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CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE RIGOR MORTIS EM

MÚSCULOS DE CORDEIROS DA RAÇA SANTA INÊS E


F1 SANTA INÊS X DORPER*

CHARACTERIZATION OF RIGOR MORTIS PROCESS OF MUSCLES LAMB OF


SANTA INÊS BREED AND F1 SANTA INÊS X DORPER

Rafael dos Santos Costa*1, Fábio da Costa Henry2, Celia Raquel Quirino3, Luciana
Salles Vasconcelos Henriques4, Eulógio Carlos Queiroz de Carvalho5 e
Selma Bergara Almeida2

RESUMO tadouro Frigorífico de Campos - Campos dos


Goytacazes, Rio de Janeiro. Após a sangria,
O desenvolvimento do processo de rigor analisou-se temperatura, pH, comprimento
mortis nas carcaças dos animais de açougue de sarcômero em diferentes intervalos de
influenciam diretamente a qualidade da car- tempo (4h; 6h; 8h; 10h; 12h; e 24h) e força
ne. As características do processo de rigor de cisalhamento ou maciez às 48h, do mús-
mortis em carcaça de ovinos durante o pro- culo Semitendinosus. Paralelamente, foi rea-
cessamento industrial para obtenção de car- lizada a correlação entre a análise sensorial e
caças resfriadas já foram estudadas em outros a análise instrumental desse músculo. A tem-
países e no Brasil em ovinos Santa Inês, mas peratura da câmara fria variou de 12,2°C (4h)
ainda não estabelecidas em ovinos F1 Santa a -0,5°C (24h) e a temperatura média das
Inês x Dorper. Assim, objetivou-se neste tra- carcaças foi de 26,80°C e -0,20°C, respec-
balho caracterizar o processo de rigor mortis tivamente. O pH médio inicial do músculo
dos músculos Semitendinosus e Triceps bra- Semitendinosus foi de 6,62 e o final 5,64 en-
chii durante o resfriamento industrial e ma- quanto no músculo T. brachii foi de 6,50 (4h)
ciez da carne, em 10 carcaças ovinas. Foram e 5,68 (24h). A contração máxima do sarcô-
escolhidos aleatoriamente 10 ovinos machos mero do músculo Semitendinosus ocorreu na
inteiros, sendo seis da raça Santa Inês e qua- 12ªh (1,50mm) após a sangria e no músculo
tro F1 Santa Inês x Dorper, abatidos no Ma- Triceps brachii, no intervalo entre a 10ªh e
24ªh (1,53 a 1,57mm). No músculo Semiten-
dinosus a força de cisalhamento ou maciez
*

Projeto financiado com recursos da FAPERJ. foi semelhante entre cordeiros da raça Santa
1
Secretaria de Agricultura - SIE/RJ, CEP 28013-602, Inês e F1 Santa Inês x Dorper, demonstrando
Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil.; que o grupo genético não influencia na ma-
2
Laboratório de Tecnologia de Alimentos, Universidade
ciez da carne. O painel sensorial confirmou
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF),
CEP 28013-602, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. os resultados obtidos na análise instrumental.
e-mail: fabiocosta@uenf.br; Na correlação da análise instrumental (força
3
Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético de cisalhamento) com a análise sensorial,
Animal, UENF, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil; quando comparadas diferentes grupos gené-
4
Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da ticos, observou-se uma boa correlação inver-
UENF;
5
Laboratório de Sanidade Animal, UENF, Campos dos
sa (r = -0,87).
Goytacazes, RJ, Brasil.
Palavras-chave: Carcaça ovina, maciez,
músculos, rigor mortis.
Recepção/Reception: 2010.04.06
Aceitação/Acception: 2011.03.03
144 REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ABSTRACT INTRODUÇÃO

