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Engenharia Mecânica
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
37 pag.
GM - EMD
SEÇÃO A
GM - EMD
Descrição
Operação
Nos motores de dois tempos, cada cilindro completa um ciclo de trabalho (força) útil em uma
rotação de girabrequim, como não acontece nos motores de quatro tempos, os quais
necessitam de duas rotações do girabrequim para que cada um cilindro complete uma
explosão de força. Nos motores de dois tempos foi previsto um dispositivo separado para
fornecer o ar necessário e para eliminar os gases de combustão do cilindro.
Referindo-se à Fig. 1 e admitindo-se que o pistão está no ponto morto inferior da combustão e
que apenas iniciou seu curso ascendente, as entradas de ar e as válvulas de escape estão
abertas. O ar sob pressão penetra no cilindro através das janelas do cilindro expulsando os
gases de escape deixados pela combustão anterior, empurrando-as para fora através das
válvulas de escape, enchendo logo em seguida o cilindro com ar frio. Quando o pistão está a
45° após o ponto morto inferior, as janelas de entrada de ar se fecharão pelo pistão, conforme
indica o diagrama de tempo. Logo depois as válvulas de escape também se fecharão, fazendo
com que o ar frio fique preso no cilindro.
O fechamento das válvulas de escape após as janelas de entrada de ar no cilindro faz com que
a eficiência seja maior na lavagem dos gases de combustão do cilindro.
Disposição
A localização dos cilindros e a designação dos extremos e bancadas do motor a que se refere
no decorrer desta apostila. O governador, bombas d'água e bombas de óleo lubrificante estão
montadas na parte frontal do motor. O turboalimentador e o volante estão localizados no
extremo de acoplamento com o alternador ou parte traseira do motor. Lado esquerdo e direito
será considerado olhando-se em direção à frente do motor visto da parte traseira.
DADOS DE SERVIÇO
ESPECIFICAÇÕES
POTÊNCIA NA SAÍDA
CAPACIDADES
900 RPM
LPM GPM
Bombas de óleo
Bomba de lubrificação
16 cil. .................................................... 700 185
Resfriamento do pistão 348 92
16 cil. ....................................................
Bomba de limpeza 390
16 e 20 cil. ............................................ 1476
Bomba de combustível
12, 16 e 20 cil. ...................................... 17 4,5
Bomba d'água
16 cil. .................................................... 3218 850
Bomba de resfriamento do turboalimentador
8, 12, 16 e 20 cil. .................................. 11 3
PESOS
16 cil.
DESCRIÇÃO KG LB
Motor completo ................................................................. 16.522 36.425
Bloco (incluindo mancais e 5.319 11.727
capas) ....................................
Carter ................................................................................ 953 2100
Girabrequim ...................................................................... 1.422 3.180
Amortecedor de vibração (engrenagem) .......................... 170 375
Engrenagem acionamento acessórios .............................. 44 98
Engrenagem do girabrequim ............................................ 51 112
Engrenagem anel do volante ............................................ 132 290
Disco de 147 325
acoplamento .......................................................
Conjunto de força c/ biela garfo ........................................ 185 408
Conjunto de força c/ biela faca ......................................... 165 363
Cabeçote .......................................................................... 66 145
Cilindro .............................................................................. 58 127
Pistão ................................................................................ 18 40
Biela garfo ......................................................................... 23 50
Biela faca .......................................................................... 11 25
Comando de válvula c/ semi eixo ..................................... 100 220
Descrição
O sistema de óleo lubrificante de todo motor é uma combinação de três sistemas separados.
Eles são o sistema de lubrificação principal, o sistema de refrigeração do pistão e o sistema de
limpeza do óleo.
Cada sistema possui sua própria bomba de óleo. A bomba de óleo de lubrificação principal e a
bomba de óleo de refrigeração dos pistões, embora sendo bombas individuais, ambas se
encontram num único alojamento e são acionadas por um eixo comum. A bomba de limpeza do
óleo é separada. Todas as bombas são acionadas pelo trem de engrenagens de acessórios,
localizado na parte frontal do motor.
Descrição
O sistema de lubrificação principal fornece o óleo sob pressão à maioria das peças em
movimento do motor. A bomba de óleo de lubrificação principal recebe o óleo da carcaça do
filtro no lado frontal do motor. O óleo da bomba entra na tubulação principal de lubrificação, a
qual se encontra acima do girabrequim e se estende por todo o comprimento do motor. A
pressão máxima do óleo é limitada por uma válvula de alívio entre a bomba e a tubulação
principal do óleo.
