Você está na página 1de 58

Tribuna Vicentina Fevereiro de 2023

Nº 220

Artigo

O cristão pode "brincar


carnaval"?
Famosa no Brasil, o carnaval é celebrado em praticamente todo o nosso
país. Mas é permitido um católico "brincar" carnaval, participando de suas
festas e blocos? Para saber a resposta, leia o artigo da página 31.
Destaques desta edição

A Igreja e o carnaval:
O cristão pode
"brincar" carnaval?
Página: 31

Conheça o Espaço
Histórico Ozanam
Página: 42

60 anos do Lar de
Idosos São Vicente de
Paulo
Página: 55
Sumário
NOTÍCIAS
Conselhos Centrais 05
Lares de idosos 20
DIREÇÃO ESPIRITUAL
Escreve “comunismo”, lê “Nicarágua” (Enviado pelo Pe. Cícero
Lenisvaldo) 27
ARTIGOS
Vida de São Vicente de Paulo - cont. (Cfd. Cantoario) 29
A Igreja e o carnaval: o cristão pode “brincar” o carnaval? 31
11 coisas que todo católico deve saber sobre a quarta-feira de cinzas 34
A Quaresma e nossas vidas (Pedro Ivon) 37
ENTREVISTA
Csc. Elisabete Maria Castro (1ª Vice-presidente do CNB) 39
GIRO
Conselho Nacional do Brasil 41
POR DENTRO DO CGI
Conheça o Espaço Histórico Ozanam, que funciona na sede
internacional (cfd. Renato Lima) 42
SANTOS VICENTINOS
Beatas Odila Baumgarten e Maria Vaillot (01/02) 48
Beata Josefina Nicoli (03/02) 48
Beata Rosalie Rendu (07/02) 49
DESTAQUES DO MÊS
Depoimentos: por que sou vicentino? 51
Vicentinos têm até o dia 31 de março para colaborar com a
Contribuição da Solidariedade 53
HOMENAGEM
60 anos do Lar de Idosos São Vicente de Paulo: o surgimento e a
evolução do abrigo 55
INTERVALO ALEGRE 57
PUBLICAÇÃO MENSAL DO CONSELHO
METROPOLITANO DE MACEIÓ, DA SOCIEDADE
DE SÃO VICENTE DE PAULO
Rua Barão de Jaraguá, 530 - Jaraguá
Maceió - AL
CNPJ - 02.465.282/0001-28
vicentinosdemaceio@gmail.com

Presidente do CMM: cfd. Gilberto Junior Omena

Coordenador do Decom: cfd. José Edmilson de


Souza Júnior

Responsável pela Tribuna: csc. Paula Costa

Revisão dos textos, diagramação e design:


Pedro Ivon, jornalista
NOTÍCIAS

Conselhos Centrais
Conselho Central de Maceió
Os confrades Erivaldo e Claudionor, da conferência São Luís de França, tornaram-
se Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, no dia 28 de janeiro.

Confrades Claudionor e Erivaldo, ao lado do Pe. Elison Silva

Os vicentinos da conferência São Luís de França, no dia 29 de janeiro, foram os


responsáveis pelos festejos em honra a Nossa Senhora da Conceição, padroeira de
São Luís do Quitunde.

Vicentinos durante a festa da padroeira de São Luís do Quitunde

Tribuna Vicentina | 05
NOTÍCIAS

A conferência São Filipe Néri, localizada no bairro do Feitosa, em Maceió, teve a


posse da sua nova diretoria.

Membros da conferência São Filipe Néri

Tribuna Vicentina | 06
NOTÍCIAS

A conferência São Judas Tadeu, localizada no Feitosa, proclamou o Sr. Maurício


como novo membro da SSVP.

Proclamação do Sr. Maurício como novo vicentino

Cfd. Maurício e demais membros da conferência São Judas Tadeu

Tribuna Vicentina | 07
NOTÍCIAS

Uma missão do Conselho Particular Nossa Senhora das Graças contou com a
presença de vicentinos de Ipioca e da Virgem dos Pobres, de Maceió.

Membros da SSVP durante a missão do CP Nossa Senhora das Graças

A conferência Santa Cruz, do bairro do Jaraguá, em Maceió, realizou a sua reunião.

Integrantes da conferência Santa Cruz, no Jaraguá

Tribuna Vicentina | 08
NOTÍCIAS

Os membros da conferência Sagrado Coração de Jesus, do CP Cruz das Almas,


elegeram a csc. Paula Costa como nova presidente.

Csc. Paula Costa durante a reunião da conferência Sagrado Coração de Jesus

O Padre Cícero Lenisvaldo voltou a ministrar, neste mês, as aulas sobre o


Catecismo da Igreja Católica (CIC), na sede do Conselho Central (CC) de Maceió, no
bairro do Jaraguá.
As aulas ocorrem toda 2ª terça-feira do mês e são transmitidas pelo facebook
vicentinosdealagoas.
Confira os registros da aula na próxima página.

Tribuna Vicentina | 09
NOTÍCIAS

Os confrades Cantoario e Arsênio visitaram a conferência Santa Faustina, na


capela São Vicente de Paulo, na Santa Casa do Centro de Maceió.
Confira os registros do encontro na próxima página.

Tribuna Vicentina | 10
NOTÍCIAS

Conselho Central do Tabuleiro


O Conselho Central do Tabuleiro realizou a sua reunião ordinária.

Membros do Conselho Central do Tabuleiro

Tribuna Vicentina | 11
NOTÍCIAS

Os integrantes da conferência Nossa Senhora da Guia, de Satuba, preparou sopas


e as entregou aos mais necessitados.

Preparação das sopas

Vicentinos durante o trabalho de entrega das sopas

Tribuna Vicentina | 12
NOTÍCIAS

Uma das noites da festa em honra a Nossa Senhora Mãe dos Homens, em
Coqueiro Seco, contou com a organização dos membros da SSVP.

Vicentinos durante a festa em honra a Nossa Senhora Mãe dos Homens

A conferência São Sebastião, de Santa Luzia do Norte, visitou os seus assistidos.

Consócias visitando uma assistida

Tribuna Vicentina | 13
NOTÍCIAS

Os vicentinos da conferência Nossa Senhora da Guia, no dia 6 deste mês,


arrecadaram produtos em prol das pessoas carentes.

Membros da conferência Nossa Senhora da Guia

Conselho Central de União dos Palmares


A procissão em honra a Santa Maria Madalena, no dia 2 deste mês, contou com a
presença dos membros da Sociedade de São Vicente de Paulo. A imagem do santo
também foi carregada em um andor. Confira fotos da procissão abaixo:

Procissão da imagem de Santa Maria Madalena

Tribuna Vicentina | 14
NOTÍCIAS

Imagem de São Vicente de Paulo sendo carregada

Ocorreu, no dia 4 deste mês, a reunião da conferência Santa Teresa de Calcutá,


vinculada ao Conselho Particular São Tiago.

Integrantes da conferência Santa Teresa de Calcutá, após a reunião

Tribuna Vicentina | 15
NOTÍCIAS

Reunião da conferência

Em uma reunião, no dia 5 deste mês, as conferências São Benedito e São José
comunicaram suas transferências para o Conselho Particular São Francisco de Assis,
na área do Conselho Central de União dos Palmares.

Vicentinos das conferências São Benedito e São José

Aconteceu uma reunião com as CCAs São Benedito e Nossa Senhora de Fátima,
ligadas ao Conselho Particular Santa Ana, do Central de União dos Palmares.

