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MAY 13 1954
Vol . 12
( Nova Fase )
BOLETIM
Vol . 12
( Nova Fase )
S. PAULO
1953
F2631
SIS
Nota Prévia v.12-14
Foi com satisfação que encontrei, ao reassumir
o Departamento do Arquivo do Estado, diversas
publicações em fase de acabamento : este " Bole
tim ” um novo volume de “ Documentos Interes
santes", um de “ Inventários e Testamentos ”, um
“Pequeno Histórico e Prontuário do Arquivo do
Estado” e um volume de “ Noções de Paleografia ”
de autoria do meu antecessor na Direção do Depar
tamento , dr. Ubirajara Dolácio Mendes.
É , fora de dúvida, uma eloquente demonstra
cão da operosidade do pessoal dlo Arquivo do Esta
dlo , que , sem medir esforços, vem contribuindo de
maneira notável para os estudos da Història de
São Paulo.
Só quem conhece de perto o árduo trabalho dos
pesquizadores dos documentos antigos existentes
neste Departamento pode avaliar o que seja o seu
labor quotidiano. São funcionários competentes e
especializados , à frente dos quais está o dr. Antô.
nio Paulino de Almeida , um nome que dispensa
comentários, já conhecido de todos os estudiosos
das cousas de São Paulo, pela sua capacidade de
trabalho , pelo seu profundo conhecimento da His
tória de São Paulo, e por sua dedicação ao
Arquivo.
As duas outras Secções do Departamento do
Arquivo , a de E.rpediente e Contabilidade, sob a
eficiente direção do sr. Décio da Costa e Silva, e
a do Arquivo Administrativo, ora sob a competen
te direção do sr. José Henrique Soares Falcão,
estão com todos os seus serviços em dia , o que vem
demonstrar, também , a capacidade de trabalho de
seus funcionários, considerando - se as duas mu
danças por que passou o Departamento nestes
últimos tempos.
A esta magnifica equipe do Departamento do
Arquivo do Estado os meus cumprimentos.
São Paulo , outubro de 1953
JOSÉ SOIRES DE SOUZA
279 Diretor
Apresentação
É com prazer que apresentamos mais um
número do Boletim do Arquivo do Estado 0.
UBIRAJARA DOLÁCIO
DOLÁCIO JENDES
Diretor Substituto
J. Alberto J. Robbe
pela
( 1602-1604)
e
invocou, por sua vez, apenas uma carta do padre jesuíta Justo
Mancilla van Surck ( V. adiante, ns . 12 in fine e 13) .
II . Parece- nos conveniente citar outros trechos dos tra
balhos do Dr. Alfredo Ellis Júnior, pois o ilustrado historiador
nem sempre expõe exatamente a opinião de Orville Derby .
A propósito da bandeira de Nicolau Barreto e de uma expe
dição pouco anterior, a de André de Leão, que fôra explorar o
territorio mineiro, escreve o Dr. Ellis :
«Continuo na certeza de que Nicoláu Barreto não se
guiu na esteira de André de Lião, tomando sim uma direcção
opposta » ( O Bandeirismo Paulista, 3a ed . , p . 94 , e 2. ed . , p . 89
in fine ) .
« Acho que fica perfeitamente por terra, sem o menor
sustentáculo, a tése de Derby . Continuo firme na aceitação da
crença de que a bandeira de Nicolau Barreto não seguiu a es
teira deixada no sertão pela expedição anterior . Creio que Ni
colau Barreto tomou direção oposta, isto é, foi para os lados
do Guaira » ( Boletim nº IX cit . , p . 81 ) . No livro Meio Século
de Bandeirismo ( p . 77 ) , o autor suprimiu o 2º e o 3º período .
Diz em outra obra :
«Até a publicação dos documentos municipais, acreditava
se que a bandeira de Nicolau Barreto tivesse trilhado os sertões
mineiros das Gerais . É que Orville Derby, o insigne e saudoso
cientista americano , confundindo a bandeira de Barreto, com a
entrada de André de Leão, atribuira aquela o roteiro de Glimmer.
Derby se sugestionára pela toponímia, e cedera á opinião de Aze
vedo Marques ( Orville Derby, «Revista do Instituto Histórico de
S. Paulo» ; Azevedo Marques, « Apontamentos históricos » ) ».
(Resumo da História de São Paulo, p . 127 in fine e 128, e
Boletim nº XXXVII cit . , mesmas págs . ) .
« Não posso curvar-me declara ainda ao que Azevedo
Marques doutrinou e foi aceito por Orville Derby » ( Boletim n'
IX cit . , p . 77, e Meio Século de Bandeirismo , p . 73 ) .
III . Refere-se o autor ao trecho de Azevedo Marques,
que transcrevemos adiante (V.16) e examinaremos no Capítulo
IV desta Parte I ( ns. 22 a 26) , e segundo o qual teria a expedi.
ção de Nicolau Barreto partido em direção a Mogy das Cruzes .
Afirma o Dr. Ellis que Orville Derby seguiu a opinião daquele
cronista e confundiu a expedição de Barreto com a de André.
Cita vagamente a Revista do Instituto Histórico e Geográfico de
S. Paulo, sem indicar em qual dos volumes o sábio norte -ame
ricano ſêz. tal confusão, e não esclarece que Derby mais tarde
reconheceu o seu êrro . É, pois, necessário que historiemos os
fatos .
iv . – Realmente, num trabalho publicado no vol. 4. ( p . 329
PARTE I CAPITULO I 19
Nota 29 (V e VI )
p . 339 .
47 . Ao trasladar o trecho de Azevedo Marques, o Dr.
Taunay escreveu «Maio» ( Conf . o cit . Apenso, p . 339 in fine) .
copiando inadvertidamente a indicação relativa a um fato an
terior, a posse do governador geral Diogo Botelho .
24 PARTE I - CAPITULO III
Ns. 16 ( fim ) e 17 - Notas 48 a 51
56 .
- V. ns . 23 a 25 e notas 71, 73 e 76 .
57 . Admitindo -se que do inventário de Ascenso Ribeiro
constasse realmente a saída da bandeira em direção à atual Mo
gy das Cruzes, a marcha não teria sido para noroeste .
58 . Não é exato que a substituição do governador geral
D. Francisco de Sousa tivesse ocorrido « neste interim», isto é,
depois da partida da bandeira de Nicolau Barreto . Esta saiu de
PARTE I - CAPITULO III 27
Ns. 18 ( fim ) e 19 – Nota 59
67 . - V. n . 16 .
68 . Conf . ns . 17 e 18 .
69 . V. n . 17 .
70 . V. n . 18 e nota 57 .
PARTE I CAPITULO IV 31
N. 24 ( contin .) Nota 71 (I a III )
2
Acerco Riba
“ Iser
3
' Bike
co
28, 38, 39, 66, 90, 91 in fine, 92, 176, 177, 190, 222 in fine e 223 ) ;
e boigy miry (Atas, vol. 2 , p. 295) .
III . Numa carta de sesmaria do ano de 1610, lemos que o
requerente era «morador na povoação de Santa Anna» (Sesma.
rias, vol . 1 , p . 109 ) . A santa dêste nome era a padroeira da
igreja primitiva, e ainda é a da matriz da atual cidade .
Na petição em que Gaspar Vaz e outros moradores do po
voado requereram, em 1611 , se fundasse vila e se levantasse
pelourinho , bem como nas informações então prestadas pelas
câmaras de Santos, S. Vicente e S. Paulo, e na provisão pela
qual o governador geral, D. Luis de Sousa, deferiu o pedido, a
localidade ainda é designada por «Mogy mirim» ( Conf. D. Du
arte Leopoldo e Silva, Notas de Historia Ecclesiástica , II, Mogy
das Cruzes e seus Fundadores, S. Paulo, 1937, p. 53, 55 e 59 ) .
Mas, do auto de levantamento do pelourinho ( 19 de setem
bro do mesmo ano ) , consta que o capitão-mor, Gaspar Con
queiro, deu à vila a denominação de «Santa Anna» (Op. cit., p. 60
in fine ) . No fêcho do documento ( redigido ou assinado dois
dias depois ) , diz o escrivão : « feito na villa de Santa Anna» ( ibi.
dem , p. 62 ) .
A 11 de outubro de 1621, Àlvaro Luis do Vale, procurador
clo donatário, Conde de Monsanto, confirmou a data do rossio,
campos, etc., «desta villa de Santa Anna de Mogy mirim» ( op.
cit ., p. 62) , denominação que repetiu em duas sesmarias passa
das em 1625 (Sesmarias, vol . 1 ', p . 477 e 478, e vol. 3° bis, p . 10 ).
Note-se que nas epígrafes destes documentos está : «villa de
Mogi Mirim» ( vol . 1 ° cit ., p . 477 ) e « Mogi mirim povoasam no
meada Santana » ( vol . 3° bis, p. 59 in fine) .
( «cumpra- se » dado pelo capitão -mor Antônio de Aguiar
Barriga à referida confirmação vem datado de « Santa Anna das
Cruzes», a 27 de agôsto de 1629 ( Notas de Historia Ecclesiástica,
cit ., p . 62 ) .
IV . Daí em diante encontramos , até o fim do século
XVII, as denominações mais diversas, desde as formas abre
viadas, em que apenas se conservam os nomes primitivos da
região e do povoado: «mogi » ( Atas, vol . 49, p . 44 e 45 in fine,
vol. 5°, p . 193, vol. 6 ', p. 447 , vol. anexo ao 6' , p . 466 e 476,
c vol . 7 ', p . 501; e Sesmarias , vol. 1 °, p . 454 , e vol . 2 , p . 31 , 32 .
34 e 35 ) , « mogin » ( Atas, vol . 69, p . 192 in fine ) , « moegi » ( Atas,
vol. 7', p . 62 ) , « Mougy » ( Inv . e Test., vol. 21 °, p . 104 in fine ) ,
« Boigy » ( vol . cit .. p . 103 in fine e 104 ) , e « Mogy Mirim » , com
variantes gráficas, « Bogi miri» ( Inv . e Test ., vol. 14 , p. 95 ) ,
« Mogy miri », «Mogimirim », etc. ( Sesmarias , vol. 19 , p . 252, 273 ,
PARTE I CAPITULO IV 39
N. 25 ( contin .) — Notas 73 ( V ) e 74
378, 397 in fine, 422 in fine, 425 e 430 in fine ; e Atas, vol. 5°, p .
