Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE FÁRMACIA
RELATORIO DE ESTÁGIO
LISBOA, 2010
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE FÁRMACIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
LISBOA, 2010
Resumo
iii
orientação da Drª Sónia Correia (realização de espermogramas). Por fim, o sétimo
capítulo aborda o Controlo de Qualidade Interno e Externo realizado nas diferentes
áreas de estágio.
A Parte II deste relatório desenvolve as Metodologias Laboratoriais para
Diagnóstico e Seguimento Terapêutico nas Doenças Auto-Imunes, focando com maior
relevo a técnica de Imunofluorescência Indirecta. O trabalho referente a esta segunda
parte foi desenvolvido em consequência dos conhecimentos apreendidos no estágio de
Imunologia Humoral realizado no Serviço de Imunologia do Hospital Curry Cabral,
segundo a orientação e acompanhamento permanente da Drª Maria do Céu Santos. A
escolha do tema por parte da estagiária deveu-se ao facto dos conhecimentos
apreendidos terem possibilitado a implementação de uma nova técnica de análise no
Laboratório de Análises Clínicas Dr. Manuel Reymão Pinto, onde hoje a estagiária
trabalha – a Imunofluorescência Indirecta.
Palavras-Chave:
iv
Abstract
This report is structured in two main parts. The first part (Part I) contains the
resumed registry of the practical and theoretic learning obtain in different areas of
study during the occurring internship. The second part (Part II) goes to a specific
theme of study - Laboratory Methods for Diagnosis and Therapeutic Action in
Autoimmune Pathology.
In Part I there are seven different chapters where it is described the work done
during the internship in seven different areas of scope. Chapter one references the
work done in Clinical Analysis crops. Chapter two is a résumé of work developed in
Hematology, work that was performed, according to Dr. Carlos Mendes orientation,
at the Clinical Service of Hematology IPO OPorto (Serviço de Hematologia Clínica
do IPO Porto). Chapter three summarizes the work performed in Immunology field,
with the orientation of Dr. Gabriela Martins (internship in Cellular Immunology –
Flow Citometry), at the Clinical Service of Immunologyy IPO OPorto (Serviço de
Hematologia Clínica do IPO Porto) and with the orientation of Dr. Maria do Céu
Santos (internship in Humoral Immunology – Autoimmunity) at the Nephrology
Service, Hospital Curry Cabral (Serviço de Nefrologia do Hospital Curry Cabral); as
a note, in this first part (Part I) of the work, the citation of the developed work in
Nephrology Service, Hospital Curry Cabral (Serviço de Nefrologia do Hospital
Curry Cabral ) is very brief, since this is the subject that is vastly reported in Part II.
Chapter four is dedicated to Human Molecular Genetics, and the internship was
performed in Genetics Service IPO Oporto (Serviço de genética do IPO Porto) under
the supervising of Dr. Susana Bizarro (internship in Molecular Biology) and in
Cytogenetics Laboratory (Laboratório de Citogenética) under guidance of Dr. Cecília
Correia (internship in Classic Cytogenetics and FISH). This chapter five is dedicated
to the analysis of Clinical Biochemistry and Endocrinology, performed in Clinical
v
Biochemistry Department of Laboratory of Clinic Analysis Dr. Manuel Reymão
Pinto, S.A. (Secção de Bioquíminca Clínica do Laboratório de Análises Dr. Manuel
Reymão Pinto, S.A) under guidance of Dr. Margarida Baptista. Chapter six is
accredit to studies in Microbiology, conducted in Microbiology Department of
Laboratory of Clinic Analysis Dr. Manuel Reymão Pinto, S.A. under guidance of Dr.
Margarida Baptista and also in Service of Medical Assisted Procreation of the
Alfredo da Costa Maternity (Serviço de Procriação Medicamente Assistida da
Maternidade Alfredo da Costa), which was guided by Dr. Sónia Correia (breading
spermiograms). Lastly, chapter seven addresses the internal and external quality
control achieved in different areas of the internship.
Keywords:
vi
Índice de Páginas
vii
5.1.4. Urisys 2004, Roche .............................................................................................. 59
5.1.5. Immulite 2000, Amerlab...................................................................................... 59
5.1.6. Vidas, bioMérieux................................................................................................ 60
5.1.7. Vidia, bioMérieux ................................................................................................ 61
5.1.8. Serologia Manual................................................................................................. 62
5.2. Métodos Analíticos...................................................................................................... 62
5.2.1. Potenciometria .................................................................................................... 62
5.2.2. Fotometria ........................................................................................................... 63
5.2.3. Electroforese ....................................................................................................... 63
5.2.4. Imunoturbidimetria ............................................................................................. 64
5.2.5. Aglutinação.......................................................................................................... 64
5.2.6. Fluorescência Polarizada ..................................................................................... 64
5.2.7. ELISA (Enzyme-Linked Immunoabsorbent Assay) ............................................... 65
5.2.7.1. ELISA para a detecção de Ag ....................................................................... 66
5.2.7.2. ELISA para a detecção de Ac ....................................................................... 66
6. Microbiologia ...................................................................................................................... 68
6.1. Meios de Cultura ......................................................................................................... 69
6.2. Condições de Incubação das Sementeiras .................................................................. 70
6.3. Equipamentos ............................................................................................................. 70
6.3.1. Sistema VITEK2 Compact, bioMérieux ................................................................ 70
6.4. Técnicas utilizadas na identificação de microorganismos .......................................... 71
6.4.1. Galeria API NH do Sistema MiniApi, bioMérieux ................................................ 71
6.4.2. Coloração de Gram .............................................................................................. 71
6.4.3. Coloração de “ZIEHL - NEELSEN” (Método de coloração de Kinyoun modif. ou de
Tan - Thiam - Hok) ............................................................................................................... 71
6.4.4. Teste da Catalase................................................................................................. 72
6.4.5. Prova da Coagulase ............................................................................................. 72
6.4.6. SLIDEX Strepto Plus ............................................................................................. 72
6.4.7. Teste do Tubo Germinal ...................................................................................... 72
6.4.8. Técnica de Contraste Negativo com Tinta da China............................................ 72
6.5. Microorganismos a Valorizar nos Diferentes Produtos Biológicos: ............................ 72
6.5.1. Urina Asséptica.................................................................................................... 72
6.5.2. Exsudado Uretral e Vaginal ................................................................................. 73
6.5.3. Exsudado Nasofaríngeo ....................................................................................... 73
viii
6.5.4. Expectoração ....................................................................................................... 73
6.5.5. Fezes .................................................................................................................... 73
6.5.6. Hemoculturas ...................................................................................................... 73
6.6. Espermogramas........................................................................................................... 74
6.6.1. Avaliação Macroscópica Inicial ............................................................................ 74
6.6.1.1. Liquefacção e Viscosidade ........................................................................... 74
6.6.1.2. Aparência..................................................................................................... 75
6.6.1.3. Volume ........................................................................................................ 75
6.6.1.4. pH ................................................................................................................ 75
6.6.2. Avaliação Microscópica Essencial ....................................................................... 75
6.6.2.1. Estimativa da Concentração Espermática ................................................... 75
6.6.2.2. Motilidade ................................................................................................... 76
6.6.2.3. Presença de Elementos Celulares para além dos Espermatozóides ........... 77
6.6.2.4. Agregação e Aglutinação ............................................................................. 77
6.6.2.5. Concentração Espermática.......................................................................... 77
6.6.2.6. Morfologia ................................................................................................... 78
6.6.3. Avaliação Microscópica Complementar .............................................................. 80
6.6.3.1. Teste da Vitalidade ...................................................................................... 80
6.6.3.2. Teste da Presença de Auto-Ac Anti-Espermatozóides ................................ 81
6.6.3.3. Testes Opcionais – Testes Bioquímicos ....................................................... 81
6.6.4. Nomenclatura...................................................................................................... 82
7. Controlo de Qualidade ........................................................................................................ 84
7.1. Controlo de Qualidade Interno ................................................................................... 84
7.2. Avaliação Externa da Qualidade (AEQ) ....................................................................... 85
ix
3.1.2. Aplicação ........................................................................................................... 106
3.1.3. Células e Tecidos Utilizados .............................................................................. 107
3.1.3.1. Células Utilizadas para Ac. Anti-Nucleares (ANA): células HEp-2.............. 107
PADRÕES NUCLEARES COM SIGNIFICADO CLÍNICO .................................. 112
PADRÕES CITOPLASMÁTICOS COM SIGNIFICADO CLÍNICO ..................... 135
PADRÕES CITOPLASMÁTICOS SEM SIGNIFICADO CLÍNICO ...................... 140
3.1.3.2. Células Utilizadas para Ac. Anti-DNAds: células Crithidia luciliae ............. 148
3.1.3.3. Tecidos Utilizados para Ac. Anti-Citoplasmáticos ..................................... 150
3.1.3.4. Tecidos Utilizados para Auto-Anticorpos Específicos ............................... 162
3.2. Ensaio Imunoenzimático – ELISA Qualitativo, ensaio em “Sanduíche” .................... 167
3.2.1. Fundamento ...................................................................................................... 167
3.2.2. Aplicação ........................................................................................................... 168
3.2.3. Ensaios Executados ........................................................................................... 169
3.2.3.1. ANA Screen ................................................................................................ 169
3.3. Immunoblotting - Imunodot’s ................................................................................... 170
3.3.1. Fundamento ...................................................................................................... 170
3.3.2. Aplicação ........................................................................................................... 172
3.3.3. Perfis Executados .............................................................................................. 173
3.3.3.1. Perfil ANA (“ANA Profile 3”) ...................................................................... 173
3.3.3.2. Perfil Hepático “Liver Profile” ................................................................... 174
3.3.3.3. Perfil Miosites (“Myosite Profile 3”).......................................................... 175
3.3.3.4. Perfil Gástrico ............................................................................................ 176
3.4. Ensaio Imunoenzimático – ELISA Quantitativo, ensaio em “Sanduíche” .................. 177
3.4.1. Fundamento ...................................................................................................... 177
3.4.2. Aplicação ........................................................................................................... 178
3.4.2.1. Ac. anti-DNAds .......................................................................................... 178
3.4.2.2. Ac. anti-Nucleossoma ................................................................................ 178
3.4.2.3. Ac. anti-cardiolipina e Ac. anti-β2-glicoproteína I IgG e IgM .................... 178
3.4.2.4. Ac. anti-Proteinase 3, PR3 ou cANCA ........................................................ 178
3.4.2.5. Ac. anti-Mieloperoxidase, MPO ou pANCA ............................................... 179
3.4.2.6. Ac. anti-CCP ............................................................................................... 179
3.4.3. Outros Ensaios Executados ............................................................................... 179
3.4.3.1. Ac. anti-ICC e anti-C1q ............................................................................... 179
3.4.3.2. Ac. anti-GBM ............................................................................................. 180
x
3.4.3.3. Ac. anti-Gliadina AGA e anti-Transglutaminase tTG (IgG e IgA) ................ 180
3.4.3.4. Ac. anti-Desmogleinas 1, 3 e BP180 .......................................................... 181
4. O Futuro….......................................................................................................................... 182
5. Observações e Sugestões .................................................................................................. 183
xi
Índice de Figuras
xii
Figura 29 – Depósito de cálcio nas mãos, Esclerodermia, DAI Multi-Sistémica ......................... 96
Figura 30 – Necrose do dedo, F. de Raynaud, DAI Multi-Sistémica ............................................ 96
Figura 31 – Músculo Estriado destruído, Miosite, DAI Multi-Sistémica...................................... 97
Figura 32 – Glossite, Anemia Perniciosa, DAI Específica de Orgão ........................................... 101
Figura 33 – Intestino sem vilosidades, Doença Celíaca, DAI Específica de Orgão .................... 101
Figura 34 – Separação da epiderme, Pênfigo, DAI Específica de Orgão ................................... 102