Tribuna Vicentina | 16
NOTÍCIAS

Pequenos vicentinos das CCAs do CP Santa Ana

Tribuna Vicentina | 17
NOTÍCIAS

A conferência Nossa Senhora de Fátima, ligada ao Conselho Particular São


Francisco de Assis, realizou a sua reunião ordinária no dia 6 deste mês. Nas fotos
abaixo, as consócias Aparecida e Eunice assinam a ata da reunião.

Conselho Central de Palmeira dos Índios


Com o objetivo de cadastrar seus membros, o CC de Palmeira dos Índios realizou
uma visita à conferência Santa Filomena, vinculada ao CP Monsenhor Macedo, em
Lagoa do Rancho.

Vicentinos ligados ao CC de Palmeira dos Índios

Tribuna Vicentina | 18
NOTÍCIAS

Cadastro dos vicentinos do CC de Palmeira dos Índios

Conselho Central de Marechal Deodoro


No dia 25 de janeiro, sob a orientação das consócias Val e Letícia, os membros da
Conferência de Crianças e Adolescentes (CCA) Santa Teresinha do Menino Jesus
realizaram a sua reunião ordinária e, em seguida, assistiram a um filme que falava
sobre São Vicente de Paulo.
Esta mesma CCA contou com o ingresso de novos membros.

Reunião da CCA Santa Teresinha do Menino Jesus

Tribuna Vicentina | 19
NOTÍCIAS

Lares de idosos
Lar de Idosos São Vicente de Paulo
No dia 11 deste mês, o Lar de Idosos São Vicente de Paulo completou 60 anos. Em
comemoração, o Pe. Marcus Mesquita celebrou uma Missa, que foi seguida de
homenagens aos ex-presidentes do abrigo. Na ocasião, foi servido um lanche para
todos os presentes.
Também por ocasião do aniversário, o Lar de Idosos lançou uma logomarca
especial.
Confira as fotos das comemorações a seguir.

Tribuna Vicentina | 20
NOTÍCIAS

Tribuna Vicentina | 21
NOTÍCIAS

O Lar de Idosos São Vicente de Paulo comemorou os aniversariantes do mês de


janeiro.

Aniversariantes do mês de janeiro

Este mesmo abrigo também entregou os prêmios do sorteio de Natal. Veja as fotos
dos ganhadores do sorteio:

Tribuna Vicentina | 22
NOTÍCIAS

Tribuna Vicentina | 23
NOTÍCIAS

Tribuna Vicentina | 24
NOTÍCIAS

Casa do Idoso Santo Antônio


No dia 29 de janeiro, os acolhidos da Casa do Idoso Santo Antônio foram os
responsáveis pela novena em honra a Santa Maria Madalena, padroeira de União
dos Palmares.
Após a novena, todos participaram dos lanches da quermesse.

Assistidos da Casa do Idoso, durante novena em honra a Santa Maria Madalena

Tribuna Vicentina | 25
NOTÍCIAS

Idosos participando do lanche, após a novena

Aconteceu algo na sua conferência, Central ou


abrigo? Envie para a gente!
A Tribuna Vicentina agradece a colaboração de
todos.

Tribuna Vicentina | 26
Direção Espiritual

Direção Espiritual
Escreve “comunismo”, lê “Nicarágua”
Traduzido e enviado pelo
Pe. Cícero Lenisvaldo
Aos que ainda acreditam na face humana da
ideologia comunista - que aqui e ali, no mundo,
se traduziu na ditadura de um partido único ou
na tragédia do imoral radicalismo de massas -
valeria a pena dedicar um tempo de estudo, a
título de exemplo, à situação atual na Nicarágua
de Daniel Ortega, que voltou ao poder em 2007,
com o partido Sandinista, um partido de
extrema-esquerda impregnado de marxismo,
socialismo, anti-imperialismo e teologia da
libertação.
Como se sabe, este país da América Central é
formalmente uma república presidencialista.
Com a volta de Daniel Ortega, porém, ela foi
imediatamente transformada em um regime
mais obscuro. Para citar apenas o último
período de uma longa e contrastante carreira
política, em 16 de dezembro de 2022, o bispo de
Daniel Ortega Rockford, Dom David Malloy, pediu aos Estados
Unidos e à comunidade internacional que façam pressão para obter a libertação do
bispo de Matagalpa, administrador da Diocese de Estelí e secretário para a mídia da
Conferência Episcopal, Dom Rolando Álvarez, retirado de seu palácio pela Polícia
Nacional, na madrugada de 19 de agosto passado e depois colocado, primeiro pelo
governo e depois pelos juízes, em prisão domiciliar, com as incríveis acusações de
"conspiração para minar a integridade nacional e espalhar notícias falsas através
tecnologias de informação e comunicação em detrimento do Estado e da sociedade
nicaraguense”, simplesmente por fazer críticas compreensíveis a um Executivo, que
se distingue por sua política de agressão e intimidação física desencadeada contra a
Igreja Católica, perseguida há mais de um ano, por um suposto apoio dado a
opositores e dissidentes.
No ano passado, o governo sandinista expulsou do país o Núncio Apostólico
Waldemar Stanislaw Sommertag e 18 religiosas Missionárias da Caridade; prendeu
sete sacerdotes e dois colaboradores leigos; fechou nove rádios católicas; retirou
três canais católicos da programação da televisão por assinatura; e impediu
procissões e peregrinações. A profanação do Santíssimo Sacramento e das imagens
sagradas, as detenções injustas e injustificadas, as violências, a proibição de
regresso à pátria, imposta aos sacerdotes no estrangeiro, são apenas alguns dos
abusos mais evidentes perpetrados por um regime revolucionário, pronto para
espezinhar a liberdade da Igreja, impedindo o início de um processo de restauração
do Estado de direito no país, como destacou o bispo Malloy, que também lançou um
alarme dramático: “a aparência física deteriorada de Álvarez testemunha as condiçõ-

Tribuna Vicentina | 27
Direção Espiritual

es particularmente difíceis de prisão domiciliar".

Dom Álverez sendo preso | Imagem tirada da live transmitida pela Diocese de
Matagalpa

A resposta não demorou a chegar. Em 20 de dezembro, Daniel Ortega, durante a


cerimônia de formatura dos cadetes da Academia de Polícia, atacou a Igreja Católica
com cara dura, culpando os bispos pelo banho de sangue ocorrido em 2018,
quando milhares de nicaraguenses desceram à praça para protesto contra o regime
sandinista. 300 dissidentes foram massacrados apenas por pedirem uma mudança
de governo. Sem vergonha, Ortega acusou padres e bispos de tudo isso, tachando-
os de "fariseus" e "sepulcros caiados", e concluiu o discurso com um julgamento
sem apelação: "nunca tive respeito pelos bispos".
A data do julgamento de Dom Álvarez ainda não foi marcada, mas as mesmas
acusações de "divulgação de notícias falsas" e "conspiração" já resultaram na prisão
de outros três padres, dois seminaristas, um diácono e um leigo - um fotógrafo
católico, para ser preciso. Entre eles, também está o Pe. Ramiro Reynaldo Tijerino
Chávez, reitor da Universidade João Paulo II. Todos proclamam sua inocência.
Provavelmente os seus “crimes” sejam os de serem considerados colaboradores do
Bispo Álvarez. No entanto, as mesmas acusações também foram feitas contra o Pe.
Uriel Antonio Vallejos, pároco da igreja de Jesus da Divina Misericórdia, em Sébaco,
só porque se encontrava no exílio. Um mandado de prisão sempre pronto, sempre
válido, paira sobre ele.
Pois bem, não bastava a experiência da União Soviética (cujos métodos ainda
parecem agradar a muitos dos seus nostálgicos "netos") e o que acontece hoje em
qualquer país de tração comunista (China, Coréia do Norte, Cuba e por aí afora), a
Nicarágua mostra hoje, nestes dias, qual é a verdadeira face do marxismo em todas
as épocas e em qualquer latitude.