Tubos para passagem de óleo no centro de cada mancal principal da armação "A" conduzem o
óleo da tubulação principal para a metade superior dos casquilhos do girabrequim. Furos de
passagem de óleo no girabrequim fornecem óleo aos casquilhos de biela, amortecedor de
torção e à engrenagem de acionamento na parte dianteira do girabrequim. Vazamento de óleo
dos casquilhos principais adjacentes lubrificam os mancais de escora do girabrequim.
Óleo que sai da tubulação, penetra no trem de engrenagem na parte traseira do motor pelo
eixo curto da engrenagem intermediária.
Passagens de óleo na base deste eixo distribuem o óleo. Uma passagem conduz o óleo para
ambas as engrenagens de acionamento dos eixos comando das bancadas direita e esquerda
para uma tubulação conectada ao filtro do óleo do turboalimentador. Após passar através do
filtro, o óleo entra na linha de retorno voltando para o furo do eixo curto da engrenagem
intermediária. Uma passagem no suporte do eixo curto da engrenagem intermediária, direciona
o óleo para os mancais superiores e inferiores dos eixos curtos. O óleo filtrado penetra no
sistema de lubrificação do turbo pelo eixo curto intermediário superior.
Uma passagem de óleo no cabeçote do filtro do turbo, paralela à linha de saída do filtro, está
conectada à uma passagem na tubulação do óleo do turboalimentador. Uma linha de pressão
de óleo está conectada entre a passagem da tubulação a um dispositivo de baixa pressão de
óleo do governador.
O óleo penetra nos furos do eixo comando através do eixo curto da engrenagem de
acionamento deste. Furos radiais no eixo comando conduzem o óleo em cada casquilho do
eixo comando. Uma linha de óleo para cada casquilho do eixo comando em cada cilindro
alimenta com óleo o eixo dos balancins, os roletes dos balancins e ajustadores de folga do
injetor. As sobras de óleo retornam ao carter através de ligações entre as bancadas e o carter.
Uma temperatura considerável permanecerá nas partes metálicas da turbina após a parada do
motor e se o fornecimento de óleo for interrompido, esta temperatura poderá afetar os mancais
do turbo. A fim de prevenir possíveis superaquecimentos do turboalimentador, o óleo é
automaticamente fornecido ao turboalimentador após a parada do motor, através da bomba de
lubrificação do turbo.
Consta também, uma proteção quanto à condição de óleo quente, através de uma válvula
termostática, localizada na parte frontal do motor.
Descrição
O sistema de óleo de refrigeração dos pistões recebe seu óleo de uma sucção comum com a
bomba de óleo de lubrificação principal e fornece óleo para as duas tubulações de óleo de
refrigeração de pistões que se estendem por todo o comprimento do motor, uma de cada lado.
Um tubo de refrigeração de óleo em cada cilindro dirige um jato de óleo através do carregador
para refrigerar a parte interior da coroa do pistão e a plataforma de apoio. Uma parte deste óleo
penetra nas ranhuras da telha do pino do carregador e o restante escoa através dos furos da
saia do pistão para o carter.
Descrição
A bomba do sistema de limpeza do óleo, recebe o óleo do filtro de tela que vem do reservatório
do carter. A bomba então força o óleo através dos filtros e do resfriador do óleo os quais estão
localizados perto do motor. O óleo então retorna à carcaça do filtro, a fim de alimentar as
bombas de lubrificação principal e a de refrigeração do pistão com óleo resfriado e filtrado. O
excesso do óleo cai por cima de uma barragem na carcaça do filtro e retorna ao carter.
Descrição
Descrição
Descrição
Este óleo drena dentro da carcaça dos acessórios e vai para o carter.
Descrição
O alojamento do filtro de óleo, é uma carcaça de alumínio fundido em formato de caixa, a qual
é montada na dianteira direita do motor, ao lado da tampa do acionamento dos acessórios.
Contém filtros independentes para o fornecimento da bomba de óleo de lubrificação principal e
bomba da limpeza do óleo. Existem dois filtros para a bomba do óleo de lubrificação principal e
uma tela para a bomba de limpeza de óleo, tendo cada sistema, entrada e saída de óleo em
separado.
O fluxo de óleo é da parte inferior do filtro entre o cilindro e a tela metálica, através da referida
tela e o núcleo de metal perfurado, no centro do elemento, e saindo pela parte superior do filtro.
Quando no local, estes são fixos por uma garra e por uma manípula em um prisioneiro entre os
furos. Cada filtro é vedado na parte superior por um anel de borracha. Também óleo sob
pressão da bomba é admitido na fenda em redor de cada filtro, abaixo do anel, a fim de evitar a
entrada de ar.
