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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE HISTÓRIA
CAMPUS BRAGANÇA

PROF°: CAROLINA CHRISTIANE DE SOUZA MARTINS

RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS,
EDUCAÇÃO E DESCOLONIZAÇÃO
DOS CURRÍCULOS

ALUNO: CARLOS HENRIQUE SILVA LOBO

BRAGANÇA-PA
SETEMBRO 2021
RESUMO CRÍTICO

A implantação obrigatória do currículo-colonial, unicamente alicerçada com códigos culturais


da classe dominante do velho mundo, uma educação não formulada para as realidades
étnicos-raciais do Brasil, programação que ainda permanece e encontra-se estabelecido e
enraizado nas escolas e universidades brasileiras. A obrigatoriedade da inserção do ensino
de História da África e afro-brasileira na grade curricular tanto das escolas particulares
quanto públicas é de grande relevância para a descolonização dos currículos propriamente
arcaico e uma radical mudança pedagógica, epistemológica, política da teoria e prática
educacional das culturas deixadas na berlinda e exploradas no processo histórico. O
musical e filme besouro cordão de ouro, retrata pelo personagem capoeirista a trajetória de
submissão, lutas por justiça, contradição e coragem vivida pela população negra no
processo de constituição do Brasil. Com insentivo legislativo a peça desencadeia um rico
conhecimento educacional da cultura afro aos telespectadores, conhecimento não só da
história do personagem besouro mas da capoeira como símbolo de resistência, exemplo de
luta pela liberdade, dignidade, a obra põe em pauta a trajetória dos negros dominados,
explorados e por consequência os presentes na peça instigam o modelo hierarquizado do
conhecimento pedagógico unicamente ocidental. A legislação educacional manifestada pela
lei 10.639/03, traça alternativas para uma educação anti-racista que acarrete na ruptura
epistemológica curricular, porém encontra severas residências, simplificando a legislação é
um viés para a mudança estrutural-cultural, enfatiza a conservação da cultura africana e a
fim de ocorrer uma metamorfose curricular do "ritual" pedagógico hegemônico, trata de
variados métodos de repassar a manifestação ética das cultural dadas excluídas, expor e
estabelecer a verdadeira cultura brasileira, essa legislação é resultado da ação política de
resistência e luta histórica feita principalmente pela população sonegadas durante esses
séculos de formação do povo brasileiro. todavia, não há uma única cultura mas um mosaico
de etnias que formam juntas a cultura brasileira, indo contra mão o currículo educacional
aqui estabelecido é de influência luso-europeia com a educação voltada para a classe
abastada e por consequência abafa as principais bases étnicas da formação do povo
brasileiro. O processo de democratização do currículo se faz(e), pelos debates
epistemológicos dos próprios sujeitos invisibilizados ao longo desses IV séculos de
formação e de modo recente pela legislação, curricular e professores(a). Com o acesso a
educação básica e superior, esses cidadãos excluídos indagam as relações de privilégio
enraizado em nosso modelo político educacional, currículo colonizador e exigem propostas
emancipatórias para a inserção de conteúdo concreto das principais culturas étnicos-raciais
sonegadas do modelo pedagógico-europeu propriamente excludente.

referência bibliográfica:

GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e


descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, v.12, n.1,
Jan/Abr 2012.

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