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Este livro foi feito especialmente para jovens.

Jovens de 15, 18, 20, 25, 30, 40, 50, 60, 70 anos, que apesar do estado físico
mantém a mente jovem e disposta a transformar sua própria vida e das
pessoas que estão ao seu redor!

SOBRE O AUTOR
Apaixonado pelo Empreendedorismo e por suas transformações, o autor
Rodrigo Felicíssimo dedicou os últimos 10 anos pesquisando todo tipo de
padrão existente entre as personalidades de sucesso, em diferentes ramos.
Percorrendo diversos países, procurando entender os diferentes ecossistemas
empreendedores mundo afora.
O autor também teve suas próprias experiências empreendedoras,
conhecendo as dores do fracasso e despertando a capacidade de se reinventar
e se dedicar a diferentes ramos, como atualmente o faz.
Atualmente, uma de suas missões é apresentar o mundo do
Empreendedorismo para o maior número possível de pessoas.
Dentre suas obras estão o livro ‘’ Porque a Escola Não nos prepara para o
Mundo Real’’, ‘’Marketing Digital para Pequenas Empresas’’,
‘’Instamestre’’ e ‘’ O Homem que virou o jogo: Um case de Futebol,
Empreendedorismo e Paixão.’’,
Além de capitanear o projeto Passo a Passo Empreendedor nas principais
redes sociais.
Como você teve a curiosidade de começar a leitura dessa obra,
provavelmente já despertou a fera empreendedora que existe dentro de você.
Essa vontade de tomar as rédeas da própria vida e não mais deixá-la te levar.
Pois, convenhamos, esse discurso só funciona na música do Zeca Pagodinho.
Ainda assim, muitas vezes esse desejo incontrolável encontra diversos
obstáculos para que seja colocado definitivamente em prática.
Ao compartilhar seu sonho com outras pessoas, a maioria se mostra
totalmente incrédula. Você é chamado de louco, sonhador ou coisa pior.
Os poucos que dão crédito para a sua vontade de empreender vão apontar
várias razões pelas quais a atitude de empreender é arriscada, e que por conta
disso você irá fracassar. E que tudo é uma questão de sorte.
Muito provavelmente você já ficou mordido pelas opiniões alheias, mas ainda
assim chegou a considerar, ou a pensar em considerar aqueles parcos
argumentos. Apesar de manter ainda vivo o seu sonho de liberdade.
Esse material foi feito para você, que esbarra nas opiniões de sua família,
amigos e colegas, mas não deixou morrer a chama empreendedora dentro de
você.
Nele estão expostas histórias reais, de pessoas que como você, e como eu,
que um dia começaram suas jornadas rumo à realização pessoal e
profissional.
Através dessas histórias você descobrirá que apesar do que é dito pelo senso
comum; pelas pessoas que você convive diariamente, e pelas notícias e
telejornais; há uma realidade que não condiz com esses mitos e falácias.
Realidade essa, construída por pessoas que se negaram a aceitar ter suas
próprias vidas direcionadas por outros fatores, que senão o próprio trabalho.
Seja muito bem-vindo! Chegou a hora de começar a sua transformação!

AGRADECIMENTOS

Esta obra é dedicada especialmente àqueles que gentilmente acreditaram na


idoneidade e seriedade do Projeto Passo a Passo Empreendedor, bem como
na qualidade e execução deste material.
O mais sincero agradecimento para: Alison Fagundes, Michelli Larissa,
Isadora Portela, Paulo Henrique Nunes, Flávio Meireles, Fátima Santos,
Marcus Vinícius Sales, Amanda ‘’Memie’’ Dias, Leyvison Medrado, Jailson
Silva, Carla Weiz, Érica Tomazi, Manassés Kenendy, Bruno Guedes,
Emanuel Carvalho, Eliane Correa, Bruna Carla, Robinson Oliveira, Isa
Raquel da Silva, Clediomar Lino, Igor Brian, Nicole Farias, Gilmar Alves,
Marcelo Piovesan, Diezer Mendes, Sérgio Zec, Rosane Ribeiro, Cláudia
‘’Pedagoga’’, Carlos Teixeira, Sandro Caetano, Gaby Chaves, Keith Rocha,
Marisa Leite, Lidiana Rimoldi, Marlon Duarte, Adriana ‘’Dricavazza’’,
Alessandra Ferreira, Hiel Santos, Lucas Nascimento, Gessica Medeiros,
Marisley Avila, Tulio Fuscaldi, Camila Amaral, Levi Barros Leal, Welliane
Oliveira, Leandro Santos de Lima, Marianny Lulhi, Rafael Maximo, Letícia
Salgado, Túlio Viana, Gabriel Santos, Sérgio Messias e Gildete França.
QUEM É O EMPREENDEDOR

Vivemos um tempo em que uma das palavras que está literalmente na moda é
‘’Empreendedorismo’’.
Entretanto, apesar dessa palavra estar sendo repetida continuamente no rádio,
na TV e nas redes sociais, dificilmente encontramos um conceito que
expresse verdadeiramente o seu significado. E muitas vezes acabamos
limitando ou confundindo o seu real significado.
Muitas pessoas ainda confundem o termo empreendedor com empresário.
De fato, a maioria dos empresários é, sim, empreendedor.
Entretanto, acredite, existem diversos empresários que não são
empreendedores. E usam a pessoa jurídica por diferentes motivos; sejam eles
por questões sucessórias, tributárias ou até mesmo por exigência de seus
empregadores.
Sim, existem muitos profissionais que são empregados de fato, mas que
possuem um CNPJ por exigência do empregador; tanto por questões
tributárias, quando para evitar os encargos da CLT.
Ainda assim, a palavra ‘’Empreendedor’’ tem conquistado o vocabulário
nacional e vem sendo usada de maneira bem geral, em diferentes contextos,
que vão além do empresarial. O que na prática é excelente, pois ajuda a
divulgar essa prática para um número muito maior de pessoas.
Sendo assim, vamos analisar o Empreendedor a partir de todas as suas
características.
E para isso, começaremos citando os 3 elementos do empreendedorismo ,
definidos por Flávio Augusto da Silva, do Geração de Valor.[1]
Visão, Coragem e Competência.
E a partir desses elementos iremos estudar quem de fato é o empreendedor.
Primeiramente, o Empreendedor é um idealizador. Mas, ao contrário do que
acreditam pelo senso comum, o Empreendedor não é somente uma pessoa
cheia de ideias; se assim o fosse, ele não passaria de um mero sonhador.
O Empreendedor é um primeiramente um idealizador no sentido de enxergar
diferentes cenários de transformação para sua realidade. Criando uma
solução tangível para resolver problemas que afligem as pessoas.
Seja transformando sua realidade na forma de um serviço, que possa fazer
com que as pessoas se comuniquem: tal como o WhatsApp; seja na forma de
um produto que possa fazer com que as pessoas façam um exercício físico
com maior qualidade, como no caso da Under Armour[2]; a vontade de
realizar transformação é um traço marcante do Empreendedor.
Esta primeira característica se manifesta primeiramente no plano das ideias,
em que há o surgimento de uma ideia para resolver ou transformar uma
situação ou dor que é vivida por ele mesmo ou por sua comunidade.
Esse momento é caracterizado pelo fato do empreendedor conseguir
visualizar uma solução para um problema que muitos conseguem enxergar,
mas que poucas pessoas estão de fato vendo; consolidando o primeiro
elemento do empreendedorismo que é a Visão.
Durante essa visão o empreendedor irá traçar possíveis soluções para resolver
o problema, identificando e estudando toda a situação vivida; em busca da
criação de uma solução definitiva e tangível para o problema.
Nesse momento, normalmente o Empreendedor avalia a situação que ele está
vivendo, identificando os motivos para aquela situação, as dores que ela
causa nas pessoas, aonde ela acontece, quem são as pessoas afetadas, entre
outros pontos.
Essa solução pode se dar através de uma atitude, de um empreendimento, de
um produto ou por um serviço.
Entretanto, independente da forma, o que caracteriza essa solução nada mais
é do que uma forma de transformar o ambiente.
Somando mais uma característica ao empreendedor: o fator transformador.
Além da idealização de um cenário transformador caberá ao Empreendedor
reunir características de outro elemento importante: a Coragem.
A Coragem é essencial para o Empreendedor, pois é a partir dela que ele
deixará de ser um mero idealizador, ou alguém com disposição de realizar
uma transformação, para se transformar em um realizador de fato.
Nesse momento de realização, a coragem não se da apenas ao fato do
Empreendedor ter iniciativa para dar início ao seu projeto. A coragem está
ligada também no fato de que o Empreendedor irá enfrentar diversos desafios
durante a sua jornada. Especialmente no início; mas também em toda a sua
jornada.
Primeiramente, caberá ao Empreendedor desafiar um cenário pouco propício
à inovação e a mudança.
Isto, pois, vivemos em um mundo que apesar de estar em constante e
exponencial transformação ainda está cheio de paradigmas negativos, que são
enraizados em nossa cultura desde a Escola até a vida adulta; seja por meio
de nossos professores, amigos e/ou até por nossos familiares mais próximos.
Além disso, vivemos em um país pouco adepto a mudanças culturais
essenciais, e que é pautado por uma cultura estatista ligada ao vitimismo[3] e
ao determinismo. [4]
País em que as pessoas acreditam que a sua situação atual vai determinar o
seu futuro, e que ao longo da vida serão sempre vítimas das circunstâncias;
sejam dos políticos, dos patrões, dos amigos, do dinheiro, etc.
Delegando todo o seu destino para um Estado (Governo) que promete muita
coisa, mas acaba entregando migalhas; retirando muito da população na
forma de imposto e devolvendo um percentual irrisório; que parece ser
suficiente para algumas pessoas, que continuam a idolatrar pessoas que
continuam prometendo muito e entregando quase nada.
Nesse contexto, a decisão de empreender representa verdadeiramente um ato
de coragem desde o primeiro momento em que se coloca em prática; fazendo
com que o empreendedor tenha que literalmente nadar contra a maré.
Entretanto, apenas ter a visão de uma oportunidade que representa uma
solução para um problema e ter a coragem para executá-lo não são suficientes
para constituir um verdadeiro empreendedor; isto porque ainda há um último
elemento chave para o Empreendedor: a Competência.
A Competência é o último elemento, mas é também aquele que será crucial
para separar o joio do trigo. É por conta desse elemento que alguns
Empreendedores ficam apenas no início de um projeto e não conseguem
prosperar.
Caracterizado principalmente pela forma como o Empreendedor irá
desenvolver o seu negócio. Isto é, determinado se o Empreendedor é capaz
ou não de dar vida ao seu projeto; e mantê-lo vivo.
É a competência que irá ditar se o Empreendedor é ou não capaz de comandar
o seu projeto. A competência pode ser natural da pessoa, assim como também
pode ser aprendida por meio de cursos, experiências ou até mesmo na prática;
sendo trabalhada ao longo de toda a jornada empreendedora.
A partir desses três elementos essenciais podemos entender quem é o
Empreendedor. Aquele que tem uma visão, que pode transformar uma
realidade, e que a partir de sua Coragem se dispõe a dar vida a suas
aspirações, possuindo a Competência para executá-lo e torna-lo realidade.
É interessante ressaltar que todos esses elementos não são necessariamente
natos ao Empreendedor, podendo ser aprendidos de diversas formas, e
aperfeiçoadas dia a dia, ao longo da própria caminhada empreendedora.
Nesse sentido, definido quem é o Empreendedor, podemos entender o que de
fato é Empreendedorismo:
No sentido do dicionário, Empreendedorismo é:
É a disposição para identificar problemas e oportunidades e investir
recursos e competências na criação de um negócio, projeto ou
movimento que seja capaz de alavancar mudanças e gerar um impacto
positivo.[5]
A definição está absolutamente correta, porém ainda parece um pouco fora da
realidade de muitas pessoas; principalmente pelas palavras usadas.
Entretanto, em uma linguagem simples, Empreendedorismo nada mais é do
que a atitude de promover mudanças a partir de um objetivo.
Ou seja, transformar a sua realidade a partir de uma ideia ou sonho.
Nesse contexto, não há necessariamente que se falar somente em Empresas.
Isto pois, a atividade empresarial essencialmente envolve dinheiro, e por
consequência o lucro, como única forma de sobrevivência.
Porém, a atividade empresarial é somente uma das formas de
Empreendedorismo que existem.
Logo, dizer que todo empreendedor é empresário, bem como o contrário, não
reflete aquilo que realmente é o Empreendedorismo.
Isto, pois, existem formas genuínas de realizar a atividade empreendedora
sem o aparato de uma empresa, organização ou entidade. Já que, em essência,
Empreendedorismo é a atitude, e não um CNPJ ou uma inscrição.
Além disso, por trás de uma pessoa jurídica sempre existirão pessoas físicas,
que serão aquelas que irão movimentar o projeto.
O objetivo do empreendedor está acima do dinheiro, ele está no sentido de
resolver problemas, transformando a sua realidade.
Mesmo que na maioria das vezes o empreendedor seja remunerado por isso,
atuando como empresário, e recebendo lucros por isto.
O que não há absolutamente nada de errado.
Muito antes pelo contrário, já que dessa forma toda a comunidade é
beneficiada: seja pela geração de empregos, seja pelo recolhimento de
impostos ou até mesmo pela transformação de sua cidade.
Você sabia como era a Cidade de Las Vegas sem a atividade empreendedora?
E como ela estaria sem ela? Provavelmente ainda seria um deserto; como
ainda é boa parte de seu entorno.
Entretanto, graças à atitude de empreendedores como Steve Wynn, criador
dos hotéis Wynn, Encore e Bellagio[6], a cidade se tornou um dos locais mais
requisitados do mundo. Assim como a cidade de Macau, território ligado à
China, que inspirou a construção de Las Vegas e recebe mais turistas do que
a cidade americana.[7]
A atitude e a mentalidade empreendedora é que fazem com que a
transformação aconteça, e essa transformação pode acontecer de diversas
maneiras, seja através de uma empresa, de uma pessoa ou de um grupo de
pessoas; sem que necessariamente exista uma formalidade que as une.
Posto isto, vamos falar de outros conceitos que estão relacionados a essa
premissa.
Sendo assim, o Empreendedorismo pode se dar de várias formas:
Na forma do empresário clássico, que atende aos anseios da sociedade
promovendo a venda de produtos ou serviços, obtendo um lucro por conta de
seu esforço e atividade.
Estando nesse grupo os empresários, fraqueados, microempreendedores
individuais (MEI), os empresários individuais (EIRELI), entre outros que tem
sua atividade ligada a um CNPJ.
Os Empreendedores Sociais, que transformam a realidade de sua comunidade
ou cidade, através da promoção de ideias e filosofias de transformação.
Promovendo a integração da comunidade em torno de um ideal ou objetivo
que produza efetiva transformação no local em que vivem. São exemplos:
ONGs, projetos sociais, entre outros. Esse exemplo será discutido
posteriormente, em um capítulo a parte.
O terceiro tipo são os Empreendedores Corporativos, também conhecidos
como Intra-Empreendedores, que são aqueles profissionais que ajudam as
empresas a criar novas soluções, bem como a promover mudanças que irão
impactar a sociedade. Nesse escopo temos diversos exemplos de empresas
que promovem a inovação, atribuindo uma porcentagem das vendas para os
funcionários que desenvolverem soluções criativas para problemas
combatidos pela empresa.
Um exemplo célebre desse tipo de atitude foi dado dentro da 3M, empresa
que é famosa por sua capacidade de inovação. Durante a busca por um
adesivo melhor, o engenheiro Art Fry acabou descobrindo um uso totalmente
diferente para o seu produto; o utilizando para marcas as páginas do hinário
que usava pra cantar na Igreja. Dessa forma despretensiosa, acabou
descobrindo o Post-It; produto que acabou se tornando um dos maiores
sucessos da empresa até hoje.[8]
Outros exemplos célebres são Lee Iacooca, considerado um dos maiores
CEO’s de todos os tempos, e responsável por sucessos da Ford Motor
Company e Chrysler Corporation; Jack Welch, considerado o executivo do
século XX, responsável pelo sucesso absoluto da GE – General Eletric nas
últimas do século passado; e Howard Schultz, o atual CEO da Starbucks, que
assumiu a empresa quando ela se restringia apenas a algumas cafeterias,
tornando a empresa um ícone da cultura moderna e um exemplo de empresa
de sucesso.
Nesse sentido, percebemos que a palavra ‘’empreendedor’’ está muito além
da figura do empresário, estando também ligada a outros protagonistas que
atuam em diferentes frentes.
Logo, podemos concluir que além do ambiente onde estão inseridos, os
Empreendedores estão muito além de uma empresa ou de uma formalidade
jurídica, estando todos interligados pelos 3 elementos que os constituem:
Visão, Coragem e Competência.
Além disso, há outro fator importante que deve ser conhecido acerca dos
empreendedores: o tão falado Mindset Empreendedor.
Mas afinal, o que é o Mindset Empreendedor?
O Mindset Empreendedor nada mais é do que a forma como as pessoas
empreendedoras pensam; que é um pouco diferente do pensamento comum; e
é caracterizado por existir um padrão semelhante. Podendo também ser
chamado de Mentalidade Empreendedora ou Programação Mental
Empreendedora.
Essa forma de pensar consiste no fato dos empreendedores entenderem que a
realidade é fruto de suas ações e pensamentos, e que o ambiente pode ser
transformado a partir de suas atitudes.
Segundo Carol S. Dweck, professora de Psicologia da Universidade de
Stanford nos Estados Unidos, é o nosso Mindset que é responsável pela
maneira otimista ou pessimista como encaramos o mundo.[9]
Na opinião da especialista, existem dois tipos de mindset: o que está voltado
para o desenvolvimento, chamado de mindset de crescimento (growth
mindset) e os que estão dispostos a permanecer na condição atual, chamados
de mindset fixo.
As pessoas que possuem o chamado ‘’mindset fixo’’, tendem a acreditar que
as habilidades e a inteligência são inerentes e imutáveis. Ou seja, ou a pessoa
é inteligente ou não. Sendo extremamente comum associarem o sucesso com
a sorte ou a própria natureza de uma pessoa.
Para a psicóloga, esse tipo de pensamento acaba incorrendo em um erro fatal
que lhes mantém fixamente em uma situação, que não é alterada em
decorrência da forma como essas pessoas pensam.
Essa mentalidade é caracterizada também por evitar desafios pelo medo de
revelar fraquezas, bem como pela dificuldade em enxergar e entender as
próprias limitações.
Já as pessoas que possuem o chamado mindset de crescimento, entendem que
os obstáculos e as limitações sempre revelam uma oportunidade de superação
e aprendizado. Entendendo que o esforço é parte do processo. Valorizando
assim o trabalho duro e a meritocracia; em que os resultados são
proporcionais ao esforço, ao empenho e ao conhecimento. Notando que o
sucesso é uma consequência e não um prêmio.
Para tanto, se mostram abertas ao desenvolvimento de novas habilidades e
inteligências. Enfrentando os problemas com entusiasmo e determinação.
Nesse sentido, a mentalidade empreendedora está diretamente ligada ao
chamado mindset de crescimento, constituindo a programação mental
presente nos empreendedores.
Essa mentalidade se manifesta em comportamentos que levam o
empreendedor até o sucesso, sob a premissa de que ‘’não se trabalha para
conseguir o sucesso, e sim até o sucesso’’.
Nesse escopo, o psicólogo americano David C. McClelland desenvolveu um
estudo em busca de entender a mente dos empreendedores de sucesso,
descobrindo e elencando as chamadas Características Comportamentais do
Empreendedor, conhecidas como CCEs.
Essa descoberta deu origem ao treinamento Empretec, do Sebrae, que é uma
metodologia lecionada em diversos países do mundo, sob a tutela da ONU.[10]
[11]