Uma divisão adjacente aos filtros, se abre na parte inferior e separa-os do alojamento de
entrada de óleo. O óleo penetra no filtro através da abertura inferior e é conduzido pela bomba
através de uma passagem fundida no alojamento.
O nível do óleo é mantido no alojamento do filtro até a parte inferior da abertura do excesso de
óleo. O óleo em excesso retorna ao carter. Uma válvula de mola é usada a fim de drenar o óleo
do alojamento em direção ao carter, quando da troca de óleo. Uma válvula adicional, é utilizada
a fim de drenar a carcaça do filtro de óleo.
Ambas as válvulas estão localizadas sobre a tampa de enchimento e devem ser mantidas
fechadas com exceção dos períodos de drenagem.
Descrição
O filtro de óleo do turboalimentador, proporciona proteção para os mancais com alta velocidade
e as outras portas que devem ser lubrificadas, filtrando o óleo antes deste ser admitido no
turboalimentador. O óleo penetra no filtro através de um tubo fundido e após circular através do
filtro retorna ao eixo curto da engrenagem intermediária e em seguida ao turboalimentador. O
elemento filtrante é de construção com papel plissado e do tipo substituível.
Descrição
Uma bomba acionada eletricamente puxa o óleo lubrificante do carter, bombeia o óleo através
do filtro do retorno de óleo, e do cabeçote do filtro de óleo do turboalimentador diretamente
para dentro da área dos mancais do turboalimentador. A bomba acionada por motor e o filtro
estão montados no lado do carter.
CUIDADO!
Em motores equipados com purga automática, não avançar a alavanca dos injetores até que o
motor tenha girado por seis segundos.
Posicione a alavanca de acionamento das cremalheiras dos injetores a um terço de seu curso
normal (aproximadamente 1.6 na escala). Gire a chave da bomba de combustível de
“ESCORVA” para “PARTIDA”, até que, o motor entre em funcionamento e a velocidade
aumente.
Solte a alavanca quando o motor alcançar a velocidade de marcha lenta. Não aumente a
velocidade de rotação até confirmar que há pressão de óleo.
Verifique se o detector de baixo nível d’água está acionado. Caso esteja, espere meio minuto
após a partida do motor e aperte o botão de rearme e mantenha-o por cinco segundos. Se ao
soltá-lo ele saltar novamente, verifique a pressão do óleo e acione a alavanca dos injetores até
aumentar ligeiramente a rotação, antes de apertar o botão novamente.
SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
Descrição Geral
Descrição
A água do motor circula também através dos pós-resfriadores, localizados no duto de descarga
de ar do turboalimentador, a fim de refrigerar o ar, antes que este adentre a caixa de ar do
motor diesel.
A água que sai do motor flui através de um sistema de resfriamento externo a fim de dispersar
o calor absorvido no motor. Este sistema consiste de um tanque d’água, medidores de nível
d’água, termômetros radiadores e canos conectores.
Descrição
BOMBAS D’ÁGUA
Descrição
As duas bombas de água de resfriamento do motor diesel são bombas auto-lubrificadas e auto-
drenadas que giram em sentido oposto ao girabrequim do motor. As bombas possuem dois
números de código de peça, com a finalidade de identificar as bombas das bancadas direita e
esquerda.
O eixo acionador da bomba é apoiado na carcaça principal da bomba por dois rolamentos de
esferas, separados por um distanciador de aço. Os rolamentos são lubrificados por óleo do
sistema de lubrificação do motor diesel através de uma passagem furada na carcaça da
bomba. Preso junto com o rolamento externo, por um ressalto no eixo, existe um difusor
d’água. O rolamento interno está fixo na posição através de um anel retentor e um anel elástico
a fim de limitar a folga axial do eixo. A engrenagem de acionamento, adjacente ao rolamento
interno é fixa através de uma porca e uma arruela.
A bucha estacionária, está montada à carcaça do eixo motriz. O carvão do conjunto vedador
encosta na superfície interna lisa, sendo preso por uma mola. Qualquer vazamento d’água
O impulsor é enchavetado e o eixo da bomba é fixado ao eixo através de uma arruela e de uma
porca.