11 e 91 , e vol. 6', p. 13 e 191 in fine), ou então somente o pri
meiro nome dado à vila, «Santa Anna» ( Sesmarias, vol. 1', p.
253 e 323 in fine) ; - até às seguintes combinações: « Santa Anna
de Mogi mirim», ou «de Moigi Mirin» ( Sesmarias, vol. 3' his, d.
82, e vol . 1 ', p . 323 ) , «Santa Ana da Cruz » ( Sesmarias, vol. 1 ', p.
324 in fine) , «Santa Anna das Cruzes» (Sesmarias, vol. 1', p.
325 e 423, e Inventários e Testamentos, vol . 4', p. 443 ) , «Santa
Anna das Cruzes em Mogy» ( Sesmarias, vol. 19, p. 270 ) , «Santa
Anna das Cruzes de Mogi» ( Sesmarias, vol. 1 °, p. 425 in fine) ,
« Santa Anna das Cruzes de Mogi Mirim» ( Sesmarias, vol . 1', p.
342, 343, 418 e 423 ) , « santa ana da cruz de mogimirin » ( Atas,
vol. 5', p. 34 ) , «villa de Mogi Mirim de Santa Anna das Cruzes»
( Sesmarias, vol. 1', p. 431 ) e «villa de mogimerin villa de santa
ana da cruz » ( sic : Atas, vol . 5 ° , p. 35 ) .
Numa certidão passada a 3 de outubro de 1672, diz o tabe
lião : «nesta villa de Sant'Anna das Cruzes de Mogy- mirim » (Aze
vedo Marques, Apontamento Historicos etc., vol. 2 , p. 77, 1 "
col . ) . Observe-se que, segundo esse documento , a solenidade do
levantamento do pelourinho teria ocorrido no dia 3 de setem
bro de 1611 , e não no dia 1º . Mas o tabelião se enganou : leu a
data do auto, que só foi lavrado ou assinado, como se viu, dois
dias depois (secção III desta nota, 3' parágrafo ) .
V. - Ainda se vêem denominações divergentes em do
cumentos do começo do século XVIII . Assim, por exemplo, lemos :
« villa de Mogi de Santa Anna das Cruzes» numa petição de ses
maria de Fr. Miguel do Monte Carmelo , prior do Convento de
N. S. do Carmo da vila , em 1701 , assim como na carta de ses
maria que lhe foi outorgada ( Sesmarias, vol . 2 , p. 39 in fine, 40
in fine e 41 ) ; ao passo que, em duas cartas de confirmação de
juízes ordinários ( 1706 ) , o ouvidor geral diz : « V ". de St " . Anna
das Cruzes de mogi » ( Atas, vol . 89 , p . 116 in fine e 117 ) .
A forma que veio a prevalecer, « Mogy das Cruzes », só apa
rece pelas primeiras vezes, em documentos paulistanos, nas ve
reanças de 12 de agosto de 1771 ( Atas, vol. 16 ', p . 64 ) e 20 de
agosto de 1774 ( vol . cit ., p. 333 ) .
Não procuramos, por ser desnecessário agora , verificar, na
documentação da atual cidade de Mogy das Cruzes, a data exa
ta dessa alteração onomástica.
74. – O primeiro topónimo está num documento de dívida
passado por Brás Gonçalves, o moço, e no seu testamento ( V.
40 PARTE I CAPÍTULO IV
N. 25 ( fim ) Notas 75 e 76 (1 )
93 . V. nota 90 .
Quanto à hipótese da excursão até regiões do antigo «Peru»,
hoje bolivianas, v . Parte II, capítulo II ( ns . 42 a 52) .
94. - V. nota 90 .
95 . A Politica Exterior do Imperio, vol . 1° ( Parte 2
das Contribuições para a Biographia de D. Pedro II ) , na Re
vista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomo espe
cial , 1927 , p . 80, nota 6 .
96. – V. Parte UI, capítulo II , secções II e III ( ns. 97 a
113 )
PARTE I - CAPÍTULO V 47
Ns. 32 ( fim ) e 33 - Notas 97 a 102
45 . -
Mas, se, no entender do historiador, a carta
afirma que Nicolau Barreto foi até regiões do antigo
Peru , hoje bolivianas, não se compreende porque, em
alguns trechos de suas obras, se limita a apresentar
aquela excursão além -Paraná como simples hipótese ou
suposição , mais ou menos provável.
Referindo - se às proezas dos paulistas, escreve :
" Cedo, já em 1602, de S. Paulo, tremenda razzia
se fazia, sob o commando de Nicolau Barreto, que
deveria ter atravessado os sertões do Paraná, para
penetrar no Paraguay e dahi na Bolivia, chegando
talvez ás nascentes do Pilcomayo, bem proximo a
Potosi, com quatro longos annos de peregrinação
pelos invios sertões da America deserta ” ( 130 ) .
160 . -
Meio Século de Bandeirismo, p . 66, nota 35- A .
161 . Obra citada, p . 70, nota 37 - A .
80 PARTE I - CAPITULO II
N. 52 ( fim ) Nota 162
descobrira
tretanto todos os temiminós existentes naquela época . En
, a mencionada ata só se refere a «muitos temiminós
encontrados por Manuel Preto «no caminho » ( e não «a meio
caminho»), quando regressava de Vila Rica (V. n . 54 in fine) .
174 . -
1
INTRODUÇÃO
1
Final do documento de dívida escrito por Francisco N 16
nes Cubas e assinado por Brás Gonçalves, o moco , a 17 de
fevereiro de 1603, " neste Rio de goaj bj hj" ( 1. * linha )
1
o devedor declara que o pagamento será feito " no Rio
i danhonbj” ( 3.4 linha ) .
AZ
1
-
8܂
HI
CAPITULO I
ie
DES
Os indígenas encontrados
pela bandeira de Nicolau Barreto
-
75. -
SECÇÃO I
Os Tupinaês ( 231 )
SECÇÃO II
Os Temiminós ( 242 )
mentos e armas e gente, por lhe na guerra ser muita gente sua
morta e diminuida », etc. (Conf. Revista cit ., p . 276 ) .
250 . Em carta datada do Rio de Janeiro, 21 de maio de
1570 , dizia o Pe. Gonçalo de Oliveira ao Pe. Geral da Compa
nhia de Jesus, Francisco de Borja :
« Temos uma igreja de São Lourenço, daqui uma legua, na
aldeia de Martim Afonso Arariboia de muita gente Temiminó,
toda cristã » ... « E o que muito nos consola é vê-los perseverar
na vida que tomaram , sem faltar a suas missas e doutrinas, como
se nisso se criaram toda a vida . Ajuda muito a isto o ser prin .
cipal, Martim Afonso , muito bom , que no conhecimento de Deus
e mais costumes lhe não faz vantagem nenhum branco . A este
conhecem os seus por capitão e têm obediencia e respeito como
a pai». ( Serafim Leite, Páginas de História do Brasil, C.in
Editora Nacional, série Brasiliana , vol. 93, 1937, p . 143 ) .
251 . Memoria cit . de Joaquim Norberto de Sousa Silva ,
na Rev. do Inst . Hist . e Geogr . Bras ., tomo 17° , reed . de 1894 ,
p . 319 .
PARTE III CAPITULO I — SECÇÃO II 119
N. 85 ( contin . ) Nota 252
.
SECÇÃO III
Os Amoipiras ( 257 )
SECÇÃO IV
273 . V. n . 87 in fine .
Os topônimos
constantes dos documentos da bandeira
SECÇÃO I
SECÇÃO II
O "Guaibihi" ou rio das Velhas,
afluente da margem direita do S. Francisco
303 . -
V. nota 299 .
304 . O mapá do Pe. M. Coronelli ( que é de 1688 , e não
de 1698, como diz o Dr. Taunay ) figura, em fac-simile, no es
plendido atlas anexo ao trabalho do Barão do Rio Branco Fron
tières entre le Brésil et la Guyane Française . É o mapa nº 82 .
305 . Orville Derby escreveu , de fato , «Guaibuig » ( V. n .
3 in fine) ; mas no mapa de Coronelli está : « Gaibuig» .
136 PARTE W - CAPITULO II - SECÇÃO II
N. 100 ( contin . ) Nota 306 ( I e II )
314 . . V. n . 20 .
315. – Salvo algumas diferenças ( cujas principais serão
assinaladas em notas 317 , 320 e 323, I ) , o que diz o autor , nos
trechos do tomo V da Historia Geral das Bandeiras Paulistas
( 1929) , que vamos trasladar ( ns. 101 e 102), já o escrevera nas
«Palavras de explicação » que precedem a edição reduzida do seu
Ensaio de Carta Geral das Bandeiras Paulistas ( Comp . Melhora
mentos de S. Paulo , 1926 ) , e voltou a dizê-lo na primeira das
conferências do Curso de Bandeirologia , que em 1946 foram im
pressas , sob ésse título , pelo Departamento Estadual de Infor
mações .
316 . A expedição partiu de S. Paulo em 1602 e regressou
em 1604 ( V. Parte IV , capítulo 1, ns . 115 a 120) .
317 . O autor fez aqui estrita justiça a Orville Derby,
dando-lhe o título de amigo do Brasil . E é de lamentar que,
mais tarde, na referida conferência do Curso de Bandeirologia,
o historiador brasileiro tenha omitido tão honrosa e merecida
distinção, substituindo a frase feliz do tomo V da Historia Geral
das Bandeiras Paulistas por um simples «pareceu-lhe », e limi
tando-se a dizer, no período anterior, em vez de «com Orville
Derby » : «com o ilustre e infeliz Orville Derby» .
140 PARTE III CAPÍTULO II - SECÇÃO II
Ns. 101 ( fim ) e 102 Notas 318 a 320
325 . Pode -se até assegurar que nunca será demais enca
recer a importância das inúmeras indicações topográficas, bem
ou mal grafadas, que aparecem naqueles documentos, a começar
pelos testamentos e inventários .
PARTE DI CAPÍTULO II – SECÇÃO II 145
Ns. 104 ( fim ) a 106 Notas 326 a 329
-
SECÇÃO III
SECÇÃO IV
E REGIÕES PERCORRIDAS
CAPITULO I
382 . V. n . 41 .
383 . V., respectivamente, o capítulo II da Parte III, sec
ções I ( ns. 93 a 96) e III ( ns. 112 e 113 ) , e as secções II e III
do mesmo capítulo ( ns . 97 a 113 ) .