Essas características são dividas em 3 conjuntos: Realização, Planejamento e


Poder.
Conjunto de Realização
CCE 1 – Busca de oportunidades e iniciativa:
O Empreendedor se destaca por se antecipar as tendências ou até mesmo às
circunstâncias; realizando algo antes mesmo da efetiva necessidade ou
solicitação.
Tomando atitudes no sentido de sempre procurar expandir o negócio/projeto
a novas áreas, produtos ou serviços;
Aproveitando as oportunidades para criar novos produtos ou para conseguir
novas ferramentas ou artifícios para dar continuidade ao seu projeto.
Esse comportamento é marcado pela capacidade do empreendedor para
antever os fatos, criando soluções inovadoras, a partir de oportunidades que
alguns conseguem ver mas poucos tem a ousadia de tentar resolver/atender.
Estando aqui presentes os elementos Visão e Coragem, como anteriormente
trabalhado.
CCE 2 – Correr riscos calculados:
Cabe ao empreendedor avaliar alternativas para os problemas que vivencia,
enumerando e calculando os eventuais riscos. Visando reduzi-los, controla-
los e antevendo possíveis resultados/consequências.
Estando dispostos a correr os riscos, mesmo que eventualmente conhecendo
os seus tamanhos.
Sendo característica a habilidade não apenas de enfrentar os riscos, mas
também de mensurá-los, avaliando a sua efetiva necessidade e urgência. Não
correndo riscos desmedidos ou impensados; avaliando diferentes cenários.
CCE 3 – Exigência de qualidade e eficiência:
O papel do empreendedor está também ligado a procura por maneiras de
realizar a sua atividade de maneira mais rápida, barata e com a maior
qualidade possível. Estabelecendo padrões de qualidade e excelência. Em um
processo contínuo e duradouro de melhoria constante.
CCE 4 – Persistência:
Essa característica está ligada a maneira como o empreendedor age diante das
dificuldades. Sendo importante a rápida tomada de decisões, bem como a
avaliação constante acerca da estratégia: persistir ou muda-la; com o intuito
de superar um desafio ou obstáculo. Persistindo no objetivo e não na forma
como alcança-lo. Mesmo que eventualmente essa persistência lhe exija um
sacrífico pessoal ou esforço extraordinário.
CCE 5 – Comprometimento:
A responsabilidade pela solução dos problemas e pelo atendimento dos
compromissos assumidos é sempre total do empreendedor. Que deverá
assumir a responsabilidade sobre todo e qualquer resultado, independente dos
fatores externos ao empreendimento.
Nesse ponto é importante ressaltar a chamada Auto-Responsabilização, em
que o empreendedor assume a todo o momento que a responsabilidade pelas
consequências é sempre sua, independente de qualquer outro fator. Não se
confundindo com culpa.
Isto é, ainda que o fracasso de determinado empreendimento tenha ocorrido
por culpa de um colaborador, o Empreendedor deve assumir que a
responsabilidade pela falha é inteiramente sua, por diferentes motivos: seja
pela falta de liderança, pela falta de gerência ou por sua própria
incompetência ao contratar/treinar o colaborador.
Conjunto de Planejamento
CCE 6 – Busca de informações:
Caberá ao empreendedor se dedicar pessoalmente a realizar a busca por
informações relativas ao negócio. Seja acerca de clientes, fornecedores,
concorrentes, fatores legais, etc. Mesmo que para isso tenha que consultar ou
eventualmente delegar a colaboradores e/ou especialistas (exemplos:
contadores, advogados).
CCE 7 – Estabelecimento de metas:
Um dos comportamentos verificados foi o contínuo estabelecimento de metas
e objetivos que sejam desafiantes e que tenham significado pessoal. Sendo
estes mensuráveis, claros e específicos. Com o intuito de manter o
empreendedor e sua equipe continuamente motivados e atentos aos objetivos
do empreendimento.
A partir desse comportamento surge a importante metodologia de Peter
Drucker: S.M.A.R.T.
Para Drucker, considerado o pai da Administração moderna, as metas e
objetivos devem ser:
Específicos (Specific): Os objetivos e metas devem ser claros e específicos.
Isto é, devem ser de fácil assimilação e entendimento: Desenvolver a solução
X. Aumentar a produção em Y.
Mensurável (Measurable): O objetivo deve ser mensurável, isto é, não deve
ser baseado em algo abstrato como ‘’mais’’ ou ‘’melhor’’. Tendo um
número que possa ser mensurável e alcançável. Exemplo: Aumentar a
produção em 50%. Atingir 100 mil reais em vendas.
Alcançável (Archievable): O objetivo deve ser alcançável e dentro da
realidade do empreendimento. Não sendo interessante determinar um
objetivo que não seja possível de ser atingindo. Sendo assim determinados
após minuciosa análise de viabilidade, mediante dados reais e fiéis sobre a
realidade. Se as metas aqui traçadas forem exageradas ou inexequíveis podem
gerar frustação na equipe e no próprio empreendedor.
Relevantes (Relevant): A meta deverá ser relevante para o
empreendimento/empreendedor, isto é, devem exigir um esforço relevante
aos envolvidos para o seu alcance.
Baseadas no tempo (Time–based): As metas devem ter um prazo bem-
definido para serem alcançadas.
CCE 8 – Monitoramento e planejamentos sistemáticos:
Cabe ao empreendedor realizar o planejamento do negócio, mesmo que para
isso, ele tenha que dividir as tarefas em sub-tarefas com prazos definidos;
É usual que ele tenha que revisar seus planos devido aos resultados obtidos e
mudanças circunstanciais;
Sendo importante sempre manter registros financeiros ou de desempenho, os
utilizando para tomar decisões.
Conjunto de Poder
CCE 9 – Persuasão e rede contatos:
O Empreendedor usa estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir
outras pessoas; sejam para participar de seu negócio; sejam para ajuda-lo ou
para adquirir o seu produto ou serviço.
CCE 10 – Independência e auto confiança:
Cabe ao empreendedor manter-se independente perante aos demais fatores
circunstanciais e não se deixar prejudicar pelo controle de outras pessoas e
nem por padrões e paradigmas da sociedade. Mantendo-se confiante e
otimista em relação ao seu empreendimento.

Nesse sentido, definido quem é o Empreendedor, como ele pensa e quais são
seus comportamentos de sucesso, vamos trabalhar quais são os principais
mitos que impedem a maioria das pessoas de empreender.
MITO NÚMERO 01
É IMPOSSÍVEL EMPREENDER SEM DINHEIRO

