Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Parlamentos
Logo, geram:
- a tecnologia rudimentar; - fraca produtividade, escassez de
- a inexistência de fertilizantes químicos; cereais, devido às más colheitas
sucessivas
- a ineficácia no combate às pragas;
- emprego da maior parte da
- as consequências das intempéries/condições climatéricas população (entre 65% e 90%)
Quebra demográfica, associada às crises de subprodução, devido: (nas zonas mais ricas a
população aumentou e nas zonas mais pobres recuou) Embora natalidade continue alta,
- crise de subsistência (fome) esta registou um ligeiro recuo:
O século XVIII foi classificado como uma época feliz, do ponto de vista económico e social
Razões: - progresso verificado em vários setores: agrícola, medicina, higiene pública e privada
- prosperidade económica
- crescimento da população
- processo de industrialização
- progressos na medicina
Este regime vigorou em França, durante a Época Moderna, e foi abolido pela Revolução
Francesa, em 1789. A Europa estava longe de possuir uniformidade nos regimes políticos que
governavam os seus reinos e Estados. Contudo, apesar da diversidade política, nos séculos XVII
e XVIII, o regime dominante era a monarquia de caráter absoluto.
A divisão tripartida da sociedade em categorias sociais, cada uma com a sua função,
estabelecida por Deus, foi uma conceção herdada da Idade Média. Em 1610, o jurista francês
Charles Loyseau defendeu a ideia de que a sociedade estava organizada em três ordens ou
estados – categorias sociais cujo prestígio e dignidade se diferenciavam de acordo com o
nascimento, honra e a função desempenhada.
Clero Nobreza
(oratores) (bellatores)
Povo (Laboratores)
A ordem social do Antigo Regime era garantida pelo absolutismo régio (regime político
associado ao Antigo Regime, caracterizado pela concentração de todos os poderes no rei,
segundo a vontade divina). Nesta sociedade, as ordens sociais eram diferenciadas segundo:
O Antigo Regime foi um período onde, a nível económico, deu-se o predomínio da agricultura
(como produtiva e ocupava a maior parte da população), o comércio assumiu cada vez maior
importância (capitalismo comercial) e adotaram-se medidas protecionistas. Já a nível político,
predominavam as monarquias absolutistas, baseadas num governo forte e pessoal dos reis,
com autoridade total e absoluta. E no âmbito social, assentava-se uma sociedade de ordens
tripartida: clero, nobreza e terceiro estado.
Os bispos usavam anel e báculo, enquanto o clero secular usava sotaina. Contudo, ambos os
cleros possuíam a tonsura (corte de cabelo). Destacou-se o Cardeal de Richelieu que pertenceu
ao alto clero e desempenhou funções políticas como primeiro-ministro de Luís XIII, sendo um
homem de Estado e tendo-se destacado como um dos principais construtores do regime
absoluto em França.
Vivia nas suas propriedades, afastada da corte, apesar de muitos dos seus
elementos acabarem por lá se dirigirem em busca de mercês régias.
Nobreza rural
Podia ascender à alta nobreza.
ou provincial
Levava uma vida modesta e era menos sofisticada do que a nobreza de
espada.
O título ou condição de nobre era obtido por concessão régia, isto é, por
Nobreza de toga nobilitação ou favor régio (como recompensa pelo desempenho de
funções) ou através da compra de títulos por parte de elementos da
burguesia rica, em ascensão.
Podemos então concluir que a sociedade de ordens assentou sob os seguintes princípios:
- o rei, detentor de todo o poder, mantinha o corpo social, criado por Deus (rei garante a
ordem social)
Apesar de a hierarquia da sociedade do Antigo Regime ser apresentada como estática (fixa), na
prática, sobretudo a partir da segunda metade do século XVII e ao longo do século XVIII, fez-se
sentir a mobilidade social (passagem de um indivíduo posicionado numa hierarquia de um
estrato social para outro, superior ou inferior).
Cardin Le Bret – publicou, em 1632, a obra Tratado da Soberania do Rei e defendeu que o
monarca era a única autoridade a quem todos se deviam submeter.
A partir de 1661, Luís XIV tornou-se símbolo e modelo da monarquia absoluta, que foi o regime
político vigente nos séculos XVII e XVIII, no qual o rei concentrava em si todos os poderes
(legislativo, executivo e judicial), assumindo-se como representante de Deus na Terra.
Contudo, o seu poder não era arbitrário nem ilimitado, estando submetido à razão. Além de
ser sagrado, paternal e absoluto. As leis, os usos e os costumes, bem como os valores e a
consciência cristã constituíam limites à atuação do monarca. Luís XIV tornou-se paradigma do
monarca absoluto.
- as leis fundamentais de cada reino: instituídas pelo costume e pela tradição: direito
consuetudinário.
