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Para começo de conversa...

Estamos aqui pera falar de coisas que normalmente assustam os psicólogos. Não
se espante se algum desconforto surgir ao ler as próximas linhas.

Introduzimos aqui o Planejamento Estratégico, algo visto por muitos como uma
matéria avessa aos princípios da psicologia. Se no campo do planejamento, nos
vemos trabalhando com dados, fatos, evidências, números e um passo-a-passo;
na psicologia lidamos com o subjetivo e todos os desdobramentos que ele
pressupõe.

É comum ao psicólogo lidar o mínimo possível com números, contas e dados de


sua realidade; uma vez que o foco de sua atenção normalmente está em tudo
aquilo que possa contribuir para o exercício da psicologia da melhor forma
possível, segundo sua visão de mundo, homem e abordagem.

Infelizmente, esse foco muitas vezes exclui um vasto campo de saberes que, sim,
cooperariam para aquilo que o psicólogo tanto valoriza, que é exercer uma
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psicologia de alto nível, sustentável economicamente e que alcance seus
objetivos com as pessoas que atende.

Quem sou eu e o que faço:

Para o caso de você ter chegado aqui “de paraquedas”, me apresento:

Meu nome é Pedro Paulo, sou formado em psicologia, sou coach profissional
certificado pela Sociedade Latino Americana de Coaching e qualificado em
empreendedorismo pelo EMPRETE/SEBRAE. Sou colaborador da Academia do
Psicólogo, onde, além de produtor de conteúdo, dou suporte às turmas do curso
Empreendedorismo para Psicólogos. Acompanhei centenas de profissionais de
todo o Brasil, das mais variadas áreas de atuação e estágios da carreira; me
aproximo das mil horas de atendimentos de coaching, ajudando na concepção e
aperfeiçoamento de dezenas de negócios de psicologia.
Planejamento: uma
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necessidade urgente!
Planejamento: uma
necessidade urgente!
Será que a Psicologia vive um bom momento no país? Os resultados que temos
são bons o bastante? Os rendimentos estão satisfatórios? O campo da psicologia
está saturado? Há vida possível para o psicólogo fora do setor público?

Pois bem, pensemos essas questões à luz de alguns fatos:

 Pesquisa do CFP aponta que apenas 50% dos alunos que se formam nas
faculdades não atuam;

 Existem 232 mil profissionais (CRPs ATIVOS) no País, dos quais*:

o 53% atuam exclusivamente na psicologia;

o 11% exercem em paralelo a outra atividade, sendo que a


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psicologia NÃO é a principal fonte de renda;

o 10% exercem em paralelo a outra atividade, sendo que a


psicologia é a principal fonte de renda;

o 4% desistiram da profissão;

o 4% não pretendem atuar na profissão.

 Em 2013, haviam 90.261 alunos matriculados em cursos de psicologia no


Brasil (Censo de Educação Superior). Se metade se formar e metade disso
entrar no mercado de trabalho, teremos um acréscimo de
aproximadamente 10% no contingente de psicólogos em atuação,
considerando apenas esses alunos.

* “Quem é a psicóloga brasileira - Mulher,


Psicologia e Trabalho” (2013) organizado pela
psicóloga, psicanalista e professora Louise A.
Lhullier
Percentual de Psicólogos por Faixa de
Remuneração
9,8% 13,4% Até 3 Salários Mínimos
10,3%
De 3 a 6 Salários
Mínimos
27,7% De 6 a 15 Salários
38,8% Mínimos
De 15 a 21 Salários
Mínimos

Fonte: “Quem é a psicóloga brasileira - Mulher,


Psicologia e Trabalho” (2013) organizado pela
psicóloga, psicanalista e professora Louise A.
Lhullier

Taxa de desemprego 2010


20,0%
15,7%
15,0%

10,0%
6,7%
5,0%

0,0%
Brasil Psicólogos

Fonte: "O trabalho do psicólogo no Brasil"


(2010), dos organizadores e autores Antonio
Virgílio Bittencourt Bastos, Sônia Maria
Guedes Godin e colaboradores
Em que áreas os psicólogos brasileiros têm atuado?

21%
SAÚDE
EDUCAÇÃO
45%
10% ORGANIZACIONAL/ RH
ASSISTÊNCIA SOCIAL
OUTROS
12%

12%

Fonte: "O trabalho do psicólogo no Brasil"


(2010), dos organizadores e autores Antonio
Virgílio Bittencourt Bastos, Sônia Maria
Guedes Godin e colaboradores 6

O que tudo isso quer dizer? Que leitura podemos fazer desses dados? O que eles
têm a ver com planejamento?