Mauro Faverzani

Fonte: Si scrive comunismo, si legge Nicaragua - radioromalibera.org | Podcasts


audio e video

Tribuna Vicentina | 28
Artigos

Artigos
Vida de São Vicente de Paulo - continuação
“São Vicente de Paulo”, por Padre Jerônimo Castro, da Congregação da Missão

Enviado pelo cfd. José Pedro Cantoario


Ato heroico de caridade

Collet, um dos mais escrupulosos biógrafos de São Vicente de Paulo, coloca, no


ano de 1622, o ato heroico, que, por si, imortaliza um santo. Abelly assim descreve:
O Padre Vicente, muito antes de fundar a sua congregação, fez um ato de caridade
semelhante ao de São Paulino, que se vendeu para livrar do cativeiro o filho de uma
viúva. Tendo, um dia, encontrado um forçado, preso aos bancos de uma galera, que
tinha sido obrigado a abandonar mulher e filhos em extrema pobreza, foi
preenchido por tanta compaixão pelo estado do infeliz, que resolveu empregar
todos os meios possíveis para consolá-lo e aliviá-lo; e, não encontrando nenhum
[meio], por um movimento extraordinário de caridade, pôs-se no lugar do pobre
homem, para lhe dar meio, saindo do cativeiro, de acudir à sua família desolada.

Conseguiu, pois, que aceitasse a troca aquele de quem dependia a licença e, tendo
aceito voluntariamente o cativeiro, foi preso à corrente do pobre homem que
pusera em liberdade. Ao cabo de algum tempo, conhecida a virtude singular do
caridoso libertador, ele foi solto.
Muitos pensaram, depois, não sem aparência de verdade, que o inchaço dos pés
do santo fosse causado pelo peso e incômodo das algemas dos forçados. Um padre

Tribuna Vicentina | 29
Artigos

de sua congregação, tendo tido, um dia, a ocasião de perguntar-lhe se o que diziam


dele era verdade, isto é, que ele se tivesse posto no lugar de um forçado, recebeu
do Padre Vicente uma mudança de assunto, sorrindo, sem nenhuma palavra sobre
o ocorrido.
Este fato heroico foi citado por Clemente XII, na bula de canonização de São
Vicente de Paulo. No processo de beatificação, foi testemunhado por várias pessoas.
Apenas foi solto, São Vicente apressou-se a sair de Marselha, envergonhado da
própria virtude, como outros se envergonham dos próprios vícios, e voltou para
Paris, onde encontrou a senhora de Gondi, aflitíssima pela longa ausência do
marido e pelos lutos recentes de sua nobre família.
Havia falecido, a 13 de agosto, o cardeal Henrique de Gondi, bispo de Paris e
Primeiro-ministro de Luís XIII, apenas com 52 anos de idade, vítima da febre,
durante o cerco de Béziers, onde acompanhou o rei. Era um homem piedoso e
amável, cuja vida teve muita influência de São Vicente de Paulo. Nomeado bispo aos
24 anos, empregou a imensa fortuna que possuía, bem como a influência, em criar
e sustentar diversos estabelecimentos religiosos. Por felicidade, ele foi
perfeitamente substituído por seu irmão, João Francisco de Gondi.
Logo depois, uma dor mais cruel pungia o coração da senhora de Gondi. O seu
segundo filho, Henrique, notável pela beleza, retrato da mãe, caiu do cavalo em
uma caçada e, enquanto debatia para se desvencilhar, teve o crânio partido por um
coice do animal. Levaram-no morto para os braços maternos. São Vicente estava ao
seu lado e mostrou, nesta ocasião, o quanto era cheio de fé, de coragem e
delicadeza. A mãe chorou esse filho até a sua própria morte, que foi apressada por
esta grande dor.
Apenas um mês após esse desastre, nova amargura cravou o coração da zelosa
mãe. O seu primogênito, Pedro, que acompanhou o pai na campanha contra La
Rochelle, depois de ter lutado com a bravura de sua raça e com o ardor de moço,
recebeu um tiro de mosquete, que lhe quebrou o ombro, num combate na ilha de
Ré. A senhora de Gondi passou dias de tremenda angústia, ao qual sucumbiria, se
São Vicente não estivesse presente para sustentar-lhe a coragem. Enfim, o senhor
de Gondi voltou, trazendo o filho ferido, ainda pálido e enfraquecido, mas em plena
convalescença.

Tribuna Vicentina | 30
Artigos

A Igreja e o carnaval: o cristão pode “brincar” o


carnaval?

Carro abre-alas da Unidos da Tijuca, no Carnaval de 2007

O cristão pode participar das festas do carnaval? Muitos o perguntam, todos os


anos, e há muita confusão a respeito do assunto. A dificuldade está no fato de que a
Igreja não tem prescrição formal a respeito disso, ao menos não há um documento
que trate textualmente do carnaval propriamente dito. Ou será que a realidade não
é bem essa?
Antes de tudo, precisamos reconhecer que existem festejos e grupos
carnavalescos, principalmente em cidades interioranas e em Estados fora do eixo
Rio-São Paulo, que comemoram o carnaval de maneira tranquila e saudável, e não é
impossível encontrar ambientes onde se toque música decente e se encontrem
pessoas que querem apenas descontrair, sem necessariamente de cair nos abusos.
Claro que não há pecado em se reunir com amigos e festejar o feriado, ou mesmo
em procurar algum clube familiar para se divertir um pouco. Este artigo procura
tratar o carnaval a partir de um ponto de vista mais genérico. Estamos falando
daquilo que mais comumente se entende por carnaval, de suas origens e suas
consequências.
Esclarecidos estes pontos, deixando de lado exceções e falsos moralismos, vemos
que não é assim tão difícil responder à pergunta que dá título a esta postagem,
afinal: enquanto cristãos, temos direito à hipocrisia? Até que ponto? E até que ponto
é correto dizer que a Igreja silencia quanto ao tema carnaval?
É verdade que, como dissemos, os documentos oficiais da Igreja não falam –
literalmente – do carnaval, mas diversos deles tratam, sim senhor, da obrigação que
temos de evitar as ocasiões de pecado, e do quanto isso é importante.
Ocasião de pecado é toda circunstância, coisa, lugar ou pessoa que estimula as
paixões humanas, seduzindo a pessoa a pecar. Atire a primeira pedra quem for
capaz de afirmar, conscienciosamente, que os bailes e festas de carnaval atuais não
são ocasiões mais do que propícias para todo tipo de pecado.

Tribuna Vicentina | 31
Artigos

Não. Não há como negar que os bailes e


festas de carnaval que temos hoje são
grandes ocasiões de pecado. Na verdade,
segundo a Sã Doutrina de sempre da Igreja
Católica, sob o patrocínio de Santo Afonso
Maria de Ligório, "expor-se a uma ocasião
próxima de pecado mortal, que se poderia
evitar, já é pecado mortal de imprudência".
É por esse caminho que vemos, hoje, a
cristandade como que a se derreter, como
cera próxima do fogo. A necessária reforma
das consciências cristãs requer que se
restitua nas almas o horror pelo pecado.
Não é possível querer ser cristão e continuar
brincando com a própria salvação eterna,
expondo-se aos sutis laços do Inferno.
Assim, pergunta a Sagrada Escritura: “pode
alguém caminhar sobre brasas sem queimar
os próprios pés?” (Pr 6, 28). E como já dizia
um velho e experiente diretor de almas: “em
Santo Afonso Maria de Ligório fugir ou não fugir da ocasião, consiste o cair
ou não cair no pecado”. Este mesmo autor faz, ainda, uma curiosa observação:

“Somos muitas vezes nós que tentamos ao diabo! Por quê? Porque somos nós os que
buscamos a ocasião, somos nós que chamamos por ela; e buscar a ocasião em vez de
ela nos buscar é, em vez de o diabo nos tentar, tentarmos nós ao diabo...” (Pe. Manuel
Bernardes, Sermões e Práticas, II).