The development of rigor mortis process Um dos primeiros animais a serem domes-
of butcher animal carcasses directly influen- ticados foi o ovino que é encontrado em dife-
cing the meat quality. The characteristics of rentes áreas geográficas no mundo (Kammla-
rigor mortis process in ovine carcass during de e Kammlade, 1955). Segundo dados do
industrial chilling to obtain the chilled car- IBGE (2007), o rebanho brasileiro de ovinos
casses have been studied in other countries é da ordem de 16 milhões de cabeças, aproxi-
and in Brazil in Santa Ines sheep, but not yet madamente. Os animais deslanados concen-
established in F1 Dorper x Santa Inês. Thus, tram-se, principalmente, na Região Nordeste
this research was designed to characterize the (58%), sendo a Região Sudeste a que ocupa o
rigor mortis process of Semitendinosus and quinto lugar no ranking, com 4% dos ovinos
Triceps brachii muscles during the industrial em seu território.
chilling and meat tenderness in 10 ovine car- No Brasil, a carne ovina é considerada um
casses. Ten intact male ovines breed were artigo de luxo, sendo consumida principal-
randomly assembled, six of Santa Inês breed mente em restaurantes de alto padrão ou em
and four F1 Dorper x Santa Inês, slaughte- datas comemorativas, dificultando o aces-
red at Campos Slaughterhouse – Campos dos so à população de baixa renda (Maturano
Goytacazes, Rio de Janeiro. After exsangui- et al., 2002). Entretanto, tem-se observado
nation, were measured temperature, pH and um aumento significativo na demanda desta
sarcomere length at different times (4h; 6h; carne, principalmente nos grandes centros
8h; 10h; 12h; and 24h) and shear force or urbanos (França et al., 2006), como reflexo
tenderness (48h) of Semitendinosus muscle. das mudanças dos hábitos alimentares do
In parallel was accomplished the sensorial consumidor, que tem buscado qualidade,
analysis relationships to instrumental values palatabilidade, maciez e menores teores de
of this muscle. The chilling room tempera- gordura (Neres et al., 2001). Este fato vem
ture varied between 12.2 °C (4h) and -0.5°C contribuindo para a expansão da produção de
(24h) and the mean temperature of carcas- ovinos (França et al., 2006), proporcionando,
ses was 26.80°C and -0.20°C, respectively. desta forma, um aumento na oferta de prote-
The mean initial pH of Semitendinosus was ína de alta qualidade (Ribeiro et al., 2001).
6.62 and final 5.64 and of Triceps brachii A queda do pH e da temperatura durante
was 6.50 (4h) and 5.68 (24h). The maximum o processo de rigor mortis das carcaças in-
contraction of sarcomere of Semitendinosus fluenciam diretamente a qualidade da carne.
occurred at 12th hour (1.50mm) after exsan- A velocidade do rigor mortis é controlada,
guination whereas for the Triceps brachii, principalmente, pela reserva de glicogênio,
at the range of the 10th to 24th hours (1.53 to pH e temperatura do músculo (Johnson et
1.57mm). Semitendinosus muscle shear force al., 1989; Koohmaraie et al., 1991; Monteiro
and tenderness was similar in lambs of Santa et al., 2001). Durante o abate, mais precisa-
Ines breed and F1 Dorper x Santa Inês, de- mente após a sangria, no período que abran-
monstrating that the genetic group did not ge as primeiras 24 horas, ocorre uma série
affect meat tenderness. The sensory panel de transformações bioquímicas e estruturais
confirmed the results obtained in instrumen- no tecido muscular, na conversão do mús-
tal analysis. The correlation of instrumental culo em carne. Neste período vários fatores
analysis (shear force) when compared diffe- podem afetar o processo de rigor mortis e
rent genetic groups, was found a good inver- por consequência a qualidade final da carne
sed correlation (r = -0.87). (Aberle et al., 2001). A maciez e a perda de
peso por cozimento são parâmetros importan-
Keywords: Muscles, ovine carcass, rigor tes na avaliação da qualidade da carne (Costa
mortis, tenderness. et al., 2006). A determinação do tamanho de
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DA RAÇA SANTA INÊS E F1 SANTA INÊS X DORPER 145

