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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

MAQUINAS ELEVAÇÃO E TRANSPORTE

DE AÇO
CORRENTES
POLIAS, TAMBORES E TALHAS

DINO FERRARES!

REVISADA EM JULH0/93
POR B. DE M. PURQUÉRIO

SÃO CARLOS, JULHO DE 1993


A CONFECÇÃO DESTA PUBLICAÇÃO ESTEVE A CARGO DE:

COMPOSIÇÃO: CLAUDINEI F. FABRICIO E ROGÉRIO MUNO


DESENHOS: JOSÉ CARLOS MARRARA
REVISÃO: PROF. B. DE M. PURQUÉRIO
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO: SERVIÇO GRÁFICO DA EESC-USP
I - CABOS DE AÇO

GENERALIDADES

Segundo o seu emprego, os cabos de aço podem ser classificados em dois


grupos
cabos móveis ou de movimento;
cabos fixos ou estacionários.
Os cabos de movimento caracterizam-se pela sua freqüente mudança de posição,
ora enrolando-se ou endireitando-se nos tambores, ora curvando-se nas polias. Como
exemplos de aplicação destes cabos temos as pontes rolantes, guindastes, elevadores,
escavadeiras, cabos de tração nas funiculares, etc. Os cabos fixos são sempre
empregados como tirantes nas pontes pênseis, em certas estruturas metálicas, como
cabos de sustentação nas funiculares, etc.
Geralmente são constituídos por fios de aço enrolados em hélice formando
pernas. estas, por sua vez, são enroladas em hélices ao redor de uma alma de fibra
vegetal Nos cabos muito solicitados esta alma pode ser constituída por uma perna de
fios de aço (Fig. 1. 1).

A
B

Figura 1 1 - a) Cabo de aço com alma de fibra, construção 6 x 7 AF


b) Cabo de aço com alma metálica 7 x 7 AA

Para melhor compreensão da estrutura de um cabo, será descrita,


resumidamente, a máquina empregada na sua fabricação. Consta essencialmente de
uma gaiola G, onde estão dispostas as bobinas B (Fig. 1.2). Nestas estão enrolados os
fios que ao se desenrolarem passam pela fieira F, por um tru-nbor de esticamento T, e,
finalmente, enrolam-se em uma bobina E. Com o movimento de rotação da gaiola ao
redor do seu eixo e com o movimento do tambor T, os fios se enrolarão em hélice na
fieira F, formando, assim, as pernas do cabo. O passo da hélice vai depender,
portanto, da relação entre a velocidade v da perna em formação e da rotação da
gaiola. O eixo da gaiola é ôco, para permitir a passagem do fio (de aço ou mesmo de
fibra) que vem da bobina A., e que vai constituir a alma da perna. Para o enrolamento
das pernas ao redor da alma do cabo, emprega-se máquina de mesmo tipo, porém de
dimensões maiores.

,G
/
s I
I

n 8
n/

-v

. /

Figura 1.2 - Esquema de máquina de fabricação de cabo de aço

Durante o funcionamento da máquina., as bobinas podem permanecer com os


seus eixos sempre horizontais, ou podem, com o auxílio de um sistema planetário P,
ter um movimento de rotação ao redor dos eixos das barras suportes S. Mudando-se
as engrenagens do sistema planetário, pode-se alterar este movimento de rotação
adicional da bobina., permitindo a possibilidade de dar ao fio uma torção inicial num
valor desejado, melhorando assim a qualidade do cabo.
D

Figura 1.3- Dispositivo de préformação (representado na Figura L2 pela letra D)

A Figura 1.3 apresenta o chamado dispositivo de préjormação, colocando entre a


gaiola e a fieira. Tal dispositivo consta essencialmente de grupos de tres roldanas,
solidárias à gaiola, que permitem dar aos fios (ou as pernas) uma deformação inicial.
Com o movimento de rotação da gaiola, e portanto do dispositivo, os fiós ou as
pernas terão, então, uma préformação em· forma helicoidal. Pode-se regular a posição
das roldanas de maneira que esta forma inicial em hélice, do fio (ou da perna), seja a
mesma que ele terá após executada a perna (ou o cabo). Os cabos assim executados
são chamados cabos préjormados ou cabos "Tro-Lay" e apresentam as seguintes
vantagens:
a) Os fios e as pernas não apresentam a tendência de se endireitarem. No cabo não
préformado, dita tendência exige uma força para manter os fios em posição, a qual
origina tensões internas, que serão adicionadas às tensões de serviço do cabo.
b) Os cabos são muito solicitados quando se curvam nas polias ou tambores, e as
tensões adicionais (devidas à fabricação) nos cabos Tru-Lay sendo menores, darão
origem a uma vida do cabo maior. Devido ao fato destas tensões resultantes serem
menores, a força de atrito entre os fios também é menor e o desgaste dos mesmos
será menor.
c) Da redução das tensões e do atrito interno, resulta, naturalmente, maior
flexibilidade do cabo, tornando o seu manuseio mais fáciL
d) Podem ser cortados, sem a necessidade de terem uma amarração muito cuidadosa
nas pontas. Se um fio quebra pelo desgaste e fadiga, ele continuará no seio do
cabo, não se d_estacando, o que, em caso contrário, tornaria perigoso o seu
manuse10.
Para a execução dos cabos Tru-Lay basta somente a préformação das pernas,
sendo que a préformação dos fios é usada na fabricação de cordoalhas. Chamamos de
cordoalha ao cabo constituído por uma única perna, isto é, constituído somente por
fios enrolados em hélice. (Fig. 1.4).

3
A Figura 1.2 mostra a máquina de enrolar cabo, descrita anteriormente - máquina
de gaiola de baixa velocidade. Para grande produção empregam-se hoje as máquinas
de alta velocidade, onde as bobinas são colocadas uma atrás da outra permitindo uma
redução considerável do diâmetro da gaiola. Estas máquinas podem apresentar mais
de trinta bobinas, permitindo executar uma perna numa única vez. As bobinas aqui
permanecem sempre na mesma posição (com o eixo horizontal); não se podendo
regular a torção do fio (ou da perna); além disso os fios (ou as pernas) ao saírem das
bobinas, sofrem flexionamento, devido à sua mudança de direção do centro para a
periferia da gaiola. Estes inconvenientes tornam a qualidade do produto inferior,
porém, com o dispositivo de préformação, tal falha é eliminada.

3 f i os 7 f i os

19 f i os 3 7 f i os

Figura 1.4 - Cordoalhas

A tendência do cabo se desenrolar não deve ser confundida com a tendência a


torcer, que todo cabo apresenta, quando solicitado e não guiado. Constata-se
facilmente esta tet?-dência através da Figura 1.5a; nesta a carga P póde ser decomposta
em duas componentes A e B. A força A, na direção inclinada das pernas, provoca
uma distensão das mesmas, enquanto que a força B, normal à direção de P, provoca
uma torção do cabo. Em grandes comprimentos de cabo esta torção origina um
número de rotações elevado da parte terminal livre do cabo, quando aplicada uma
carga. O acréscimo de tensão devido a este efeito pode ser calculado, porém, em
geral, é desprezível comparando-se com as demais tensões do fio, devido à carga.

4
Para evitar esta tendência que o cabo tem a se torcer, emprega-se os cabos
antigiratórios (ou anti-rotativos), que são geralmente constituídos por duas camadas
de pernas enroladas em sentido contrário. Desta forma o momento de torção da
primeira camada de pernas é parcialmente compensado com o momento de torção da
segunda, como podemos ver na Figura 1.5b C*)
Quanto mais lisa a superficie externa do cabo e quanto mais cilindrica a sua
forma, tanto melhor será o seu contato nas polias ou tambores e, portanto, melhor a
distribuição da carga nos fios, diminuindo o desgaste do cabo. Nessas bases são
construídos os chamados cabos lisos em que as pernas são de seção elíptica ou
triangular (Fig. 1.6). Estes cabos são pouco empregados por serem muito caros.

/
/

s'

s"

{ b)

(a )

Figura 1. 5 - Decomposição da força P segundo as pernas de um cabo comum (a) e de


um cabo antigiratório (b)

C*) Como o número de pernas da segunda camada é muito maior que o da primeira, emprega-se na formação da
primeira camada o enrolamento único (item 2.2) enquanto que na segunda camada o enrolamento oposto, de
menor tendência a torcer.

5
Nos trabalhos de mineração são empregados também os chamados cabos planos.
Estes são constituídos por cabos costurados com fios (Fig. 1.7) do mesmo aço.
Aplicam-se em cargas elevadas e não necessitam de tambores de grande diâmetro.

Figura 1. 6 - Cabos Lisos

Figura 1. 7 - Cabo plano

Quanto à composição química, os cabos de aço são fabricados com aço carbono;
a porcentagem de carbono vai depender da resistência que se quer atingir para um
determinado diâmetro do fio. Aproximadamente apresenta a seguinte composição:

Carbono ............................................................................................... 0,4 a 1%


Manganês ............................................................................................. 0,3 a 1%
Silício ................................................................................................... O, 15 a 0,3 o/o
Fósforo e enxofre (Max) ....................................................................... 0,01 a 0,02%

Inicialmente, os lingotes são laminados a quente, chegando-se a um vergalhão


com uma resistência de 60 a 80 kg/mm2 ; em seguida é executada a trafilação a frio. A
fim do material não sofrer um endurecimento excessivo, o mesmo é submetido a um
tratamento térmiço, após um certo número de passagens nas fieiras. A redução de
seção em cada passagem é da ordem de 30% e o aumento de resistência é de
aproximadamente 15 kg/mm2 em cada operação. Consegue-se, assim, obter valores
bem altos da resistência à ruptura, podendo-se chegar a 200 kg/mm2 . A tabela L 1 dá
a quantidade de Carbono necessá..na para atingir uma determinada resistência com um
determinado diâmetro de fio.

6
Tabela 1.1 - Porcentagem de carbono dos fios, para um determinado diâmetro e
determinada resistência

d(mm) 140 160 190


kg/rnm2 kg/rnm2 kg/rnm2

2,5 0,70 0,80 0,90

2 - 2,5 0,65 0,75 0,80

1,5 -2 0,60 0,70 0,75

1 - 1,5 0,55 0,60 0,70

até 1 0,50 0,55 0,60

2. CABOS DE MOVIMENTO

2.1. Estrutura
Os cabos de aço são ditos normais quando o diâmetro dos fios é constante e os
mesmos são enrolados com igual ângulo de inclinação. Desta forma, com exceção do
fio central da perna, todos os demais tem o mesmo comprimento, e estão igualmente
solicitados à tração, quando submetidos a uma carga que age no eixo do cabo.
Devido ao fato dos fios terem igual ângulo de inclinação, cada camada de fios na
perna terá passos diferentes (Fig. 1.8). Logo os fios de camadas diferentes irão se
cruzar em determinados pontos da perna, aparecendo portanto, um contato
puntiforme entre os mesmos. Isto é muito prejudicial, pois nesses pontos aparecem
elevadas concentrações de tensões (tensões de pico) e a vida do cabo torna-se menor.
Para evitar este inconveniente constroem-se os cabos de igual passo (ou paralelos).
Os tipos normais são constituídos por 6 a 8 pernas e uma alma de fibra vegetal
ou de aço. A alma de fibra aumenta a flexibilidade e serve como um reservatório de
lubrificante. As p~rnas são formadas por 7, 19 ou 37 fios (Fig. 1.9). Quanto maior o
número de fios, para um mesmo diâmetro de cabo, maior a sua flexibilidade, porém os
fios externos sendo muito finos, desgastam-se e rompem-se com maior facilidade.

7
p

-I
.s::,
'
I

I
i I

h. ~
~ I i( d 1

~
d2
~ rr d 2

Figura 1.8 - Desenvolvimento da hélice de cada camada de fios numa construção


normal: d1 e d2 =diâmetro das camadas de fios na perna; h1 e h2 =
passos das hélices correspondentes, p = pontos de contato entre os fios
numa detenninada secção.

6.(1 +6)+olma 6.( 1+6+12)+olma 6.( 1+ 6+12 +18} +alma

Figura 1. 9 - Cabos normais de 7, 19 e 3 7 fios por perna

8
Nos cabos de igual passo os fios de cada camada da. perna assentam sobre os
canais ou sulcos entre os fios da camada anterior (Fig. 1.1 0), de maneira que o
contato puntiforme entre os fios de uma perna (citado anteriormente) é aqui evitado.
Devido à inclinação dos fios em cada camada não ser a mesma, vamos ter
comprimento de fios diferentes, porém, o acréscimo de tensões devido a este fato é
mínimo, comparado com o devido às tensões provenientes do contato puntiforme.
Por esta razão estes cabos apresentam uma vida maior que os anteriores e são os mais
empregados. As construções mais comuns destes cabos são: Seale, Warrington e
Füller.
O cabo Seale mais empregado apresenta duas camadas de números iguais de fios
por perna. Os fios da camada exterior são de maior diâmetro e portanto apresentam
uma resistência maior ao desgaste, razão pela qual estes cabos são empregados nos
trabalhos rudes como em escavadeiras, funiculares para transporte de minérios, etc.

Figura 1. 1O - Cabo Seale Figura 1. 11 - Cabo W arrington


6 . (1 + 9 + 9) +alma 6 . (1 + 6 + (6 + 6)) + alma

O cabo Warrington também apresenta fios de diâmetro diferente; os fios grossos


da camada exterior estão também colocados nos canais entre os fios da camada
interior. Entre os fios grossos da camada exterior existem fios finos (Fig. 1. 11 ), de
maneira que a super:ficie externa da perna é mais lisa. Devido ao fato dos fios serem
mais finos que na construção Seale, estes cabos são mais flexíveis, porém apresentam
menor resistência -ao desgaste. São empregados principalmente nas máquinas de
transporte.
O cabo Füller apresenta todos os espaços entre os sulcos das camadas de fios
ocupados por fios de menores diâmetros (Fig. 1.12). Esta forma de estrutura é bem
mais compacta que as anteriores, permitindo portanto uma resistência maior. São

9
também bastante flexíveis e apresentam grande emprego em escavadeiras,
transportadores, etc.