Nada auxilia tanto os planos do demônio quanto as ocasiões de pecado. São como
emboscadas, em que a todo momento aquela antiga Serpente prepara o bote.
Logo, não há outra alternativa para o homem: ou a fuga das más ocasiões ou a
morte espiritual. Adverte-nos Santo Afonso de Ligório:

“Um sem número de cristãos se perde por não querer evitar as ocasiões de pecado.
Quantas almas, lá no Inferno, não se lastimam e se queixam: 'infeliz de mim! Se tivesse
evitado aquela ocasião, não estaria agora condenado por toda a eternidade!'. (...) O
Espírito Santo diz: 'quem ama o perigo, nele perecerá' (Eclo 3, 27)” (LIGÓRIO, Santo
Afonso Maria. Escola da Perfeição Cristã, comp. de textos do Santo Doutor, pelo
Padre Saint-Omer, CSSR, 4ª edição, Petrópolis: Vozes, 1955, p. 44).

Sobre a festa do carnaval

Alguns imaginam que o carnaval tem origem brasileira, mas a festa existe desde a
antiguidade. De fato, não se conhece ao certo a origem do carnaval, assim como a
origem do seu nome. Historicamente, é uma festa popular coletiva, transmitida
através dos séculos como herança de antiquíssimas festas pagãs, realizadas entre
17 de dezembro (Saturnais, em honra ao deus Saturno, na mitologia romana) e 15
de fevereiro (Lupercais, em honra ao deus Pã, na Roma Antiga).
Dentre os pesquisadores, correntes diversas adotam prováveis origens diferentes.
Há os que defendem que a comemoração do carnaval tem suas raízes em alguma
festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada em honra do ressurgimento da primave-

Tribuna Vicentina | 32
Artigos

ra. Em certos rituais agrários da antiguidade (10.000 a.C.), homens e mulheres


pintavam rostos e corpos e entregavam-se à dança, festa e embriaguez. Outros
autores acreditam que o carnaval tenha se iniciado nas alegres festas do Egito, em
honra à deusa Ísis (2.000 a.C.).
O carnaval pagão começa quando Pisístrato oficializa o culto ao deus Dionísio, na
Grécia, no século VII a.C.. O primeiro foco de uma grande concentração
carnavalesca, conhecida por fontes seguras, acontecia no Egito: era dança e
cantoria em volta de fogueiras. Os foliões usavam máscaras e disfarces
simbolizando a inexistência de classes sociais.
Depois, a tradição se espalhou pela Grécia e por Roma, entre os séculos VI e VII d.C.
Nessa época, sexo e embriaguez já se faziam presentes na festa. Em seguida, o
carnaval chega em Veneza para, daí, se espalhar pelo mundo. Diz-se que foi lá que a
festa tomou as características atuais: máscaras, fantasias, carros alegóricos e
desfiles.
No início da Era Cristã, a Igreja deu uma nova orientação às festividades do
carnaval. Ao contrário do que se diz, o catolicismo não "adotou" o carnaval, mas deu
à festa popular um novo sentido, já que ela foi anexada ao calendário religioso,
antecedendo a Quaresma. A festa agora terminava em penitência, na Quarta-feira
de Cinzas.
Entretanto, como se vê, lamentavelmente, apesar da Igreja ter sempre tentado dar
um novo sentido à festa da carne, não obteve nisso um grande sucesso. Se formos
comparar o que ocorre hoje com as festas que ocorriam na antiguidade pagã, não
veremos grandes diferenças: orgias, embriaguez, brigas, violência... enfim, excessos
de todo tipo.
Como cristãos, somos sempre chamados à santidade, e o sentido original da
palavra santo é "outro" ou "separado". Santo é aquilo/aquele que está separado do
impuro ou do profano, para o serviço de Deus. Não podemos, em situação alguma,
fazer parte de algo que está em oposição a Deus.
Sempre é oportuno lembrar o que diz São Paulo Apóstolo:

“Não podeis beber ao mesmo tempo do Cálice do Senhor e do cálice dos demônios. Não
podeis participar ao mesmo tempo da Mesa do Senhor e da mesa dos demônios" (1Cor
10, 19-22).

Fonte: https://www.ofielcatolico.com.br/2001/03/a-igreja-e-o-carnaval-o-cristao-
pode.html

Tribuna Vicentina | 33
Artigos

11 coisas que todo católico deve saber sobre a


Quarta-feira de Cinzas

No dia 22 de fevereiro, a Igreja celebra a Quarta-feira de Cinzas, dando início à


Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa. Recordamos algumas coisas
essenciais que todo católico precisa saber para poder viver intensamente este
tempo.

1. O que é a Quarta-feira de Cinzas?

É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os
fiéis a se converterem e a se prepararem verdadeiramente para viver os mistérios
da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, durante a Semana Santa.
A Quarta-feira de Cinzas é uma celebração que está no Missal Romano, que explica
que, no final da Missa, abençoa-se e impõe-se as cinzas obtidas da queima dos
ramos usados no Domingo de Ramos do ano anterior.

2. Como nasceu a tradição de impor as cinzas?

A tradição de impor as cinzas é do início da Igreja, quando as pessoas colocavam


as cinzas na cabeça e se apresentavam ante a comunidade com um “hábito
penitencial”, para receber o Sacramento da Reconciliação, na Quinta-feira Santa.
A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos por volta do
ano 400 d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma passou a impor as cinzas no
início desse tempo.

3. Por que se impõe as cinzas?

A cinza é um símbolo e sua função está descrita no artigo 125 do Diretório sobre a
piedade popular e a liturgia:

Tribuna Vicentina | 34
Artigos

“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo


austero símbolo das cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas.
Próprio dos antigos ritos, nos quais os pecadores convertidos se submetiam à
penitência canônica, o gesto de cobrir-se com cinzas tem o sentido de reconhecer a
própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de
Deus. Este não era um gesto puramente exterior: a Igreja o conservou como sinal
da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no
itinerário quaresmal. Deve-se ajudar os fiéis, que vão receber as cinzas, para que
aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre cada pessoa à
conversão e ao esforço da renovação pascal”.

4. O que as cinzas simbolizam e o que recordam?

A palavra “cinza”, que provém do latim, “cinis”, representa o produto da combustão


de algo pelo fogo. Ela passou a ter, desde muito cedo, um sentido simbólico de
morte e expiração, mas também de humildade e penitência.
As cinzas, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim:
“e formou o Senhor Deus o homem do pó da terra” (Gn 2, 7); “até que te tornes à
terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó, e em pó te hás de tornar” (Gn
3,19).

5. Onde podemos conseguir as cinzas?

Para a cerimônia, devem ser queimados os restos dos ramos abençoados no


Domingo de Ramos do ano anterior. Estes recebem água benta e logo são
aromatizados com incenso.

6. Como se impõe as cinzas?

Esse ato acontece durante a Missa, depois da homilia. As cinzas são impostas na
fronte, em forma de cruz, enquanto o padre pronuncia as palavras bíblicas:
“Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás” ou “convertei-vos e crede no Evangelho”.

7. O que deve ser feito quando não há sacerdote?

Quando não há sacerdote, a imposição das cinzas pode ser realizada sem Missa,
de forma extraordinária. Entretanto, é recomendável que antes do ato participem
da liturgia da palavra.
É importante recordar que a bênção das cinzas, como todo sacramental, somente
pode ser feita por um sacerdote ou um diácono.