Uma das primeiras desculpas das pessoas para não empreenderem ou para lhe
‘’aconselhar’’ de que você não comece a empreender, é que é impossível
empreender sem dinheiro.
‘’Dinheiro atrai dinheiro’’, eles dizem.
Realmente muitas pessoas acreditam na falácia de que o dinheiro é o
principal combustível para o crescimento e a existência de um negócio. E
que, acima de tudo, empreendedorismo é coisa de rico.
Sendo assim, criou-se uma ideia de que sem dinheiro não há
empreendedorismo.
De fato, as empresas precisam ter recursos para existir, para pagar seus
colaboradores, adquirir matérias primas ou pagar os custos de produção.
Entretanto, quem foi que disse que você deve dar início a um negócio com
SEU dinheiro?
Como já definimos, o empreendedor é um Realizador. A principal função do
empreendedor é criar uma solução para o problema de outras pessoas. Para
tornar a vida das pessoas melhor. Essa é a essência da atividade
empreendedora.
Tudo ao seu redor foi idealizado por um empreendedor. Desde a roupa que
você está vestindo, os calçados que está usando, o telefone que está perto de
você, e inclusive o dispositivo que você está usando para ler esse texto.
Pense bem nas várias empresas que fazem parte do seu cotidiano.
O WhatsApp resolve um grande problema: a necessidade que as pessoas tem
de se comunicar. E necessitam que essa comunicação seja fácil, rápida,
imediata e, principalmente, gratuita.
A Uber conseguiu auxiliar um grande problema de mobilidade urbana,
permitindo que pessoas e motoristas particulares pudessem se encontrar para
realizar viagens, que até então o sistema de táxi e os outros transportes
públicos não conseguiam atender de maneira satisfatória.
O Mc Donald’s vende sanduíches que matam a fome, mas não só isso. Vende
também uma alimentação gostosa, rápida e barata. Vendendo em seu produto
também: tempo e prazer. Tempo, pois você consegue se alimentar
rapidamente, sem perder até uma hora para que sirvam sua comida em sua
mesa, como em um restaurante tradicional. E prazer, pois é possível comer
um sanduíche bastante gostoso na rede.
Exemplos não faltam.
Para tornar o seu sonho realidade, cabe ao empreendedor encontrar um
caminho para que sua idéia se torne tangível. O que não necessariamente
significa que os recursos necessários para o pontapé inicial de seu sonho
tenham de sair de seu próprio bolso.
Nesse sentido, aparece outra característica essencial do perfil empreendedor.
O seu lado vendedor.
Em qualquer momento que esteja o projeto de um empreendedor, em algum
momento esse sonho tem que ser vendido para outras pessoas.
A venda é o momento que une a comunicação de sua ideia para alguém,
juntamente com a oferta para que essa pessoa venha a adquirir aquilo que
você está oferecendo; seja mediante pagamento em dinheiro ou não.
Isto é, cabe a alguém comprar o sonho de um empreendedor. Caso contrário
não há sustentabilidade para um empreendimento.
Nesse sentido, haverá a necessidade de se realizar um convencimento. Sendo
válido lembrar que a palavra convencer quer dizer vencer junto.
Logo o primeiro desafio do empreendedor é vender o seu sonho para outras
pessoas. Torná-lo desejável. Fazendo com que o possível cliente enxergue
valor, utilidade e a necessidade em comprar a sua ideia.
Antes de qualquer coisa, a ideia deve ser válida.
Para tornar válida uma ideia, ela tem de ser, antes de tudo, atraente. Portanto,
cabe ao empreendedor torná-la atraente para a coletividade. Ou seja, ele deve
demonstrar que o produto de seu trabalho irá gerar algum benefício para seu
eventual comprador.
Por exemplo: não basta que um carro produzido pela Fiat seja capaz de levar
você até o seu destino final. Ele também precisa conter elementos que o
deixem mais atraente; que façam com que o seu desejo de compra-lo seja
cada vez maior. E nesse ponto que entram produtos como as rodas, as
pinturas, os tecidos de acabamento, entre tantos outros. São elementos que
agregam valor a um produto. E não só isso, são elementos que vão fazer com
a venda aconteça efetivamente.
Posto isto, é indissociável a ideia de que o empreendedor é sempre um
vendedor. Pois ele estará sempre vendendo algo a alguém.
Concluindo-se assim, que o primeiro fator a ser consolidado por quem quer
empreender é o fato de que em algum momento você terá de vender alguma
coisa.
Existem meios de se vender um produto. Seja pela oferta, seja pela
propaganda, ou até mesmo por conta do acaso, a venda é o momento onde o
produto irá gerar no cliente o desejo de compra. O desejo do ter; seja por
necessidade ou por mera vontade.
Um destes meios é acelerado por vias que eventualmente envolvem dinheiro.
Porém, nenhum desses meios irá funcionar se você não acreditar naquilo que
está vendendo. E se não fizer com que outras pessoas acreditem no seu
produto.
Portanto, a tarefa vital para um empreendedor, não é simplesmente colocar o
preço em uma coisa; é convencer alguém a respeito de seu sonho. É tornar o
seu sonho útil para outras pessoas.
Logo, cabe a ele, desde a concepção de sua idéia vender o seu sonho.
Todo empreendedor é um vendedor. Mas nem todo vendedor é um
empreendedor.
Toda pessoa é capaz de vender. Basta dar o preço a alguma coisa, e encontrar
alguém disposto a tê-la.
Todas as pessoas estão vendendo alguma coisa. Mesmo que muitas vezes
não saibam disso.
Um empregado vende a sua força de trabalho em troca de um salário.
Um autônomo vende suas horas de trabalho em troca de um pagamento.
Um vendedor venderá produtos que empreendedores fizeram. Mas nem por
isso ele se tornará empreendedor.
Acredite: existem muitos donos de negócio, empresários, que não são
empreendedores. Principalmente por não terem as características e
comportamentos definidos anteriormente.
Em relação à venda de um sonho, há um caso de enorme sucesso que ilustrará
muito bem o que está sendo discutido.
Na década de 80, um jovem carioca, de classe média, sonhava trazer a maior
empresa de modelos do mundo para o Brasil. E acreditando fortemente em
seu sonho, deu início a sua caminhada.
A empresa, de propriedade de um playboy americano, era responsável pelos
maiores eventos do mundo da moda, gerava milhares de dólares por ano e
atraía as personalidades mais endinheiradas do mundo para fazer negócios.
Homens potentados, mulheres da televisão e revistas, grifes de moda: todos
convergiam para a mesma empresa, que dominava a cena na época.
Enquanto isso, este jovem, que não tinha dinheiro, não tinha domínio da
língua inglesa e estava ainda frequentando uma faculdade da cidade do Rio
de Janeiro, sonhava em fazer do Brasil um ponto de referência no mundo da
moda, e um celeiro de modelos internacionais.
O nome deste jovem é Ricardo Bellino, responsável pela vinda da Elite
Models, maior empresa de modelos da época, ao Brasil no final da década de
80 e no início da década de 90.
Provavelmente você já deve ter ouvido falar sobre Ricardo Bellino, que é
responsável por diversos empreendimentos no mundo afora. O portfólio de
Bellino vai desde campanhas filantrópicas como ‘’O Alvo do Câncer de
Mama’’, até uma sociedade imobiliária com o bilionário americano, e atual
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Entretanto, o que as notícias não costumam falar, é sobre a inspiradora
história deste homem. E como se deu o início de sua brilhante trajetória.
Na época, em uma visita a casa de um amigo, Bellino, então com apenas 21
anos, estava foliando uma revista francesa chamada Photo, que reunia fotos
de belas modelos internacionais.
Apesar dos textos estarem escritos em francês, língua que Bellino não tinha o
menor conhecimento, ele olhava atentamente àquelas reportagens, suas
imagens e ilustrações. Nesse exercício, se deparou com uma pequena imagem
no centro de uma página da revista.
A imagem era um anúncio da agência de modelos Elite Models. Nesse
anúncio, em um quadrado bem pequeno, quase ilegível, estava o endereço e
contato desta empresa.
Naquela época, era comum a prática das empresas colocarem juntamente ao
logo da marca, o endereço e número de Telex para contato. Isso mesmo,
naquela época nem se sonhava em e-mail, web site ou qualquer forma
moderna de interação.
Observando aquele quadradinho, Bellino enxergou uma oportunidade. Ele
teve uma visão.
Por que não trazer a Elite Models para o Brasil? E estabelecer o país como
um pólo da moda e um exportador de modelos, levando em conta a beleza da
mulher brasileira?
As mulheres brasileiras sempre foram reconhecidas mundialmente pela sua
beleza e comportamento. Mas por que ainda não havia nenhuma grande
agência de modelos no país? Logo, o país da Luiza Brunet; então grande
referência internacional de beleza feminina.
Enxergando essa lacuna, Bellino começou a executar o seu plano.
Primeiramente, levou a página da revista até uma gráfica, aonde pediu uma
cópia ampliada do anúncio. Deste modo, pôde ver com perfeição o endereço
da empresa, e o número de contato.
Para muitos que lêem esta história, esse esforço pode parecer estranho.
Entretanto, naquela época, como não havia internet, não era comum
conseguir o contato das grandes empresas internacionais. Até porque não se
usava correio eletrônico, ou página em site de relacionamento. O meio de
comunicação era o arcaico, e estranho para muitos, o Telex.
O problema é que a empresa era sediada em Nova York, e ele estava em uma
gráfica, no Rio de Janeiro, no final da década de 80. E, o pior, sem dinheiro.
Ainda assim, com os dados em mãos, a primeira etapa havia sido concluída
com sucesso.
Ao relatar o seu sonho para seus amigos e colegas de faculdade, foi chamado
de louco, ridicularizado, e alvo de piadas.
A reação dos amigos não abalou seu desejo. E, apesar da descrença dos
amigos, prosseguiu sozinho em busca de seu objetivo.
Vale ressaltar que é possível que naquela época outras pessoas tenham tido a
mesma ideia em relação ao mercado da moda. Mas apenas Bellino teve a
ousadia, e a fé, de correr atrás e botar em prática o projeto.
Muitos têm idéias excelentes. Entretanto, pode-se garantir que boa parte,
na mesma situação de Ricardo, ou até mesmo, em condições mais
favoráveis, iria sucumbir diante destas adversidades.
Afinal, o pensamento daqueles que ainda não possuem o mindset
empreendedor, enxergariam apenas as dificuldades. E diriam:
- Como posso ser sócio de uma das maiores empresas do mundo?
- Como posso fazer isto se nem sequer falo inglês?
- Como posso fazer isso, se sequer entendo de moda?
- Como posso fazer isto se eu estou no Brasil e a empresa nos Estados
Unidos?
- Como posso fazer isto sem dinheiro?
- Como posso fazer isto, sendo apenas um jovem universitário?
Provavelmente, 95% das pessoas renunciariam a este sonho, ainda no campo
das ideias. Sem sequer dar o primeiro passo.
O mindset empreendedor nada mais é do que a configuração mental que
diferencia um empreendedor de uma pessoa comum. É a maneira como estas
pessoas programam o seu cérebro para vencer em qualquer espaço. Seja nos
esportes, nos relacionamentos ou nos negócios.
A partir de um mindset empreendedor, é possível enxergar oportunidades nas
dificuldades. É entender que a dor faz parte do processo. E que sempre há
alternativa para as adversidades da vida. E é durante esses momentos que o
empreendedor consegue dar a volta por cima e voltar ainda mais forte, e as
vezes, também mais rico, seja de conhecimento, ou de dinheiro.
Assim nos deparamos com a primeira característica que diferencia o
empreendedor dos demais. Ele está disposto a realizar o seu sonho. E
também está disposto a pagar o preço para realizá-lo. E para isso, ele
tem que acreditar na sua idéia.
Focado em sua idéia, Bellino tentou diversas vezes se comunicar com a Elite
Models, via Telex. Porém, nenhuma de suas tentativas foi bem sucedida.
Diante dessa adversidade, decidiu que precisava necessariamente marcar uma
reunião com o presidente da empresa, John Casablancas, em Nova York, já
que a empresa ainda não tinha operações no Brasil.
Além do problema geográfico que dificultava a negociação, havia outra
dificuldade que distanciava o jovem de seu objetivo: A falta de recursos
financeiros para comprar uma passagem para Nova York.
Determinado, a saída veio de uma forma bem pouco usual.
Durante a leitura de uma famosa revista periódica nacional, o empreendedor
encontrou uma reportagem, em que uma empresa americana de serviços de
entrega estava dando início a suas operações no Brasil, e para isso começaria
recrutando voluntários para realizarem o serviço de Courier, nos Estados
Unidos. Transportando documentos de grande importância do Brasil para a
Terra do Tio Sam, e principalmente, para a cidade que nunca dorme.
Diante da oportunidade, Bellino viu a chance de estar mais perto de ter
contato direto com John Casablancas. E, como, coincidentemente, possuía o
contato da empresa de transportes, se candidatou para ser um destes
encarregados. Contato este que havia conseguido através de um trabalho de
faculdade feito alguns meses antes, quando conheceu um diretor da empresa
no Brasil.
Felizmente, foi selecionado para a tarefa, mas havia outro desafio: Conseguir
dinheiro para pagar seus gastos nos Estados Unidos, como transporte,
alimentação e acomodação, já que a empresa provia apenas a passagem até o
solo americano.
Para isso, recorreu aos amigos, familiares e conhecidos, para conseguir
dinheiro emprestado, e ir atrás de seu sonho. Entre as alternativas, passou a
trazer encomendas para os amigos, dos EUA para o Brasil, para arrecadar
fundos.
Para reduzir os custos com acomodação, decidiu se hospedar em um
albergue, famoso por acomodar mochileiros e jovens viajantes.
Com o primeiro passo do plano executado, Bellino partiu rumo aos EUA
decidido a encontrar Casablancas e tornar real o seu empreendimento.
Já na terra do Tio Sam, Ricardo conheceu outro brasileiro, que tinha boa
fluência na língua inglesa. Explicando sua idéia para o compatriota, o
convenceu a ser seu tradutor em uma possível reunião com John Casablancas,
superando assim a barreira lingüista na sua jornada. Engajando mais uma
pessoa em torno da realização de seu sonho.
A partir desse exemplo, verificamos como é possível dar início a
qualquer projeto quando se tem a capacidade de vender o seu sonho
para outras pessoas, e a coragem de correr atrás de seus objetivos, não se
deixando contaminar por crenças limitantes. Engajando o maior número
possível de pessoas em torno de seu negócio, as dificuldades além de
vencidas, se tornam irrisórias diante do resultado final.
Ao se dirigir com o amigo para o escritório da Elite Models, aguardou
ansiosamente pelo encontro com o magnata da moda. Pediu a secretária do
empresário para que fosse atendido, e foi orientado a esperar. Horas se
passaram e nada.
Ao final do dia, Bellino havia perdido a tarde inteira e não tinha obtido
sucesso. Ainda.
Aproveitando a estadia em Nova York, ele se dirigiu ao local por mais quatro
vezes. E novamente não teve sucesso. Havia gasto mais alguns dias e
chegado ao mesmo lugar: Nenhum.
Imagine você nesta situação. Muitos provavelmente teriam desistido na
primeira ou na segunda vez. Outros na terceira. Alguns teriam
renunciado ao sonho, e teriam aproveitado os dias em Nova York para
fazer turismo, compras ou procurado algum outro tipo de diversão.
Entretanto, o personagem desta história, tentou mais uma vez. A sexta. E no
final das contas, ao empresário da agência de modelos só restavam duas
opções: Ou atender aquele jovem persistente, ou expulsar aquele louco de
uma vez por todas!
Estranhando a insistência do jovem, o magnata pediu ao seu irmão, Fernando,
que o atendesse.
Dado início ao contato, Bellino apresentou sua ideia, ressaltou a beleza da
mulher brasileira, com exemplo de famosas beldades da época, como Luiza
Brunet, e explicou como e porque o Brasil poderia ser um mercado de grande
lucratividade e exposição para a marca.
Interessado pelas palavras do jovem, Fernando Casablancas, deu
prosseguimento as negociações, e aprovou a ideia de que o Brasil poderia ser
um mercado interessante para empresa. Porém, deu a palavra final: estava
disposto a vender uma franquia da empresa ao brasileiro, para agenciar
algumas garotas brasileiras.
Surpreso, Ricardo ressaltou a Fernando que não era aquela sua intenção. E
que ele não queria simplesmente adquirir uma franquia da empresa, pois
tinha planos muitos maiores, que envolviam a operação da própria empresa
no Brasil, se tornando realizador do projeto em solo brasileiro.
Apesar disso, Fernando manteve a posição da empresa e a postura inflexível
perante a negociação; o que levou Bellino a dar a última cartada. Conversar
diretamente com John Casablancas, o homem do negócio. E assim solicitou
ao irmão do magnata.
Ousado, ele conseguiu finalmente entrar em contato diretamente com John, e
finalmente apresentar o seu sonho grande para o homem que poderia mudar
os rumos de sua vida.
Ao encontrar com aquele homem, famoso pela vida agitada, repleta de belas
mulheres e muito dinheiro, o empreendedor teve uma grata surpresa, que
representou um pouco de sorte em sua trajetória. Aquele homem falava
portunhol.
Casablancas já havia morado no Brasil anteriormente, quando trabalhou em
uma famosa empresa de bebidas internacional, e além de aprender boa parte
da língua brasileira, também nutria grande admiração pelo país, pela cultura,
e, principalmente pela mulher brasileira. Tanto, que anos depois, se casou
com uma brasileira.
Nesse meio, Ricardo apresentou sua idéia, porém o magnata insistiu, mais
uma vez, na proposta de vender uma franquia àquele jovem. Já que
provavelmente duvidava do garoto brasileiro que estava diante dele.
Foi quando, Bellino disse a verdade à Casablancas; que não tinha dinheiro
nenhum, que estava em Nova York trabalhando como carteiro. Que estava
hospedado em um albergue famoso por hospedar mochileiros. Mas que tinha
a vontade de impactar a marca daquele homem, e atingir um poderoso
mercado que poderia mudar a história da Elite Models para sempre. E um
mercado que não havia ainda sido explorado por ninguém.
Contrariado, Casablancas, sentenciou: ‘’ Garoto, você quer atuar no ramo de
moda, mas pelas suas roupas dá para perceber que você não entende nada
de moda. Você me disse que não tem dinheiro para investir na empresa.
Então, afinal de contas, o que você quer? Por que devo lhe dar atenção?’’.
Diante do ultimato Bellino afirmou que seu projeto poderia mudar a história
da Elite Models, e que tudo que ele precisava era da autorização de
Casablancas para usar o nome da Marca e dar início a operação no Brasil.
Convencido pela ousadia do garoto, e simpático à figura de Bellino,
Casablancas fez uma oferta final: licenciaria o uso da marca para a produção
do concurso de modelos ‘’The Look of the Year’’, e aquele evento seria um
teste para a marca, a fim de saber sobre a viabilidade de uma empreitada no
Brasil.
O evento, já famoso mundialmente, tinha como objetivo revelar novos
talentos para o mundo da moda. Dando a primeira oportunidade para garotas
que tinham o sonho de seguir a carreira de modelo. Premiando a vencedora
com um contrato com a agência Elite Models. Entretanto, até aquele
momento, o concurso não havia sido realizado em solo brasileiro.
Porém, apesar da licença, caberia a Bellino, exclusivamente, conseguir os
recursos para a realização do concurso, e o sucesso do empreendimento seria
por sua própria conta e risco, sendo ainda necessário o pagamento inicial de
um valor de 20 mil dólares, pela licença de marca.
Ainda que aquele primeiro momento representasse a autorização de John,
ficou muito claro que o empresário ainda não estava totalmente convencido
pelo projeto daquele jovem. Porém, através daquela oportunidade o
empresário deu a chance de Bellino provar sua capacidade, tendo como prova
de fogo a realização de tamanho empreendimento.
Recompensado e com o voto de confiança do magnata, Ricardo retornou ao
Brasil, com uma nova missão e um novo obstáculo a ser vencido: arrumar
patrocinadores para a sua idéia.
Ao chegar ao Brasil, tentou por várias vezes conseguir o patrocínio de
diversas empresas que atuavam no seguimento da moda. Porém, novamente,
recebeu diversas negativas.
O sonho parecia estar mais uma vez ameaçado. Mas, a persistência do
empreendedor o levou a continuar, até o momento em que teve a
oportunidade do contato com o fundador da grife Ellus, Nelson Alvarenga.
Bellino apresentou a ideia, e ratificou o apoio do dono da Elite Models, que o
autorizava a dar início ao empreendimento em solo brasileiro. Porém,
ressaltou que precisaria de uma voluptuosa quantia de dinheiro para realizar o
evento, que traria enorme retorno financeiro para a grife, considerando o
reconhecimento internacional da Elite.
Alvarenga se mostrou muito interessado. Porém, diante daquele jovem, que
não possuía um nome consolidado no mundo da moda, duvidou das
proporções prometidas pelo garoto, bem como da relação com Casablancas, e
então pediu um teste de fogo para dar início ao negócio: A presença de John
Casablancas, e duas modelos internacionais de sua agência, em um evento da
Ellus no Brasil.
Surpreso e desafiado pelo empresário, Bellino encarou o desafio e enviou um
Telex para John, requisitando sua presença e de suas modelos.
Entretanto, no corpo da mensagem, pediu para que John respondesse o
comunicado em duas mensagens: na primeira com a reposta positiva ao
convite feito por Alvarenga, e a segunda informando os custos de sua vinda
ao Brasil, incluindo as despesas das modelos que o acompanhariam.
O objetivo era muito simples: mostrar o contato com Casablancas à
Alvarenga, e deixar os custos para outra oportunidade. Já que o mais
importante ali seria demonstrar a relação entre os empreendedores
envolvidos, e não o dinheiro. Vez que uma relação de parceria com o
magnata americano era muito mais valiosa do que os eventuais custos da
produção.
John, não só prontamente atendeu ao pedido de Ricardo, como também disse
estar muito empolgado para o evento, tendo em vista a sua admiração pelo
país.
Ao mostrar para Alvarenga o Telex, o dono da grife ficou extremamente
surpreso e satisfeito, fechando o negócio, e dando início ao patrocínio
necessário para o evento. O que na época representou uma parceria
milionária, e, o melhor, com valores em dólar.
Após as negociações, Bellino estruturou totalmente o evento, nos moldes
definidos pela empresa americana, com base nos concursos realizados
anteriormente em outros países.
Com os recursos necessários, atendendo as orientações da Elite, e zelando por
cada detalhe do evento, o resultado não poderia ter sido diferente. O evento
foi um tremendo sucesso, atingindo proporções pouco imaginadas, até
mesmo pelos realizadores. Gerando enorme retorno para a Elite Models, para
a Ellus, e também para Bellino.
Esse primeiro empreendimento foi tão especial na vida dos envolvidos, que
Bellino se tornou amigo de Alvarenga e desenvolveu uma duradoura e
proveitosa amizade com Casablancas, que foi seu parceiro em outros
empreendimentos posteriores e seu melhor amigo desde então.
A afetividade criada entre Ricardo e John Casablancas foi tamanha, que os
dois cultivaram uma relação de mentor e aprendiz, que perdurou até os
últimos momentos de vida do magnata americano.
Logo, a Elite Models começou suas operações no Brasil, sob a batuta de
Ricardo Bellino, com o apoio integral de John Casablancas. Ao longo dos
anos, a empresa consolidou o país como principal pólo de exportação de
modelos, revelando para o mundo as maiores beldades nacionais da época,
com especial destaque para Gisele Bundchen. [12]
O empreendimento gerou milhões, e se tornou a maior fonte de renda da
empresa, superando as demais operações da agência, incluindo as
americanas.
Bellino hoje é conhecido como um grande empreendedor, um homem capaz
de fechar vários negócios: um ‘’dealmaker’’.[13] Sendo respeitado no mundo
todo, com operações consolidadas com o famoso empresário Donald Trump,
o estilista Ralph Lauren e a Nestlé...
A partir deste relato, de um brasileiro, que totalmente sem dinheiro,
conseguiu realizar um sonho de tamanho, é possível perceber que o início de
um empreendimento, não está ligado somente a dinheiro. E que existem
recursos muito maiores que não necessariamente se traduzem em moeda.
Recursos como a própria venda de seu sonho; o poder do encantamento e de
persuasão; e a força de uma reputação, já que a combinação explosiva para o
negócio se deu pela visão e coragem de Ricardo Bellino, o consolidado e
respeitado nome de John Casablancas e os recursos financeiros e
operacionais de Nelson Alvarenga.
A história de Bellino é um excelente exemplo de como é possível
empreender sem ter nenhum dinheiro no bolso; apenas munido de uma
visão, aliada a sua ousadia e capacidade de execução. Esses três pontos
são os requisitos essenciais do empreendedor por excelência.
São essas características que diferenciam o verdadeiro empreendedor,
dos demais candidatos a empreendedor.
O papel do empreendedor é o de gerar valor. O que não significa que
necessariamente essa geração de valor deve ocorrer por meio de um capital
voluptuoso e próprio.
Existem diversos meios de se conseguir o tão desejado capital inicial para um
negócio. Pode ser por meio de um empréstimo bancário; uma quantia
guardada após anos de trabalho; uma rescisão trabalhista; um empréstimo de
um amigo ou familiar.
Mas, além dos modos tradicionais, estamos a cada dia mais próximo de
grandes oportunidades.
Nunca foi tão fácil empreender. Não apenas só no mundo, mas como
também em nosso país.
Existem diversas ferramentas para conseguir os recursos financeiros
necessários:
-Investidores anjo: Investidores que ao identificar uma oportunidade viável
em seu negócio, realizam o aporte de capital inicial necessário para o
desenvolvimento de seu negócio, buscando um retorno futuro;
Um grandíssimo exemplo disso é o aplicativo Easy Taxi, maior aplicativo de
serviço de transporte via taxi do mundo.
O seu criador, o carioca Tallis Gomes, apresentou a idéia em um evento de
empreendedorismo focado em startups (pequenas empresas nascentes, com
alto potencial de escala), mesmo sem ter o capital necessário, e depois de ter
ouvido algumas negativas. Ao apresentar, chamou a atenção de investidores,
que acreditaram na ideia, e fizeram o aporte necessário.[14][15][16]
Sem o auxílio destes investidores, provavelmente ainda teríamos dificuldade
para chamar um simples táxi. Ou demoraríamos mais alguns anos para que
isso acontecesse.
Ainda existe muito preconceito acerca dos investidores anjo por parte da
população como um todo, que acredita que são pessoas que estão interessadas
em roubar uma ideia de negócio, ou algo do tipo; mas é importante frisar: é
melhor fazer com auxílio de outras pessoas, ou não fazer por ausência de
recursos?
-Financiamento Coletivo: Plataformas de crowdfunding[17] como Kickstater,
o Catarse, entre outros. São páginas da Internet aonde é possível arrecadar o
capital inicial para iniciar um projeto, apenas com uma apresentação do
negócio de forma online, estipulando o valor necessário para o
empreendimento.
Definido o valor necessário, os usuários da plataforma poderão fazer uma
doação monetária para o seu projeto, tal como uma ‘’vaquinha’’.
Gradativamente é possível arrecadar o investimento inicial. A doação pode
ser espontânea e por mera liberalidade do doador, ou pode estar relacionada a
uma recompensa específica.
Muitas pessoas já conseguiram dar início ao seu sonho de liberdade por meio
dessas plataformas oferecendo pequenas recompensas aos seus
colaboradores, como por exemplo: um livro digital; um brinde físico; ou
algum outro tipo de recompensa imediata ou futura.
É uma alternativa que além de prática, pode medir a viabilidade de sua idéia,
e dar uma noção a respeito da possível demanda do seu negócio; já que a
arrecadação de verbas para o seu negócio poderá ser proporcional à
capacidade de engajar futuros clientes.
Se você for capaz de vender a sua ideia, o seu produto será vendido por
conseqüência: desde que haja a execução desta ideia. E graças a plataformas
como essas, a execução se tornou mais viável.
Esta modalidade pode ser mais bem entendida através do documentário
Capital C, que mostra o impacto que essa nova modalidade está gerando no
mundo atual.[18]
Um exemplo de sucesso que começou a partir de um financiamento coletivo
foi a empresa queniana de calçados esportivos Enda.
O Quênia, que é um país africano famoso por seus corredores de alta
performance em maratonas mundo a fora, ganhou sua primeira marca de
calçados de corrida feitos 100% no país.[19]
A Enda, que na língua local que dizer ‘’ir’’, foi criada depois de seus
criadores arrecarem quase 110 mil dólares em um financiamento coletivo
realizado na plataforma Kickstarter.
A empresa vende apenas um modelo de tênis, feito especialmente para
corridas de longa distância. Sendo vendido nas cores verde, vermelho e
preto: cores da bandeira queniana.
O calçado pode ser adquirido online por cerca de 100 dólares.
Graças ao advento da Internet, qualquer empreendedor pode, com
pouquíssimos recursos digitais, inclusive gratuitos, conseguir vender o seu
projeto para alguém, mesmo antes de ele sequer existir!
Essa é uma das maiores oportunidade trazidas pelo mundo digital, bastando
poucas informações e muita vontade. Com estes elementos, qualquer um
pode dar início ao seu sonho empreendedor.
Vale ressaltar que, como no caso de exemplo, um projeto não se resume
SOMENTE a uma IDEIA.
LEMBRE-SE: IDEIAS NÃO TÊM VALOR REAL.
IDEIAS SÃO COMO COMMODITES:
ESTÃO DISPONÍVEIS EM ATACADO.