Figura 1.12- Cabo Füller Figura 1.13 - Cabos Warrington-Seale


6 (1 + 6 + 6 + 12) +alma 6 . (1 + 7 + (7 + 7) + 14) + alma

2.2 Enrolamento
Segundo o enrolamento os cabos móveis podem ser classificados em dois tipos:
Tipo único ou Lang
Tipo cruzado ou oposto
O enrolamento é dito único quando as pernas são enroladas em tomo da alma no
mesmo sentido de enrolamento dos fios em cada perna. Pode-se ter enrolamento
único à direita ou à esquerda, conforme Figura 1.14. No cabo oposto as pernas são
enroladas em tomo da alma segundo o sentido contrário do adotado no enrolamento
dos fios em cada perna. Pode-se ter também cruzado à esquerda e cruzado à direita,
conforme Figura 1.15.
Em ambos os tipos de enrolamento, os fios de cada perna, nas diferentes
camadas, são enroladas, geralmente, em igual sentido.
A representação do tipo de enrolamento é dada pela norma DIN 6890. Segundo
esta norma, o sentido de enrolamento das pernas é representado pelas letras
maiúsculas Z ou S~ conforme Figura 1.16.
Como visto anteriormente, um cabo de uma só camada de pernas tende a torcer,
quando solicitado por uma carga (Fig. 1.4).
Esta tendência nos cabos de enrolamento único é muito grande, devido,
especialmente, ao fato dos fios estarem enrolados nas pernas, com o mesmo sentido
de enrolamento destas no cabo. O esquema da Figura 1.17a mostra que o momento

10
de torção devido à solicitação nas pernas é acrescido com o momento de torção
devido à solicitação nos fios. Devido a essa tendência a torcer, dos cabos únicos, os
mesmos devem ser empregados, somente quando as suas extremidades são guiadas.
Por outro lado, os fios externos destes cabos assentam-se bem nas gargantas das
polias e tambores, originando uma vida maior que nos cabos de enrolamento oposto.

Figura 1. 14 - Cabo com enrolamento único à direita e enrolamento único à esquerda.

Figura 1.15 - Cabo com enrolamento oposto à direita e enrolamento oposto à


esquerda

Nos cabos de- enrolamento oposto, a tendência a torcer é menor, como podemos
concluir da Figura 1.17b. Devido ao fato dos fios externos estarem expostos somente
em pequenos trechos na periferia do cabo, Figura 1.15, e estarem muito curvados,
apresentam um contato puntiforme nas gargantas das polias e tambores. As condições
de assentamento destes cabos são, portanto, menos favoráveis que nos cabos do tipo
único.

ll
Figura 1.16 - Convenção para representação do enrolamento segundo DIN 6890

(a) ( b)

Figura 1.1 7 - Esquema ilustrando a tendência a torcer, num cabo de enrolamento


único (a) e num cabo de enrolamento cruzado (b), quando solicitado
por uma carga, conforme Figura 1. 4

12
Nos sistemas constituídos por dois cabos, pode-se compensar esta tendência a
torcer, empregando-se um cabo com enrolamento à direita e outro com enrolamento à
esquerda, como mostra o esquema da Figura 1.18.

Figura 1.18 - Compensação da tendência a torcer do cabo, pelo emprego de dois,


enrolados em sentido diferente

2.3. Solicitação e vida dos cabos


Devido ao complicado arranjo dos fios num cabo, a verdadeira solicitação é dificil de
ser calculada. A tensão de tração pode ser, porém, facilmente determinada, supondo
o cabo constituído de um feixe de fios paralelos ao eixo do cabo, igualmente
solicitados, de maneira que um fio não influencie o outro. Segundo esta hipótese, a
carga teórica de ruptura de um cabo é:

(1.1)

onde

8 = diâmetro do fio
i = número de fios
crr =tensão de ruptura à tração do fio

13
A verdadeira carga de ruptura, determinada experimentalmente é, porém, de 10
a 30% menor que a dada pela fórmula acima. A tabela 1.2 apresenta os resultados de
ensaios obtidos pela CIMAF. Esta diferença é devida principalmente ao duplo
enrolamento helicoidal do fio no cabo. Com a atuação da carga; os fios terão tensões
adicionais de torção e flexão, além da pressão transversal nos pontos de contato entre
os mesmos. O fato de considerar os fios igualmente solicitados, para a carga de
ruptura, não foge muito da realidade, pois, ultrapassando-se o limite de escoamento,
as solicitações desiguais de cada fio serão igualadas.
A solicitação à flexão, devido o cabo passar pelas polias ou tambores, é também
facilmente determináve~ se for admitida a mesma hipótese simplificadora anterior -
cabo constituído por um feixe de fios paralelos. De acordo com a Figura 1.19 tem-se,
no campo de aplicação da lei de Hooke.

5
cr=-E. (1.2)
D
Q ...j, .. Ll-º-

f
r
F

F
Figura 1.19 - Deformação de um fio enrolado numa polia de diâmetro D

onde:
E = módulo de elasticidade do fio (= 21 000 Kg/mm2)
D = diâmetro de enrolamento de um fio numa polia

14
Poderia se calcular nesta fórmula a correção da tensão devido ao enrolamento
duplamente helicoidal do fio no cabo, porém devem ser levados em conta ainda, os
seguintes fatores: pressão dos fios entre si nos pontos de contato, pressão dos fios nas
gargantas das polias ou tambores, flexionamento devido ao fato dos fios funcionarem
como vigas (apoiadas nos pontos de contato) carregadas transversalmente, força de
atrito devido ao constante movimento relativo dos fios entre si e destes com as polias
e tambores. O cálculo de todos estes elementos, isto é, a determinação da verdadeira
tensão no fio, é bastante imprecisa. Por essa razão o dimensionamento dos cabos nos
aparelhos de elevação e transporte é feito por normas de cálculo (como por exemplo
norma DIN 15020) baseadas em longa experiência. Porém, para a adequada escolha
do cabo, deve-se conhecer os fatores que influem na sua vida; os principais são:
a) Número de flexionamentos - Verifica-se experimentalmente que a vida de um
cabo é tanto menor, quanto maior o número de flexionamentos a que o mesmo é
submetido, ao passar pelas polias e tambores. Entende-se por fle:Xionamento, a
deformação sofrida pelo cabo ao passar da forma retilínea à forma curva e desta
novamente para a forma retilínea. De acordo com esta definição, quandq o cabo passa
por uma polia, tem-se um flexionamento completo; quando é enrolado num tambor,
tem-se 1/2 flexionamento. Logo, a influência das polias sobre a vida do cabo é maior
que a do tambor. A influência do número de polias pode ser facilmente compreendida
com o exemplo da Figura 1.20: na solução a, o cabo apresenta num ciclo de trabalho
(subida e descida da carga) um flexionamento completo; enquanto que na solução b,
temos cinco flexionamentos, sendo um deles (entre o tambor e a polia) em forma de
S. Segundo ensaios feitos na Alemanha, um flexionamento em S corresponde de 1,5 à
2,5 flexionamentos completos para os cabos de enrolamento opostos e 1,5 à 5 para
cabos do tipo único. Logo, na solução da figura 2lb, teremos na realidade, durante
um ciclo de trabalho, 5,5 à 6,5 flexionamentos duplos, para o cabo de enrolamento
oposto.
A vida do cabo pode ser dada pelo número de flexionamentos. Segundo esta
definição, a vida do cabo na solução a da Figura 1.20 é da ordem de 6 vezes maior
(cabo de enrolamento oposto) que a da solução b.
b) Carga de tração- Segundo ensaios de Müller (1952), na Alemanha, a vida de um
cabo (para um determinado diâmetro) cai aproximadamente com o quadrado da carga
de tração. Isto pode ser verificado também nos ensaios de Woernle (1929), conforme
Figura 1.21. Quando mais desfavoráveis são as condições de trabalho, menores terão
que ser as tensões de tração admissíveis.
c) Qualidade do fio - É interessante observar que a melhora da qualidade do fio nem
sempre significa uma vida mais longa para o cabo. Assim, temos que, para iguais
condições de carga e diâmetro, um aumento de tensão de ruptura o cabo de crr = 130
kg/mm2 para OR_ == 160 kg/mm2, acarreta um aumento muito pequeno na vida, apesar
do coeficiente de segurança calculado do cabo, aumentar proporcionalmente. Ao
passar-se de 160 a 180 kg/mm2 , a vida do cabo pouco altera. Ao passar-se de 180
kg/mm2 a 2000 kg/mm2 , a vida chega a ser diminuída. Pode-se concluir afirmando
que, para cargas iguais, empregando-se cabos de melhor qualidade (maior OR.) e
usando-se o mesmo coeficiente de segurança no cálculo (reduzindo-se portanto o
diâmetro), a vida cai. (Fig. 1.22).

15
(a) ( b)

1 fie xion ame nto


p/1 ciclo 4 flexionamentos + 1 flexionamento em "S"

Figura 1.20- Flexionamento de um cabo em 2 soluções diferentes

d) Diâmetro da polia ou - Pode-se verificar nos ensaios de Woernle (Fig.


1.21 ), que a vida do cabo aumenta com o diâmetro da polia ou tambor. A norma DIN
15020 dá os valores dos diâmetros das polias e tambores em função do diâmetro do
cabo e do grupo de serviço (ver Norma DIN 15020).

e) Formas e materiais da garganta- Além de se obter maior vida para o cabo, e


forma da garganta das polias ou tambor deve ser estudada de maneira que a pressão
de contato, destas com o cabo, seja a menor possível. Consegue-se menor pressão
quando a garganta tem o perfil semicircular. Quando o perfil é plano, tem-se alta
pressão de contato, porque o apoio do cabo se dá em apenas alguns pontos e a vida
do cabo cai consideravelmente. Pode-se verificar facilmente a influência da forma da
garganta na vida do cabo, através dos ensaios de Woernle (Fig. 1.23). Neste gráfico
vê-se que os melhores resultados são obtidos para um raio de garganta:

r =0,53 a 0,54 d.
16
As experiências mostram que, em gargantas com perfil semicircular, o cabo tipo
único (ou Lang) dá melhores resultados em gargantas com o perfil em V ou em
gargantas semicirculares com canal central. A experiência mostra, ainda, que a vida
do cabo pode ser aumentada guarnecendo-se a garganta com materiais moles, que
permitam uma pressão de contato bem menor

320

60°1
280 -V'"~'
I
\ /

240

E
>(
200 r =8,5

-
IJ)
o
c:
Q)
E 160
o
c:
o
>(

-
~

E
Q)
120 - --+

o
"'O
·->
80

40 -

o ~----~----~------~----~
200 300 400 500 600mm
diâmetro das polias-

Figura 1.21 - Influência da tensão de tração e diâmetro da polia sobre a vida do cabo
(cabo A 16 x 130- DIN 655)

17
70
!/)

2
c
Q) 60
E
o
c
o 50
·;c

-
o
o
Q)

40
~,o_,-
cf úz.aà~-
:;..;.- -----
o 30 ~e.,
::..C>'/
o
:'Q
>
;..~'~
20 /
/
lO

80 120 160 180 200


2
tensão de ruptura kg/mm

Figura 1.22 - Influência da tensão de ruptura do fio sobre a vida do cabo segundo
Woernle. Cabo segundo DIN 655, 0 = 16 mm; õ = 1 mm; D = 460 mm
solicitação cr = 3 O kglmm2 = constante.

f) Diâmetro do fio - experiência demonstra que, fixados os diâmetros da polia e do


cabo, a vida deste aumenta com o aumento do diâmetro dos fios. Quanto mais fino
for o fio, mais sujeito ao esmagamento se acha, principalmente quando a garganta não
oferece bom apoio. Antigamente usava-se a relação D/õ (D =diâmetro da polia
8 = diâmetro do fio) para especificar o diâmetro da polia (ou tambor) e do fio e,
conseqüentemente a tensão de flexão

5
(}=-E
D '

a fim de não ser ultrapassada de determinado valor. Porém tal procedimento conduzia
a soluções com cabo de fios muito finos, diminuindo a vida do cabo. Por essa razão
não é mais usada a relação D/õ por norma.

g) Galvanização- Verificou-se experimentalmete que o processo de galvanização (a


quente) diminui geralmente a resistência do fio, mas aumenta a sua vida (Fig. 1.24).
Os cabos trabalhando em ambiente de gases corrosivos, de vapores ou n'água, devem
ser galvanizados.

18
Figura 1.23 - Influências da fon:Ila da garganta na vida do cabo (Ensaio de W oernle)

h) Lubrificação - A lubrificação é de grande importância na vida do cabo, como


pode-se constatar p.os ensaios de Woernle (Fig. 1.25). O cabo ao se flexionar sobre as
polias e tambores, origina um movimento relativo entre os seus fios e portanto uma
força de atrito entre os mesmos. O lubrificante vai exercer uma tripla função:
1) diminui o atrito entre os fios e, portanto, diminui as tensões devidas a este fator;
2) diminui o desgaste dos fios;
3) evita ou retarda a corrosão.

19
100

cabo galvanizado

fao1 , cabo não galvanizado


X
Cl)
.....
~ 60
VI
Cl)
.....
c
.c

E40
E
QJ

c
"O
>
20

~----~-----.------.-----,---~ tensão ~
10 20 30 40
Figura 1.24 - Influência da galvanização na vida de um cabo, segundo Woemle (D =
300 mm, d = 16 rnm)

160

-
VI
o
c
Cl) 120
E
c
c
o
X
Q)
;
Cl)
80
"O
VI
Cl)
,_
c
~
40
E

300 600
Figura 1.25 -Influência da lubrificação na vida de um cabo, segundo Woemle
( 1) Cabo com a alma e os fios lubrificados
(2) Cabo sem lubrificação
(3) Cabo sem lubrificação lavado em benzina

20
I

-0t&r~ ,. I
I
I

Figura 1.26 - Dispositivos empregados na lubrificação permanente de um cabo

21
Durante a manufatura, a alma do cabo é saturada de lubrificante e o cabo é
lubrificado interna e externamente. Porém este lubrificante tem uma duração limitada;
com o tempo de setviço ele procura a superfície exterior do cabo, vindo a se esgotar
totalmente. A alma do cabo, uma vez seca, vai absorver uma quantidade excessiva de
umidade da atmosfera, dando como conseqüência a corrosão do metal. A fim de evitar
este inconveniente, o mais grave de todos, o cabo deve ser periodicamente lubrificado,
deixando, assim, uma pequena película de óleo entre os fios e impedindo a entrada da
umidade na alma. Conforme o tipo, velocidade e condições de serviço, existe um
lubrificante adequado. As firmas produtoras de lubrificantes, assim como a maioria dos
fabricantes de cabos, fornecem os lubrificantes adequados. A Figura 1.26 apresenta
alguns dispositivos empregados na lubrificação continua do cabo.