8. Quem pode receber as cinzas?

Qualquer pessoa pode receber este sacramental, inclusive os não católicos. Como
explica o Catecismo (1670 ss.), “sacramentais não conferem a graça do Espírito
Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para
receber a graça e dispõem para cooperar com ela”.

9. A imposição das cinzas é obrigatória?

A Quarta-feira de Cinzas não é dia de preceito e, portanto, não é obrigatório ir à

Tribuna Vicentina | 35
Artigos

Missa. Não obstante, nesse dia muitas pessoas costumam participar da Santa
Missa, algo que sempre é recomendável.

10. Quanto tempo é necessário permanecer com as cinzas na fronte?

Quanto tempo a pessoa quiser. Não existe um tempo determinado.

Pintura de um sacerdote impondo as cinzas nos fiéis

11. O jejum e a abstinência são necessários?

O jejum e a abstinência são obrigatórios durante a Quarta-feira de Cinzas, como


também na Sexta-feira Santa, para as pessoas maiores de 18 e menores de 60 anos.
Fora desses limites, é opcional. Nesse dia, os fiéis podem ter uma refeição
“principal” uma vez durante o dia.
A abstinência de comer carne é obrigatória a partir dos 14 anos. Todas as sextas-
feiras do ano são dias de abstinência. O gesto, dependendo da determinação da
Conferência Episcopal de cada país, pode ser substituído por outro tipo de
mortificação ou oferecimento, como a oração do Terço.

Fonte: https://cleofas.com.br/11-coisas-que-todo-catolico-deve-saber-sobre-a-
quarta-feira-de-cinzas-2/

Tribuna Vicentina | 36
Artigos

A Quaresma e nossas vidas


Pedro Ivon

Tudo o que é bom costuma exigir uma dose de sacrifício: a saúde do corpo exige
uma série de cuidados e moderações na alimentação e uma quantidade
considerável de atividades físicas; o matrimônio requer o sacrifício mútuo entre os
esposos, com cada um abrindo mão daquilo que lhe agrada, pelo bem do outro; a
nota alta em uma prova exige tempo dedicado aos estudos; e normalmente um
produto de alta qualidade possui um preço maior. Mais especial que tudo isso, a
salvação de nossas almas não exigiria esforços medíocres de nossa parte: ela
requer uma grande quantidade de oração e penitência – elementos que recebem
destaque durante a Quaresma, que já está às portas.
Note bem, caríssimo leitor, que apesar de serem práticas às quais somos
chamados de modo especial na Quaresma, não devem ser elas relegadas ao
esquecimento no resto do ano. Além das abstinências e jejuns impostos pela Santa
Igreja aos seus filhos em ocasiões determinadas, somos também chamados,
diariamente, a fazer penitências, a fim de mais agradar a Deus e pagar pelos nossos
inúmeros pecados. Foi Nosso Senhor mesmo quem disse: “fazei penitência, porque
está próximo o Reino dos Céus” (Mt. 3, 2).
Lamentavelmente, contudo, é preciso encarar os fatos: hoje, há católicos – e creio
que a maioria – que já não praticam nem mesmo as penitências quaresmais, quem
dirá alguma outra, em seu cotidiano. Cercados de comodidades, não é temerário
dizer que esquecemos que devemos viver para Deus e a Ele tudo ordenar.
Esquecemos que podemos estar a um passo da morte e, portanto, do Céu ou do
Inferno. Esquecemos, enfim, que somos pó e ao pó voltaremos, como diz
magistralmente a liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Boa parte do clero,
infelizmente, não está isenta disso.
Esse esquecimento, tão negligente como é, não passa sem consequências: ao
contrário do que pensam os modernos, Nosso Senhor envia-nos castigos, para que
vejamos o mal que cometemos e que tão logo devemos abandonar. Foi assim no
Antigo Testamento e continua sendo assim hoje, com as guerras – como bem
lembrou Nossa Senhora, em Fátima – e, creio firmemente, com as enfermidades. Di-

Tribuna Vicentina | 37
Artigos

ante desses castigos, o que fazemos


nós? Aprendemos e buscamos uma
sincera conversão, ou agimos como
filhos rebeldes, persistindo cada vez
mais no erro? A realidade está aí e a
resposta não é das melhores. “Se não
vos arrependerdes, perecereis todos”
(Lc. 13, 3) [1].
O espírito da Quaresma, espírito de
penitência e oração, deve habitar em
nosso coração durante toda a nossa
vida, nos inclinando ao exercício das
virtudes e a uma maior dependência de
Deus, sem o qual nada podemos fazer.
Este mesmo espírito, tão esquecido,
deve nos conduzir pelo deserto da vida
terrena até o oásis que é a Vida Eterna.
Sabendo disso, não se deve ignorar que
a Santa Romana Igreja tradicionalmente
propõe três gêneros de obras a serem
praticados pelos fiéis, durante a
Quaresma – e que devemos buscar
praticar também fora dela, como dito
antes: o jejum, a esmola e a oração. “São Domingos emTristán penitência”, de Luis
Embora as penitências ordinárias não exi -
jam a consulta a um sacerdote, é recomendável que o fiel escolha um padre
prudente e instruído para a prática de penitências mais notáveis.
Que o bom Deus, misericordioso como é, nos conceda a graça de viver uma santa
quaresma e de ter uma profunda conversão, que nos abra os olhos para os males
que constantemente nos ameaçam e nos afastam de Nosso Senhor e de toda a
Corte Celeste.

_______________________________
1. A Vulgata diz: “nisi paenitentiam habueritis, omnes similiter peribitis”, que também pode ser
traduzido como “se não fizerdes penitência, perecereis todos da mesma forma”.

Tribuna Vicentina | 38
Entrevista

Entrevista
Com 27 anos de vicentina, a
entrevistada deste mês faz parte da
conferência Santa Teresinha, do Central
de Santo Antônio, em Minas Gerais. A
consócia Elisabete Maria Castro (46), a
Bete, que atualmente exerce o cargo de
1ª Vice-presidente do Conselho Nacional
do Brasil (CNB), foi apresentada à SSVP
pelo seu pai e atualmente é a única
vicentina da família.
Essa não é a primeira vez em que a
csc. Bete atua como 1ª Vice-presidente
do CNB: na gestão anterior a do cfd.
Márcio Silva, atual presidente do
Nacional, ela também exerceu o cargo
de vice. Nas próximas linhas, a consócia
falará sobre a sua função no CNB, a dife-
rença entre os mandatos pelos quais passou e como a SSVP mudou a sua vida.

Tribuna Vicentina: Explica pra gente quais são as funções de uma vice-
presidente do Conselho Nacional do Brasil. Em que ela difere do cargo nas
conferências?
Csc. Elisabete: Minha função é substituir o presidente e [exercer] as demais
atribuições descritas no nosso regulamento. No Conselho Nacional do Brasil, além
dessas atribuições, eu acompanho o Departamento Missionário e as vice-
presidentes regionais.
Pra mim não há diferença, porque em qualquer unidade vicentina devemos
desenvolver nossas funções com comprometimento e zelo. A vice-presidência da
conferência é mais importante, pois ela é a base da Sociedade de São Vicente de
Paulo.
A senhora foi vice-presidente duas vezes seguidas. Na sua opinião, o que
mudou de uma gestão para outra? Quais avanços ocorreram?
Fui vice-presidente no mandato anterior, com o cfd. Cristian Reis, e hoje sigo vice-
presidente com cfd. Márcio Silva. Não sinto uma mudança, pois a atual gestão tem
dado sequência aos projetos [anteriores] e vem inserindo outros, que podem
fortalecer a SSVP, para que ela possa melhor atender os pobres.
Quais as principais dificuldades enfrentadas ao longo desses anos como vice-
presidente?
As dificuldades foram superadas com o trabalho em equipe das diretorias. Com
certeza o nosso maior desafio é reanimar os confrades e consócias, nesse período
de pós-pandemia, a voltar para as conferências vicentinas.
Saindo um pouco do cargo de vice... mês que vem a senhora completa 28 anos
como vicentina. É muito tempo e certamente houveram momentos
inesquecíveis. O que mais marcou a senhora em todo esse tempo?

