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Língua Portuguesa

ENSINO FUNDAMENTAL
6.o ano
AULAS 1 E 2 3. Quais as semelhanças entre as imagens c e d?

Observe as imagens abaixo e responda às questões


de 1 a 4.
a)

4. Em relação à imagem a, mesmo sem a imagem do


avião na mão do garoto, poderíamos identificar que
ela está relacionada à aviação. Que elementos da
imagem nos indicam isso?

Leia com atenção o texto a seguir.


b)
O sonho de voar

c)

Uma noite tive um sonho maravilhoso: sonhei que


sabia voar. Bastava movimentar os braços, mãos aber-
d) tas ao lado do corpo fazendo círculos no ar, e eu me
descolava do chão como um passarinho, saía voando
por cima das casas e pelos campos sem fim.
Durante vários dias aquele sonho não me saiu da
cabeça.
Acabei cismando que poderia torná-lo realidade. Ia
para o fundo do quintal e, longe da vista dos outros, fi-
cava horas seguidas ensaiando o meu voo. Mexia com
as mãos, sem parar, como fizera no sonho, e nada.
Eu sabia que não era uma questão de força, mas de
1. O que as imagens têm em comum? conseguir estabelecer, com o movimento harmonioso
das mãos, um misterioso equilíbrio entre o meu peso
e o peso do ar. Como se estivesse dentro d'água e
quisesse me manter à tona: qualquer gesto mais forte
ou afobado e eu me afundava.
Pois um dia, depois de muito treino, senti que co-
meçava a ficar mais leve. Ou era só impressão? Ti-
2. Quais as semelhanças entre as imagens a e b? nha passado a fazer aqueles exercícios de calção de
banho, justamente para sentir que, sem a roupa, meu
peso era menor. E, naquele instante, parecia que eu
estava quase flutuando no ar. Experimentei dar uns
passos, bem de mansinho, como se estivesse andan-
do em cima d'água. E a sensação foi de mal estar to-
cando o chão.
30 –
Descalço, já não sentia na sola dos pés o contato 6. Na opinião do garoto, voar não dependia de força.
áspero da terra do quintal. Dependia de quê?
Por vários dias repeti a experiência. Ao fim, já sa-
bia instintivamente os movimentos que tinha de fazer
com o corpo para começar a flutuar, como alguém que
tivesse aprendido a nadar. Um ligeiro impulso com os
braços, bem devagar, levantando os cotovelos, me
fazia deslizar mansamente, como se estivesse usan-
do patins invisíveis. Apenas não tinha força suficiente
para ganhar altura, e toda vez que eu me impacientava
e fazia um movimento mais rápido, sentia meu corpo 7. Depois de ter-se exercitado bastante, segundo relato
de súbito se abater contra o solo. da personagem, qual foi o resultado a que teria
Com a prática, acabei conseguindo me erguer um chegado na sua tentativa de voar?
ou dois palmos e sair deslizando pelo quintal durante
algum tempo. Mas era pouco. Assim de pé, não podia
dizer que estivesse voando. Eu percebia que só dei-
tado, braços abertos como as asas de um pássaro, é
que chegaria a voar de verdade. Mas quando experi-
mentava me deitar e movimentar os braços como fazia
de pé, sentia que jamais sairia do chão. Era como que-
rer nadar no fundo de uma piscina sem água.
Acabei me convencendo de que, para sair voando, 8. No final da experiência, a que conclusão chegou a
eu teria de já estar no ar. Como? Subindo pela man- personagem?
gueira e me atirando lá de cima? Eu não era maluco a
esse ponto: o peso do meu corpo faria com que eu me
esborrachasse cá embaixo no chão. Era preciso que
tivesse como tomar algum impulso... Foi então que me
veio a solução.
[...] no fundo do quintal de nossa casa havia
um pequeno bambuzal. Uma das brincadeiras que
a gente fazia ali era a de se dependurarem vários
meninos num dos bambus, fazendo com que ele se 9. O texto lido pode ser considerado como resultante
entortasse até que tocassem o pé no chão. Em dado de uma aventura real ou de uma fantasia do menino?
momento todos, a um só tempo, largavam o bambu, Explique.
menos o que estivesse na ponta: este continuava
dependurado e subia como um foguete, agarrando-se
com todas as forças no bambu pra não ser atirado
longe. E ficava balançando de um lado para outro
lá em cima, como um pêndulo, até que o movimen-
to parasse de todo e ele pudesse vir escorregando
bambu abaixo.
Mais de uma vez eu participara daquela brincadei-
ra. Sendo o menorzinho, e portanto o mais leve, em
geral era o que ficava mais tempo balançando, depen-
durado na ponta do bambu.
Só que, agora, eu não ia apenas me dependurar:
ia subir com o bambu e aproveitar o impulso para sair
voando.
10. Para narrar, isto é, contar uma história, é preciso
SABINO, F. O menino no espelho. 27. ed.
introduzir no texto alguns elementos. Uma narrativa
Rio de Janeiro: Record, 1982. p. 64-7.
sempre tem um narrador, ou seja, alguém que conta
a história. Também costuma ter personagens, como
pessoas, deuses, animais e outros seres que vivem
5. No sonho, voar parecia bastante fácil. O menino os acontecimentos narrados na história. Na narrativa
cismou que poderia transformar o sonho em em questão, o narrador faz parte da história, ou seja,
realidade. Em que parágrafo do texto ele conta as é uma personagem?
providências tomadas para isso?

