regras em
matéria de conhecimento
• Decreto-Lei 352/86, de 21/10

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Contrato de transporte de mercadoria por


mar
• Art. 1º Dec. Lei 352/86
• Aquele em que uma das partes se obriga em relação à outra a
transportar determinada mercadoria, de um porto para porto
diverso, mediante uma retribuição pecuniária, denominada “frete”
• Art. 2º
• Este contrato é disciplinado pelos tratados e convenções
internacionais vigentes em Portugal e, subsidiariamente, pelas
disposições do presente diploma
• Art. 3º
• sujeito à forma escrita (cartas,telegramas, telex, telefax, etc.)

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Regime imperativo da Convenção de
Bruxelas
Art. 3º nº 8

• Será nula, de nenhum efeito e como se nunca tivesse existido, toda


a cláusula, convenção ou acordo num contrato de transporte
exonerando o armador ou o navio da responsabilidade por perda
ou dano concernente a mercadorias provenientes de negligência,
culpa ou omissão dos deveres ou obrigações preceituados neste
artigo, ou atenuando essa responsabilidade por modo diverso do
preceituado na presente Convenção. Uma cláusula cedendo o
benefício do seguro ao armador será considerada como exonerando
o armador da sua responsabilidade.

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• Conhecimento de carga
• Prova escrita do contrato de transporte celebrado
• 1ª página – menções obrigatórias referentes às partes e
mercadoria
• Verso – clausulado do contrato

• Partes no contrato de transporte – Relação tripartida


• Transportador – quem se obriga a transportar
• Carregador – aquele que solicita o transporte mediante pagamento
do preço
• Destinatário – aquele que aparece a reclamar a mercadoria no
porto de destino

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Funções do conhecimento de carga

• Recibo da mercadoria embarcada

• Titulo do contrato de transporte celebrado

• Documento negociável que descreve as


características e o estado da mercadoria e que dá
direito ao destinatário de reclamar a mercadoria no
porto de destino; - Título de crédito

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Tipos de Conhecimento de carga


• Art- 11º DL 352/86

• Nominativo (só pode ser entregue ao destinatário,


podendo ser endossado)
• À ordem
• Ao portador (transmissível através da simples
entrega)

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Convenção de Bruxelas de
25/8/1924

• Transporte de mercadorias abrange o período desde


que as mercadorias são carregadas a bordo do navio
até ao momento em são descarregadas

• Art. 23º DL 352/86


• Carregada – no porto de carga, transpõe a borda do navio de
fora para dentro
• Descarregada – no porto de descarga, transpõe a borda do
navio de dentro para fora

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Menções obrigatórias do conhecimento


Arts. 4º, 5º e 8º D.L. 352/86

• Tipo de embalagem e o acondicionamento da


mercadoria
• Estado aparente da mercadoria (cfr. art. 25º DL 352/86
– aposição de reservas; “said to contain”)
• Porto de carga e de descarga
• Data
• Número de originais emitidos (pelo menos 2 –
carregador e transportador, art. 8º nº 3 DL 352/86)

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Menções obrigatórias do conhecimento
Arts. 4º, 5º e 8º D.L. 352/86

• Nome do navio (cfr. art. 12º, 28º DL 352/86)


• Natureza da mercadoria e eventuais cuidados
especiais de que a mesma carece (cfr. temperatura
de contentor frigorífico)
• Marcas principais necessárias à identificação da
mercadoria
• Número de volumes ou de objectos e quantidade ou
o peso dos mesmos

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Obrigações do Carregador
• Pagar o frete

• Entregar / receber as mercadorias ao ritmo


indicado pelo transportador, de acordo com os
usos (art. 16º e 17º Dec.-Lei 352/86)
• Fornecer e garantir ao armador os elementos
necessários ao preenchimento dos
conhecimentos de carga (art. 4º Dec.Lei
352/86 e art. 3º Convenção)

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Obrigações do Carregador

• Responder por perdas e danos causados (art. 4º


nº 3 Convenção)
• Suportar as consequências de falsas declarações
(art. 4, nº 5 Convenção)
• Responder pelas perdas e danos resultantes do
embarque de cargas perigosas (art. 4º nº 6
Convenção)

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Convenção de Bruxelas de 25/8/1924


Obrigações do transportador

• Art. 3º nº 1 Convenção
• O armador será obrigado, antes e no início da viagem,
a exercer uma diligência razoável para:
• a) Por o navio em estado de navegabilidade
• b) Armar, equipar e aprovisionar convenientemente o navio
• c) Preparar e pôr em bom estado os porões, os frigoríficos e
todas as outras partes do navio em que as mercadorias são
carregadas, para a sua recepção, transporte e conservação

