Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CASTANHAL - PA
2022
1
CASTANHAL - PA
2022
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
2. PANORAMA GERAL DO MERCADO DO PAINEL OSB ................................................ 4
2.1. Global .................................................................................................................................. 4
2.2. Nacional ............................................................................................................................... 5
3. INDÚSTRIA DE PAINÉIS DE MADEIRA LOCAL E EM REGIÕES PRÓXIMAS DO
PARÁ ......................................................................................................................................... 6
4. ATUAL SITUAÇÃO DO MERCADO DE PAINÉIS NACIONAL E
INTERNACIONAL ................................................................................................................... 7
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 8
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 9
3
1. INTRODUÇÃO
As origens dos painéis derivados de madeira remontam à antiguidade. Já na era
egípcia, havia evidências de camadas de folheado de grão cruzado como uma técnica de
construção (LOGIN, 2004). No entanto, foi apenas na revolução industrial na década de 1850
que isso se tornou amplamente reconhecido como o produto que conhecemos hoje (LOGIN,
2004).
Os painéis surgiram para atender à necessidade gerada pela escassez e pelo
encarecimento da madeira maciça e para burlar as limitações e defeitos que a madeira
naturalmente possui (FREIRE et al., 2015). A origem dos painéis retrata a necessidade de
inovar a aplicação e o uso da madeira como matéria-prima. Surgiram como consequência da
busca, feita pelo homem, por novos meios de utilizar e aproveitar, explorando ao máximo o
potencial da madeira (TORQUATO, 2008).
Os painéis de madeira dividem-se em três grandes grupos: compensados, aglomerados
e chapas de fibras comprimidas (FREIRE et al., 2015). Os painéis estão consolidando posições
de destaque no setor florestal e na economia brasileira, em decorrência do grande crescimento
da produção na última década, segundo os relatórios anuais do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (2008), os principais motivos desse
crescimento foram a instalação de novas unidades produtoras, a busca de novas tecnologias de
produção e a modernização do parque industrial.
De acordo com Iwakiri (2005), desde o início da produção de compensado no final do
século XIX, inúmeros tipos de painéis de madeira foram surgindo até o momento, sempre com
a preocupação de buscar novos produtos com melhor relação custo/benefício para as aplicações
específicas a que se destinam.
O painel de Fibras de Média Densidade (MDF) começou a ser produzido no Brasil em
1997, a produção do MDF usa como matéria-prima principal a madeira de eucalipto e pínus e
apresenta como característica um processo seco com várias etapas (LOYOLA EISFELD &
BERGER, 2012). O MDF possui consistência que se aproxima à da madeira maciça
(TORQUATO, 2008). A maioria dos seus parâmetros físicos de resistência são superiores aos
da madeira aglomerada, caracterizando-se também por possuir boa estabilidade dimensional e
grande capacidade de usinagem (REMADE, 2007).
No Brasil, a produção do painel de tiras de madeira orientadas (OSB) é recente, data
de 2001 (LOYOLA EISFELD & BERGER, 2012). A resistência do OBS é alta, embora não
tanto quanto a da madeira sólida original, mas tão elevada quanto a dos compensados
estruturais, aos quais substituem perfeitamente, esse painel tem a elasticidade da madeira
4
convencional, mas é mais resistente mecanicamente - o seu custo é mais baixo, devido ao
emprego de madeira de pequena dimensão, proveniente de florestas geridas de forma
sustentável (GORSKI et al., 2014).
Durante o processo de produção de placas de OSB, é possível o melhor aproveitamento
das toras de madeira. O OSB utiliza 96% da madeira contra 56% do compensado, o que permite
otimizar o custo do produto, tornando-o ecologicamente mais eficiente (IWAKIRI et al., 2008).
Dentre os usos do OSB, destacam-se pisos, divisórias, coberturas e obras temporárias, como,
por exemplo, tapumes e alojamentos (REMADE, 2007).
Nesse contexto, devido à importância dos painéis de madeira e especificamente do
painel de tiras de madeira orientadas (OSB), o presente trabalho tem como objetivo realizar
uma análise da atual situação do mercado de painéis de madeira com ênfase no painel OSB.
2.2. Nacional
Nos últimos anos, a produção e o consumo da indústria de painéis de madeira
reconstituída apresentaram o maior crescimento médio anual dentre os produtos florestais do
Brasil (GORSKI, 2014). Esse acréscimo foi devido ao incremento do consumo doméstico e aos
investimentos expressivos realizados pelas indústrias do setor na última década.