sarcômero assume fundamental importância temperatura média do ar e 81,2% de umidade


em função da existência de correlação posi- relativa). As meias carcaças foram conduzi-
tiva entre sua dimensão e o desenvolvimento das devidamente identificadas para a câmara
do rigor mortis, bem como da maciez da car- frigorífica, na qual foi realizada a tomada de
ne (Wheeler e Koohmaraie, 1994). A análi- temperatura com um termohigrômetro, nos
se instrumental (força de cisalhamento) e a intervalos de tempo de 4h; 6h; 8h; 10h; 12h;
análise sensorial são as metodologias mais e 24h após a sangria. Nos mesmos intervalos
utilizadas no controle da maciez das carnes foi tomada a temperatura das meias carcaças
(Babiker et al., 1990; Lyon e Lyon, 1997). introduzindo-se a haste metálica de um ter-
As características do rigor mortis de carca- mômetro digital na profundidade de 5cm da
ças ovinas resfriadas já foram estudadas em massa muscular na altura do ísquio. A deter-
outros países (Marsh e Thompson, 1958; Bo- minação do pH foi realizada nos intervalos
wling et al., 1978; Wheeler e Koohmaraie, de tempo citados anteriormente com potenci-
1994) e no Brasil em ovinos Santa Inês (Oli- ômetro Handylab 1 – Schott, utilizando uma
veira et al., 2004), mas ainda não estabeleci- solução homogeneizada com 10g da amos-
das em ovinos F1 Santa Inês x Dorper. tra em 100mL de água destilada (BRASIL,
Os objetivos do trabalho foram os seguin- 1999).
tes: (1) caracterizar o comportamento do De cada carcaça foram colhidas duas
processo de rigor mortis nos músculos Se- amostras, nos mesmos intervalos supracita-
mitendinosus e Triceps brachii em carcaças dos, dos músculos Semitendinosus e Triceps
frigorificadas; (2) determinar o valor de pH e brachii para a determinação do comprimento
do comprimento de sarcômero dos músculos de sarcômero. Com auxílio de pinça e bistu-
Semitendinosus e Triceps brachii e suas mu- ri foram retiradas amostras de aproximada-
danças durante a retirada do calor sensível mente 2,5 cm de comprimento por 1,5 cm de
das carcaças na câmara de resfriamento, logo largura e 0,5 cm de espessura, previamente
após a sangria; (3) estudar o efeito do grupo fixadas por garras metálicas. As garras ti-
genético sobre a maciez da carne do músculo nham o objetivo de manter o músculo em
Semitendinosus e (4) correlacionar os valores condições próximas em que se encontrava na
da análise instrumental (força de cisalhamen- carcaça, evitando contração ou distensão das
to) com os da análise sensorial. fibras após sua retirada.
As amostras foram colhidas e identificadas
com o número da carcaça, hora da colheita e
MATERIAL E MÉTODOS nome do músculo. Em seguida foram colo-
cadas em frascos plásticos de boca larga con-
Foram escolhidos ao acaso 10 ovinos ma- tendo formalina tamponada 10% (250 mL).
chos inteiros, seis pertencentes à raça Santa Após a fixação as amostras foram clivadas,
Inês e quatro F1 Santa Inês x Dorper, todos desidratadas, clarificadas, incluídas em para-
com dentes de leite. A determinação da idade fina e seccionadas em um micrômetro (Pika
dos animais foi realizada através do exame – Seiko) com espessura de cinco micra. Os
da dentição no curral de matança e confirma- cortes histológicos foram corados com He-
da na sala de matança do Matadouro Frigo- matoxilina Fosfotúngstica de Mallory (Beh-
rífico de Campos, Campos dos Goytacazes mer et al., 1976).
– RJ (SIE 504). Os ovinos foram abatidos As lâminas foram fotografadas no micros-
após os cuidados ante mortem que neste caso cópio de luz Olympus® BX 41 com câmera
incluía o período de repouso, jejum e dieta fotográfica digital Nikon® Coolpix 995 aco-
hídrica de vinte quatro horas antes do abate. plada em objetiva de imersão (100x) com
Os animais foram pesados, abatidos, evis- um aumento total de 1000x (Sloss e Kemp,
cerados e as carcaças foram pesadas e des- 1978). Seguindo-se a transferência das foto-
tinadas à câmara de resfriamento (0,8ºC de micrografias dos músculos Semitendinosus
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e Triceps brachii da memória da câmera fo- amostras foram cortadas em cubos de 3 cm,