2.4. Cuidados a serem tomados com os cabos de aço em trabalho.


Devido ao constante desgaste e à quebra dos fios, os cabos devem ser freqüentemente
inspecionados. As especificações e os códigos são intransigentes com relação à
inspeção permanente e cuidadosa; há publicações que chegam a afirmar
categoricamente que "um controle e manutenção escrupulosa é mais importante no
ponto de vista da segurança, que um coeficiente de segurança muito elevado, pois, há
sempre o momento que a única quantia de segurança reside na experiência do pessoal
que controla a instalação, o qual deve poder estimar a resistência dos cabos e ordenar a
sua substituição"
Existem diversos fatores a serem observados num cabo em movimento:
a) Corrosão: Geralmente é este o fator mais perigoso, dada a não visibilidade na parte
interna do cabo. A alma de cânhamo empregada para tomar o cabo mais flexível e
servir de reservatório de lubrificação, quando esgotado este e o cabo exposto à
atmosfera por longo tempo, vai servir de reservatório de umidade, caso não haja
periodicamente uma lubrificação. As cavidades de corrosão constituem regiões
fracas dos fios e não se pode precisar a velocidade de deterioração; todavia,
determinam quebra prematura do fio. É quase impossível qualquer estimativa da
extensão com que a corrosão atacou o interior do cabo; portanto, não há base para a
estimativa da margem de segurança de um cabo corroído. O cabo não sendo
imediatamente substiuído, como é aconselhável, vai exigir redobrados cuidados de
inspeção.
b) Abrasão: A abrasão constitui um fator que age de maneira continua e progressiva
nos fios externos do cabo. Neste caso há métodos para avaliar o enfraquecimento do
cabo segundo ensaios da National Bureau of Standars, a determinação da resistência
remanescente num cabo pode ser feita de modo aproximado, medindo-se a elípse de
abrasão dos fios (Fig. 1.27), no pior trecho. Uma vez conhecendo-se W e o
diâmetr() do fio, pode-se determinar a secção transversal restante. O comprimento L
pode ajudar na determinação de W; neste caso deve-se observar que o comprimento
L varia com o tipo de enrolamento do cabo.
c) Solta.mento dos fios exteriores - Este fator aparece principalmente nos cabos de
enrolamento único. Quando o afastamento dos fios exteriores fica tão grande, que
se possa, por meio de uma chave de fenda, deslocar um fio em relação aos demais,

22
então, os fios interiores estão sobrecarregados. O vai e vem desse cabo sobre polias
e tambores traz um desgaste desses fios soltos muito maior. Tais fios devem ser
considerados para efeito de segurança, como fios quebrados.
d) Quebra dos fios - Origina-se devido ao desgaste e fadiga dos cabos. Deve-se
considerar dois casos: quebra em cabos de enrolamento oposto e quebra em cabos
de enrolamento único. No 1o caso os fios estão expostos ao exterior em trechos
pequenos, de maneira que um fio quebrado, após penetrar outra vez no seio do
cabo, pode, perfeitamente, um pouco mais adiante, devido o atrito interno, suportar
outra vez a carga. Nos cabos de enrolamento único, um fio quebrado percorre maior
trecho na superficie do cabo e, conseqüentemente, só é solicitado à carga outra vez,
num percurso bastante maior que no 1o caso(*)
Ensaios à tração mostram que um cabo, com vários fios quebrados, resiste ainda a
cargas próximas a de ruptura, porém como os cabos em trabalho estão solicitados
freqüentemente à flexão, a resistência cai consideravelmente com o número de fios
quebrados.
Segundo a norma DIN 15020, um cabo de movimento deve ser rejeitado, quando
examinada a parte mais defeituosa, se o número de fios quebrados visíveis estiver
num dos casos da tabela 1.2

Tabela 1.2 - Rejeito do cabo segundo a quebra de fios

Número de fios _guebrados


Número total de Enrolamento oposto Enrolamento único
fios do cabo num comprimento de: num comprimento de:
6d 30 d 6d 30 d
10 X 10 = 100 5 10 2 4
18 X 7 = 126
6x 19= 114 8 16 3 6 I
10x 12+36= 156
8x 19= 152 18 36 6 12

6 X37 =222 30 60 10 20

8 X 37 = 296 40 80 12 24

Na quebra de uma perna, o cabo deve ser imediatamente abandonado

O cabo deve ser abandonado no aparecimento de dobras, pregas e construções

(*)Apesar desta desvantagem dos cabos únicos, a sua vida para o caso de trabalho em polias e tambores
com garganta semicircular é bem maior que a dos cabos de enrolamento oposto. A possibilidade de quebra
dos fios é menor.

23
!W

-·-
I i

--i
i
t-.1
.
8
--=--
Figura 1.27 - Elipse de abrasão dos fios

e) Defeitos provenientes de má montagem - Ao desenrolar um cabo, a bobina deve


ser colocada em eixo horizontal sobre cavaletes (Fig. 1.28). Nunca se deve permitir
que um cabo tome a forma de um laço. Se o laço for desfeito (aberto)
imediatamente, a formação de um "link" (estrangulamento) poderá ser evitada,
porém, com o laço fechado o cabo está completamente danificado. Mesmo que o
"link" for endireitado, o cabo nunca mais poderá render o serviço normal conforme
foi especificado. O melhor é substituí-lo, para evitar acidentes.

d esenrolomento
certo
desenrolamento
erro do

Figura 1.28 - Desenrolamento de um cabo

24
2.5. Uniões e f'nações de cabos

a) Cabos unidos entre si - Nas funiculares de transporte contínuo tomam-se


necessárias uniões de cabos em que o diâmetro permanece praticamente constante
Neste caso, os cabos são unidos entre si sem peça de fixação ou união auxiliar

b) Amarração por grampos ou clips - Os grampos permitem uma união rápida de


dois cabos (Fig. 1.29). A tabela 1.3 dá os valores da carga de tração, acima da qual
os cabos começam a escorregar, para diferentes diâmetros de cabo e tamanho de
grampo.

'

Figura 1.29 - Amarração de cabos por grampos

Tabela 1.3 - Cargas de tração em emendas de cabos

Tamanho 0 do Carga à tração p/


do cabo
grampo 1 Grampo 2 Grampos 3 Grampos

1 4- 7 500 1000 1500


2 8- 11 925 1850 2775
3 12- 15 1320 2640 3960
4 16- 18 2340 4680 7020
5 19-22 3930 7860 11790
6 23-27 5880 11760 17640
7 28-33 8160 16320 24480
8 34-39 10740 21480 32220

No caso de ter-se uma fixação como a da Figura 1.30, os valores desta tabela
devem ser dobrados. A tabela 1. 4 dá o número núnimo de grampos e o comprimento
núnimo de amarração em função do diâmetro do cabo. A tabela 1.5 dá as dimensões do
sapatilha em função do diâmetro do cabo.

25
L

Figura 1.30

Tabela 1.4- Número de grampos em função do 0 do cabo

0 do cabo Número de Comprimento L


(mm)
I grampos (mm)
6,5 3 160
8 3 180
I 9,5 3 200
I I
I 12,5 3 220
16 3 240
11 4 270
22 5 300
33 6 330
40 6 360

Esta fixação pode ser feita também por um anel de uma liga especial colocado à
pressão (Fig. 1.31 ).

Figura 1.31

26
Tabela 1.5- Dimensões do sapatilha em função do 0 do cabo

I~ 8

~~.A
-;;..-

!
I
I

Diâmetro A B c D E
d(mm)
6,5 50 33 33 19 9
8 57 38 36 22 11
9,5 60 39 41 25 12
12,5 76 47 49 28 16
16 95 57 58 34 22
19 100 63 66 41 25
22 114 69 73 44 28
27 152 108 89 51 32
33 180 115 83 64 35
40 197 124 131 77 48

c) Fixação por fios trançados -Esta fixação exige muita mão de obra (Fig. 1.32) e
habilidade do operador. As pernas devem ser trançadas entre si e em seguida
amarradas num .comprimento 1= 25 d.

i= 25 d

Figura 1.32

27
d) Fixação por chumbamento - Este processo tem dado bons resultados; deixa-se o
cabo passar no interior da luva cônica (Fig. 1.33), corta-se a extremidade da alma e
dobram-se as extremidades dos bordos em V. Em seguida a luva é trazida na
extremidade do cabo e em seguida é chumbado com unia liga de chumbo e
antimônio. Pode ser empregada também uma liga de zinco. O processo é descrito
nas normas DIN 83313, 83314, 83315.

Figura 1.33 -Fixação por chumbamento Figura 1.34 - Fixação por cunha

e) Fixação por meio de cunha - Este processo oferece a vantagem da facilidade de


desmontagem. O cabo é preso pelo efeito da cunha, como ilustra a Figura 1.34.

2.6. Dimensionamento dos cabos de movimento, segundo a Norma DIN 15020

2.6.1. Aplicação desta Norma

À transmissão por cabo correspondem cabos (material móvel), tambores de cabo,


polias de cabo para guindastes, elevadores elétricos e tomos:

Para cabos portadores de guindastes de cabo e cabos de retenção, é usada a DIN


4129 "Cabos portadores de retenção de guindastes"; para cabos de dois ramais, a
DIN 15060. Esta norma não é usada, ainda, para escavadores de pá, montacargas,
funiculares, máquinas de extração, sarilhos de navios, guinchos de automóvel.

2.6.2. Cálculo dos cabos

O cálculo tem por fim verificar a duração do cabo.

A duração (número de flexões alternativas até cair fora de uso), depende:


a)- do modo de funcionamento da transmissão por cabo;
b) - do esforço no cabo, ou seja,
- da tensão de tração no cabo (crz),
- da tensão de flexão no cabo,
- da compressão entre cabo e garganta

28
- da compressão entre cada um dos fios no cabo;
c) - do material do fio.

2.6.2.1. Modo de funcionamento da transmissão por cabo

Para assegurar um tempo de colocação suficiente, classificam-se as


transmissões por cabo, com referência ao seu modo de funcionamento, em
grupos, segundo a tabela 1.6. Para a classificação das transmissões por cabo,
serve de norma o número de ciclos de trabalho por hora, para o que se tem em
conta:

- a freqüência do câmbio de carga,


- a influência dos choques,
- o número dos choques.

O ciclo de trabalho de uma transmissão por cabo compõe-se dos


movimentos necessários para a execução de um transporte completo.

Tabela 1.6 Divisão em grupos

Grupo da transmissão por cabo Número de ciclos por hora


O* até 6
1 mais de 6 até 18
2 mais de 18 até 30
3 mais de 3 O até 60
4 mais de 60

* Os guindastes e tomos acionados à mão, assim como os moitões de cabos


de aço para guincho de montagem, acham-se incluídos no grupo O,
independente do número de ciclos de trabalho.

2.6.2.2. Esforço no cabo

a) Tensão de tração no cabo (crz)

A tensão de tração no cabo determina, para a máxima tração do cabo, F (kg),


o minimo diâmetro do cabo admissíve~ dmin (mm), segundo a seguinte
fórmula:

drnm =k .JF ( 1.5)

k (mm!.Jki) é um coeficiente(l) que se toma segundo o grupo a que


corresponda a transmissão por cabo.
Os valores de k serão tomados da tabela 1. 7 para todos os cabos, segundo
as DIN 655 e 656, como também segundo a DIN 6895, formas C, D e E, em
fio de aço de OR_ = 160 e 180 kg/mm2 .

29
Tabela 1.7 Valores de k

Grupo k
Valores mínimos
mmJjki
o 0,28
1 0,30
2 0,32
3 0,35
4 0,38

Para cabos de fios livres de torsão segundo a DIN 6895, fonnas A, B e F, serão
tomados os valores k do grupo imediatamente superior (veja-se, também, item
2.6.2.3). Para o grupo 4 calcular-se-a com k = 0,41.

(1) O coeficiente k formou-se como segue:

n:d2
c; S x.-4 c;R
A segurança à tração é: v= ___B_ = ~ .c;R = (1.3)
c;= F F

ou seja: d=F;F =k.JF, portanto k=~v (1.4)


x.-.CJR x.-.CJR
4 4
sendo:
CJR' a resistência à ruptura de cada fio em kg/mm2
Sm• a secção metálica do cabo de aço em mm2

x=
secção metálica do cabo
, ou " c..~.ator de encbimento "
secção circular que circunda o cabo

Aos valores de k, segundo a tabela 1. 7 serve de base um fator médio de


enchimento x = 0,46 para cabos segundo as DIN 655 e 656, como também
segundo a DIN 6895, formas C, D, e E.

Os valores de k resultam para os cabos de aço a serem empregados


comumente com CJR = 160 kg/mm2 , segundo cada grupo.

Segurança: v= 4,5 até 8,3


Para transportes especialmente perigosos, por exemplo, massas em fusão,
aumentar-se-ão, do mesmo modo, os valores de k.

Os cabos galvanizados são calculados como cabos polidos.

30
b) Tensão de flexão no cabo

Os diâmetros do tambor e das polias D (medidos no centro do cabo) são


determinados pelo diâmetro do cabo d, calculado segundo o item 2.6.2.2a,
pela relação D/d. Os valores mínimos para esta relação serão tomados da
tabela 1.8

Tabela 1.8 Valores D/d

Grupo Valores mínimos D/d


Tambor Polia** Polia de
compensação
o 15 16 14
1 18 20 14
2 20 22 15
3 22 24 16
4 24 26 16

** As polias de cabo em caçambas serão calculadas segundo as DIN 69200 e


69201

Os valores D/d para polias de cabo serão aumentados de duas unidades


quando o mesmo trecho de cabo passar por mais de 2 polias ou esteja curvado
em direção oposta ("curvatura em S").

Os valores D/d baseiam-se em ensaios e expenenc1as da prática. São


usados para todos os cabos segundo as DIN 655, 656 e 6895.

Para tambores e polias com o diâmetro calculado segundo a tabela 1.8 com
igual tração do cabo F podem ser previstos cabos mais grossos até o diâmetro
do cabo d calculado 1,25 vezes, sem prejuízo para a durabilidade. Neste caso
ter-se-a em conta o raio de garganta mínimo admissível segundo o item
2.6.2.2c. Diâmetros maiores que os calculados para os tambores e polias
aumentam a durabilidade.

c) Compreensão entre cabo e garganta

A vida de um cabo aumenta, ao diminuir a compressão entre cabo e garganta.