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Convenção de Bruxelas de 25/8/1924
Obrigações do transportador

• Art. 3º nº 2 Convenção de Bruxelas


• O armador procederá de modo apropriado e
diligente ao carregamento, manutenção, estiva,
guarda, cuidados e descarga das mercadorias
transportadas

• Art. 3º nº 3 Convenção de Bruxelas


• Entrega de conhecimento de embarque (cfr. DL 352/86
– menções do conhecimento – artº 4º, 5º)

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Art. 4º nº 2 - Exclusões legais do


transportador
• Nem o armador nem o navio serão responsáveis por perda ou dano
resultante ou proveniente:

a) De actos, negligência ou falta do capitão, mestre, piloto ou


empregados do armador na navegação ou na administração do
navio;
b) De um incêndio, salvo se for causado por facto ou culpa do
armador;
c) De perigos, riscos ou acidentes do mar ou de outras águas
navegáveis;
d) De casos fortuitos;
e) De factos de guerra;

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Art- 4º nº 2 - Exclusões legais do
transportador
• Nem o armador nem o navio serão responsáveis por perda ou dano
resultante ou proveniente:

f) De factos de inimigos públicos;


g) De embargo ou coacção de governo, autoridades ou povo, ou
duma apreensão judicial;
h) De uma imposição de quarentena;
i) De um acto ou duma omissão de carregador ou proprietário das
mercadorias, ou do seu agente ou representante;
j) De greves ou lock-outs, ou de suspensões ou dificuldades postas
ao trabalho, seja qual for a causa, parcialmente ou totalmente;
k) De motins ou perturbações populares;
l) De uma salvação ou tentativa de salvação de vidas ou bens no
mar;

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Art- 4º nº 2 - Exclusões legais do


transportador
• Nem o armador nem o navio serão responsáveis por perda ou dano
resultante ou proveniente:

m) De desfalque do volume ou de peso, ou de qualquer outra perda ou dano


resultante de vício oculto, natureza especial ou vício próprio da mercadoria;
n) De uma insuficiência de embalagem;
o) De uma insuficiência ou imperfeição de marcas;
p) De vícios ocultos que escapam a uma razoável diligência;
q) De qualquer outra causa não proveniente de facto ou culpa do armador,
ou de facto ou culpa de agentes ou empregados do armador, mas o encargo
da prova incumbirá à pessoa que invoca o benefício desta isenção e cumprir-
lhe-á mostrar que nem a culpa pessoal, nem o facto do armador, nem a
culpa ou o facto dos agentes ou empregados do armador contribuiram para a
perda ou dano.

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Recebedor
• Pagamento do frete quando devido
• Reclamação contra o transportador

• Várias pretensões de entrega – art. 20º DL


352/86
• Direito de retenção do transportado – art. 21º
DL 352/86
• Recusa de receber a mercadoria – art. 19º DL
352/86

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Limitação da responsabilidade do
transportador marítimo

• Art. 4º nº 5 da Convenção de Bruxelas


• (100 libras esterlinas por volume ou unidade, ou o equivalente
desta soma numa diversa moeda)
• Decreto-Lei 37 748, de 1/2/1950 fixou em 12.500$00
• Art. 31 do DL 352/86 – Valor fixado em 100.000$00
(498,80 Euros)

• (art. 5º C.Bxl – faculdade do transportador)

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Limitação da responsabilidade do
transportador marítimo
Dec.Lei 352/86
• Art. 24º - 1. Quando as mercadorias forem consolidadas,
para transporte, em contentores, paletes ou elementos
análogos, consideram-se volumes ou unidades de carga
os que estiverem enumerados no conhecimento de
carga.

2. O contentor, a palete ou o elemento análogo é


considerado, ele próprio, também um volume ou unidade
de carga, sempre que fornecido pelo carregador

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Direito de acção contra o


transportador
• Art. 3º nº 6 – Convenção de Bruxelas
• “Em todos os casos o armador e o navio ficarão libertos de toda a
responsabilidade por perdas ou danos, não sendo instaurada a
respectiva acção no prazo de um ano a contar da entrega das
mercadorias ou da data em que estas deveriam ser entregues

• Art. 27º nº 2 DL 352/86 – dois anos a partir da data em


que o lesado teve conhecimento do direito que lhe
compete

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