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Análise do texto “UM TEXTO ÁRABE DO SÉCULO X RELATIVO À NOVA

FUNDAÇÃO DE ÉVORA E AOS MOVIMENTOS MULADI E BERBERE NO


OCIDENTE ANDALUZ” de Adel Sidarus.
Trabalho realizado por Ricardo Baltazar, Nº 51824, no âmbito da Unidade Curricular de
Património do Mediterrâneo e do Al-Andalus.

De acordo com o texto fornecido pelo docente Fernando Branco, no âmbito da


Unidade Curricular de Património do Mediterrâneo e do Al-Andalus, Marwán ibn ‘Abd-
al-Málik, controlava a cidade de Évora no ano de 301, quando Ordonho, filho de Afonso,
rei dos galegos, entra em Évora.

O mesmo, reuniu as suas tropas e avança em direção à muralha, com o intuito de


saquear e tomar a cidade aos muçulmanos. Analisando-a, percebe que consegue entrar na
mesma devido à sua curta altura, por não ter no topo parapeito, ameias e por ter um grande
monte de lixo encostado à cerca. Ordonho, escala a muralha através deste aglomerado de
lixo e entra facilmente na cidade, mandando cercar a mesma por todos os lados. Os
eborenses tentam combater as tropas de Ordonho, mas sem sucesso, obrigados a se
retirarem-se para leste da cidade, onde foram chacinados e as mulheres e os filhos levados
para cativeiro. Também Marwán ibn ‘Abd-al-Málik foi morto, na sua própria mesquita,
e a sua família posta em cativeiro. Porém, alguns nobres conseguiram escapar, fugindo
para Beja

Esta batalha teve um enorme impacto por todo o Ocidente, pois os muçulmanos
começam a recear, cada vez mais, os ataques cristãos, reparando e melhorando as suas
fortificações, para proteger as suas cidades. Por exemplo em Badajoz, os próprios
habitantes sentiram a necessidade de fortificar toda a localidade, após a batalha. Esta
cidade teve um enorme impacto na reconstrução de Évora pois, Ibn-al-Jillíqi, senhor de
Badajoz, reconstrói a muralha e os edifícios que teriam sido destruídos, para o seu amigo
e aliado Mas‘úd Ibn-Sa‘dún as-Surunbáqi para que a cidade pudesse ser habitada de novo.
Anteriormente a leste da cidade de Santarém, Ibn-al-Jillíqi instala o seu aliado Surunbáqi
na cidade de Évora, em 302. Posteriormente, fixa-se a família nobre de Mas‘úd ibn
Sa‘dún, muitos que tinham conseguido escapar à batalha com Ordonho e outras pessoas

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das redondezas, em Évora, desenvolvendo-se assim a agricultura e riqueza da cidade e
dos seus habitantes.

Neste período surge o termo muladis, cristãos no Al-Andalus que convertiam-se ao


Islamismo e viviam entre os muçulmanos. Adotaram a religião, a língua e os costumes
do Islão para deter os mesmos direitos que os muçulmanos do território. Os mulandis
diferem-se dos moçárabes, pois estes mantinham-se cristãos em áreas de domínio
muçulmano.

Este artigo sobre Évora no contexto do Al-Andalus, oferece-nos bastante informação


em relação à cidade neste período. Abordando a reconstrução da cidade e os movimentos
mulandi e berbere no Ocidente, é uma rica fonte para o estudo da cidade árabe de Évora.

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