Por conseguinte, recomenda-se adaptar o raio de garganta r ao cabo (r;::; 0,53
d do cabo colocado).
Os cabos de torsão alargada, ou melhor, de enrolamento único, devido à
melhor adaptação de seus fios ao perfil da garganta, tem maior durabilidade
que os cabos de torsão cruzada (enrolamento cruzado).

Os cabos de 8 pernas, DIN 655, forma C, DIN 656, formas B, E e G e os


cabos de 6 pernas, devido à sua superficie mais fechada.

31
d) Compressão entre cada um dos fios no cabo

Para cabos de forma paralela (com iguais comprimentos de torção das


camadas de fio nas pernas, por exemplo forma Seale, W arrington e de fio de
enchimento, segundo a DIN 656) a compressão recíproca dos fios e menor
que para cabos com 1gual ângulo de enrolamento das camadas de fio para as
pernas (por exemplo DIN 655) Para cabos com tgual ângulo de enrolamento
cruzam-se os fios de camadas de cabos superpostas Os cabos de torsão
paralela tem, em geral. uma maior vtda

2 6 2.3 Material do fio

Em geral empregar-se-a, como rnatenal dos cabos, fio para cabos com
resistência à ruptura CJR = 160 kg/mm2 No fio para cabos de CJR = l 8G
kg/mrn 2 e admissível o emprego de valores k iguais a tabela 1 7 Os valores >
são, para isso, 1/8 mruores que os indicados na página 30

Os cabos de aço com fio para cabos de OR =- 130 kg/mrn2 serão


empregados somente em casos excepcionais Aqui será aumentado o valor de
k em 10%.

2 6 3 Emprego das classes de cabos

Para transmissões por cabo desta norma entram em questão de preferência cabos de
aço segundo as DIN 655. 656 e 6895

Para cabos expostos a determinação ou forte desgaste exterior, são empregados.


com vantagem, formas de fio mais grosso

2 6 3 1 Classe de enrolamento

Para transmissões por cabo será geralmente empregado o cabo de enrolamento


cruzado

Os cabos de enrolamento único são empregados, com vantagens, somente


quando se quer impedir um desenrolamento do cabo ou uma retorsão do
aparelho. Esta retorsão pode ser impedida, por exemplo, suspendendo a carga
por um cabo de enrolamento à direita e um cabo de enrolamento à esquerda

2 6.3.2 Cabos antigiratórios

Os cabos antigiratórios segundo a DIN 6895 serão empregados quando a


carga está suspensa em um ramal e não seja guiada (excetuados os aparelhos
de elevação à mão).

32
2.6.3.3 Cabos pré-formados

Os cabos pré-formados tem a vantagem de não apresentarem reação elástica


dos fios enrolados (torsão elástica), ou seja, por exemplo: não se abrem, nem
perdem a união ao serem cortados. São, por conseguinte, mais fáceis de
menejar para colocação

Os cabos de enrolamento único serão geralmente empregados, somente


quando pré-formados

2.6.3.4 Alma de aço

Os cabos com alma de aço podem ser empregados em lugar dos cabos com
alma de cânhamo, sem modificação do cálculo.

2.6.3.5 Galvanizado

Os cabos galvanizados serão recomendados quando há grande perigo de


corrosão, por exemplo, para contato com água de mar, em empresas químicas
ou quando um guindaste permanece longo tempo ao ar livre, sem ser utilizado

2. 6.4 Lubrificação

Para evitar a oxidação, desgaste, como, também, para aumentar a vida, os cabos serão
lubrificados em períodos regulares, com um lubrificante adequado.

2. 6. 5 Outros requisitos das transmissões por cabo

Para posição mais baixa do gancho devem permanecer no tambor pelo menos duas
espirais de cabo.

A fixação do cabo, incluindo no cálculo o atrito das duas espirais que permanecem
no tambor, tem que poder admitir 2,5 vezes a tração do cabo. Como valor do atrito
entre o cabo e a base, adota-se ~ = O, 1.

Por medidas construtivas especiais deve-se cuidar que o cabo que se enrola no
tambor, juntamente com o cabo frouxo, não deslize lateralmente do tambor ou
penetre entre as rodas dentadas. Se forem empregados discos de borda, devem ser
altos, de modo que sua saliência sobre a camada exterior do cabo seja, pelo menos,
igual a 1,5 vezes o diâmetro do cabo.
O desvio lateral do cabo, com relação à direita das ranhuras, não deve ser maior
de 1: 15 (4°).

33
3. CABOS FIXOS

3. l. Estrutura

Como vimos, os cabos fixos ou rígidos são usados em tranvias aéreas, pontas de cabos
(pontes pênseis), como tirantes, etc.

Os tipos principais são:

a) Cabo triplo encaixado

Apresenta a superficie externa bem lisa (Fig. 1.35) o que o torna superior em
durabilidade a qualquer outro tipo. Esta forma encaixada apresenta a vantagem dos
fios quebrados não sobressaírem do cabo, enquanto quer na forma de enrolamento
liso (Fig. 1.36) quando um fio se quebra, torna-se necessário colocar uma luva de
proteção. Em virtude dos fios não serem de secção circular, a trafilação é mais difícil
e a tensão de ruptura é menor (de 90 a 130 kg/m2).

(a) (b)

Figura 1.35- Cabo trilho encaixado (a), lisos (b).

A tabela 1. 9 traz os cabos de enrolamento encaixado, de procedência alemã


(Guilleaume Felten & Cia.). A tabela 1.10 apresenta os mesmos cabos, porém de
procedência americana (AS.W.C.).

Estes cabos são empregados em transportes aéreos; no caso de se desejar um cabo


mais barato, usa-se o:

34
b) Cabo trilho liso

O cabo trilho liso (Fig. 1.35a)é constituído de várias camadas concêntricas de fios
redondos, enrolados em sentidos opostos A tabela 1. 11 traz os cabos de
procedência alemã e a 1 12 os de procedência americana.

c) Cabos Hércules

Em virtude de seu duplo enrolamento (Fig. 136) permite o emprego de fios com
diâmetros menores (o = 3 mm). A resistência dos fios é maior que nos cabos
anteriores, <>r = 160 a 180 kg/mm2 .

Figura 1.36- Cabos Hércules

Tabela 1.9- Cabos triplos encaixados


(Construtores: Felton & Guilleaume)

Diâmetro Peso Carga de Diâmetr Peso Carga de '


I (mm) kg/m ruptura (kg) o kg/m ruptura (kg) I

I 0r = 120 kg/mm2 (mm) 0r = 120 kg/mm: 1

20 2,23 31.000 '"''"'


~:) 6,15 83.000 I

21 2,50 34.000 34 6,50 89.100


22 2,65 37.400 35 7,00 95.200
23 2,95 41.000 36 7,30 100.600
24 3,30 42.900 37 7,80 104.200
25 3,55 46.900 38 8,00 111.200
26 3,90 51.200 39 8,60 115.000
27 4,25 55.600 40 8,95 122.400
28 4,40 60.100 41 9,45 126.100
29 4,80 62.600 42 10,00 138.800
30 5,20 68.400 43 10,30 142.500
31 5,56 73.600 44 10,80 150.000
32 5,70 80.000 45 11,30 154.200

35
Tabela 1.1 O Cabos trilhos encaixados
(Locked coil track strand)
Construtor: American Steel & Wire Company

Diâmetro Peso Resistência em ton_


('') kg/m Aço especial Aço standard
3/4 2,10 28,5 .22,6
7/8 2,85 37,6 . 29,0
l 3,72 47,5 38,0
1 1/8 4,70 60,0 49,0
1 1/4 5,80 73,5 59,0
1 3/8 7,05 90,5 70,5
1 1/2 8,35 109,2 84,2
1 5/8 9,80 126,8 97,8
1 3/4 11,35 149,5 113,0
1 7/8 12,90 169,5 125,0
2 14,85 195~0 174,5
2 1/4 18,60 254,0 -
21/2 22,60 312,2 -
2 3/4 27,20 380,5 -
.....
::> 33,0 450,4 -
Tabela 1.11 Cabos trilho liso
Construtor: F elton & Guilleaume

Diâmetro 8 Peso Carga de Comprimento


(mm) (mm) kg/m ruptura kg(*) sem emenda
27 3,85 3,65 62.350 490
28 4,00 3,90 67.400 430
29 4,14 4,20 72.100 420
30 4,28 4,50 77.150 390
31 4,42 4,80 82.200 370
I 32 4,57 5,20 88.000 350
33 4,71 5,45 93.400 320
34 4,85 5,75 99.000 310
35 5,00 6,10 105.270 280
36 5,14 6,45 111.200 270
37 5,28 6,85 117.400 260
38 5,42 7,20 123.780 250
39 5,57 7,60 136.730 230
40 5,71 8,00 137.380 220
41 5,85 8,40 144.200 210
42 6,00 8,80 151.650 200

(*)Carga de ruptura calculada supondo os fios de O"r = 145 kg/mm2

36
Tabela L 12 Cabos trilho liso
(Smooth Coil Track)
Construtor: AS.W.C.

Diâmetro N° de fios Peso Resistência _(ton.)


(") (i) kg/m Extra alta Alta
Resistência Resistência
1/2 19 0,82 13,9 11,4
5/8 19 1,28 20,2 17,4
3/4 19 1,85 29,5 25,0
7/8 19 2,51 40,3 34,1
1 19 3,27 52,5 44,6
1 1/8 37 4,02 64,2 54,4
1 1/4 37 4,80 76,7 65,1
1 3/8 37 5,96 95,2 80,5
1 1/2 37 7,27 105,5 98,2
1 5/8 61 8,37 132,5 102,5
1 3/4 61 9,80 155,0 132,0 i

1 7/8 61 10,80 171,0 146,0


2 91 12,50 197,5 168,0 i
2 1/8 91 13,90 218,0 185,0
2 1/4 91 15,40 241,0 211,0 I
2 1/2 91 19,50 320,0 258,0 I

37
ll. CORRENTES
1. GENERALIDADES

As correntes apresentam grande aplicação nos transportadores, porém, nas


máquinas de levantamento o seu emprego é limitado, a não ser em pequenos guindastes
e pontes rolantes manuais. Comparando-se com os cabos de aço, as correntes são mais
sensíveis aos choques e sobrecargas, apresentam pequena elasticidade, quebram sem
um indício prévio e são menos silenciosas.

Por outro lado, apresentam a vantagem de não exigirem grande díâmetro para
tambores e polias e são menos sensíveis à corrosão.

Existe uma grande variedade de correntes, porém os tipos mais comuns são os
seguintes:

1.1. Correntes de Elos

São empregadas em pequenas máquinas de levantamento, talhas, dispositivos da


marinha, etc. Podem ser de malha normal cerrada ou malha reforçada com travessa
(Fig. 2.1).

O estudo destas correntes será feito no item 3 deste capítulo.

a) normal b )cerrada c) com travessa -


Figura 2.1 - Corrente de Elos

1.2. Correntes Galle

São empregadas em máquinas de elevação de grande capacidade, podendo chegar


até 20 t, de pequena altura de elevação, e máquinas de tra:filação e em transmissões
de pequena potência e baixa velocidade. A máxima velocidade admissível é 0,5 rnls
e a relação de transmissão máxima é 1:10. Apresentam-se constituídas por pinos
mantidos entre duas ou várias talas articuladas (Fig. 2.2) aumentando-se o número
de talas, pode-se chegar a grandes capacidades. Estas correntes, em contraposição
a de elos, são articuláveis somente num plano e não devem ser solicitadas
lateralmente (carga segundo a direção do eixo dos pinos). A tabela 2.1 fornece os
principais dados de correntes deste tipo, obtidos da norma DIN 8150. Geralmente
as talas são executadas com aço ABNT 1020 (laminado a quente) e os pinos, com

38
1.3. Corrente Zobel

São empregadas em transmissões de potência de média velocidade (até 3,5 m/s), a


relação de transmissão máxima é 1: 1O. Diferenciam-se das anteriores pelo fato de
apresentarem buchas fixas às talas internas, enquanto que os pinos são fixos as
talas externas (Fig. 2.3). Geralmente as talas são fabricadas com aço ABNT 1040 e
os pinos e as buchas com aço 1020 cementado. São dimensionadas de modo
semelhante às correntes Galle, porém, o coeficiente de segurança varia de 5 a l O,
conforme a velocidade de transmissão e a natureza do serviço.

r----t ---

Figura 2.3 - Corrente Zobel

39
Tabela 2.1 Corrente Galle segundo a DIN 8150 (Dimensões segundo a Fig. 2.'2)

Passo dl d2 Eixo No Peso Carga de Extremidade c eixo prolongado


L b. hll. C11. e1 g 1· g2. S. de tala (kg/m) ruptura a. d3 g3. e2 CJ
hll. (+ 1,0) min. (kg/m) AJl, (±1,0) (+1,0)
2 2 1,3 - 3 2 0,65 2 0,07 75 - - - 7,5 -
3,5 4 3 2,3 - 5 3 1 2 . 0,16 125 - - - ll -
6 6 3,5 2,5 16 7 5 l 2 0,25 150 13 -
8 8 4 3 19 8 6 1,5 2 0,40 250 15 6 16 17 -
10 12 5 4 26 12 9 2 2 0,70 500 20 8 18 24 -
15 15 8 6 32 15 11 2 2 1,10 1250 25 lO 20 27 -
20 18 10 8 41 18 13 3 2 1,75 2500 30 12 25 35 67
25 20 11 9 57 20 15 3 4 3,40 4000 40 14 30 50 87
30 22 12 10 60 26 18 3 4 4,50 6000 45 16 35 52 92
35 25 14 12 65 30 22 3 4 4,70 8000 50 18 40 57 101
40 30 17 14 69 35 24 3 4 6,40 10000 55 22 45 62 107
45 35 22 18 96 38 26 3 6 10,6 15000 60 26 50 89 140
50 40 24 21 114 40 28 4 6 15,5 20000 65 32 55 107 162
55 45 26 23 119 45 30 4 6 18 25000 70 36 60 113 170
60
70 50 32 28 156 55 - 6 6 33,5 37500 85 40 70 147 212
100 71 120 147 212
80 60 36 32 170 60 - 6 6 38,2 50000. 100 50 85 158 232
90 70 40 36 199 70 - 7 6 53,0 75000 120 60 100 183 265
100 80 45 40 238 80 - 7 8 76,6 100000 140 70 120 223 308
-

I
110 90 50 45 250 90 7 8 90 125000 160 80 140 235 326
120 100 55 50 276 100 - 8 8 112 150000 180 90 160 261 356
1.4. Corrente de rolos

Empregam-se em transmissões de potência a velocidades e cargas elevadas (v= 11


m/s). Este tipo de corrente apresenta uma aplicação muito grande, não só em
transmissões de movimento, como também em talhas elétricas, empilhadeiras,
máquinas agricolas, máquinas operatrizes, etc. As talas são executadas geralmente
em aço ABNT 1050 ou aço liga; os pinos, as buchas e os rolos são aço cromo
níquel de cementação. Estes últimos elementos são retificados após o tratamento
térmico. Comparadas com as anteriores, estas correntes apresentam rolos
colocados sobre as buchas (Fig. 2.4) permitindo um menor atrito entre os dentes
das rodas dentadas, melhorando, assim, o rendimento na transmissão de
movimento. Podem ser simples ou múltiplas, com várias :filas de rolos (Fig. 2.5). O
dimensionamento destas correntes, quando para tração de carga, é análogo ao das
correntes Galle; para o dimensionamento em transmissões de movimento, consultar
tratados sobre elemento de máquina ou livros especializados no assunto.