Tribuna Vicentina | 39
Entrevista

Olha, ao longo desse tempo foram muitos momentos que marcaram minha
caminhada vicentina, e são esses que me fazem amar cada dia mais o nosso
carisma vicentino. Um momento marcante foi a minha primeira visita a uma família
assistida, acompanhada do meu pai (que era vicentino); naquele momento, ele me
ensinava algo novo: a prática da Caridade. Visitamos o senhor Aparecido. Ali,
naquele momento, eu senti que poderia fazer muito mais pelas pessoas.
Em que a SSVP mudou a sua vida? O que ela mudou na sua maneira de ver os
acontecimentos da vida?
A SSVP é um marco na minha vida. A vida antes de ser vicentina era a Bete
caladinha, tímida, já a Bete vicentina é a falante (risos). Hoje, na minha vida pessoal,
a SSVP me ensina todos os dias. Meus maiores e melhores amigos estão na SSVP;
me tornei madrinha de casamento de vários amigos vicentinos; madrinha de
batismo de filho de casal vicentino; nas viagens de férias, os passeios são com os
amigos vicentinos. E ao caminhar pelo Brasil, para os compromissos vicentinos, a
rede de amigos vai aumentando, e a cada lugar fica a vontade de voltar.
A SSVP me fez enxergar as injustiças: vivemos num mundo, e as oportunidades
têm que ser iguais para todos. Infelizmente essa não é a realidade; o pão que falta
na mesa de muitos, o emprego que não tem para todos, o estudo que não é o
mesmo para todos, milhares de irmãos e irmãs em situação de rua.

Tribuna Vicentina | 40
Giro

Giro
Conselho Nacional do Brasil

Assinaturas do Boletim Brasileiro foram reajustadas


O Boletim Brasileiro, revista bimestral com as notícias da Sociedade de São Vicente
de Paulo, teve o valor das suas assinaturas reajustado. Enquanto a assinatura
individual tem o valor de R$ 45,00, a coletiva custa R$ 42,00. Nesta última
modalidade, são enviadas três revistas, no mínimo, para o mesmo endereço.
Para assinar o Boletim ou tirar dúvidas, acesse o site da loja da SSVP, aqui, ou entre
em contato através do telefone (21) 2242-8060 ou do e-mail
pedidos@ssvpbrasil.org.br.

Tribuna Vicentina | 41
Por dentro do CGI

Por dentro do CGI


Conheça o Espaço Histórico Ozanam, que
funciona na sede internacional
Cfd. Renato Lima de Oliveira
16º Presidente-geral Internacional

Dando continuidade à série de artigos sobre a nova sede internacional da


Sociedade de São Vicente de Paulo, situada na Rua Glaciere, no Distrito 13, em Paris,
na França, nesta edição discorreremos sobre o Espaço Histórico Ozanam.
O Espaço localiza-se no térreo da sede e está aberto para visitação de confrades,
consócias, membros da Família Vicentina e turistas em geral. O horário de
funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com intervalo para o
almoço.
O Espaço Histórico é, de fato, um verdadeiro museu. Porém, a diretoria
internacional do Conselho Geral optou por usar a expressão “espaço histórico” pois,
segundo as leis francesas, para ser um museu, as instituições têm que efetivar uma
gama de providências, como horário fixo, venda de ingressos, contratação de
funcionários, entre outras exigências que não são necessárias para o nosso caso.
O Espaço conta com 120 metros quadrados de pura história e cultura. Nele,
encontramos objetos, documentos e utensílios da Família Ozanam, além de
informações preciosas sobre os demais fundadores. No corredor ao lado do museu,
há duas exposições: uma permanente, com uma linha do tempo sobre a
canonização de Ozanam, e outra temporária e dinâmica, sobre os sete anos do atual
mandato do Conselho Geral.
As obras de arte feitas por Carlos Soulacroix, cunhado de Ozanam, são um dos
pontos altos do local. Os bustos de Ozanam e de Amélia, assim como o quadro com

Tribuna Vicentina | 42
Por dentro do CGI

o retrato de Ozanam, aos 28 anos de idade (apontado por especialistas como sendo
o desenho mais aproximado do rosto verdadeiro de Ozanam), estão no museu.
Podemos também ver objetos pessoais do casal Ozanam, como malas de viagem,
louças, móveis, roupas, livros e mechas de cabelo do principal fundador.
Por todas as paredes do Espaço Histórico, os visitantes poderão contemplar
quadros que eram de propriedade da Família Ozanam e outros desenhos e
ilustrações de época, muitos deles feitos por Louis Janmot (1814-1892), famoso
pintor e poeta francês. Há um grande mapa da Europa, mostrando todas as cidades
e países que tiveram a felicidade de receber Ozanam e sua família. Outro destaque
é uma vitrine com a roupa de formatura em Direito, sapatos, chapéus, diplomas e
penas de ave que Ozanam usava para escrever (pois não havia canetas como as que
conhecemos atualmente).
Numa das paredes do local, há painéis contendo a biografia dos outros seis
fundadores da SSVP (Bailly de Surcy, Lallier, Lamache, Devaux, Clavé e Le
Taillandier), retratando detalhes de cada um deles: data e local de nascimento,
lugares onde viveram, profissão, estado civil e família, ações relevantes, data e local
de falecimento, fotografias, entre outros dados históricos. E para ter acesso à capela
da sede internacional, é preciso passar pelo museu.
A área de comunicação do Conselho Geral, com o suporte tecnológico da equipe
da Ozanam TV, está desenvolvendo um projeto piloto de realidade virtual (VR) e
realidade aumentada (AR), visando preparar o Espaço Histórico Ozanam para visitas
e encontros virtuais no Metaverso. Esse projeto estará disponível ao público pela
internet, durante a posse do novo Presidente-geral, em setembro.
Outra inovação é que serão instalados vários QR Codes ao lado de cada quadro,
objeto, estatueta ou painel, explicando, em quatro idiomas, o que cada item
significa. Esse sistema de QR Code permite que uma pessoa sozinha, sem a
necessidade de um guia turístico, possa, com o seu próprio aparelho celular, visitar
todo o local e estar plenamente bem informado.
Na próxima edição, retrataremos a Biblioteca Vicentina Amin Abouhamad de
Tarrazi, cujo acervo já passa de 5.000 livros.
Abaixo, confira algumas fotos do Espaço Histórico:

Tribuna Vicentina | 43
Por dentro do CGI

Tribuna Vicentina | 44
Por dentro do CGI

Tribuna Vicentina | 45
Por dentro do CGI

Tribuna Vicentina | 46
Por dentro do CGI

Tribuna Vicentina | 47
Santos vicentinos

Santos vicentinos
Beatas Odila Baumgarten e Maria Vaillot (01/02)
Entre 1793 e 1794, em
plena Revolução
Francesa, o terror se
espalhava por toda a
França. Mais de 200
padres e religiosos
morreram na prisão, por
terem recusado prestar
juramento à
Constituição Civil do
clero, que separava a
Igreja da França da de
Roma. Muitos leigos
foram condenados à
morte porque queriam
permanecer fiéis a Jesus
Cristo, na Igreja. Entre
esses mártires estão duas Filhas da Caridade, do Hospital São João de Angers. As
irmãs foram fuziladas no dia 1º de fevereiro de 1794.
A Irmã Maria Ana Vaillot, nascida em Fontainebleau, em 13 de maio de 1734,
entrou na Companhia das Filhas da Caridade em 25 de setembro de 1761. No
hospital de Angers, era encarregada do economato. Já a Irmã Odila Baumgarten,
nascida em Gondrexange, na Lorena, em 15 de novembro de 1750, entrou nas
Filhas da Caridade em 4 de agosto de 1775. Ela era encarregada da farmácia do
hospital de Angers.
Em virtude de sua influência espiritual e moral sobre a Comunidade, essas duas
Irmãs foram escolhidas como as primeiras vítimas. Irmã Maria Ana e Irmã Odila
foram beatificadas por João Paulo II, em 19 de fevereiro de 1984, em conjunto com
outros 97 mártires de Angers.