Figura 35 – Pênfigo foliáceo, vulgaris e bulhoso. ...................................................................... 102
Figura 36 – Reacção de imunofluorescência indirecta em lâmina............................................ 105
Figura 37 – Diferentes fases do ciclo celular ............................................................................. 110
Figura 38 – A célula durante a Interfase ................................................................................... 110
Figura 39 – Estrutura do envelope nuclear. .............................................................................. 111
Figura 40 – Padrão homogéneo em células HEp-2 ................................................................... 112
Figura 41 – Padrão homogéneo em células HEp-2. Cromossomas positivos em profase,
metafase, anafase e telofase .................................................................................................... 113
Figura 42 – Padrão homogéneo em tecido hepático de macaco.............................................. 113
Figura 43 – DNA, Histonas e Nucleossoma ............................................................................... 114
Figura 44 – Padrão de Scl-70 em células HEp-2 ........................................................................ 115
Figura 45 – Padrão fino granular em células HEp-2 .................................................................. 116
Figura 46 – Diagrama do complexo SS-A/SS-B .......................................................................... 117
Figura 47 – Padrão granular em células HEp-2. ........................................................................ 118
Figura 48 – Complexo Sm-U1-snRNP ........................................................................................ 118
Figura 49 – Padrão Sm e/ou U1-snRNP em células HEp-2 ........................................................ 119
Figura 50 – Padrão PCNA em células HEp-2. ............................................................................. 120
Figura 51 – Padrão matriz nuclear em células HEp-2................................................................ 121
Figura 52 – Padrão Membrana Nuclear em células HEp-2. ...................................................... 122
Figura 53 – Padrão membranar nuclear em tecido hepático de macaco. ................................ 123
Figura 54 – Padrão Poros da Membrana Nuclear em células HEp-2. ....................................... 124
Figura 55 – Diagrama da membrana nuclear e do complexo que constitui o poro nuclear. .... 124
Figura 56 – Padrão Homogéneo Nucleolar em células HEp-2. ................................................. 125
Figura 57 – Padrão Clumpy Nucleolar nas células HEp-2.. ........................................................ 127
Figura 58 – Padrão Nucleolar Granular em células HEp-2. ....................................................... 127
Figura 59 – Padrão Nucleolar Granular com Dots Mitóticos em células HEp-2. ....................... 128
Figura 60 – Padrão nucleolar granular em células HEp-2. ........................................................ 129
Figura 61 – Padrão poucos dots nucleares em células HEp-2. .................................................. 130
xiii
Figura 62 – Padrão múltiplos dots nucleares em células HEp-2 ............................................... 131
Figura 63 – Padrão centrómeros em células HEp-2 .................................................................. 132
Figura 64 – Localização das proteínas centroméricas. .............................................................. 133
Figura 65 – Padrão centríolos em células HEp-2. ...................................................................... 134
Figura 66 – Padrão citoplasmático mitocondrial em células HEp-2. ......................................... 135
Figura 67 – Padrão Actina em células HEp-2............................................................................. 136
Figura 68 – Padrão Jo-1 em células HEp-2 ................................................................................ 137
Figura 69 – Padrão SRP em células HEp-2. ................................................................................ 138
Figura 70 – Padrão ribossomal em células HEp-2. .................................................................... 139
Figura 71 – Padrão Complexo de Golgi em células HEp-2. ....................................................... 140
Figura 72 – Padrão tropomiosina em células HEp-2. ................................................................ 141
Figura 73 – Padrão vimentina em células HEp-2....................................................................... 142
Figura 74 – Padrão Vimentina em células HEp-2. ..................................................................... 142
Figura 75 – Padrão Citoqueratina em células HEp-2. ................................................................ 143
Figura 76 – Padrão Desmina em células HEp-2. ........................................................................ 144
Figura 77 – Padrão Proteínas de Ancoragem do Citosqueleto em células HEp-2..................... 144
Figura 78 – Padrão Lisossomal em células HEp-2. .................................................................... 145
Figura 79 – Padrão Peroxissomas em células HEp-2. ................................................................ 146
Figura 80 – Protozoário Crithidia luciliae. ................................................................................. 149
Figura 81 – Fluorescência em células de Crithidia luciliae ........................................................ 150
Figura 82 – Tecidos utilizados para pesquisa de auto-anticorpos citoplasmáticos .................. 152
Figura 83 – Padrões de fluorescência característicos para auto-anticorpos anti-mitocôndriais
(AMA) ........................................................................................................................................ 155
Figura 84 – Padrões de fluorescência característicos para auto-anticorpos anti-actina (ASMA)
................................................................................................................................................... 152
Figura 85 – Padrões de fluorescência característicos para auto-anticorpos anti-LKM1 ........... 152
Figura 86 – Padrões de fluorescência característicos para auto-anticorpos anti-células parietais
(APCA) ....................................................................................................................................... 152
Figura 87 – Padrão de fluorescência característico para auto-anticorpos anti-ductos salivares
................................................................................................................................................... 162
Figura 88 – Padrão de fluorescência característico dos Auto-Anticorpos Anti-ilhéus de
Langerhans em pâncreas de macaco. ....................................................................................... 163
Figura 89 – Padrão de fluorescência característico dos auto-anticorpos anti-supra-renais em
córtex adrenal de macaco. ........................................................................................................ 164
Figura 90 – Padrão de fluorescência característico dos auto-anticorpos anti-endomísio (EMA)
em esófago de macaco.............................................................................................................. 165
xiv
Figura 91 – Padrão de fluorescência característico dos auto-anticorpos anti-músculo estriado
em músculo esquelético de macaco. ........................................................................................ 166
Figura 92 – Reacção de ELISA. ................................................................................................... 167
Figura 93 – Immunoblotting...................................................................................................... 172
Figura 94 – ELISA Quantitativa, Curva de calibração absorvância vs concentração. ................ 177
Figura 95 – ANCAs. .................................................................................................................... 184
3. Bradwell A. R., Hughes R. G., Atlas of HEp-2 Patterns, third edition, The Binding Site, 2007
4. Bradwell A. R., Stokes R. P., Johnson G. D., Atlas of Autoantibody Patterns on Tissues, second
edition, The Binding Site, 2004
xv
Índice de Tabelas
xvi
ParteI
1
1. Colheitas
1. Avaliação inicial:
Mínimo duas amostras, com intervalo entre 1 a 3 semanas;
Se a motilidade da primeira avaliação for baixa (< 25% com motilidade
progressiva) a segunda avaliação deverá ser feita o quanto antes, dado que a
motilidade diminui com o tempo;
Se os resultados entre a primeira e a segunda avaliação forem muito
diferentes, deve fazer-se uma terceira avaliação;
Os dias de abstinência para as várias avaliações deverão ser os mesmos.
2. Condições de Colheita:
Abstinência sexual mínima de 2 dias e máxima de 7 dias; menos de 2 dias de
abstinência poderá resultar em diminuição da concentração; mais de 7 dias
de abstinência poderá resultar em diminuição da motilidade e vitalidade;
Ausência de medicação e febre; febre pode causar alterações espermáticas
observáveis 10 a 12 semanas depois.
3. Colheita:
Feita por masturbação para um recipiente estéril;
Neoplasias Mieloproliferativas:
Leucemia Mielóide Crónica (LMC), BCR-ABL1 positiva;
Leucemia Neutrofílica Crónica;
Policitémia vera;
Mielofibrose Primária;
Trombocitémia Essencial;
Leucemia Eosinofílica Crónica.
Neoplasias Mielodisplásicas/Mieloproliferativas:
Leucemia Mielóide Crónica atípica, BCR-ABL1 negativa.
Leucemias Bifenotípicas
1. Citometria de fluxo:
3. Método Colorimétrico:
1. Câmara DIFF:
Para isso inicialmente são lisados os eritrócitos. Aos leucócitos são apontados
raios laser no bloco óptico de detecção; a luz difundida e dispersa são medidas, o que
permite tirar conclusões sobre o tamanho e complexidade celular, respectivamente.
Assim, o aparelho consegue distinguir as diferentes populações de leucócitos,
apresentando os resultados sobre a forma de um gráfico com o tamanho celular (FSC)
em ordenadas e a complexidade celular (SSC) em abcissas.
seus restos celulares irão aparecer na mesma zona do gráfico que os eritrócitos
resistentes à lise.
Através desta distribuição não é possível, no entanto, visualizar os basófilos,
uma vez que eles se localizam na mesma zona de distribuição que os linfócitos e, sendo
geralmente poucos, são encobertos pela população linfocitária. Assim, a contagem de
basófilos é feita numa câmara diferente.
2. Câmara WBC/BASO:
3. Câmara NRBC:
4. Canal RBC:
5. Canal de fluxo:
6. Canal RET:
decisões terapêuticas, quase que como os 150x10^9/L do limiar inferior que geralmente
se admite fora de um instituto de oncologia), este parâmetro é quantificado no canal
RET, podendo, assim, evitar-se transfusões em certos casos ou permitir-se a
quimioterapia noutros.
7. Canal IMI:
Por outro lado, este canal também dá uma ideia da existência de agregados
plaquetários (PLT Clumps), que no caso de existirem aparecerão como prolongamentos
das plaquetas isoladas. Poderá, nesse caso, ponderar-se uma pseudo-trombocitopénia,
devendo visualizar-se a lâmina a fim de a confirmar. Para a objectiva de 100x, a
observação de 5 plaquetas por campo corresponde sensivelmente a uma contagem de
100x10^9/L plaquetas.
Figura 6 – Canal IMI do aparelho Sysmex XE 2100; imagem de um sangue periférico sem
percursores mielóides nem agregados plaquetários (imagem cedidas pela Roche).
O estágio decorreu:
- No Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, Entidade
Pública Empresarial (IPOPFG, E.P.E.), Serviço de Imunologia, Laboratório de
Imunologia Celular, durante o mês de Março de 2009, sob a orientação da Drª Gabriela
Martins (Imunologia Celular). O estágio perfez um total de 154 horas.
- No Hospital Curry Cabral, Serviço de Nefrologia, Laboratório de Imunologia,
entre 7 de Setembro e 16 de Outubro, sob a orientação da Drª Maria do Céu Santos
(Imunologia Humoral). O estágio perfez um total de 150 horas.
Figura 7 – Imagem obtida nos contadores hematológicos. Gráfico com FSC (tamanho celular) no
eixo dos y, versus SSC (granularidade) no eixo dos x. Só estes dois parâmetros permitem distinguir a
população normal de linfócitos, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e restos celulares (ghost). Os poucos
basófilos são encobertos pela vasta população de linfócitos normais (imagem cedida pela Enzifarma).
Figura 8 – Imagens obtidos num Citómetro de Fluxo. Na imagem à esquerda, gráfico com SSC
(granularidade) no eixo dos y e FSC (tamanho) no eixo dos x; é possível distinguir linfócitos (vermelho),
monócitos (azul escuro), neutrófilos (verde), eosinófilos (roxo) e restos celulares (laranja); os monócitos
(azul claro) misturam-se com os linfócitos. Na imagem à direita, gráfico com CD45 (marcador
leucocitário) no eixo dos y e SSC (granularidade) no eixo dos x; é possível isolar a população
monocitóide da linfóide (imagem cedida pela Enzifarma).
Figura 9 – Fluorocromos utilizados pelo Serviço de Imunologia do IPO do Porto nos dois
citómetros existentes no serviço (imagem cedida pelo Serviço de Imunologia do IPO, Porto).
4.1.1. PCR
- Todo o material utilizado para PCR (exº: micropipetas) não deverá ser utilizado
para outros fins;
- As micropipetas deverão ser resistentes à formação de aerossóis quando se
trabalha com produtos de PCR;
- Os reagentes devem ser congelados em alíquotas individualizadas para evitar
perdas de actividade e contaminações que iriam fazer perder todo o material;
- Os reagentes deverão estar em gelo durante todo o processo de pipetagem,
sobretudo se se trabalhar com RNA porque trata-se de uma molécula mais facilmente
degradável que o DNA e porque no frio as RNAses (existentes em todo o ambiente e
sem necessidade de co-factor para actuarem) não têm actividade;
- A DNA Polimerase deverá ser o último reagente pipetado;
- Para mix’s que serão distribuídas por 10 amostras, será conveniente pipetar
reagentes para 11 amostras; para 20 amostras, pipetar reagentes para 22 amostras; etc;
- Evitar vortexar os tubos de PCR, agitando os reagentes da reacção com o
auxílio do dedo indicador;
- Para controlo de cada reacção de amplificação deverá sempre utilizar-se um
controlo negativo (feito com tudo excepto com o DNA a amplificar cujo volume é
substituído por água) e um controlo positivo (fornecido pela casa comercial ou com um
resultado fortemente positivo anterior).
4.1.1.3.RT-PCR Nested
utilizam primers mais internos em relação aos utilizados na primeira reacção; esta
segunda reacção designa-se por Nested.
Este segundo conjunto de primers utilizado na segunda reacção funciona como
um controlo extra ou uma confirmação do primeiro RT-PCR, aumentando a
sensibilidade da reacção aproximadamente de 1:1000 para 1:1x10^6. Ou seja, poderá
acontecer que os primers na primeira reacção se liguem a uma zona diferente
(inespecífica) da que se pretende amplificar, mas nesse caso o segundo conjunto de
primers (mais internos) não se irá ligar ao produto da primeira reacção não havendo
amplificação do sinal; se se fizesse correr num gel de agarose, o produto da primeira
reacção visualizar-se-ia como uma banda (que até poderia apresentar o mesmo peso
molecular que a banda esperada), mas ao se fazer correr noutro gel o produto da
segunda reacção não se obteria qualquer banda.
Também a especificidade do processo aumenta, passando a visualizar-se muito
menos bandas inespecíficas no gel de agarose realizado para o produto da segunda
reacção.
Trata-se de uma variação à reacção de PCR que utiliza uma DNA Polimerase
(com actividade de proofreading) que tem a capacidade de amplificar um fragmento
muito maior de DNA, de 5 kb a 40 kb.
