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Essa coleção consolida os esforços para a realização de uma das ambições do nosso Ins-
tituto: influenciar e apoiar equipes na adoção de processos de gestão e pedagógicos para
efetivar o Modelo da Escola da Escolha como política pública bem-sucedida nos estados
e municípios onde atua como parceiro.
Um desses processos refere-se à oferta de meios para a formação das Equipes Escolares
e das Equipes Gestoras dos Programas das Secretarias de Educação, o que não se encerra
nos primeiros contatos com o Time ICE e se estende num movimento formativo contínuo
que busca assegurar a todos o pleno domínio do entendimento e capacidade de aplicação
dos fundamentos do Modelo da Escola da Escolha, seja no cotidiano único, complexo e
desafiador do universo escolar, seja no âmbito das Secretarias na implantação e expansão
dos respectivos Programas.
O PRIMEIRO VOLUME
1. Caderno Memória e Concepção – Concepção do Modelo da Escola da Escolha
2. Caderno Memória e Concepção – Conceitos
3. Caderno Memória e Concepção – Educação Inclusiva
O SEGUNDO VOLUME
4. Caderno Modelo Pedagógico – Concepção do Modelo Pedagógico
5. Caderno Modelo Pedagógico – Princípios Educativos
6. Caderno Modelo Pedagógico – Eixos Formativos
O TERCEIRO VOLUME
7. Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Metodologias de Êxito
8. Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Rotinas e Práticas Educativas
O QUARTO VOLUME
9. Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Espaços Educativos
10. Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Gestão do Ensino e da Aprendizagem
O QUINTO VOLUME
11. Caderno Concepção do Modelo de Gestão - Tecnologia de Gestão Educacional
12. Caderno Escola da Escolha – Palavras Fáceis para Explicar Coisas que Parecem Difíceis
Cada volume concentra dois ou três cadernos com temas distintos para os quais existe
uma lógica para a leitura, tendo em vista que eles são interdependentes e se complemen-
tam entre si, embora não exista uma hierarquização de conteúdos.
O primeiro volume é a nossa “breve história de quase tudo desde o início”. Ele traz o Cader-
no Memória e Concepção – Concepção do Modelo da Escola da Escolha, onde é apre-
sentada a história da criação do Modelo, de onde partiu a sua motivação, as dificuldades e
oportunidades envolvidas, os atores que fizeram parte e que contribuíram para a sua elabo-
ração, bem como a evolução desde a sua implantação no Ginásio Pernambucano em 2003.
No terceiro volume são introduzidas as inovações concebidas para trazer do plano teó-
rico-conceitual as ideias elaboradas e dar-lhes corpo no Projeto Escolar a partir de um
conjunto de definições que seguem um currículo comprometido com a integralidade da
ação educativa. Essa materialidade se mostra nos Cadernos Inovações em Conteúdo,
Método e Gestão – Metodologias de Êxito e Caderno Inovações em Conteúdo, Méto-
do e Gestão – Práticas Educativas.
Ainda na sequência das inovações, é apresentado o quarto volume, onde encontramos uma
leitura própria do ICE sobre os espaços educativos da escola quanto a sua concepção, fun-
cionalidade e intenção pedagógica para o Ensino Médio. A percepção que trazemos sobre a
interrelação entre a Arquitetura e a Educação, bem como sobre a influência nos processos de
ensino e de aprendizagem, e por consequência no desenvolvimento de pessoas, é encontra-
da no Caderno Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Espaços Educativos. Neste
volume, também apresentamos as inovações quanto à coordenação dos procedimentos,
processos e instrumentos da gestão do ensino e da aprendizagem anunciados no Caderno
Inovações em Conteúdo, Método e Gestão – Gestão do Ensino e da Aprendizagem.
O quinto volume traz o marco teórico da segunda estrutura do Modelo da Escola da Esco-
lha: o Modelo de Gestão. Aqui, a leitura dedicada e constante do Caderno Modelo de Ges-
tão – Tecnologia de Gestão Educacional é fundamental para o domínio do Modelo da Escola
da Escolha na sua integridade. Em especial, tem-se ainda mais clareza das relações estabe-
lecidas entre o Modelo Pedagógico e o Modelo de Gestão, e do quanto essas duas estrutu-
ras coexistem e se conservam mutuamente. A primeira nutre-se dos Princípios e Conceitos,
O Caderno Escola da Escolha – Palavras Fáceis para Explicar Coisas que Parecem
Difíceis encerra o quinto volume. Ele é um Caderno “bem diferentão” porque não se en-
contra em nenhuma das categorias acima (Memória, Pedagógico, Gestão, Inovação...).
E o que ele é, afinal? Ora, ele é o que o próprio nome diz: uma coleção de palavras essen-
ciais para ajudar a compreender coisas muito importantes, mas que da forma como são
apresentadas parecem complicadas, mas, em essência, não são. Além disso, traz tam-
bém algumas referências teóricas fundamentais, linhas de pensamento e os seus mestres,
e uma ou outra organização cujos estudos são referências importantes para o ICE. A vivência
do Time ICE nas escolas brasileiras nos proporciona uma riqueza sem fim de situações so-
bre as quais aprendemos muito. Trouxemos algumas dessas situações aqui porque elas se
transformaram em recomendações e são ilustrativas de elementos formativos do Modelo.
Para nós, elas valem muito pelo estatuto da experiência que carregam.
Bem-vindo à Escola da Escolha! Nela trabalhamos pelos mais importantes projetos brasi-
leiros e, certamente, os mais desafiadores e valiosos para a Equipe Escolar: os Projetos de
Vida dos estudantes.
Bom estudo!
PRESIDENTE
Marcos Antônio Magalhães
CONSELHEIRO
Alberto Chinen
EQUIPE DE DIREÇÃO
Juliana Zimmerman
Liane Muniz
Thereza Barreto
CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Amalia Ferreira
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Thereza Barreto
Leitura crítica: Alberto Chinen, Amália Ferreira e Rayssa Winnie
Edição de texto: Korá Design e Instituto Qualidade no Ensino
Revisão ortográfica: Palavra Pronta, Cristiane Schmidt e Neuza Pontes
Projeto Gráfico e Diagramação: Korá Design e Instituto Qualidade no Ensino
5ª Edição | 2021
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Essa foi a base sobre a qual se estruturou o Modelo da Escola da Escolha e da qual advie-
ram os Modelos Pedagógico e de Gestão, seus Princípios, Metodologias, Práticas Educati-
vas e instrumentos para a gestão dos processos de ensino e de aprendizagem.
O Modelo viveu alterações importantes desde a sua concepção em 2003. Cada uma de-
las foi necessária para se ajustar às transformações da sociedade e significou a expres-
são da maturidade adquirida pela rica convivência com as escolas estaduais e municipais
brasileiras, seus educadores, estudantes e familiares – os legítimos protagonistas da
implantação da Escola da Escolha.
Os estudos realizados pela sua equipe, bem como os conceitos amealhados nessas expe-
riências, permitem ao ICE a constante e necessária atualização do Modelo da Escola da
Escolha nas suas dimensões pedagógica e de gestão. Dessa maneira, estudos e referên-
cias foram incorporados ao Modelo que foi ampliado e passou a ser oferecido nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental, expandindo o seu campo de atuação antes restrito aos
Anos Finais do Ensino Fundamental e no Novo Ensino Médio na Escola da Escolha.
A Memória
UM POUCO DA HISTÓRIA
É necessário fazer esse destaque para que não haja equívoco na leitura dos documen-
tos apresentados, tendo em vista que os termos então utilizados no Plano de Ação do
Ginásio Pernambucano, por exemplo, são diferentes daqueles que atualmente são utili-
zados nas Secretarias de Educação e respectivas escolas onde o ICE atua e desenvolve
o Modelo da Escola da Escolha. Desde 2003, o Modelo sofreu influências decorrentes do
dinamismo das transformações da sociedade, sofreu atualizações nas dimensões pedagó-
gicas e de gestão e novos estudos e referências foram incorporadas.
Tal como descrito no Caderno Memória e Concepção do Modelo, durante a 2ª fase da recu-
peração e revitalização do secular Ginásio Pernambucano, caracterizada pelo reordenamento
político- institucional e pedagógico da escola, o ICE assumiu como premissa para a for-
mulação do Modelo o compromisso pleno e determinado com a integralidade da ação
educativa, ou seja, educar é assegurar uma formação para além da dimensão cognitiva.
E, ainda, a definição como ideal formativo do Modelo, um jovem que ao final da Educação
Básica tenha:
Eles foram eleitos por trazerem expressos ideais de homem e de sociedade alinhados ao
ideal antropológico da educação brasileira na mesma perspectiva ambicionada pelo ICE,
os mesmos preconizados por Anísio Teixeira, inspirados por John Dewey, uma das refe-
rências teóricas do Modelo da Escola da Escolha.
Para isso, é necessário considerar à luz dos cenários já apresentados como tarefa funda-
mental da escola a formação de:
No início da década de 1990, a Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI
da UNESCO criou uma agenda de debates relacionando educação e sociedade.
E, por fim, vamos compreender o que quer dizer o alinhamento político e conceitual
dos três documentos:
5. A percepção de que aquilo que uma pessoa se torna ao longo da vida de-
pende de duas coisas: das oportunidades que teve e das escolhas que fez;
SEN, Amarthya. Desenvolvimento como Liberdade. Trad. Laura Teixeira Motta. Companhia
de Bolso: São Paulo, 2010
Códigos da Modernidade:
Capacidades e competências mínimas para participação produtiva no século XXI
TORO, José Bernardo, “Códigos da Modernidade: capacidades e competências mínimas para participação produti-
va no século XXI”. Tradução e adaptação de Antonio Carlos Gomes da Costa. Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho,
Porto Alegre, 1998.