Luís XIV, a partir de 1661, no quadro do absolutismo, assumiu o poder pessoal. Manteve os
Conselhos, mas sem dar primazia a nenhum ministro. Passou a contar com a colaboração do
chanceler, o mais importante funcionário da Corte, e com os intendentes, nas províncias, de
modo a reduzir a influência da nobreza e dos parlamentos regionais (era um “tribunal” de
ultima instancia ao qual se apelava de uma decisão ou sentença. As leis, éditos e outros
documentos eram aí registados antes de serem publicados. Os membros dos parlamentos,
proprietários do cargo, podiam transmiti-lo hereditariamente mediante o pagamento de um
imposto).
Luís XIV assumiu o controlo do Estado, da Guerra às Finanças, da Justiça à Administração
central e local, manifestando-se em diversos campos de intervenção.
Durante o seu longo reinado, a afirmação do absolutismo régio foi essencial para assegurar a
coesão da França e para obter um lugar de destaque entre os Estados europeus seus rivais –
Holanda, Espanha e Inglaterra. Através de alianças, guerra e do reforço do exército, marinha e
de uma política económica dirigida pelo ministro e controlador-geral das finanças (Jean-
Baptiste Colbert), a França procurou a hegemonia.
A encenação do poder régio contou com o recurso a meios artísticos variados, como o teatro e
a música, centrando a linguagem simbólica em toro da figura do Rei-Sol. A pintura, as artes
decorativas, a escultura e a arquitetura espelharam a grandiosidade e o poder dos monarcas
absolutos.
O barroco (estilo artístico, em voga entre o final do seculo XVI e meados do seculo XVIII,
marcado pelo esplendor e pela exuberância. Foi adotado pela Igreja Católica como expressão
artística em resposta à difusão do Protestantismo), caracterizado pelo sentido de grandeza,
riqueza e movimento, pelo apelo aos sentidos e emoções, também foi determinante na
encenação do poder e para veicular princípios políticos e a grandeza dos Estados e do
soberano.
O Palácio de Versalhes foi um modelo arquitetónico para as cortes europeias, mas também um
teatro de encenação do poder e um meio de controlo e de submissão da nobreza, interessada
nos favores do rei.
- o palácio, com os seus salões, galerias e aposentos, bem como o vasto complexo de jardins,
era o palco onde se desenrolava a encenação do poder e da vida do rei;
- o rei era a figura central, cuja vida e atos quotidianos assumiam um valor simbólico;
- a corte era mobilizada para o culto ao rei, de acordo com regras, gestos e procedimentos
predefinidos pela etiqueta e protocolo que regiam o quotidiano daqueles que viviam na corte;
- a rotina diária dos nobres ajustava-se à do monarca, com regras de precedência e de maior
ou menor aproximação, consoante o favor e a vontade do rei.
Os cargos ligados ao comércio ultramarino serviam para agraciar a nobreza que, na grande
maioria dos casos, pouco percebia de negócios, deixando a burguesia relegada para segundo
plano, o que mereceu fortes críticas aos monarcas. Surgindo a expressão “o homem que não é
fidalgo, não é chamado para nada”. Por todo o Império, os nobres enriquecem à custa das
sedas da China, da canela de Cellão, dos escravos da Guiné ou do açúcar do Brasil.
Fruto destas atividades, a nobreza mercantiliza-se, dando origem a um tipo social especifico: p
cavaleiro-mercador, que não era um verdadeiro homem de negócios. O comércio foi sempre
um modo fácil para enriquecer, uma atividade complementar à de grande proprietário e
permitiu-lhe esbanjar em artigos de luxo.
A debilidade da burguesia
Preponderância da nobreza nos cargos políticos e nos negócios do Imperio Colonial impediu o
crescimento e enriquecimento da burguesia. A nossa burguesia teve certas dificuldades em se
afirmar, atrofiada pelo protagonismo excessiva da coroa e da nobreza. A burguesia
portuguesa, até ao período do Marques de Pombal, caracterizou-se por uma grande debilidade
política, económica e social. Poucos foram os casos de sucesso.
O absolutismo joanino
O reinado de D. João V, entre 1706 e 1750, correspondeu ao período de afirmação da
monarquia absoluta, não só a nível interno, mas também no quadro internacional, numa
Europa marcada pela figura de Luís XIV, paradigma do rei absoluto.
Manifestações de grandeza:
- a vida na corte era determinada por um cerimonial rígido e hierárquico, em que cada um
ocupava um lugar, definido de acordo com o protocolo e as formas de tratamento
estabelecidas.
- a presença de uma elite nobre e eclesiástica na corte era uma forma de participar na vida
social, cultural e política do reino, de aceder aos privilégios concedidos pelo rei, de modo a
criar uma rede de dependências e a disciplinar as ordens privilegiadas.
- as entradas solenes do monarca e da sua família, nas ocasiões festivas, estavam associadas a
cerimónias do calendário religioso ou à vida da família real.