Figura 10 – Diferentes fases de uma reacção de PCR (imagem cedida pelo Serviço de Genética,
IPO Porto).
forward R Q R
pr Q
5primer 3 5' 3'
3 ob 5 3' 5'
'5 ' 3 3'
' e '5 5' 5'
reverse
1.' '
primer ' 2. strand displacement
polymerisatio
n
R
R Q
Q
5' 3'
3' 5' 5'
3' 5'
5' 3'
5' 5' 3'
3' 5'
3. cleavage
4. polymerisation completed
fluorescent signal
End point
not quantitative
quantiquantitative
) threshold of
detection
detection
PCR cycles (
Low C CT High CT
(high copy T no.) (low copy no.)
T
T
Figura 12 – Leitura do produto Tde PCR na fase exponencial (threshold of detection); quanto mais
cedo o produto entrar na fase exponencial, maior o número de cópias, maior a quantidade inicial de
material genético da amostra (imagem cedida pelo Serviço de Genética, IPO Porto).
4.1.3. Electroforese
tamanho de fragmentos de DNA obtidos quando parando a sua migração em gel com a
migração de fragmentos cujo tamanho é conhecido (marcador de peso molecular, que se
faz correr como uma amostra).
As moléculas do mesmo tamanho migram conjuntamente e formam bandas que
podem depois ser visualizadas com o auxílio de luz ultravioleta num transiluminador.
Para tal, é necessário incluir no gel brometo de etídio, uma substância mutagénica que
se intercala nas cadeias de DNA e que, após exposição a raios UV, emite fluorescência
alaranjada.
4.1.3.2.Electroforese Capilar
Sequenciação Automática
do DNA sequenciado. Quanto mais altos e agudos forem os picos mais qualidade
apresentam.
Análise de Fragmentos
ele resultante de digestão enzimática ou o produto inteiro de PCR. Contudo, neste caso
os fluorocromos estão agarrados aos primers que se utilizam na reacção de PCR prévia.
4.2. Citogenética
Figura 15 – Cariograma normal do sexo masculino (46,XY) (imagem cedida pelo Laboratório de
Citogenética do IPO Porto).
Figura 18 – FISH, Sondas de Painting para os cromossomas 19, a verde, permitindo confirmar a
presença de material deste cromossoma num cromossoma marcador (imagem cedida pelo Laboratório de
Citogenética do IPO Porto).
Sondas Alfa-Satélite
O DNA alfa-satélite é composto por elementos de sequência repetitiva,
localizado junto aos centrómeros. Na maioria das vezes, trata-se de sequências
repetitivas específicas de cada cromossoma.
As sondas alfa-satélite vão-se ligar a estes locais, perto dos centrómeros.
Consoante a sua sequência, vão-se ligar especificamente a um determinado
cromossoma. São utilizadas para determinar a ploidia.
Figura 19 – FISH, Sondas Alfa-Satélite para os cromossomas 4, 6, 17, 10, 18 e 21; observa-se
trissomia dos cromossomas 4, 6, 17, 18 e 21 (imagem cedida pelo Laboratório de Citogenética do IPO
Porto).
D5S721/D5S722
EGR1
Figura 20 – FISH, Sondas de Sequência Única. Uma sonda verde ligada a 5p15.2 (região génica
D5S721 e D5S722) e outra vermelha ligada a 5q31 (região génica EGR1) do cromossoma 5. No exemplo
dado existe delecção do braço longo (q) de um cromossoma 5 - SMD com del(5q) - de onde resulta a
ausência de um sinal vermelho para 5q31 (imagem cedida pelo Laboratório de Citogenética do IPO
Porto).
Figura 21 – FISH, Sondas Dual Color, Sigle Fusion. Uma sonda flanqueia a região 9q34 do
cromossoma 9 (sinal a vermelho) e outra flanqueia a região 22q11.2 do cromossoma 22 (sinal a verde).
Sempre que existe LMC com t(9;22)(q34;q11.2) com genes de fusão BCR-ABL, em 22q11.2 e em 9q34
respectivamente, a sonda vermelha funde-se com a sonda verde, originando um sinal de fusão amarelo.
“Dual color” (vermelho e verde) corresponde aos cromossomas 9 e 22 não translocados; cor “single”
(amarelo, junto com o sinal vermelho e verde) corresponde a “fusion” dos outros dois cromossomas 9 e
22 (imagem cedida pelo Laboratório de Citogenética do IPO Porto).
ES (Extra Signal)
Com recurso às sondas dual color, single fusion muitas vezes obtêm-se falsos
resultados positivos porque pode acontecer que haja sobreposição casual do sinal
vermelho e verde, originando um sinal amarelo, se os cromossomas estiverem
sobrepostos sem que, no entanto, exista translocação.
Para que se reduza a frequência de falsos positivos devido a co-localização
acidental dos sinais, recorre-se a sondas extra signal; isto é, utiliza-se uma sonda
idêntica à utilizada nas sondas dual color, single fusion (que flanqueia o ponto de
quebra de um gene) e outra sonda grande que, em vez de flanquear o ponto de quebra do
outro gene, cobre / ultrapassa o ponto de quebra. Assim, sempre que ocorrer
translocação, para além do sinal de fusão terá de se observar também um sinal extra que
corresponde ao bocado da sonda grande que partiu como resultado da translocação.
TEL
AML1
Figura 22 – FISH, Sondas Extra Signal. Uma sonda flanqueia a região 12p13 do cromossoma 12
(sinal a verde) e outra cobre o ponto de quebra 21q22 do cromossoma 21 (sinal vermelho). Sempre que
existe LMA com t(12;21)(p13;q22), com genes de fusão TEL-AML1 nas regiões 12p13 e 21q22
respectivamente, a sonda vermelha funde-se com a verde dando origem a um sinal de fusão amarelo no
cromossoma translocado e a um sinal extra vermelho que resulta da quebra da sonda que cobre a região
21q22. Serão ainda visíveis outro sinal verde e vermelho que correspondem aos cromossomas 12 e 21 não
translocados, respectivamente. Na imagem não se consegue visualizar o sinal verde individualizado do
cromossoma 12 não translocado (imagem cedida pelo Laboratório de Citogenética do IPO Porto).
Figura 23 – FISH, Sondas Dual Color Dual Fusion. Uma sonda cobre o ponto de quebra na
região 14q32 do cromossoma 14 (sinal a verde) e outra cobre o ponto de quebra na região 18q21 do
cromossoma 18 (sinal a vermelho). Sempre que existe LNH Folicular com t(14;18)(q32;q21), com genes
de fusão IgH-Bcl2 nas regiões 14q32 e 18q21 respectivamente, metade da sonda verde funde-se com a
sonda vermelha e a outra metade da sonda verde funde-se com a outra metade da sonda vermelha,
originando dois sinais de fusão. O outro cromossoma 14 não translocado dará origem a um sinal verde,
enquanto que o outro cromossoma 18 não translocado originará um sinal vermelho (imagem cedida pelo
Laboratório de Citogenética do IPO Porto).
Figura 24 – FISH, Sonda Dual Color, Break Apart para o gene MLL em 11q23, com ligeira
sobreposição das cores verde e vermelha da sonda. O cromossoma 11 não translocado apresenta um sinal
de fusão amarelo. O cromossoma 11 translocado origina a quebra do gene MLL e, assim, das duas
sondas, levando à separação da sonda, com consequente observação de um sinal verde e outro vermelho
separados. Não se sabe com que gene o MLL está translocado (imagem cedida pelo Laboratório de
Citogenética do IPO Porto).
por citogenética clássica, sendo por isso sempre necessária a avaliação por FISH no
diagnóstico.
Linfoma Folicular
Este linfoma caracteriza-se por rearranjos no gene Bcl2 em 18q21, sobretudo
pela t(14;18)(q32;q21) (gene IgH), observável por Citogenética Clássica. Contudo,
sempre que há suspeita de um LNH Folicular, utiliza-se também por FISH uma sonda
dual color, dual fusion para a t(14;18)(q32;q21).
Linfoma do Manto
A alteração citogenética mais característica é a t(11;14)(q13;q32), estando
presente na maioria dos casos e sendo considerada a anomalia primária. Contudo, esta
alteração não é patognomónica da patologia, podendo aparecer noutras alterações
neoplásicas. Esta alteração é observável por Citogenética Clássica. No entanto, sempre
que há suspeita de um LNH do Manto, utiliza-se também por FISH uma sonda dual
color dual fusion para esta translocação.
Linfoma de Burkitt
A maioria dos casos apresenta rearranjos do gene MYC em 8q24, originando a
t(8;14)(q24;q32) (gene IgH em 14q32) ou, mais raramente, a t(8;22)(q24;q11) (gene
IgL κ) ou a t(2;8)(p12;q24) (gene IgL loci), todas elas visíveis por Citogenética
Clássica. Sempre que se suspeita deste tipo de linfoma faz-se também por FISH a
pesquisa de alterações envolvendo o gene MYC em 8q24, utilizando-se uma sonda dual
color, break apart.
Módulos E:
TSH
Electroquimioluminescência (Sandwich) Soro/Plasma
(hormona estimuladora da tiróide)
Módulos P:
Parâmetros Método Amostra
Módulo ISE:
Parâmetros Método Amostra
Ionograma (Sódio, Potássio e Cloro) Pontenciometria Indirecta com Eléctrodos Selectivos Soro
C3 Imunoturbidimetria Soro
C4 Imunoturbidimetria Soro
Cor
pH
Nitritos
Proteínas
Urina
Tiras
Glicose
Reflectância Fotométrica
Cetonas
Urobilinogénios
Bilirrubinas
Leucócitos
Eritrócitos
Amostra
Parâmetro Método
Cortisol Soro
Delta–4–Androstenediona Soro
Homocisteina Plasma/Soro
(Testosterona Total/SHBG)
Testosterona Livre Soro
x100
Testes de Diagnóstico:
Parâmetro Método Amostra
β2–Microglobulina
Citomegalovirus IgG
Citomegalovirus IgM
Mioglobina
NT-ProBNP
Troponina I
Testes Confirmatórios:
Parâmetro Método Amostra
Ac Anti-HBc
Ag HBs
Fotoquimioluminescência
Rubéola IgG
(Sandwich) Soro/Plasma
Rubéola IgM
ELFA
Toxoplasmose IgG
Toxoplasmose IgM
Soro/ Plasma/
MonoTeste / Paul Bunnell, Innovacon Mononucleosa Infecciosa Cromatografia
Sangue total
5.2.1. Potenciometria
5.2.2. Fotometria
5.2.3. Electroforese
Refere-se à migração de solutos ou partículas com carga, num meio líquido, sob
a influência de um campo eléctrico (mobilidade electroforética). Na electroforese de
zona a migração faz-se sobre um suporte sólido poroso, que poderá ser um gel de
agarose. As moléculas que possuam uma carga eléctrica em virtude da ionização
movem-se para o cátodo ou para o ânodo no sistema de electroforese, dependendo do
tipo de carga que apresentem; a migração dar-se-á para o pólo de sinal contrário à sua
carga. O tampão tem não só a função de conferir carga às partículas, como também a de
conduzir a corrente eléctrica. A mobilidade electroforética é inversamente proporcional
5.2.4. Imunoturbidimetria
5.2.5. Aglutinação
ELISA Sandwich
ELISA de Competição
ELISA Indirecta
ELISA de Competição
Funciona como a Elisa de Competição para pesquisa de Ag, mas neste caso a
amostra é previamente incubada com uma solução com Ag específicos para os Ac em
pesquisa, sendo superfície sólida revestida com Ag.
ELISA de Captura de Ac
O estágio decorreu:
- Na Maternidade Alfredo da Costa, no Serviço de Procriação Medicamente
Assistida, durante a segunda quinzena do mês de Outubro, sob a orientação da Drª Sónia
Correia. O estágio perfez um total de 80 horas.
- No Laboratório de Análises Clínicas Dr. Manuel Reymão Pinto, SA, em
Lisboa, na Secção de Microbiologia, durante os meses de Novembro e Dezembro de
2009 sob a orientação da Drª Margarida Baptista. O estágio perfez um total de 320
horas.
C.P.S. ID3: Meio cromogénico usado para o isolamento, identificação e contagem das
colónias das bactérias presentes na urina; E. coli (produtoras de ß-glucuronidase):
coloração vermelho escuro; Enterococcus (produtor de glucosidase): coloração
turquesa; Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Citrobacter (KESC) (exprimem ß-
Glucosidase): coloração verde a castanha esverdeada; Proteae (exprime desaminase):
coloração castanha.
MacCONKEY: Meio selectivo para o isolamento das bactérias Gram negativas; tendo
cristal de violeta, permite evidenciar a fermentação de lactose pela viragem do vermelho
neutro; os microorganismos que fermentam a lactose originam colónias rosas ou
vermelhas; os outros originam colónias incolores ou ligeiramente beges.