PÓS-RESFRIADOR
Descrição
Os pós-resfriadores são trocadores de calor, de construção tipo caixa, consistindo de uma rede
de tubos, através dos quais a água circula e cuja finalidade é auxiliar a transferência do calor
do ar comprimido que entra na caixa de ar do motor. Eles recebem a água diretamente do lado
da descarga das bombas d’água do motor, água esta que, saindo dos pós-resfriadores, é
canalizada para a tubulação de descarga do motor. Não há válvulas no encanamento dos pós-
resfriadores, de forma que há provimento de água sempre que o motor estiver funcionando.
SISTEMA DE COMBUSTÍVEL
Descrição
Componentes externos ao motor, como bomba de combustível, tanque, filtro de sucção e tubos
de conexão completam o sistema de combustível.
Descrição
O injetor, é localizado no furo cônico no centro de cada cabeçote com o bico pulverizador
ligeiramente projetado abaixo do fundo do cabeçote. É colocado no cabeçote por um pino e
preso por um parafuso de garra (“caranguejo”) e porca.
As peças externas do injetor são lubrificadas pelo óleo lubrificante vindo da extremidade do
parafuso ajustador do balancim. As peças internas são lubrificadas e refrigeradas pelo fluxo do
combustível através do injetor.
A engrenagem é chavetada e o êmbolo tem encaixe corrediço, a fim de permitir seu movimento
vertical.
Filtros montados nas conexões de entrada e saída do combustível protegem as partes móveis
do injetor.
FILTRO DE COMBUSTÍVEL
Descrição
O filtro de combustível do motor, está localizado na parte dianteira direita do motor. Dois
visores de vidro são montados sobre o alojamento do filtro, propiciando uma visão de condição
do sistema de combustível. O diagrama do fluxo, indica o fluxo de combustível através do filtro.
Uma válvula de alívio de 69 kPa (10 psi), situada na entrada do visor de vidro do retorno de
combustível, estabelece uma contra-pressão nos injetores para melhorar a operação.
Bolhas no visor de vidro com a bomba de combustível em operação e com o motor parado,
indicam entrada de ar pelo lado de sucção da bomba de combustível. Se bolhas aparecerem
só quando o motor estiver em funcionamento, isso é indício de que há válvulas defeituosas nos
injetores, permitindo que os gases de combustão penetrem no combustível. Pouco ou nenhum
combustível no visor de vidro, com o desvio do visor de vidro vazio, indica o fornecimento
insuficiente de combustível ao motor.
Em operação normal, o visor de desvio de vidro mais afastado do motor deverá estar vazio de
combustível. À medida que os elementos de filtro acumularem sujeira, a pressão do
combustível aumentará. Quando a pressão do combustível no alojamento do elemento filtrante
se aproximar de 414 kPa (60 psi), a válvula de alívio, debaixo do vidro se abrirá, permitindo a
entrada de combustível, o qual encherá o visor de desvio de vidro e retornará ao tanque de
combustível, não alimentando o motor.
GOVERNADOR
Descrição
O governador possui um dispositivo de proteção que desliga o motor quando houver baixa
pressão de óleo lubrificante, insuficiência de água, alta temperatura de óleo lubrificante, ou
ainda quando operar o detector de pressão positiva do carter. Uma sinalização visual e um
alarme são acionados no caso do dispositivo de proteção do motor vir a funcionar. A parada
normal do motor é obtida pelo acionamento de uma das válvulas solenóides de velocidade com
o botão de parada.
Existem ainda outros dispositivos auxiliares no governador, tais como a válvula piloto do
regulador, que controla o óleo para o regulador de carga e o solenóide ORS que, quando
energizado, eleva a válvula piloto para a posição de campo mínimo.
Esta seção contém descrição dos dispositivos de proteção do motor. Estes dispositivos são
projetados para parar o motor na eventualidade de ocorrer um mal funcionamento quando da
operação do motor.
Descrição
O botão de parada por baixa pressão de óleo, é parte do dispositivo de parada do motor, que é
parte integrante do governador.
Descrição
Para rearmar o setor d’água, o motor deve ser posto em funcionamento e o botão da válvula de
alívio pressionado até se manter na posição; se necessário acelere manualmente o motor.
A válvula de alívio do óleo fica solta e a pressão do óleo lubrificante no governador é aliviada,
Fig. 74. Assim como no setor d’água, o governador acusa a queda de pressão e inicia o
processo de parada do motor.
Após uma parada do motor devido à atuação do detetor de pressão, NÃO abra
qualquer tampa de inspeção ou tampas das bancadas no motor para fazer
inspeção, até que o motor tenha parado e que este se resfrie por um período de
duas horas. NÃO tente dar partida no motor até que a causa do problema tenha
sido determinada e corrigida. A ação do detetor de pressão indica a possibilidade
de uma condição dentro do motor, tais como um superaquecimento de um mancal
que pode pôr em ignição os vapores aquecidos com uma força explosiva, se for
permitido a entrada de ar na câmara. Na eventualidade de não conseguir rearmar
o detetor de pressão no carter, NÃO opere o motor até que a pressão do detetor
se restabeleça, pois poderá ocorrer danos no diafragma.
Descrição
Descrição
Quando a temperatura do óleo sobe a 124º - 126ºC, a válvula sobe e permite a passagem do
óleo para a linha de dreno na carcaça de acionamento do governador. O governador acusa a
queda de pressão e inicia o processo de parada do motor.
(C-30-7B/U-23CA)
A locomotiva possui vários sistemas de ar independentes e cada um realiza uma função no
desempenho geral da locomotiva.
O arrefecimento das resistências de dissipação do freio dinâmico é feito pelo mesmo ventilador
de arrefecimento da água do motor diesel.
O ar para resfriamento dos motores de tração, alternador de tração, gerador auxiliar, excitatriz,
painel retificador e compartimento de controle, entra no compartimento do soprador do
equipamento através de telas em V, em ambos os lados da locomotiva. O ar pressurizado
passa por filtro centrífugo e é distribuído para o equipamento. O ar que passa pelo alternador
de tração entra no compartimento do motor diesel. Esse ar pressuriza o compartimento do
motor diesel e impede a entrada de ar externo sujo nesse compartimento.
O indicador de filtro de ar sujo e a chave de vácuo são ligados à câmara de ar limpo através de
encanamento único.
A bomba de água acionada pelo motor diesel secciona a água do tanque de armazenamento
através dos tubos de água do resfriador de óleo lubrificante. A água, ao passar através dos
tubos de água do resfriador de óleo, remove o calor do óleo lubrificante que circula na parte
externa dos tubos do resfriador de óleo. A água, impulsionada pela bomba, entra por
passagem lateral na tampa da extremidade livre do motor diesel, de onde é distribuída para os
coletores de entrada de água, turboalimentador e resfriadores intermediários de ar.
Os coletores de entrada de água, um em cada lado do motor diesel, distribuem a água aos
cilindros. A água circula entre a camisa e a jaqueta e, em seguida, passa para o cabeçote. A
O turboalimentador recebe água através de duas passagens na sua base, alinhadas com
passagens no topo da tampa da extremidade livre do motor diesel. A água remove calor do
turboalimentador, transmitido pelos gases de exaustão que o acionam. A água sai do
turboalimentador por duas aberturas próximas do topo, no lado de entrada dos gases de
exaustão, as quais são ligadas ao encanamento de descarga de água que vem do resfriador
intermediário esquerdo.
A água, vinda da tampa da extremidade livre do motor diesel, entra pelo fundo de cada
resfriador intermediário, passa verticalmente três vezes pelos tubos e, em seguida, é
descarregada pelo topo do resfriador. A água, ao circular pelos resfriadores, reduz a
temperatura do ar comprimido pelo turboalimentador. O fluxo de água em cada resfriador é
limitado por um orifício na descarga de água do resfriador.
O coletor de descarga que recebe a água dos cilindros está localizado no centro e no sentido
do comprimento do motor diesel, com sua abertura de descarga ligada a uma caixa de junção
no topo do resfriador intermediário direito. Os fluxos de água vindos dos resfriadores
intermediários, do turboalimentador e do coletor de descarga, juntam-se na caixa de junção e
vão para o tanque de armazenamento ou para os radiadores.
O sentido do fluxo da água é determinado pela válvula de controle de fluxo, de acordo com a
temperatura da água que é controlada pela válvula piloto termostática, a qual comanda a
válvula desviadora proporcional que dirige o fluxo da água vinda do motor diesel para o tanque
de armazenamento o para uma ou ambas as bancadas de radiadores.
Quando a temperatura da água do motor diesel atinge 180 graus F, a chave termostática
WTS1 é ligada aplicando uma corrente elétrica à embreagem magnética do ventilador, fazendo
com que ele funcione a baixa rotação.
O ar ambiente entra na cabine do radiador através de telas laterais e é soprado para cima e
para fora através do radiador. Este fluxo de ar faz o resfriamento da água do motor diesel que
circula pelo radiador.
O sistema de água possui uma chave termostática que controla a alta temperatura (HWTS),
montada na caixa da extremidade do tubo de saída de água do motor diesel. Quando a
temperatura da água, por qualquer motivo, ficar excessiva (236ºF), a chave fechará seus
contatos, acendendo uma lâmpada e tocando uma campainha na cabine do operador,
indicando a anormalidade. Se após 10 minutos essa condição não for corrigida a potência do
motor diesel será automaticamente reduzida.
