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Até onde os nossos conhecimentos históricos permitem evidenciar, pode-se dizer que
nos séculos anteriores e em quase todas as regiões do globo já se sucedeu guerra. Não há
razão então pela qual acreditar que o século XXI terá menos guerras que anteriormente e, a
julgar pelo seu começo (com a guerra fria, por exemplo), há várias razões para pensar o
contrário. A história mostra-nos que a guerra faz parte da vida humana desde tempos
imemoriais, apesar do seu enorme sofrimento e miséria.
Por conseguinte, a nível moral, guerras são, além da sua miséria e sofrimento, palco de
regras que as sociedades políticas têm o dever de seguir. Apoiada pela teoria filosófica da
guerra justa ou do justum bellum, posso dizer que primeiramente é necessária uma causa
justa, logo um estado só pode declarar guerra por razões adequadas, ou seja, desde que a
intenção seja pura, nunca podendo o objetivo ser a perda injustificada de vidas humanas,
objetivo este que a Rússia não cumpriu, pelo que Vladimir Putin, como governante russo, não
declarou a sua motivação, para além das suas possessivas afirmações “A Ucrânia moderna foi
criada pela Rússia comunista” e “As gentes ucranianas foram contaminadas pelo Ocidente com
o vírus da corrupção”. É, portanto, uma guerra premeditada, não provocada, nem justificada
por razões atuais, sendo uma violação do direito internacional que a Rússia diz partilhar como
membro das Nações Unidas. Além disso, penso que a guerra é apenas legítima se for o último
recurso disponível, isto é, se todas as alternativas pacíficas se esgotarem. Aqui é onde a guerra
na Ucrânia se torna imoral, já que neste contexto a Rússia desrespeitou variadas regras. Desde
a falta de uma intenção pura até ao facto de Putin não ter feito uma declaração pública e ter
usado o ataque-surpresa.
Por fim, nestes últimos dias temos enfrentado variados casos onde o invasor
desrespeitou as leis que se enquadram neste contexto, e excedeu os limites pacíficos. Como
forma de respeito pelas relações internacionais, o único alvo aceitável num conflito de tal elite
são os militares. Estes sim são a forma física das divergências que os representantes de cada
país enfrentam, podendo até realçar a famosa expressão “A guerra é um lugar onde jovens
que não se conhecem e não se odeiam se matam entre si, por decisão de velhos que se
conhecem e se odeiam, mas não se matam”. Contudo, fruto da severidade do seu Estado e da
sua restrita aristocracia, os militares russos são vítimas de manipulações e lavagens-cerebrais,
que proíbem a sua imparcialidade. Assim, vários foram os exemplos com os quais temos lidado
e que infringem quaisquer limites que a guerra poderia ter, desde a morte de civis que não
tinham qualquer forma de auto defesa, como ataques a hospitais e crianças, a carnificina de
animais tanto domésticos como com objetivos alimentícios, assim como também executaram
atos indiscritíveis a determinados cidadãos, como a violação física de mulheres de variadas
idades e a tortura dos homens mais frágeis.
Todavia, toda a nossa atenção e apoio são necessários, uma vez que uma guerra em
pleno século XXI não é apenas a guerra de outrem, mas a guerra de todos nós! Esta não só
afeta o país em questão, mas toda a Europa e países envolventes, já que estabelecemos
demasiadas interligações que nos impedem de ser egoístas.