384 . Conf . ns . 68 a 70 .
385 . Conf. n . 71, primeira parte . Quanto à identificação
do «corimatahi », v . Parte III, capítulo II, secção IV ( n . 114) .
386. Conf. n. 71 , segunda parte .
387 . Vimos ( ns . 39 e 40 e nota 116) que não é possível
afirmar que os camaristas se referissem a essa expedição, por
quanto depois dela haviam saído outras, a mandado ou com
permissão do capitão Roque Barreto .
174 PARTE IV CAPITULO II
Ns. 124 ( fim ) e 125 Nota 388
176 PARTE IV -
CAPITULO II
N. 127 ( contin .) Notas 392 a 395
era
« seu padrasto » ( ibidem, p . 398 ) . Tratava -se, pois, do 20
Pero Domingues .
O mais velho dos filhos de Antônio Gonçalves e de Clara
Fernandes, Paulo Gonçalves, tinha então 25 anos de idade (ibi
dem, p. 385 in fine) , o que demonstra que Clara Fernandes já
no começo do século XVII enviuvara do 1° Pero Domingues .
VII . Diogo de Sousa, marido de Leonor Esteves, filha
dêsse 1° Pero Domingues e irmã do 2' , faleceu em 1628, e não
cm 1621 , como diz Silva Leme ( obra citada, vol. 89, p . 150 ) . O 2º
Pero Domingues assinou, em nome de sua irmã Leonor, o têr
mo de abertura do inventário do citado Diogo de Sousa, lavra
do a 13 de maio de 1628 (Inv . e Test . , vol . 70, p. 362 ) .
Assinou também , a 25 de janeiro de 1636 , o testamento de
seu irmão Amaro Domingues e o respectivo instrumento de apro.
vação ( Inv . e Test., vol. 10 ', p . 103 e 104 ) . Sua assinatura apa
rece ainda em vários termos do inventário de Amaro, em que
foi curador dos órfãos ( vol . cit . p . 111 , 113 in fine, 114 a 119 e
121 ) .
VIII . Ora, comparando as firmas do 2º Pero Domingues,
nos mencionados inventários de Antônio Gonçalves, Diogo de
Sousa e Amaro Domingues, com as do Pero Domingues, escrivão
da leva de André Fernandes, no inventário do « Paraupava»
(secção IV, princº, desta nota) , verifica-se fàcilmente que se
trata da mesma pessoa . Está, portanto , identificado o Pero Do
mingues informante do Pe. Araujo .
1
2
T'Somingues (Podemin
r als
• Plomiy ios Tasamaan den
Assinaturas de Pero Domingues :
1 - quando escrivão , no inventário aberto no rio “ Pi.
raupaca ” ( 1615 ) ;
2 no inrentário de 8fu padrasto , Antonio Gonçalves
( 1628 ) ;
3 inventário de & eu cunhado , Diogo de Sousa
( 1628 ) ;
no inx ontário de Seu Irmão , Amaro Domingues
( 1636 ) .
411 . V. n . 70 .
412. V. ns. 73 e 130 in fine e nota 407 .
413 . Na carta de 13 de janeiro de 1606 ao donatário da
Capitania , dizem os oficiais da Câmara de S. Paulo que a expe
dição « gastou dois annos na viagem com muitos gastos e mor .
tes » ( Conf. n. 43, último período ) . No testamento de Jorge de
Barros há referência a uma india temiminó da « guerra de Nico
lau Barreto » ( Inv. e Test ., vol. 4 ', p. 66 ). Vimos ( n. 116 e notas
362 e 363- III) que Jorge de Barros ( Fajardo) tomou parte na
expedição.
414 . Devia estar escrito : konde ora estava aposentado »,
como se lê em outro lugar do mesmo inventário ( Inventários e
Testamentos, vol . 19, p . 464 ) .
415 . V. n . 72 e nota 223 in fine .
416 . Inv . e Test . , vol . 1 ' , p . 473 .
186 PARTE IV CAPITULO III
Ns. 133 ( fim ) e 134 -
Notas 417 a 423
424. – V. n . 120 .
GAMA RODRIGUES
ABENÇOADA BUROCRACIA
Gama Rodrigues
( Trabalho lido pelo microfone da Rádio Gazeta )
" N. 136
2.º Distrito — Lorena, em 24 de março de 1902.
Senhor Diretor
A Câmara Municipal de Natividade, em ofício de 28
de fevereiro, dirigido ao dr. Secretário da Agricultura,
documenta com as respostas dadas pelo encarregado da
balsa de passagem na Freguesia de Bairro -Alto, as
seguintes gravíssimas alegações: 1.0 Não foi enge
nheiro algum dessa Repartição examinar aquela balsa e
Gama Rodrigues 203
J. DAVID JORGE
O PRIMEIRO RECENSEAMENTO EM S. PAULO
(Notável documentação
Amparo 1 1830-1864
Apiaí 1 1776-1846
Arêias . 1 1817-1828
Atibaia . 2 1765-1785
Bananal 1829-1850
Bragança 1768-1829
Caconde . 1830-1850
Campinas 1797-1836
Capital. 1765-1847
Cananéa 1765-1856
Casa Branca 1830-1850
Cotia . 1767-1847
Cunha 1789-1842
Faxina . 1775-1846
Franca . 1 1824-1846
Guaratinguetá . 8 1765-1836
Guarulhos . 2 1765-1836
Iguape. 1 1765-1793
Itanhaen 2 1765-1846
Itapetininga 6 1769-1846
Itú . 8 1765-1857
Jacareí. 6 1769-1830
Jundiaí. 8 1767-1861
Juquerí. 2 1767-1846
Lorena . 1789-1850
Mogi Guassú 2 1765-1846
Mogi das Cruzes 7 1765-1850
Mogi Mirim 7 1765-1827
Nazaré . 7 1786-1863
Paraíba 9 1765-1858
Pindamonhangaba 5 1766-1846
Piracicaba . 2 1822-1850
Pôrto Feliz 5 1798-1846
Queluz . 1 1829-1850
Santo Amaro . 3 1765-1847
Santos , 4 1765-1857
São Bernardo 1 1765-1846
São João da Boa Vista 1 1830-1847
São José dos Campos . 2 1803-1847
S. Luís do Paraitinga 1776-1843
São Roque . 1765-1858
São Sebastião . 1765-1850
São Simão . 1830-1850
212 O primeiro recenseamento em S. Paulo
Castro . 5 1789-1846
Antonina 3 1765-1846
Curitiba 12 1765-1846
Guaratuba . 2 1775-1846
Vila N. da Princesa 1 1806-1856
Lages 1 1776-1818
OUTRAS NOTAS
O. QUELLE
De 0. Quelle
Tradução da funcionária Hella Gojtan
a)
b)
PARTE I
Divergências dos historiadores quanto às regiões
exploradas pela bandeira de Nicolau Barreto
Pág .
CAPITULO 1- A tese de Orville Derby, da explo
ração do vale do S. Francisco 11
CAPITULO II — Impugnação das conclusões de
Orville Derby pelo Dr. Alfredo
Ellis Júnior. A tese da invasão do
Guayra e a hipótese da chegada
da bandeira a regiões hoje boli
vianas 14
CAPITULO III - As opiniões do Dr. Affonso de
E. Taunay 20
CAPÍTULO IV — A referência de Azevedo Marques
à partida da bandeira em direção
a Mogy das Cruzes 30
CAPITULO V Opiniões de outros historiadores 43
PARTE II
PARTE III
PARTE IV
Datas da partida e da volta da bandeira de
Nicolau Barreto e regiões percorridas
CAPITULO I Datas da partida e do regresso 163
CAPITULO II Itinerário da bandeira na ida ao
Paracatu . 171
243
Conclusão . 189
Arquivos Municipais
Antonio Paulino de Almeida 191
· Abençoada Burocracia
Gama Rodrigues 199
- O Primeiro Recenseamento em S. Paulo
J. David Jorge 207
- O Primei ro Alemão no Brasil
215
0. Quelle
Pequenos , Médios e Grandes Arquivos
Ubirajara Dolácio Mendes 219
DEPARTAMENTO DO ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
BOLETIM
ARQUIVO
TO
DO
MEN
AN
DO
ESTAD
SCRIPTA
MANENT)
P
O
DE
SÃO PAUL
O
Vol . 13
(Nova Fase)
S. PAULO
1954
DEPARTAMENTO DO ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
BOLETIM
!
Vol . 13
(Nova Fase)
S. PAULO
1954
1
APRESENTAÇÃO
NOVO PRÉDIO
II
MATERIAL
III
PRESERVAÇÃO DO ACERVO
Além dos trabalhos rotineiros de desinfecção, restauração
e classificação dos documentos, estão êstes sendo colocados em
latas de alumí herméticamente fe adas , ap serem , de
maneira conveniente , dedetizados.
IV
BIBLIOTECA
VI
APARÊLHO DE LUZ ULTRA-VIOLETA
VII
PUBLICAÇÕES
Em virtude das mudanças sofridas pelo Departamento ,
houve um hiato em suas publicações, de 1948 a 1951 . Como
Relatório do Dep. do Arq. do Estado do ano de 1953 15
VIII
PROGRAMA RADIOFONICO
IX
AULAS DE PALEOGRAFIA DA FACULDADE DE
FILOSOFIA , CIÊNCIAS E LETRAS DA USP
XI
2. Movimento de papéis :
a) Ofícios expedidos 213
Buscas .. 614
Informações 130
Requisições 309
Papéis fichados 26.097
Papéis classificados 360.909
TOTAL 388.272
3 Buscas
TOTAL 614
4 Classificação de papéis
1
a) Com toda regularidade continuam os trabalhos de
classificação de papéis e demais documentos existentes neste
Arquivo , serviço éste que , por ser moroso , não aparece , podendo
sòmente ser avaliado por quem de perto conhece o serviço ,
para assim aquilatar do esforço e dedicação dos funcionários
dèle encarregados e que são merecedores de todos os elogios .
Relatório do Dep. do Arq. do Estado do ano de 1953 17
5. Catalogação de papéis
a) Foi feito durante o ano , a catalogação dos documentos
e papéis existentes nesta Secção , sendo atingida a apreciável
soma de 26.097 papéis .
Como acima ficou exposto , foi considerável o movimento
de fichas feitas pela Secção , graças à magnífica colaboração
de todos funcoinários.
TOTAL 15.215
9 .