tográfica digital para um computador. Estas adicionadas de 1% de sal e cozidas a 75oC
fotomicrografias foram avaliadas pelo sof- por uma hora. As amostras foram apresenta-
tware de análise de imagens (Microscopy das aos julgadores em pratos individuais de
Image Processing System – DN2®), onde foi fundo branco, previamente codificadas com
mensurado o comprimento do maior número números aleatórios de três dígitos. A carne
possível de sarcômeros, a fim de minimizar proveniente do músculo Semitendinosus foi
erros. O comprimento médio dos sarcômeros servida a temperatura de 40-50oC, acompa-
foi obtido dividindo a distância mensurada nhada de biscoito de água e sal para limpeza
pelo número de sarcômeros contados em bucal entre as degustações.
cada lâmina e o resultado foi então multipli- O recrutamento da equipe de julgadores
cado pelo fator de calibração. Foram realiza- foi realizado com cinco consumidores do
das pelo menos 10 mensurações em campos produto teste e durante o treinamento foram
(feixes de miofibrilas) diferentes, para cada apresentadas as amostras em mesa redonda.
amostra (Ramos e Gomide, 2007). Foram apresentados materiais de referência
Foram colhidas amostras de, aproximada- que representaram os extremos de maciez
mente 250g do músculo Semitendinosus de em carne, os julgadores foram orientados
cada carcaça, 24h após o início da sangria. a perceberem a maciez durante a primeira
As amostras foram colocadas individual- mordida usando os dentes molares (Damásio
mente em embalagem plástica, identifica- e Costell, 1991; Stone e Sidel, 1998).
das e acondicionadas em caixa isotérmica. Após duas sessões de treinamento com
Posteriormente, foram encaminhadas até o toda equipe, foi realizada a prova de desem-
Laboratório de Tecnologia de Alimentos do penho. As duas amostras (carne dos cordei-
Centro de Ciências e Tecnologias Agrope- ros da raça Santa Inês e carne dos cordeiros
cuárias da Universidade Estadual do Norte F1 Santa Inês x Dorper) foram apresentadas
Fluminense Darcy Ribeiro, onde 48h após a sob condições laboratoriais, em cabines indi-
sangria, as amostras foram pesadas, cozidas viduais com quatro repetições por julgador.
até a temperatura interna de 70°C, resfriadas Para a avaliação da maciez foi utilizada a es-
à temperatura ambiente, drenadas e pesadas. cala hedônica não estruturada de 9 cm entre
Por meio da diferença entre os pesos inicial e âncoras.
final foi calculada a porcentagem de perda de A equipe de julgadores treinados e selecio-
peso por cozimento. nados avaliou as duas amostras em três repe-
Posteriormente, as amostras foram acon- tições, distribuídas em três sessões durante o
dicionadas em caixas isotérmicas contendo dia. Para a avaliação da maciez foi emprega-
gelo reciclável e foram transportadas até o da e mesma ficha da prova de desempenho.
Laboratório de Tecnologia de Carnes da Fa- Para comparação dos valores obtidos foi
culdade de Veterinária da Universidade Fe- utilizado o programa estatístico SAS (SAS,
deral Fluminese, onde foram retirados sete 1999). A análise estatística, referente ao pro-
cilindros de 1,27cm de diâmetro e cisalhados cesso de rigor mortis, do comportamento
ao meio no equipamento “Warner – Bratzler das medidas de temperatura da carcaça, pH
Meat Shear Force - modelo 3000”, para a ob- e comprimento de sarcômero de dez repeti-
tenção dos valores referentes à força de ci- ções, ao longo do tempo (4h; 6h; 8h; 10h;
salhamento, conforme metodologia proposta 12h; e 24h após a sangria) separadamente por
por Kerth et al. (2003). músculo (Semitendinosus e Triceps brachii)
A análise sensorial do músculo Semitendi- foi realizada por meio da Análise de Variân-
nosus foi realizada, no Laboratório de Tecno- cia para medidas repetidas com nível de sig-
logia de Alimentos da UENF, por uma equipe nificância de 5%.
de seis julgadores selecionados e treinados Para os dados de força de cisalhamento e
(Damásio e Costell, 1991). Inicialmente as perda de peso por cozimento foi realizada a
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DA RAÇA SANTA INÊS E F1 SANTA INÊS X DORPER 147