Ginásio Pernambucano –
o protagonista brasileiro da Causa
Esse protagonismo adveio, naturalmente, da missão que foi elaborada em seu primeiro Plano
de Ação, após a reabertura da escola e da configuração da Equipe Escolar e dos estudantes.
Corpo discente
Corpo docente
Famílias
Atuar como interlocutores e parceiros dos educadores escolares no marco de projeto pe-
dagógico da escola.
a. Metacognição
• Aprender o Aprender (Autodidatismo);
• Ensinar o Ensinar (Didatismo);
• Conhecer o Conhecer (Construtivismo).
b. Conhecimento
O ser humano precisa do conhecimento:
• Para conhecer a si mesmo;
• Para conhecer o mundo natural e humano do qual é parte;
• Para desenvolver habilidades que permitam sua inserção no
mundo do trabalho;
• Para participar nas decisões que lhe dizem respeito;
• Para continuar aprendendo.
c. Prática pedagógica
• Promoção e exercício do autoconhecimento, do autodesen-
volvimento, da autoavaliação, da autodisciplina, do autodida-
tismo, determinando uma postura de “apoio qualificado” – a
partir do estudante para toda a estrutura organizacional;
• Estabelecimento de centros de resultados em torno do estudan-
te, visando o seu desenvolvimento e a sua realização pessoal,
social e produtiva;
• Vivências e práticas educativas coplanejadas com os estudan-
tes que deverão conduzi-las com o apoio qualificado dos qua-
dros profissionais da escola ou da comunidade;
• Utilização da “capacidade instalada”, fora do prédio da escola.
d. Práticas de gestão
• Constituição e manutenção de espaços estruturados com
condições materiais e imateriais para abrigar e apoiar o de-
senvolvimento dos estudantes e facilitar a dedicação dos pro-
fessores às atividades finalísticas (formar formadores, produ-
zir material didático e ministrar o ensino de qualidade);
Práticas e Vivências
As práticas e vivências deverão promover a educação para a vida (aprender a ser e apren-
der a conviver), visando a aquisição de competências pessoais e sociais que envolvem o
conhecimento de si mesmo, a qualidade dos relacionamentos, a corresponsabilidade pelo
bem comum, o associativismo, o cooperativismo, o compartilhamento de resultados e a
capacidade de autogestão, cogestão e heterogestão.
rito de servir voltado para produzir resultados. Plano de Ação do CEEGP in BARRETO, Thereza M.P.de
Humildade necessária para trabalhar em equipe. C. Anotações pessoais durante a gestão do Ginásio Per-
nambucanos sistematizadas no período de 2003 a 2008.
Consciência da importância da comunicação e
da confiança;
O corpo discente foi composto por estudantes da rede estadual de ensino, por transfe-
rência realizada a partir do preenchimento das 320 vagas disponibilizadas, obedecendo
critérios de aceitação incondicional ao regime de jornada ampliada de 40 horas semanais
diurnas e comprometimento com a execução do projeto político Pedagógico do CEEGP.
O “novo” Ginásio Pernambucano iniciou as suas atividades em 2004, atuando como o mo-
tor de um vasto movimento de mudanças e transformações, onde paradigma se transfor-
mou num exercício que levou cotidianamente a Equipe Escolar a romper com algo instala-
do e há muito consolidado nas práticas e instalar o Modelo completamente novo.
Isso implicou em implantar novas culturas (do portão de entrada da escola à sala de aula!),
em sair dos lugares onde todos se sentem confortáveis, mas onde não necessariamente as
coisas funcionam, e isso valeu para todos, incluindo os estudantes e seus pais.
O Marco Lógico
1º MOMENTO
2º MOMENTO
Uma nova forma de organização e exploração dos ambientes e espaços da escola, cria-
ção de rotinas colaborativas no cotidiano escolar, assim como a ampliação do tempo de
permanência dos estudantes e de toda a Equipe Escolar, foram algumas das estratégias
eleitas, entre outras.
Essas três sequências ilustram a trajetória do marco lógico do Modelo Pedagógico e regis-
tram um aspecto fundamental que equivocadamente é atribuído ao Modelo: que a amplia-
ção da jornada escolar para os estudantes e Equipe Escolar foi o ponto de partida para a
sua concepção, a exemplo de outras políticas públicas instituídas no Brasil, onde primeira-
mente se define o tempo de permanência e, posteriormente, a arquitetura curricular. Aqui
fica claro que o aumento do tempo de permanência foi uma das estratégias para
operar o currículo do Projeto Escolar inovador.
Um conceito
Por definição, o Modelo Pedagógico é o sistema que opera um currículo articulado por
meio da Base Nacional Comum Curricular e sua Parte Diversificada, considerando as dire-
trizes e parâmetros nacionais e locais, por meio de inovações em conteúdo (sobre o que
se ensinar enquanto aquilo que tem sentido e valor), método (sobre como ensinar
aquilo que tem sentido e valor) e gestão (sobre conduzir processos de ensino e de
aprendizagem tratando do conhecimento a serviço da vida) concebidas pelo ICE, fun-
damentadas em Princípios Educativos por meio dos quais a prática pedagógica se realiza
orientada por três Eixos Formativos.
Os fundamentos
No Caderno Memória e Concepção do Modelo apresentamos as bases do que poste-
riormente viria fundamentar os Modelos Pedagógico e de Gestão. As inovações presentes
nesses modelos não se referem apenas aos seus conteúdos, mas em especial à forma
como se integram e como gerem os seus processos. Juntos, esses dois modelos dão sus-
tentação ao Modelo da Escola da Escolha e apresentam- se como estruturas indissociá-
veis, consideradas as suas especificidades: um modelo pedagógico eficaz e um modelo de
gestão comprometido com resultados.
Ela traz em sua centralidade a grande tarefa da escola: criar processos educativos or-
ganicamente estruturados que assegurem ao estudante as condições para que ele
inicie a construção do projeto mais elaborado de sua vida: o seu Projeto de Vida.
Nessa figura expressamos a ideia de que na escola devem ser providas as condições para
a formação do estudante – da criança, do adolescente e do jovem – assegurada no
seu cotidiano por meio do projeto escolar. Esse projeto escolar tem o seu Modelo Peda-
gógico fundamentado nos Princípios Educativos e é operacionalizado pelo currículo cuja
prática pedagógica se orienta pelos três Eixos Formativos aqui apresentados.
A prática pedagógica na Escola da Escolha não ocorre apenas no nível da sala de aula, nessa
Escola a sala de aula não é tratada no seu sentido restrito, ou seja, os espaços educativos são
os diversos ambientes dotados de conteúdos educativos onde todos convivem e aprendem.
Tendo isso em vista, aqui consideraremos a prática pedagógica no seu sentido amplo, que
abrange todos os educadores que interagem com os estudantes – a criança, o adolescente e o
jovem – e que juntos a eles promovem todos os processos educativos articulados ao currículo.
Sobre espaços educativos, ambientes e salas de aula, ver o Caderno Espaços Educativos.
A Centralidade do Modelo
é o Jovem e o seu Projeto de Vida
Essa figura expressa ainda a ideia de que o Modelo de Gestão (TGE) é a base na qual o
Modelo Pedagógico se alicerça para gerar o trabalho que transformará toda a “inten-
ção educativa” em “efetiva ação” traduzida em resultados tangíveis e mensuráveis.
Essa passagem de intenção para ação ocorre por meio da relação de interdependência que
existe entre os Modelos Pedagógico e de Gestão, que se alimentam mutuamente por meio
dos seus Princípios, Conceitos, Metodologias, instrumentos, e mecanismos operacionais.
Esses Modelos são estruturas indissociáveis que tornam possível transformar o plano es-
tratégico da escola (seu Plano de Ação) em efetiva e cotidiana ação, conforme veremos no
Caderno Tecnologia de Gestão Educacional.
Para o ICE, uma condição imprescindível para este posicionamento é constituir um jovem
que ao final da Educação Básica tenha formulado um Projeto de Vida como sendo a ex-
pressão da visão que ele constrói de si em relação ao seu futuro e define os caminhos que
perseguirá para realizá-la em curto, médio e longo prazo.
Para que a escola responda a essa grande tarefa, seu currículo, suas práticas e processos
educativos devem assegurar à criança, desde os anos iniciais, até ao jovem, no Ensino Médio:
O Protagonismo como Princípio, fundamenta o projeto escolar para que, na prática pe-
dagógica, as crianças, adolescentes e jovens desenvolvam suas potencialidades por meio
de oportunidades educativas nas práticas e vivências, sendo reconhecidos, envolvidos e
tratados como fontes de possibilidades, de conhecimentos, de atitudes e de experiências
e não receptores ou porta-vozes daquilo que os educadores dizem ou fazem em relação a
eles e sobre eles. Os estudantes devem ser tratados como fontes de iniciativa, porque de-
vem ser parte da ação; de liberdade, uma vez que às ações devem ser associadas as suas
decisões; e de compromisso, na medida em que devem aprender a responder pelo que
decidem. É um Princípio com força e expressão no projeto escolar e que também está pre-
sente sob a forma de Práticas e Vivências e Metodologia de Êxito (no Ensino Fundamental).
Ainda, uma prática pedagógica orientada por esse Eixo Formativo também assegura que o
currículo seja configurado pela absoluta integralidade da articulação entre a Base Nacional
Comum Curricular e a Parte Diversificada no conjunto das inovações do Modelo da Escola
da Escolha, sempre com a finalidade do seu enriquecimento, aprofundamento e diversifi-
cação. Para tanto, a gestão do currículo, a partir de seu monitoramento, é uma parte im-
prescindível do fazer pedagógico.