Fonte: https://www.pbcm.org.br/santos-vicentinos/beatas-odila-baumgarten-e-
maria-vaillot-03062020-143226

Beata Josefina Nicoli (03/02)


Josefina Nicoli nasceu em Casatisma, na Itália. Em 1884, em Turim, ela entrou para
a Companhia das Filhas da Caridade. Em 1885, após o Seminário, enviada para a
Sardenha, partiu com entusiasmo para Cagliari. Com a saúde precária, aos 30 anos
de idade contraiu uma tuberculose pulmonar que a enfraqueceu progressivamente;
mesmo assim, ela não se poupou e, com suas companheiras, não cessou de servir
os pobres.
Em 1889, foi nomeada Irmã Servente (superiora), no Orfanato de Sassari. Ela
aderiu à Associação Marial, uniu-se às Damas da Caridade, e as orientou no serviço

Tribuna Vicentina | 48
Santos vicentinos

aos pobres. A Irmã Josefina


também dinamizou a catequese,
que reunia aproximadamente
800 meninos e meninas, e,
sobretudo, fundou a Escola de
Religião para moças do Ensino
Superior, a fim de prepará-las
para serem boas cristãs.
Começou também, com suas
companheiras, a assistência aos
presidiários.
Em 7 de agosto de 1914, a
Providência a conduziu, na última
etapa de sua vida, à escola de
educação infantil da Marina de
Cagliari. Para fazer visita
domiciliar aos pobres, criou as
“Pequenas Damas da Caridade”.
Com elas, abriu, em 1917, centros
de acolhida para atender às
necessidades de um grande
número de crianças desnutridas,
órfãs por decorrência, principalmente, da guerra e da tuberculose.
Em 1924, seu último ano de vida, ela foi vítima de uma calúnia, que aceitou em
silêncio até que o presidente da Administração reconhecesse o seu erro. Em seu
leito de morte, Irmã Nicoli perdoou-lhe de todo o coração. Ela faleceu em 31 de
dezembro de 1924, em Cagliari.

Fonte: https://www.pbcm.org.br/santos-vicentinos/beata-josefina-nicoli-03022023-
110406

Beata Rosalie Rendu (07/02)


No começo do século XIX, a Irmã Rosalie Rendu, Filha da Caridade de São Vicente
de Paulo, foi uma grande figura de Paris, amada e venerada por todos os habitantes
do miserável bairro de Mouffetard. Ela nasceu em 9 de setembro de 1786, no
lugarejo de Confort, na França. Durante os conflitos da Revolução Francesa, a
família dela acolheu e escondeu, em sua casa, padres perseguidos.
No dia 25 de maio de 1802, Rosalie entrou no Seminário das Filhas da Caridade,
em Paris; em seguida, foi enviada para a comunidade do bairro de Mouffetard, um
dos mais pobres da capital. Foi nomeada Irmã Servente (superiora) da sua
comunidade em 1815.
Para responder às múltiplas necessidades dos pobres - crianças sem instrução,
mães de família sobrecarregadas, operários submetidos a um trabalho penoso e
idosos abandonados - a religiosa apelou a colaboradores competentes. Ela iniciou
os jovens estudantes da Sorbonne na visita aos pobres e aconselhou o Bem-
aventurado Frederico Ozanam durante a fundação da Sociedade de São Vicente de
Paulo.
Durante os dias de motim, de julho de 1830 e de fevereiro de 1848, a Irmã Rosalie
não hesitou em subir nas barricadas para socorrer os feridos dos dois lados. Os mo-

Tribuna Vicentina | 49
Santos vicentinos

radores também ficaram profundamente


marcados por sua dedicação, e das irmãs
de sua comunidade, durante as
epidemias de cólera, em 1832 e 1849.
Sua morte, em 7 de fevereiro de 1856,
provocou uma grande comoção em
todas as classes sociais de Paris. Irmã
Rosalie Rendu foi beatificada pelo Papa
João Paulo II, no dia 9 de novembro de
2003.

Fonte: https://www.pbcm.org.br/santos-
vicentinos/beata-rosalie-rendu-
07022023-123610

Todo mês a Tribuna traz novos


membros da Família Vicentina em
processo de canonização!

Fique ligado nas próximas


edições!

Tribuna Vicentina | 50
Destaque do mês

Destaques do mês
Depoimentos: por que sou vicentino?

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

O meu primeiro contato com a SSVP se deu em meados dos anos 80. Naquele
tempo, eu ainda não tinha muita clareza sobre o que era ser vicentino. Foi através
do meu pai, cfd. Eraldo Trindade, que dei meus primeiros passos na Sociedade de
São Vicente: como toco violão, meu pai me chamava para animar as missões que ele
e um grupo de vicentinos (confrades Laércio, Cantoario, Luiz Santana, Costa...)
faziam, no intuito de expandir a rede de caridade, através da formação de novas
conferências.
Participei do coral de São Vicente de Paulo, um belíssimo instrumento para
espalhar as sementes da SSVP por todo o estado de Alagoas. Depois, já engajado na
conferência Sagrado Coração de Jesus, tive a honra do encargo de ser presidente da
conferência e depois do Conselho Particular Cruz das Almas.
Depois de todos esses anos, sigo com o mesmo encantamento de servir a Deus na
pessoa do pobre.
Cfd. Arnaldo Trindade
Conferência Sagrado Coração de Jesus
CC de Maceió

Nunca fui uma criança com fáceis inclinações para as coisas de Deus, mas todas as
vezes que olho para a minha vida, consigo observar as diversas graças que Nosso
Senhor derramou e continua derramando sobre mim. Foram a família onde nasci, a
pátria onde cresci e diversos [outros] fatores que me levaram e levam para perto de
Jesus. Mas mesmo sendo de família católica, meus pensamentos e inclinações nunca

Tribuna Vicentina | 51
Destaque do mês

foram muito caritativos.