6.3. Equipamentos
6.5.4. Expectoração
6.5.5. Fezes
6.5.6. Hemoculturas
6.6. Espermogramas
- Deverá ser feita logo que o esperma esteja liquefeito e, no máximo, uma hora
após a colheita;
- Entre a colheita e a análise o esperma poderá ficar à temperatura ambiente
(preferencialmente) ou na estufa a 37º (diminui mais a motilidade);
- Homogeneizar gentilmente o esperma no recipiente original; não vortexar e,
em caso de se utilizar uma pipeta, optar pelas de grande calibre;
6.6.1.1.Liquefacção e Viscosidade
6.6.1.2.Aparência
6.6.1.3.Volume
6.6.1.4.pH
- Deverá ser feita logo que o esperma esteja liquefeito e, no máximo, uma hora
após a colheita;
- Realizada preferencialmente num microscópio de contraste de fase;
- Preparação a fresco;
- Serve para decidir a diluição que será feita, a fim de determinar posteriormente
a concentração espermática;
1-2 -
3 - 15 1:5
15 – 40 1:10
40 – 200 1:20
6.6.2.2.Motilidade
6.6.2.4.Agregação e Aglutinação
6.6.2.5.Concentração Espermática
- Valores de Referência:
Concentração Espermática: ≥ 20x10^6 spz/mL;
Número total de Espermatozóides: ≥ 40x10^6 por ejaculado
(concentração x volume ejaculado).
6.6.2.6.Morfologia
Normais:
- Cabeça com comprimento 4-5 μm e largura 2,5-3,5 μm
(usar micrómetro), com relação comprimento/largura de 1,5 a
1,75;
- O acrossoma (contém enzimas que ajudam os spz a
penetrar na zona pelúcida dos óvulos) compreende 40 a 70% da
cabeça; a região pós-acrossómica contém o núcleo dos spz;
- Vacúolos ocupam menos de 20% do tamanho da cabeça;
- Gotas citoplasmáticas (resíduos da maturação
espermática; alteração da maturação final no epidídimo) ocupam
menos de 1/2 do tamanho da cabeça;
- Cauda 1,5 vezes maior que a cabeça, não enroladas e
mais fina que a peça intermédia.
- Múltipla;
- Partida,
- Enrolada;
- Gota citoplasmática que ocupa mais de 1/2 da cabeça.
6.6.3.1.Teste da Vitalidade
Teste da Eosina-Nigrosina:
- Misturar eosina, nigrosina e sémen; observar uma gota do preparado
ao microscópio;
- Os espermatozóides mortos (membrana rota) irão incorporar a eosina,
aparecendo vermelhos; os espermatozóides vivos manter-se-ão
incolores; a nigrosina origina um fundo escuro que facilita a
visualização da lâmina;
Para o epidídimo:
o α-glucosidase neutra;
- Valor de Referência ≥ 20 um/ejaculado;
6.6.4. Nomenclatura
NORMOZOOSPERMIA
Ejaculado normal definido pelos vários Valores de Referência.
ASPERMIA
Ausência de ejaculado.
HIPOSPERMIA
Volume de esperma abaixo dos Valores de Referência.
HIPERESPERMIA
Volume de esperma acima dos Valores de Referência.
AZOOSPERMIA
Ausência de espermatozóides no ejaculado.
POLIZOOSPERMIA
Concentração espermática > 250x10^6 spz/mL.
OLIGOZOOSPERMIA
Concentração espermática < 20x10^6 spz/mL.
OLIGOZOOSPERMIA GRAVE
Concentração espermática < 5x10^6 spz/mL.
ASTENOZOOSPERMIA
Motilidade abaixo dos Valores de Referência.
TERATOZOOSPERMIA
Morfologia abaixo do Valor de Referência.
OLIGOASTENOTERATOZOOSPERMIA (OTA)
Combinação das 3 definições anteriores.
NECROZOOSPERMIA
Vitalidade abaixo do Valor de Referência.
Serviço de Nefrologia
Laboratório de Imunologia
1. Factores Extrínsecos:
- Infecções (promovem alterações celulares);
- Tabaco;
- Drogas;
- Radiação UV;
- Metais pesados;
- Produtos químicos.
2. Factores Intrínsecos:
- Idade;
- Factores hormonais (embora a progesterona seja imunossupressora, os
estrogénios e a prolactina potenciam a resposta imunológica; daí que as DAI sejam,
regra geral, mais frequentes nas mulheres);
- Deficiências na via do Complemento (défice no C1q e C4 impedem a remoção
eficiente dos corpos apoptóticos) e nas células reguladoras (Imunodeficiência);
- Factores Genéticos (Predisposição Genética):
o Sistema HLA (a expressão de haplotipos particulares do Sistema HLA
aumenta a susceptibilidade para as DAI; praticamente todas as DAI
Vera Lúcia da Silva Fragoso Lopes 92 |
Auto-Imunidade
revelam uma associação com este Sistema; o mesmo é dizer que existem
genes de susceptibilidade à doença; por exemplo, quem expressa HLA
DR2 ou 3, apresenta uma maior proporção para o desenvolvimento de
Lúpus Eritematoso Sistémico);
o Activação e regulação celular (genes não HLA também regulam a
resposta imunitária, pelo que podem contribuir para uma predisposição
genética para certas DAI; por exemplo, genes localizados no
cromossoma X parecem desempenhar papel importante no
desenvolvimento das DAI);
o Apoptose (deficiência no gene Fas leva a que a apoptose não ocorra,
perpetuando-se o estado de proliferação);
Anticorpos anti-fosfolipídicos:
- Anti-Cardiolipina IgG e IgM
Afecta 40 em cada
Presença de auto-anticorpos - Tromboses arteriais e venosas (presentes em SFA mas
100 000 pessoas.
dirigidos contra a proteína β2- recorrentes; também em infecções);
Glicoproteina I. Esta proteína vai - Trombocitopénia; - Anti-β2-Glicoproteina I
Sobretudo
depois ligar-se à maioria das - Em grávidas conduzem a abortos (diferencia os ac. cardiolipina
mulheres entre 15 e
cargas negativas das cabeças dos repetidos, HTA, pré-eclampsia e relacionados com infecções
Síndrome Antifosfolipídico 30 anos ou acima
fosfolípidos, como a cardiolipina (é Diabetes gestacional. dos não relacionados com
(SAF) dos 60 anos.
co-factor da cardiolipina). Os infecções, embora um nº
fosfolípidos atacados encontram- Laboratório: significativo de doentes com
Afecta sobretudo
se, sobretudo, nas camadas - Hemograma: trombocitopénia infecções permaneça positivo
indivíduos com
endoteliais capilares e membranas moderada; também com β2-Glicoproteina
LES.
plaquetares. - Presença de anticoagulante I); só altos títulos
lúpico. correspondem a SAF,
podendo baixos títulos
corresponder a infecções;
- Sinovite (inflamação das
articulações) simétrica , sobretudo
Produção de auto-anticorpos anti- das mãos e pulsos, mas também
IgM (factor reumatóide), com pés, tornozelos, ombros e coluna;
consequente deposição de - Destruição das artticulações e Auto Ac. Principais:
Artrite Reumatóide Afecta 40 em cada
imunocomplexos nas articulações. formação de nódulos em torno das - Factor Reumatóide (baixa
(AR) 100 000 pessoas.
Segue-se um chamamento de articulações interfalângeas, com especificidade);
leucócitos a este local com dor crónica associada; - Anti-CCP “cyclic citrullinated
Sobretudo
produção de citocinas e - Anquilação (dificuldade de peptides” (especificidade de
mulheres, na
proliferação das células sinoviais movimento), sobretudo logo pela 95% para AR; a mesma
proporção de 3:1.
das articulações com formação do manhã; sensibilidade que FR; pode
panus (tecido granular que crece - Manifestações extra-articulares: aparecer anos antes das
Afecta todas as
tipo tumor benigno). Tal evento coração, pulmões, SNC, olho, manifestações clínicas).
idades.
leva à libertação de enzimas que músculos, rins, TGI, etc; Outros Auto Ac.:
Fig 27 – Sinovite das gradualmente vão destruindo a - Manifestações inespecíficas - hnRNP;
HLA DRB1 e DR4
mãos, AR, DAI Multi- cartilagem e o osso. As citocinas (febre, anorexia, fadiga, anemia). - RNA Polimerase I;
(80% dos casos).
Sistémicas. libertadas entram em circulação, - NOR.
sendo as responsáveis pelas Laboratório:
manifestações extra-articulares. - Hemograma: anemia
normocrómica e normocítica;
possível trobocitose e eosinofilia.
- Inflamação com aumento das
Síndrome de Sjögren (SS) glândulas salivares; redução da
salivação;
- Inflamação das glândulas Auto Ac. Principias:
lacrimais; olhos secos, com ardor - SS-A (Ro);
e sensíveis à luz; conjuntivite; - SS-B (La) (mais especifico
- Manifestações extra-glandulares: mas menos sensível que SS-
Sobretudo
Etiologia desconhecida. Os auto- envolvimento do SNC (depressão), A);
mulheres na
anticorpos atacam os tecidos envolvimento pulmonar,
proporção 9:1.
epiteliais glandulares (glândulas envolvimento renal (nefrite Outros Auto Ac.:
exócrinas salivares e lacrimais) e intersticial, glomerulonefrite), - RNA Polimerase II e III;
Aparecimento entre
extra-glandulares. envolvimento hepático - sp100;
os 30 e os 60 anos.
esplenomegália, linfoadenopatias, - Centrómero;
úlceras nas pernas; - Centríolo;
- Manifestações inespecíficas - Mitocôndria;
Fig 28– Aumento das (fadiga). - Golgi.
parótidas, SS, DAI Multi-
Sistémicas Laboratório:
- Crioglobulinas (20%).
Manifestações
DAI Epidemiologia e Auto-anticorpos
Fisiopatologia Clínicas e
Multi-sistémica Associação HLA Presentes
Laboratório
Auto Ac. Principais:
- centrómero (CENP)
- Fenómeno de Raynaud (elevada especificidade);
Limitada Cutânea (mãos e face)
pessoas.
(“tobacco bag mouth”;
- Depósitos de cálcio na Auto Ac. Principias:
Sobretudo mulheres na - Scl-70 (elevada
pele;
proporção de 4:1. especificidade);
- Envolvimento vascular
de outros órgãos - RNA Polimerase II e III
Raça negra mais (relação com crise renal e
(músculos, ossos, TGI,
(progressão rápida dos dedos para o tronco)
- Calcinose cutânea
- Raynaud’s fenómeno menos de 12% dos
- Esofágica, disfunção casos);
(diminuição peristaltismo - RNA Polimerase I
esófago e refluxo Outros Auto Ac:
gastroesofágico) - AMA-M2 (maior
Fig 29 – Depósitos de cálcio nas - eSclerodactilia susceptibilidade para
(espessamento dedeos e CBP);
mãos, Esclerodermia, DAI Multi-
mãos, dobrando os - NOR;
Sistémicas. - centrómero (raro);
dedos)
- Telangiectasia - Histonas;
- SS-A e SS-B;
Laboratório: - hnRNP;
- Níveis do C diminuídos; - RNA helicase II;
- centríolos;
-ku;
-MSA-2.
Fenómeno de Raynaud
Fenómeno de Raynaud Primário (Doença de R):
-Aumento da actividade do SN
- Ataques com 1º palidez;
Simpático;
2º cianose periférica, 3º
- Elevada reactividade vascular dos
rubor das mãos e pés;
dedos a estímulos que conduzem à
- Dor ao fim de alguns
vasoconstrição (exº: frio e stress); O diagnóstico não é feito
ataques;
- Aumento de substâncias vasoactivas Sobretudo mulheres na por auto-anticorpos.
- Parestesias simétricas;
em circulação; proporção de 5:1. Contudo, os seguintes
Fenómeno de Raynaud
- Diminuição da pressão intravascular; podem estar presentes:
secundário (Síndrome
↓ Sintomas geralmente - Scl-70;
de R): associação com
Vasoespasmos das artérias e antes dos 40 anos. - NOR;
outras patologias como
arteríolas. Consequente destruição dos - Centrómero;
LES, AR, SS,
vasos sanguíneos com alteração do Sobretudo em países - Centríolo;
escleroderma e
fluxo sanguíneo, activação plaquetar, frios. - MSA-2;
polimiosite
aumento da fibrinólise, aumento da - Mitocôndria.
- Parestesias
viscosidade e do stress oxidativo.
assimétricas mais
Fig 30 – Necrose do dedo, intensas e dolorosas;
O Fenómeno de Raynaud Secundário
F. Raynaud, DAI - Ulceração e gangrena
advém de outras patologias.
MSSistémicas dos dedos das mãos e
pés
Principais Auto
Muito variadas, mas mais Ac.:
frequentemente: - U1-snRNP (altos
- Fenómeno de Raynaud; títulos; não são
- Inchaço dos dedos; específicos).