Uma ideia até chegar ao momento em que seja viável e exeqüível, é apenas
uma ideia.
Milhares de pessoas, com certeza, têm as mesmas ideias, ou ideias até
melhores, do que diversas personalidades notáveis, como Steve Jobs, Bill
Gates, entre outros. E nem por isso conseguiram superar essas
personalidades, ou, sequer, fazer algo próximo.
O próprio Bill Gates conquistou seu império começando com a venda de uma
interface de sistema operacional que até então ele não possuía: o MS DOS.
Isso mesmo, Bill Gates vendeu à IBM uma ideia que até então não havia sido
materializada!
Gates sabia da existência de programas similares a aquilo que ele estava
vendendo, mas nem por conta disso ele deixou de vender a sua ideia aos
executivos da IBM. E, após fechar o negócio com eles, Gates pagou cerca de
50 mil dólares, na época, a um programador que havia desenvolvido o
sistema MS DOS.[20]
Ou seja, Bill Gates conseguiu criar um negócio de bilhões de dólares,
utilizando uma ideia que até então não havia sido colocada em prática, mas
que outra pessoa já havia realizado, e a materializado de uma forma muito
melhor.
Sendo este um dos melhores exemplos de como é importante colocar a ideia
em prática, correndo atrás dos interessados, e não somente guarda-la para si,
escondida, encarcerada pelo medo de mostra-la ao mundo.
Steve Jobs é outro exemplo disso. Ele necessitava de uma interface gráfica
para seus computadores, os então Macintoshs. Porém, ele não conseguia
desenvolver na própria Apple a tecnologia necessária.
Foi então que durante uma visita à fábrica da Xerox, ele descobriu que havia
dois projetos interessantes que lhes seriam úteis. Um era claramente aquilo
que ele entendia como interface gráfica, e o outro era o que hoje conhecemos
como o mouse.
Instigado, Jobs perguntou aos membros da Xerox sobre os projetos, e foi
informado de que eles não teriam uso e nem viabilidade de uso na empresa,
pois não se coadunavam com os objetivos da empresa.
Surpreso, Jobs conseguiu usar a tecnologia da Xerox em seus aparelhos Mac,
e desde então a história já é conhecida por todos nós...
Ou seja, a partir de ideias de outras pessoas, que até então estavam sendo
desprezadas, Jobs conseguiu resolver o seu problema, materializar sua ideia,
e dar início a uma verdadeira revolução naquilo que se entendia por
computador pessoal!
Logo, depois dos exemplos demonstrados, é possível constatar que o pulo do
gato não está na grande ideia, como muitos insistem em repetir. O que
importa é a maneira como você consegue EXECUTAR uma ideia.
Você pode ter a MELHOR ideia do mundo. Mas, se você não souber executá-
la; se você não souber entregá-la ao mundo: ela não tem VALOR algum.
Mais vale uma ideia ruim, executada, do que uma ideia excelente, no plano
das ideias.
O mundo está cheio de negócios milionários com ideias triviais. E milhões de
ideias excelentes, com negócios quebrados ou que jamais saíram do papel!
Empresas como Subway, Mc Donald’s, Bob’s, vendem sanduíches.
Qualquer pessoa pode montar e vender um sanduíche. Basta que existam
pessoas com fome e que possam pagar por ele.
Mas a questão não está no sanduíche. Está na maneira como eles
entregam!
No caso de Bellino, não podemos nos limitar a enxergar sua jornada como
simplesmente uma idéia.
Provavelmente outras pessoas foram tão ou mais sonhadoras do que ele, e
vislumbraram a presença de uma grande agência de modelo no Brasil. Ou
sempre admiraram a beleza da mulher brasileira, e vislumbraram o país como
pólo exportador de Top models. Mas apenas Ricardo foi capaz de literalmente
‘’dar a cara a tapa’’, executar a empreitada, e depois torná-la um sucesso.
O sucesso foi, é, e sempre será, uma consequência.
Não se trata de dinheiro.
Caso este mito fosse real, não teríamos empreendedores como Ricardo
Bellino, Walt Disney, Henry Ford, entre outros.
E sendo assim, somente aqueles que nasceram afortunados, os chamados
‘’espermatozoides premiados’’, é que conseguiriam alcançar o sucesso no
mundo do empreendedorismo.
Ainda bem, que a realidade nos mostra que o dinheiro é, na verdade, uma
conseqüência. E que se dá somente após o trabalho.
Já que o único lugar aonde sucesso vem antes de trabalho é no dicionário!
Dessa forma, desmistificamos a primeira falácia que impede muitas pessoas
de darem início a seus sonhos. E que é dita, e constantemente repetida, por
pessoas que lhe darão diversos motivos para que você desista dos seus
objetivos. Entre eles, os próximos que serão desconstituídos nas páginas que
se seguem.
MITO NÚMERO 02
SÃO NECESSÁRIOS ANOS DE ESTUDO FORMAL E
QUALIFICAÇÃO ACADÊMICA PARA
EMPREENDER