Entretanto, o Brasil é muito incipiente na produção de OSB, começou a produzir painéis
somente no final de 2002. Em contrapartida, as fábricas de outros compostos de madeira já
estão bastante consolidadas, como os compensados que iniciaram em 1940, seguindo em 1966
com as chapas aglomeradas, em 1995 com as chapas de fibra e em 1997 com o MDF (MENDES
et al., 2003 apud DEL MENEZZI, 2004).
Desde sua introdução no mercado brasileiro, ainda continua com participação diminuta
no mercado de painéis e o consumo de OSB segue em patamares bastante reduzidos, ao
contrário do enorme crescimento registrado na América do Norte e Europa, ou seja, o mercado
de OSB está em vias de desenvolvimento. Assim no momento, o país tem produção voltada
para o mercado externo e exportou 65% da sua produção em 2017, com um crescimento de
223,4% nas exportações entre 2013 e 2017 (SORATTO, 2019).
A nível nacional, existe somente um produtor de painel OSB com capacidade de
produção anual de 384 m³ (FERRO et al., 2018), o que representa cerca de 8% da produção
global total de OSB no mundo (GRAND VIEW RESEARCH, 2015). Sendo que essa produtora
passou por mudanças administrativas em novembro de 2008, em que a empresa multinacional
6
norte americana Louisiana Pacific (LP) assume a linha de produção de painéis de OSB, que era
exclusividade, em território nacional, da Masisa (REMADE, 2008). E atualmente, o parque
fabril está situado em Ponta Grossa-PR.
Quando a fábrica ainda era da Masisa, a Abipa divulgava alguns dados sobre os usos de
OSB no país, que indicavam que a construção civil respondia por 40% das vendas internas,
seguida da indústria de móveis (25%), embalagens (20%), outros (13%) e construção seca (2%)
(VIDAL; HORA, 2014). Isso está relacionado a alta resistência mecânica dos painéis OSB,
embora não tanto quanto a da madeira sólida original, mas tão elevada quanto a dos
compensados estruturais, aos quais substituem perfeitamente.
Com isso, os painéis OSB vêm conquistando espaço no mercado, em diversos setores,
principalmente no de construção de civil, por terem boas propriedades mecânicas aliadas às
características da matéria-prima exigidas no processo de fabricação, tais como custo baixo,
devido ao emprego de madeira de pequena dimensão, proveniente de florestas geridas de forma
sustentável (ESFEILD; BORGES, 2012).
5. CONCLUSÃO
A indústria de painéis de madeira no Brasil vem crescendo com a consolidação das
plantações florestais e o desenvolvimento industrial. As exportações de painéis superam as
importações em quantidade, estando os painéis laminados como o principal produto exportado.
Entretanto, este mercado tem sofrido modificações em decorrência de fatores como a busca de
alternativas à madeira maciça, melhoria da qualidade do produto e modernização tecnológica
no processo fabril.
Em relação aos painéis OSB produzidos nacionalmente, estes têm destaque para
aplicação na construção civil, com enfoque para uso em sistemas construtivos e
industrializados. Diante do exposto, é notório que os painéis de madeira desempenham
relevante papel na indústria florestal, juntamente com os produtos de partículas e fibras, os
quais estão ganhando destaque no mercado interno.
9
6. REFERÊNCIAS
BNDES. Setorial: Painéis de madeira no Brasil: panorama e perspectivas. Rio de Janeiro, n 27,
p.121-156, mar. 2008.
BRASIL, L. LOUISIANA PACIFICCORPORATION. Lpbrasil, 2018.Disponível em:
www.lpbrasil.com.br. Acesso em: 12 dez. 2022.
DEL MENEZZI, C. H. S. Estabilização dimensional por meio do tratamento térmico e seus
efeitos sobre as propriedades de painéis de partículas orientadas (OSB). 2004. 242 p. Tese
(Doutorado em Ciências Florestais) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004.
FAO - FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION. 2019. Disponível em:
<www.faostat.fao.org>. Acesso em: 10 de dez. de 2022.
FERRO, F.S.; SILVA, D.A.L.; LAHR, F.A.R.; ARGENTON, M.; GONZALEZ-GARCIA, S.
Environmental Aspects of Oriented Strand Boards Production. A Brazilian Case Study.
Journal of Cleaner Production. 2018, 183, 710–719.