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11. Outro elemento que pode constar de uma narrativa é 15. Observe as seguintes afirmações sobre o texto:
o tempo, ou seja, a indicação de quando ocorreram I. O menino conseguiu voar como um passarinho
os acontecimentos. Nem sempre é necessário por cima das casas e pelos campos sem fim.
mencionar o tempo: algumas vezes ele é importante
II. O menino fez seus exercícios para tentar voar
para compor a mensagem que o texto tem por
apenas de calção de banho para ver se sem rou-
finalidade transmitir, outras não, tanto faz quando os
acontecimentos ocorreram. No texto apresentado, o pa seu peso era menor.
tempo é importante? É mencionado? III. O menino subiu pela mangueira e atirou-se lá de
cima para tentar voar.
É correto o que se afirma em:
a) I apenas. d) I e II apenas.
b) II apenas. e) II e III apenas.
c) III apenas.

12. Uma narrativa pode ou não fazer referência ao AULA 3


espaço, ao local onde ocorrem os acontecimentos.
No texto lido, o espaço é importante? É mencionado? 1. Releia o primeiro parágrafo do texto.
Uma noite tive um sonho maravilhoso: sonhei que
sabia voar. Bastava movimentar os braços, mãos
abertas ao lado do corpo fazendo círculos no ar, e
eu me descolava do chão como um passarinho, saía
voando por cima das casas e pelos campos sem fim.
Copie as palavras que têm por função nomear seres.

13. Qual a personagem principal desta narrativa?


Descreva-a.

Essas palavras que têm a função de nomear seres são


chamadas de substantivos.
Substantivo é a palavra com que damos nomes aos se-
res em geral.

14. Coloque os acontecimentos narrados no texto 2. Agora, observe as imagens abaixo.


em ordem cronológica, isto é, na ordem em que
ocorreram no tempo, de acordo com as ações
praticadas pelo menino.
( ) Convenceu-se de que para voar, teria de já
estar no ar.
( ) Concluiu que ia subir com o bambu para
aproveitar o impulso e sair voando.
( ) Sonhou que sabia voar.
( ) Concluiu que tinha de fazer como faz alguém
que aprendeu a nadar, um ligeiro impulso com os
braços, bem devagar, levantando os cotovelos.
( ) Pensou que poderia tornar seu sonho realidade.
( ) Ficava mais tempo dependurado na ponta do
bambu por ser pequeno e mais leve.
( ) Conseguiu se erguer um ou dois palmos e saiu
deslizando pelo quintal.
( ) Fazia os exercícios de calção de banho para
tornar seu peso menor.
( ) Pensou em subir em um bambu e ter o impulso
necessário para voar.
( ) Ia para o fundo do quintal e ficava ensaiando o voo.
32 –
As palavras usadas para qualificar, caracterizar um
substantivo – comum ou próprio – denominam-se adjetivos.
Em outras palavras, o adjetivo indica como é um ser, isto
é, um substantivo.
São adjetivos palavras como: maravilhoso, harmonio-
so, misterioso, áspero, ligeiro, invisíveis, bravo, calmo,
José Roberto Luchetti bonito, horrível, alto, magro, vingativo, generoso, estúpi-
Ilustrações de Angelo Abu
do, inteligente, pesado, leve e outras que qualificam um
substantivo.
Também podemos usar uma expressão para qualificar
um substantivo, a locução adjetiva. Formada por mais
de uma palavra, equivale a um adjetivo.
Exemplos: de força, do ar, dos pés, dos deuses.
editora ecipione

Texto para a questão 4.

a) Copie as palavras que têm por função nomear


As borboletas
seres dos textos que estão em destaque nos
cartazes. Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
b) Por que você acha que algumas palavras dos As belas
cartazes foram escritas com letras iniciais Borboletas.
maiúsculas e outras com letras minúsculas? Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então...
Oh, que escuridão!
Para gostar de ler – poesias. São Paulo: Ática, 1980. v. 6, p. 28.