A Formação para a Vida objetiva ampliar as referências do estudante aos valores forma-
dos ao longo de sua vida nos diversos meios com os quais interage e que contribuirão para
uma sólida base em sua formação.
Ao orientar a prática pedagógica, esse Eixo cria condições para uma formação onde o es-
tudante constitui e amplia o seu acervo de valores, conhecimentos e experiências - condi-
ção fundamental para o processo de escolhas e decisões que o acompanhará em sua vida
em todas as suas dimensões: pessoal, social e produtiva.
Na evolução dos anos e níveis de ensino evidencia-se que um Projeto de Vida não se cons-
trói sem a presença de qualquer um dos Eixos. Simplesmente não pode haver Projeto de
Vida sem Formação Acadêmica de Excelência, porque não há cidadania sem domínio da
língua materna ou dos números e das operações matemáticas, apenas para citar elemen-
tos primários. Assim como não há Projeto de Vida na formação de um brilhante Engenheiro
calculista de estruturas se, de maneira indiferente, ele toma decisões sobre a indicação de
vigas ou colunas e põe em risco a vida das pessoas numa projeção de futuro. Ou, ainda,
um excelente advogado dotado de grande saber jurídico, de valores e atitudes de não indi-
ferença em relação ao seu entorno, mas que não consegue estabelecer nem manter laços
com as pessoas com as quais convive no seu meio social ou produtivo porque não sabe
lidar com opiniões contrárias às suas. Não é um exemplo de alguém que conseguiu desen-
volver as competências e habilidades para a construção de um Projeto de Vida.
O Modelo pedagógico chega “ao chão da escola” por meio de um currículo integrado pelos
seus componentes curriculares, conteúdos, temas, orientações didáticas e procedimen-
tos diversos que favorecem aos estudantes a vivência de atividades dinâmicas, contex-
tualizadas e significativas nos diversos campos das ciências, da arte, das linguagens e da
cultura corporal. Juntos, exercem o papel de agente articulador entre o mundo acadêmico,
as práticas sociais e a trajetória para construção dos Projetos de Vida dos estudantes, con-
siderados aqui os distintos níveis de ensino.
Assim, desde os Anos Iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, essa formação
considera o estudante e suas circunstâncias como sendo o alvo a partir do qual e para o
qual o Projeto Escolar se constrói e se estabelece sob a forma das relações entre o currí-
culo, suas práticas pedagógicas e de gestão.
O Projeto Escolar assegura o foco no estudante quando suas ações convergem para aten-
der as necessidades, expectativas e ambições dos estudantes, expressas e alinhadas no
Plano de Ação. Conforme veremos no Caderno Projeto de Vida e um pouco mais detalha-
damente no Caderno Modelo de Gestão, não se trata de afirmar que a escola exista para
realizar diariamente os desejos individuais e focais dos estudantes ou que o seu Plano de
Ação se limite à meta de aprovar uma porcentagem pré-estabelecida de estudantes em
determinados cursos ou certa taxa de empregabilidade em um setor produtivo.
O foco dos profissionais da escola e, consequentemente, de suas práticas têm de ter ma-
terialidade, possuir “nome e sobrenome”. Não pode ser abstrato, tem que “ser”, tem que
“existir”, tem que “ocupar espaço”. Nesse caso, o foco é o estudante a quem os educa-
dores servem com sua dedicação, suas competências técnicas, seu tempo, talento, sua
experiência, maturidade, conduta profissional e exemplo.
A discussão sobre currículo é extensa, pois envolve diferentes teorias sobre conhecimento
e visão de mundo e sociedade. A Profª Guiomar Namo de Melo apresenta uma concepção
objetiva, porém não reducionista, de que currículo é tudo aquilo que uma sociedade consi-
dera necessário que os estudantes aprendam ao longo de sua escolaridade.
Conforme apresentado em “Os sinais dos tempos” no Caderno Eixos Formativos, torna-se
cada vez mais evidente que viver, atuar no mundo produtivo de maneira responsável, ter
autonomia para tomar decisões, manejar a informação cada vez mais disponível, ser cola-
borativo e proativo, e ser capaz de gerar soluções para problemas que sequer ainda somos
capazes de imaginar, demanda do ser humano outra condição que não a acumulação de
conhecimentos. As competências exigidas neste século e as habilidades socioemocionais
tornam-se muito mais valiosas do que o conhecimento desinteressado da escola do passado
sobre o qual os estudantes não conseguem atribuir sentido nem significado.
O Modelo da Escola da Escolha para os Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental
e para o Ensino Médio considera a criança, o adolescente e o jovem, respectivamente, em
sua integralidade, sendo o desenvolvimento das dimensões pessoal, social e produtiva es-
senciais para a sua formação.
A centralidade do Modelo da Escola da Escolha reside num jovem que ao final da Educação
Básica tenha se constituído como autônomo, solidário e competente e, portanto, tenha
construído as bases do seu Projeto de Vida. Ao tratar do estudante nessa fase da esco-
laridade, o Modelo revela a necessidade de situá-lo diante de um continuum por meio do
qual ele deverá encontrar as condições essenciais para o desenvolvimento de múltiplas
competências e o domínio de suas respectivas habilidades.
Continuação
Introdução
Projeto
En is
de Vida
sin ci a
o Fu I ni
ndamental - Anos
Conexão
En
sin
oF
und
amen
tal - Anos Finais
Consolidação
Ensin
o Médio
ETAPA INTRODUÇÃO
A entrada dos estudantes nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental é mais um momento de
transição em sua vida. Ela pode representar seu primeiro contato com o ambiente escolar
ou a mudança da Educação Infantil para uma etapa formativa mais sistematizada e que
possa tanto imprimir muitas novidades e desafios, como inseguranças e ansiedades.
Considerando o momento de introdução nesta etapa formativa, as crianças que estão in-
gressando sem experiência anterior no universo escolar são inseridas em várias situações
ligadas à rotina escolar: longos períodos fora de casa, contato com seus pares, a necessi-
dade de compartilhar a brincadeira e o trabalho em conjunto com outras crianças. Para
aquelas que já vivenciaram a Educação Infantil, não deixa de ser um momento novo, de
introdução num novo universo e dinâmica, de novos professores, novas regras e para os
dois grupos de crianças, o maior desafio é o de ingressar no mundo das letras, do aprender
a ler e escrever, da descoberta e uso formal da leitura e escrita na sua vida.
A criança que vivencia os Anos Iniciais do Ensino Fundamental tem desenvolvidas as ca-
racterísticas próprias dessa etapa, que devem ser tomadas como norteadoras para o tra-
balho escolar, sem, no entanto, deixar-se de considerar que cada criança é um ser distinto
de todas as outras, pois traz consigo experiências de vida singulares.
Considerando que a criança possui uma maneira diferenciada de organizar seu pensamen-
to, nesta idade ela caminha para deixar seu pensamento infantil voltado para o imaginário
e direciona-se para inaugurar novas formas de relacionar-se e fazer-se no mundo concre-
to. Um ponto importante a ser ressaltado é que a criança do tempo presente carrega ex-
pressões das suas vivências anteriores. Os adultos, em todos os estágios da constituição
infantil, cumprem uma função essencial na mediação para a construção dos ideais, dos
valores, da noção de ética e da moral para a vida em sociedade.
Aqui cabe descrever brevemente o percurso do desenvolvimento infantil que deve influen-
ciar as práticas pedagógicas no Ensino Fundamental.
Entre 7 e 8 anos, a criança está em outro estágio do desenvolvimento cognitivo que é o raciocí-
nio verbal. Quanto mais se utiliza e domina esta capacidade, mais preparada estará para seguir
adiante no seu percurso escolar, cabendo à escola refinar continuamente suas habilidades.
Além do desenvolvimento cognitivo, a criança que está sendo inserida no meio escolar am-
plia seu campo de atuação e aos poucos vai tomando parte em diferentes tipos de grupos,
times e turmas, indo além de seu núcleo familiar. Fazer parte de um time exige lealdade e
empenho, e esses são construídos, através das relações sociais.
Neste processo, é importante que a criança, pela riqueza de atividade intelectual que possui,
tenha a possibilidade de experimentar os conte dos escolares por meio do brinquedo, do tea-
tro, da arte etc., cujas atividades devem se apoiar no caráter interativo que proporcionam.
Os educadores e o ideal escolar compartilharão parte do lugar ocupado pelo ideal parental,
o que demonstra a escala da sua importância. Isso exige que a criança seja escutada em
suas necessidades de trocas afetivas e atendimento da sua curiosidade a respeito do mun-
do para que o conhecimento seja transmitido, aprendido de forma prazerosa.
O início da experiência escolar está associado ao desejo de produzir algo, de ser e sentir-se
capaz de aprender e de se inserir no grupo social. Na escola, a criança começa a aprender
a fazer coisas de forma cooperativa, a se envolver em tarefas reais, não substituindo o seu
desejo e necessidade de brincar, de viver seu mundo imaginário, porém, é o período apro-
priado para o letramento, a escrita e o cálculo.
Estudos de Peter Senge (2005) demonstram que por volta dos 7 anos há uma convergên-
cia nas áreas da diferenciação cerebral, comportamento e maturação. E, a partir disso,
conclui que certas confluências no processo de desenvolvimento não são fortuitas, mas
parte do planejamento do organismo humano.
A criança que inicia o Ensino Fundamental necessita de meios para canalizar suas ener-
gias, e a escola é muito importante para oferecer a ela o senso de conquista, o sentimento
de sucesso, preparando-a assim para o futuro, qualquer que seja esse tempo.