Uma das mais tradicionais desculpas para justificar a inércia de algumas


pessoas é dizer que não tem a qualificação acadêmica necessária para
desempenhar as atividades empreendedoras; ou que não possuem um nível de
estudo que lhes permita prosperar em um negócio.
Muitas pessoas passam a vida correndo atrás de qualificação. Fazem
graduações, pós-graduações, cursos, especializações e mais especializações.
Passam a vida inteira buscando um caminho para a riqueza nas vias
tradicionais, mas não conseguem atingir os seus objetivos.
Outros buscam a todo custo um curso que lhes dê um caminho para a riqueza
ou para o sucesso. Sempre procurando uma receita de bolo para se tornarem
empreendedores.
O que, de fato, não existe.
A falácia reflete muito sobre o modelo escolar em que estamos submetidos.
Entretanto, o mito cai por terra, quando analisamos as estatísticas
relacionadas aos grandes empreendedores de nosso mundo.
Pesquisas apontam, que dentre os bilionários de nosso planeta, 32% (trinta e
dois por cento) não possuem um diploma universitário. Estando entre
estes, Bill Gates, Steve Jobs (in memoriam) e Mark Zuckerberg, que não
concluíram os respectivos cursos para se dedicarem a seus projetos. Outro
exemplo é Richard Branson, dono do Grupo Virgin, que jamais frequentou
uma universidade, e é portador de dislexia, o que o fez ter dificuldades
acadêmicas durante toda sua vida.
O mesmo se aplica a diversas personalidades da história moderna, como o
fundador da Ford, Henry Ford.
Dentre os bilionários brasileiros, o número é ainda maior: 46% (quarenta e
seis por cento), incluindo dentre estes: Flávio Augusto da Silva, fundador da
Escola de Idiomas Wise Up, proprietário do Orlando City Soccer Club e
criador do projeto Geração de Valor; Elói D’Ávila, fundador da Fly Tour e
Arri Coser, fundador da Churrascaria Fogo de Chão.
Dentre os milionários, podemos citar Ricardo Bellino, o nosso exemplo do
capítulo anterior.
Apesar das estatísticas, não é possível, ou responsável, dizer que a escola
é dispensável, ou inútil, para aqueles que desejam seguir o caminho do
empreendedorismo! Porém, não pode afirmar que o conhecimento
acadêmico, por si só, é suficiente para a trajetória empreendedora.
Isto, pois, o empreendedor, deve reunir habilidades que a escola não ensina.
Uma vez que a carreira empreendedora irá lhe exigir muito mais do que o
currículo escolar lhe preparou, e de uma forma totalmente diferente.
Levando em conta os anos gastos desde a primeira escolhinha, até uma
graduação acadêmica, o jovem é testado constantemente pela sua habilidade
de MEMORIZAR e REPLICAR conteúdos; de executar exercícios
repetitivos; sendo treinado para passar em provas e avaliações, que irão testar
a sua capacidade de atingir o maior número de pontos dentro das regras
daquele exame.
Isto, pois, o ambiente escolar remonta a sua formação ao início da Revolução
Industrial, em que o objetivo era formar profissionais capazes de operar
máquinas e se relacionarem com as necessidades decorrentes do aumento
produtivo ocorrido naquela época.
Essencialmente, a criação do modelo escolar visava à produção de
profissionais capazes de lidar com situações conhecidas, que envolvem a
aplicação de fórmulas e teorias para a obtenção de resultados padronizados,
conhecidos e replicáveis indefinidamente.
Dando início ao que chamamos de formação lógico-matemática, aonde o
estudante é ensinado apenas a ter um raciocínio linear e matemático, de
forma a resolver problemas aplicando teoremas e fórmulas, buscando sempre
resultados concretos. Assumindo apenas respostas certas e erradas. Bem-
definidas.
Desde então, pouco se mudou em relação à essência desse modelo.

Ou seja, ao longo de sua jornada acadêmica, você foi testado simplesmente


para fazer provas. Pois, o único método que o modelo escolar tradicional
aplica para avaliar os seus alunos são as provas escritas. E em algumas
exceções, prova oral. Num método que apenas exige a réplica de
informações.
Por esta razão, você direciona todo o seu foco tentando encontrar uma
maneira de vencer a prova; o que não necessariamente quer dizer entender o
conteúdo.
Provavelmente, muitos de nós tivemos que memorizar dezenas de conteúdos
simplesmente para acertar uma questão na prova, e depois acabamos
esquecendo, pois não havia mais necessidade prática para aquilo. Talvez essa
situação tenha lhe ocorrido em todo o colegial, e inclusive, na Universidade.
Outras vezes, tivemos que responder algum conteúdo que estava no rodapé
de um livro, para satisfazer os caprichos de um professor que, dolosamente,
cobra na prova um conteúdo que não foi ensinado em sala de aula; alegando
que este estava no conteúdo paradidático indicado.
Mas, afinal de contas, você é ensinado pelo professor ou pelo livro? Se o que
importa é o que está no livro, é melhor estudar apenas pelo livro, não é
mesmo?
Isto tudo, pois a Escola apenas lhe exige e valoriza o conhecimento Lógico-
Matemático: a sua capacidade de receber um comando X, e executar uma
tarefa Y, dentro de uma regra pré-determinada. Você não é testado para ir
além daquilo, ou entender. É avaliado para responder o que é exigido pelo
método, e só.
Esse modelo simplesmente massacra as outras diversas inteligências que são
da natureza do ser humano.
Pela ótica do modelo escolar, existem alunos considerados inteligentes,
medianos e limitados. Porém, ao limitarem o aluno à apenas essa métrica de
avaliação, o sistema se esquece de que o ser humano possui diversas outras
habilidades que o modelo escolar atual despreza.
O mais estranho é que a própria Escola vem posteriormente chamar de
Gênios, aqueles que um dia, ela mesma avaliou como limitados. É o que
caso, por exemplo, do empresário Richard Branson, dono do Grupo Virgin,
que hoje emprega milhares de pessoas ao redor do mundo, e financia diversas
atividades empreendedoras e filantrópicas, e que foi massacrado pelo modelo
escolar tendo em vista o fato de ser disléxico.
Sendo importante ressaltar que a Escola apenas avalia um dos tipos de
inteligência que o ser humano possui. Negando todas as outras. Que serão
muito utilizadas por um empreendedor.
Há estudos no ramo da psicologia que afirmam que o ser humano possui mais
de 07 tipos de inteligência, abordando diferentes habilidades da pisque
humana.
Nesse sentido, é importantíssimo trazer a baila a ‘’Teoria das Inteligências
Múltiplas’’, que foi elaborada pelo psicólogo Howard Gardner como um
contrapeso para o paradigma da inteligência única.
Para o psicólogo, o ser humano é capaz de desenvolver diferentes tipos de
inteligências, que por si só não se confundem com o conceito genérico da
ciência: que inteligência é a capacidade de resolver problemas ou fazer coisas
importantes.
Gardner capitaneou um estudo junto a Universidade de Harvard em que se
entendeu que a inteligência acadêmica (obtida através de qualificações e
méritos educacionais) não pode ser o fator decisivo para determinar a
inteligência de uma pessoa.
Portanto, a partir disso é possível dizer que não faz sentido algum realizar a
comparação entre as inteligências de Stephen Hawking e Neymar. Visto que
ambos possuem inteligências diferentes; que não podem ser comparadas.
Segundo a pesquisa, foi possível identificar a presença de oito tipos
diferentes de inteligência relacionadas ao ser humano.
São elas:
Inteligência linguística: A habilidade de um indivíduo em dominar a
linguagem e estabelecer comunicação eficaz com outras pessoas. Não estando
limitada somente a capacidade de comunicação oral, abarcando também a
comunicação escrita, gestual, entre outras. Essas habilidades são essenciais
para o exercício das atividades de profissionais como políticos, jornalistas,
poetas e escritores.
Inteligência lógico-matemática: Conhecida popularmente como a inteligência
comum é o parâmetro atual utilizado para determinar a inteligência de uma
pessoa. Está ligada ao uso do raciocínio lógico e a resolução de problemas
matemáticos. A velocidade para resolver estes problemas um dos indicadores
que a determina. Sendo inclusive a métrica usada no teste de quociente de
inteligência (QI); que também analisa em partes a inteligência linguística.
Esse tipo de inteligência está ligada ao exercício das profissões de cientista,
economista, engenheiro, matemático e a realização de outras atividades
acadêmicas.
Inteligência Espacial: A capacidade de observar o mundo e os objetos em
diferentes perspectivas; estabelecendo relações entre eles. Sendo elemento
notável em profissionais de xadrez, assim como em artistas visuais, tais como
pintores e escultores. O traço marcante desta habilidade é a capacidade de
criar imagens mentais, desenhar e identificar detalhes estéticos. Estando
diretamente ligada ao conceito de criatividade. Sendo também usada por
designers, pintores, arquitetos e publicitários.
Inteligência Musical: ligada a capacidade de composição de música, bem
como de identificação de ruídos, melodias, cantos e expressões sonoras.
Sendo uma área muito propensa a estímulos e ao treinamento para seu
desenvolvimento. Estão presentes em músicos e instrumentistas.
Inteligência corporal e sinestésica: As habilidades motoras do corpo estão
ligadas a maneira como o ser humano lida com ferramentas e com o próprio
corpo, no sentido de se expressar. Expressando emoções, sentimentos como
os artistas, dançarinos e atores; bem como relacionada a habilidade no uso de
ferramentas para a manifestação de transformações, como por exemplo os
cirurgiões e artistas plásticos.
Inteligência intrapessoal: A capacidade de acessar sentimentos e refletir sobre
eles. Bem como a habilidade de compreender as razões da própria existência
e do próprio comportamento.
Inteligência Interpessoal: a capacidade de tomar ciência daquilo que os
sentidos não conseguem captar. Sendo a habilidade de interpretar palavras,
gestos, objetivos e intenções subentendidos em um discurso. Ligada a
capacidade de empatia para com outras pessoas ou grupos. Possibilitando a
compreensão de problemas e circunstâncias relacionadas a outras pessoas.
Sendo uma habilidade essencial para aqueles que lidam com outras pessoas,
tais como terapeutas, advogados, educadores e/ou pessoas que exercem
papéis de liderança.
Inteligência naturalista: É a última inteligência analisada por Gardner, sendo
adicionada posteriormente ao estudo. E trata da maneira como o ser humano
lida com a natureza, com outras espécies, animais e vegetais, bem como com
fenômenos relacionados ao clima, geografia e à própria natureza. Sendo
essencial para a sobrevivência do ser humano em ambientes em que há o
contato com a natureza.
Finda a análise, é possível concluir que o modelo escolar não é injusto com a
maioria dos alunos, não somente pelo fato de exigir uma padronização dos
estudantes, mas também porque vai contra a própria natureza do ser humano.
Contemplando apenas uma única inteligência humana dentre um rol com
outras sete possiblidades.
Por essa razão, a maioria das pessoas que freqüenta a educação formal é
obrigada a se enquadrar naquilo que é exigido pela escola, e irão passar o
resto da vida, infelizes em razão do caminho que escolheram. Já que na
maioria das vezes, a sua escolha profissional irá tomar como base aquilo que
ele viu na escola.
Tomemos como exemplo, o fato de escolhermos uma profissão, tento em
vista nosso desempenho nas disciplinas escolares, e não nos nossos
verdadeiros desejos.
Fazendo com que vários estudantes se sintam desencorajados a escolher um
curso superior, pelo simples fato de não possuírem bom desempenho nas
escolas.
Tudo isso fruto do que ouviram a vida inteira: aqueles que se desenvolvem e
criam caminhos de vida a partir das outras inteligências são loucos ou são
gênios. E o sucesso dessas pessoas é por sorte ou obra do acaso.
Alguns vão mais além ao justificarem o sucesso alheio em razão de
determinada oportunidade ou privilégio.
É muito comum o modelo escolar tradicional massacrar aquilo que não
entende ou que venha a contradizer tudo aquilo que ele sempre ensinou.
Afinal de contas, muitos de nós, sempre nos sentimos burros ou menos
merecedores de alguma coisa, pois não conseguimos alcançar boas notas ou
não conseguimos passar em alguma matéria que a educação formal nos exige.
Isso tudo porque sempre ouvimos que aqueles que não se dão bem na Escola
são perdedores, burros ou até vagabundos. Não estudam, ou não querem
estudar.
Nesse mantra, aprendemos que para alcançarmos qualquer tipo de sucesso é
preciso anos de estudo e qualificação formal: passando em uma boa
faculdade no vestibular, de preferência pública, depois fazendo uma pós-
graduação, um mestrado, um doutorado ou um MBA.
Esse caminho pode funcionar para muitas pessoas, mas não necessariamente
está ligado ao empreendedorismo. Muito antes, pelo contrário, já que temos
visto vários exemplos que mostram que uma coisa não tem nada a ver com a
outra.
Robert Kiyosaki, escritor americano responsável pelo best-seller ‘’Pai Rico,
Pai Pobre’’, entre outros livros, nos ensina algo importante quanto ao modelo
escolar:
‘’O modelo escolar lhe prepara para ser um empregado. O melhor e
mais qualificado possível. ’’[21]
Por essa razão o modelo escolar esbarra totalmente no tema
empreendedorismo, já que uma das primeiras dores que leva alguém a
empreender é o fato de não mais querer ser um empregado, e sim um
empregador. Fazendo com que toda a especialização massiva exigida pelo
modelo escolar não tenha o menor sentido para o futuro empreendedor.
Por outro lado, outros mitos que também devem ser jogados por terra, estão
ligados ao fato de que empreendedores não estudam, ou que são raposas que
se aproveitam de outras pessoas.
Essas constituem outras verdadeiras mentiras.
O empreendedor deverá estar sempre estudando, mas o seu tipo de estudo é
diferente daquele que ele aprendeu durante a vida escolar!
Não se trata daquele modelo clássico de caderno e caneta, aonde você faz
diversos tipos de anotação, utiliza de diversas expressões padronizadas ou
fórmulas.
Ele irá estudar tudo aquilo e somente aquilo que for importante para o seu
Negócio. Isso pode envolver desde aspectos relativos ao comportamento
humano até História Moderna.
Empreender é também lidar com seres humanos, que tendem a repetir
os seus comportamentos de forma cíclica.
Por exemplo: Se você deseja empreender no ramo alimentício, você pode e
deve estudar sobre a comida que você vai vender. Dessa forma você poderá
descobrir quais são as melhores matérias primas; como irá desenvolver o seu
produto; como deverá armazená-lo, etc.
Mas isso não significa que você necessariamente precise ser o melhor
cozinheiro ou chef de cozinha do mundo. Você poderá, após o seu intenso
estudo, arrecadar verbas para contratar os melhores, posteriormente.
A título de exemplo, há relatos de que Ray Kroc, o empreendedor por trás do
sucesso do Mc Donald’s, nunca teria fritado nenhum hambúrguer em uma
das lojas. Ou sequer teria montado algum sanduíche. (Ideia conflitante com o
filme sobre o empreendedor)[22]
Ele direcionou todo o seu foco para estudar uma maneira de fazer o negócio
um sucesso, e para isso, estudou e replicou a forma de franquias, que já
existia anteriormente em outras empresas. Através de seu estudo, ele
transformou a empresa em um fenômeno mundial.
Kroc não possuía nenhuma experiência como cozinheiro. Ele até então era
representante de uma empresa de máquinas de Milk-shake. E anteriormente
da venda de copos de papel, e pianista nas horas vagas.
Outro caso interessante está ligado à área da música.
Provavelmente você já ouviu falar da Fender, uma das maiores empresas de
confecção de instrumentos musicais.
A empresa se tornou célebre pela beleza e qualidade de seus modelos de
guitarra. Entretanto, seu fundador, idealizador dos primeiros modelos de
guitarra, não sabia como tocar o instrumento![23]
Para o senso comum isso é um enorme paradoxo. E por esta razão, muitos
chegam a pensar que empreendedores são exploradores da mão-de-obra
alheia.
O que essas pessoas não vêem é que o papel do Empreendedor é a realização
do negócio. O que envolve a captação de recursos financeiros, materiais e
também humanos para a realização de um empreendimento. As pessoas são
parte da grande máquina que é um empreendimento.
Esse recurso é constituído de pessoas que precisam de uma oportunidade para
mostrar aquilo que sabem fazer de melhor, e que não tiveram a coragem, o
desejo, ou, até mesmo, o perfil para mergulhar em uma trajetória
empreendedora. E é o empreendedor quem cria essa oportunidade.
A partir dessa idéia, podemos identificar outro problema que faz com que o
modelo escolar tradicional não seja o caminho para a formação de
empreendedores.
Durante a jornada acadêmica, você sempre foi treinado para realizar provas.
As provas, em sua absoluta maioria, são individuais e com raras exceções,
são substituídas por avaliação em dupla ou trabalho em grupo.
Com base na regra, você é educado a realizar as atividades de forma
individual, e a enxergar os seus colegas como concorrentes. A disputa é
ainda mais latente na época do Vestibular, quando os estudantes literalmente
competem por uma vaga na Universidade.
Se por algum momento você ajudar, ou tentar ajudar alguém, durante uma
avaliação você será chamado de trapaceiro; perderá os seus pontos, e poderá
arcar com conseqüências muito sérias, e até criminais, dependendo do local
onde ocorrer.
Isso decorre em razão do modelo escolar vigente criar a ilusão de que você
está sempre sozinho, e depende exclusivamente de suas habilidades para
vencer. E que você está em constante disputa no mundo real, inclusive
quando o assunto é emprego.
É fato que muitas vezes, há a concorrência por vagas de trabalho, porém essa
mentalidade acaba criando a cultura de que um empregado deve o tempo todo
ofuscar o colega.
Esquecendo assim as regras básicas de liderança e trabalho em equipe.
Criando a figura de chefes e encarregados. E não, a de líderes e liderados. O
que é fundamental para o sucesso de uma empresa, de um governo, ou até
mesmo de um time de futebol.
Mostrando mais uma vez de que a escola não prepara para uma relação de
interação e cooperação entre pessoas. E que o foco é sempre o de lhe preparar
para ser um empregado, e não um empreendedor.
Para fechar esse raciocínio, é extremamente bem-vindo o ditado:
‘’Se você quer ir rápido, vá sozinho, mas se quiser ir longe, vá
acompanhado. ’’
Logo, é preciso antes de tudo, aprender a lidar com outras pessoas, e a
trabalhar com o maior número possível de colaboradores, já que empresas
são criadas por pessoas, para resolver problemas de outras pessoas. E não
para satisfazer os desejos de um único indivíduo, que está lutando o tempo
todo contra os demais.
MITO NÚMERO 03
MULHERES NÃO PODEM EMPREENDER