Doença Mista do Tecido Síndrome de sobreposição de sintomas - Artrites; Outros Auto Ac.:
característicos de LES, escleroderma e - Miosites; - SS-A (Ro);
Conjuntivo (DMTC) polidermatomiosite, com quadro clínico - Disfunção esofágica; - SS-B (La);
ou Síndrome de Sharp indiferenciado. - Hipertensão pulmonar; - RNA Polimerase II
- Rash cutâneo; e III;
- Envolvimento cardíaco; - hnRNP;
- Geralmente, sem manifestações - RNA Polimerase I:
renais e neurológicas. - RNA Helicase II;
- Actina.
neutrófilos para a produção de ROS e Sobretudo homens na pele (púrpura), nervos periféricos, fígado, 70% dos casos;
para a libertação de enzimas líticas, o proporção 2:1.. coração; - cANCA (PR3) em
que conduz à lise do endotélio dos - Manifestações inespecíficas (anorexia, 25% dos casos.
pequenos vasos. Pico de incidência aos febre, artralgia, mialgia)
60-65 anos.
Laboratório:
VASCULITES SISTÉMICAS (inflamação dos vasos)
Manifestações agudas:
- Aumento do glicogenólise:
hiperglicémia, glicosúria, desidratação,
poliúria, hipotensão, hipoperfusão,
extremidades frias, aumento da
pulsação, possível coma hiperosmolar;
- Aumento da proteólise: amoniémia,
vómito;
A presença de genes de susceptibilidade
- Aumento da lipólise: cetonémia,
ligados ao HLA conduzem à expressão de
acidose metabólica, disrritmias ou
baixos níveis de CD28 nos linfócitos T – uma
enfarto, possível coma cetogénico;
molécula superficial de regulação negativa
- Polidipsia, polifagia, perda de peso;
dos linfócitos T. Assim, surgem em circulação
- ICAs (ac anti-
mais linfócitos T auto-reactivos que atacam as
Manifestações crónicas: células dos
células β dos ilhéus de Langerhans do Manifesta-se na
- Dermopatia diabética (infecções ilhéus);
pâncreas. A destruição destas células expõe idade jovem.
cutâneas frequentes, ulceração, pé - IAAs (ac anti-
Diabetes Mellitus moléculas anteriormente “escondidas” no seu
diabético); insulina);
tipo 1 interior, o que conduz, por sua vez, à Associação a HLA
- Retinopatia diabética (glaucoma, - GAD (ac anti-
formação de auto-anticorpos anti-células β DR3 e DR4, DQ2 e
cataratas, cegueira); descarboxilase
(ICAs) pelos linfócitos B. Estes auto- DQ8.
- Nefropatia diabética (síndrome do ácido
anticorpos vão destruindo ainda mais células
nefrótico, insuficiência renal crónica, glutâmico).
β, com consequente diminuição progressiva
aterosclerose renal, pielonefrites
da síntese de insulina. Quando mais de 80%
frequentes)
das células β estão destruídas, instala-se a
- Macroangiopatia diabética (HTA,
Diabetes Mellitus tipo 1. Estes doentes são,
aterosclerose, claudicação)
portanto, todos insulino-dependentes.
- Neuropatia diabética (parestesias,
obstipação)
Laboratório:
- Sangue: hiperglicémia, HbA1c
aumentada, amoniémia, cetonémia,
acidose metabólica;
- Urina: glicosúria, poliúria, cetonúria.
- Por diminuição da aldosterona:
hipotensão arterial, hiponatrémia com
avidez por sal, hipercaliémia,
Presença de auto-anticorpos (ACAs), por desidratação com possível choque
diminuição de linfócitos T supressores, que hipovolémico e coma;
destroem todos as zonas do cortéx adrenal Afecta 1 em cada - Por diminuição de cortisol:
(supra-renais): zona externa glomerulosa com 8000 pessoas. hipoglicémia, anorexia, perda de
diminuição da produção de apetite, náuseas, vómitos, dor
mineralocorticóides (exº aldosterona), zona Sobretudo homens abdominal, febre, apatia, depressão;
Doença de Addison média fasciculada com diminuição da durantes as - Por diminuição dos androgénios nas
- ACAs (ac. anti-
produção de glucocorticóides (exº cortisol) e primeiras duas mulheres: diminuição da libido e da
Autoimune zona interna reticulada com diminuição da décadas de vida. pilosidade;
córtex adrenal)
(Addison Primário) (altos títulos)
produção de androgénios (exº DHEA, Mulheres após os 40 - Por aumento do ACTH:
androstenediona). Consequentemente, por anos. hiperpigmentação da pele.
feedback, verifica-se aumento da produção de
CRH (hipotálamo) e ACTH (hipófise). Associa-se a HLA Laboratório:
Por vezes a medula adrenal também é B8, DR3 e DR4. - Diminuição da aldosterona,
destruída deixando de haver produção de hiponatrémia, hipercaliémia;
catecolaminas (noradrenalina e adrenalina). - Diminuição do cortisol, hipoglicémia;
- Diminuição da DHEA e
androstenediona;
- Aumento de ACTH
- Assintomáticos (60%);
- Icterícia (por aumento da
bilirrubina não conjugada);
- Prurido (por regurgitação dos
sais biliares para o sangue);
- Hipercolestolémia (por
regurgitação do colesterol para o
sangue);
- Dor na zona superior direita do
abdómen; Principais Auto Ac.:
- Hepatoesplenomegália; - AMA-M2 (também M4,
A exposição a factores ambientais (bactérias,
- Fadiga; M8 e M9)
químicos) e factores genéticos diminuem a Sobretudo mulheres
Cirrose Biliar - Esteatorreia; Outros Auto Ac.:
tolerância ao self. Verifica-se infiltração de (mais de 90%).
- Osteopénia ou osteoporose; - gp 210;
Primária linfócitos B e T em torno dos canalículos biliares
- Hipertensão portal; - p80 coilina;
(CBP) do fígado, com consequente colestase e Sobretudo entre os
- Carcinoma hepatocelular; - sp100;
destruição dos hepatócitos com fibrose. A 40 e 60 anos.
- Cirrose; - PML;
doença progride para cirrose.
- Actina (elevados
Laboratório: títulos)
- Elevados níveis de bilirrubina
livre e PAL;
- Ligeiro aumento de
transaminases e γ-GT;
- Aumento dos sais biliares e do
colesterol;
- Aumento do TP;
- Fezes esteatorreicas e claras;
- Urina escura.
Anemia Perniciosa:
- Anemia megaloblástica, com
consequente palidez e fadiga;
A Gastrite Atrófica Crónica - Glossite atrófica, com
Gastrite Autoimune do caracteriza-se por uma infiltração consequente perda de apetite
tipo A (Gastrite Atrófica celular inflamatória (linfócitos, e língua vermelha;
Crónica) granulócitos e plasmócitos) da - Alterações intestinais Gastrite Atrófica Crónica:
e Anemia Perniciosa mucosa gástrica devido à presença (diarreia) por falta de absorção - Ac. anti-células parietais
de auto-anticorpos anti-células da vitB12, com risco (APCA) (presentes em 90%
parietais. Esta reacção inflamatória aumentado para dos casos).
crónica vai aos poucos substituindo Anemia Perniciosa adenocarcinoma gástrico;
as células pépticas e parietais sobretudo - Desmielinização dos Anemia Perniciosa:
gástricas por células mucóides mulheres idosas neurónios por défice de vitB12, - Ac. anti-células parietais
(metaplasia gástrica). do norte da com consequente neuropatia (APCA) (presentes em 90%
Com o tempo, as células parietais Europa. periférica (tremores, dos casos; não presentes
deixam de produzir vitamina B12; diminuição dos reflexos, etc). em doença avançada);
por outro lado, surgem ac. anti-factor - Ac anti-factor intrínseco
Fig 32 – Glossite, Anemia intrínseco (FI) que impedem a Laboratório: (FI) (presentes em 70% dos
perniciosa, DAI Específica síntese gástrica de FI e a - Diminuição do HCl e do casos).
de Orgâo consequente absorção intestinal da pepsinogénio; aumento da
vitamina B12 exógena; desenvolve- gastrina;
se, assim, Anemia Perniciosa. - Hemograma: anemia
megaloblástica,
hipersegmentação neutrófilos,
leucopénia, trombocitopénia
(A. Perniciosa);
- Diminuição da vitB12 (A.
Perniciosa);
- Ac. anti-FI (A. Perniciosa)
A presença de certos HLA conduz a
incapacidade geneticamente - Ac anti-Endomísio EMA
determinada de induzir tolerância -Sintomas gastrointestinais IgA (trata-se dos ac mais
oral à gliadina – uma das fracções (diarreia, flatulência, enjoo, sensíveis 99% e específicos
do glúten, presente no trigo, cevada, vómitos, dor de estômago); 99% para a DC; contudo
Doença Celíaca centeio, aveia. Assim, no intestino - Distúrbios na reprodução têm que se analisar por
(DC) delgado – zona de maior contacto (distúrbios menstruais, IFA);
com a gliadina ingerida – após a sua adolescência atrasada, - Ac. anti-Transglutaminase
absorção na mucosa intestinal, a fertilidade diminuída, perda tTg IgA e IgG
gliadina é desaminada pela enzima fetal); (funcionalmente
Afecta 1 em cada
transglutaminase tecidular do - Distúrbios do sistema semelhantes aos EMA mas
100 pessoas.
endomísio (Tg), o que substitui esquelético e muscular (dor feitos por ELISA – técnica
resíduos de glutamina por resíduos óssea, artrites, nanismo, menos sensíveis 95% e
Actualmente
de ácido glutâmico. Esta destruição dentes, menos específica 90%,
afecta todas as
transformação conduz à formação osteoporose); embora não exija
idades.
de um infiltrado de macrófagos, - Alterações metabólicas visualização subjectiva por
células dendríticas e linfócitos B e T. (anemia, edema, hemorragias, IFA);
Associação HLA
As células APC processam e espasmos); - Ac anti-Gliadina AGA IgA e
DQ2 e DQ8, B8 e
apresentam os péptidos da gliadina - Alterações neuropsíquicas IgG (menos sensíveis 90% e
DR3.
Fig 33 – Intestino aos linfócitos T; por seu lado, os (neuropatia periférica, menos específicos 85% que
sem vilosidades, linfócitos B produzem auto-ac. anti- ansiedade, depressão, os ac Tg, com falsos
gliadina (sobretudo IgA) e ac. anti- epilepsia); positivos de 20% para IgG e
Doença Celíaca,
endomísio (incluem ac específicos - Erupção da pele; 3% para IgA; contudo, são
DAI Específica de contra complexos de gliadina e ac - Manifestações inespecíficas úteis no diagnóstico para
Orgâo anti-transglutaminase). Com o (mal estar, fraqueza, perda de pessoas que não têm ac. Tg
tempo esta reacção inflamatória peso, fadiga, mau e na avaliação da
conduz à destruição das vilosidades temperamento). progressão da patologia)
intestinais, com consequente
malabsorção dos alimentos.
Activação de linfócitos T
CD4, o que conduz à Atinge 20 em cada
activação de linfócitos B 100 000 pessoas.
com produção de auto- - Fraqueza muscular (músculo
anticorpos contra os Atinge 40% de esquelético), sobretudo durante o
receptores da pessoas com exercício físico, dos seguintes
acetilcolina, impedindo a timoma, com maior músculos:
- Anti-músculo estriado
ligação deste incidência em . Olho;
esquelético (presente
neurotransmissor ao seu mulheres. . Face;
em 80 a 90% dos
Myasthenia gravis receptor. Por outro lado, . Pescoço;
doentes com timoma;
a resposta imunitária Sobretudo na . Respiratórios (pode dificultar a
mau prognóstico);
conduz também à terceira década de respiração e levar à morte);
degradação da vida nas mulheres e . Cintura escapular e pélvica.
acetilcolina e à na terceira e sexta
destruição da fenda pós- década de vida nos Laboratório:
sináptico. Todos estes homens. - Ac. anti-receptores da acetilcolina
factores resultam em
deficiente transmissão HLA B8 e DR3.
neuromuscular.
Epidemiologia
DAI Cutâneas Auto-anticorpos
Fisiopatologia e Associação Manifestações Clínicas
Específicas de Órgão Presentes
HLA
Foliáceo
Pênfigo - Desmogleina 1
Produção de auto-
anticorpos (anti- Sobretudo idades
desmogleinas ou anti-BP) entre os 50 e 60 - Lesão inicial na mucosa orofaríngea;
contra proteínas da anos. Auto ac principal:
- Lesão secundária na pele (bolhas
- Desmogleina 3.
Vulgaris
Figura 35 – Da esquerda para a direita, pênfigo foliáceo, vulgaris (duas imagens) e bulhoso.
