O documento trata de recursos de candidatos no Exame de Ordem sobre itens de uma peça prática profissional. Nos sumários dos itens, o autor do recurso argumenta que as respostas dos candidatos deveriam receber maior pontuação pois demonstram entendimento adequado dos temas, embora não idênticos aos gabaritos.
O documento trata de recursos de candidatos no Exame de Ordem sobre itens de uma peça prática profissional. Nos sumários dos itens, o autor do recurso argumenta que as respostas dos candidatos deveriam receber maior pontuação pois demonstram entendimento adequado dos temas, embora não idênticos aos gabaritos.
O documento trata de recursos de candidatos no Exame de Ordem sobre itens de uma peça prática profissional. Nos sumários dos itens, o autor do recurso argumenta que as respostas dos candidatos deveriam receber maior pontuação pois demonstram entendimento adequado dos temas, embora não idênticos aos gabaritos.
No item 4 do espelho da peça prática a banca requereu como resposta correta no
mérito do pedido o fundamento de que “Nulidade decorrente do não oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo (0,30), tendo em vista que o crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e familiar contra mulher ou tendo em vista não ser aplicável a previsão do Art. 41 da Lei nº 11.340 pelo fato de a vítima ser homem (0,20).”, atribuindo 0,50 ao item. O recorrente, nas linhas 42 a 48, apresentou o seguinte argumento: “Ocorre que est pode é um poder-dever do MP, não podendo deixar de oferecer tal benefício ao Réu, tendo em vista que que este se encaixa nos requisitos necessários. Conforme o art. 89 da lei 9099/95. Vale ressaltar que o réu não se encaixa nos requisitos do art. 41 da lei 11340/06, devendo portanto ser afastada a incidência da 5536 do STJ ”. Primeiramente há de se consignar que o recorrente logrou êxito apontar o cabimento da suspensão condicional do processo, sendo este o requerimento contido no trecho que se destaca. Ressalte-se ainda o fato de o recorrente acertadamente mencionar o não cabimento do art. 41 da lei n° 11.340. o espelho é extensivo na pontuação considerando a menção à ausência do contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher, fato este que foi devidamente apontado pelo candidato. Posto isso, o ora recorrente faz jus à majoração de sua nota em 0,20, atingindo o total da pontuação atribuída no item de 0,50 Item 5
No item 5 do espelho da peça prática a banca requereu como resposta correta no
mérito do pedido o fundamento de que “No mérito, reconhecimento do estado de necessidade (0,40), que é causa excludente da ilicitude (0,20), na forma do Art. 24 ou do Art. 23, inciso I, ambos do CP (0,10)”, atribuindo 0,70 ao item. O recorrente, nas linhas 71 a 77, apresentou o seguinte argumento: “Luiz protegeu o bem vida em detrimento do bem integridade física de seu irmão. Circunstância e atitude na qual lhe era razoável, portanto, estando em conformidade com o art. 24 do CP. Apesar de o fato ter sido típico, ele é lícito tendo portanto a normal consequência de exclusão do crime, conforme o art. 23, I do CP”. É inequívoca a convergência entre o espelho e a resposta do recorrente, tendo o item sido atendido em sua totalidade. O reconhecimento do estado de necessidade foi pedido em sua literalidade, bem como a fundamentação legal apontada como correta pela banca. Com relação ao apontamento de que a causa é excludente de ilicitude, embora o candidato não tenha apresentado a resposta tal qual consta no espelho de correção, o candidato demonstrou possuir o conhecimento acerca da consequência do reconhecimento do estado de necessidade, o que fica absolutamente demonstrado no trecho das linhas 74 a 77, que segue: “Apesar de o fato ter sido típico, ele é lícito tendo portanto a normal consequência de exclusão do crime, conforme o art. 23, I do CP”. Dito isto, conclui-se que a resposta encontra-se completa e adequada ao que foi solicitado pela banca, de modo que deve ser majorada a nota do candidato em 0,20, atingindo o total atribuído ao item, qual seja, 0,70 ponto. Questão 1
Letra A)