É bem verdade que vivemos em uma sociedade pautada por ideias


retrógradas e machistas. Quando associamos riqueza, poder, sucesso e
empreendedorismo sempre vislumbramos homens que se perpetuam em
diversos rankings, sempre acompanhados de belas mulheres.
Esse modelo que estamos acostumados está enraizado não somente nas áreas
de esporte, negócios, mas como também nas artes e na política.
Somente a título de exemplo, nosso país teve somente uma única mulher
ocupando o cargo de presidente, e o mesmo aconteceu somente em 2010. Já
os Estados Unidos da América, a título de exemplo, ainda não elegeram
nenhuma mulher para o posto mais alto na política.
Entretanto, isso não quer dizer que não há espaço para as mulheres nas
diversas áreas citadas, ou de que se deve alimentar mais um mito: de que as
mulheres não podem sonhar e realizar os seus desejos, pelo simples fato de
serem do sexo feminino.
Estamos vivendo uma era de grande transformação; diversos conceitos são
superados e novas regras têm sido estabelecidas.
Não necessariamente quer dizer que as coisas estão ficando mais difíceis ou
mais complicadas. Na verdade elas estão apenas diferentes, e isso beneficia a
todos nós.
O benefício é tão virtuoso que constatamos novas estatísticas nesse novo
mundo. Em recente pesquisa do SEBRAE, juntamente ao Global
Entrepreneurship Monitor, foi constatado que o número de mulheres
empreendedoras que iniciam um negócio já supera o número de homens, no
cenário brasileiro.[24]
Atualmente, 52% dos empreendedores brasileiros que iniciam um
negócio são do sexo feminino, e isso é a maior prova de que o
empreendedorismo é sim um campo para as mulheres. E quem disser o
contrário, está totalmente por fora da realidade.[25]
A título de exemplo, temos a trajetória de Luiza Helena Trajano, do
Magazine Luiza, uma das maiores empresas varejistas do país. Empresa que é
comandada desde a sua criação por mulheres empreendedoras, sendo
concebida por sua tia, Luiza Trajano Donato há mais de 50 anos. Atualmente,
o faturamento da empresa supera os 10 bilhões de reais, e Luiza ainda está no
comando do conselho de administração da empresa.
No setor de vestuário temos Sônia Hess, fundadora da Dudalina, que conduz
uma das camisarias mais badaladas do Brasil, sendo sinônimo de elegância e
valor agregado.
No campo do RH, temos Sofia Esteves, fundadora da Cia de Talentos, uma
das maiores companhias do ramo, faturando milhões anualmente, há mais de
uma década.
No campo da saúde bucal, temos Carla Sarni, da Sorridents. Empresa que
atua no ramo odontológico, reunindo mais de 200 unidades em 17 estados da
federação, com faturamento superior a 232 milhões de reais.[26]
Muito também se especula a respeito de uma possível incompatibilidade
entre a agenda empreendedora e as necessidades provenientes de ter uma
família e cuidar de um lar. Entretanto, trata-se de mais uma falácia.
A prova disso é Mônica Burgos, criadora da Avatim, empresa de essências,
que possuí faturamento na casa dos 50 milhões de reais ao ano, e opera por
meio de 58 lojas em todo Brasil.
Mônica começou a empreender aos 30 anos, após largar uma carreira no
ramo da advocacia. Mãe de dois filhos, ela não se deixou sucumbir pelas
crenças limitantes, e começou o seu negócio com vendas de porta a porta,
antes de alcançar o sucesso dos dias de hoje.
Dessa situação, ela deixou um recado, em recente entrevista para a revista
Pequenas Empresas, Grandes Negócios:[27]
“Não admito quem diz que não pode se arriscar na carreira, pois têm
filhos para criar. Foi justamente por querer um futuro melhor para
eles que decidi que precisava mudar”,
Estes exemplos nos ensinam que o empreendedorismo não tem sexo. E que o
sonho grande, o desejo de liberdade, a fera empreendedora, não se dá por
vencido simplesmente pela crença de determinadas pessoas de que mulheres
não podem empreender. Podem sim. E estão tomando as rédeas do jogo!
Enquanto muitos estão centrando suas atenções em idéias machistas e
preconceituosas, existem milhares de mulheres gerando enorme valor para
elas mesmas e para a sociedade.
MITO NÚMERO 04
NÃO POSSO EMPREENDER PORQUE SOFRO PRECONCEITO

É público e notório que o Brasil é um país que ainda sofre com diversos tipos
de preconceito. Seja o preconceito racial, religioso, seja a xenofobia, sabemos
que, infelizmente, ainda existem pessoas que julgam as outras por suas
características físicas ou por sua origem.
Por essa razão, muitas pessoas acabam sentido o preconceito, literalmente, na
pele. Seja por meio de ofensas verbais, seja pela privação de oportunidades.
O tema tem sido objeto de muitos debates, mas ainda sim envolve questões
bastante delicadas.
Entretanto, uma característica do Empreendedorismo é o seu caráter de
mudança. Empreender é puramente a alteração do status quo. É
transformação. Seja mudança da forma como consumimos algo; seja pela
forma como o empreendedor impacta o meio aonde vive, ou sua própria vida.
Uma coisa é certa, o empreendedorismo muda tudo.
E por essa mudança, percebemos que ao contrário de aproveitar
oportunidades, ou preencher uma vaga de emprego, o empreender age
diferente: ele cria a sua oportunidade de vencer. Agarrando a oportunidade
que o mundo não vislumbrou, mas que ele, por conta de sua visão, pode
enxergar!
As atitudes do empreendedor falam por ele. E essas atitudes tornarão possível
a superação de todo tipo de obstáculo, inclusive o preconceito.
A partir do momento em que o empreendedor decide por a sua idéia em
prática, é a idéia que fala por ele. E é através dela que as pessoas vão julgá-lo.
Não deixar que a visão preconceituosa de alguns faça com que ele não saia
do lugar; e renuncie aos seus sonhos.
Não há motivos melhores para comprovar uma teoria, do que exemplos. E
exemplos reais, que estão perto de você, no mesmo país.
O preconceito racial é um problema secular em nosso país, mas ele não foi
capaz de parar ou de matar o sonho de nosso exemplo: Geraldo Rufino.
Geraldo Rufino é atualmente proprietário da JR Diesel, empresa que atua
revendendo peças usadas de caminhões.
A trajetória de Rufino começou ainda criança, junto com seus irmãos quando
precisava catar lixo para vender, em troca de alguns trocados para sobreviver.
Quando adulto, teve sua primeira grande oportunidade no antigo Play Center,
em São Paulo, quando teve sua primeira experiência empreendedora: atuando
como dono do carrinho de pipoca do parque.
Conforme costuma frisar, ele sempre se dedicou para executar suas funções
da melhor maneira possível, e por conta disso, se tornou um sucesso na venda
de pipocas dentro do parque.
Note que independente da sua condição momentânea, Rufino manteve a
atitude empreendedora dentro de si: entregar a solução de um problema,
da melhor maneira possível.
No caso, a entrega começou com pipoca. Através da pipoca ele além de
resolver o problema de fome do consumidor, também pode entregar
alegria as crianças e adultos do parque.
Muitas pessoas têm diversos preconceitos com aquilo que é vendido: Mas
afinal de contas, qual é a diferença entre o pipoqueiro Rufino e a Yoki?
Ambos vendem pipoca, a diferença entre os dois é apenas a quantidade e
a maneira com que entregam esse produto!
Após sua experiência como pipoqueiro, Geraldo continuou trabalhando para
a empresa, mas desempenhando outras funções, chegando a cargos
importantes de gerência dentro da rede. Com isso, veio o reconhecimento e o
retorno financeiro, que pode melhorar a sua realidade.
Preocupado com sua família, Rufino decidiu ajudar os irmãos, e juntamente
com um deles, deu início a JR Diesel, atuando no setor de logística,
adquirindo três caminhões para começar o serviço da empresa.
Entretanto, passado algum tempo, em um curto espaço de dias, os três
caminhões da empresa vieram a se acidentar por diferentes motivos, e a
empresa perdeu os poucos veículos que possuía. Sem a força-motriz do
negócio, não houve outro caminho para a empresa, senão a falência,
Preocupado com o negócio, Rufino pediu licença do Play Center, e passou a
se dedicar de forma residual a empresa, com o intuito de quitar as dívidas do
empreendimento, sempre se preocupando em cumprir seus compromissos
com os credores.
Uma de suas crenças mais importantes é que o seu nome é o seu bem mais
importante. E visando pela manutenção de seu bom nome na praça, ele
honrou todos os compromissos financeiros da empresa, ainda que isso
custasse o seu patrimônio pessoal. Reforçando sempre a sua credibilidade.
Contudo, apesar da derrota momentânea, Geraldo vislumbrou a grande
oportunidade.
Com os caminhões desabilitados para a atividade logística, só sobrou para
Geraldo vender os ‘’restos’’ dos caminhões. E com essas vendas, ele
conseguiu levantar um bom capital para quitar os seus compromissos.
É sabido que existe um antigo mercado de peças automotivas usadas, e que
muitos generalizam como sendo o famoso ferro-velho. Esses negócios têm de
enfrentar grandes preconceitos na sociedade: As pessoas enxergam de uma
forma pejorativa o negócio por si só, e logo imaginam um lugar sujo e cheio
de ferrugem e baratas.
É nas derrotas que percebemos as grandes virtudes dos empreendedores.
A diferença entre o empreendedor bem sucedido e os demais, não está só
no fato dele não se abalar com as derrotas, mas pelo fato de conseguir se
superar nas adversidades, e se reerguer ainda mais forte.
Há também o preconceito com o negócio, pois acreditam que as peças que ali
são vendidas provém de atividades ilícitas, como roubo de veículos. Outros
acreditam que o que é vendido em um ferro-velho não é bom, ou não tem a
mesma qualidade do que em uma loja formal.
Porém, apesar de toda essa conjuntura negativa, Rufino vislumbrou uma
grande oportunidade, e que vai muito além do senso comum. Ele reinventou a
sua empresa!
Ao invés de atuar no ramo de logística, ele começou a atuar no ramo de
venda de peças usadas de caminhão, de maneira diferente. Ele estruturou
totalmente o seu negócio para oferecer o melhor serviço possível dentro da
revenda de peças usadas. Isso inclui desde a seleção das autopeças, até a
emissão de nota fiscal, e a limpeza do ambiente.
Aqueles que frequentaram as instalações do empreendimento, afirmam que o
local é tão limpo que é possível encontrar uma agulha no chão, e que a
estrutura é comparável a locais semelhantes em outros países mais
desenvolvidos.
A partir dessa idéia, Geraldo deu início a um novo negócio, que atualmente
conta com faturamento anual de mais de 50 milhões de reais.
Para se ter idéia da solidez do empreendimento, recentemente o negócio foi
avaliado com um valor de aproximadamente 200 milhões de reais.
Porém, obstinado, Rufino e seus filhos rejeitaram ofertas recentes de
compradores estrangeiros, e pretendem expandir a empresa, acreditando na
consolidação de um projeto ainda maior.
Perguntado sobre a questão do Racismo e a falta de oportunidades, Rufino é
bem claro: ‘’O que existe é o trabalho. Se você quer vencer na vida não há
fórmula mágica, basta trabalhar 14 horas por dia e manter o entusiasmo.
Independente do que as pessoas pensam ou digam, continue trabalhando. É o
seu trabalho que fala por você. E é ele que irá lhe abrir todas as portas. ’’
O seu discurso não é raridade, ele sempre expõe o seu ponto de vista
enquanto compartilha sua história de vida.
Você pode vê-lo e ouvi-lo em várias plataformas, desde o Programa do Jô,
da Rede Globo de Televisão, até pelo GV CAST, o podcast do projeto
Geração de Valor.
Sua história também é contada, por ele mesmo, em seu livro, recentemente
lançado, ‘’O Catador de Sonhos’’, lançado pela editora Gente.[28]
Algumas pessoas ao lerem as palavras de Geraldo podem dizer que ele está
falando da boca para fora, ou que ele mudou sua perspectiva, pois se tornou
um milionário.
Entretanto, Rufino é muito enfático ao dizer que o preconceito jamais o
impossibilitou de chegar aonde queria, pois ele sempre acreditou no seu valor
e reproduziu sua crença em seu trabalho, entregando o melhor serviço
possível, independente se estava pilotando um carrinho de pipoca ou no
comando de uma grande empresa.
Rufino, além de muito inspirador, é um excelente caso que nos mostra que o
trabalho é capaz de superar qualquer tipo de adversidade, e é o maior
responsável pela transformação de um indivíduo.
Ele é a personificação não só do que muitos chamam de ‘’o Brasil que deu
certo.’’ Mas sim, do Brasil Possível; a representação de que uma pessoa pode
atingir a sua independência e o sucesso sem ter nascido em berço de ouro ou
ter se envolvido com atividades duvidosas.
Vale ressaltar que o valor do trabalho é o mesmo para todos os envolvidos na
relação comercial, e é o seu trabalho que mostrará as pessoas quem você é,
pois ali está entregue a sua essência. As suas crenças.
Por essa razão, dedique-se em solucionar problemas, de forma verdadeira e
competente.
O cliente sempre nota a diferença entre um serviço sem verdade e um serviço
autêntico. Apesar de todo avanço tecnológico, o ser humano continua
deixando um pouco de si em tudo aquilo que faz. E por essa razão, ele
reconhece o esforço e o respeito que outro ser humano lhe entrega naquele
produto.
Dessa mesma forma, no início do século Henry Ford mostrou ao mundo que
um homem determinado, mesmo apesar do pouco estudo e de palavras
broncas, poderia se tornar um dos homens mais bem-sucedidos da história.
Para Ford, o trabalho é a maior virtude do homem, e somente ele é capaz de
agregar valor a sociedade e transformar uma vida, lhe gerando riqueza.
Nessa mesma linha, ele acredita que só é possível colher riqueza após o
trabalho, e isso independente da origem de cada um.
O preconceito também não foi capaz de parar alguns imigrantes que vieram
para o Brasil durante a 2ª Guerra Mundial.
Dentre estes homens e mulheres, estava um judeu polonês chamado Samuel
Klein.
A trajetória de Samuel começou de uma forma bastante delicada: ele fugiu de
um campo de concentração nazista, na Polônia.
Enquanto o exército nazista transportava seus prisioneiros de um campo de
concentração para outro, Samuel, aos 16 anos de idade, conseguiu se
esconder dos olhos dos guardas, e fugiu correndo, em direção a mata que
circundava o local.
No curso da fuga acabou se escondendo em uma plantação de trigo, aonde
chegou a passar a noite da fuga:
"Fui me escondendo e entrando no trigal cada vez mais. Não sei para onde
estava indo, mas tinha a certeza de me afastar do grupo."
Por sorte, no dia seguinte acabou sendo acolhido por um grupo de polacos
cristãos que também estavam fugindo dos horrores do nazismo.
Posteriormente, Samuel chegou a voltar à sua antiga casa que havia sido
totalmente devastada pela Guerra. Para sobreviver, passou a trabalhar em
uma fazenda, em troca de comida.
Com o final da guerra acabou encontrando alguns de seus familiares e foi
morar na Alemanha, que também estava devastada pelo conflito.
Inicialmente desenvolveu algumas atividades como comerciante, vendendo
Vodka e Cigarros para soldados americanos que ocupavam o país naquela
época.
Com o fruto de sua experiência comercial, Klein conseguiu juntar uma
pequena quantia que foi suficiente para realizar o sonho dele e da esposa:
mudar para outro país e recomeçar a sua história.
Samuel sonhava morar nos Estados Unidos da América, mas não conseguiu.
As cotas imigratórias já haviam sido preenchidas.
Decidiu então tentar a sorte na América do Sul, onde tinha alguns amigos.
Conseguiu visto para a Bolívia e lá chegou com a esposa e o filho.
Em 1952, a Bolívia vivia uma situação social muito complicada, com
disputas políticas violentas e uma revolução em curso. Acuado, Klein
recordou-se de uma tia que vivia no Rio de Janeiro. Com a mulher e o filho
embarcou no primeiro avião que encontrou partindo de La Paz para a então
capital brasileira.
Em menos de dois meses conseguiu autorização para viver no Brasil, apesar
de não saber falar uma única palavra em português.
Ao chegar ao país, Samuel passou a trabalhar como mascate, realizando
pequenas vendas. Anos mais tarde, fundou as Casas Bahia, maior rede
varejista do Brasil, sinônimo de sucesso há décadas.
Infelizmente, Klein já nos deixou. Mas, seu legado continua vivo na história
do país, e não apenas por conta de suas realizações tangíveis, mas como
também de seu exemplo, de um homem de viveu na pele além do
preconceito, os horrores da guerra, e toda a estupidez que o ser humano é
capaz.
Entretanto, não se entregou às adversidades, e transformou a vida de milhares
de trabalhadores brasileiros, bem como fomentou a economia nacional
através de seu trabalho, apesar de sua origem e sua crença religiosa.

A história de Samuel Klein pode ser conhecida em maiores detalhes em sua


biografia escrita por Elias Awad, ‘’Samuel Klein e as Casas Bahia’’.[29]
O preconceito doe na alma e pode causar danos perpétuos na vida de uma
pessoa, mas apesar de algumas pessoas de pouco intelecto que ainda insistem
nessas práticas, o empreendedorismo é uma excelente resposta para aqueles
que ao invés de gerar valor, preferem gerar infelicidade e gastam seu tempo
cuidando da vida alheia.
E diante desses exemplos, não há como sustentar a falácia de que a opressão
do outro é maior do que o desejo de vencer, destruindo completamente mais
um mito.
MITO NÚMERO 05
EXISTE UMA IDADE CERTA PARA COMEÇAR A EMPREENDER

Quando o assunto é empreender muitas pessoas associam a uma verdadeira


aventura, uma loucura ou até mesmo um salto num mundo desconhecido. Por
conta dessas crenças limitantes algumas pessoas alimentam a falácia de que
empreender só é possível para aqueles que têm uma determinada idade, que é
coisa de jovem aventureiro, e que se trata de loteria.
Esse mito resulta na idealização de um momento certo para empreender, e
que tal como a infância e a adolescência, há um prazo para início e fim. E
caso a ‘’aventura’’ empreendedora não se dê dentro deste prazo, não há mais
tempo ou espaço para começar um projeto.
Infelizmente por causa disso, várias pessoas passam a juventude e os
primeiros anos da vida adulta buscando a idéia certa, o capital necessário, ou
até mesmo, a coragem para empreender.
Porém, o tempo passa e com o acúmulo de outras atribuições, como o
pagamento de contas do lar, a chegada dos filhos ou a compra da casa
própria, muitas pessoas acabam adormecendo o sonho de liberdade, e
enxergam tudo aquilo como somente um sonho.
Por conta desse desejo reprimido muitas pessoas passam o resto de suas vidas
deprimidas, se sentindo limitadas pelo estilo de vida que levam, e carregam
consigo o arrependimento de não terem começado o seu projeto. Alguns
chegam até a se queixar da sorte ou da falta de oportunidade.
Entretanto empreender não está ligado à idade do empreendedor. Não
importa se o empreendedor é uma criança, um adolescente, um jovem, um
adulto, um idoso, ou o que quer que seja. O que importa é a qualidade do
produto ou serviço que ele entrega. É o produto que fala por você.
Além disso, a expressão antes tarde do que nunca é perfeitamente válida
quando se trata de uma idade para empreender. Aliás, nunca é tarde para
realizar o sonho de liberdade, pois como diria Cazuza: ‘’mais valem 10 anos
vividos há 1000 do que 100 anos vividos há 10. ’’
Empreender está diretamente ligado à realização pessoal e com o bem-estar
do empreendedor. É verdade que a vida empreendedora tem altos e baixos, e
que por vezes um negócio demanda muito do empreendedor. Mas, pergunte a
um empreendedor bem sucedido se ele se arrepende de sua escolha. A
negativa é quase unânime.
Além disso, faz parte da essência do ser humano criar algo que apresente a
sua imagem e semelhança. Isso explica, por exemplo, uma escultura, uma
pintura e também um empreendimento. O ser humano é criativo por natureza,
e é isso que o faz diferente dos demais animais. Ainda que muitos tentem a
todo custo lhe convencer do contrário.
Por isso, não há momento certo para que alguém coloque em prática o seu
desejo de realização pessoal. Não há momento certo para que você crie a sua
obra de arte.
Um excelente exemplo disso é, mais uma vez, Ray Kroc, o homem por trás
do sucesso do Mc Donald’s.
Tudo começou em 1954, quando Kroc, aos 52 anos, trabalhava como
representante de uma empresa fabricante de máquinas de Milk-shake. O seu
trabalho era percorrer os Estados Unidos atrás de possíveis clientes para a
empresa. Intrigado pelo volume de pedidos que recebia de uma certa
lanchonete resolveu verificar pessoalmente o motivo de tantos pedidos.
Viajando pela Rota 66 na Califórnia, na cidade de San Bernardino, Kroc se
deparou com uma lanchonete que vendia sanduíches com uma precisão
surpreendente, de forma rápida e padronizada: se tratava literalmente de um
método de produção em série. Além da rapidez do serviço, a casa estava
lotada.
‘’Percebi que algo estava acontecendo ali”, relatou anos depois.
Encantando com o método do negócio, vislumbrou que aquele restaurante
poderia dar origem a uma cadeia de restaurantes, capaz de revolucionar a
maneira como se consumia sanduíche nos EUA.
Logo, descobriu que os responsáveis pelo empreendimento eram os irmãos
Richard e Maurice Mc Donald, e que eles estavam insatisfeitos com o
negócio. O restaurante não tinha resultados financeiros interessantes para os
donos, e ainda havia obtido resultados pífios devido às tentativas de abrir
franquias na região.
Percebendo a oportunidade, Kroc abordou os irmãos e ofereceu uma parceria,
de modo a expandir a rede e dar sobrevida ao negócio, demonstrando também
a possibilidade de crescimento e escala.
Inicialmente a idéia sofreu grande resistência dos irmãos, mas após grande
insistência foi celebrado um acordo entre as partes: Caberia a Ray vender
franquias da marca a US$ 950 cada, e repassar uma porcentagem aos irmãos.
A idéia de Ray era replicar o modelo dos irmãos Mc Donald criando uma
cadeia de franquias da marca. Gerando assim um negócio capaz de impactar
várias cidades próximas, enxergando um expressivo potencial de
crescimento.
O início foi duro, e Kroc teve dificuldades de tirar a idéia do papel, tentando
recorrer inclusive a um amigo dos tempos de exército americano, que havia
sido seu companheiro de guerra: Walt Disney.
Disney estava prestes a abrir o seu parque temático na Califórnia, a
Disneylândia. E o desejo inicial de Kroc era instalar uma franquia dentro do
super empreendimento. Mas, a ideia acabou fracassando.
Além da dificuldade de expansão do negócio, Kroc tinha algumas diferenças
com os proprietários originais, e por essa razão somente um ano depois, em
1955, fundou a McDonald's Systems, Inc, empresa que se tornaria um
fenômeno de vendas em todo o mundo.
Para isso cuidou para que a empresa tivesse uma estrutura jurídica apta ao
crescimento por meio de franquias, com o intuito de consolidar uma rede
sólida de restaurantes com alto potencial de escala. Além disso, procurou
estruturar a equipe da rede com grandes profissionais, já vislumbrando algo
grandioso.
A partir da fundação da nova empresa, ergueu-se a primeira loja sob a sua
gestão, no subúrbio de Chicago, em Des Plaines, Illinois. O restaurante é
considerado como o primeiro ponto de vendas da rede até hoje, e inclusive
recebeu o nome de Mc Donald’s número 01.
Em 1961, após um acordo com os irmãos Mc Donald, Kroc se tornou o único
dono do empreendimento, comprando todos os direitos relativos ao nome da
marca, e afastando de vez os antigos proprietários. O acordo foi celebrado, na
época, pelo valor de 2,7 milhões de dólares. Uma quantia bastante elevada,
que só foi viabilizada pelo ingresso de investidores na empresa, como a
Universidade de Princeton.
O acordo original entre os irmãos e Kroc, seria de 0,5% do faturamento anual
do conglomerado, mas por conta da insatisfação dos irmãos, se limitou a
quantia citada. Em números atualizados, estima-se que os irmãos receberiam
algo em torno de 100 milhões de dólares por ano, nos dias de hoje, caso ainda
estivessem no negócio.
Apesar da compra, a relação das duas partes azedou totalmente. E, por um
descuido jurídico, o acordo não limitava a atuação dos irmãos como
concorrentes. Para piorar, não foi vedado aos irmãos que continuassem com o
restaurante original. O que ocasionou apenas a mudança de nome da loja, que
foi rebatizada como The Big M, (em português, ‘’o grande M’’) que aplicava
o mesmo método consolidado pelo Mc Donald’s.
Irritado, Kroc agiu rápido e estruturou um restaurante nas proximidades do
concorrente, levando os irmãos à falência em poucos meses.
Com sua visão, o empreendedor além de consolidar o sistema de franquias,
que garantiu crescimento exponencial para a empresa, investiu voluptuosas
quantias em propaganda, associando a marca ao personagem Ronald Mc
Donald, o mascote da empresa.
O resultado veio rápido, e em apenas 10 anos a rede alcançou o sucesso
mundial, e hoje é sinônimo de negócio bem sucedido e de venda de
sanduíche.
A história de Ray Kroc é uma enorme inspiração para qualquer
empreendedor. Além de sua visão, ousadia e competência, o fato de dar início
ao seu sonho de liberdade depois dos 52 anos de idade, e abandonar uma
carreira como vendedor, mostra que nunca é tarde para empreender. Mais do
que isso, é uma prova de que a idade pouco importa. O que importa é a força
de vontade para colocar em prática o sonho grande.
A história de Ray Kroc pode ser conhecida por completo em sua
autobiografia ‘’Grinding it Out’’ e também no filme que conta sua história,
‘’Fome de Poder’’, lançado no Brasil em 2017.
Outra marcante história de empreendedorismo que começou ‘’tarde’’ é a de
Coronel Sanders, o homem por trás do sucesso da rede de lanchonetes KFC.
Harland Sanders teve uma história bastante difícil desde cedo. Aos 5 anos de
idade perdeu o pai. Por conta de sua perda, sua mãe teve que assumir as
contas da casa, incumbindo ao garoto cuidar de seus irmãos mais novos.
Aos 16 anos, abandonou a escola.
Aos 17 anos, já tinha perdido 4 empregos.
Aos 20 anos, sua esposa o deixou.
Durante os anos que se seguiram, ele trabalhou em vários empregos, desde
motorista de barco a vapor até gerente de posto de gasolina. E foi justamente
em um posto de beira de estrada que Sanders começou a cozinhar e vender
frango em forma de petisco.
Ele trabalhava para oferecer uma receita com frango saboroso, crocante e
macio. A popularidade do prato foi tanta que, posteriormente, ele passou a
trabalhar como chef de cozinha em um restaurante.
Com o passar dos anos, Harland Sanders desenvolveu maneiras para
melhorar ainda mais o frango: onze ervas foram adicionadas à receita e até
hoje elas são utilizadas, tornando o frango ainda mais gostoso e popular.
Em 1935, o governador Ruby Laffondo o concedeu o prêmio Coronel
Kentucky, que foi responsável pela forma como veio a ser conhecido desde
então: Coronel Sanders.
Em 1652, se aposentou aos 65 anos. Entretanto, ficou inconformado com o
fato de receber um benefício de apenas 105 dólares mensais; o que para ele
era um valor ínfimo.
Sentia-se fracassado e pensou até em tirar a própria vida. Porém, escreveu
aquilo que queria ter feito durante a vida.
Do exercício surgiu uma inspiração. E a partir dela, ele decidiu pegar
emprestados 87 dólares, e com o dinheiro passou a fazer frangos fritos
utilizando sua receita, e os vendendo porta a porta.
Nessa batida, Coronel Sanders percorreu diversas cidades em seu carro
durante dois anos; vendendo o seu produto que se tornaria famoso alguns
anos depois.
Posteriormente, junto a um amigo, ele deu início ao restaurante que se
tornaria mundialmente famoso anos depois: o Kentucky Fried Chicken
(KFC).
O restaurante além de ter sido um sucesso para com os clientes, também
encantou outros empreendedores que viriam a se tornar franqueados da
empresa.
No ano de 1964, com 74 anos, ele vendeu o KFC por dois milhões de dólares.
[30][31][32]