3. Metodologias Laboratoriais
3.1.1. Fundamento
- Não tocar com as pontas das pipetas na lâmina, pois pode danificar o substrato
conduzindo a falsos resultados negativos;
Por outro lado, antigénios mal fixados à lâmina logo durante o fabrico também
poderão conduzir a falsos negativos. A contaminação bacteriana das lâminas é outro
factor que poderá conduzir à visualização de padrões alterados; por exemplo, as células
HEp-2 contaminadas apresentam-se sem conteúdo nuclear, com um forte rebordo
citoplasmático e com algumas membranas que parecem rompidas; é de desconfiar desta
contaminação se no mesmo poçeto se apresentarem dois padrões distintos, sendo um
deles semelhante ao descrito.
3.1.2. Aplicação
Crithidia luciliae, com elevada especificidade e baixa sensibilidade). Para além disso,
apresentam a vantagem de detectar qualquer tipo de auto-anticorpo presente no soro do
paciente (desde que o substrato escolhido seja o adequado) sendo este
identificável/conhecido ou não, tendo sido pedido pelo clínico ou não.
Para certas DAI a presença de determinados ANA é quase certo ou mesmo certo
da existência de patologia; contudo, para outras DAI a relação não é directa. É
importante reter que:
Vera Lúcia da Silva Fragoso Lopes 108 |
Auto-Imunidade
- Os ANA podem ser positivos em indivíduos sem DAI, sendo que geralmente
estes ANAs não apresentam especificidade antigénica e são de títulos baixos;
Figura 37 – Diferentes fases do ciclo celular. Durante a interfase a membrana nuclear está
delimitada, observam-se melhor os nucléolos e os organelos e fibras citoplasmáticos. A mitose inclui:
profase (a condensação do DNA permite a visualização individualizada dos cromossomas; formação do
fuso mitótico com visualização dos centríolos), metafase (rotura da membrana nuclear; cromossomas com
os seus centrómeros no plano equatorial), anafase (cada pare de cromatídeos separa-se pelo centrómero e
inicia a sua migração para pólos equatoriais opostos) e telofase (reconstrução da membrana nuclear em
torno de cada núcleo filho, reaparecimento dos nucléolos, descondensação dos cromossomas). À mitose
segue-se a citocinese, que ocorre na região “midbody”; enquanto a membrana citoplasmática invagina o
“midbody” vai progressivamente sendo constrito, até que desaparece quando se formam as duas células
filhas.
Figura 38 – A célula durante a Interfase. Boa visualização dos nucléolos e das proteínas do
citosqueletos: actina, tubulina, citoqueratina e vimentina; proteínas motoras, como a miosina e proteínas
de ancoragem, como a desmina; organelos e proteínas estruturais, como a clatrina e o Golgi.
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Este padrão pode encobrir outros padrões não permitindo a sua visualização.
Sempre que se desconfiar disso (por exemplo, se as mitoses estiverem positivas) dever-
se-á diluir a amostra, o que permitirá visualizar o outro padrão no caso deste estar
presente.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
LES;
LES induzido por drogas;
AR;
Escleroderma;
Hepatite Autoimune tipo 1.
2.1. Scl-70
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Destribuição uniforme de grânulos tão finos que por vezes pode parecer padrão
homogéneo em células em interfase. Os nucléolos podem os não estar positivos em
interfase. Durante a mitose o auto-anticorpo associa-se aos cromossomas (cromossomas
positivos, mitoses negativas).
Auto-Anticorpo Associado:
Associação Clínica:
Escleroderma difusa;
LES;
Fenómeno de Raynaud.
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Figura 45 – Padrão fino granular em células HEp-2. Mitoses positivas mas cromossomas
negativos em duas células em metafase.
Tecido hepático de macaco:
A vantagem do uso deste tecido verifica-se quando pelas células HEp-2 não se
consegue perceber se se trata de um padrão homogéneo ou fino granular (a dúvida surge
sobretudo para títulos baixos de 1:160). Neste caso, se o núcleo das células hepáticas
não apresentar positividade, confirma tratar-se de um padrão fino granular, visto que o
padrão homogéneo é sempre positivo no fígado, enquanto que o padrão fino granular
pode ou não sê-lo.
Auto-Anticorpos Associados:
sendo possível a sua visualização; uma boa fixação é exigida para a sua
visualização;
SS-B (La) – Proteína de 48 kDa associada a vários RNAs. Envolvida na
transcrição da RNA polimerase III;
Mi-2;
RNA Polimerase II e III;
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Figura 49 – Padrão Sm e/ou U1-snRNP em células HEp-2, visto que estes dois padrões são
indistintos, uma vez que os auto-anticorpos pertencem ao mesmo complexo nucleoproteico.
Associação Clínica:
4. Padrão PCNA
Descrição do Padrão:
Células HEp-2
Auto-Anticorpo Associado:
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2
dots nucleares mas mais grossos ou a uma rede nuclear esponjosa. Nucléolos negativos
(mas vêem-se os contornos dos nucléolos, o que poderá distinguir este padrão do padrão
centrómeros, em que as células estão em divisão, não se visualizando por isso o
contorno dos nucléolos). Cromossomas negativos em células em mitose. Mitoses
positivas.
Figura 51 – Padrão matriz nuclear em células HEp-2. Reparar no detalhe da imagem à direita que
o contorno nuclear não é nítido, ao contrário do que se passa no padrão granular nuclear.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
LES;
AR;
Escleroderma;
DMTC.
Descrição do Padrão:
Células HEp-2
Figura 52 – Padrão Membrana Nuclear. Observa-se uma célula em telofase em que uma fina
membrana rodeia os dois núcleos jovens das futuras células filhas.
Este padrão é mais facilmente visível no tecido hepático do que nas células HEp-
2, onde se pode por vezes confundir o padrão membranar nuclear com o homogéneo
nuclear. No tecido hepático apenas se visualiza um halo em torno dos núcleos das
células.
Auto-Anticorpos Associados:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Membrana nuclear com grânulos finos ou mais grossos (tipo dots) nas células
em interfase que se observam focando e desfocando a preparação; é como se a
membrana nuclear apresentasse interrupções; padrão fino granular. Durante a mitose os
cromossomas são negativos e as mitoses são positivas, apresentando um padrão fino
granular denso. Auto-anticorpos anti-mitocondriais estão frequentemente associados
(padrão citoplasmático).
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
8. Padrão Nucleolar
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Figura 57 – Padrão Clumpy Nucleolar nas células HEp-2. Visualiza-se uma célula em mitose
com os cromossomas positivos.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
LES;
AR;
Escleroderma;
Escleroderma com Fenómeno de Raynaud;
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpo Associado:
Associação Clínica:
LES;
Escleroderma;
DMTC.
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Mais de seis dots nucleares (geralmente até dez) por cada célula HEp-2 em
interfase, geralmente separados dos nucléolos. Células em mitose com mitoses positivas
mas com cromossomas negativos, o que permite a sua distinção do padrão centrómeros
onde os cromossomas são positivos.
Figura 62 – Padrão múltiplos dots nucleares em células HEp-2. Nas células em mitose observam-
se cromossomas negativos (ao contrário do que acontece no padrão centrómeros) e mitoses positivas.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Muitos dots discretos distribuídos por todo o núcleo das células em interfase.
Células em mitose com os cromossomas positivos, mas como que às riscas,
correspondendo à zona dos centrómeros dos cromossomas condensados (característica
única deste padrão).
Figura 63 – Padrão centrómeros em células HEp-2. Para além dos múltiplos dots nucleares em
células em interfase, verifica-se que os cromossomas são positivos mas tracejados (característica única
deste padrão) em células em mitose.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Síndrome de Sjögren;
Escleroderma;
Fenómeno de Raynaud.
NOTAR que muitas vezes este padrão surge após uma infecção viral.
1. Padrão Mitocondrial
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
2. Padrão Actina
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Figura 67 – Padrão Actina nas células HEp-2. Geralmente a imagem ao vivo não é tão evidente
como a aqui ilustrada, sendo facilmente confundida com os padrões tropomiosina, vinculina, vimentina e
citoqueratina.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
NOTAR que apenas títulos elevados são significativos, já que baixos títulos podem
relacionar-se com uma infecção viral (exº: mononucleose).
3. Padrão Jo-1:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Figura 68 – Padrão Jo-1 em células HEp-2. Este padrão é por vezes confundido com os padrões
lisossomal e peroxissomal.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
Polimiosites;
Dermatomiosites.
5. Padrão Ribossomal
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Citoplasma com padrão fino granular, granular ou quase homogéneo, muito denso
(quase totalmente preenchido), com acentuação perinuclear. Fluorescência nucleolar
com núcleos sem fluorescência.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
LES (10-20% dos casos, por vezes sem DNAds), sobretudo com
envolvimento do SNC.
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Padrão composto por largos grânulos irregulares e polares na parte mais interna do
citoplasma adjacentes a uma parte do núcleo.
Auto-Anticorpos Associados:
Associação Clínica:
2. Padrão Tropomiosina
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
3. Padrão Vinculina
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Figura 73 – Padrão vimentina em células HEp-2. Observa-se uma célula em mitose com o
citoplasma granulat, afastando-se a hipótese de se tratar de uma actina.
Auto-Anticorpos Associados:
4. Padrão Vimentina
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
5. Padrão Citoqueratina
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Citoqueratina.
6. Padrão Desmina
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
8. Padrão Lisossomal
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Anticorpos anti-lisossomais.
9. Padrão Peroxissomal
Descrição do Padrão:
Células HEp-2:
Auto-Anticorpos Associados:
Desconhecidos.
Patologia(s)
Auto-Ac Nuclear Padrão Nuclear Outras Patologias Outras Situações
de Maior Interesse
Homogéneo
DNAds LES AR Tratamento com TNFα
(cromossomas +)
DNAss e Homogéneo LES; Hepatite Auto-Imune
Tratamento com TNFα
Nucleossoma (cromossomas +) 1
Homogéneo LES induzido por LES; Escleroderma;
DNP (histonas) Tratamento com TNFα
(cromossomas +) drogas Hepatite Auto-Imune 1
Fino Granular
Escleroderma LES; CREST; Fenómeno de
Scl-70 (nucléolos +/-;
Difusa Raynaud;
cromossomas +)
LES; Escleroderma;
Fino Granular Doenças Sistémicas;
SS-A (Ro) LES Neonatal; SS Miosites; DMTC; Hepatite
(mitoses +) Paragem Cardíaca
Autoimune 1
LES; Escleroderma;
Fino Granular Doenças Sistémicas;
SS-B (La) LES Neonatal; SS DMTC; Hepatite
(mitoses +) Paragem Cardíaca
Autoimune 1
RNA Polimerase Fino Granular Escleroderma LES; AR; SS; CREST;
II e III (mitoses +) Difusa DMTC
Fino Granular
Mi-2 Dermatomiosite
(mitoses +)
Granular
Sm LES
(mitoses +)
Granular
U1-snRNP DMTC LES; Escleroderma
(mitoses +)
Fino Granular /
Hepatite Crónica B ou C;
PCNA Granular (interfase + /-; LES
Linfomas
mitoses +)
Matriz LES; AR; Escleroderma;
hnRNP
(mitoses +) DMTC
LES; Vasculites associadas Trombocitopénia; Anemia;
Lâmina A, B, Membranar Nuclear
a outra patologia; Hepatite Síndrome de Cansaço
B2, C (mitoses +)
Auto-Imune 1 Crónico
gp210 e Poros Membrana
Polimiosite; Cirrose Biliar
nucleopurina Nuclear
Primária
p62 (mitoses +)
Escleroderma Difusa com
PM-Scl Nucleolar Homogéneo DMTC
envolvimento renal
Fibrilharina 1 Nucleolar Clumpy Escleroderma
Carcinoma Hepatocelular
(U3-nRNP) (cromossomas +) Difusa
Nucleolar Fino
RNA Polimerase Granular Escleroderma
LES; AR; DMTC
I (poucos dots nos Difusa
cromossomas)
Nucleolar Fino
LES; AR; Escleroderma
Granular com Dots Neoplasias (sobretudo
NOR Difusa; Fenómeno de
(muitos dots nos hepatocelular)
Raynaud
cromossomas)
Ectasia Gástrica Vascular
RNA Helicase II Nucleolar Granular LES; Escleroderma; DMTC
Antral
Hepatite Crónica
NSP1 (poucos dots
p80-coilina Autoimune 1; Cirrose Biliar Doença Viral Hepática
nucleares)
Primária
NSP1 (muitos dots
Cirrose Biliar LES; SS; Colangite
sp100 e PML nucleares)
Primária Esclerosante Primária
(mitoses +)
ACA Centrómeros SS; Esclerose Difusa;
CREST
(centrómeros) (cromossomas + riscas) Fenómeno de Raynaud
SS; Escleroderma; Infecção viral (EBV,
Centríolo Centríolo
Fenómeno de Raynaud CMV); Diversas Afecções
LES; Polimiosite com
Ku Ku
Escleroderma
Escleroderma; Fenómeno de
MSA-2 Midbody Estado Inflamatório
Raynaud;
Tabela 12– Resumo dos ANAs clinicamente significativos. A azul apontam-se as patologias para as quais
os ANAs são específicos.
Vera Lúcia da Silva Fragoso Lopes 147 |
Auto-Imunidade
Auto-Ac Padrão
Patologia Interesse Outras Patologias Outras Situações
Citoplasmático Citoplasmático
LES; SS;
Mitocôndrias Cirrose Biliar Escleroderma;
Mitocondrial
(M2; M3; M6) Primária Fenómeno de
Raynaud;
Hepatite Autoimune DMTC; Cirrose
Infecção viral (baixos
Actina Actina 1 Biliar Primária
títulos)
(elevados títulos) (elevados títulos)
Polimiosite;
Dermatomiosite,
Jo-1 Jo-1
sobretudo com
fibrose pulmonar
Polimiosite;
SRP SRP Dermatomiosite
(rara associação)
Ribossomal Sintomas
Ribossoma LES
(nucléolos +) Neuropsiquiátricos?
Doenças Crónicas
Reumáticas;
Desgenerescência
Golgi Golgi LES; SS
(Esclerose Múltipla);
Ataxia Cerebral;
Neoplasias
Base de inserção do
flagelo
Tecido gástrico
de rato Células VSM47
Células parietais
Trabéculas
Muscularis
mucosa
Figura 82 – Esquema que ilustra a posição dos seis tipos de tecidos em cada poçeto da lâmina.
As imagens correspondem aos tecidos sem fluorescência (negativos).
LES 50%
M1
AR, Esclerose Sistémica, S. Sjögren, S.
5 – 15%
Sharp
Cirrose Biliar Primária > 96%
Padrão
citoplasmático
rendilhado
Tecido renal
de rato
Glomérulo
negativo
Hepatócitos com
Túbulos com fluorescência
fluorescência granular granular
basal
Células parietais
positivas
Trabéculas
negativas
Muscularis
Padrão
mucosa citoplasmático
rendilhado
negativa
Existem vários tipos de fibras que constituem o músculo liso: fibras de actina,
vimentina, vinculina, desmina, citoqueratina, tubulina, entre outras. Os auto-anticorpos
dirigidos contra este tipo de células designam-se, na sua generalidade, por ASMAs.
Hepatócitos com
Glomérulos áreas forma poligonal
positivos peritubulares por coloração
positivas canalicular
média positiva
íntima negativa
Trabéculas positivas
Figura 84 – Padrões de fluorescência característicos para os anticorpos anti-actina. Células HEp-2 com fibras no
citoplasma que atravessam o núcleo; este substrato não é específico para Ac. anti-actina, podendo confundir-se com outros
ASMAs. Tecido hepático com coloração da actina dos canalículos que rodeiam os hepatócitos, conferindo contornos
poligonais aos hepatócitos (diagrama artificial na imagem); vasos com a média intensamente corada. Tecido renal negativo;
para títulos elevados pode existir reacção cruzada com a tubulina do glomérulo (glomérulos positivos) e as áreas
peritubulares podem apresentar fluorescência às pintinhas ou mesmo tipo espículas (diagrama artificial na imagem). Tecido
gástrico com a Muscularis mucosa positiva; trabéculas (fibras contrácteis de actina inter-glandulares) positivas; células
parietais negativas; vasos com a íntima (dentro) negativa e a média intensamente positiva. Células VSM47 (substrato ideal
para os ac. anti-actina) com fibras citoplasmáticas marcadas que atravessam o núcleo da célula; o mesmo não se verifica para
Vera Lúcia da Silva Fragoso Lopes 157 |
os restantes ASMAS.
Auto-Imunidade
Negativas
Tecido renal
de rato
Túbulos distais
negativos
Túbulos proximais
positivos
Hepatócitos com
citoplasma
positivo e núcleo
negativo
Tecido gástrico
de rato
Células parietais
negativas
trabéculas
Muscularis negativas
Negativas
mucosa
negativa
Tecido renal
Tecido gástrico
Células parietais
positivas Células VSM47
Muscularis mucosa
negativa
Trabéculas negativas
Cápsula de tecido
conjuntivo
Zona glomerulosa
(aldosterona)
Zona fasciculada
(cortisol)
Para avaliação da presença dos EMA recorre-se no HCC a um kit que utiliza
como substrato esófago de macaco – tecido onde é mais fácil de interpretar o resultado
do que no estômago. O kit detecta em simultâneo IgA, IgG e IgM.
Epitélio negativo
Endomísio positivo
(ninho de abelha)
Muscularis
mucosa negativa
3.2.1. Fundamento
3.2.2. Aplicação
- Em comparação aos testes de IFA para células HEp-2, os ELISA são testes
menos sensíveis mas mais específicos. Assim, sempre que um resultado é considerado
positivo por IFA em células HEp-2 justifica-se a confirmação da sua positividade por
um teste de ELISA.
dos auto-anticorpos em pesquisa. Este rastreio irá detectar a maioria dos ANAs, mas
haverão sempre algumas amostras com ANAs não contidos no poll que não serão
detectados e que podem ter sido visualizados previamente por IFA.
3.2.3.1.ANA Screen
- DNAds (LES);
- Sm (LES);
- Centrómero (CREST);
Para além destes antigénios, que qualquer teste screening de ELISA contém, o
teste ANA Screen inclui também:
Outros testes semelhantes mas de outras casas comerciais contêm, por vezes,
para além dos antigénios principais:
- PCNA (LES);
Se a amostra for fracamente positiva por IFA (1:160 para padrões homogéneos e
1:160 ou 1:320 para padrões finos granulares) e negativa para ANA Screen, a marcha
analítica termina por aqui e o resultado é dado como negativo ao clínico. Tal verifica-se
porque, por vezes, em IFA, a observação em ambiente escuro artificial pode conduzir à
sobrevalorização de padrões de fraca intensidade de fluorescência, sendo difícil
distinguir-se um resultado negativo de um fracamente positivo. A aceitação de um
resultado de 1:320 por IFA para um padrão fino granular como negativo se der negativo
por ANA Screen deve-se à elevada sensibilidade deste teste para os ENA.
3.3.1. Fundamento
Figura 93 – Exemplo de tiras utilizadas para vários doentes do kit de Immunoblotting “ANA
Profile”; verifica-se que para todas as tiras o controlo interno está positivo o que permite a aceitação dos
resultados; para o primeiro doente, por exemplo, verifica-se a presença do auto-anticorpo PCNA (tira
negra na zona do respectivo antigénio).
3.3.2. Aplicação
- Se a amostra for fortemente positiva por IFA (>1:160), mesmo que seja
negativa para ANA Screen, uma vez que é possível que o/os auto-anticorpo(s)
presente(s) na soro do doente possam não constar no ANA Screen e serem
identificáveis por dot’s;
Existem vários tipos de tiras (dot’s) que podem ser utilizadas para pesquisa de
auto-anticorpos. Cada tipo/perfil de tira contém um determinado conjunto de antigénios.
Os perfis são escolhidos de acordo com os auto-anticorpos que se desconfia que o
doente possa ter.
É realizado no HCC sempre que se desconfia que o doente tenha um ANA. Isto
é, para a pesquisa prévia de auto-anticorpos em células HEp-2 e/ou células Crithidia
luciliae por IFA:
- Se a amostra for positiva para ANA Screen, uma vez que permite a
identificação de quais os auto-anticorpos responsáveis pela positividade do ANA Screen;
- Se a amostra for fortemente positiva para um ANA por IFA (>1:160), mesmo
que seja negativa para ANA Screen, uma vez que é possível que o/os auto-anticorpo(s)
presente(s) na soro do doente possam não constar no ANA Screen e serem identificáveis
na ANA Profile 3.
Tabela 15 - Antigénios contidos na placa de ELISA do ANA Screen e antigénios contidos na tira
do ANA Profile 3.
Uma vez que o ANA Profile 3 possui mais quatro antigénios que o ANA Screen
(nucleossoma, PCNA, PM-Scl e AMA-M2), é possível que um prévio resultado
negativo por ANA Screen dê positivo no ANA Profile para estes auto-anticorpos.
- LKM-1.
Outras Patologias
Antigénios Patologia de Interesse Outras Patologias
Hepáticas
AMA-M2
M2-3E
(sub-unidade da M2 que é o principal Hepatite C Esclerose Sistémica
auto-antigénio da CBP; maior
Cirrose Biliar Primária
sensibilidade que M2)
gp210 Colangite Esclerosante
LES; S. Sjögren; DMTC
sp100 Primária
PML Polimiosite; Colangite
LES; AR; Esclerose
Cirrose Biliar Primária
Ro-52 (parte do SS-A) Hepatite Viral Crónica Sistémica;S. Sjögren;
Hepatite Autoimune I
DMTC; Polimiosite
LKM-1 Hepatite C
Hepatite Autoimune II
LC-1
(crianças, sobretudo)
(“cytosolic liver antigen type 1”)
SLA/LP
(”soluble liver antigen/liver-pancreas Hepatite Autoimune III
antigen”)
Mi-2
Dermatomiosite
PM-Scl 75 “Overlap Syndome” (polimiosite, Escleroderma com envolvimento
PM-Scl100 dermatomiosite e esclerose sistémica) renal
Ku Polimiosite com Escleroderma LES
Antigénios Citoplasmáticos Patologia de Interesse Outras Patologias
Polimiosite; Dermatomiosite, sobretudo com
Jo-1
doença intersticial pulmonar
SRP Polimiosite; Dermatomiosite (raramente)
PL-7
PL-12
Miosites
EJ
OJ
Excepto o Ro-52 que pode estar presente numa grande variedade de DAI, todos
os outros antigénios apresentam elevada especificidade para miosites.
3.3.3.4.Perfil Gástrico
É executado no HCC sempre que nos seis tecidos executados para rastreio de auto-
anticorpos citoplasmáticos se desconfia da presença de um APCA.
3.4.1. Fundamento
Os ensaios de ELISA quantitativos são feitos exactamente da mesma forma que
os ELISA qualitativos. A única diferença é que, em vez de se utilizar apenas um
calibrador que serve nos ELISA qualitativos como “cut-off”, utilizam-se vários
calibradores de concentração rigorosamente conhecida que são processados em
simultâneo com as amostras. Com os valores de absorvância obtidos para os diferentes
calibradores é, assim, possível traçar-se uma curva de calibração (absorvância vs
concentração). Determinando-se a absorvância de cada uma das amostras analisadas, é
possível por extrapolação gráfica (manual ou automática) determinar-se a sua
concentração rigorosa.
Absorvância
3.4.2. Aplicação
3.4.2.1.Ac. anti-DNAds
3.4.2.2.Ac. anti-Nucleossoma
3.4.2.6.Ac. anti-CCP
Para além dos auto-anticorpos cuja quantificação tem interesse clínico, o HCC
quantifica outros auto-anticorpos (ver Observações e Sugestões 6).
O presente kit utilizado pelo HCC utiliza como antigénio ligado à placa de ELISA
C1q, detectando em simultâneo ICCs e Ac. anti-C1q. Não apresenta, portanto, grande
valor clínico uma vez que não é específico de LES.
Contudo, existe já no mercado um kit que apenas detecta Ac. anti-C1q, específicos
de LES, sendo este muito mais útil do ponto de vista clínico. Um objectivo futuro do
HCC passa por substituir o kit ICC/C1q pelo kit C1q.
3.4.3.2.Ac. anti-GBM
No HCC sempre que o pedido médico inclui EMA, anti-Tg e anti-Gliadina, caso os
anti-Tg IgA já tenham sido feitos e se derem positivo, já não se pesquisam os EMA por
IFA, dando-se o resultado como positivo ao clínico (ver Observações e Sugestões 7).
4. O Futuro…
O objectivo no futuro passa por realizar individualmente para cada doente estudos
proteómicos que permitam:
5. Observações e Sugestões
1. Os testes de ELISA para DNAds são mais sensíveis e menos específicos que as
células de Crithidia luciliae por IFA para pesquisa do DNAds. Assim, a estagiária
considera que fazer um teste de ANA Screen após um resultado positivo para DNAds
em células Crithidia luciliae revela-se desnecessário. O posterior teste de ELISA
quantitativo é, obviamente, importante.
2. Sempre que um padrão por IFA dá 1:320 / 1:640 / > 1:640 homogéneo ou 1:640 /
> 1:640 fino granular, independentemente do teste de ANA Screen dar positivo ou
negativo, é feito sempre a seguir um Immunoblotting para a amostra. Assim, a
estagiária sugere que nos referidos casos não se realize o teste de ANA Screen e se
passe de imediato ao teste de Immunoblotting adequado à situação.
4. Uma vez que o antigénio Mi-2 poderá estar associados a miosites e os testes ANA
Screen e ANA Profile não o pesquisam, sempre que o padrão obtido por IFA é fino
granular e os testes ANA Screen e ANA Profile dão ambos negativos poder-se-ia fazer
um Myosite Profile para despiste de um eventual Mi-2.