Na letra A da questão 1 a banca requereu como resposta correta a indicação de “A
prisão em flagrante foi ilegal (0,20), já que não estava configurada em qualquer das situações previstas no Art. 302 do CPP (0,40).”, atribuindo ao item 0,60 ponto. É inequívoca a convergência entre o espelho e a resposta do recorrente, tendo o item sido atendido. E o atendimento foi feito nas linhas 01 a 05: “Gabriel não poderia ter sido preso pois não estava mais em condição de flagrante tendo em vista que os requisitos da prisão em flagrante do art. 302 do CPP não foram cumpridos, tendo sido preso em flagrante dias após a suposta prática de crime”, ou seja, ficou claro a resposta quanto à ilegalidade da prisão por não existir nenhuma das situações caracterizadoras de flagrante. Nota-se, Doutores Julgadores, que o candidato apenas não mencionou expressamente a ilegalidade da prisão e, por isso, não obteve a pontuação integral a este quesito. Ocorre que, diante da resposta exposta pelo recorrente, a ilegalidade da prisão é incontestável, notadamente quando há apresentação até mesmo da fundamentação jurídica para tal. Há, no caso em comento, demonstração do conhecimento jurídico e científico do candidato acerca do tema, que é o que se espera em uma prova subjetiva, na qual deve haver demonstração do conhecimento técnico a ser sopesado pela banca examinadora, ainda que a resposta não esteva ipsis litteris ao que dispõe o espelho. Posto isso, diante do inequívoco atendimento ao que se pede, requer a majoração da nota do recorrente em 0,20, e o consequente atingimento da pontuação máxima do item, 0,60 ponto. Questão 1
Letra B)
Na letra B da questão 1 a banca requereu como resposta correta a indicação de que
“Sim, o argumento seria de que ocorreu erro de proibição OU erro sobre ilicitude (0,40), nos termos do Art. 21 do CP (0,10), que poderia funcionar como causa de isenção de pena OU que afasta a culpabilidade do agente OU que afasta o potencial conhecimento da ilicitude (0,15)”, atribuindo 0,65 ponto ao item. É inequívoca a convergência entre o espelho e a resposta do recorrente, tendo o item sido atendido conforme depreende-se do trecho que segue nas linhas 16 a 19: “Na circunstância apresentada, Gabriel cometeu o erro de proibição, onde sendo reconhecido poderá absolve-lo ou em caso de previsão legal poderá responder a título de culpa, conforme o art. 21 do CP”. A banca já reconheceu pontuação parcial na questão em análise, qual seja 0,50 ponto. No entanto, depreende-se do trecho transcrito que o candidato faz jus à pontuação integral da questão, uma vez que também cita o afastamento da culpabilidade do agente, ainda que não de forma literal. Além do sentido jurídico perfazer todo o liame argumentativo da resposta apresentada pelo candidato o atendimento ao item proposto está mais fortemente presente no trecho das linhas 17 e 18, “, onde sendo reconhecido poderá absolve-lo.” Logo, requer seja majorada a nota do candidato em 0,15, atribuindo a totalidade da pontuação da questão, ou seja, 0,65 ponto. QUESTÃO 2 LETRA A) Na letra A da questão 2 a banca requereu como resposta correta a indicação de que “Luiz poderá ser beneficiado por eventual causa de diminuição de pena em razão da tentativa, mesmo não apresentando recurso, tendo em vista que se trata de circunstância objetiva ou de caráter não exclusivamente pessoal (0,30). A participação de menor importância é circunstância pessoal, não se estendendo ao corréu (0,25), nos termos do Art. 580 do CPP (0,10).”, atribuindo ao item o valor de 0,65 ponto. Com efeito, o ora recorrente, nas linhas 1 a 7, deixou o seguinte entendimento: “Tendo em vista que os réus foram acusados pela mesma infração penal tendo como base o art. 29 do CP Luiz poderá aproveitar os benefícios do recurso interposto por José desde que se fundem em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal. Conforme o disposto no art. 580 do CPP ”. Restou clara a convergência entre o raciocínio apresentado e o comando do item, uma vez que o candidato indicou que ainda que Luiz não tenha apresentado recurso, poderia beneficiar-se do reconhecimento da modalidade tentada do crime, pois não se trata