Belchior de Godoi 1649 N'o 18
Domingos Furtado 1649 No 91
!!
Petronilha Ribeiro 1649 No 1.
20
11 !
Antonio Pires Machado 1649 No 22
29
João Baptista 1649 N 12
Simão Minho 1649 No 14
11
Gabriel Antunes 1649 N 76
..
Sebastião Soares 1650 NO 20
Custódia Fernandes 1650 N'o 30
TOTAL 1.196
ção 236
454
Inventários Classificados
Kecenseamento da Capital
Revisados
1. Papéis protocolados :
a) Requerimentos 208
Ofícios 518
Cartas 11
Registro Civil ( talões ) 4.107
Registro de Imóveis ( talões) 1.835
Circulares 2
TOTAL 6.681
2. Papéis expedidos
a) Ofícios 1.168
Notas de Empenho 58
Sub -empenhos 17
Notas Orçamentárias 29
Fôlhas de Frequência 57
Atestados de Frequência 28
Fôlhas de Substituição 16
Requisições de pagamento 58
Fichas de requisição à C. C. C. 6
TOTAL 1.437
3. Serviços de Datilografia
a) A Fábrica de Ferro do Ipanema 200 folhas
Material da escrita 20
Relação de todos os Municípios
do Est . de São Paulo 26
A data de Fundação da Vila de
Santo André da Borda do Campo 25
AF . E. B. Embaixada da Ami
zade 34
Relatório do Dep. do Arq. do Estado do ano de 1953 23
4. Datilografia e Mimeografia
a ) Publicação de “ O Jornal- Éco ” , órgão dos funcioná
rios do Departamento do Arquivo do Estado . 1
5. Organização e Classificação
a) Registro de efemérides
Arquivo de biografias ( 8 pastas ) c/ fichário
Organização e fichário do Almoxarifado.
Album de recortes das notícias e reportagens
( dos jornais ) sôbre o Arquivo .
Feitura de Índice dos seguintes livros de Re
gistros Paroquiais de terras :
Livro n . ° 1 Amparo
Livro n . ° 2 Apiaí
Livro n .° 3 Araçariguama
Livro n . 4 Freguezia do Senhor Bom Jesus
do Arajá
Livro n .° 5 Freguezia do Senhor Bom Jesus
do Arujá
6. Revisões
12 Revisões de Provas tipográficas
7. Serviços de expedição
a ) Foram remetidas as seguintes publicações :
Documentos Avulsos n.s 2 e 3 1.700 cada exemplar
Dodumentos Avulsos n.s
2 e 3 .... 1.700 cada exemplar
Boletins n.s 9 , 10 e 11 1.700
Inventários e Testamentos
n.s 35 , 36 e 37 1.700
XII
DIREÇÃO DO DEPARTAMENTO
XIII
3.0 Retórica
1
34 Excertos de Palestras Radiofônicas
como espirituais.
“ E por firmeza do referido mandei passar a presente, que
vai por duas vias , por mim assinada , e selada com o sinete de
minhas armas . Dada nesta cidade de São Paulo. Pedro Mar
tins Coimbra, oficial da Secretaria a fez aos 5 de janeiro de
1767. Tomaz Pinto da Silva , Secretário do Governo , a fez
escrever . D. Luiz Antonio de Souza ” . Isto há quase duzen
tos anos .
Em 1771 , 0 Almoxarife da Fazenda Real recebia de D.
Luiz de Souza para entregar ao Sargento -mor, Manuel Zuniga,
pólvora para as salvas “ no dia de Santo Antonio, Coronel das
Tropas da Capitanía " . E assim continuou durante toda a épo
ca colonial ...
Durante todo o período colonial e no regime imperial
afirma -nos Macedo Soares foi sempre pago sôldo devido ao
militar Santo Antonio de Lisboa . Raramente foram criadas
dificuldades a tal pagamento .
Logo no começo da República , deixaram de pagar o soldo
do Tenente - Coronel Santo Antonio . Isto no Rio de Janeiro .
O velho frade , Provincial desde 1870 , dirigiu-se ao Ministro
da Guerra , Marechal Floriano Peixoto , pedindo-lhe que não
fosse suspensa a congrua devida ao Santo .
Frei Diogo de Freitas , em seu opúsculo “ Convento de
Santo de Santo Antonio ” , conta o diálogo entre o ministro e frei
João do Amor Divino da Costa :
“ Mas, Padre , que congrua é esta ? Me explique que coisa
é ”. “ É dinheiro de Santo Antonio ” , respondeu o Provincial
meio atrapalhado .
“ Ah ! Já sei diz o Marechal é o soldo de Santo An
tonio !” E mandou expedir um aviso determinando que conti
nuasse a ser abonada à imagem de Santo Antonio do Rio de
Janeiro o sôldo a que tinha direito .
Até junho de 1911 , foi pago regularmente no Rio de
Janeiro o soldo do Santo . Nessa ocasião deixaram de fazê -lo,
"em virtude de novo litigio com o governo” . Era presidente
da República o marechal Hermes da Fonseca e ministro da
Guerra o general Mena Barreto .
Daí por diante nunca mais se pagou . Foi uma ordem
arbitrária , já se vê .
Não há nenhum ato oficial anulando os
Decretos e Cartas Patentes . Há apenas no Livro 486 , n .° 5 ,
“ oficiais reformados ” , na página 311 , uma declaração escrita a
lapis azul , sem assinatura : “ Privado do soldo até 2.8 ordem " .
O tenente José de Macedo Braga , da Diretoria do Arquivo
do Exército , fez o cálculo dos vencimentos a que tem direito
Santo Antonio , de julho de 1911 a novembro de 1920 , e veri
ficou que lhe estavam devendo 28 : 2403000 ...
Em fevereiro de 1923 , o guardião do Convento de Santo
Antonio do Rio tentou de novo receber êsses atrasados e reque
reu .. O ministro da Guerra mandou ouvir o Consultor Geral
da República , o Dr. Rodrigo Otavio . Sua opinião foi desfa
vorável : que não se pagasse, “ a não ser que se apure que as
ordens anteriores foram competentemente revogadas”.
Seja qual for a aplicação a ser dada aos vencimentos do
tenente -coronel Santo Antonio conclui sôbre a curiosa
questão o historiador Macedo Soares o que não padece
dúvida é que enquanto não for anulado o decreto de 26 de julho
Excertos de Palestras Radiofônicas 41
1
Relatório apresentado a S. S. o Senhor José Soares de
Souza, Diretor do Departamento do Arquivo do Estado,
por Ubirajara Dolacio Mendes, seu substituto na
direção do Departamento durante o período de 31 de
janeiro de 1951 a 20 de setembro de 1953 .
1
Relatório apresentado a S. S. o Senhor José Soares de
Souza , Diretor do Departamento do Arquivo do Estado,
por Ubirajara Dolácio Mendes, seu substituto na direção
do Departamento durante o período de 31 de janeiro de
1951 a 20 de Setembro de 1953 .
Senhor Diretor
MATERIAL
NOVO PRÉDIO
FUNCIONALISMO
REDUÇÕES :
1 . Dispensa do Sr. Reinaldo Barreto .
2. Descomissionamento de D. Marina Romero Gurgel do
Amaral
3. Descomissionamento de D. Maria Caetana de Faria
Cangi
4. Descomissionamento de D. Maria de Lourdes Naves
5. Relotação do sr . Leonel Quaglio , no Departamento de
Educação !
6. Aposentadoria do sr. Nelson Veiga
1: Comissionamento do Sr. Dr. Miguel Meira no Gabi
nete do sr . Secretario da Educação
8. Licenciamento , por doença , do sr . Dr. João Alberto
José Robbe
9. Em comissão de inquérito, Port. 18.6.53 , sr. Moacyr
Reys.
REAJUSTES DE FUNÇÕES :
AMPLIAÇÕES :
CONCLUSÃO
( Contribuição Histórica )
O NOME DE CAMPINAS
RECENSEAMENTOS INÉDITOS
Campinas dista :
Da Capital, 105 quilometros ; de Mogi Mirim , 55,5 ; de Am
paro, 41,6; de Limeira , 61 ; de Indaiatuba , 24 ; de Santa Bárbara,
45 ; de Vila Americana , 33 ; de Valinhos, 7 ; de Cravinhos , 288 ;
de Porto Ferreira , 162 ; de Socorro , 115 ; de Jundiaí , 44,4 ; de
Piracicaba, 61,1 ; de Itú , 52,7 ; de Itatiba , 28 ; de Monte Mór, 33 ;
de Pedreira, 45 ; de Cosmópolis, 43 ; de Brodowski, 347; de
Pirassununga, 141 ; de Ribeirão Preto , 314 ; de Bragança
Paulista , 54 .
POPULAÇÃO
48.000 habitantes .
1896 50.000 habitantes .
1901 33.000
1912 90.500
1914 100.000
1924 115.600
1929 120.000
1930 122.848
1931 125.446
1932 , 128.092
1933 130.787
1934 133.524
1935 136.299
1936 139.122
1937 141.994
1938 144.915
1939 147.886
1942 156.040 .
CAMPINAS ( Contribuição Histórica) 73
“ Ilmo. e exmo . sr ..
(*) " Engenheiro " – era o têrmo usado antigamente para designar o senhor
do engenho.
76 CAMPINAS (Contribuição Histórica)
POPULAÇÃO
POPULAÇÃO
(*) Éste Joaquim Guedes Barreto , vinha a ser neto do fundador de Campi
nas , como cremos, filho de Bernardo Guedes Barreto, vereador em 1804.