Aos 10 anos, encerrando os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a criança estará prepara-
da para realizar a passagem para uma nova etapa em sua trajetória formativa, e o percurso
nos primeiros anos de vida no universo escolar contribuiu para o desenvolvimento de com-
petências e habilidades necessárias para a continuação dos estudos em direção a novos
estímulos, desafios e aprendizagens.
É um momento de grande equilíbrio na sua evolução, embora seja uma etapa de transição.
Observa-se nesta fase uma maior amplitude de gostos e interesses que se manifestam em
diversas situações no seu âmbito pessoal, familiar e social.
Ao final do 5° ano, o adolescente está mais familiarizado com seus processos de apren-
dizagem e seu modelo mental e já tem uma visão a respeito daquilo que vai aprender.
Apresenta bom desenvolvimento de seu domínio pessoal, estando mais seguro para fazer
escolhas e a participar de projetos, pois já possui competências para, junto a outros estu-
dantes, criar um plano e executá-lo. A capacidade de autoavaliação e avaliação dos amigos
também está em pleno desenvolvimento. Quando há avaliação, é estimulado a avaliar na
perspectiva de valorização das qualidades e da busca de estratégias para solucionar as
dificuldades e conflitos.
A conexão com os Anos Finais do Ensino Fundamental, se caracteriza por mudanças pe-
dagógicas importantes na estrutura educacional, decorrentes principalmente da diferen-
ciação dos componentes curriculares que as crianças encontrarão nos anos finais. Há uma
declarada diferença nessa fase, e as crianças em geral sentem os impactos das muitas
exigências que passam a atender, apresentadas pelo grande número de professores e os
novos componentes curriculares dos anos finais. É um período muito sensível que exige
necessários cuidados e articulações, tanto no 5º quanto no 6º ano, para apoiar as crianças
nessa fase de conexão e ampliar as suas condições de sucesso.
Dando continuidade aos seus estudos, a criança ingressa nos Anos Finais do Ensino Fun-
damental e possui agora estruturas cognitivas que a colocam em condições de dialogar
com os conteúdos escolares aprofundando seu protagonismo na relação com o saber.
Amplia suas competências sociais e possui um novo nível de atuação com redes de rela-
cionamento mais complexas, com possibilidades de conquistar muitas amizades, muitos
professores passam a fazer parte do seu universo mais amplo.
À medida que caminha para o Ensino Médio, passa a experimentar os papéis variados que
a adolescência apresenta e, como um protagonista, passa a expressar suas próprias supo-
sições, valores, esperanças e sonhos.
Durante a adolescência, experimenta um expressivo “salto cognitivo” que torna mais fácil
para ele compreender e raciocinar sobre o mundo à sua volta. É durante este período que
a maioria se torne capaz de distinguir a realidade objetiva da realidade subjetiva. Ele reco-
nhece que nem sempre a aparência representa a realidade, compara seus próprios pensa-
mentos, sentimentos e experiências com seus pares e esse processo leva eventualmente
à formação de visões e opiniões independentes.
ETAPA CONSOLIDAÇÃO
O caminho para a consolidação de sua formação e de sua identidade adulta passa pelo de-
senvolvimento de questões imprescindíveis: criar uma visão de si próprio no futuro, esco-
lher uma carreira, preparar-se para realizar a sua independência econômica, consolidar um
conjunto de valores pelos quais se guiará nas decisões que continuará a tomar em sua vida.
Quando os jovens não sabem o que desejam criar para si próprios, o processo formativo
vivido na escola não parece ter sentido. Quando, ao contrário, têm clareza sobre suas vi-
sões de futuro, a educação assume um lugar destacado nessa formação. A escola, nesse
sentido, assume lugar de extrema importância e significado em sua vida. Com o Novo
Ensino Médio da Escola da Escolha, enfatiza-se e materializa-se com mais clareza o
atendimento às expectativas do jovem, a partir dos diversos apoios oferecidos pelo
Projeto Escolar em sua arquitetura curricular e nos papéis desempenhados pela
Gestão, Coordenadores e professores.
Projeto de Vida
Pós-Médio
Pensamento Científico
Protagonismo
Práticas Experimentais
Ensino Médio
Projeto de Corresponsabilidade Social
Eletivas da BNCC
O detalhamento e aprofundamento das inovações podem ser estudadas com atenção nos
seus respectivos Cadernos de Formação.
As inovações não estão linearmente distribuídas nas três etapas de ensino, mas presentes
de acordo com a sua indicação e adequação, como pode ser observado na leitura e estu-
dos dos Cadernos, bem como na figura acima.
• Acolhimento
• Roda de Conversa
Rotina • Tempo de Harmonização
• Hora de Cuidar
• Ritos de Passagem
• Recreio de Possibilidades
Corpo, Mente e Movimento • Hora do Jogo
• Brincadeiras Populares
Tecnologia e Comunicação
• Clube de Protagonismo
Vivência em Protagonismo
• Líderes de Turma
Tutoria
A seguir, apresentamos uma ilustração que representa o Modelo da Escola da Escolha. Ele é
configurado por dois “braços”: um Modelo Pedagógico, fundamentado em 6 Princípios
Educativos e cuja prática pedagógica é orientada por 3 Eixos Formativos; um Modelo de
Gestão fundamentado em 3 Princípios, um conjunto de 5 conceitos e 2 instrumentos que
compõem a sua dimensão de planejamento e operacionalização. Na escola, o Modelo é
materializado por meio de um conjunto de inovações em conteúdo, método e gestão
que pode ser representado pelas Metodologias de Êxito, Práticas Educativas, Espaços Edu-
cativos e pelos elementos da Gestão do Ensino e da Aprendizagem.
• Descentralização
• Delegação Planejada
• Ciclo de Melhoria Contínua
• Níveis de Resultados
Eixos Formativos • Parceria
• Formação Acadêmica de
Excelência Planejamento e
• Formação para a Vida Operacionalização
• Formação de Competências para
• Plano de Ação
o Século XXI
• Programa de Ação
O Ensino Médio, conforme definido na Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
ção Nacional - LDB (BRASIL, 1996) é a “etapa conclusiva da Educação Básica”. As Dire-
trizes Curriculares Nacionais (BRASIL, 2012) compreende a “juventude como condição
sócio-histórico-cultural de uma categoria de sujeitos que necessita ser considerada em suas
múltiplas dimensões, com especificidades próprias que não estão restritas às dimensões
biológica e etária, mas que se encontram articuladas com uma multiplicidade de atraves-
samentos sociais e culturais, produzindo múltiplas culturas juvenis ou muitas juventudes”
(p. 155). É uma visão plural de juventude, em permanente transformação e protagonista da
sua inserção no mundo, que permanece nas atuais discussões e diretrizes nacionais na me-
dida em que somos convidados pela Base Nacional Comum Curricular a construir uma pro-
posta de educação que atenda aos desafios da juventude na contemporaneidade.
Hanna Arendt 2
Apenas o domínio do conhecimento acadêmico não basta para preparar os jovens na su-
peração dos desafios e na fruição das oportunidades do mundo contemporâneo. Para efe-
tivamente se posicionarem no mundo, eles precisam aprender o que fazer com o conheci-
mento e as informações que adquirem. Devem usá-los para criar coisas novas e úteis para
a humanidade, criar formas para comunicar o que aprenderam, trabalhar junto a outras
pessoas e construir algo, mesmo que tenham modelos mentais, formação acadêmica,
perspectivas de mundo, personalidade e temperamentos diferentes.
Nessa perspectiva objetiva, é necessário que os jovens consigam usar o que aprendem
na vida e essa habilidade de aplicar o que sabe - seja em circunstâncias da vida real, seja
compartilhando conhecimentos com outras pessoas, pode apoiá-los no desenvolvimento
das competências necessárias para viver no século XXI.
Nessa perspectiva, as novas orientações para a oferta do Ensino Médio junto às redes pú-
blicas parceiras com as quais o ICE atua são aqui apresentadas para colaborar com o pro-
cesso formativo continuado das Equipes Escolares.
2 ARENDT, Hannah. A crise na educação: III e IV. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1972.
COMEÇAMOS ASSIM...
Um novo desenho para o Ensino Médio na Escola da Escolha tem sua origem datada
em 2013. Sua longa trajetória se inicia internamente no ICE e em alguns fóruns de
debate com especialistas que, naquele momento, se questionavam sobre os cami-
nhos possíveis para o Ensino Médio na expectativa de melhoria nos índices educa-
cionais brasileiros. Desde então, as Diretorias Pedagógica e de Gestão do Instituto
iniciaram os seus estudos com vistas à elaboração de uma proposição curricular
que, alinhada aos pressupostos teóricos e metodológicos da Escola da Escolha, pu-
desse se configurar e se consolidar como uma alternativa viável.
Assim como para muitos cidadãos e instituições, parte das nossas expectativas
também não se confirmaram quanto à concepção geral do Novo Ensino Médio. Isso
se expressa em virtude da ausência de expressivos avanços no desejado rompimen-
to com o tradicional currículo acadêmico, enciclopédico e empilhado de disciplinas
e de conteúdos desprovidos de sentido e significado, sem abertura e diálogo para
itinerários formativos variados, de natureza acadêmica ou profissional, apropria-
dos a distintos perfis em virtude da diversidade de interesses que os jovens trazem
consigo ao ingressar no Ensino Médio. Além disso, inicialmente, vimos com preo-
cupação a limitação em 1.800 horas dedicadas aos componentes da Base Nacional
Comum Curricular nas escolas que oferecem educação integral. No entanto, a clara
inversão entre a oferta dos componentes da BNCC e da Parte de Formação Diver-
sificada findou por gerar a oportunidade de ampliar ainda mais as possibilidades de
diversificação, flexibilização e aprofundamento como características notadamente
marcantes do Novo Ensino Médio.