Figura 2.4 - Corrente de rolos simples

Figura 2.5 - Corrente de rolos dupla

41
1.5. Corrente silenciosa ou de dentes

São empregadas em transmissões de alta velocidade (7 a 16 m/s). Apresentam uma


forma especial, as talas são caracterizadas por dentes que se engrenam com as
rodas dentadas (Fig. 2.6). Devido à constante aderência entre estes dentes, estas
correntes são mais silenciosas que qualquer outro tipo. São executadas com material
de altíssima :resistência, ge:ralmente aço c:romo níqueL

Figura 2.6- Corrente silenciosa

1.6. Corrente Vaucanson

São empregadas em serviço de baixa velocidade e esforços pequenos. Encontram-


se no mercado várias dimensões, o diâmetro máximo do arame é geralmente de 8
mm. (Fig. 2. 7).

-oi
,..,!

Figura 2. 7 - Corrente Vaucanson

42
1.7. Corrente Fleyer

São semelhantes às correntes Galle, porém não são adotadas em transmissões de


movimento. São empregadas na elevação de pesos e contrapesos, tração de
vagonetas, máquinas auxiliares na siderurgia, etc.

Figura 2. 8 - Corrente Fleyer

1. 8. Correntes transportadoras

Existem vários modelos conforme o tipo de transportador. São empregadas em


fundições. mecanizadas, trabalho em série nas fábricas (produção de automóveis,
geladeiras, rádios), frigorificos, minas de extração, alto fomos, etc. De um modo
geral podem ser do tipo Galle, em que os pinos são articulados diretamente nos
furos das talas, ou do tipo Zobel, onde os pinos são articulados através de
pequenas buchas. O cálculo e os dados construtivos serão vistos em capítulos à
parte (Transportadores por corrente). A Figura 2.9 apresenta o tipo Galle de
corrente muito usado nos transportadores horizontais e inclinados. A velocidade
máxima para os do tipo Galle é 0,6 m/s; para os do tipo Zobel é 1,5 m/s.

43
I
t
-·é-

Figura 2.9- Correntes transportadoras

2. POLIAS E TAMBORES PARA CORRENTES

2.1. Polias lisas para correntes de elos


São empregadas como polias loucas ou polias de mudança de direção da corrente. O
material empregado é geralmente ferro fundido e a garganta na maioria das vezes não é
usinada. A Fig. 2.10 apresenta três formas diferentes de gargantas de polias deste tipo:
na forma semicircular C a corrente deve ser jmaginada em qualquer posição. O
diâmetro mínimo da polia é de ordem de 20 d para o trabalho manual e 25 a 30 para
trabalho motorizado. Para o cálculo do rendimento temos que considerar a perda de
atrito entre os elos da corrente, perda dos elos com a garganta e perda no mancal da
polia. Aproximadamente temos em polias fixas (para velocidade de trabalho v ~ 0,6
m/s) T]p =O, 96 para mancais de escorregamento e T]p =O, 98, para mancais de
rolamento

A B c
Figura 2.10- Forma de garganta de polias lisas para correntes de elos

44
correntes de elos calibrados

São empregadas para transmissão de momento em ta1b.as manuru.s, guindastes e


pontes rolantes manuais e em pequenos dispositivos motorizados, com baixa
velocidade (v= 0,5 rnls). Para poderem transmitir o momento de torção, a garganta
destas polias apresenta nervuras ou alvéolos (Fig. 2.11). A corrente deve assentar nos
encaixes da polia com suficiente jogo, para permitir um fácil emolamento e
desenrolamento. Estas polias são executadas geralmente em ferro ou aço f'Jndido e a
garganta não é trabalhada O rendimento destas polias (levando em conta a perda nos
mancais do eixo da polias) é da. ordem de 93% para mancais de escorrega:mento e
95% para mancais de rolamento. As perdas aqui são maiores que no caso anterior,
devido ao maior atrito dos elos com as D.ef'\luras ou alvéolos da polia. Por eS"liÃ. razão
as polias e correntes devem ser sempre bem lubri:ficadas. O número mínimo de dentes
é 4C'). Para efeito de garantir a transmissão do momento torsor é necessário que o
ângulo de abraçamento da. corrente na polia seja;::: 180°.
t- d
I

Figura 2.11 - Polia nervurada. para cobertura de elos calibrados

(*) Sempre que possível, usar um número de dentes maior

45
Cálculo do diâmetro do círculo primitivo: Sejam (Fig. 2.11).

t = passo da corrente (distância interna do elo)


d = diâmetro do arame do elo
Z = número de dentes
0.1 = ângulo correspondente à porção t + d
a.2 = ângulo correspondente à porção t - d
a. = a.1 +a.i = ângulo correspondente à divisão da polia

a1
t+d=Dsen- (2.1)
2
a2
t-d=Dsen- (2.2)
2

Somando-se (2.1) e (2.2) vem:

a1 a2 a1+a2 a1-a2
2t = d (sen - - + sen - - = 2 d sen cos--- ,
2 2 4 4

a1+a2= = 360 al+ a2 = 90 t = D sen 90° .cos a1-a2


z' 4 z' z 4

2
t _
02 2 a1-a2
90- cos (2.3)
sen2- 4
z
Subtraindo-se (2.2) de (2.1) vem

a1 a2 a1+a2 al-a2
2d = D (sen --sen-)=2Dcos sen---
2 2 4 4

90° a1-a2
d= Dcos-.sen---
Z 4

2
d 2 .a1- a2
- - - = 02 sen - - - (2.4)
900 4
cos 2 -
Z

46
Da soma de (2.3) com (2.4) resulta

D=
t2 [ d )2
2
(2.5)
90 ) +
[ senz 90
cos-;
Para Z ~ 16 e d ::; 6 mm pode-se eliminar o segundo termo do radical, resultando

t
D= ----=--=- (2.6)
90
sen-
z

2.3. Engrenagens para. correntes Ga.lle

Chamando-se

t = passo de corrente (Galle)


D = diâmetro primitivo da engrenagem
Z = número de dentes
tem-se:

t
D=--- (2.7)
1800
sen--
z

A largura do dente é aproximadamente 2mm menor que a distância entre as


talas, Figuras 2.12 e 2.13.

Figura 2.12 - Engrenagem para corrente Galle. O pino da corrente se assenta no


fundo do dente

47
Figura 2.13 - Engrenagens para correntes Galle. As talas da corrente se assentam nos
bordos da engrenagem

Rendimento devido ao atrito nos mancais: 11 = 0,95

Material da engrenagem: podem ser de

- ferro fundido Ge 22.91


-aço fundido .. Stg 45.81
- aço carbono St 50.11 = AISI 103 5

2.4. Tambores para correntes de elos

Chamando-se "D" o diâmetro do tambor e "d" o diâmetro do fio ou barra de aço de


que é feita a corrente, tem-se:

D = 20 a30 d

As ranhuras dos tambores podem ser de dois tipos, conforme Figura 2.14.

Admitem o enrolamento também de correntes de elos não calibradas.

O passo "p" das ranhuras deve permitir um afastamento de 2 a 3mm entre os elos
da corrente de duas espiras consecutivas (Fig. 2.14).

48
L

Figura 2.14 - Tipos de ranhuras nos tambores de correntes de elos

O número de espiras é calculado em função do comprimento de corrente a


enrolar, segtllldo a relação:

L
n = -+2 (2.8)
JrD

Onde:
n = número de espiras
L = comprimento da corrente a enrolar
D= diâmetro do tambor

O número 2 prevê a segurança da fixação da corrente no tambor.

O comprimento útil "L" do tambor é pois:

L=n. p (2.9)

Os tambores lisos (sem ranhura) para correntes somente são usados em casos de
pequena importância.

As espessuras "h" do tambor varia de 10 a 20 mm segundo suas dimensões sejam


pequenas ou grandes respectivamente. Por razões de fundição convém que "h" seja
sempre maior que 1O mm.

O material do tambor é geralmente ferro fundido (Ge 14 a 22.91).

49
O rendimento devido ao atrito dos mancais é: 11 ~ 0,95

A fixação da corrente no tambor se faz geralmente segundo a Figura 2.15.

Figura 2.15- Fixação da corrente de elos no tambor

3. CÁLCULO DAS CORRENTES

3. 1. Cálculo das correntes de elos

Não foi estabelecido até hoje um cálculo preciso para as correntes de elos, pois a
distribuição das tensões num elo é bastante complexa. (Fig. 2.16)

Para material comum C..) em correntes normais, a resistência mínima à tração


deve ser 24 kg/mm2 referida à secção transversal da corrente.

O coeficiente de segurança adotado é 4, e portanto, a tensão admissível para o


material comum (st 35.13 K) é igual a 6 kg/mm2 .

Analisando a distribuição das tensões na Figura 2.16, vê-se que a seção de


tensões mínimas é a que forma um ângulo de 45° passando pelo centro de curvatura
do elo. Seria interessante, então, fazer-se a solda de tôpo nessa seção; no entanto por
dificuldades tecnológicas ainda não se procedeu dessa forma.

(*)O material comum é entendido como sendo o normalizado pela DIN 1613, isto é, st 35.13K
(C = (0,06 +O, 11)%); Mn = (0,4 + 0,6) %e P < 0,04%; S < 0,04% e P + S < 0,07%)
crrup = (35 + 42) kg/mm2 ; alongamento (25 + 32) %
O material equivalente nosso é aço ABNT 1010

50
I iRhos de igual
hnsôo

retocao elas tensões

* na fibra externo
~ no fibra interna
%

Figura 2.16 - Distribuição das tensões em um elo, obtida experimentalmente a partir

de um modelo fotoelástico, CJ0 =.!!._ = 6kg I mm 2 (")


25

A capacidade de carga de uma corrente pelo exposto acima é determinada da


seguinte maneira:

p = <>actm . 2 . s (2.10)

ou

p = 6 .2 . 7!.d2 (2.11)
4
ou
(2.12)

onde

P = capacidade da corrente em kg
d = diâmetro do fio em mm

Por exemplo. suponhamos uma corrente feita com fio de diâmetro 1O mm. A sua
capacidade de carga será, pois:

(") P = carga que atua na conente


S = secção transversal do fio de que é feita a corrente

51

'• .
p= 3 .1t. 102 = IP=940kgl (2.13)

Deve ser ressaltado, no entretanto, que existem correntes de material. mais


resistente com tensões admissíveis de 8 kg/mm2 ou em casos especiais, até 12,5
kg/mm2 (por exemplo: correntes de alta resistência segundo a norma DIN 5684).

As tabelas 2.2, 2.3, 2.4, se referem às normas DIN 765, 766, 5684
respectivamente.

A Figura 55 ilustra a forma e dimensão de correntes de elos de alta resistêmcia.

Tabela 2.2- Correntes calibradas segundo a DIN 765

Diâmetro Largura Passo Tolerância si um Carga Peso Emprego


do :fio interior t. comprimento de útil (kg/m)
d. b. 10 t. (*)_ (kg)
5 ....... 7 18,5 + 1,5 160 0,500 Correntes
6 ....... 8 18,5 - 0,5 250 0,750 de
manobra
7 ....... 9 22 + 1,5 370 1,00
8 ....... 10 24 - 0,5 540 1,35
9,5 .... 12 27 850 1,90
11.. ..... 14 31 + 2,5 1140 2,70
13 ....... 16 36 -0,8 1590 3,80
16 ....... 20 45 2500 5,80
18....... 22 50 + 3,8 3060 7,30
20 ....... 25 56 - 1,3 3780 9,00 i

~"23 ....... 28 64 + 5,5 -5000 12,0 Correntes


26 ....... 32 72 - 1,8 6390 15,0 de
carga
28 ....... 35 78 7500 17,5
(29) ..... 36 81 7940 19,0
30 ....... 38 84 + 6,5 8500 20,0
32 ....... 40 90 -2,2 9670 23,0
(33) ..... 41 92 10290 24,5
35 ....... 44 98 11570 27,5
38 ....... 47 106 + 8,0 13640 32,5
41.. ..... 51 114 - 2,5 15880 38,0

Os diâmetros entre parêntesis devem ser evitados tanto quanto possível.

(*) A tolerância para um passo é de ± 2,5o/o. A tolerância para dez passos indicada acima não deve ser
ultrapassada Se se desejar um engrenamento exato, é útil por a roda dentada à disposição do fabricante
da corrente.