FREIRE, A. L. F. et al. Impactos ambientais de painéis de madeira e derivados: uma revisão de
literatura. 2015.
GORSKI, L. Painéis de partículas orientadas (OSB) da madeira de Pinus spp. E Eucalyptus
benthamii. 2014. 146p. Dissertação (Mestrado em engenharia florestal) – Universidade do
Estado de Santa Catarina, UFSC, Lages, 2014.
GRAND VIEW RESEARCH. Mercado de painéis de fios orientados (OSB) no valor de US$
71 milhões até 2022, 2015, Disponível em: <http://www.grandviewresearch.com/press-
release/global-oriented-strand-board>. Acesso em: 11 de dez. de 2022.
GRAND VIEW RESEARCH. OSB Market Size Worth $32,89 Billion by 2025. 2019.
Disponível em: <http://www.grandviewresearch.com/press-release/global-orientedstrand-
board>. Acesso em: 11 dez. de 2022.
IBÁ – INSTITUTO BRASILEIRO DE ÁRVORES. Relatório 2016. São Paulo: IBÁ, 2017.
IBÁ. Relatório Anual 2022.
IMF – INTERNATIONAL MONETARY FUND. Disponível em: <www.imf.org>. Acesso em:
10 de dez. de 2022.
IWAKIRI, S. et al. Utilização de madeiras de Eucalyptus grandis e Eucalyptus dunnii para
produção de painéis de partículas orientadas-OSB. Ciência Florestal, v. 18, p. 265-270, 2008.
IWAKIRI, S. Painéis de madeira reconstituída. FUPEF. Curitiba, 2005.
LOGIN, E. REVISTA DA MADEIRA-EDIÇÃO N 78-FEVEREIRO DE 2004. Disponível
em
10
<http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=488&subject=Pain%E9is
&title=Origem%20e%20evolu%E7%E3o%20dos%20pain%E9is%20estruturais>. Acesso em
12 de dez. de 2022.
LOYOLA EISFELD, C.; BERGER, R. Análise das estruturas de mercado das indústrias de
painéis de madeira (compensado, MDF e OSB) no estado do Paraná. Floresta, v. 42, n. 1, p.
21-34, 2012.
MATTOS, R. L. G.; GONÇALVES, R. M.; CHAGAS, F. B. das. Painéis de Madeira no Brasil:
Panorama e Perspectivas. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 27, p. 121-156, mar. 2008.
MENDES, R. F. Efeito do tratamento térmico sobre as propriedades de painéis OSB. 2010.
115p. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, USP, Piracicaba, 2010.
MORDOR INTELLIGENCE. Mercado orientado strand board (osb) crescimento,
tendências, impacto covid-19 e previsões (2022 - 2027). Hyderabad, c2022. Disponível em:
<https://www.mordorintelligence.com/pt/industry-reports/oriented-strand-board-osb-market>.
Acesso em: 09 de dez. de 2022.
REMADE. LP assume produção de painéis OSB da Masisa. Revista da Madeira, Curitiba –
PR. Nov. 2008. Disponível em: <http://www.remade.com.br/noticias/5107/lp-assume-
producao-de-paineis-osb-da-masisa>. Acesso em: 10 de dez. de 2022
REMADE. Revista da Madeira: Diversidade de produção amplia usos no setor. Edição nº 95.
Abril, 2007.
SORATTO, D. N. Adição de nano e microcelulose em adesivo tanino-formaldeído para
produção de painéis OSB. 2019. 83 f. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) - Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa. 2019.
SOUZA, Amanda Araújo de; GOMES, Fernando José Borges. PANORAMA DE MERCADO
DO SETOR DE PAINÉIS DE MADEIRA.. In: Anais da VIII Reunião Anual de Iniciação
Científica (RAIC 2020) e II Reunião Anual de Iniciação em Inovação e Desenvolvimento
Tecnológico (RAIDTEC 2020). Anais...(RJ) UFRRJ, 2020. Disponível em:
<https//www.even3.com.br/anais/VIIIraic2020/386032-PANORAMA-DE-MERCADO-DO-
SETOR-DE-PAINEIS-DE-MADEIRA>. Acesso em: 13/12/2022 12:35
TORQUATO, L. P. Caracterização dos painéis MDF comerciais produzidos no Brasil. Curitiba,
2008. 93 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Setor de Ciências Agrárias,
Universidade Federal do Paraná.
11