Classificação do substantivo
Comum – indica, genericamente, todos os elementos de 4. a) Em quantos grupos o poeta agrupa as borboletas?
uma certa espécie. Exemplo: rua, luz, criança, livro.
Próprio – aquele que denomina um único ser de uma
certa espécie. Exemplo: Brasília, Gustavo, Goiás, França.

3. Circule nas frases abaixo as palavras usadas para


qualificar, caracterizar um substantivo. b) Para se referir aos grupos de borboletas, o poeta
considera determinada característica de cada
I. Uma noite tive um sonho maravilhoso... um. Que características as borboletas de cada
II. Eu sabia que não era uma questão de força, grupo têm em comum?
mas de conseguir estabelecer, com o movimen-
to harmonioso das mãos, um misterioso equilí-
brio entre o meu peso e o peso do ar.
III. Descalço, já não sentia na sola dos pés o contato
áspero da terra do quintal.
IV. Um ligeiro impulso com os braços, bem devagar,
levantando os cotovelos, me fazia deslizar mansa-
mente, como se estivesse usando patins invisíveis.

– 33
Leia as informações abaixo. 5. a) Copie apenas os verbos que indicam as ações
das pulgas que ocorreram no tempo presente.
Para indicar as ações, usam-se verbos:
“...Uma noite tive um sonho maravilhoso...”
Para indicar reações de personagens, usam-se verbos
de ligação, que indicam estados:
“E a sensação foi de mal estar tocando o chão.”
“Para sair voando teria de já estar no ar.”
Verbos também são usados para indicar fenômenos da
natureza. b) Copie apenas ações das pulgas que ocorreram
“Choveu muito naquele dia.” no tempo passado.
Ao expressar ações, estados e fenômenos da natureza,
também se indica quando ocorrem, ocorreram ou vão
ocorrer. Em outras palavras, o verbo se modifica para in-
dicar o tempo: c) Copie os verbos que indicam estado.
“Sonhei que sabia voar.” (tempo passado)
Sonho que sei voar. (tempo presente)
Sonharei que saberei voar. (tempo futuro)
Geralmente, ao contar uma história, usam-se os verbos 6. Em relação aos verbos destacados, numere a segunda
no passado (pretérito), para indicar que os aconteci- coluna de acordo com a primeira.
mentos já ocorreram.
I. Verbos que indicam ação acabada (pretérito
Para indicar que a ação está terminada, empregamos perfeito).
o pretérito perfeito do indicativo. (Perfeito, aqui, quer
dizer “acabado”: per = “inteiramente” – feito.) II. Verbos que indicam ação inacabada (pretérito
imperfeito do indicativo).
Exemplos: “Uma noite tive um sonho maravilhoso.”
“Por vários dias, repeti a experiência.” III. Verbos que indicam ação anterior a outra ação
Para indicar ação inacabada ou contínua no passa- que também ocorreu no passado (pretérito mais-
do, empregamos o pretérito imperfeito do indicativo. que-perfeito).
(Imperfeito, aqui, quer dizer “não acabado”: im = in, não, IV. Verbos que indicam estado (verbos de ligação).
per = “inteiramente” – feito.)
Exemplos: “Bastava movimentar os braços...” (  )  O menino estava cansado de tantas tentativas.
“...já sabia (...) o que tinha de fazer.” (  )  O menino treinou muito para tentar voar.
Para indicar ação anterior a outra ação que também (  )  O menino acabara de ter uma ideia.
aconteceu no passado, empregamos o pretérito mais- (  )  O menino treinava o dia todo para realizar seu
-que-perfeito do indicativo. (Mais-que-perfeito, aqui, sonho.
quer dizer “mais do que acabado”, ou seja, acabado an-
tes do perfeito.)
AULA 4
Leia o poema e responda à questão 5.
As palavras que modificam o verbo, o adjetivo ou o próprio
A poesia é uma pulga advérbio são chamadas de advérbios. Os advérbios são
A poesia é uma pulga, palavras que podem expressar:
coça, coça, me chateia, Afirmação: sim, realmente, certamente, efetivamente etc.
entrou por dentro da meia, Dúvida: talvez, possivelmente, decerto, provavelmente etc.
saiu por fora da orelha, Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, menos, demais etc.
faz zumbido de abelha,
Lugar: aqui, ali, aí, cá, lá, atrás, perto, longe, abaixo, acima,
mexe, mexe, não se cansa,
adiante, dentro, fora, além etc.
nas palavras se balança,
fala, fala, não se cala, Modo: bem, mal, assim, apenas, depressa, devagar e a
a poesia é uma pulga, maior parte dos que terminam em -mente: calmamente, tris-
de pular não tem receio, temente etc.
adora pular na escola... Negação: não, absolutamente etc.
só na hora do recreio! Tempo: hoje, amanhã, ontem, breve, logo, antes, depois,
ORTHOF, Sylvia. A poesia é uma pulga. agora, sempre, nunca, cedo, tarde, antigamente, anualmente,
São Paulo: Atual, 1992. p. 3. novamente, raramente etc.