CAMPINAS ( Contribuição Histórica) 83
( DA CRONOLOGIA PAULISTA )
AUTO DE ERECÇAM
“ Anno do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo de mil
settecentos e noventa e sette aos catorze dias do mez de Dezem
bro do dito anno nesta Povoaçam das Campinas, Comarca da
Cidade de Sam Paulo, aonde foi vindo o Doutor Ouvidor geral
e Corregedor da mesma comarca Caetano Luiz de Barros Mon
teiro Commigo Escrivam de seo Cargo adiante nomeado para
effeito de erigir em Villa esta Povoaçam em consequencia da
Portaria do Illustrissimo , e Excellentissimo Senhor Governador ,
e Capitam General desta Capitania Antonio Manoel de Melo
Castro e Mendonça datada em desaseis de Novembro do corrente
anno retro transcripta , e sendo ahi com assistencia do Juiz
Presidente , e mais officiais da Camara de Nossa Senhora do
Desterro de Jundiahy, Nobreza e Povo desta mesma Povoaçam ,
mandou o dito Ministro apregoar em altas vozes pelo Porteiro
Salvador Vieira da Maya , que se erigia esta Povoaçam em
Villa com a denominaçam Villa de Sam Carlos o que
sendo satisfeito pelo dito Porteiro houve elle dito Ministro por
erecta em Villa com a denominaçam Villa de Sam Carlos
pelos fundamentos expendidos na referida Portaria de que para
constar, mandou lavrar este auto de Erecçam , que asignou com
o Juiz Presidente , officiais da Camara da Villa de Jundiahy ,
Nobreza , e mais Povo , q . presentes se achavam e eu Vicente
Ferreira e Almeida Escrivam de Ouvidoria geral , e Correisam o
escrevi . Caetano Luiz de Barros Monteiro , Francisco de Paula
Camargo , José Luiz de Quadros , José Vicente Ferreira , João
Rodriguez de Siqueira , o vigario Joaquim José Gomes , Antonio
Ferraz de Campos , Capitam Joaquim José Teixeira Nogueira ,
Capitam . Manoel Ferraz de Campos , Alferes José Ignacio de
Camargo , Alferes José Pedro da Cunha , Tenente João José da
Sylva , Alferes Pedro José Baptista , Alferes Pedro Antonio de
92 CAMPINAS (Contribuição Histórica )
Brancos 1.642
Pretos 967
Mulatos 1.132
Total : 3.741
Brancos 617
Pretos 398
Mulatos 351
Total : 1.366
De V. EXcia .
Suditos
População :
“ Pelo ultimo recenseamento feito por ordem do Governo .
monta a população deste Municipio em 10.742 habitantes, sendo :
4.316 nacionais ; 6.359 escravos, e 67 extrangeiros. Acho muito
imperfeito este trabalho , e muito falto de exactidão . Pelos
apanhamentos que tenho ultimamente feito sobe a população
actual a 16.890 habitantes , dos quaes são livres e nacionais :
5.750 ; escravos 11.060 ; e extrangeiros 80 . Ainda não acho
exato este calculo, quanto aos escravos que julgo ser maior o
numero ; porem é o mais aproximado que pode ser. Muitos
lavradores negão-se a dizer exactamente o numero de seus es
cravos, receozos de tributos que julgão querer o Governo im
por-lhes, e d'ahi muitos que teem 300 ou 400, dizem possuir
cem e poucos.”
( Maço de Campinas ofícios Arq. do Estado ) .
“ AUTO DE ELEISAM.
“ Illmo Senhor .
Accuzo a recepção de seo officio datado de 11 do corrente ,
e recebido hoje acompanhado da copia da Portaria do EXmo.
Governo da Provincia, afim de informar acerca do cazamento
de huma colona catloica suissa, que se diz cazada com hum
colono protestante , a quem se concedeu faculdade para contrair
novo casamento com ) colono belga catholico ; e a isto tenho
a responder o segu nte : Em julho do currente anno me reque
rerão para justificar estado lizre para se cazarem o be !ga Sera
fim Abs , e a suissa Anna Maria Josefina, ambos catholicos , e
com effeito justificarão resultando da justificação que Josefina
na Limeira havia contratado casar - se com um allemão protes
tante e havião passado huma escritura no livro de notas do
Tabalião, mas não tinhão se casaco, pois que nenhuma forma
lidade tinhão prehenxido, apesar de terem cohabitado por algum
tempo, e que o allemão afinal abandonára a mesma Josefina,
e ella advertida de que não houve casamento mixto entro e la
e o dito suposto marido, veio para esta Cidade, e engajou-se
CAMPINAS (Contribuição Histórica) 127
EM 1854
1
143
CAMPINAS (Contribuição Histórica)
BIBLIOGRAFIA :
Pgs.
Apresentação 3
BOLETIM
D
O ARQUIVO
VLxvdio
DO
ESTAD
SCRIPTA
MANENT
O
SÃOPA
ULO
Vol . 14
( Nova Fase)
S. PAULO
1955
PREFÁCIO
!
MEMÓRIA HISTÓRICA DE XIRIRICA
( El Dorado Paulista )
POR
Reinos da Natureza
Reino Mineral
Terras de cultura
Reino vegetal
Reino animal
REPERTÓRIO INFORMATIVO
CIDADE
MUNICIPIO
1
1
1
CAPITULO II
.
32 MEMORIA HISTÓRICA DE XIRIRICA
MINERAÇÃO DE OURO
(1) Revista do Inst . Hist . e Geogr . de S. Paulo , vol . VI, pág. 400 e segs .
38 MEMÓRIA HISTÓRICA DE XIRIRICA
ANNEXO D
21 de Fevereiro de 1668.
Francisco de Véras 5
Sancho de Ozedo elldefonso Tinoco 7 1/2
22 de Fevereiro de 1668.
Manoel Roiz Sintra 15
77
Manoel de Souza 2 1/2
OITO FOLHAS
21 de Dezembro de 1668.
Belxior Forão 15 oitavas
Manoel Alves 12 1/2
Luiz da Silva 17 1/2
Manoel Franco 5
Luiz Palhano 25
22 de Dezembro de 1668 .
Antonio Luiz 22 1/2
Luiz da Silva 17 1/2
Francisco Ozedo 5
24 de Dezembro de 1668.
Antonio Alves 40
40 MEMÓRIA HISTÓRICA DE XIRIRICA
Antonio Nunes 65
Antonio Fernandes Chaveira 10
Diogo Pereira Paes 22 1/2
99
Christovão Pereira 25
Antonio Franco 10 97
Francisco Goncalves Vianna 25
Lourenço Martins 7 1/2
Marcos Lourenço 12 1/2
Maciel Lopes 7 1/2
Severino Veras 10
Manoel Gonçalves Penedo 10
24 de Dezembro de 1668.
Francisco Rodrigues 10
Gonçalo Martins 12 1/2
Pedro Gonçalves 5
João Anhaya 5 .
P.e Francisco Pereira da Silva 7 1/2 99
Antonio Peres 2 1/2
Manoel Dias Pereira 7 1/2
Antonio Cardozo 7 1/2
André Gonçalves 15
27 de Dezembro de 1668 .
28 de Dezembro de 1668 .
Gaspar Pereira 10
Felipe Pereira 5
Baltazar Serrano 7 1/2 99
Luiz da Silva 12 1/2
29 de Dezembro de 1668.
Manoel Martins 5
Francisco de Pontes Vidal 10
Manoel Gomes 5
"
Padre Francisco Pereira Silva 2 1/2
DUAS FOLHAS
6 de Outubro de 1670.
Francisco Guedes 15 oitavas
Manoel Monteiro 5
Sebastião Escudeiro 5
MEMORIA HISTÓRICA DE XIRIRICA 41
58266
లాలా
>
André Lopes 5
Sebastião Rodrigues 5
Valentim Rodrigues 5
Trindade de Anhaya 2 1/2
Diogo Pereira Paes 30
Francisco Rodrigues 10
Antonio Franco 12 1/2
Manoel da Costa 82 1/2
99
Luiz da Silva 10
Francisco Rodrigues 2 1/2
UMA FOLHA
6 de Agosto de 1675.
Padre Dionizio de Melo Cabral 15 oitavas
Paulo Teixeira 10
Manoel Lemos do Reino 15
Fernando Correa
ny de Agosto de 1675.
Manoel Lemos do Reino 15
UMA FOLHA
6 de Agosto de 1676
Luiz Ferrão de Castel Branco 25 oitavas
72
Padre Dionizio de Mello Cabral 15
idem 22
idem 12
Sociedade de sete pessoas 76
João Feio 12 1/2
Antonio Franco 62 1/2
UMA FOLHA
28 de Agosto de 1676
Uma Sociedade 102 1/2 oitavas
Manoel do Rego do Reino 127 1/2
Padre Francisco Pereira da Silva 40
Pantaleão Thomé 20
Antonio, Luiz 127 1/2
UMA FOLHA
21 de Janeiro de 1677 .
Belchior Forão 71 1/2 oitavas
Trindade de Anhaya 71 1/2
42 MEMÓRIA HISTÓRICA DE XIRIRICA
TRES FOLHAS
12 de Marro de 1677
Manoel Peixoto 30 oitavas
Salvador Gomes 10
Manoel Dias Garcita 20
Domingos Cubas 7 1/2
Antonio Francisco 170
Severino Veras 2 1/2 99
Antonio Cardoso 5
13 de Março de 1677 .
9
Antonio Chaveira 15
Raphael Marques Ovelho 12 1/2
Manoel Monteiro da Rosa 22 1/2
Gonçalo Fernandes 10
Raphael Marques de Araujo 30
Felipe Pereira 2 1/2
Manoel Peixoto 5
Luiz Indio 7 1/2
Luiz da Silva 32 1/2
Antonio de Anhaya 2 1/2
Manoel Gonçalves Penedo 12 1/2
Antonio Pereira de Abreu 202 1/2
Padre Francisco Pereira Silva 10
QUATRO FÔLHAS
6 de Abril de 1677
12 de Abril de 1677
99
Salvador Cubas 20
99
André Dias 17 1/2
Paulo Ozedo 20
14 de Abril de 1677
Atanazio Moura 10
Antonio Pires 12 1/2
Diogo Pereira 32
Pascoal Pereira 10
Manoel Ribeiro 7 1/2
Sebastião Rodrigues 2 1/2
Fernando Anhaya 12
19 de Abril de 1677
Francisco Teixeira 10
Manoel Barbosa 10
Paulo Teixeira 12
Domingos de Brito 47 1/2
DUAS FOLHAS
13 de Dezembro de 1677
João Feio de Araujo 20 oitavas
Ignacio do Canto 27 1/2
Luiz Ferrão de Castel Branco 37 1/2
21 de Dezembro de 1677
.
27 de Dezembro de 1677
Antonio Pereira de Abreu . 20
Luiz Palhano 10
Diogo Pereira Paes 30
27
Pascoal Pereira 77 1/2
Manoel Ribeiro 55
Manoel Teixeira 37 1/2
>
Manoel Teixeira e outros 190
CAPITULO IV
הו
O Viz.ºr João Julio da R.m Leal
$ 2.0
IGÁRIOS
VIGÁRIOS DE XIRIRICA
NOTA : D. Frei Antonio da Madre de Deus Galvão, cuja nomeação para 2.0 Bispo
de São Paulo foi confirmada a 17 de março de 1750, faleceu a 19 de março
de 1764, depois de haver regido a igreja paulopolitana por espaço de
13 anos.