- as entradas públicas dos seus embaixadores nas principais capitais europeias evidenciavam a
grandeza do rei, através de cortejos solenes onde foram exibidos coches faustosos, decorados
ao gosto barroco: em Viena, em 1708, por ocasião do seu contrato de casamento com Maria
Ana de Áustria; em Roma, em 1716, aquando da embaixada do Papa Clemente XI.
- as artes, nas suas diversas manifestações, evidenciavam a grandeza do poder real, por
exemplo, na decoração e construção de arquitetura efémera associada a cerimónias públicas e
religiosos.
- a edificação de palácios e mansões, a reforma do Paço da Ribeira, palácio real, bem como de
igrejas e capelas, decoradas com talha dourada, constituíram um dos traços característicos da
arte barroca do período joanino, apoiadas pelo monarca, um pouco por todo o reino e
territórios do Império Colonial.
A partir de 1215, com a Magna Carta (documento de 1215 que consagrou, por escrito, que
nem o rei nem nenhuma pessoa estava acima da lei, limitando a autoridade régia. Neste
documento, apresentado pelos nobres ao rei, estava previsto o respeito pelas liberdades e
privilégios dos três estados. Consagrou a liberdade da Igreja, as prerrogativas municipais, a
moderação tributária e o direito a ser julgado pelos seus pares. Dos artigos que constatavam a
Magna Carta, apenas três continuam a fazer, atualmente, parte da lei inglesa), ficou
consagrado que o rei não podia lançar novos impostos sem o consentimento do “grande
conselho”, que, ainda durante o século XIII, deixou de ser apenas um tribunal de justiça (como
acontecia em França) e deu origem ao Parlamento.
Parlamento – órgão com competências legislativas que, entre outros poderes, controlava o
levantamento de novos impostos. Era constituído por duas assembleias: a Câmara dos Lordes
(nobres e eclesiásticos nomeados vitaliciamente pelo rei) e a Câmara dos Comuns (formada
por representantes não nobres dos condados rurais).
- direito de Habeas Corpus (expressão latina que significa “O teu corpo pertence-te”,
estabelecendo que ninguém pode ser preso sem culpa formada) posteriormente tornado lei.
Carlos II:
- aprovação, em 1673, do Test Act que impôs aos funcionários (civis e militares) a rejeição do
Catolicismo e obrigou ao juramento de lealdade à Igreja Anglicana.
- aprovação, em 1679, da lei de Habeas Corpus para confirmar o antigo direito, incluído na
Magna Carta, que protegia as pessoas de serem presas arbitrariamente.
A recusa do absolutismo deixava evidente, novamente, que a sociedade inglesa não abdicava
dos direitos e liberdades individuais há muito consagrados.
Contudo, Carlos II morreu sem deixar descendentes, sucedendo-lhe o irmão, Jaime II:
- contrariou o disposto no test act, nomeando católicos para cargos importantes e proclamou a
liberdade religiosa para os Católicos;
Iniciou uma política de tolerância para com os Católicos, tal proteção e a guerra em que se
envolveu com a Holanda acabaram por provocar a oposição do Parlamento. A atuação do rei
desencadeou forte oposição e desconfiança, pelo que o Parlamento desenvolveu ações no
sentido de evitar o regresso da guerra civil, procurando uma solução de compromisso. Jaime II
foi, novamente, forçado ao exílio em França. A questão passou a ser se os Stuart deviam ser
excluídos definitivamente da sucessão do trono.
A Declaração dos Direitos, tornou-se assim uma espécie de Constituição inglesa, segundo a
qual o monarca ficava obrigado a respeitar o Parlamento (ainda sem representação alargada e
universal), exercendo um poder limitado de acordo com estes princípios:
- os reis não estavam acima da lei (submeteram-se ao direito comum, aplicado aos súbditos)
Em 1701, a aprovação do Act of Settlement estabeleceu que o trono não podia ser ocupado
por um católico.
Locke e a justificação do parlamentarismo
No século XVII, em Inglaterra, o ambiente social e cultural era marcado pelo protestantismo,
pela valorização da educação e do ensino, bem como pela afirmação da liberdade de
expressão e de pensamento, liberdades há muito consagradas na sociedade inglesa. Estas
foram algumas das condições que contribuíram para formar uma população alfabetizada e
crítica, num ambiente social como uma mentalidade favorável à afirmação de novas teorias
sobre o poder político.
Entre 1603 e 1689, a Inglaterra viveu décadas politicamente conturbadas, marcadas por
violentas lutas políticas e intolerância religiosa entre as várias confissões, no quadro de recusa
do absolutismo. Este clima de agitação teve consequências ao nível da teorização das ideias
políticas.
Os princípios enunciados por Locke, à luz do direito natural, comum a todos os indivíduos
(anteriores à ordem social), foram importantes para a formação dos sistemas políticos
modernos, ao nível dos direitos, das liberdades individuais e da afirmação do
parlamentarismo. As suas ideias foram acolhidas em 1776 na Declaração da Independência dos
Estados Unidos da América e em França em 1789, inspiraram a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão.