PROFETA EZEQUIEL

O PROFETA: Ezequiel (hebr. Yehezq’el = “Deus é forte” ou “Deus dá a força”),

era sacerdote, filho de Buzi, da linhagem de Sadoc e atuou em Jerusalém numa época
terrível para o povo judeu: o exílio da Babilônia. Era casado e ficou viúvo pouco antes
dos babilônios tomarem Jerusalém. Foi exilado para a Babilônia junto com a primeira
leva de deportados (597 a.C.). A sua atividade profética na Babilônia dura cerca de
vinte e sete anos (1,2; 29,17), sendo a última profecia do ano 570.

O LIVRO: O livro de Ezequiel é um dos maiores escritos proféticos e sua

mensagem se parece muito com a de Isaías. Conscientizou a comunidade judaica,
pedindo que olhasse com realismo a situação em que estava vivendo.
Na linha doutrinal o livro destaca duas grandes partes bem distintas: Ameaças e
Consolações. Veja a tabela:

AMEAÇAS (1-32) CONSOLAÇÕES (33-48)

1, 1 – 3, 21 3, 22 – 24, 27 25 - 32 33 - 39 40 - 48

A restauração do
A vocação O castigo de O castigo A nova Jerusalém e
povo e o embate
do profeta Jerusalém das nações o povo restaurado
decisivo

O livro de Ezequiel não foi escrito de uma só vez. Certas passagens, como
os duplicados, quebram a sua unidade: o carro de Deus é referido duas vezes, no cap. 1
e 10; a missão do profeta como «guarda do povo» é apresentada em 3,17-21 e em 33,1-
9; alguns pormenores sobre o pecado e o castigo encontram-se em 18,21-32 e em 33,10-
20; a restauração do povo aparece em 11,16-21 e em 36,16-28. É, pois, de admitir a
existência de um redator posterior, que reviu a obra e lhe deu o último retoque. Mas não
é fácil distinguir, sempre, o que pertence ao autor profeta e o que pertence a este
redator. Também se notam alguns aditamentos: por ex., 2,1-3,9 foi introduzido no meio
da visão do rio Cabar; 11,1-21 interrompe o nexo entre 10,22 e 11,12.

Ezequiel é o profeta das visões, da imaginação e do simbolismo. É certo que os

outros profetas também as empregam; mas, em Ezequiel, estes processos literários têm
aspectos característicos muito especiais. Assim, as visões são mais extensas e escritas
com mais pormenores do que as dos seus colegas; As ações simbólicas são também
frequentes, por meio delas desperta a atenção dos ouvintes e ele mesmo dá a
interpretação e enfim, as parábolas e alegorias possuem uma rara beleza poética e
sobressaem pela sua extensão e riqueza de pormenores.