Análise de Variância em Delineamento In- observa-se a diminuição gradual da tempera-


teiramente Casualizado, seguido do teste de tura nos músculos que proporciona a atuação
Tukey ao nível de significância de 5%. adequada das enzimas proteolíticas sem os
A partir dos dados da análise sensorial inconvenientes decorrentes da desnaturação
da maciez foi realizada a análise de variân- protéica (queda acentuada do pH no início
cia pelo teste F em delineamento em blocos do post mortem) ou o retardo do processo do
casualizados, seguido do teste de Tukey ao rigor mortis como o encurtamento pelo frio
nível de 5% de significância. (Hwang et al., 2004). Tornberg et al. (2000)
Os escores médios de intensidade de ma- relatou que as temperaturas da câmara entre
ciez de cada amostra foram correlacionados 1° e 7°C são ideais para que ocorra o pro-
com os valores médios obtidos na análise cesso normal do rigor mortis, conferindo à
instrumental de maciez, determinando-se os carne melhor maciez.
respectivos coeficientes de correlação linear Os valores médios encontrados na deter-
de Pearson. minação de pH dos músculos Triceps bra-
chii e Semitendinosus, foram de 6,50 ± 0,12
e 6,62 ± 0,10 na quarta hora, 5,82 ± 0,12 e
RESULTADOS E DISCUSSÃO 5,76 ± 0,09 na 12a hora e 5,68 ± 0,11 e 5,64
± 0,06 na 24a hora, respectivamente. As com-
Os valores de temperatura das carcaças parações feitas pelo teste de Tukey revelaram
ovinas foram de 26,8oC (4h), 7,2oC (12h) e não existir diferença significativa (p > 0,05)
-0,2oC (24h); enquanto os valores de tempe- entre os valores médios de pH no músculos
ratura da câmara fria foram de 12,2oC (4h), Triceps brachii e Semitendinosus em todos
2,8oC (12h) e -0,5oC na 24ah após a sangria os intervalos de tempo.
(Quadro 1). O declínio do pH foi mais acentuado no
A análise estatística revelou diferença sig- músculo Semitendinosus do que no Triceps
nificativa (p < 0,05) quanto aos valores de brachii. O músculo Semitendinosus apre-
temperatura das carcaças em todos os inter- senta um maior percentual de fibras brancas
valos de tempo. Por meio destes resultados (metabolismo glicolítico) do que de fibras

Quadro 1 – Valores médios (X) e o desvio-padrão (s) de temperatura (°C) da câmara frigorífica e
de carcaças ovinas e pH dos músculos Triceps brachii (TB) e Semitendinosus (ST), nos seis intervalos de
tempo post mortem (4h; 6h; 8h; 10h; 12h e 24h) durante o resfriamento industrial.

