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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Trecho com a
numeração
Ideias principais
internacional
CAPÍTULO 1 Sendo a virtude, assim, de dois tipos, uma intelectual e outra moral, a
virtude intelectual depende mais do ensino, quer em sua origem, quer
1103a em seu crescimento; portanto, ela precisa de experiência e também de
- Virtude tempo; a virtude moral resulta do hábito (...). Por isso, é evidente que
como um nenhuma das virtudes morais é gerada em nós por natureza, pois
modo habitual nenhuma das coisas que existe por natureza torna-se diferente pelo
de se hábito (...).
comportar.
Assim, nem é por natureza, nem contrariamente à natureza que as
- Virtudes virtudes são geradas em nós, mas é natural para nós recebe-las, e nos
intelectuais: aperfeiçoamos pelo hábito.
aquisição pelo
ensino/ Tomamo-las [as virtudes] por uma atividade, tal como ocorre também
Virtudes com as outras artes, pois as coisas que são necessárias aprender antes
éticas: de fazê-las, é fazendo que aprendemo-las.
aquisição pela
experiência.
1103b (...) é praticando as ações justas que nos tornamos justos, e as ações
- As virtudes moderadas que nos tornamos moderados, e as ações corajosas que nos
não são tornamos corajosos.
naturais, logo,
ninguém nasce Além disso, toda virtude é gerada e destruída pelos mesmos princípios
bom ou mau. e pelos mesmos meios (...). De fato, se não fosse assim, nem haveria
necessidade um instrutor, mas todos viriam a ser bons ou maus. E é
- A virtude assim também em relação às virtudes, pois é pelas ações que
supõe um praticamos nas relações com os homens que nos tornamos justos ou
treinamento injustos; e é pelas ações que praticamos em situações de perigo, e pelo
voluntário hábito de temer ou ter coragem, que nos tornamos, uns, corajosos,
outros, covardes.
CAPÍTULO 3 Por isso também devemos ser educados desde a mais tenra infância,
como diz, Platão, de modo a achar nossos prazeres e nossas dores onde
é conveniente, pois a educação correta consiste nisso.
1104b
CAPÍTULO 4 Assim, as ações são ditas justas e temperantes quando é o homem justo
e temperante que as pratica, mas aquele que as pratica não é justo e
1105b temperante por praticá-las, mas porque as pratica do mesmo modo que
os justos e temperantes. Tem razão então de dizer que é pela prática
das ações justas que o homem se torna justo, e pela prática das ações
temperantes que se torna temperante, enquanto que, por não praticá-las
de maneira alguma, jamais estaria em condições de tornar-se bom.
Mas a maioria dos homens não pratica estas ações; eles se refugiam no
domínio da discussão, e pensam que agem assim como se fossem
filósofos e que isso bastará para se tornarem bons, e, desse modo, eles
assemelham-se aos doentes que escutam seus médicos atentamente,
mas não seguem nenhum de suas prescrições.
- Héxeis:
posse,
aquisição.
CAPÍTLO 6 Então, se é assim em todos os casos, a excelência, a virtude do homem
1106a só poderia ser uma disposição pela qual um homem torna-se bom e
pela qual também sua própria obra tornará boa.
1106b Eu entendo aqui a virtude moral, pois é ela que se relaciona com as
afecções e as ações, nas quais existe o excesso, a deficiência e o meio-
termo.
1107a Assim a virtude é uma disposição de caráter relacionada a uma escolha
Bem supremo: deliberada e ocupa uma posição central em relação a nós, a qual é
o melhor dos determinada pela razão e determinaria o homem dotado de sabedoria
bens prática.
CAPÍTULO 7 Pode-se, então, desejar honras menores do modo que é devido, mais
do que desejar honras do modo que é devido, mais do que é devido ou
1107b menos do que é devido; o homem que se entrega aos desejos
excessivos é designado por ambicioso e ao homem com desejos
insuficientes, um homem sem ambição, e aquele que mantém a
posição intermediária não recebeu denominação.
1109b Devemos nos esforçar para seguir através da direção oposta, pois é
somente nos afastando das faltas que cometemos que alcançaremos a
posição intermediária, como fazem aqueles que tentam endireitar varas
tortas. Em todas as coisas, enfim, o que é agradável e prazeroso nelas é
do que precisamos nos defender, pois nessa questão não julgamos com
imparcialidade.
QUADRO – CAPÍTULO VII (1107b – 1108b)