O sistema de óleo lubrificante fornece óleo sob pressão a todas as peças em movimento no
motor diesel e remove o calor gerado pelo atrito e pela combustão no cilindro do motor diesel.
O óleo lubrificante da bacia de óleo (Carter) fica quente e com impurezas depois de lubrificar e
resfriar os componentes do motor diesel. Por isso, foram previstos meios de limpar e resfriar o
óleo lubrificante antes de voltar a lubrificar os componentes do motor diesel.
O sistema de óleo lubrificante é do tipo de fluxo total, isto é, todo óleo lubrificante tem que
passar pelos filtros de óleo antes de voltar a lubrificar os componentes do motor diesel.
O sistema de óleo é composto dos seguintes componentes pela ordem do fluxo de óleo:
1- Bacia (Carter)
2- Bomba
3- Válvula de alívio
4- Resfriador
5- Filtro
6- Coletor
A bomba aspira ao óleo quente e com impurezas da bacia através de um filtro metálico de
malha grossa e lança-o sob pressão no sistema. No cano de saída da bomba está instalada a
válvula de alívio que impede que altas pressões provoquem avarias dos elementos filtrastes.
Ao sair da bomba, o óleo passa pelo resfriador onde é resfriado pela água do motor diesel que
passa pelo resfriador. Saindo do resfriador, o óleo passa pelo filtro, o qual contém elementos
filtrastes onde são retidas todas as impurezas contidas no óleo. O óleo resfriado e filtrado é
conduzido para a tampa da extremidade livre, onde, através de passagem na tampa, é
conduzido ao coletor principal.
O óleo combustível para o motor diesel está contido em um tanque localizado abaixo da
plataforma, entre os truques da locomotiva.
1- Tanque
2- Bomba de transferência
3- Válvula de alívio
4- Filtro
5- Coletores de combustível
6- Equipamento de injeção
7- Válvula reguladora
8- Coletores de dreno
O combustível é aspirado do tanque pela bomba e flui para o filtro. A válvula de alívio
conectada entre a bomba e o filtro protege a bomba contra sobrecargas causadas por
restrições ao fluxo que podem ocorrer no lado de pressão do sistema.
C-30-7B/U-22C/U-23CA
1- É admitida uma quantidade de ar no cilindro do motor diesel. Após a compressão desse ar,
é injetada uma quantidade de combustível, formando uma mistura proporcional, necessária
à boa combustão.
3- Acoplado ao flange do virabrequim está o alternador de tração, que converte essa energia
mecânica em energia elétrica.
O motor diesel é comandado pelo governador de controle de modo que para cada ponto do
acelerador produz uma potência constante (para a determinada rotação), com a finalidade de
se obter o melhor rendimento do combustível.
O governador, por sua vez, comanda a abertura das cremalheiras das bombas injetoras,
regulando a quantidade de combustível injetado no cilindro, necessária àquela potência
requerida. Também regulada, através de um potenciômetro interno, a corrente no campo da
excitatriz que, por sua vez, controlará a excitação do gerador de tração, regulando a carga
imposta ao motor diesel.
A excitatriz está acoplada a uma caixa de engrenagens situada na parte traseira do gerador de
tração. Nessa caixa de engrenagens também estão acoplados o gerador auxiliar e o soprador
dos motores de tração.
Um conjunto de baterias fornece energia a todo o circuito de baixa tensão quando o motor
diesel não está em funcionamento. Durante o arranque do motor diesel, o gerador auxiliar e a
excitatriz são utilizados como motor de arranque, alimentado pelo conjunto de baterias.
DOS COMPONENTES
DO MOTOR DIESEL GE
(C-30-7B/U-23CA U-22C)
Introdução
O motor diesel, por ser um equipamento de alto custo, é provido de dispositivos de segurança
que atuam de forma a diminuir a carga imposta ao motor diesel, ou mesmo desligando-o
quando alguns dos valores de temperatura, pressão ou rotação especificados para o
funcionamento seguro e normal atingirem valores críticos capazes de causar danos de grandes
proporções ao motor diesel.
Descrição e Funcionamento
A ocorrência da baixa pressão do óleo lubrificante causará o grimpamento das partes móveis
do motor diesel.
A baixa pressão do óleo lubrificante pode ocorrer principalmente devido à obstrução dos filtros
e/ou do resfriador de óleo lubrificante e vedação avariada da tampa do filtro primário de óleo
lubrificante.