Médias na mesma linha seguidas por letras diferentes apresentam diferenças (p < 0,05) pelo teste de Tukey.
a,b,c,d,e,f

A,B
Médias na mesma coluna seguidas por letras diferentes apresentam diferenças (p < 0,05) pelo teste de Tukey.
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vermelhas (metabolismo oxidativo) (66,4 e de abate e no resfriamento das carcaças, de-


16,4%, respectivamente), enquanto o mús- vido ao crescimento microbiano.
culo Triceps brachii apresenta percentuais O valor de pH final para o músculo Semi-
de 44 e 29%, respectivamente (Kiessling e tendinosus foi de 5,64 ± 0,06, enquanto Bres-
Hanson, 1983; Hedrick et al., 1994). san et al. (2001) encontraram valores de pH
Tanto o músculo Triceps brachii quanto 24 horas post mortem variando entre 5,67 a
o Semitendinosus apresentaram o declínio 5,75 no músculo Semimembranosus. Tam-
linear do pH durante às 24 horas post mor- bém Souza et al. (2004) analisando cordeiros
tem, com valores médios de pH final de 5,68 dos grupos genéticos Ile de France x Santa
e 5,64, respectivamente (Quadro 1). Estes Inês e Bergamácia x Santa Inês, encontraram
resultados são adequados de acordo com De- valores de pH final de 5,70, valores próximos
vine et al. (1993), que afirmaram que valo- aos encontrados neste trabalho. Entretanto,
res de pH entre 5,4 e 5,9 são desejáveis, pois Ferrão et al. (2009), ao estudarem a qualida-
carnes com valores acima de 6,0, apesar de de da carne de cordeiros da raça Santa Inês,
apresentarem maciez satisfatória, são consi- encontraram valores de pH de 5,53 a 5,57,
deradas inadequadas para a comercialização, na 24ªh para o músculo Semimembranosus.
devido a sua reduzida vida de prateleira. Maturano et al. (2002) também observaram
O presente estudo encontrou um pH de valores de pH final no músculo Semimem-
6,04 (8ª hora post mortem) semelhante ao en- branosus variando de 5,52 a 5,59 em animais
contrado por outros autores (Johnson et al., da raça Merino Australiano e 5,56 a 5,66 em
1989), que estudaram o efeito de três tem- animais do cruzamento Ile de France x Me-
peraturas de resfriamento (0, 16 e 23ºC) e rino.
do pH na qualidade da carne de cordeiro nas Ao estudar as mudanças estruturais nos
primeiras oito horas post mortem e observa- músculos durante o processo de rigor mortis
ram diferenças significativas no declínio do encontrou-se valores médios do comprimen-
pH do músculo Triceps brachii (6,02; 5,71 e to de sarcômero dos músculos Triceps bra-
5,55, respectivamente). Esses resultados re- chii e Semitendinosus de 1,72μm e 1,92μm,
tratam que a glicólise anaeróbica ocorre mais respectivamente, após a quarta hora da san-
rapidamente em temperaturas mais elevadas, gria (Quadro 2).
em concordância com outro trabalho seme- Na 12ª hora o músculo Semitendino-
lhante (Bowling et al., 1978). No entanto, sus apresentou seu encurtamento máximo
essas temperaturas exigem ótimas condições (1,50µm), enquanto o mesmo ocorreu no in-
higiênico-sanitárias durante todo o processo tervalo entre a 10ah e 24ah para o músculo

Quadro 2 - Média (X) e o desvio-padrão (s) dos valores de comprimento de sarcômero (mm) mensurados nos
músculos Triceps brachii (TB) e Semitendinosus (ST) nas carcaças ovinas, nos seis intervalos de tempo post
mortem (4h; 6h; 8h; 10h; 12h e 24h) durante a refrigeração.