Vou compartilhar o que penso dessas informações:

 Um grande número de pessoas perde tempo e dinheiro fazendo um curso


superior sem fazer dele uma carreira;
 Se metade dos alunos matriculados em 2013 se formar e metade destes
seguir a profissão, teremos um acréscimo no mercado de 10% no número
de psicólogos, aumentando a concorrência o que apavora muitos
profissionais;
 Dos que se formam, é baixo o percentual que vive exclusivamente da
carreira; o que pode incorrer em frustração, queda da qualidade do
atendimento e falta de tempo/ prioridade para desenvolver a carreira na
psicologia;
 A taxa de desemprego entre psicólogos aponta que o caminho é
empreender por conta própria;
 Ao contrário do que se diz por aí, a remuneração não está tão ruim! 60%
dos psicólogos estão acima de 6 salários mínimos (se você está abaixo
disso, é um rico atrasado!);
 Temos uma baixa proporção psicólogo/ habitante no país, (e os que
atuam aparecem pouco) o que contribui para números alarmantes:
o O Brasil é o único país do Continente Americano em que cresce o
número de suicídios entre jovens;
o Nos últimos 13 anos, o número de mortes relacionadas à
depressão cresceu 705%;
o Das 10 maiores causas de afastamento do trabalho, 4 são de
fundo emocional, sendo que o adoecimento emocional,
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aglutinando todas as patologias, hoje é a terceira maior causa de
absenteísmo no trabalho;
o Más contratações colocam o Brasil como o segundo país em
desperdício de dinheiro nesse campo dentre as 10 maiores
economias do mundo;
o A Região Metropolitana de São Paulo tem índices de estresse e
depressão iguais a de zonas de guerra (numa conta básica que fiz
outro dia, se colocássemos TODOS os psicólogos do país na ZMSP
para trabalhar só com estresse e depressão, cada um teria 30
clientes!);
o 7% das crianças brasileiras são portadoras de quadros de déficits
de aprendizado;
o Metade dos professores afastados da rede pública do Estado de
São Paulo tem quadros depressivos;
o 42% dos homens adultos brasileiros são ejaculadores precoces;
o Os executivos brasileiros são os mais insatisfeitos do mundo em
relação ao equilíbrio trabalho – vida pessoal;
o Apenas 28% dos trabalhadores brasileiros são altamente
engajados no trabalho;
o 10% dos desempregados no Brasil desenvolvem quadros de
depressão.
 Existem vários campos a serem desbravados pelos psicólogos, para além
da área da saúde – que ocupa quase metade dos profissionais, o que
precisa ser ensinado nas faculdades e buscado pelos alunos e
profissionais. A psicologia aplicada aos esportes, ao trânsito, à análise de
big data (não sabe o que é isso? Deveria!), ao marketing e consumo, à
arquitetura, ao desenvolvimento de inteligência artificial são alguns
exemplos (pense muito bem antes de repetir a falácia “o mercado de
trabalho para a psicologia está saturado”).

Poderíamos encher páginas e páginas com dados como estes. Acredito que esses 8
indicadores apontam para campos de atuação em que os psicólogos e psicólogas
poderiam contribuir muito mais do que atualmente. Penso que somos tímidos
em evidenciar nossa ciência e os benefícios que ela pode trazer às vidas das
pessoas. E por quê?

Conversando com centenas de profissionais de todo o país, posso afirmar com


tranquilidade que existem basicamente duas fontes de problemas que entravam
as carreiras dos psicólogos e psicólogas, a saber:

1. Dificuldades emocionais: Sim (e como)! Problemas de autoestima


rebaixada, dificuldades com a autoimagem, insegurança, crenças
limitantes acerca da profissão, das próprias competências e sobre
dinheiro; medo de falar em público, de fazer networking e de captar
clientes. Nesse campo, há um profissional que pode te ajudar. Chama-se
psicólogo!
2. Problemas relacionados ao planejamento de carreira (e esta é a minha
área de atuação): falta de direcionamento e foco profissional,
desconhecimento de ferramentas de análise de mercado e planejamento
de atuação, do próprio perfil profissional e de gestão financeira. Eis nosso
campo de estudos aqui.

E essa falta de planejamento permeia a carreira dos psicólogos desde a entrada


na graduação até a especialização e o exercício da profissão. Não quero dizer,
com isso que a falta de planejamento levará inexoravelmente ao fracasso, à
falência ou a uma prática profissional medíocre.

O caso é que, com planejamento, as probabilidades de ser bem-sucedido em


alcançar seus objetivos de forma mais eficiente, com menor consumo de energia,
tempo e recursos é bem mais razoável. 9
Da mesma forma, pode ser que, com todo o planejamento e todo o empenho,
nos deparemos com o fracasso. Mas, a intenção é que essa possibilidade seja
remota.

Ou seja, se for para jogarmos com as probabilidades, é preferível apostarmos no


sucesso com planejamento do que no fracasso sem planejamento, concorda?

É devido à falta de planejamento que pessoas lotam as salas das faculdades de


psicóloga sem qualquer estrutura, passam o curso sem saber o que querem fazer
de forma específica, se formam com uma vaga ideia (e a certeza que para ficar
bom de verdade precisa fazer uma pós) de como iniciar a carreira: se juntar aos
colegas da faculdade, dividir uma sala, fazer e “espalhar” um cartão (e “estudar
pra concurso” em paralelo) e esperar os clientes chegarem e, pela “propaganda
boca a boca” fazer seu nome no mercado, algo que levará em torno de 10 anos.
A falta de planejamento leva muitos profissionais da psicologia a ficar “batendo
cabeça”, tentando um ramo após o outro, uma especialização após outra, com
pouca ou nenhuma articulação, na crença de que, quanto mais aberto o leque de
possibilidades, maior a possibilidade de conseguir os clientes e se firmar em um
campo específico.