34 –
1. Leia a anedota. 2. a) Copie do segundo quadrinho uma palavra que se
classifica como advérbio.
O vampirinho
O filho sempre entrava calmamente em sua
casa e beijava a mãe. Nesse dia, porém, chegou
b) Indique que circunstância ela expressa.
apressado e foi direto para o quarto.
Sua mãe percebeu que devia ter aconteci-
do algo muito sério para deixá-lo assim. Então,
chamou-o:
– Filho, venha aqui um pouco.
c) Que palavra ela modifica?
O menino aproximou-se dela e reclamou:
– Mãe, todos os meus amiguinhos da escola
me chamam de vampirinho...
Ela passou a mão nos afiados dentes caninos 3. a) Copie do terceiro quadrinho um exemplo de
do garoto – provavelmente pensando no que iria advérbio.
dizer – e, afinal, consolou-o:
– Eles não falam realmente por mal, meu filho!
E, pelo menos, não o chamam de abridor de latas!
b) Indique a circunstância que ela expressa.
Agora, indique as circunstâncias expressas pelos
advérbios destacados.

c) Que palavra ela modifica?

4. “Subiu o salário mínimo e eu quero a minha mesada!”


expressa
a) uma ordem.
b) um conselho.
c) um pedido.
Observe a tirinha abaixo.
d) um desejo.

Leia o mito a seguir e responda às questões 5 e 6.

Vulcano
Vulcano, segundo a mitologia romana, era o deus
do fogo, filho de Júpiter e Juno. Vulcano era um dos
deuses mais feios de todos e, quando nasceu, foi lan-
çado ao mar por sua mãe devido a sua falta de beleza
e imperfeições físicas, pois era coxo.
Quando Vulcano foi atirado ao mar, Tetis e Euríno-
me, filhas de Oceanus, o ajudaram. A figura do deus
era a de um ferreiro que criava raios, inclusive os raios
que Júpiter usava. Vulcano era casado com Vênus, a
deusa do amor e da beleza, que sempre fora apaixo-
nada por Marte, o deus das guerras. Certa vez, Vulcano
preparou uns testes para saber se a bela mulher ainda
tinha interesse por Marte. Vulcano é relacionado a He-
festo na mitologia grega.
DANTAS, Tiago. Brasil Escola.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/mitologia>.
Acesso em: 22 fev. 2017. Adaptado.

– 35
5. Empregue as paIavras indicadas nos parênteses b) Substitua esses adjetivos por outros, de prefe-
como substantivos e adjetivos nas frases a seguir. rência que transmitam a ideia contrária à do texto
Assinale se a palavra foi usada como substantivo ou original.
adjetivo. Observe que essas palavras sofrem flexão,
ou seja, são empregadas no feminino, no masculino,
no singular ou plural, dependendo das outras
palavras da frase com as quais devem concordar.

a) Vulcano, segundo a mitologia ______________


(romano), era o _____________ (deus) do fogo,
filho de Júpiter e Juno.
c) Copie do primeiro parágrafo do texto os verbos
que indicam ação inacabada ou contínua
(pretérito imperfeito do indicativo).

b) Vulcano era um dos deuses mais ___________


(feio) de todos e, quando nasceu, foi lançado ao
Leia a tirinha a seguir e responda à questão 7.
mar por sua mãe devido a sua falta de beleza
e ____________________ (imperfeição) físicas,
pois era coxo.

c) Vulcano era casado com Vênus, a deusa do amor


e da beleza, que sempre fora _______________
(apaixonado) por Marte, o deus das __________
(guerra).