* a,b,c,d Médias na mesma linha seguidas por letras iguais não apresentam diferenças (p > 0,05) pelo teste de Tukey.
* a,b,c,d,e Médias na mesma linha seguidas por letras diferentes apresentam diferenças (p < 0,05) pelo teste de Tukey.
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Triceps brachii (1,53µm a 1,57µm). Na 24ª Os valores médios de força de cisalhamen-


hora o músculo Semitendinosus apresentou to e da perda de peso por cozimento para o
maior comprimento de sarcômero (p< 0,05) músculo Semitendinosus das carcaças ovinas
(1,71µm) que o Triceps brachii (1,57µm). em relação aos grupos genéticos (Santa Inês
Na comparação dos valores médios do e F1 Santa Inês x Dorper) estão descritos no
comprimento de sarcômero no músculo Se- Quadro 3.
mitendinosus não houve diferença significa- A comparação das médias pelo teste de
tiva (p > 0,05) entre os intervalos de tempo Tukey não demonstrou diferença significati-
de 4 e 6h; 6 e 8h e 8 e 24h. Em relação ao va (p > 0,05) em relação à perda de peso por
músculo Triceps brachii não houve diferença cozimento e à força de cisalhamento entre os
significativa (p > 0,05) nos intervalos de tem- dois grupos genéticos. Este fato em relação
po de 4 e 6h; 6 e 8h; 10h, 12h e 24h e 8 e 24h. à força de cisalhamento também foi relatado
Oliveira et al. (2004) avaliando cordeiros e por Souza et al. (2004) analisando cordeiros
carneiros da raça Santa Inês, encontraram dos grupos genéticos Ile de France x Santa
valores de comprimento de sarcômero, no Inês e Bergamácia x Santa Inês que relataram
músculo Triceps brachii, nos intervalos de que a força de cisalhamento não foi influen-
8h, 10h, 12h e 24h, após sangria, de 1,62µm, ciada pelos grupos genéticos, sexo e pesos
1,54µm, 1,51µm e 1,59µm, respectivamen- ao abate avaliando o músculo Semimembra-
te. Valores semelhantes aos encontrados no nosus. Avaliando os fatores isoladamente, a
músculo Triceps brachii no presente estudo. ausência de efeito de raças ou grupo genético
A velocidade das mudanças bioquímicas sobre a maciez em ovinos foi descrita por
que ocorrem no post mortem é influenciada Sañudo et al. (1997) que utilizaram as raças
pela temperatura e importante nas caracterís- Churra, Castelana, Manchega e Awassi e por
ticas sensoriais da carne. Desse modo, foram Bressan et al. (2001) que estudaram animais
encontrados em carcaças de cordeiros res- puros das raças Santa Inês e Bergamácia.
friadas a 0ºC por 72h, tamanho de sarcômero As médias obtidas para força de cisalha-
de 1,68μm no músculo Longissimus dorsi, mento estão dentro da faixa de aceitação
1,68μm no Biceps femoris e 1,75μm no Se- proposta por Bickerstaffe et al. (1997). Se-
mimembranosus (Bowling et al., 1978). O gundo estes autores, a carne de cordeiros que
valor encontrado para o músculo Semimem- apresentam força de cisalhamento acima de
branosus (0ºC) está em concordância com o 11kg é definida como dura e tem a aceitação
resultado do Semitendinosus no presente es- reduzida pelos consumidores. Além disso, o
tudo (1,71μm). declínio linear da temperatura e a queda do

Quadro 3 - Média (X) e o desvio-padrão (s) dos valores da força de cisalhamento (kg) e da perda de peso por
cozimento (%) do músculo Semitendinosus das carcaças ovinas em relação aos grupos genéticos (Santa Inês
e F1 Santa Inês x Dorper).