Os diafragmas comparam a pressão do óleo lubrificante do motor diesel com a pressão do óleo
do pistão de regulagem de rotação do governador de controle.
Se por qualquer motivo a pressão do óleo cair para o valor crítico especificado, ocorrerão os
seguintes eventos:
O dispositivo impede também que após o arranque, o motor diesel funcione mais que 45
segundos em marcha lenta caso não se estabeleça um valor seguro de pressão de óleo
lubrificante.
O desligamento rápido para rotações acima de marcha lenta, é previsto no projeto deste
dispositivo, através de uma válvula de derivação comandada pela placa triangular.
A indicação de que o dispositivo atuou é feita através da lâmpada indicadora de baixa pressão
de óleo, no painel de controle.
No governador modulador o rearme é automático, não tendo botão de rearme externo, sendo,
porém, necessário o restabelecimento manual do relé correspondente, localizado no
compartimento de controle para possibilitar um novo arranque do motor diesel.
Se o governador for do tipo modulador, a modulação ocorre também de maneira idêntica, com
rearme automático, sendo, porém, necessário o restabelecimento manual do relé
correspondente, localizado no compartimento de controle.
A ocorrência de sobre pressão no Carter do motor diesel pode causar explosão devido à
presença de vapores inflamáveis. Por este motivo, é mantido um vácuo no Carter do motor
diesel através do conduto de aspiração do Carter.
Caso ocorra uma sobre pressão no Carter, o diafragma sensor do pressostato que está
ajustado para atuar com uma pressão de 2 pol de coluna de água, se moverá, travando o
interruptor interno à chave, que desenergizará o relé da bomba de transferência de combustível
e o relé dos solenóides A, B e C do governador, desligando a bomba de transferência de
combustível e energizando também o solenóide D do governador, desligando imediatamente o
motor diesel.
A indicação de que o dispositivo atuou é feita através de uma lâmpada instalada na própria
chave e também de uma lâmpada localizada no painel anunciador.
O vácuo excessivo na câmara de ar limpo ocorre quando os elementos dos filtros ficarem
demasiadamente obstruídos.
Caso ocorra o vácuo excessivo na câmara de ar limpo, o diafragma sensor da chave de vácuo
que está ajustado para atuar com um vácuo de 14 pol de coluna de água se moverá acionando
o interruptor interno a chave que desenergizará o relé correspondente que reduzirá em 17% a
carga imposta ao motor diesel.
O dispositivo somente atuará estando o motor diesel trabalhando no oitavo ponto à plena
carga.
A indicação de que o dispositivo atuou é feita através de uma lâmpada indicadora localizada no
painel de controle do motor diesel.
O excesso de temperatura da água de resfriamento pode ocorrer por obstrução nas passagens
de ar e de água no radiador, avaria no sistema ou sensores de comando da embreagem
magnética do ventilador, baixo nível de água de resfriamento e venezianas do radiador
travadas fechadas, se for equipado com venezianas.
A indicação de que o dispositivo atuou é feita através de uma lâmpada indicadora localizada no
painel anunciador.
A ocorrência de excesso de rotação pode causar graves avarias nas partes móveis do motor
diesel.
Caso ocorra um excesso de rotação no motor diesel (10% acima da rotação de oitavo ponto), o
governador de excesso de rotação interrompe o fornecimento de óleo sob pressão ao atuador
hidráulico, permitindo que a mola da articulação de excesso de rotação se expanda, fazendo
com que se fechem as cremalheiras das bombas injetoras e parando imediatamente o motor
diesel.
Este sistema contra excesso de rotação do motor diesel vem sendo usado nos motores diesel
GE desde 1983. O sistema opera de maneira similar ao sistema usado anteriormente. Uma
articulação de excesso de rotação conectada à articulação de controle de combustível se
alonga quando ocorre um excesso de rotação, fechando as cremalheiras das bombas injetoras
de combustível. As diferenças no atual sistema são:
2- Uma alavanca foi acrescentada ao eixo intermediário. Sua função é rearmar a articulação
após a ocorrência de rotação excessiva. Ela também pode ser acionada manualmente para
aumentar a injeção de combustível durante o arranque do motor diesel.
A principal vantagem desse sistema é que o tempo de arranque do motor diesel pode ser
reduzido se a alavanca do eixo intermediário for acionada. A articulação de excesso de rotação
é mais forçada ou comprimida para atingir a posição de COMBUSTÍVEL CONECTADO (FUEL
ON).