52
Tabela 2.3 -Correntes de elos não calibradas para fins gerais e Máquinas de Levantamento, segundo a Din 766

Diâmetro nominal d Passo Tolerânc Qualidade normal Beneficiado Peso


Qualid. beneficiado Toleran ad.missiv Carga Carga Carga Carga adrnissiv Carga Carga (7,85
normal cia . p/ admis. ensaio mínima Somente
ensaio rninim. kg/dm 3
Fins gerais Máqui.m t ad.missi co.mpri/o b ruptur normal p/ corrente ruptur. kg/m
de vel total da deMq. Lev
I
""
Levant. corrente ~ k_g kg kg kg kg kg
5 - - 18,5 17 sem garantia 0,500
6 - - 18,5 20 0,750
4 - - 16 ±0,5 + 1,5 14 150 300 600 - - - - 0,320
5 5 - 18,5 - -0,5 17 250 500 1000 250 - 630 1260 0,500
6 6 - 18,5 20 350 700 1400 350 - 900 1800 0,750
7 7 7 22 23 450 900 1800 450 630 1260 2520 1,00
8 8 8 24 26 630 1260 2500 630 800 1600 3200 1,35
(9) 9 9 27 ±0,6 30 800 1600 3200 800 1000 2000 4000 1,80
(9,5) - - 27 + 2,5 31 850 1700 3400 - - - - 1,90
10 10 (10) 28 -·o,8 34 1000 2000 4000 1000 1250 2500 5000 2,25
(11) (11) 11 31 36 1120 2240 4480 1120 1600 3200 6400 2,70
13 13 (13) 36 44 1600 3200 6400 1600 2120 4240 8480 3,80
- - 14 41 ± 1,0
+ 3,8
47 -
2500
-
5000
-
10000
-
2500
2500
3150
5000 10000 4,40
16 16 (16) 45 54 6300 12600 5,80
18 18 18 50 - 1,3 60 3150 6300 12600 3150 4000 8000 16000 7,30
20 20 20 56 ± 1,5 67 4000 8000 16000 4000 5000 10000 20000 9,00
23 23 23 64 + 5,5 77 5000 10000 20000 5000 6700 13400 26800 12,0
26 26 - 73 - 1,8 87 6300 12600 25200 6300 - 17000 34000 15,0
28 28 - 78
± 2,0
94 7500 15000 30000 7500 - 20000 40000 17,5
30 30 - 84 +6,5 101 8500 17000 34000 8500 - 22400 44800 20,0
33 33 - 92 -2,2 ll2 10000 20000 40000 10000 - 26400 52800 24,5
36 36 - 101
± 2,5
122 12500 25000 50000 125000 - 30000 60000 29,0
39 39 - 109 + 8,0 132 14000 28000 56000 14000 - 36000 72000 34,0
42 42 - 118 - 2,5 142 17000 34000 68000 17000 - 40000 80000 40,0
45 45 - 126 152 19000 38000 76000 19000 - 44800 89600 45,5
48 48 - 134 162 21000 42000 84000 21000 - 50000 100000 52,0
51 51 - 143 conforme
conforme
acordo
172 25000 50000 100000 25000 - 56000 112000 58,5
54 54 - 151 acordo
182 28000 56000 112000 28000 - 63000 126000 65,5
57 57 - 160 192 30000 60000 120000 30000 - 67000 134000 73,0
60 60 - 168 202 33500 67000 134000 33500 - 71000 142000 81,0
Obs.: Se possível, evitar os diâmetros entre parentesis
Tabela 2.4- Corrente de elos de alta resistência para :Máquinas de Levantamento,
segundo a Din 5684

Diâmet. Passo To ler. Largura Carga Carga Carga Peso


nominal t Toler. admiss. externa admis. ensaio mínima (7,85
d admiss. p/ b kg ~25 de rupt. kgfdm.3)
compri/o ~ ~ 12,5 kg/mm2 ~40 kg/m
total kg/mm2 kg/mm2 ~

5 18,5 + 1,5 16 500 1000 1600 0,500


7 22 ± 0,5 -0,5 22 1000 2000 3200 1,00
9 27 +2,5 29 1600 3200 5000 1,75
11 31 -0,8 36 2500 5000 8000 2,70
14 41 46 4000 8000 12500 4,40
16 45 ± 1,0 +3,8 52 5000 10000 16000 5,80
18 50 - 1,3 58 6300 12500 20000 7,30

Figura 2.17 - Corrente de elos de alta resistência

3 .2. Cálculo das correntes Galle

O cálculo das correntes Galle é feito supondo-se a carga agindo como na Figura
2.18. Admite-se ainda que a distribuição dessa carga seja uniforme em relação às
várias talas.

54
4 F F
b

passo t

Figura 2.18 - Ação da força F sobre a corrente Galle

3.2.1. Cálculo das talas


As talas são calculadas supondo-se que sua única solicitação seja a tração (Fig. 2.19)

F
'P"'z-

F
z
==:=========:::=:~!~
1
---•,...... -zF

Figura 2.19 - Solicitação de uma tala pela força F


z

55
Tomando-se,
z = número de talas em tração (ação de F)
d2, g1 e s, dimensões indicadas na Figura 2.19;
crr e cradm' as tensões de ruptura e admissível, respectivamente, da tala pode-se escrever:
F = z. (g1 - d 2 ) . s. a adm

=
O material das talas é geralmente aço ABNT 1020, com crr 40 kg/mm2 e o coeficiente
=
de segurança usual em correntes desse tipo é 5. Portanto cradm 40 kg/mm2 , onde:

F 2
a= ~aadm=8kg/mm (2.14)
z.(g1 -d2 ).s

Deve-se verificar, ainda, a pressão específica "p" no furo das telas, a fim de
evitar esmagamento do material devido a excesso de carga.

(2.15)

3 .2.2. Cálculo dos pinos

Distinguimos dois casos:

a) Caso em que a corrente transmite força não provida de uma roda dentada.
F F
F F
2 2
z z

·-i)

F F F F
2 z z z

Figura 2.20 - Distribuição da carga F por entre as z talas.

56
De acordo com a Figura 2.20 tem-se* na secção I o momento dado por:

F
M 1 =-.O,S.s (2.16)
z
Na secção II tem-se:

F F F
MIJ =-.1,5.s--.0,5.s=-.s (2.17)
z z z

Analogamente, na secção III:

F F F F F
Mw = -.2,5.s--.1,5.s +-.1,5.s+-.0,5.s=-.1,5.s (2.18)
z z z z z

E, na secção IV:

F F F F F
Mw =-.3,5.s--.2,5.s+-.1,5.s--.0,5.s=-.2.s (2.19)
z z z z z

Pode-se concluir por uma expressão geral analisando a formação dos valores dos
momentos acima, que:

F z
Mz =-.-.S (2.20)
z 2

F
:.Mz =-.S (2.21)
2
Este será o máximo momento fletor que ocorre na variação do diâmetro d2 para
d 1 e independe de "z".

Logo a tensão devida ao momento fletor na secção perigosa do pino (secção da


variação de d 1 para d2) é:

(2.22)

b) Caso em que a corrente Galle transmite força provida ou aplicada a uma roda
dentada.

Cálculo do diâmetro d2
-.
A solicitação máxima neste caso é a devida ao feixe de talas que contém a tala
mais externa.

* Deixou-se de computar a tensão devida ao cisalhamento neste cálculo. por ser ela pequena em face da
tensão devida ao momento :fletor. Isso pode ser verificado facilmente tanto mais evidente quanto maior
"z".

57
Figura 2.21 - Ação do dente da roda dentada em relação à corrente Galle

Para o caso da Figura 2.21, na secção IV (secção crítica), o momento :fletor é:

F' F' F'


Mw =-.3,5.s+-.1,5.s=-.5.s (2.23)
4 4 4

onde F' é a força aplicada no dente da roda dentada*

Para o caso de z = 6 tem-se:

F'
MVI =-.10,5.s (2.24)
6

Analogamente para o caso de z = 8

F'
Mvm =-.18.s (2.25)
8

E assim por diante. A expressão geral seria então:

(2.26)

Logo a tensão devida ao momento :fletor para efeito de cálculo de "d2 do pino, é:

* F é a parcela da F que solicita a corrente.

58
M 32.F' .s.(z I l}-
(5- _ z - --,....--.:....,--___:.. (2.27)
- W - f..n.d;

_ 8.F'.s.(z+l) <
<5- 3 _(jadm (2.28)
n.d2

Para a utilização desta fórmula é preciso fazer uma hipótese acerca da


distribuição da força "F" de transmissão por entre os dentes da roda que efetivamente
trabalham. Isto implica no conhecimento das tolerâncias de fabricação da roda
dentada e da corrente.

Cálculo do diâmetro "d1"

De acordo com a Figura 2.21 temos para o diâmetro "d1" do pino

z
B =b+2(-+0,5).s (2.29)
2

O momento fletor máximo é:

(2.30)

e a tensão

(2.31)

• ~-
4F'(2B-b)
o <,..,.
.. v - 3 -'-'adm (2.32)
n.d1

Nota: É bom lembrar que, em Aparelhos de Elevação e Transporte, as correntes tipo


Galle tem uso restrito em condições do 2° caso acima.

3 .3. Manutensão das correntes de elos

A fabricação, ensaios e manutenção das correntes comuns de elos é regida pela


norma DIN 685:

- a inspeção de correntes freqüentes usadas deve ser semestral;


- a inspeção de correntes pouco usadas pode ser anual;
- entende-se aqui por inspeção a verificação de desgaste, deformações e trincas.

59
Correntes com desgaste superior a 20% da área da secção transversal original
devem ser rejeitadas. É claro que basta que um elo apresente tal desgaste para se
rejeitar a corrente.

Correntes nas quais se constatar um alongamento maior ou igual a 5% em um


dos elos com relação ao comprimento original., devem ser rejeitadas.

As trincas podem ser constatadas pelo seguinte método, o elo é banhado em óleo
:fino e em seguida enxugado com um pano. Aplica-se tinta branca lavável no elo a
qual uma vez seca deixará transparecer as eventuais trincas.

Após cada duas, no mínimo três inspeções, as correntes devem ser ensaiadas
com 1,5 vezes a sua capacidade nominal.

Deve existir um livro de registro para todas as correntes no qual são anotadas
todas as inspeções, ensaios, reparos, tratamentos térmicos, etc.

3.4. Noções sobre a fabricação de correntes de elos

A grande maioria das correntes de elos é fabricada a partir de arame, sendo os elos
unidos por solda de tôpo.

A Figura 2.22 e 2.23 mostram as fases de fabricação de um dos processos


USuaJ.S.

60
encesro

matriz nçõo de dobra latera I


de dobra

Figura 2.22- Fases de fabricação da corrente: corte, dobra e junção dos elos

61
A solda de tôpo dos elos pode ser vista na Figura 2.23

corte A-8

e
m

pontos de
contato dos eletrodos
e -eletrodos
p- punção de dobro
m- motriz
b- bigorna
dr-dispositivo de roborbomento e avanço
r- rebarba de soldo

Figura 2.23 - Solda de tôpo dos elos

62
-POLIAS, TAMBORES E MOITÕES

1.- Polia de cabo de aço

O diâmetro nominal D das polias de cabos (não motrizes) é dado pela norma DIN
15020_ Aproximadamente tem-se as seguintes relações C*) (Fig. 3.1).

h = 2 a 2,5 d
b1 = 2,5 a 3d
be = 3,5 a 4 d
B =be+10a20mm
r = 0,53 a 0,55 d

Podem ser de ferro fundido, aço fundido ou


chapa soldada_ Estas últimas apresentam a vantagem
de serem mais leves acarretando uma inércia menor,
principalmente nos guindastes giratórios_ As
gargantas devem ser lisas; o revestimento, de
borracha sintética, material plástico, aumenta
consideravelmente a vida do cabo de 1,5 a 5 vezes
maiS.

O ângulo de desvio do cabo com o plano da


garganta nos casos normais, não deve ser maior de
4° (DIN 15020). Porém, há casos especiais em que
esse ângulo deve ser maior e, para que o cabo
permaneça dentro da garganta, a altura h deve ser
aumentada. Geometricamente demonstra-se a
relação:

tgr= 2tgfJ (3.1) Figura 3 _l - Polia de cabo


~1+~
tendo-se o valor limite do ângulo y em função de h_ (Fig_ 3 .2)_

2_ Tambores para cabos de aço

Os tambores, conforme a sua fixação na engrenagem ou no eixo, podem ter a seguinte


disposição Cf:_ig_ 3 .3) _

(*) Vide tabela seguinte nonna DIN" 15062 -Livro "Exercício sobre Aparelhos de Elevação e
Transporte", D. Ferraresi e R Ruffi.no, P- 100-16, publicação n° 99, Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de São Paulo- 1964_

63
As construções a e b permitem colocar a engrenagem na caixa do redutor,
porém, o eixo do tambor é mais solicitado, estando em a trabalhando a flexotorção e em
b a flexão, no terceiro caso de solicitação. No caso c e do eixo só trabalha à flexão,
podendo-se ter o 2° caso de solicitação quando o eixo é fixo e os mancais estão nos
cubos dos tambores e engrenagens.

Figura 3 .2 - Inclinação do cabo na polia

Figura 3.3- Fixações de Tambor

A solicitação do tambor se compõe de uma torção, de flexão devido à tração do


cabo e de uma compressão causada pelo enrolamento do cabo. A solicitação por torção
é desprezível e a de flexão, a não ser nos tambores muito longos, pode ser desprezada
também. Logo, a espessura h do tambor é determinada levando em conta somente o
enrolamento do cabo. A tabela 3.1 dá, segundo Ernst, a espessura do tambor em serviço
normal. Para'ferro fundido, aumentar os valores de 3 a 1O mm segundo o diâmetro do
tambor; neste caso pode-se usar a fórmula empírica h= d do cabo.

O diâmetro de enrolamento se calcula segundo a norma DIN 15020, o


comprimento f do tambor vai. depender do comprimento L do cabo a enrolar. O número
de voltas necessárias é

64
TABELA3.1

DIMENSÕES DO TAJ\!fBOR PARA ENROLMvffiNTO DOS CABOS DE AÇO

tração diâmetr passo espessura h (mm) para os diâmetros Dt (mm)


o
do cabo do cabo p 250 300 400 500 600 700 800
F(kg} dJmml (mm)
500 8 10 4(6) 4(6)
1000 10 12 6(9) 6(9)
1500 13 15 8(12) 7(11)
2000 16 18 9(14) 8(13)
2500 16 18 10(15) 10(12)
3000 19 22 11(16) 11(16)
4000 22 25 12(18)
5000 24 27 14(20) 14(20)
6000 27 31 15(22) 14(22)
7000 29 33 16(24) 16(24)
8000 31 35 17(26)
9000 31 35 19(27) 18(26)
10000 33 37 20(28) 19(27)
Obs. Os valores entre parêntesiS se referem a construção em ferro fundido
(SAE 111-18 kg)

L (3.2)
n=--
77:. D

A este número acrescentamos, geralmente, duas voltas, como medida de


segurança na fixação. No caso de iambores ranhurados, o passo p (Fig. 3.4) de
enrolamento é dado pela tabela 3 .2. O comprimento de enrolamento do tambor será

(3.3)

TABELA3.2

DThffiNSÕES DA GARGANTA DO TAMBOR

0cabo 10 13 16 19 22 27 33 40
p 12 15 18 22 25 31 37 45
r 5,5 7 9 10,5 12 15 18 22
a 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 5

65
Figura 3.4 - Passo das ranhuras do tambor

Aplicação do cabo pode ser por parafuso ou cunha, conforme mostram as


Figuras 3.5 e 3.6.

