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A tragédia dos comuns

As tragédias dos comuns são situações, em que um grupo de pessoas toma


certas decisões que são benéficas para cada um deles, mas que acaba tendo
resultados negativos para o todo. Quem criou esse termo foi o economista
Garrett Hardin, que usou o exemplo do pastoreio compartilhado para ilustrar
essa situação.

Quando um grupo de pastores tem acesso a uma área de terra comum, cada
um deles se beneficia trazendo o maior número possível de animais para
pastar nessa área. Isso resulta em uma superlotação na terra, o que leva à
degradação do solo e à diminuição da quantidade de alimento disponível. No
final, todos saem perdendo, pois a terra se torna menos produtiva, e os
pastores acabam tendo menos animais para criar.

Outro exemplo é o caso das pescas excessivas. Se cada pescador puxar o


máximo de peixes que puder, eventualmente a população de peixes no local
vai diminuir, o que afetará a renda dos pescadores e a sustentabilidade do
ecossistema aquático.

Esses são apenas dois exemplos de como esse fenômeno pode ocorrer. Ele é
um problema comum em muitas áreas, incluindo a gestão dos recursos
naturais, como água, pesca, florestas, e na poluição do ar. Em todos esses
casos, cada indivíduo ou cada empresa tem incentivo para aumentar seu
próprio lucro, mas essa busca por lucro acaba levando a resultados negativos
para o grupo.

Existem soluções propostas para lidar com as tragédias dos comuns. Uma
delas é a criação de regras e regulamentações que restrinjam o acesso aos
recursos comuns e estabeleçam limites para seu uso. Outra é a implementação
de sistemas de propriedade comunitária, em que os recursos são geridos pelo
próprio grupo de pessoas que os usa. Também pode ser útil a criação de
sistemas de incentivos econômicos, como taxas e tarifas, para desencorajar o
uso excessivo dos recursos.

De maneira resumida, as tragédias dos comuns ocorrem quando as decisões


individuais, visando ao próprio benefício, acabam resultando em prejuízos para
o coletivo. Para enfrentar essa questão, é preciso estabelecer normas,
regulamentos e criar incentivos econômicos para desestimular o uso exagerado
de recursos.

Bibliografia
Hardin, G. (1968). The Tragedy of the Commons. Science, 162(3859). Acesso em 3 de 1 de
2023, disponível em
http://www.garretthardinsociety.org/articles/art_tragedy_of_the_commons.html

Harvey, D. (2011). The Future of the Commons. Radical History Review, 2011(109), 101-107.
Acesso em 3 de 1 de 2023, disponível em
http://davidharvey.org/media/harvey_on_the_commons.pdf

José Carlos, L.(2004). O meio ambiente como um bem comum - revisando conceitos.

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