Copyright  2004 – Mauricio de Sousa Produções Ltda. Todos os direitos reservados.

7. a) O que o índio está admirando?


d) Certa vez Vulcano preparou uns _____________
(teste) para saber se a ____________ (belo)
b) Que palavras o índio usou para caracterizar a lua?
mulher ainda tinha _______________ (interesse)
por Marte.

c) Como essas palavras se classificam?

d) Copie da história em quadrinhos uma locução


verbal.
6. a) No trecho “Vulcano era casado com Vênus, a
deusa do amor e da beleza, que sempre fora
apaixonada por Marte, o deus das guerras. Certa
vez, Vulcano preparou uns testes para saber se
a bela mulher ainda tinha interesse por Marte”,
e) As falas dos índios são exemplos de discurso
quais palavras foram usadas para caracterizar a
direto ou indireto? Justifique a sua resposta.
mulher com quem Vulcano se casou?

36 –
Examine o quadro a seguir e responda à questão 8.
Como na conversação usavam o latim vulgar, foi
essa modalidade que deu origem, nas diversas regi-
ões conquistadas, ao português, espanhol, italiano,
francês, provençal, ladino ou rético e romeno.
No caso do português, outros povos que conquis-
taram a região depois dos romanos, como os árabes,
também contribuíram para a formação do nosso idio-
ma, que seguiu se modificando quando os portugue-
ses colonizaram terras novas, como o Brasil.
Atualmente o português é a língua oficial de oito
países: Portugal, Brasil, Cabo Verde, Angola, Mo-
çambique, Guiné-Bissau, Timor Leste e São Tomé
Disponível em: <https://google.com.br/search?q=quadro+de+renoir&client.> e Príncipe.
Acesso em: 22 fev. 2017.

8. a) O que você sente, o que lhe vem à mente ao UM POR TODOS UMA! VIVA A LÍNGUA PORTUGUESA!
contemplar esse quadro do famoso pintor Renoir? E TODOS POR...

Texto 2

b) Em sua opinião, as pessoas em geral têm ideias Milho e fubá


e sentimentos positivos ou negativos quando
Oscar tinha um sítio. Um dia Oscar resolveu levar
veem esse quadro? Justifique a sua resposta.
na camioneta um pouco de esterco do sítio, que era no
interior de Minas, para o jardim de sua casa na capital.
Na barreira foi interpelado pelo guarda:
– O que é que o senhor está levando aí nesse saco?
– Esterco – respondeu Oscar, farejando aborreci-
mento. – Por quê? Não lhe cheira bem?
– O senhor tem a guia? – o guarda perguntou, im-
perturbável.
– Guia?
– É preciso de uma guia, o senhor não sabia disso?
AULA 5 Oscar não sabia. Perguntou ao guarda como é que
se arranjava uma guia.
Texto 1 – No Departamento Estadual do Esterco.
O guarda explicou a Oscar como é que ele devia fa-
A origem da língua zer. Oscar deixou o carro na barreira, pegou uma caro-
na e foi até o DEB, no centro da cidade.
Os romanos, grandes conquistadores, invadiram a
– DEB? Devia ser DEE – observou Oscar.
Península Ibérica, região hoje ocupada por Portugal e
– Devia ser mais não é – informou o funcionário.
Espanha, na época, habitada por povos que falavam – É DEB mesmo. Aliás, isso não é comigo, é com seu
diferentes idiomas, e aí permaneceram por mais de du- Redelvim, no segundo andar.
zentos anos. Seu Redelvim acabou de rabiscar num papel, re-
pousou a caneta e voltou-se para atendê-lo:
Na época dos romanos, existia o latim literário
– Em que lhe posso ser útil?
– quase sempre escrito, usado pelos escritores e pes-
– Dá-se o seguinte – explicou Oscar, muito amável,
soas cultas – e o latim vulgar – usado na conversação procurando despertar simpatia. Eu trouxe um saco de
do dia a dia por diferentes tipos de pessoa sem regras esterco do meu sítio...
fixas. Nas terras conquistadas, os romanos exigiam – Olha o pezinho na cadeira.
que seu idioma fosse a língua falada em sociedade. – Como?