Em meados de 2018, com a instituição do Novo Ensino Médio e da Base Nacional Co-
mum Curricular, criou-se a oportunidade de aproximar o Brasil do que outros países já
realizam para assegurar uma educação de qualidade à sua população juvenil conside-
rada no contexto dos desafios do Século XXI. Naquele momento, as Diretorias Peda-
gógica e de Gestão dedicaram tempo a uma leitura mais sistemática e profunda dos
documentos existentes e, de forma estruturada, iniciou a concepção de um plano de
implementação da Escola da Escolha à luz do Novo Ensino Médio, contemplando as
suas diretrizes, leis, resoluções e orientações publicadas pelo Ministério da Educação.
Nestes documentos pode-se identificar não apenas o alinhamento conceitual, como tam-
bém os elementos que contribuem para a necessária correlação entre as diretrizes da
BNCC e do Novo Ensino Médio, bem como os fundamentos do Modelo da Escola da Esco-
lha. Além dos exercícios e respectivos documentos, também foram realizadas alterações
em alguns dos componentes curriculares da Parte de Formação Diversificada do currículo
adotado pelo ICE para o Ensino Médio, assim como a concepção de novos componentes,
cujo detalhamento e orientações encontram-se nesse Caderno.
A declaração acima se justifica e nos anima na perspectiva dos benefícios esperados e que
deverão superar os resultados insuficientes do atual sistema dessa etapa de ensino.
Identificamos convergências importantes entre o que o Novo Ensino Médio traz e o que a
Escola da Escolha produz. Além disso, a flexibilização – característica importante do Novo
Ensino Médio–, contribuirá ainda mais na atribuição de sentido, significado e objetividade
aos processos educativos por meio das inovações trazidas pela organização curricular e
consequente preparação dos estudantes de acordo com os seus interesses.
Essa compreensão se fundamenta numa leitura sobre o Ensino Médio brasileiro que, adap-
tado do modelo francês no início dos anos 40, fez poucas alterações na sua concepção
deste então. Ele tem sido reconhecidamente incapaz de atender aos objetivos educacio-
nais da população juvenil de forma minimamente adequada. É obsoleto, antiquado e chato.
O Novo Ensino Médio traz a proposição de um currículo flexível, como ocorre na imensa
maioria dos países com os maiores indicadores de desenvolvimento humano e educacio-
nal. Na Alemanha, Finlândia, Cingapura, Inglaterra e Austrália, o Ensino Médio é diversifica-
do e se flexibiliza quando os estudantes fazem 15 anos e ingressam nessa etapa de ensino.
O modelo adotado no Brasil, só existe aqui e a maioria dos estudantes não aprende nem
encontra sentido no que estão estudando. As mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio
devem permitir que os estudantes escolham as áreas de estudo e aprofundamento que
querem seguir, o que faz sentido para eles e faz da oferta do técnico e profissional uma
das possíveis áreas de formação. Dessa forma, essa área deixa de ser, como até agora, um
curso adicional, no qual o estudante tem que enfrentar mais dois anos de estudo ou fre-
quentar aulas em dois turnos para obter essa certificação, exceto nas Escolas da Escolha
implantadas com oferta de educação profissional cuja malha ainda pequena.
Desse modo, ao longo dos anos, além de não diversificarmos a oferta de Ensino Médio,
interpretamos equivocadamente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, aumentando a
carga de conteúdos obrigatórios e exterminando as possibilidades de diversificação trazi-
das pela Lei (Parágrafo 2 do Artigo 35 e Parágrafo 3 – LDB 9494/96).
O Novo Ensino Médio é uma alternativa que começa a nos aproximar da solução encon-
trada por outros países que avançaram quando criaram trajetórias diversificadas para os
jovens nessa etapa de ensino. A Inglaterra fez a sua reforma no início dos anos 90, seguida
pela Austrália. A Alemanha e o Canadá oferecem uma formação técnica bastante robusta
e qualificada. Em todos esses países, há espaço para a flexibilização no Ensino Médio. Ape-
nas no Brasil há um só tipo de oferta e um só tipo de currículo para todos, embora sejam
muitos os jovens e ainda mais diversos os seus interesses.
Certamente não será possível resolver todos os problemas históricos do Ensino Médio bra-
sileiro em curto prazo, mas a reforma tornou-se urgente e se torna crítica a cada dia, basta
observar os dados que a seguir apresentamos e o relógio que não para de se movimentar.
O sociólogo brasileiro Simon Schwartzman3, em sua análise objetiva sobre o Ensino Médio
brasileiro, afirma que “... o Brasil não só não diversificou seu sistema de ensino médio, como,
em uma interpretação enviesada da Lei de Diretrizes e Bases, aumentou cada vez sua car-
ga de conteúdos obrigatórios, e eliminou as possibilidades de diferenciação que a lei permi-
tia. De fato, a LDB, no parágrafo 2 do artigo 35, estabelece que “o ensino médio, atendida a
formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas”,
e, no parágrafo 3, que “os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao
prosseguimento de estudos”. No entanto, a legislação tem sido interpretada como havendo
somente uma modalidade de ensino médio, de tipo geral, deixando a formação profissional
(com a denominação de “educação técnica”) como uma qualificação adicional, a ser obtida
de forma integrada, concomitante ou subsequente. Este entendimento claramente atípico,
fazendo da educação média brasileira uma anomalia em termos internacionais”.
A urgência para olharmos e cuidarmos do futuro é inegável e está atrasada. Isso se reflete
de muitas maneiras nos dados que observamos. Não é aceitável que tenhamos milhões de
jovens fora do Ensino Médio, não porque não se matricularam, mas por terem desistido de
estudar porque a escola é irrelevante em suas vidas, porque ela nada acrescenta, porque
não tem sentido nem significado em suas vidas. Dos que concluem o nível de ensino, me-
nos de 10% dominam minimamente português e matemática.
3 Meu Projeto de Lei para o Ensino Médio, de Simon Schwartzman. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?02a8a3.
Acesso em 19 de fevereiro de 2021.
Analisemos o seguinte cenário: em 2000, dois milhões e quinhentas mil crianças nasce-
ram no Brasil. Dessas, apenas um milhão e seiscentas mil concluíram o Ensino Médio e
apenas 144 mil dominam o esperado em matemática.
6 Resultados - Inep. Gov.br, 2020. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?ec342b. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
Em 10 anos, aprendizado adequado no Ensino Médio segue estagnado, apesar dos avancos no 5º ano do Fundamen-
tal. Todos pela Educação, 2019. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?46c85c. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
Resumo Técnico - Resultados do índice de desenvolvimento da educação básica. Ideb, 2019. Disponível em:
icebrasil.org.br/surl/?fa6f47. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
54 44 30 16 18 6
A tarefa não é simples quando pensamos no gigantismo do território brasileiro e nas suas
inúmeras variáveis que pouco colaboram na superação dessas dificuldades:
Mas, voltemos aos estudantes para quem os números não são favoráveis e para quem as
recentes reformas como a BNCC e o Novo Ensino Médio se destinam.
Os resultados do PISA 20187 nos mostram que os índices estão estagnados desde 2009.
Cerca de 50% dos estudantes brasileiros com 15 anos alcançaram pelo menos o Nível 2
de proficiência em leitura8. Isso significa que eles conseguem identificar a ideia central em
um texto de tamanho moderado e podem refletir sobre o propósito e a forma dos textos,
quando explicitamente orientados a fazê-lo. Por outro lado, apenas 2%9 dos estudantes
obtiveram melhor desempenho em leitura e alcançaram o Nível 5 ou 6 e são capazes de
compreender textos extensos e conceitos abstratos e conseguem estabelecer distinções
entre fato e opinião, com base no conteúdo ou fonte da informação.
Em matemática, cerca de 30%10 dos estudantes com 15 anos alcançaram o Nível 2 e conse-
guem interpretar e reconhecer como uma situação pode ser representada matematicamen-
te, a exemplo da comparação da distância total entre duas rotas alternativas. Por outro lado,
apenas 1% dos estudantes brasileiros conseguem modelar situações complexas matemati-
camente e sabem como selecionar, comparar e avaliar estratégias apropriadas para reso-
lução de problemas. Quase 70% dos estudantes não possuem nível básico de matemática.
7 O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é o responsável pela aplicação
do PISA no Brasil. Em 2018, foram mobilizadas 597 escolas públicas e privadas, totalizando 10.961 estudantes se-
lecionados de forma amostral, dentro de um universo aproximado de 2 milhões de estudantes. Relatório Brasil no
PISA 2018. Inep, 2019. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?6edac9. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
Nossos estudantes, aos 15 anos, pontuaram abaixo da média dos países da OCDE em leitura,
matemática e ciências. As meninas superaram os meninos em leitura e foram superadas pelos
meninos em matemática. Em ciências, meninas e meninos tiveram desempenho semelhante.
Já vivemos 1/5 do século XXI e no Brasil, apenas 47% das crianças que concluem o 3º ano
do Ensino Fundamental estão alfabetizadas adequadamente e, aos 8 anos, muitas não sa-
bem ler ou escrever. Aos 15 anos, cerca de 30% ou 40% de jovens estão iniciando o Ensino
Médio, porque o restante ainda está tentando, com sofrimento, sair do Ensino Fundamen-
tal. Desses, cerca de 400 mil concluirão o Ensino Médio com mais de 19 anos e uma parte
expressiva não terá aprendido Matemática. O atraso e o abandono fazem com que quase
metade da população brasileira com 25 anos ou mais não tenha o Ensino Fundamental
completo e para os mais de 40% de jovens que não entrarão numa universidade, há baixas
opções para outros percursos que lhe permitam uma qualificação. Aqui vale destacar que
apenas 18% dos jovens de 18 a 24 anos, ingressam no ensino superior brasileiro.