58 MEMÓRIA HISTÓRICA DE XIRIRICA
Por esse documento se vê que, até então ainda não havia sido
criada comp. alguma exclusivamente de Xiririca, para cuja locali
dade atendendo aos pedidos do capitão -mor da vila de Iguape, sò
mente em 1768, era nomeado a primeira autoridade militar.
A 3 de setembro de 1766 era nomeado Joaquim Macedo e Mo
raes para o posto de capitão de auxiliar de pé da Companhia da
Ribeira de Iguape, do Regimento da Marinha, encarregado do go
vèrno da Freguezia para cuja companhia em 1776 eram indicados os
nomes de Joaquim Pupo Ferreira para o posto de tenente e Cláudio
Furquim de Alvarenga para Alferes ; como se vê dos documentos
seguintes:
EM 17 DE 8br." DE 1766
Cabos
Soldados
PRIMEIROS POVOADORES
RIBEIRA DE IGUAPE
1767
Agostinho Martins de id . – // - // 40
vive de minerar tem hu escravo
José Leite agregado - // de id . 45
Manoel Ant .° Pinto soltr .° de id.e -42
vive de minerar tem hu escravo
Victoriano administrado do d .
Manoel F.º do d.º - criança
Jeronimo - criança
João Pedroso de Barros de id . -70
vive de lavoura tem 5 escravos
Domingos Per.' Liberto de id . - 43
vive de sua lavoura
Luiza Nunes m.er do d.º
Romana Fa - adulta
Juliana falecida
Auxiliar Manoel Roiz Manço, viuvo de idade - 40 1
Auxiliar Bento Roiz F.° de idade 24
vive de sua lavoura
Arcangela, f ." m.'r adulta
Florinda, f.a - adulta
Rola f.a – adulta
Antonio f.° de Manoel Roiz Manço - criança
Justina f ." de idade m.er adulta
Maria f.a - criança
Joanna f." - criança
Auxiliar João Pereira Paes, de idade - 21
vive de lavoura e tem hú escravo
Izabel dos Passos mer. de idade
Maria, f. - criança
Severino Pereira Paes, de idade – 43
vive de sua lavoura e tem 5 escravos
Maria Ribr.a m.er de idade
Auxiliar Deziderio Pereira Paes, f.° de idade 30
Manoel f .° -- criança
Antonio f.° – criança
José f. - criança
Bartolomeu f .' – criança
Valerio – criança
Joaquim Morato do Canto de idade – 74
vindo de novo e vive de minerar
tem 7 escravos e 4 administrados
Rosa de Toledo e Lara, mer. do dito
Joaquim Morato filho do d.º idade – 14
Anna do Canto f.a mer, adulta
Maria Fany f ." - adulta
Ursula de Toledo , f.4 - adulta
Antonio de Toledo, f .° - criança
Auxiliar Faustino Pereira Paes de idade 44
vive de lavouras e tem 2 escravos
Anna Pelrosa, mer. do dito
Albino Pereira, f .° de idade 18
Izabel Pereira, f.a mer. adulta
Maria Pereira, f.° mer. adulta 1
Miguel f. - criança
João f." – criança
Anna f. - criança
Auxiliar Jozé Pr.a Veras de idade 36
viuvo tem hum escravo
Maria Roiz' mer . falecida
Ignacio f .", Brigida f.", João f.", Joanna f ."
todos crianças
Auxiliar Antonio Roiz idade 28
Auxiliar Pedro Alexandrino de Moraes de idade
vive de sua lavoura
Janoveva Pedrosa mer. do dito
Auxiliar Estanislao de Moraes f. de idade - 21
Manoel Filho de idade – 25
Fran . f.° – criança
Thomaz f .° – criança
Ines f .° – criança
João f.° – criança
Auxiliar Sebastião José da Costa idade - 32
vive de sua lavoura
Catherina Roiz me r. do dito
Maria f. – criança
Fran.ca f. - criança
Ignacio f.° - criança
Margarida f.° – criança
Auxiliar Fran.co Roiz' Paes de idade 46
vive de lavoura
Izabel Pr. Véras mer . do dito
Maria de Almd. agregada
Maria Roiz Filha mer. adulta
Anna f. " - criança
Bernarda f.a – criança
Patrunilha f.a - criança
Ignacio f.° - criança
Domingos f ." - criança
José f. - criança
José de Pontes mudado para Apiahy com mer . e filho
e hú escravo
Antonio Pr.9 de idade de 65
viuvo, tem dois escravos vive de lavouras.
Antonio Morato do Canto de idade 60
vive de lavoura tem 4 escravos
Sebastiana Pr.a mer . do dito
Anna Mari af.a criança
78 MEMÓRI
A
HISTÓRI
CA
DE XIRIRIC
A
84
Fran.ca da Costa mer. do dito vive de lavoura
João Pinto f .° de idade - 15
Francisco falecido
Manoel – criança
Maria – criança
Jozé – criança
80 MEMÓRIA HISTÓRICA DE XIRIRICA
De agregados 31
767
2491
§ unico
AS GRANDES ENCHENTES
* *
(1) Pareceres do Conselho do Governo , Maço 14, sala 10, Arquivo do Estado.
APENDICE I
A CIDADE VELHA
Versos escritos pelo Dr. João Pires Wynne, após uma visita fei
ta ao local da antiga e primeira igreja da cidade de Xiririca, hoje
em ruinas, dentro nas terras da fazenda CARAITÁ de propriedade
do Dr. Jaime Paiva, fazendeiro na zona, e cuja familia num gésto
carinhoso comemorando o centenario da elevação a município fez
construir um muro e jardim em torno da figueira histórica.
APÊNDICE II
FORMOSA DA RIBEIRA
E continuando :
“ Procuremos pois figurar e desenvolver esta hipótese ; no rede
moinho produzido pelas correntes neptunianas desse cataclismo ou
dilúvio, transformou-se o aspecto do terreno e sem dúvida, nos lu
gares em que as correntes mais se acentuaram, formaram -se depres
sões onde acumularam esse montões de destroços.
Ai, de envolta em a sorte de matérias orgânicas vegetais, vieram
os moluscos, os peixes e cetáceos , bem como outros animais, inclu
sive o homem , de que parte pereceu nesse cataclismo”.
E acrescenta mais , que com o recuo das águas, ficaram os des
troços emergindo como ilhas, concluindo :
“Esta hipótese, aliás aceitável, é a mais consentânea com a opi
nião do dr. Carlos Rath e outros sábios, que não trepidam talvez,
em classificar os sambaquis de anti -diluvianos, recuando a sua for
mação ao período terciário, o que ao menos, era a opinião de Rath ”.
E o Dr. Carlos von Koseritz acrescenta :
“ ...hesito em chamar sambaquis, porque são pequenas, tendo
pouca altura e cobrindo uma área de 5 a 10 metros em quadro, ao
passo que aquilo que vulgarmente denominamos Sambaquis, são al
tas colinas .
“ As ostreiras, acham -se nos cômoros d’areia, em linha que dista
1 1/2 a 2 léguas da atual praia, o que prova quanto tem crescido a
terra naquelas regiões, porque, segundo toda a probabilidade, não
contém esses depósitos idade superior a 6.000 anos, em vista dos
objectos que foram achados”.
E conclue:
“Em todo o caso, estiveram essas ostreiras outrora à praia -mar,
da qual se acham hoje recuadas 1 1/2 ou 2 leguas” (” ) .
Restos de cozinha
DESMEMBRAMENTO DA FREGUEZIA
ainda
am
mesmo alguns que vivem de negocio, p. ' isso em oc
caz ." de ajuntamento de Povo, há maior motim vozes al
teradas, como aconteceo na proxima passada festa da Pa
droeira, onde tambem seaxou o Juiz Ordinario desta Villa
com os Seus Officiais de Justiça a darem poses de Sems
marias e de cultivados, e he dever q' esta Authoridade de
via castigar o maior excesso quando ouvesse, salvo sendo
o dito excesso praticado pellos mesmos Officiais, ou elles
fizeram objecto de escandallo, que por serem pessoas q' em
tam lograram ali maior consideraçam ficaram impunidos 1
como refere a representaçam, sobre as quais determina
çoins parese me não Competir indagaçam . Emquanto ao
demais, sobre as pessoas da minha jurisdiçam q' axei em
termos de Castigo o tenho feito para sua emenda mandan
do- os vir prezos a esta Villa onde foram Corrigidos segun
do sua culpa mereseo, e por oras fica aquella Freguezia so
segada e seos habitantes pello que pertence a minha re
partição. Tenho emfim informar a V. Ex." que as asuadas
a este respeito sam superiores aos acontecomentos, que te
nho hé naca, e tras por fundamento o dezejo de tres ou
quatro habitantes, que pertendem desmembrar aquella Fre
guezia desta Villa para a criação de huma nova Villa inde
pendente desta, como agora acabo de intentar. He o que
posso informar a V. Ex .' que mandará o que for servido.
Iguape 9 de Dezembro de 1820” ( 1 )
Jozé Antonio Peniche
Cap. Mór
* * *
COMARCA DE XIRIRICA
Data da 1.a
N. Nomes audiencia Ultima
IVAPORUNDUVA
LENDAS E TRADIÇÕES
VULTOS NOTÁVEIS
luz.
Como era de prever, o nosso Montenegro venceu com muita
Exerceu por alguns anos a promotoria pública nesta província.
Mudou -se depois para o Rio de Janeiro, onde faleceu.
IV PRESERVAÇÃO DO ACERVO :
V BIBLIOTECA :
VII – PUBLICAÇÕES :
Não obstante as dificuldades financeiras por que passa o Gover
no do Estado, e, por conseguinte o Departamento do Arquivo, as
suas publicações continuaram em ritmo normal. Durante este ano
foram publicados:
" Inventários e Testa
mentos" Vol . 38 2.000 exemplares
“ Documentos Interes
santes" Vol . 74 2.000
“ Pequeno Histórico e
Prontuário do De
partamento do Ar .
quivo do Estado" e
dição ilustr. ... 2.000
"Noções de paleogra
fia " 2.000
“ Documentos Avul
sos” Vols. 4 , 5 4.000 exemplares
" Boletim " Vol . 13 2.000
“ Documentos Interes
santes" Vols . 75 , 76 e 77 6.000
" Inventários e Testa
mentos" Vols . 39 e 40 4.000
X ALMOXARIFADO:
XI - EXTINTORES DE INCÊNDIO:
1 ) – Atribuições:
a) recebimento, da parte de todas as Secretarias
de Estado, de processos, com andamento já so
lucionados e que se destinam a arquivamento
definitivo, o que faz em suas dependências;
b) extração de certidões de contagem de tempo,
de funcionários e professôres, mediante busca
e consulta nos mapas, fôlhas de pagamento ou
de frequência;
c) arquivamento e classificação de todos os talões
canhotos, vindo do Registro Civil e do Regis
tro Geral de Imóveis de todo Estado de São
Paulo .