A pesquisa de ANCAs por IFA não permite a sua quantificação nem a identificação
da MPO como sendo o pANCA eventualmente presente. Contudo, tratando-se de um
método mais sensível e barato que um teste de ELISA quantitativo, permite um rastreio
inicial, possibilitando que depois só as amostras positivas por IFA sejam quantificadas
por ELISA.
6. Os mesmos kits que são utilizados como ELISA Quantitativos podem ser
utilizados como ELISA Qualitativos, bastando para isso utilizar-se no ensaio apenas um
calibrador (o calibrador recomendado pelo fornecedor), em vez de se utilizarem todos
os calibradores necessários para se traçar a curva de calibração. No caso dos auto-
anticorpos cuja quantificação não tem interesse clínico (ICC, CCP, GBM, Gliadina e
7. A especificidade dos anti-Tg IgA por ELISA (85 a 99%) é mais baixa que a
especificidade dos EMA por IFA (99%). Assim, é possível obter-se um resultado
positivo para anti-Tg IgA que não seja positivo para EMA.
Bibliografia
1. Bain Barbara J., Blood Cells - A Practical Guide, fourth edition, Blackwell, 2006
3. Bradwell A. R., Hughes R. G., Atlas of HEp-2 Patterns, third edition, The Binding
Site, 2007
5. Bruce Alberts, Johnson Alexander, Lewis Julian, Raff Martin, Roberts Keith, Walter
Peter, Molecular Biology of The Cell, fifth edition, Garland Science, 2008
9. Hagemann P., Kimling H., Zawta B., Fundamental of Laboratory Testing – Urine,
Roche Diagnostics, 2003
10. http://atlasgeneticsoncology.org.
11. http://cgap.nci.nih.gov/Chromosomes/Mitelman.
12. Murray, Patrick R., Medical Microbiology, fifth edition, Elsevier Mosby, 2005
13. Oliveira J., Exames Laboratoriais para o Clínico, segunda edição, Medsi, 2003
14. Parslow T.G., Stites D.P., Terr A.I., Imboden J.B., Imunologia Médica, décima
edição, Guanabara Koogan, 2001
15. Rautenstraub B., Liehr T., FISH Technology, Spinger Lab Manual, 2002
16. Shaffer Lisa G., Tommerup Niels, An International System for Human Cytogenetic
Nomenclatura - Cytogenetic and Genome Research, ISCN, 2005
17. Shoenfeld Y., Cervera R., Gershwin M.E., Diagnostic Criteria in Autoimmune
Diseases, Humana Press, 2005
19. Sverre Heim, Felix Mitelman; Wiley-Liss, Cancer Cytogenetics – Chromosomal and
Molecular Genetic Aberrations of Tumor Cells, Elsevier, 1995
20. www.ii.bham.ac.uk
Ganho de função de
proto-oncogene; Sobrevida média > 10
PV
vantagem anos.
A proteína JAK2
proliferativa:
cinase está
Na presença da
intracelularmente Sobrevida média de 3 a
MFP Mutação pontual mutação V617F a
ligada ao receptor da 7 anos.
V617F no gene JAK2 proteína JAK2 cinase é
EPO e TPO. Quando a
(troca de uma Valina hiper-activada
EPO ou TPO se ligam
por uma Fenilalanina (hipersensibilidade das
SMP aos seus receptores a
na posição 617) na células à EPO e TPO),
proteína JAK2 é
stem cell, estando conduzindo à
fosforilada,
presente em todas as proliferação celular Sobrevida média de 10
conduzindo à
TE células mielóides. descontrolada. a 15 anos (~ à da
transcrição nuclear e
O rácio população geral).
consequente
JAK2V617F/JAK2
proliferação celular.
wild-type determina o
fenótipo de SMP (PV,
MFP ou TE).
Ganho de função de
proto-oncogene;
Translocação entre o vantagem
gene ABL do O gene BCR tem proliferativa e
cromossoma 9 em 9q34 função desconhecida. alteração da apoptose:
e o gene BCR do O gene ABL conduz à A fusão do gene ABL
cromossoma 22 em transcrição de uma com o gene BCR
LMC 22q11.2 – proteína cinase que: conduz à formação de Bom prognóstico.
ABL-BCR; - induz a proliferação uma proteína quimérica
t(9;22)(q34;q11.2). celular; p210, que aumenta a
Resulta no cromossoma - exibe actividade anti- actividade da tirosina
de Philadelphia 22 - apoptótica. cinase, induzindo:
der(22q) - Aumento da
proliferação celular;
- Bloqueio da apoptose.
Translocação entre o
gene ETO do
cromossoma 8 em 8q22
e do gene AML1 do
cromossoma 21 em
21q22 – Ganho de função de
ETO-AML1; proto-oncogene;
t(8;21)(q22;q22) bloqueio da
O gene AML1, CBFβ e
Translocação ou diferenciação:
RARα conduzem cada
inversão entre o gene A fusão ETO-AML1,
um deles à síntese de
CBFβ do cromossoma CBFβ-MYH11 ou
uma proteína que, ao
16 em 16p13.1 e do PML-RARα conduz à
se ligar a factores de
gene MYH11 do formação de uma
LMAs* trancrição leva à Bom prognóstico.
cromossoma 16 em proteína quimérica que
trancrição de genes
16q22 – atrai co-repressores da
importantes para a
CBFβ-MYH11; inv(16) transcrição (Sin3A,
diferenciação
(p13.1q22) ou NCoR e HD),
mielóide.
t(16;16)(p13.1 ;q22) impedindo assim a
Translocação entre o transcrição de genes
gene PML do importantes para a
cromossoma 15 em diferenciação mielóide.
15q22 e do gene RARA
do cromossoma 17 em
17q12 –
PML-RARα ;
t(15 ;17)(q22 ;q12)
Translocação entre o O gene BCR tem Ganho de função de
gene ABL do função desconhecida. proto-oncogene;
cromossoma 9 em 9q34 O gene ABL do vantagem
e o gene BCR do cromossoma 9 conduz proliferativa e
LLAs B cromossoma 22 em à síntese de uma alteração da apoptose: Mau prognóstico.
22q11.2 – proteína cinase que: A fusão do gene ABL
ABL-BCR; - induz a proliferação com o gene BCR
t(9;22)(q34;q11.2). celular; conduz à formação de
Resulta no cromossoma - exibe actividade anti- uma proteína quimérica
4p16.3 e o gene IgH do nos linfócitos B. A translocação faz com Sobrevida média ~ à da
Linfoma B
cromossoma 14 em O gene MMSET é que o gene MMSET população geral.
14q32 – expresso de forma passe a ser controlado
MMSET-IgH; indutiva, induzindo a pelo promotor da IgH,
t(4;14)(p16.3;q32) proliferação e passando a ser expresso
sobrevivência constitutivamente.
celulares.
L. Folicular
cromossoma 14 em IgH – cadeias pesadas
que o gene Bcl2 passe a Trata-se de um linfoma
14q32 e o gene Bcl2 do das Imunoglobulinas
ser controlado pelo de baixo grau.
cromossoma 18 em nos linfócitos B.
promotor da IgH, Prognóstico variável.
18q21 – O gene Bcl2 é
passando a ser expresso
IgH-Bcl2; responsável pela
constitutivamente.
t(14;18)(q32;q21) síntese da proteína
anti-apoptótica Bcl2.
O gene IgH é
Alteração do Ciclo
responsável pela
Translocação entre o Celular:
síntese constitutiva da
gene Bcl1 (Ciclina D1) A translocação faz com
IgH – cadeias pesadas
do cromossoma 11 em que o gene Bcl1 passe a Trata-se de um linfoma
L. Manto
das Imunoglobulinas
11q13 e o gene IgH do ser controlado pelo de baixo grau.
nos linfócitos B.
cromossoma 14 em promotor da IgH, Sobrevida média de 3 a
O gene Bcl1 (Ciclina
14q32 – passando a ser expresso 5 anos.
D1) é responsável pela
Bcl1-IgH; constitutivamente. Há
entrada da célula em
t(11;14)(q13;q32) desregulação do Ciclo
fase S do Ciclo
Celular.
Celular.
O gene IgH é
Ganho de função de
responsável pela
Translocação entre o proto-oncogene; Trata-se de um linfoma
síntese constitutiva da
gene MYC do vantagem de alto grau.
IgH – cadeias pesadas
cromossoma 8 em 8q24 proliferativa: Bom prognóstico
L. Burlitt
das Imunoglobulinas
e do gene IgH do A translocação faz com quando detectado
nos linfócitos B.
cromossoma 14 em que o gene MYC passe precocemente.
O gene MYC é
14q32 – a ser controlado pelo Mau prognóstico
expresso de forma
MYC-IgH; promotor da IgH, quando detectado em
indutiva levando à
t(8;14)(q24;q32) passando a ser expresso fase avançada.
síntese de factores de
constitutivamente.
transcrição.
Ganho de função de
proto-oncogene;
vantagem
proliferativa:
A fusão ALK-NPM1
conduz à formação de
O gene ALK codifica
uma proteína
uma proteína cinase
quimérica. A proteína
pertencente a um
Translocação entre o NPM1, uma vez
receptor de insulina,
gene ALK do fundida com a proteína
sendo geralmente
cromossoma 2 em 2p23 ALK, mimetiza o
silenciado nos Mau prognóstico.
e do gene NPM1 do ligando da ALK,
T linfócitos. Sobrevida média de 5
cromossoma 5 em 5q35 activando-a /
O gene NPM1 modula anos ou menos.
– ALK-NPM1; t(2;5) sobrerregulando-a. A
supressores tumorais
(translocação típica de ALK activada nos
no núcleo e controla a
L. Anaplásico T) linfócitos exibe
duplicação dos
propriedades
centrossomas durante
oncogénicas.
o ciclo celular .
A fusão da NPM1 com
outras proteínas resulta
também na activação
do potencial
oncogénico dos
parceiros de fusão.
* Para além das translocações e inversões primárias que caracterizam as LMAs, também podem associadamente ocorrer mutações
pontuais secundárias à patologia, como mutações no gene FLT3. Estas mutações conferem mau prognóstico nas LMAs.
Síndrome
- mutação pontual - (só) Diagnóstico: Electroforese em gel de
Mieloproliferativo DNA
V617F no gene JAK2 ASO-PCR agarose 2%
(PV; MFP; TE)
- Diagnóstico: RT-
PCR e PCR Tempo - RT-PCR e Nested
- ETO-AML1; t(8;21)
Real PCR: Electroforese em
- CBFB-MYH11;
- Follow-up: gel de agarose 2%
inv(16) ou t(16;16) RNA
1º Nested PCR - PCR Tempo Real:
- PML-RARA ;
LMA 2º (só se Nested der FRET com sonda
t(15 ;17)
positivo) PCR Tempo TaqMan
Real
- mutações ITD e - (só)Diagnóstico: PCR
mutação pontual D835 DNA Single / Restrição Electroforese capilar
no gene FLT3 Enzimática (RFLPs)
- BCR-ABL1; t(9;22)
(transcrito b2a2 ou
b3a2; proteína p210; - Diagnóstico: RT-
transcrito e1a2; PCR e PCR Tempo
B Real
proteína p190) - RT-PCR e Nested
- AF4-MLL; t(4;11) - Follow-up:
PCR: Electroforese em
- TEL-AML1; t(12;21) 1º Nested PCR
gel de agarose 2%
LLA - E2A-PBX1; t(1;19) RNA 2º (só se Nested der
- PCR Tempo Real:
positivo) PCR Tempo
FRET com sonda
Real
TaqMan
NOTA: para SIL-TAL1
T - SIL-TAL1; del1p32 não se faz PCR Tempo
Real
- Suspeita MM:
MMSET-IgH; t(4;14)
- Suspeita L. Folicular:
IgH-Bcl2; t(14;18) PCR Single
B DNA
- Suspeita L. Manto: (MYC-IgH: PCR-LD)
Bcl1-IgH; t(11;14) Electroforese em gel de
Linfoma
- Suspeita L. Burkitt: agarose 2%
MYC-IgH; t(8;14)
ENTEROBACTERIACEAE
1ª Linha 2ª Linha
Ceftazidima
Carbenicilina; Imipenem
Gentamicina; Piperacilina
Amicacina; Norfloxacina
Aztreonam
HAEMOPHILUS SPP
NEISSERIACEAE
LISTERIA MONOCITOGENES
1ª Linha
Ampicilina
Gentamicina
Cotrimoxazol
Ofloxacina
CORYNEBACTERIUM SPP
1ª Linha
Tetraciclina
Eritromicina
Cefuroxime;
Gentamicina;
Amicacina;
Ceftazidima;
Ceftriaxona;
Ofloxacina;
Vancomicina;
Microorganismos 1ª Linha
S. pneumoniae; S. aureus; H. influenzae; H. Cloranfenicol
aegiptius Tetraciclina
Cloranfenicol
Tetraciclina
Enterobacteriaceae
Colistina
Gentamicina
Colistina
Pseudomonas sp
Gentamicina