Há quem não continue na escola e há quem, mesmo estando lá, não aprende o que deve-
ria, mas há também quem não estuda e não trabalha. O Brasil tem cerca de onze milhões
de jovens nessa condição, sem perspectivas, sem ambições e sem a oportunidade para
aprender a construir uma projeção de si no futuro e usufruir daquilo que for capaz de pro-
duzir. São 2 a cada 10 jovens nessa condição14. No entanto, esses jovens, em sua expressi-
va maioria, não são ociosos ou improdutivos, muitos estão procurando trabalho e mais da
metade se ocupa de trabalhos domésticos.
É no Brasil também que se tem a menor média de anos de escolaridade na América Latina
(igual ao Suriname), qual seja, 7,2 anos de estudo, mesmo sabendo da influência que a
quantidade de anos de estudos tem sobre a fruição dos direitos das pessoas e do desen-
14 Nem-nem: Dois em cada 10 jovens não estudam nem trabalham no país, diz Ipea. UOL, 2018. Disponível em:
icebrasil.org.br/surl/?a82f87. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
NITAHARA, Akemi. Número de jovens que não estudam nem trabalham aumentou em 2018. Agência Brasil, 2019.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?4d9b01. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
Diante desse cenário, como é possível assegurar que esses estudantes tenham acesso a
um sistema educacional eficiente, que os permita desenvolver seu potencial, suas compe-
tências e habilidades e, assim, construírem e executarem os seus Projetos de Vida? Como
assegurar que recebam uma formação que tenha sentido, que por meio dela aprendam a
atuar como protagonistas responsáveis pelas suas escolhas e respectivas consequências,
e pela qual consigam se constituir dotados das condições para se posicionarem diante dos
desafios e usufruírem das oportunidades advindas desse século? Como despertar nessas
juventudes a ambição que leva à realização de grandes feitos e conquistas capazes de con-
tribuírem para a construção de uma sociedade mais justa, equânime e fraterna?
Podemos discutir a BNCC e o Novo Ensino Médio em três dimensões: sua concepção geral,
o conteúdo dos seus documentos e o contexto da sua concepção.
Para qualquer uma das três dimensões, reconhecemos que há mérito nos esforços em-
preendidos ao longo de muitos anos e por diversos atores, sejam agentes públicos, priva-
dos ou da sociedade civil.
A BNCC estabelece os objetivos a serem atingidos tendo em vista uma educação pautada
pelo desenvolvimento integral do estudante em suas dimensões cognitiva, social, emo-
cional, cultural e física. Para isso, ela estabelece dez (10) competências gerais. O tema
da competência é importante, afinal, esta opção de organização do trabalho pedagógico
considera que a inclusão de itens no currículo escolar deve ser baseada na sua relevância
para a vida dos estudantes. No entanto, esse termo é polissêmico e não há na literatura
uma definição consensual sobre o seu conceito. Diferentes atores usam este termo com
sentidos similares, mas cujas diferenças têm impactos pedagógicos. O conceito de com-
petência adotado mais amplamente no Brasil não é o mesmo adotado pelo PISA e OCDE,
que trazem a definição mais influente no debate mundial educacional, o que significa im-
portantes diferenças tanto na organização do ensino como na avaliação da aprendizagem.
15 Jovens que não estudam nem trabalham: escolha ou falta de opções? The World Bank (Banco Mundial), 2018.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?314ded. Acesso em 1/10/2018.
INEP Censo da Educação Básica 2017. INEP. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?b9dfe3. Acesso em 02/06/2021.
SILVA, Enid Rocha Andrade da. VAZ, Fábio Monteiro. Os jovens que não trabalham e não estudam no contexto
da pandemia da Covid-19 no Brasil. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?913b44. Acesso em 02/06/2021.
A leitura do ICE sobre a BNCC e do Novo Ensino Médio é positiva. Por quê?
80
Fim do bônus
60 demográfico
40
20
0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2018 2020 2030 2040 2050 2060
População ativa
População dependente
PARA SABER MAIS:
Fonte: BARRUCHO, Luis. Quanto tempo o Brasil tem até que o envelhecimento da população
dificulte o crescimento econômico. BBC News Brasil, Londres, 18 nov. 2018. Disponível em:
icebrasil.org.br/surl/?ec0a5c. Acesso em 02 jun. 2021.
Isso significa que, hoje, as pessoas com 65 anos correspondem a 9,2% da população bra-
sileira e que, em 2050, a população de idosos ultrapassará a de crianças e corresponderá
a cerca de um quarto da nossa população.
É notório que o déficit estrutural identificado nas escolas não corresponde à fatia do PIB que
é destinada à educação, tendo em vista que 26% das escolas públicas não dispõem de água
encanada; 49% não possuem rede de esgoto e 21% não têm coleta de lixo. Tudo isso num
país onde a carreira do professor é pouco atrativa. Aproveitar adequadamente esse bônus
demográfico e oferecer às crianças, adolescentes e jovens brasileiros uma educação que os
prepare para os desafios e oportunidades desse século deve ser uma prioridade.
Nesse sentido, a BNCC e o Novo Ensino Médio apontam para uma direção desejável em
termos de formação ao indicar que as aprendizagens e competências que os estudantes
devem desenvolver nas escolas, em todas as etapas de ensino. Assim, não se restringem a
conteúdos e habilidades cognitivas, mas também às competências socioemocionais.
O Novo Ensino Médio, por sua vez, traz no seu bojo a ideia da flexibilização e diversifica-
ção para atender as expectativas, necessidades e interesses dos jovens na perspectiva da
construção dos seus Projetos de Vida, justamente nessa etapa de ensino onde se concen-
tram os maiores desafios para a educação brasileira, porque o modelo fragmentado, de
base cognitivista, homogêneo e pouco atraente é o que tem sido oferecido aos estudantes.
Os resultados são conhecidos e se expressam pelos baixíssimos indicadores de aprendi-
zagem e altíssima evasão.
16 Fonte: Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE). Em 2050 teremos menos crianças e, por conse-
quência, menos estudantes, pois haverá uma redução de aproximadamente 5 milhões de matrículas, sendo essa
perda mais intensa no Ensino Fundamental onde se concentrará cerca de 4 milhões a menos de matrículas. No
Ensino Médio teremos uma perda de aproximadamente 700 mil matrículas, consequência do fato de a evasão atual
ser imensa.
O Novo Ensino Médio tem uma história que se inicia em 2012, quando o
Ministério da Educação solicitou propostas para mudanças nesta etapa de
ensino junto ao Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED).
Nos anos seguintes, foi criada a Comissão Especial de Reforma do Ensino
Médio na Câmara dos Deputados (PL 6840-2013). Depois, o Grupo de Tra-
balho Ensino Médio do CONSED realizou no Amazonas, um seminário so-
bre o Ensino Médio com técnicos das Secretarias Estaduais de Educação
e especialistas (2015).
No país onde 1 milhão de jovens de 15 a 17 anos está fora da sala de aula, nasce o Novo
Ensino Médio com foco no estudante e no seu protagonismo e com a forte expectativa de
fortalecimento dos Sistemas Estaduais de Ensino, bem como do Pacto Federativo.
• A flexibilização curricular;
• Maior articulação com educação profissional e com a formação das com-
petências e habilidades para o século XXI;
• A progressiva expansão da política de educação integral;
• O profundo alinhamento com as melhores experiências internacionais17.
17 Finlândia – o Ensino Médio possui uma divisão: o aluno pode ir para o sistema vocacional (técnico, prepara o
estudante para uma carreira) ou para o sistema acadêmico, voltado para a universidade. A maioria vai para o ensino
técnico, mas também existe a opção de ingressar na faculdade a partir desse sistema. Cerca de 57% dos estudantes
na Finlândia vão para a faculdade. No Ensino Médio, os alunos são expostos a métodos de ensino alternativos, que os
estimulam a ter mais autonomia no aprendizado e desenvolver competências socioemocionais. Professores atuam,
sobretudo, como facilitadores dos projetos dos alunos.
Coreia do Sul – o Ensino Médio é em tempo integral e dividido em duas etapas: júnior e sênior. A etapa júnior é obri-
gatória para todos. Para ingressar no Ensino Médio sênior é preciso passar por testes muito concorridos e, então, o
aluno pode optar por frequentar cursos com diferentes ênfases. O Ensino Médio sênior acadêmico é composto de
aulas avançadas em matérias que o estudante pretende seguir estudando na faculdade. A outra opção é o ensino vo-
cacional, similar a um curso técnico. Na Coréia há escolas com fins específicos, frequentadas pelos melhores alunos
de cada ramo, como música e artes, atletismo, língua estrangeira, ciência etc.
Inglaterra – o Ensino Médio tem quatro anos, sendo os dois primeiros comuns e obrigatórios para todos os alunos.
Nos dois últimos, o estudante monta a sua grade curricular de acordo com a vocação. Há a opção de seguir dois
currículos: um mais voltado ao ingresso na universidade ou outro mais técnico, voltado para a sua vocação.
Fonte: Ensino Médio: Reestruturação da Proposta de Escola. Todos pela Educação.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?fc8dcb. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
18 Novo Ensino Médio: série de infográficos explica as mudanças. Porvir, 9 de abril de 2019. Disponível em:
icebrasil.org.br/surl/?766919. Acesso em 02 de junho de 2021.