Operação do sistema
O atuador consiste de um cilindro, dois êmbolos e duas molas. A Fig. 3 mostra o atuador em
sua posição de DESLIGAMENTO (SHUTDOWN) normal. O pistão "A" está preso ao pino que
está engatado à haste da articulação de excesso de rotação. A mola de rearme de 35 lbs (15,9
kgf) mantém o pino engatado mesmo quando o sistema tiver pressão de óleo igual a zero. O
motor diesel está pronto para o arranque. O pistão "B" está livre para deslizar sobre a haste do
pistão "A".
Arranque (Fig. 4)
Quando inicia-se o arranque, o pistão deslizante "B" está pressionado contra o ressalto do pino
e a mola grande de desarme (125 lbs / 56,7 kgf) está estendida até o limite determinado pelo
Conforme o arranque continua, a pressão de óleo aumenta no lado direito do pistão "A". o
parafuso de ajuste do pistão "A" tem um pequeno orifício que permite a pressão do óleo
equalizar-se gradualmente do lado direito do pistão "A" com o lado esquerdo do pistão "B". o
pistão fica livre para deslizar sobre a haste do pistão "A". O efeito da pressão em ambas as
câmaras é comprimir a mola de desarme de 125 lbs (56,7 kgf), devido ao movimento do
êmbolo "B" para a direita. O pistão "A" e o pino atuador em conjunto não se movem.
Com o motor diesel em oitavo ponto, a pressão de óleo deve estar dentro dos limites de 270 a
290 psi (19,7 a 20,4 kgf/cm2). O pistões, a mola de desarme e o pino atuador continuam a agir
como uma peça única.
Devido ao furo de restrição de fluxo, o óleo não sai rapidamente da câmara esquerda do pistão
"B". Portanto, a mola de desarme se estende empurrando o pistão "A" para a direita. O pino do
atuador é desengatado do respectivo entalhe e a articulação de excesso de rotação é alongada
pela pressão da mola, fechando as cremalheiras.
Puxando para fora a alavanca do eixo intermediário, a mola da articulação é comprimida até o
pino atuador engatar-se novamente na haste da articulação, empurrado pela mola de rearme
de 35 lbs (15,9 kgf). Uma segunda alavanca está localizada no lado "A" da locomotiva (lado do
maquinista).
Número de cilindros 8 12 16
Número de tempos 4 4 4
Diâmetro 9 polegadas (228,6 mm) 9 polegadas (228,6 mm) 9 polegadas (228,6 mm)
Rotação da marcha lenta 400, 425 ou 450 rpm 400, 425 ou 450 rpm 400, 425 ou 450 rpm
Rotação máxima nominal 1000, 1025 ou 1050 rpm 1000, 1025 ou 1050 rpm 1000, 1025 ou 1050 rpm
Ordem de ignição 1R - 1L - 2R - 2L - 4R - 1R - 1L - 5R - 5L - 3R - 1R - 1L - 3R - 3L - 7R -
4L .-3R - 3L 3L - 6R - 6L - 2R - 2L - 7L - 4R - 4L - 8R - 8L -
4R - 4L 6R - 6L - 2R - 2L - 5R -
5L
Dimensões do motor 7 pés 9 5/8 polegadas 7 pés 9 5/8 polegadas 9 pés 2 - 11/16
diesel altura (total (2378 mm) (2378 mm) polegadas (2811 mm)
incluindo chaminé)
Largura (total) 5 pés 8 - 3/8 polegadas 5 pés 8 - 3/8 polegadas 5 pés 8 - 3/8 polegadas
(1737 mm) (1737 mm) (1737 mm)
Peso (seco, apenas o 27.785 libras (12603 kg) 34.940 libras (15849 kg) 43.510 libras (19736 kg)
motor)
NOMENCLATURA:
Os termos que se seguem são usados para localizar os vários componentes do motor diesel.
LADO DIREITO E ESQUERDO - o lado direito ou o lado esquerdo do motor diesel são
determinados olhando-se para o motor diesel pela frente da extremidade-gerador.
LOCALIZAÇÃO DOS CILINDROS - os cilindros são numerados desde a extremidade livre para
a extremidade-gerador. Os cilindros direito nº 1 e esquerdo nº 1 são os mais próximos do
turboalimentador em todos os motores diesel. A Fig. 1 apresenta uma vista geral esquemática
de um motor diesel de 12 cilindros. Todos os motores diesel de locomotivas de oito, doze e
dezesseis cilindros são dispostos da mesma maneira.
1 - Coletor de exaustão
4 - Chaminé de exaustão