* a Médias na mesma linha seguidas por letras iguais não apresentam diferenças (p > 0,05) pelo teste de Tukey.
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pH no presente trabalho possibilitaram a ade- dos neste trabalho. A média de perda de peso
quada ação das enzimas proteolíticas resul- por cozimento (19,55%), do músculo Semi-
tando na maciez da carne. tendinosus de animais Santa Inês x Dorper,
Uma grande variação de resultados entre no experimento de Santello et al. (2006), foi
autores é observada na literatura, desde mé- inferior à encontrada nesta pesquisa, prova-
dias de 2,5 kg até valores de 15,1 kg (Souza velmente devido à menor idade dos animais.
et al., 2004). Zundt et al. (2006) observaram O coeficiente de correlação linear (r=
uma média de 1,64kg no músculo Semiten- -0,87) entre a análise instrumental (força de
dinosus de ovinos Santa Inês. Frescura et al. cisalhamento) e a análise sensorial (percep-
(2005) relataram valores de força de cisalha- ção da maciez da carne durante a primeira
mento de 2,33 kg no músculo Semitendino- mordida usando os dentes molares) foi sig-
sus de cordeiros do cruzamento entre Ile de nificativo (p < 0,05). Resultados semelhan-
France x Texel, não-castrados. Os resultados tes foram descritos para a maciez dos mús-
encontrados por estes autores anteriormente culos Longissimus dorsi e Triceps brachii
citados apresentam grande semelhança com de cordeiros e carneiros da raça Santa Inês
os do presente trabalho, porém médias mais em diferentes tempos após o abate (Olivei-
elevadas foram observadas por Santello et al. ra et al., 2004), onde também foi observada
(2006) (6,99 kg no músculo Semitendinosus) correlação entre as análises sensorial e ins-
e Ferrão et al. (2009) (5,59 kg a 6,57 kg no trumental.
músculo Semimembranosus).
Vários autores relataram que os grupos
genéticos não manifestaram efeito signifi- CONCLUSÕES
cativo sobre a perda de peso por cozimento.
Estes resultados foram relatados em ovinos • O declínio da temperatura e do pH nas car-
por Bressan et al. (2001) e Dransfield et al. caças ovinas ocorreu dentro dos padrões
(1990). Ferrão et al. (2009) avaliando os efei- adequados para a instalação e resolução do
tos de diferentes tipos de dietas na perda de processo de rigor mortis.
peso por cozimento do músculo Semimem- • O decréscimo dos valores de pH e com-
branosus da raça Santa Inês, encontraram va- primento do sarcômero acompanhou o de-
lores médios de 46,03%; 45,89% e 45,98%, senvolvimento do rigor mortis em ambos
valores estes acima da maioria dos resultados os músculos estudados até a 24a hora após
descritos por outros autores. Provavelmente, a sangria.
devido ao teor de gordura e às temperaturas • Durante o processo de rigor mortis a con-
de cocção e resfriamento das amostras. tração máxima foi detectada no intervalo
No entanto, as perdas de peso por cozi- entre a 8ªh e a 12ªh para o músculo Triceps
mento no presente trabalho estão de acordo brachii e entre a 10ª h e a 24ª h no músculo
com Bressan et al. (2001), que encontraram Semitendinosus.
valores que variaram de 29,9% a 33,1%, as- • No músculo Semitendinosus, não se obser-
sim como Bonagurio et al. (2003) que obser- vou diferença significativa (p > 0,05) na
varam médias de perda de peso por cozimen- força de cisalhamento ou maciez entre cor-
to de 36,12% em machos e 33,67% em fême- deiros da raça Santa Inês e F1 Santa Inês x
as. Silva Sobrinho et al. (2005), analisando Dorper, demonstrando que o grupo genéti-
a perdas de peso por cozimento no músculo co não influenciou a maciez da carne.
Semimembranosus de cordeiros encontra- • Na comparação da análise instrumental
ram valores que variaram entre 37,96% a versus análise sensorial observou-se uma
38,88%, semelhantes aos valores encontra- correlação linear significativa (p < 0,05).
CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE RIGOR MORTIS EM MÚSCULOS DE CORDEIROS
DA RAÇA SANTA INÊS E F1 SANTA INÊS X DORPER 151

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