BRASIL. Portaria nº 649, de 10 de julho de 2018. Institui o Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio e estabelece
diretrizes, parâmetros e critérios para participação. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, edição 132, p. 72,
11 jul. 2018. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?5b22fa. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
BRASIL. Portaria nº 1.432, de 28 de dezembro de 2018 (*). Estabelece os referenciais para elaboração dos itinerários
formativos conforme preveem as Diretrizes Nacionais do Ensino Médio. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF,
edição 66, p. 94, 05 abr. 2019. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?c19204. Acesso em 22 de dezembro de 2020.
Os estudos realizados pelo ICE incluíram uma extensa revisão da base legal que instituiu o
Novo Ensino Médio, considerando os documentos orientadores e normativos. Essa leitura
orientou a reconceitualização do Modelo da Escola da Escolha à luz das novas referências
do Novo Ensino Médio.
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do caput deverá ser ampliada de forma
progressiva, no ensino médio, para mil e quatrocentas horas, devendo os sistemas de ensino ofe-
recer, no prazo máximo de cinco anos, pelo menos mil horas anuais de carga horária, a partir
de 2 de março de 2017.
Art. 2º O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art. 26...
Art. 3º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
“Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino
médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento:
I – linguagens e suas tecnologias;
II – matemática e suas tecnologias;
III – ciências da natureza e suas tecnologias;
IV – ciências humanas e sociais aplicadas.
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos três anos do ensino mé-
dio, assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas línguas maternas.
Art. 4º O art. 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as se-
guintes alterações:
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricu-
lar e por itinerários Formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de dife-
rentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade
dos sistemas de ensino, a saber:
I - linguagens e suas tecnologias;
II – matemática e suas tecnologias;
III - ciências da natureza e suas tecnologias;
IV - ciências humanas e sociais aplicadas;
V - formação técnica e profissional.
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências e habili-
dades será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino.
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser composto itinerário formativo integrado,
que se traduz na composição de componentes curriculares da Base Nacional Comum Cur-
ricular - BNCC e dos itinerários formativos, considerando os incisos I a V do caput.
PRESIDÊNCIA da República. Lei 13415/17 | Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Jusbrasil, 2017. Disponível em:
icebrasil.org.br/surl/?7848a1. Acesso em 21 de fevereiro de 2021.
Art. 12. A partir das áreas do conhecimento e da formação técnica e profissional, os itine-
rários formativos devem ser organizados, considerando:
.......
Art. 14. A critério das instituições e redes de ensino, em observância às normas definidas
pelo sistema de ensino, os currículos e as matrizes podem ser organizados de forma que a
distribuição de carga horária da formação geral básica e dos itinerários formativos
sejam dispostos em parte ou em todos os anos do ensino médio.
Art. 18. Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, os sis-
temas de ensino devem estabelecer critérios para reconhecer competências dos es-
tudantes, tanto da formação geral básica quanto dos itinerários formativos do currículo,
mediante diversas formas de comprovação, a saber: I - avaliação de saberes; II - demons-
tração prática; III - documentação emitida por instituições de caráter educativo.
Art. 19. As instituições e redes de ensino devem emitir certificação de conclusão do ensino
médio que evidencie os saberes da formação geral básica e dos itinerários formativos.
IV- para a habilitação técnica, fica autorizada a organização parceira a emitir e registrar
diplomas de conclusão válidos apenas com apresentação do certificado de conclusão do
ensino médio.
Art. 24. As instituições e redes de ensino devem utilizar avaliação específica tanto para
a formação geral básica quanto para os itinerários formativos do respectivo currículo
que consiga acompanhar o desenvolvimento das competências previstas.
§ 1º O Exame Nacional do Ensino Médio será realizado em duas etapas, onde a primeira
terá como referência a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a segunda, o dis-
posto nos Referenciais para a Elaboração dos Itinerários Formativos.
MINISTÉRIO da Educação. Resolução nº 3, de 21 de novembro de 2018 (*). Atualiza as Diretrizes Curriculares Na-
cionais para o Ensino Médio. Portal MEC, 2018. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?8f5327. Acesso em 21 de fe-
vereiro de 2021.
Alguns aspectos importantes dos marcos legais seguem sem definição clara do Ministé-
rio da Educação, em especial, aqueles que se referem à realização do Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM). No entanto, tendo em vista que a legislação prevê a implantação
do Novo Ensino Médio nas redes públicas e privadas brasileiras até o final do ano de 2022,
seguimos na expectativa de que os processos formativos sejam instalados nas escolas na
perspectiva de uma formação integral capaz de preparar os estudantes para submeterem-
-se a avaliações de suas competências, domínios e habilidades.
Tendo em vista o espírito trazido pelo Novo Ensino Médio, notadamente aqueles
profundamente alinhados à Escola da Escolha como o protagonismo do estu-
dante diante das suas escolhas atuais e futuras, a perspectiva da flexibilização e
diversificação curricular na oferta de áreas de integração dos Itinerários Formati-
vos, foram concebidas as seguintes premissas:
Um ponto de partida
PREMISSAS
Para essa orientação e apoio, o Modelo da Escola da Escolha apresenta em sua Parte de
Formação Diversificada, os seguintes componentes curriculares20:
a) Projeto de Vida;
b) Tutoria (como processo estruturado e sistemático);
c) Eletivas da Base;
d) Eletivas Pré-Itinerário Formativo;
e) Estudo Orientado;
f) Práticas Experimentais.
20 A oferta dos componentes curriculares da Parte de Formação Diversificada não é a mesma nas escolas com
4.500h e 3.000h.
21 Para efeito da implantação do Novo Ensino Médio junto à Secretaria de Educação do Maranhão, a oferta dos
componentes curriculares da Parte de Formação Diversificada não é a mesma nas escolas com 4.500h e 3.000h.
Diversificação e flexibilização em
Formação Básica Oferta de 5 Itinerários
2.700h (escola integral) e 1.200h
pela BNCC em Formativos, sendo
(escola parcial) pelos componentes
1.800h para 4 Propedêuticos e 1 de
da Parte de Formação Diversificada
os 3 anos. Formação Técnica.
e Técnica.
PROJETO DE VIDA
Ênfase nas expectativas futuras do estudante.
FORMAÇÃO INTEGRAL
A BNCC considera as dimensões social e emocional além da competência cognitiva.
ORIENTAÇÃO E APOIO
No 1º ano, o estudante recebe orientação e apoio para escolher o Itinerário
Formativo.
FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR
No 2º e 3º ano, a flexibilização atende à variedade de interesses do estudante
quanto à sua trajetória formativa.
FORMAÇÃO DIVERSIFICADA
A diversificação (variedade curricular) e flexibilização (mobilidade do IF) são
asseguradas pelos componentes da Formação Diversificada concebidos pelo ICE.
Um conceito
Por definição, os Itinerários Formativos são trajetórias distintas oferecidas ao estu-
dante para a consecução do seu Projeto de Vida. Eles são desenvolvidos por meios de
diferentes desenhos curriculares para aprofundar e/ou ampliar as aprendizagens em
uma ou mais Áreas de Conhecimento, bem como para a aquisição das habilidades refe-
renciadas nos Eixos Estruturantes, necessárias para que o estudante seja formado para
prosseguir nos seus estudos em nível superior ou técnico e/ou se inserir no mundo do
trabalho como parte da execução do seu Projeto de Vida.
22 Para a proposição dos Itinerários Formativos Propedêuticos, o ICE usou como referência a matriz de cursos
de graduação oferecidos pela Universidade de São Paulo – USP que realiza o maior processo seletivo entre as ins-
tituições públicas de ensino superior brasileiras. Disponível em https://www5.usp.br/ensino/graduacao/. Acesso
em junho de 2019.
Para o Itinerário Formativo de Formação Técnica e Profissional, foram considerados os Eixos Tecnológicos de acordo
com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos/CNCT, instituído pela Portaria MEC nº 870, de 16 de julho de 2008.
ORIENTAÇÃO E APOIO
Desenvolvem-se por meios de diferentes desenhos curriculares para aprofundar
e/ou ampliar as aprendizagens em uma ou mais Áreas de Conhecimento
e aquisição das habilidades referenciadas nos Eixos Estruturantes.
UM OBJETIVO
Criação das condições necessárias para que o estudante seja formado
para prosseguir nos seus estudos e/ou inserção no mundo do trabalho,
executando o seu Projeto de Vida.
23 O Catálogo é atualizado periodicamente para contemplar novas demandas socioeducacionais. A segunda edi-
ção do Catálogo foi publicada pela Resolução CNE/CEB nº 04/2012, com base no Parecer nº 03/2012.
CIÊNCIAS
CIÊNCIAS EXATAS E CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ECONÔMICAS E
TECNOLÓGICAS E DA SAÚDE
ADMINISTRATIVAS
CIÊNCIAS HUMANAS
E SOCIAIS E DE FORMAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL
LINGUAGENS
Não obstante, esses mesmos cursos, impreterivelmente, exigem que os estudantes tenham
a capacidade de interpretar as demandas propostas pelos professores, bem como aquelas
que se localizam no mundo social e produtivo e, sobretudo, que disponham de uma ferra-
menta imprescindível para os cursos pertencentes a esse Itinerário Formativo: o raciocínio
lógico argumentativo. Além disso, é um campo onde é plenamente possível estabelecer di-
versas ligações com as demais áreas de conhecimento, a exemplo da computação aplicada
à área médica e da microbiologia e matemática aplicadas na tecnologia de alimentos.
A breve leitura sobre alguns dos atributos e características dos Itinerários Formativos nos
permite constatar a indiscutível importância de assegurar aos estudantes uma excelente
base na sua formação geral e, ao mesmo tempo, o aprofundamento de conhecimentos
específicos do Itinerário. Para essa expectativa de formação, considera-se não apenas o
domínio das habilidades cognitivas, mas um conjunto muito mais amplo que, certamente,
pode ser promovido quando estão presentes no seu processo formativo os elementos da
educação científica, da capacidade humana de imaginar, criar e empreender e, por fim,
da capacidade de conviver em sociedade nos seus mais distintos espectros socioculturais.