Vivi com insensibilidade durante minha infância e adolescência. Passei dois anos
afastada da Igreja, até que, em 2017, depois de ter ficado triste, longe de Deus,
decidi voltar às missas. Confessei, entrei na catequese, para receber o sacramento
da Confirmação e recebi um convite para ir à capela da Santa Casa, porque
aconteceria algo que o padre pediu para ser feito. Aquele convite foi um grande
chamativo para mim, porque em encontros de igreja sempre tem gente legal e
várias comidas; achando que fosse um desses encontros calmos para conversar e
rezar, lá fui eu.
Chegando na capela, no dia 26 de outubro de 2018, encontrei a consócia Paula
Costa, que estava ali a pedido do Padre Cícero Lenisvaldo, para fundar uma
conferência. No início, não fiquei animada, não achava que o carisma vicentino fosse
algo que combinasse comigo e decidi sair, mas Nosso Senhor, conhecendo a
preguiçosa que sou, nos presenteou com a consócia Paula, que se sempre animou a
mim e a conferência, e não nos deixou morrer.
Por muito tempo fomos nós quatro: Paula, mamãe, meu irmão e eu. Hoje, a
conferência é ativa e tem seus projetos sendo realizados e alguns aspirantes a
serem proclamados.
Cresci na fé enquanto conhecia a SSVP e a espiritualidade da Sociedade esteve
presente em vários detalhes da minha formação, o que me fez ficar mais íntima de
Jesus. Crismei, fiquei mais ativa no trabalho administrativo da SSVP, conheci pessoas
queridíssimas e aprofundei minha relação com Cristo, tudo isso com a presença da
vida em comunidade e trabalho com os pobres.
Hoje eu vejo que por mais que eu faça trabalhos, eventos e ações dentro da
Sociedade de São Vicente de Paulo, nunca retribuirei todo o amadurecimento
espiritual com o qual fui agraciada por meio dela.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
Csc. Marina de Carvalho Lima
Conferência Santa Faustina
CC de Maceió

Conte-nos porque você é vicentino!


Envie seu testemunho para um dos responsáveis
pela Tribuna e ele poderá ser publicado nos
próximos meses! Não fique de fora!

Tribuna Vicentina | 52
Destaque do mês

Vicentinos têm até o dia 31 de março para


colaborar com a Contribuição da Solidariedade

A Contribuição da Solidariedade vai até o dia 31 de março. Os valores arrecadados


são destinados ao Conselho Nacional do Brasil, que distribui o montante para
auxiliar atividades das conferências mais carentes, para o financiamento dos
projetos sociais, para as Obras Unidas, para as ações do Departamento Missionário,
bem como para a criação dos fundos de emergência, que atendem a tragédias e
catástrofes ambientais.
“Os recursos financeiros arrecadados serão totalmente destinados de acordo com
que determina a Regra da SSVP e as decisões do Conselho Nacional do Brasil.
Embora os vicentinos, no dia a dia, já doem muito de sua vida (seu tempo, seu
conhecimento, até mesmo outros bens materiais, como seus veículos, por exemplo),
não se pode deixar de pedir uma ajuda em dinheiro, para que os projetos que
dependem disso possam acontecer”, conta o confrade Luís Fernando, 1º Tesoureiro
do Conselho Nacional do Brasil.
“Atualmente, a maior parte dos recursos é destinada a atender aos projetos
sociais”, comenta o confrade Jean de Morais Araújo, 2º Vice-presidente do CNB. De
2011 a 2023, foram quase 600 pedidos atendidos, de acordo com os editais
lançados a cada ano. As ações contribuíram diretamente na transformação das
famílias assistidas, possibilitando a geração de renda própria.
Para a arrecadação ocorrer na prática, a orientação é simples: os confrades e
consócias devem entregar suas contribuições aos tesoureiros de suas respectivas
conferências, para que eles façam o repasse aos seus Conselhos Particulares. Esses,
por sua vez, farão o recolhimento dos valores e darão diretamente ao Conselho
Nacional do Brasil, através do pagamento dos boletos bancários específicos para
isso, emitidos e encaminhados todos os anos. Deve haver o registro dos valores nos

Tribuna Vicentina | 53
Destaque do mês

caixas, tanto nas conferências, quanto nos Conselhos Particulares.


Neste ano, o valor doado deve ser de, no mínimo, R$ 13,20. Em 2022, o valor
arrecadado foi de R$ 703.456,00.

Fonte: https://ssvpbrasil.org.br/vicentinos-tem-ate-o-dia-31-de-marco-para-
colaborar-com-a-contribuicao-da-solidariedade/

Tribuna Vicentina | 54
Homenagem

Homenagem
60 anos do Lar de Idosos São Vicente de Paulo: o
surgimento e a evolução do abrigo

Logomarca especial, lançada em comemoração aos 60 anos do abrigo

No dia 8 de dezembro de 1962, os vicentinos de Maceió fizeram a sua costumeira


romaria em honra a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, saindo da Catedral em
direção à Casa do Pobre de Maceió, no bairro do Vergel do Lago. Ao atravessarem a
rua do comércio, por volta das 5h30, viram um idoso muito pálido, que dormia à
porta de uma das casas comerciais.
Após a Missa e a comunhão geral dos vicentinos, foi realizada a Assembleia Geral -
a primeira do ano eclesiástico -, durante a qual foi tomada a resolução de fundar o
Abrigo Noturno São Vicente de Paulo, para dar pousada, durante a noite, aos pobres
que não tinham onde dormir, ajudando-os, na medida do possível, a se
recuperarem.
Em 11 de fevereiro de 1963, durante a festa de Nossa Senhora de Lourdes, foi
realizada a inauguração do Abrigo São Vicente de Paulo, uma obra da SSVP,
localizado na Rua General Hermes, n° 41, no Centro de Maceió. Naquela noite,
apenas três pobres aceitaram o convite que lhes foi feito, para pernoitar no Abrigo.
De início, a Entidade funcionava apenas como um abrigo noturno para os idosos
do sexo masculino, que eram recebidos a partir das 18h e podiam tomar banho,
jantar e dormir, voltando às ruas na manhã seguinte. No entanto, percebeu-se que
essas pessoas ficavam muito suscetíveis aos maus tratos, aos vícios, e que essa
forma de acolhimento, apenas durante a noite, não contribuía para melhorar a
qualidade de vida delas. Assim, os idosos começaram a viver na instituição, de
forma integram.

Tribuna Vicentina | 55
Homenagem

Atualmente, o Lar São Vicente de Paulo possui 25 residentes e é configurado, pela


Política Nacional de Assistência Social, como uma Instituição de Longa Permanência
para Idosos (ILPI), proporcionando-lhes proteção social especial de alta
complexidade, inscrita no CNPJ de n° 08.629.271/0001-12.

Créditos do texto: Lar de Idosos São Vicente de Paulo

Quer nos conhecer?


Estamos esperando!
(82) 98819-4193

larsaovicentedepaulomcz

Rua General Hermes, 41 - Centro, Maceió, AL

Tribuna Vicentina | 56
Intervalo alegre

Intervalo alegre
O segundo mês do ano não pode perder o ritmo que começamos no primeiro.
Sendo assim, vamos para mais uma sequência de ótimas piadas, dignas do tiozão do
pavê!
Como se chama um anão que faz cover do Michael Jackson?
R: Micro Jackson.
Hee
Onde os piratas armazenam suas músicas favoritas?
Hee
R: No CD-Rum (CD-Rom).

Qual o desenho favorito do Michael Jackson?


R: O Smurf Criminal (Smooth Criminal, uma música do Michael).

Por que o marinheiro assistia televisão o tempo todo?


R: Porque era um cara no veleiro (noveleiro).

O que é um pontinho preto no microscópio?


R: Uma blacktéria.

A esposa chega para o marido e:


- Querido, o relógio da parede quase caiu na cabeça da mamãe.
- Droga de relógio, está sempre atrasado!

Como se chama alguém que nasceu no Brasil, viveu na Escócia, se mudou para a
África e morreu na China?
R: Defunto.

Quais são as duas palavras que mais abrem portas?


R: “Puxe” e “empurre”.

Por que a costureira evitava o carretel?


R: Porque ele era muito enrolado.

Qual o rapper que nasceu na Itália?


R: Romano Brown (o Mano Brown).

Qual a loja de chocolate preferida dos cachorros?


R: Au Au Show (Cacau Show).

Tribuna Vicentina | 57
Tribuna Vicentina
Conselho Metropolitano de Maceió

Fevereiro de 2023
Nº 220

SSVP alagoas

vicentinos_alagoas

Vicentinos de Alagoas

Você também pode gostar