Figura 3.5- Fixação do cabo no tambor por parafusos

Figura 3. 6 - Fixação do cabo no tambor por cunha

66
O comprimento útil do tambor é limitado a fim de evitar excessiva obliqüidade do
cabo, que pode fugir da garganta, dando origem a um enrolamento irregular. A inclinação
máxima r que se pode dar a um cabo que sai e entra no tambor vai depender da relação
D/d entre o diâmetro do tambor e do cabo e da relação p/d entre o passo e o diâmetro do
cabo. Em virtude das espiras serem inclinadas de um ângulo a, dado por tga= pl1rD,
para dar a maior possibilidade de enrolamento (igualando-se as inclinações r de cada lado
da polia), é necessário afastar a polia do meio do tambor de uma distância

a= A. tg a. (3.4)

De acordo com a Figura 3. 7 tem-se as relações

B B
B =-+a · B =--a (3.5)
1 2 ' 2 2

tgyl = tg(y+ a)= BJ (3.6)


A

tgy2 = tg{y- a)= B2 (3.7)


A

e o comprimento útil do tambor será


B=~ +B2 (3.8)

--
---·-
r--. _ _ i
I
I
182
I r--.lr-- i

._L.-
12
?
- ·- ·-·?Jt·z\~·.sE
·-- i
-:a
8 a. _?rl ~ t
t r1_;v-- .-~.
81

~
~
~

-------

Figura 3. 7 - Inclinação do cabo

67
I

L.. L...J

.,
-- ----~----~-
- --------- - '
l J ......
Mllll
,11
r r , li
a I li
I li
I

a)- Tambor
b)- Parafuso de rosca di rei to e es-
Querda.
c)- Dispositivo de enrolamento de
cabo
d)- Cursor.
e)- Local de inversll'o do movimento:
passagem da rosca di rei to paro
o rosca esquerdo

f)- Polias de guia

m
Figura 3.8- Dispositivo de enrolamento do cabo de aço mediante um parafuso de rosca
direita e esquerda

68
B = A[tg(y+ a) +tg(y- a)] (3.9)

O desvio y depende da relação p/d, para ranhuras em tambores, temos segundo a


norma DIN 15020

Quando o cabo é enrolado em várias


camadas no tambor, torna-se necessário
uma guia de enrolamento como mostra a
Figura 3 .8. Nos guindastes giratórios,
devido à inércia da carga em movimento de
rotação é necessário, também, uma guia
para o cabo não fugir da polia (Fig. 3 .9) Figura 3. 9 - Guia do Caoo
A fixação da engrenagem no tambor nos casos c e d da Figura 3 .3 é feita por
parafusos, a Figura 3 .1 O mostra 3 casos de fixação possíveis.
O caso a de parafusos ajustados é muito dispendioso, os parafusos trabalham a
cisalhamento e a compressão lateraL Sendo Mt o momento de torção a ser transmitido
por n parafusos, temos para o cisalhamento

Mt Jlli
2 4.Mt (3 .1 O)
F=--=r.-- r= 2
.::;; rad.m
n. r 4 n. Jlli r

e na compressão

Figura 3.1 O - Fixação da engrenagem

69
Aft (3.11)
p=--5;Paam
nder

No caso b de parafusos comuns, o momento é transmitido por atrito. A tensão de


tração dos parafusos é:

F. 4 4 .Mt (3.12)
a= = <uaam
p. m1g p.n.r. m:Jg

Para aço sobre aço !.1. = O, 1


No caso de cargas alternativas, a construção _ç com bucha de cisalhamento é
preferíveL A tensão na bucha é

(3.13)

Geralmente nos tambores de guindaste e ponte empregam-se parafusos simples,


trabalhando só à tração e duas buchas de cisalhamento, adicionais (não levando em conta
no cálculo) colocadas diametralmente.

3. RIJEZA DO CABO SOBRE POLIAS E TAMBORES


Como vimos anteriormente, a resistência à curvatura de um cabo é devida a dois fatores:
a)- atrito entre os :fios, que ao encurvarem-se terão que deslocar uns em relação aos
outros (rijeza elástica);
b)- resistência elástica à flexão dos :fios (rijeza elástica).
Em polias considera-se somente a rijeza anelástica, pois o trabalho de
deformação devido às forças elástica.S na curvatura é praticamente restituído no
endireitamento do cabo e não representando praticamente perda alguma
Se for considerado só a rijeza elástica de um cabo sobre uma polia, desprezando-
se as perdas nos mancais, teria-se a disposição da Figura 3 .11. Já com a rijeza anelástica,
isso não acontece (Fig. 3.12), devido aos atritos internos o cabo tende a manter a
posição primitiva, tendo-se os braços de alavanca .e'1 e .e'2 diferentes. Desprezando-se os
atritos nos mancais da polia, a força de ação deverá ser maior que a resistente; essa
diferença é denominada força de atrito f Segundo ensaios de Rubin, para d = 13 a 20
mm, D = 500 a 900 mm e Q = 1000 a 4000 kg, tem-se as relações

70
Q
~ ~ ~ ~
Q Q O+ f

Figura 3 .11 - Rijeza elástica Figura 3.12 -Rijeza anelástica

/=0,063~ (Q+300)kg (3.14)

para cabos de enrolamento único, f


d2 (3.15)
f= 0,09-(Q+SOO)kg
D

Para cabos de enrolamento oposto.


Esta força é inferior a 1% de Q sendo, na prática, desprezível ou acrescida em %
à força proveniente do atrito do mancai da polia. Da "Mecânica Aplicada às Máquinas",
tem-se

J.l = ±J.l.(p variável)


7[
(3.16)
J.l.' = 7C J.l. (p constante)
2

7l
O momento de atrito do mancal. da polia não deve ser desprezado. Pará polias
fixas (Fig. 3.13), admitindo-se que o ângulo de abraçamento do cabo sobre a polia seja
de 180° tem-se:

d
Ma=R-1 J.i.'
2
Ma=Q.~.J.i.'

A força f a ser acrescentada em Q para


vencer este momento é

f'= Ma . 2 = 2 . Q ~ . J.i.
D D
Para D/d1 =7,5 e J.l = 0,08 tem-se:
f= 0,03 Q
Figura 3.13 - Polia Fixa

Acrescendo-se a rijeza anelástica, tem-se uma perda de


f +f=0,04 Q
e o rendimento, para mancais de escorregamento, é

o
TJ P = Q +f+ f' = O, 96
Para mancais de rolamentos tem-se
TJP =O, 98a0, 985
A força motora para a subida da carga Q numa polia fixa é então
(3.17
)
Na descida da carga gira a polia em sentido contrário, a carga vence as
resistências,

e a força de retenção F* será


(3.18)
F* = Q . TJ p <")

C") Representa-se a força de retenção F* com asterisco para diferenciar da força de descida F.

72
No rendimento do tambor tem que ser considerada também a rijeza elástica pois
na elevação da carga deve-se acrescentar o trabalho de deformação do cabo, que só é
devolvido na descida da carga. Por outro lado, deve-se considerar nos tambores só a
metade da rijeza anelástica e as cargas nos mancais são menores (mesmo levando em
conta o acréscimo de carga da engrenagem) que nas polias fixas com ângulo de
abraçamento de 180°. Desta forma pode-se tomar para o rendimento nos tambores
(rijeza+ perda nos mancais) o mesmo valor anterior

TJr = O, 96 para mancais de escorregamento


TJr = O, 98 para mancais de rolamentos
No caso de polias móveis, desprezando-se as perdas tem-se (Fig. 3.14)

Q=Fo+P=2F'o

Q
Fc=-2
Levando-se em conta as perdas na polia
vem, para a subida da carga:

Q
Q=F+P=F+F. 7Jp
Figura 3.14- Polia móvel

(3.19)
F= Q
1+ 7Jp
Logo, o verdadeiro rendimento da polia móvel será

Q
2 - 1+ 7Jp
TJm =
Q 2
1+ TJp

Substituindo-se vem

7Jm =O, 98 para mancais de escorregamento


7Jm =O, 99 para mancais de rolamento
" da carga tem-se:
Na descida

Logo,

73
Q=F· +P=F" + p•
'TJp

(3.20)

No caso de polia móvel de ação, como em elevadores hidráulicos (Fig. 3.15),


resulta para a subida da carga.
F=Q+P

(3.21)

Na descida da carga temos:


F
p
Q=PITJp
F*=P+Q:.

Figura - 3.15 - Elevador hidráulico

(3.22)

4. TALHAS DE CABOS
Da combinação de polias móveis e fixas resultam as talhas (moitões), nas quais a carga Q
é distribuída numa série de cabos, resultando a força de ação F bem menor de Q.
a) Talha simples
Este é o tipo mais simples, em que a carga Q (desprezando-se as perdas) é
distribuída iguàlmente em todos os cabos de sustentação('"). Tem-se que distinguir aqui
dois casos:
No primeiro caso tem-se teoricamente:

(") Entende-se por cabos de sustentação em talhas, os trechos de cabos que saem das polias móveis, isto é,
os cabos onde estão aplicadas as forças Pl, P2 ... Pn da figwa 77.

74
Q =li+ Pz + -------- + P,
R,= p2 = ---------- = pn = F'o
Q=nP=nFa
Considerando-se a carga subindo, tem-se, levando-se em conta as perdas, as
seguintes relações:
F=.fi=Pzlr;p /'
/
/

Pz=li- 17p
~=P2 -17p=F.rf; (,
L)=-
P, = pn-1 - 17p =F- r;;-1
j
a carga total Q será a soma destas parcelas, ou seja:
Q = F(l + 17p +ri;+-------- r/';1)

F=P
.1

Figura 3.16 - Talha simples - Cabo saindo da polia móvel

A parte entre parêntesis é uma progressão geométrica cuja soma vale:

75
Substituindo-se vem

(3.23)
1- TI
F= Q ·tp
1-~

e o rendimento será, para a subida da carga

1 1-rf'.
TJ=-.--p (3.24
n 1-TJP )

A tabela 3.3 dá os valores de 11 em função do número de cabos de sustentação,


para 11p = 0,96 em mancais de escorregamento e 11p = 0,98 em mancais de rolamento.
Para a carga descendo, tem-se as seguintes relações:

p F'
pn = ---.!!::l = - -
,..n-1
T/p lfp

Somando-se todas estas parcelas:

Q=F'(l+-1
1Jp
+~+ ... ~~)
T/p T/p

ou ainda

76
F' 1- 77':
0=-----p
- 1]n-l 1- fJp

(3.25)

O termo

é chamado coeficiente de retenção para a retenção da carga e encontra-se na tabela 3. 4


em função do número de cabos de sustentação.
No caso do cabo saindo da polia fixa (Fig. 3.17) tem-se para a elevação da carga

Figura 3.17 - Talha simples - Cabo saindo da polia fixa

portanto,

77
TABELA3.3

RENDIMENTO DE TALHAS SIMPLES EM FUNÇÃO


DO NÚMERO DE CABOS DE SUSTENTAÇÃO

Número de cabos de sustentação 2 3 4 5 6 7 8


Cabo saindo da polia móvel
Mancais
de escor-
regamen-
1 1-r/', to
7]=-. _ _P
n 1- 1Jp
0,98 0,96 0,94 0,92 0,91 0,89 0,87

1Jp = 0,96

Mancais
de
rolamen-
tos

0,99 0,98 0,97 0,96 0,95 0,94 0,93

1Jp =0,98

Cabo saindo da polia fixa


Mancais
de escor-

7Jp- r/',+
regamen-
1 pI to
ry=-.
n 1- 7Jp
0,94 0,92 0,90 0,89 0,87 0,85 0,84
//////////////////

1lt' -8±8-
-+-·
!'Y ~
'-·- 1Jp =0,96

Mancais
de
rolamen-
J ~ ~ tos
F
-t-t-t-·
Y_ y 0,97 0,96 0,95 0,94 0,93 0,92 0,91
Jo
1Jp =0,98

78
TABELA3.4

COEFICIENTE DE RETENÇÃO DE TALHAS SIMPLES, PARA A


DESCIDA DA CARGA, EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE CASOS DE
SUSTENTAÇÃO

Número de cabos de sustenta_ç_ão 2 3 4 5 6 7 8


Cabo saindo da polia móvel
Mancais
de escor-
rt:-1- rt: regamen-
to
r= P P
1- 17p
0,49 0,32 0,24 0,18 0,15 0,13 0,11

-
~
/l±lf- T/p =0,96

'=t/
Mancais
de
rolamen-
tos

0,50 0,33 0,24 0,19 0,16 0,13 0,12

T/p = 0,98

Cabo saindo da polia fixa


Mancais
de escor-
rt:- rf+l regamen-
to
r= P
1- ri;,
0,47 0,31 0,23 0,18 0,15 0,12 0.10
//////////////////

1JB
~~ -?r- T/p =0,96

Mancais
I de

I
rolamen-
tos

F v-D
-H-t-
~
0,49 0,32 '0,24 0,19 0,16 0,13 0,12
y, y; I
J Q

T/p =0,98

79
1- n
F= O-
'lp
,..,n+l
(3.26)
1lp- 'lp
O rendimento da talha é

1 (3.27)
1lt =-
n
Os valores de 'llt encontram-se na tabela 3.3, em função do número de cabos de
sustentação, isto é, trechos de cabos que saem da parte móvel da talha.
Analogamente para a descida da carga tem-se:

F"= F. 1lp :.