2) – Movimento de papéis :
Ofícios expedidos 769
Buscas 878
176 Relatório do ano de 1954 e seu programa para 1955
Informações 80
Requisições 1.427
Papéis fichados 13.291
Papéis classificados 191.713
Total . 208.163
3) Buscas:
Total 878
des 1650 – 30
de Domingos Alves 1650 - 6
de Francisco B. de 99
Brito 1651 10
99
do .. 1650 10
Relatório do ano de 1954 e seu programa para 1955 177
b) Século XVIII
Recenseamento da Capital:
Bairro de S. Ana 1778 54 Pgs .
Bairro de N. S. do Ó 1779 – 45
Capital (Maço 5 - Pasta N. 1 ) 49
Bairro de V. S. da Penha e S.
Mignel 1778 47
Maço N. 4 (pasta N. 8) 34
Cópia dos Relatórios do Livro de Ins
trução Pública 1 p8
Catálogo 62 pgs .
99
2) – Classificação de Documentos:
Classificação de documentos diversos
nológica 4.477
Classificação de autos cíveis 2
Diversos :
Relatório da Fazenda Modelo 20
Outros Assuntos ... 101
4) – Organização de Documentos:
Para atender aos consulente que no presente exer
cício procuraram esta Seção foram os documen
tos classificados em ordem cronológica e para tal
elaboramos 1.591 fichas.
5) Pesquisas:
Foram feitas diversas pesquisas sobre os seguintes
assuntos :
“Maços da Capital”
“Atos do Governo Provincial”
" Inventários e Testamentos"
" Sesmarias "
" Creações de Vilas "
“ Engenhos de Açucar, Fazenda de Café, Algo
dão , etc. ”
“ Registros de Terras"
" Leis Provinciais ”
“ Professores Públicos e Vatrícula de Professôres”
Relatório do ano de 1954 e seu programa para 1955 179
6) Catalogação de Documentos:
Inventários Já Publicados
classificados em ordem crono
lógica em N. de 408 ... 1 catálogo 18 pgs.
Inventários - Não Publicados -
classificados por ordem crono
lógica em N. de 1.350 1 catálogo 55 pgs.
7) - Certidões de Terras:
Foram expedidas 105 ( cento e cinco) certidões de
registros paroquiais, somando a importancia total Crs
57.193,10 (cinquenta e sete mil e cento e noventa e
três cruzeiros e dez centavos ).
8) – Serviço de Fotografia:
Encontrando -se o Livro N. 159 – Paróquia do
Brás – em precárias condições e sendo o mesmo de
inestimável valor, nós houvemos por bem fotografá
lo, serviço este feito em nosso laboratório.
Encadernação e Restauração :
Uma das principais funções do Departamento do
Arquivo é a preservação dos, documentos e como
com o decorrer do tempo èsses documentos tendem
à deterioração é de relevante importância os traba
Thos de restauração e encadernação de nossos docu
mentos.
Sub -Empenho 12
Requisição de pagamento 35
Atestados de ocupação do prédio 11
2 ) – Serviço do Pessoal:
a ) Dispensa :
Foram dispensados, a pedido, nos termos do art.
16 letra “ a ” da Lei 1.309 de 29.11.1951 , os fun
cionários extranumerios:
Por ato de 30.5.1954 Célia Marcondes Faria
Escriturário .
Por ato de 5.6.1951 – João Pio Lourenço Ser
vente .
Por ato de 7.12.1954 Alaide Valverde Es
criturário .
b) Admissão :
c) Aposentadoria:
Foi aposentado, nos termos do art. 91 da Cons
tituição do Estado, por decreto de 15 de feve
reiro de 1954, o Sr. Antonio Paulino de Almeida,
Paleografo, padrão “ S ” .
d ) Nomeação :
Por decreto de 15.2.1954 , nos termos do art.
10 , item III do decreto N. 12.273 de 28.10.1941, o
Sr. Américo Vendes, para exercer em caráter
efetivo o caro de Paleografo, padrão “ S ” .
Por decreto publicado no Diário Oficial de
9.3.1954 , foi nomeado nos termos do art. 16. itern
III, do Decreto-Lei N. 12.273 , de 28.10.1941,
combinado com o art. 5.º da Lei N. 1.452 de
26.12.1951, para exercer em caráter efetivo, e em
virtude de aprovação em concurso , o cargo da
classe “ G ” da carreita de Escriturário , o Sr. Pli
nio Magalhães da Cunha.
e) Comissionamento :
Foi declarado à disposição deste Departamen
to , nos termos do art. 41 do Decreto -Lei 12.273
de 28.10.1941, a partir de 17.2.1954, até 31.12.5.1,
o Sr. José Aparecido Caruso Netto -- Diretor,
padrão X lotado na Secretaria da Educação
Foi declarada à disposição da Delegacia Re
gional do Ensino de Taubaté, nos termos do art.
41 do Decreto -Lei N. 12.273 de 28.10.41, por
decreto de 16.6.1954, dona Varia Consuelo Lobo
Bela Tupinamba Americano do Brasil, lotada
neste Departamento.
f) Remoção :
Foi removida por decreto de 27.7.1954, nos
termos do art. 71, do Decreto - Lei x 12.273 de
28.10.1941, dona Varia Caetana de Faria Can
gi , Escriturário efetivo classe “ G ” , lotada no Ins
tituto Feminino de Educação “ Padre Anchieta ".
3) Biblioteca :
Foram protocolados:
Requerimentos e certidões 160
Talões 10.020
Registro de Imóveis 11.525
Óbitos 3.715
Casamentos 1.376
Ofícios 1.525
Processos 6:25
Desquites 537
Atestados 120
Retificações 837
Legitimação 620
Araçariguama 36
Arujá 110
Arujá 111
Araraquara 141
Atibaia 112
Bairro Alto 46
Bananal 52
Barreiro 16
Batatais 18
Relatório do ano de 1954 e seu programa para 1955 183
C - PRESERVAÇÃO DO ACERVO .
Prosseguirá, em caráter constante e rotineiro , a lim
peza e desinfecção, bem como a restauração, quando ne
cessário, dos documentos que estão sob a guarda do De
partamento do Arquivo.
D – BIBLIOTECA.
F - PUBLICAÇÕES.
Apezar da verba para publicações, no orçamento do
Estado para 1955, ser bastante reduzida, o Departamento
espera que, por meio de suplementação ou transferència
de verbas, ou outras medidas , o Governo não o desampa
re, facilitando-lhe o prosseguimento de suas publicações,
tão procuradas pelos estudiosos da história .
Com a atual verba orçamentária para 1955 dará o De
partamento publicidade a novos volumes de:
“ Inventários e Testamentos”
“ Documentos Interessantes”
“ Documentos Avulsos ”
“ Boletim do Departamento do Arquivo”
Poderão ainda ser publicados outros livros de interès
se histórico, caso haja verba suficiente .
G - APARELHO DE MICROFOTOGRAFIA .
I - DOCUMENTOS ANTIGOS.
A - REORGANIZAÇÃO DO DEPARTAMENTO .
Já em 1952, por ser a atual organização do Departa
mento , obsoleta, foi proposta a reorganização geral do Do
186 Relatório do ano de 1954 e seu programa para 1955
B MATERIAL .
C - PESSOAL .
ciais da Câmara (3) “ q' a ele lhe era ora vindo a sua noticia q' se
havião feito hú ou dous autos dele de que ele andava seguro”.
Por isso, como também por não faltarem mais de oito dias para
o fim do prazo durante o qual devia servir, pedira demissão
(“largava a vara em dita camara”) e os camaristas tinham aceito :)
pedido. Havia , porém , alguma cousa mais, além daquele ou daque
les autos de que ele andava seguro ”. O juiz, Paulo de Proença, que
aguardava a primeira ocasião para segurá -lo também , declarou que
o condenava em 500 réis, “por não mãodar halimpar os mõturos
e ter servido hú mes antes de terem feito os autos dele ”. João Pires
gaguejou: “andara homeseado”. Mas o juiz não aceitou a desculpa,
e “ouve por codenado ao dito João pires q' serve nesta dalmotasel
mais quinhêtos reis cõforme as ordenações del Rei noso sñr por
asino dito têpo a dita vara trazer e não mãdar halimpar os mõtu
ros” (4) .
2
14 ) João Ramalho , que exercera o cargo de guarda -mor do chamado " Cam
po " de cima da serra antes da criação da vilaa de S. André ( Fr. Gaspar da Madre de
Deus, Memorias para a historia da Capitani de S. Vicente, livro I , § 158 in fine ) ,
foi nomeado capitão da vila por Tomé de Sousa , conforme declara êste na citada
sa
carta de 1.0 de Junho de 1553 ( Conf . História da Colonização Portuguê do Brasil,
vol . 3.9 , p . 365 , 2. & col . ) .
No livro de vereanças de S. André e em documentos nele transcritos. João
Ramalho é designado coino : capitão e alcaide-mor do campo ; alcaide e guarda
mor; alcaide-inor e guarda do campo ; capitão e alcaide-mor e guarda do campo ;
capitão e guarda -mor ( Conf . Atas p . 30 in fine , 37 , 42, 57 , 58 e 65 ) .
Também foi vereador em 1557 ( V. ibidem , p . 58-68 ) e voltou a servir em 1558,
11a ausência do vereador eleito , Álvaro Anes (V. p. 72-74 ) .
194 CURIOSIDADES DA HISTÓRIA PAULISTA
21 ) - Pág. citada .
22 ) Atas, p . 39 .
23 ) Ibidem .
24 ) Atas, p . 46 .
25 ) Conf . n . 2 supra .
54 ) Pág . 124 .
55 ) Pág . 125 .
