Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estou prestes a fazer o Surya Namáskar, a saudação ao sol. Meu ego recebe
com agrado esta intenção, pois é uma das técnicas que mais me traz bem-estar
porque simultaneamente me proporciona momentos de concentração,
contemplação, fluidez e uma não-identificação com os pensamentos
intermitentes e ações.
Inspirando, desloco o pé esquerdo para trás ficando com o corpo paralelo ao
chão (chaturanga dandásana), estabilizo meu equilíbrio nesta posição por alguns
instantes. Este ásana desperta em mim por um lado a presença e um aumento
da auto-determinação (devido ao esforço muscular) e por outro uma atitude
simbólica de prostração e agradecimento (por me aproximar da terra).
Lentamente, após flexionar levemente meus joelhos, olho para o solo, flexiono
gradualmente meus cotovelos e alinho-me para conduzir simultaneamente meus
joelhos, meu peito e meu rosto à terra em ashtangásana. Aqui percebo um
sentimento de entrega e conexão ao fluxo maior de Ser quem sou em um
aspecto mais amplo e profundo (íshwara). Inspiro e empurro o solo com os
braços, estendendo-os, abrindo o peito e crescendo para o céu em Raja
Bhujangásana. Em verdade, percebo que só existe movimento, movimento que
facilito mas não controlo totalmente, apenas permito que aconteça enquanto sou
testemunha de meu próprio ato.