Por isso, nos marcos legais do Novo Ensino Médio encontramos a orientação para que os
Itinerários Formativos sejam propostos a partir dos quatro Eixos Estruturantes.
O desenho curricular é constituído pelos Itinerários Formativos e eles têm um papel funda-
mental na formação do estudante no Novo Ensino Médio porque eles devem:
Para cumprir os seus objetivos, os Itinerários Formativos se constituem a partir dos com-
ponentes curriculares da BNCC e da Parte de Formação Diversificada concebida pelo ICE,
tanto pelas metodologias e práticas que sofreram alterações, como pelos novos compo-
nentes concebidos para o Novo Ensino Médio na Escola da Escolha. Eles se organizam a
partir dos quatro Eixos Estruturantes24 que são complementares e coexistem nos distintos
Itinerários, garantindo que os estudantes experimentem situações de aprendizagem e vi-
vências e possam desenvolver um conjunto diferenciado e ampliado de habilidades impor-
tantes e significativas para sua formação integral.
No Ensino Médio, a elaboração do Projeto de Vida dos jovens se constitui como a tare-
fa mais importante do Projeto Escolar porque ela representa a efetivação dos processos
educativos postos a serviço do estudante. Jovens concluintes do Ensino Médio com seus
Projetos de Vida elaborados, de acordo com as suas escolhas e decisões conscientes,
refletem a efetividade de um currículo cujos processos asseguraram práticas pedagógi-
cas orientadas pelos Eixos Formativos e um Projeto Escolar plenamente conduzido pelos
Princípios Educativos. Nessa escola, uma visão foi realizada e seguramente uma geração
autônoma, solidária e competente se apresentará à sociedade com grandes condições de
fazer muita coisa bacana.
O desenho curricular do Novo Ensino Médio na Escola da Escolha é parte desse processo e
sua dinâmica é assegurar a oferta diversificada de um currículo flexível que contribua para
a formação de jovens criativos, propositivos e transformadores, e que diante dos gigantes-
cos desafios deste século tornem-se seres humanos cada vez mais imprescindíveis.
São estudantes que acabaram de encerrar uma etapa dos seus estudos no Ensino Fun-
damental, em geral, aos 14 ou 15 anos, dotados de características e singularidades muito
próprias dessa fase de suas vidas e, ao encerrarem o 9º ano, certamente não foram orien-
tados para esse tipo de escolha.
E essa uma escolha importantíssima porque deverá levá-los na direção de uma determina-
da área de estudos, aquela com a qual eles mais se identificam e na qual poderão encontrar
a realização pretendida para uma das dimensões do seu Projeto de Vida, cuja elaboração
tem início no 1º ano.
Ao ter esses elementos em consideração, o ICE decidiu pela concepção de uma nova Metodo-
logia de Êxito e de uma série de adequações nas existentes, assim como nas Práticas Educati-
vas, além de proceder uma extensa revisão das aulas de Projeto de Vida, para assegurar que a
construção de um processo para a tomada de decisão individual, consciente e assertiva esteja
presente e possa constituir como mais uma fonte de aprendizado e apoio para os estudantes.
Lidar com as dúvidas pode ser um processo angustiante para muitos e aqui vê-se a im-
portância de uma aprendizagem sobre as emoções, identificando-as e manejando-as de
acordo com as próprias condições e necessidades. Para muitos, pode não ser simples lidar
com as dúvidas, mas elas podem ser dirimidas quando dados e informações detalhadas
sobre as opções e alternativas estão à disposição. Procurar conhecê-los e analisá-los aju-
da a colocar em perspectiva as opções e alternativas diante de cenários possíveis, e isso é
parte da trajetória que podem assegurar decisões mais seguras.
Outra alternativa é o teste das perguntas ou o teste dos porquês: “por que esta escolha e
não outra?”, “justifique o que leva a fazer essa escolha”, e outras dessa natureza. Também
ajuda muito nesse processo quando se conta com apoiadores que auxiliam a esclarecer e,
assim, diminuir as incertezas. Nesse caso, reconhecemos a importância do Tutor e demais
apoios, como os professores, os bons amigos e a família.
O desenho curricular do Novo Ensino Médio em sua Parte de Formação Diversificada, ex-
pressa pelo conjunto das inovações nas Metodologias de Êxito e nas Práticas Educativas,
enfatiza o apoio ao processo de decisão sobre a continuidade dos estudos em nível de
graduação, bem como sobre a reflexão quanto às decisões tomadas.
É na Parte de Formação Diversificada que também identificamos com maior ênfase os ele-
mentos da diversificação e flexibilização preceituados pelo Novo Ensino Médio, caracteri-
zados no âmbito de cada Itinerário Formativo. Essas características são muito bem-vin-
das diante da evidência, cada vez mais expressiva, de que as escolhas dos estudantes são
pautadas pelos seus interesses e necessidades, sempre na projeção da construção de um
Projeto de Vida com sentido e significado para eles. Neles, o princípio do Protagonismo é
igualmente valorizado e suas práticas estimuladas nas situações de aprendizagem porque
é reconhecida a sua potência.
25 Para aprofundamento, conheça o Curso EaD Aprendizagem Socioemocional na Escola da Escolha e leia o Ca-
derno de Formação Eixos Formativos.
26 Os componentes curriculares da Parte de Formação Diversificada são metodologias e devem ser estudadas no
Caderno de Formação – Metodologias de Êxito, onde são apresentadas na riqueza do seu detalhamento e orien-
tação quanto aos seus aspectos de natureza teórica e de aplicação prática.
b) Estudo Orientado
São oferecidas aulas que têm como enfoque o aprendizado sobre res-
ponsabilidade e organização pessoal para a realização de estudos. Esse
conjunto de aulas destina-se a orientar os estudantes na consecução dos
seus estudos e cumprimento das obrigações acadêmicas – elementos
fundamentais para a sequência dos seus estudos e para lidar com a com-
plexidade que encontrarão a partir do 2º ano, quando estarão inseridos
no universo do Itinerário Formativo que escolheram.
c) Tutoria
d) Práticas Experimentais
28 Os componentes curriculares da Parte de Formação Diversificada são metodologias e devem ser estudadas no
Caderno de Formação – Metodologias de Êxito, onde são apresentadas na riqueza do seu detalhamento e orien-
tação quanto aos seus aspectos de natureza teórica e de aplicação prática. Para melhor compreensão, considerar
as matrizes curriculares específicas das escolas com oferta de tempo integral e tempo parcial.
b) Estudo Orientado29
c) Tutoria
29 A Metodologia de Êxito Estudo Orientado é oferecida apenas nas escolas em tempo integral.
f) Pós-Médio31
g) Práticas Experimentais32
30 As Eletivas de Itinerário Formativo não são oferecidas aos estudantes do Itinerário Formativo de Formação Téc-
nica e Profissional.
31 A Metodologia de Êxito Pós-Médio não é oferecida aos estudantes do Itinerário Formativo de Formação Técnica
e Profissional das escolas em tempo parcial.
32 A Metodologia de Êxito Práticas Experimentais não é oferecida aos estudantes do Itinerário Formativo de For-
mação Técnica e Profissional.
33 A Metodologia de Êxito Projeto de Corresponsabilidade Social não é oferecida nas escolas em tempo parcial.
Assim como no ano anterior, os estudantes do 3º ano vivem a continuidade das suas es-
colhas quanto ao Itinerário Formativo e se encaminham para a conclusão da sua formação
na Educação Básica. Os componentes curriculares da BNCC e da Parte de Formação Di-
versificada enfatizam a ampliação e o aprofundamento dos conhecimentos relativos ao
Itinerário Formativo escolhido e deve preparar os estudantes para as possibilidades exis-
tentes na projeção dos seus estudos em nível de graduação. São esses os componentes
curriculares do 3º ano:
a) Estudo Orientado35
b) Tutoria
34 Os componentes curriculares da Parte de Formação Diversificada são metodologias e devem ser estudadas
no Caderno de Formação – Metodologias de Êxito, onde são apresentadas na riqueza do seu detalhamento e
orientação quanto aos seus aspectos de natureza teórica e de aplicação prática.
35 A Metodologia de Êxito Estudo Orientado é oferecida apenas nas escolas em tempo integral.
e) Pós-Médio37
f) Práticas Experimentais38
36 As Eletivas de Itinerário Formativo não são oferecidas aos estudantes do Itinerário Formativo de Formação
Técnica e Profissional.
37 A Metodologia de Êxito Pós-Médio não é oferecida aos estudantes do Itinerário Formativo de Formação Técnica
e Profissional das escolas em tempo parcial.
38 A Metodologia de Êxito Práticas Experimentais não é oferecida aos estudantes do Itinerário Formativo de For-
mação Técnica e Profissional.
39 A Metodologia de Êxito Projeto de Corresponsabilidade Social não é oferecida nas escolas em tempo parcial.
CIÊNCIAS
COMPONENTES 1ª HUMANAS E EXATAS E SUAS ECONÔMICAS E TÉCNICA E
DIVERSIFICADA
DA SAÚDE
CURRICULARES SÉRIE LINGUAGENS TECNOLOGIAS ADMINISTRATIVAS PROFISSIONAL
PARTE DE
CIÊNCIAS
COMPONENTES 1ª HUMANAS E EXATAS E SUAS ECONÔMICAS E TÉCNICA E
DIVERSIFICADA
DA SAÚDE
CURRICULARES SÉRIE LINGUAGENS TECNOLOGIAS ADMINISTRATIVAS PROFISSIONAL
PARTE DE