56 ) Págs . 125 e 126 .
57 ) Pág . 133 .
200 CURIOSIDADES DA HISTÓRIA PAULISTA
rarece que, dias depois, o preso foi solto (ou fugiu ), porquanto
aos 19 do mesmo mès os edis puderam reunir-se na casa da Càma
ra (58).
14
Porque seria que a simples presença de um prisioneiro obrigas
se os representantes do povo a desocupar o edificio cuja construção
devia ter sido sabiamente delineada e mais sabiamente executada ?
Na ata da supracitada vereança de 29 de Novembro de 1578, o escri
vão declaraya que a casa do Concelho era “pequena” e nela havia
um prèso (59).
O ser pequena a casa não seria motivo suficiente. Devia ha
ver dois ou mais compartimentos, de modo que o preso ou os presos
não perturbassem o andamento dos trabalhos edílicos ... Pois a ver
dade é que não havia paredes internas, tabiques ou divisões seme
· Ihantes: a casa era “ toda húa ”, conforme se lè na ata de 24 ("vinte
catro") de Janeiro de 1579, dia em que os representantes do povo fo
ram reunir -se “em as pouzadas do vreador amtº preto”, porque aque
la casa estava (mais uma vez !) “ocupada com hú prezo” (60 ).
E não foi esta a última vez... Vas deixemos para outra ocasião
o resto da história , que é longa, da encantada casa do Concelho.
1.5 -
58 ) Pág. 134 ,
59 ) Atas , vol . 1.º, p . 125 .
60 ) Vol . cit . , p . 135 .
61 ) Pág. 135 cit .
62 ) Págs . 137 e 138.
CURIOSIDADES DA HISTÓRIA PAULISTA 201
beiro, lhe disse que “ se tinha algú ofisio maquaniquo ho declarase ":
ao que Ribeiro respondeu " que não era ofisial maquaniquo e que
sendo que se achase telo desistia doje pa sempre do ofisio que se
lhe achase ter ” (77 ) .
Antônio Álvares Couceiro, que exercia a profissão de seleiro e
era juiz do ofício (78), resolveu melhorar de condição social . A 22
de Outubro de 1639 foi à Câmara de S. Paulo e declarou que
" porquoanto ele era hú omen velho e tinha bès bastantes pera po
der sustentarse sen uzar do dito ofisio pera guozar das onras liber
dades dos omès nobres desistia do dito ofisio e de juis do ofisio e
mais dele não queria usar en tenpo algú ”.
Os camaristas “ mandarão tomar seu desistimento e que mais
não uzase do dito ofisio pera poder guozar das onras liberdades dos
omens nobres” (79).
Conseguiu o que queria : pouco tempo depois foi eleito vereador
para o ano seguinte (80).
21 -
No limiar do último quartel do século XVI ainda havia, na Ca
mara de S. Paulo , falta de vários objetos da máxima necessidade.
conforme se vè da ata da sessão de 6 de Fevereiro de 1575, à qual
esteve presente o capitão -mor e ouvidor da Capitania, Jerònimno Lei.
tão. Assim , faltavam : “ húa quaixa că suas fechaduras på nela estar
os papeis da camara como ell rei mandava ”; “ húa ballansa co húa
aroba de pezos”, o que “ fazia muito grande mígua ”. Enfim , não ha
via “medida pr'medir nè afillar ( aferir) as medidas” e “hú padrão
pri vara e covado ”. Mas, o pior é que também “não avia dr" du
C ” (dinheiro do Concelho) pri ce poder cõprar” aquilo tudo. () ca
pitão -mor autorizou então o lançamento de uma finta de 10 cruza
dos, e o povo “ a prezente estava ” declarou que “ era cotente q os
citos dez cruzados se fintasen p ' todos os moradores desta villa
('ada hú como lhe fose lansado” (81 ).
Outras " fintas" haviam de vir. pelos tempos afora ...
22
No mesmo ano , o procurador do Conselho, João Fernandes,
de posse dos 10 cruzados da contribuição popular, sugeria que, com
uma parte dessa importància, se adquirisse à caixa destinada a re
81 ) Ibidem , p . 109 .
83 ) Atas da Câmara de S. Paulo , vol . 1.9 , p . 170 in fine.
206 CURIOSIDADES DA HISTÓRIA PAULISTA
Mais tarde, à vista das queixas contra uns forasteiros que “de
famavão os homes onrados e erão prejudiciaes na tera ê materias de
onra ”, determinaram os camaristas que todos aqueles indivíduos,“ de
qualquer calidade e condicão ” que fossem , se retirassem da vila (
traslado dos “ róis” dos eleitos para os cargos da Câmara (91 ) e cer
tidão de quais os vereadores que estavam servindo. Prevendo uma
objeção, observava: “ visto estar já a pauta aberta e publicada e não
ser já segredo de justiça”.
Os camaristas, que deviam ter adivinhado até onde o requeren
te queria chegar, despacharam :
“Declare o supplicante como quem ( isto é, em que qualidade)
pede o traslado conteudo na petição ”.
Manuel da Cunha informou que fizera o pedido “ como pessoa
que levou votos nos ditos roes ”.
Não podia haver a menor dúvida: o homem planejava um goi
pe nas apurações. Daí outra exigència dos oficiais:
“ Declare o supplicante em cujo juizo pretende requerer sobre
esta materia que pede e satisfeito torne ”.
O interessado revestiu -se de paciència e escreveu :
“Peço para requerer diante do ouvidor geral”.
E ficou esperando. Passados mais de 30 dias, eis que surge o des
pacho final e fatal:
“Não ha logar de se dar o traslado que o suplicante (pede) por
quanto tudo o que está na Camara e nella se trata é segredo" (92).
Era demais ! Pura chicana eleitoral! E se tudo era segredo. por
que o não disseram logo ?
Com toda a razão , o Manuel não se conformou : interpos agra
vo para o ouvidor geral da Repartição do Sul, protestando por per
das e danos, etc., etc. (93 ).
Infelizmente, não se sabe qual a decisão ; mas não podia ter sic )
favorável aos edis.
Mais arbitrário do que estes , só o procurador do Concelho do
ano de 1650, Pedro Dias Botelho, que merecia ir parar nas caldeiras
do seu homònimo... Pois ésse representante do povo tivera o arrojo
de insuflar aus colegas que ordenassem que nenhúa pessoa subisse a
caza donde se costuma fazer audienssia senão quãdo por elles ditos
officiaes da camera fossem chamados tendo que requerer e isto por
se ivitarem incomvinientes e não se ouvirem as couzas que em ca
mera se comunicão ” ! (94).
1
1
CONTRASTES E ABSURDOS DA ESCRAVATURA NO BRASIL
AMERICO MENDES
fòsse por motivos egoísticos. Mas esse principio lógico não prevale
cia , o que se pode concluir tanto pelos castigos corporais menos
crueis, como pelos excessos cometidos, porque no final das contas, o
escravo , fazendo parte da riqueza, decretava a opulência de famílias
e de fazendeiros e por isso precisava ser considerado como um pa
trimonio , já porque os efeitos fatalmente se fariam sentir na produ
tividade do trabalho, já, porque influenciariam e infundiam em todos
os negros, desejo de fuga . E tanto isso é verdade que o assunto
foi motivo de muitos decretos e ordens, não somente contra os fu
gitivos, mas tambem contra os que facilitassem a fuga, sob qualquer
forma e contra quem acoitasse escravos fugidos. Essa ausência de
uma melhor compreensão surge nos nossos dias como um lamenta
vel absurdo e uma falta de senso , naturalmente com as exceções, tra
duzidas pela permanència de escravos nas casas e fazendas de seus
senhores, mesmo depois da Lei Áurea, porque nelas, eles se sentian
protegidos e de uma maneira ou de outra satisfeitos com as condi
rões de vida que lhes eram oferecidas. A par de pessoas de menta
lidade elogiável, pois sempre houve reação contra a escravatura e
quem dispensasse aos negros um tratamento condigno, influencia
vam no problema, talvez em maior número, individuos, cuja con
cepção ou sentimentos não lhes permitiam enxergar um pouco alem
dos efeitos imediatos. Daí os absurdos tremendos e mais ainda. Nā )
foi possível aproveitar ao máximo, ou mesmo na medida do razoavel
a força e a atividade do escravo em benefício do solo e da própria
riqueza do país.
() problema dos negros fugidos foi enorme e já quando conta
vamos com imprensa, eram comuns os anuncios que podem ser com
parados com as atuais seções de “ Achados e Perdidos". Anteriormen
te havia os bandos de recapturação. Quem se der ao trabalho de
percorrer os periódicos da época, encontrará um sem número de
anúncios oferecendo gratificações pela indicação ou entrega de pre
tos fugidos. E o que chama mais a atenção nesses anúncios são os
pormenores e características que os interessados davam para possi
bilitar e facilitar a identificação dos procurados. São dados de fat
curiosos, dignos de serem transmitidos aos leitores, como tambem
a disparidade das gratificações oferecidas.
Do “ Compilador Paulistano ", retiramos alguns anúncios, na cer
teza de que não somente o seu conteudo, como o espírito que cles
cerram , oferecem matéria muito interessante, como se verá :
Rs 20S de Gratificação
tes: estatura alta, cheio de corpo, pouca barba, nariz chato, olhos vi
vos, andar pachorro, apparencia de homem forro, feições alegres,
maneiras insinuantes, com oficio de alfaiate, idade de 30 annos mais
ou menos, e costuma levar jaqueta preta ou branca, calça azucs on
de algodãozinho trançado, camiza branca fina. Quem delle der
noticias certas ou leval- o á dita fabrica RECEBERRÍ A GRATIFI
CAÇÃO ACIMA VENCIONADA ”.
1005000 de gratificação
208000 de gratificação
203000 de gratificação
“ Fugio no dia 9 do corrente, da casa da rua do Quartel n . 1 )
um negra Mina de nome Maria, velha, com alguns cabellos bran
cos, aita de corpo, e tem cara lanhada, cuja escrava foi por muitos
inos da Sra . D. Maria Rezende, cla rua de S. Gonçalo a qual foi
arrematada em praça, quem a apprehender ou della der noticias
Cactas na casa acima receberá a gratificação. Protesta- se com todo
u rigor da lei contra quem a tiver acoutado” .
Apêndice
I A Cidade Velha 103
II Formosa da Ribeira 105
III Breves Notas sobre os Sambaquis de Cananéia 109