A falta de planejamento leva à crença (muito reproduzida nas universidades) de


que o “concurso público” é a tábua de salvação para os psicólogos. Um santo
graal a ser conquistado duramente a fim de garantir um ganho que possibilitará
que você siga o rumo que desejar depois.

A falta de planejamento na carreira proporciona três situações típicas. Dentre os


muitos atendimentos que fiz, com profissionais de diversas áreas de atuação e
dos mais variados estágios na carreira, posso destacar três grupos de psicólogos
que enveredaram por caminhos que hoje eles desejam desesperadamente
mudar:
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 Generalistas que buscam uma atuação mais especializada: quem nunca
viu (ou fez) um cartão com os dizeres fulano(a) CRP xxxxxx Atendimento
Psicológico: crianças, adolescentes, adultos, idosos, casais e famílias. Isso
equivale a uma pessoa se apresentar para consertar seu computador,
mas que também repara o carro, a cortina, o encanamento e o telhado. A
maioria dos psicólogos que atendo já perceberam que se colocar como
generalista é antiprodutivo e desejam deixar essa posição, segmentado o
mercado de atuação com mais clareza. Esse certamente é o grupo mais
numeroso. Um subgrupo aqui é o dos psicólogos que atendem a planos
de saúde e querem sair deles, centrando seus atendimentos na clínica
particular.
 Psicólogos que atuam no serviço público e querem se tornar autônomos é
o segundo grupo em número, mas o que tem maiores sofrimentos.
Somos de uma cultura que aspira pelo cargo público mais pela segurança
da estabilidade do que pela vocação de servidor. Em sua maioria caem
em áreas sujeitas a administrações pouco técnicas e menos ainda atentas
a prestar um serviço de qualidade mínima que seja. Cercado de
medíocres e ressentidos, os profissionais da psicologia, em sua maioria,
logo perdem o encanto e começam a sofrer. O medo de perder a
estabilidade é um grilhão difícil de ser quebrado para que se busquem
voos empreendedores;

 Profissionais da área organizacional que desejam sair das empresas e


terem o próprio negócio. A maioria pretende seguir na área clínica (que
muitas vezes era o que sempre quis, mas sabe como é, precisava pagar as
contas e esse foi o emprego que consegui) e outros que querem montar
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os próprios negócios na área de gestão de pessoas. Estes trazem um
sofrimento especial devido à desumanização que as empresas exigem
através das metas, indicadores e procedimentos.

Você se identifica com algum desses casos? Quer um novo rumo para a sua
carreira?

Planejamento é a chave!

O planejamento é a base da ponte que liga seu estado atual ao estado desejado.
O estado atual é seu momento profissional presente: número de atendimentos,
nível de faturamento, segmento que atua, carga de trabalho, alcance,
networking, divulgação e por aí vai. Seu estado desejado, (e parto do princípio
que você, se está lendo isso, está em busca de algo mais na sua carreira) é o
“plus”, o diferente de hoje em relação a tudo o que mencionei antes.
Uma carreira planejada, ao contrário do que parece, é mais livre, pois libera
energia para nos aplicarmos a explorar novas possibilidades.

Um bom planejamento não é uma estrutura rígida e inflexível, mas uma linha
mestra, um fio condutor. Ele abre espaço, inclusive, para o inesperado e o
improvável, pois com planejamento, trabalhamos de forma mais inteligente e
não ocupamos completamente a agenda.

Planejar, como qualquer competência, é algo que podemos aprender, e sabemos


muito bem que não há indivíduo que possa se rotular como “nascido para” nem
como “não nascido para”. E é um campo que não precisamos nos aperfeiçoar
profundamente.

Nossa proposta aqui é lançar mão dos elementos básicos do planejamento


estratégico, suas ferramentas essenciais que, de forma simplificada podem ser
aplicadas ao exercício da psicologia.

Tais elementos já se fazem presentes, em maior ou menor grau, na carreira de


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vários profissionais Brasil afora, com evidências incontestáveis de êxito. Sei disso
porque foram construções que contribuí e acompanhei.

Lançando as bases de um planejamento básico

O primeiro passo para se fazer um planejamento é a OBSERVAÇÃO DA


REALIDADE, ou seja, fazer um levantamento detalhado de como está seu
momento profissional, bem do mercado onde você está inserido e o que você
deseja alcançar.

Esse é o convite que faço a você agora: ponha na ponta do lápis como as coisas
estão no momento, o número de atendimentos, valor de faturamento, se
existem atendimentos de planos de saúde, e que público você tem alcançado.
Sobreponha com outra lista, a que você fará sobre o que deseja da profissão:
quantos atendimentos deseja, quanto quer faturar, que modalidades de serviços
quer prestar.

Como eu disse anteriormente, a “ponte” entre uma e outra lista terá como base
o Planejamento Estratégico. A razão de ser do nosso curso.

Te aguardamos na plataforma para começar os estudos. Se quiser começar agora


é só clicar aqui.

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