– 37
– O senhor estava encostando o pé na minha ca-
deira, isso me dá uma aflição danada – seu Redelvim
explicou, com vozinha mansa.
– De esterco – prosseguiu Oscar, e só fazia pres-
tar atenção para não encostar mais o pé na cadeira
do homem. – Trouxe do meu sítio. Lá embaixo no pri-
meiro andar um funcionário, seu Alcides, se não me
engano, me informou que era com o senhor.
Inesperadamente, seu Redelvim SE QUEIMOU:
– Seu Alcides disse que era comigo? Pois olha,
vou lhe dizer uma coisa: eu estava exatamente redi- 3. Qual dos dois textos apresenta elementos de uma
gindo uma representação ao Secretário contra esse narrativa?
abuso: tudo é comigo, até esterco! O senhor já esteve
no Serviço de Seleção?
– Seleção de quê?
– De esterco, ora essa! Meu amigo, tem esterco 4. No texto narrativo indique:
de vaca, de galinha, até de passarinho, o senhor pode
a) Tempo:
não acreditar, mas tem.
Eu acredito – balbuciou Oscar.
– Pois então? – e seu Redelvim sorriu triunfante.
– O meu é de vaca, se me permitir informar.
– Seja do que for, o senhor tem que ir ao Serviço
de Seleção.
No Serviço de Seleção perguntaram a Oscar b) Espaço:
quantos quilos de esterco de vaca ele transportava.
Oscar não soube dizer: um punhado, um saquinho
deste tamanho, mostrou, erguendo as mãos. O fun-
cionário disse que assim não era possível: tinha de
saber o peso exato. Pesasse o esterco e voltasse,
querendo. Oscar perdeu a paciência, deixou escapar
um palavrão. Voltou à barreira, pegou seu carro e re-
gressou ao sítio com o esterco.
Ao chegar, a mulher lhe disse que ele devia ter
c) Personagens:
corrido um dinheirinho no guarda, ficava tudo por isso
mesmo. Eu venho com o milho e ela já volta com o
fubá, resmungou Oscar. Mal comparando.

SABINO, F. A mulher do vizinho. 7.


ed. Distribuidora Record, 1962.

d) Ação:
1. Qual dos dois textos pode ser considerado informativo?

2. Que informações nos traz esse texto?

38 –
5. Observe no mapa abaixo as indicações dos países que falam a língua portuguesa e os números referentes
a cada país. Sua missão e tentar localizar todos esses países no mapa. Use o espaço abaixo para indicar os
nomes dos países.

1)
_________________

2)
_________________

3)
_________________

4)
_________________

㘀 5)
_________________

6)

㐀 _________________

㈀ 7)
㄀ 㠀
_________________

_________________

8)
_________________

As questões abaixo referem-se ao texto 2. Analise as alternativas e assinale as corretas.

6. Oscar transportava esterco do interior de Minas para 9. Oscar procurava “despertar simpatia”. Por quê?
sua casa, “na capital”. Ele se dirigia para: a) Porque necessitava conseguir a guia para liberar
a) O Rio de Janeiro. seu carro.
b) Brasília. b) Em virtude de estar preocupado com o cheiro do
c) São Paulo. esterco em seu carro.
d) Niterói. c) Porque precisava da ajuda do funcionário.
e) Belo Horizonte. d) Em razão de não querer perturbar o trabalho de
seu Redelvim.
7. Observe: “Aliás, isso não é comigo...” e) Porque seu Redelvim fora muito gentil com ele,
No trecho acima, o funcionário refere-se interrompendo seu trabalho para atendê-lo.
a) à alteração da sigla de DEE para DEB.
10. “Inesperadamente, seu Redelvim SE QUEIMOU.”
b) às providências relativas à guia exigida.
A expressão em maiúsculas indica
c) às informações relativas à obtenção da guia.
a) que seu Redelvim gostava de usar gíria.
d) à necessidade de pagar a multa ao guarda da
b) a baixa cultura do funcionário que atendia a
barreira.
Oscar.
e) ao fato de ele só estar ali para prestar informações.
c) que a linguagem do funcionalismo é de baixa
qualidade.
8. O ato de chamar alguém de SEU – “...é com seu
Redelvim, no segundo andar” – caracteriza: d) que o nível de linguagem usado pelo narrador
é o popular, aproximando-se da fala das
a) maior afetividade.
personagens.
b) maior intimidade.
e) a preferência do autor pela linguagem formal.
c) o uso popular da palavra senhor.
d) o uso generalizado do tratamento.
e) uso pejorativo (prejudicial, maldoso).
– 39

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