(3.28)

Os valores de

1];- rt;l
1-ry;
encontram-se também na tabela 3. 4. As tabelas 3. 5 e 3. 6 apresentam as dimensões
principais dos ganchos em função da carga Q, as tabelas 3. 7, 3. 8, 3. 9 as dimensões
principais e pesos de conjunto de polias, inclusive o gancho.

b) Talha exponencial
Esta apresenta a redução da carga· em função do número de polias bem maior que
no caso anterior, porém ocupa muito espaço, sendo por essa razão menos empregada
(Fig. 3.18).
Teoricamente tem-se:
~=Fo
P2 =2~=Fa.2

~ = 2 p2 = Fa . 22
~ = 2 P, = Fa . 23

e de um modo geral
º = 2 p4 = Fa . 24

80
onde n é aqui o número de polias móveis.
Na subida da carga tem-se

/////L'.//

p'
4

Figura 3.18- Talha exponencial

·(*)Ver Fórmula (3.19)

81
VISTA DE A

Figura 3 .19 - Elevador hidraúlico

Figura 3.20 - Catapulta

82
P3-~
-
1+ 17p

p = Q
4 1+ 17p

e de um modo geral

(3.29)

O rendimento será

R
7]=-0
F
ou

(3.30)

Na descida da carga tem-se

·(*) Ver fórmula (3.20)

83
e de um modo geral:

(3.31)

Como aplicação deste tipo de talha tem-se os elevadores hidráulicos e as


catapultas. Os primeiros não empregados mais para cargas (Fig. 3 .19), porque são pouco
precisos quando à parada exata em cada andar. As catapultas são empregadas no
lançamento de aviões; podem ser de talhas simples (Fig. 3 .20) ou exponencial.
Estas talhas podem ser associadas tendo-se a disposição da Figura 3.21. Neste caso, para
a subida da carga tem-se:

1- r1
R=O--''_P
-1 - TJp4

1- r1
F=R--'I_p
l-i

(3.32)

(Continua na pag. 91)

84
-l

E I

oi
I

corte C-D
a
corte A-8

secção paro um
gancho !_orjodo
a mao

seccoo poro um
gancho forjado ..Q

com matr·IZ

Dimensões dos ganchos simples (DIN 687) (Tab. 3.5)

85
TABELA 3.5- GANCHOS SIMPLES

DIMENSÕES DE PEÇAS BRUTAS, FORJADAS, SEGUNDO A DIN 687

(1) Carga útil BOCA HASTE Peso (3)


p/ funciona/o a (7,85
diâ A diâ Com_pi2) Seçi!o A-B Secçilo C-D RAIOS kg/cm')
me ber me ; -kg
8
motor mil o tro tura tro F A F8 B F" Jilf
kg kg • w d3 fi f2 hl bl b2 g ri ~ b3 b4 g r2 e I i k m n o p q 8 t A B

125 30 27 15 80 20 14 5 15 2 17 14 8 15 2 50 1,5 3 1,5 26 17 32 30,5 30 52 3 0,24


160 250 35 30 18 100 28 20 8 20 4 24 20 12 20 4 54 7 3,5 2 24 19 42 40 27 50 4 0,5
300 500 40 32 22 130 32 25 lO 20 4 27 23 13 20 4 57,5 8 4,5 2,5 20 22 47,5 45 25 50 4 0,7
500 1000 45 34 26 160 38 30 12 25 5 32 27 15 25 6 64 9 5,5 4 17 24 55 51 25 52 6 1,2
800 1600 50 38 30 195 45 34 13 25 6 38 31 16 25 7 72 lO 6,5 4,5 21 28 63,5 59 25 60 7 1,75
(+)1000 2500 55 42 40 240 55 40 15 30 6 46 37 18 30 8 87,5 8 8 6 28 35 74,5 68,5 30 77 7 3,8
2000 4000 60 45 45 270 370 65 50 20 40 10 54 44 25 40 12 104 6 lO 8 31,5 45 85 77 35 100 8 6,2 7,4
3000 6000 70 55 52 290 410 75 65 25 50 lO 63 53 30 50 12 131 7 11 12 34,4 50 99 87 45 125 10 9,7 11,7
8000 80 63 60 315 450 90 70 25 60 lO 77 59 32 60 14 156 9 12 19 36 60 118 99 50 145 11 15,7 18,6
5000 10000 90 70 60 340 480 100 80 30 70 10 86 67 40 70 14 168 lO 13 20 37 70 132 112 50 160 12 20,5 24,5
12500 100 78 70 380 530 110 90 32 80 lO 95 74 42 80 15 197 li 14 25 37,5 80 146 121 55 185 13 26 30
8000 16000 110 85 80 420 580 120 100 40 90 lO 105 80 46 90 20 225 13 14 31 35 85 161 130 58 210 15 32 37
10000 20000 120 95 85 450 610 130 110 40 15 114 87 50 20 250 15 15 35 36 90 175 140 60 230 17 48 55
12500 25000 130 105 85 490 630 140 125 45 15 119 95 60 25 270 15 20 35 46 95 185 ISO 75 260 17 62 70
16000 32000 140 115 95 530 700 ISO 135 50 15 128 105 65 25 300 lÓ 20 35 53 lOS 200 165 85 290 20 76 86
20000 40000 160 130 112 620 800 170 145 60 20 149 115 70 30 345 lO 20 40 58 120 230 190 100 330 25 117 130
50000 180 ISO 120 670 880 190 160 65 20 164 130 80 30 380 10 25 40 66 135 255 215 110 355 25 ISO 170
32000 63000 200 165 132 720 950 210 180 70 25 178 145 90 30 415 lO 30 45 68 ISO 280 235 120 380 25 186 210
50000 80000 240 195 160 880 1150 260 225 85 30 223 175 105 35 495 20 35 60 73 180 345 285 140 450 35 352 388
80000 280 225 190 1100 1350 320 275 105 30 272 215 125 50 580 25 45 75 78 210 415 340 170 520 45 645 696
100000 300 240 220 1200 1500 355 300 110 40 302 235 135 60 630 30 50 80 88 225 455 375 180 560 50 860 936
125000 330 265 240 1350 1680 400 340 120 40 330 260 ISO 70 690 35 65 85 98 240 500 415 195 615 50 1295 1370
160000 370 295 260 1500 1850 440 380 135 50 352 290 170 80 770 25 80 85 98 260 545 460 220 685 55 1727. 1857
200000 400 320 280 1650 2000 490 420 ISO 50 385 315 190 90 845 25 95 90 105 285 595 503 260 755 60 2288 2475
250000 450 360 320 1850 2200 550 470 165 60 422 350 210 100 955 lO 115 100 125 315 660 570 310 860 60 2851 3075

(1) Máxima carga de funcionamento admissível: carga de prova admissível segundo a DIN 120 VI: 23
(2) As medidas de comprimento f1 e f2 são teóricas para os dados de peso. Os comprimentos de haste se adaptam às polias móveis.
(3) Os pesos dos ganchos foram calculados para a execução segundo a Figura 1, com 7,85 kg/dm3, porém sem compromisso. A
execução segundo a Figura 2 dá uma economia de peso "" 8%.
(4) Para os aparelhos de elevação elétricos, pequenos, para 1250 kg de carga útil, emprega-se a mesma peça em bruto. Dados sobre
cálculo, etc., assim como sobre prova e manipulação dos ganchos durante o emprego, veja-se a DIN 688 h 1· Dados sobre a rosca
e usinagem da haste veja-se a DIN 688 h2.
r-+-·1
III
r-h
I I .
lI

I I i I
d3 I
I
-,N!
K
.d
I

L_
o

Corte c-o

Dimensões dos Ganchos Duplos (DIN 699) (Tab. 3 .6)

87
TABELA3.6
DIMENSÕES DOS GANCHOS DUPLOS, EM BRUTO DE FORJA, SEGUNDO A DIN 699
Abertura Haste Gancho Peso kg
Diâ Bo Diâ compri!o Corte C- D Raios
Carga me ca me {**)
útil tro tro forma forma
(*) kg A B h b1 b2 q r2 I k n o p t A B
a w d, f] f?
5000 80 65 60 330 470 79 50 18 15 6 310 140 65 120 100 lO 16
8000 90 70 80 400 560 89 60 20 15 lO 360 170 70 135 110 12,5 25 19
10000 100 80 85 450 620 98,5 70 22 15 lO 395 185 80 150 125 15 36
12500 105 85 85 490 660 111 75 24 20 420 190 30
10 85 165 135 15 48
16000 115 95 95 520 700 125 80 26 20 10 450 210 90 185 152 15 60
20000 130 105 112 580 800 140 90 30 20 15 512 242 100 208 42
170 20 88
32000 160 130 132 670 930 176 110 40 30 20 627 292 120 260 210 25 145
00 50000 200 160 160 810 1070 215 140 50 40 25 780 360 150 320 56
00 258 30 263
80000 240 195 190 1000 1270 255 175 60 40 30 935 430 180 380 308 35 477
70
100000 260 210 220 1100 1400 275 195 65 50 30 1025 480 195 410 333 40 639 104
125000 280 225 240 1200 1500 295 220 70 50 30 1110 520 210 440 355 40 845
160000 300 240 260 1320 1670 315 245 75 60 40 1200 560 225 170
470 382 50 1106
299
200000 320 255 280 1500 1850 335 275 80 70 50 1290 600 240 500 409 60 1428 536
250000 340 270 320 1620 2000 359 305 85 70 50 1390 660 255 535 440 70 1846
718
948
1241
1598
2085
(*) Carga máxima de serviço distribvida nos dois ganchos
(**) Comprimentos dados a título tndicativo e correspondentes aos pesos dados na última
coluna. Adapta-se o comprimento segundo a forma da parte inferior da talha.
Para usinagem da haste e da rosca, ver DIN 688.
Para o cálculo, solicitação, material, verificações e tratamentos periódicos, ver DIN 688.
Material: C 22 (DIN), correspondente ao ABNT 1020, aço para beneficiamento. Os
ganchos expostos ao calor serão feitos em aço resitente ao envelhecimento de 42-50
kg/mm 2 de resistência.
TABELA3.7

Parte inferior de talhas curtas de quatro cabos.

c .r. c ..
1
I

Carga Diâmetro Dimensões Polia Peso


útil do a b c e f D d total
(t) cabo (kg)
1 .......... 6,5 - 9 250 155 80 248 250 200 40 27
2,5 ....... 9 - ll 295 195 90 312 280 250 50 50
5 .......... 9 - 11 350 220 100 360 310 300 60 86
7,5 ....... 13 - 18 400 260 110 424 340 350 70 120
10 ........ 13 - 18 450 285 125 480 380 400 80 170
15 ........ 20 - 25 530 345 140 592 420 500 90 270
20 ........ 20 - 25 600 370 160 642 470 550 100 360
25 ........ 24 - 31 660 410 180 712 530 600 110 480
30 ........ 24 - 31 735 465 200 810 590 700 125 640 I

89
TABELA3.8

Parte inferior de talhas curtas de oito cabos.

Carga Diâmetro Dimensões Polia Peso


útil do a b c cl e f D d total
(t) cabo (kg)
30 .... 20 - 25 735 335 160 80 592 620 500 140 630
40 .... 20 - 25 760 380 180 90 642 690 550 150 775
50 .... 24 - 31 800 415 200 100 712 760 600 160 1010
60 .... 24 - 31 865 475 220 120 810 860 700 180 1385
80 .... 31 - 34 940 545 250 140 930 990 800 200 2045
100 .... 34 - 39 1050 595 280 160 1030 lllO 900 220 2650
125

90
o,

a)

L
c)

Parte inferior de falhas longas de 2, 4 e 6 cabos (Tab. 3.9)

91
TABELA 3.9

Parte inferior de Talhas longas de 2, 4 e 6 cabos

capacidade para cabo Polia Dimensões gerais Barras Chapas laterais Gancho
de aço de diâmetros (mm) Laterais (nun) (nun) L Peso
(nun)
(toneladas) int ext
(mm)
e (mm) (kg)
DI D2 i Bt d2 Ic AI SI A2 s2 11 12 a X XI

Talha de 2 cabos - Uma polia e rancho simples a)


0,5 4a 6 150 175 150 50 20 90 200 4 30 50 36 70 44 370 8
I 7a 8 220 255 200 55 25 95 280 4 35 50 45 90 53 480 14
1,5 8 a 10 280 320 240 65 30 105 350 4 45 60 52 100 61 555 25
2 9 a 12 300 345 260 70 35 110 375 4 50 60 60 110 70 630 30
Talha de 4 cabos - Duas Polias e gancho simples
2,5 8 a 10 250 290 35 215 110 40 110 320 4 60 80 66 130 78 615 40
5 10 a 12 320 370 50 290 110 45 160 100 10 400 3 60 80 90 175 107 815 65
7,5 12 a 15 350 400 55 360 110 55 180 100 10 430 4 70 90 100 200 124 925 110
lO 14 a 18 380 435 62 390 125 65 220 120 12 465 4 90 100 110 220 142 1000 130
Talha de 4 cabos - Duas polias e gancho duQ_lo (b)
15,0 18 a 22 400 740 67 430 135 80 235 150 14 500 5 110 120 100 250 125 1080 160
20 20 a 25 450 530 80 450 155 90 275 180 16 560 5 130 140 110 300 145 1160 230
25 22 a 29 500 580 85 540 170 100 290 180 16 620 6 150 160 120 320 150 1345 300
30 24 a 31 550 640 87 570 175 120 305 200 20 680 6 160 18Ó 120 350 165 1450 380
Talha de 6 cabos- Três Jolias e ;!ancho duplo (c)
30 20 a25 450 530 80 515 175 90 306 180 16 570 6 160 180 120 350 165 1345 400
40 23 a 28 500 580 85 565 200 100 340 200 20 620 6 180 200 140 400 185 1495 530
50 25 a 32 550 640 90 625 240 120 380 220 24 680 6 180 220 160 450 220 1670 680
60 28 a 35 600 700 100 680 260 130 410 250 25 740 6 200 230 170 480 230 1805 830
Figura 3.21 -Talhas exponenciais associadas

Figura 3.22

93
c) Talha diferencial de tambor

É constituída de dois tambores, de diâmetros diferentes, solidários no mesmo


eixo (Fig. 3.22). Devido ao fato de exigir grandes comprimentos de cabos e dimensões
exageradas de tambores, este tipo de talha é empregado em altura de elevação pequena.

De acordo com a Figura 3 .22 o momento de torção, aplicado no eixo dos


tambores para elevar a carga Q, desprezando-se as perdas é:

(3.33)

Levando-se em conta a perda nos mancais e a rijeza do cabo sobre o tambor,


tem-se na subida da carga:

(3.34)

onde 8' e 8" são os termos responsáveis pelas rijezas de enrolamento e desenrolamento

nos tambores e (~ + ~)Ji d é o momento de atrito no mancai.


2

Da expressão acima pode-se escrever:

ou aproximadamente

(3.35)

onde 'llt representa o rendimento do tambor e mancais

Na polia móvel tem-se:

Logo

94
Substituindo-se em (3.35) resulta

(3.36)

Aproximadamente, tem-se para mancais de escon-egamento, 11p


para mancais de rolamento
=11t =96% e
7lp =llt =98%
Logo, pode-se escrever

(3.37)

Chamando-se de n a rotação do tambor, a velocidade de subida da carga é

vq = v2 -v I = Jrn(r.2 -r.I ) (3.38)


2

95

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