de motivo de caráter exclusivamente pessoal, em contraponto à circunstância da participação de menor importância. A resposta encontra-se completa e adequada ao que foi solicitado pela banca. No entanto o examinador deixou de atribuir a pontuação referente à correta indicação de que Luiz poderá ser beneficiado pelo eventual reconhecimento da tentativa mesmo não tendo apresentado o recurso, que, como depreende-se do trecho ora transcrito, foi devidamente atendido pelo recorrente. Embora o candidato não tenha apontado a resposta com a literalidade do gabarito, é patente a convergência de sentido lógico-jurídico, uma vez que se reconhece o aproveitamento pelo réu do benefício da tentativa e o não aproveitamento pelo benefício da circunstância de menor importância. Posto isso, o ora recorrente faz jus à atribuição da pontuação total do item de 0,65, uma vez que também apontou corretamente a fundamentação legal exigida. Questão 2
Letra B)
Na letra B da questão 2 a banca requereu como resposta correta a indicação de que
“Sim, o argumento seria de que ações penais em curso não podem ser valoradas de maneira negativa ao réu no momento de aplicação da pena base (0,35), sob pena de violação ao princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade (0,15), conforme Súmula 444 do STJ OU Art. 5º, inciso LVII, da CRFB (0,10)”, atribuindo 0,60 ao item. Primeiramente há de se consignar que o recorrente logrou apontar, nas linhas 13 a 18, a impossibilidade de ações em curso serem valoradas de maneira negativa no momento da aplicação da pena base, como se verifica a seguir: “Luiz poderá ter sua pena fixada no mínimo legal conforme o art. 59 do CP, em virtude que ações penais em curso não configuram maus antecedentes, ou seja, Luiz deve ser considerado primário e de bons antecedentes, conforme a Súmula 444 do STJ”. Nota-se pelo trecho apresentado que o candidato preencheu todos os requisitos de pontuação exigidos pela banca, qual seja, explicitamente, o apontamento de que as ações penais em curso não podem ser valoradas de maneira negativa ao réu no momento da aplicação da pena base, bem como a correta fundamentação legal exigida. Assim, em que pese a interpretação atribuída pela banca examinadora ao não considerar a pontuação referente à menção ao princípio da não culpabilidade, o candidato faz jus a esta pontuação, haja vista demonstrar o sentido jurídico a respeito do tema, cumprindo registrar que sua resposta está em conformidade com a doutrina unânime, bem como o entendimento jurisprudencial, quando da conceituação do referido princípio. Posto isso, o ora recorrente faz jus ao total da pontuação atribuída no item de 0,60 QUESTÃO 4 LETRA A) Na letra A da questão 4 a banca requereu como resposta correta a indicação de que “. Sim, tendo em vista que o crime em tese praticado envolveu violência à pessoa OU porque foi praticado no contexto da violência doméstica e familiar contra mulher, impossibilitando a proposta de ANPP (0,55), nos termos do Art. 28-A, caput, do CPP OU do Art. 28-A, § 2º, inciso IV, do CPP (0,10)” atribuindo 0,65 ponto ao item. Primeiramente há de se consignar que o recorrente foi preciso ao apontar, nas linhas 01 a 03, que existem argumentos para questionar a proposta de acordo de não persecução penal formulada pelo Ministério Público, ao escrever: “Ainda que tenha sido lesão corporal de natureza leve, o réu não poderia receber tais benefícios, conforme o art. 41 da lei 11.340” Ademais, o recorrente apontou que o crime foi praticado no contexto da violência doméstica e familiar contra uma mulher, logo, existe expressa vedação legal para a formulação de acordo de não persecução penal. Embora o apontamento não tenha sido literal, conforme o espelho da questão dispõe, a menção à Lei Maria da Penha (lei 11.340/06) é suficiente para elucidar que o contexto de violência doméstica contra a mulher está presente no argumento apresentado pelo candidato. Restou clara a convergência entre o raciocínio apresentado e o comando do item, cabendo ao candidato a pontuação referente ao item. Sendo assim, faz jus à pontuação de 0,55 a ser acrescida em sua nota.