Portanto, é essencial entender que não há idade certa para empreender.


Existem adolescentes empreendendo agressivamente com aplicativos,
negócios pela internet e produção de conteúdo. A cada dia surgem mais e
mais empreendedores jovens, que estão impactando o mundo e girando cifras
bilionárias.
Por outro lado, temos exemplos de empreendedores brasileiros como Jorge
Paulo Lemann (78)[33] e Abílio Diniz (81)[34], que mesmo apesar da idade, em
que muitos pensam em aposentadoria, não param de empreender e gerar valor
para a sociedade e também para nosso país.
Entre eles, segue em comum o desejo empreendedor, e a prova de que não há
idade certa para empreender. Não há idade mínima, ou limite. Se você quer
dar início ao seu sonho de liberdade, que tal começar agora? O amanhã é um
lugar cheio de arrependimentos.
MITO NÚMERO 05
QUEM NASCE POBRE, MORRE POBRE.
PAU QUE NASCE TORNO NUNCA SE ENDIREITA.

A sociedade brasileira é cercada por diversas regras tácitas que todos nós
curiosamente adotados. Uma destas regras é acreditar que uma pessoa está
fadada a um determinado destino, ou que uma atitude errada irá definir toda
sua jornada.
Felizmente, esse pensamento é mais um mito que merece nossa atenção, e ao
que dedico este capítulo.
É verdade que nos últimos anos tivemos uma grande melhora na realidade de
todos nós, no sentido de terem ocorridos diversos avanços sociais que
permitiram a mudança e a transformação de muitas pessoas, seja por meio do
aumento do poder de compra, ou pelo aumento de oportunidades. Apesar do
momento delicado de crise nos acenar que pode ter sido algo passageiro.
Neste cenário, ainda existe certo ceticismo na mentalidade coletiva que faz
com que a maioria das pessoas não acredite realmente que é possível
transformar sua própria realidade. Realizar um grande sonho; impactar a vida
de milhares de pessoas; transformar sua própria vida e a de familiares e
amigos. Tudo isso parece um delírio, e muitas vezes é motivo até de risada.
- Como você pode falar isso?
- Você é um sonhador! Está louco!
- Se fosse fácil todo mundo já teria feito.
- Fulano se deu bem? Com certeza, trapaceou.
Essas são algumas frases feitas que as pessoas insistem em repetir para lhe
desestimular a respeito de um sonho, ou de uma vontade de transformar sua
realidade.
É muito triste, inclusive, constatar que essas frases normalmente nos são ditas
pelas pessoas que nutrimos mais afeto, como nossos amigos e familiares.
Entretanto, como definiu Joseph Goebbles, essa é mais uma mentira que se
tornou verdade, por ser repetida a exaustão, desde tempos que não podemos
datar.
’Uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade.’’[35]
Essa mentalidade reflete um pouco das crenças limitantes que nutrimos em
nossa sociedade, e que estão diretamente relacionadas ao número de
empreendedores que temos em nosso país.
Somos uma nação formada por movimentos que emanaram sempre das
camadas hierarquicamente mais elevadas da sociedade. Desde a
Independência, declarada pelo filho do então monarca colonizador, até a
Proclamação da República, realizada por um general do exército. Até mesmo
as organizações democráticas recentes, são fruto de atitudes daqueles que
estavam ocupando as camadas mais altas de poder.
Provavelmente, por essa razão, temos a crença de que a mudança deve
acontecer de cima para baixo. E muito por causa disso, muitas pessoas
passam a vida criticando os diferentes governantes, aguardando o momento
em que o governo irá realmente mudar sua vida, ou torná-la mais fácil.
Sabemos muito bem que isso jamais vai acontecer.
A idéia de Estado provedor, infelizmente, já caiu por terra há muitos anos.
Mas a maioria ainda não percebeu isso, e existem muitos aproveitadores que
se elegem em cima deste mito.
Em outro giro, também cultuamos a idéia de estabilidade. Acreditamos que
segurança na vida quer dizer ter um emprego público, e aguardar por uma
aposentadoria tranquila.
Entretanto, não aprendemos a enxergar que mesmo um emprego
aparentemente estável, sofre com diversos fatores econômicos que não somos
ensinados a entender, como, por exemplo, a inflação.
Há cerca de 20 anos, muitos professores buscaram a dita segurança ao
realizarem concurso público para se tornarem professores de escolas públicas.
À época, o salário representava um valor relativamente justo, e a idéia de
estabilidade chamou a atenção de vários profissionais. Ano após ano, a
remuneração se torna cada vez menor, já que além da inflação, as políticas
públicas não valorizam adequadamente os nossos professores.
Nesse sentido, o vínculo empregatício realmente continuou assegurado, e em
condições econômicas relativamente controladas, dificilmente o Estado irá
aplicar mecanismos que farão com que os professores percam seus cargos.
Entretanto, apesar de manter o cargo, a remuneração se tornou extremamente
instável, já que não possui o mesmo valor de compra do que alguns anos
atrás. Isso é estabilidade?
Claro que não. E a verdade é que estabilidade não existe. Seja você
empregado, autônomo ou empregador. O que é bom hoje pode não ser
amanhã. E vice-versa.
Porém, o mito da estabilidade continua a reger nosso cotidiano, e faz com que
a maioria das pessoas seja programada para acreditar nele, sejam nas escolas,
universidades, ou até mesmo em conversas de bar.
Por conta desse ambiente, apenas poucas pessoas decidem tomar as rédeas do
próprio destino, e se arriscam a trilhar novos rumos, desbravando caminhos e
criando novos caminhos. Isso justifica o fato de termos um número
razoavelmente pequeno de empreendedores bem sucedidos, tendo em vista de
que a manutenção de um negócio também depende muito mais do
empreendedor do que de outros elementos, eliminando a idéia de
estabilidade, por outros meios.
Estabelecida essa ficção de estabilidade, muitas pessoas passam a vida
acreditando que existe uma imutabilidade em nosso cotidiano, e que o fato de
terem nascido em berço de ouro irá mantê-los sempre nessa condição, ou
então que o fato de terem nascido pobres, lhes manterá pobres eternamente.
Tanto para os atuais ricos e pobres, esse pensamento é intelectualmente
pobre, pois como explanado anteriormente, não só o mundo, mas o Universo
está em constante mudança. E ainda bem! Caso contrário nosso planeta seria
dominado pelos dinossauros, e nos nem estaríamos aqui para contar história.
Com escopo nessa dinâmica, o Empreendedorismo vem se mostrando, desde
os primórdios da civilização, um dos principais fatores de mudança na vida
dos seres humanos.
É graças a ele que milhares de pessoas puderam sair da pobreza e alcançar a
riqueza. Graças a ele que milhões de pessoas conseguem ter um emprego,
alimentarem suas famílias, e podem transformar suas vidas. É por causa dele
que milhões de pessoas conseguem resolver um problema, pois lhes foi
possibilitado uma solução.
A transformação é a essência do empreendedorismo. E transformação nada
mais é do que a mudança de uma situação. E é o empreendedor o agente
dessa mudança.
A título de exemplo, grandes empreendedores como Flávio Augusto da Silva,
fundador da escola de inglês Wise Up; Steve Jobs, fundador da Apple; Arri
Coser, fundador da churrascaria Fogo de Chão; Elói D’Ávila, fundador da
Fly Tour; e tantos outros, puderam ascender de situações economicamente
desfavorecidas, para o status de milionários e até bilionários.
Foi graças ao empreendedorismo que essas pessoas puderam transformar suas
realidades, e a das demais pessoas que colaboraram com seus sonhos.
Ao contrário da maioria, eles não acreditam na falácia de que quem nasce
pobre, morre pobre; ou então de quem não está inserido em um ambiente de
empreendedores não pode empreender; ou qualquer que seja a desculpa que a
maioria usa para justificar o fato de deixarem seus sonhos na gaveta e
passarem a vida inteira ridicularizando aqueles que ousam pensar diferente.
A título de exemplo, mais uma vez, Elói D’Ávila, fundador da Fly Tour,
empresa que atua no ramo de Turismo, já foi morador de rua e gago. Fugiu de
casa quando era criança, e chegou a morar na rua nas cidades de São Paulo e
Rio de Janeiro.
Apesar desse cenário, ele deu início ao seu sonho grande ao empreender e
criar sua própria agência de turismo em 1974.
Somente a título de exemplo, a empresa faturou mais de 04 bilhões em 2014.
Nada mal, não é mesmo?
Em 1863, um jovem com pouquíssimo estudo chamado Henry Ford trocou
uma vida pacata na fazenda em que vivia com os pais pelo cargo de aprendiz
em maquinaria na cidade de Detroit, nos Estados Unidos. [36]
Após anos trabalhando com itens como motores a vapor, o jovem solitário do
interior que agora vivia em uma grande cidade, foi contratado pela Edison
Illumination Company.
Na companhia de Thomas Edison, ele subiu na hierarquia até se tornar
engenheiro-chefe. Mesmo assim, Ford não se contentou apenas com uma boa
carreira corporativa. Durante todo esse tempo, ele trabalhou em construir uma
“carruagem que não era movida por cavalos”, tanto no fundo da sua casa
quanto em um porão da companhia.
Em 1896, ele construiu o que chamava de “Ford Quadrycicle”. Seu protótipo
atraiu investidores e Ford montou sua própria empresa, a Ford Motor
Company.
Posteriormente, Henry Ford seria considerado um dos pais do conceito
moderno de automóvel. Mesmo não sendo ele o pioneiro da invenção.
O negócio de Ford ganhou notoriedade por incorporar o conceito de linha de
montagem móvel em grande escala e, ao mesmo tempo, oferecer um salário
que era o dobro da média do mercado – uma tática para fidelizar seus
funcionários.
Inventor prolífico, o empreendedor também registrou diversas patentes. Em
1922, metade dos carros nos Estados Unidos eram unidades do Model T,
fabricado pela Ford.
A história de sucesso de Henry Ford pode ser conhecida em detalhes na obra
‘’ Os princípios da Prosperidade’’, de autoria do próprio empreendedor.[37]
E o que justifica o sucesso de todas essas pessoas: Sorte? Talvez, um pouco.
Mas, o que diferencia essas pessoas é o primeiro passo, a decisão:
empreender. E trabalhar muito para conseguir atingir o sucesso.
Lembre-se: É apenas no dicionário que sucesso vem antes de trabalho
Empreendedorismo é uma das formas de mudanças mais democráticas que
existem. E é através dele que nossas vidas podem tomar um rumo diferente,
independente de governos, crenças e qualquer outro fator que muitos usam
para tentar justificar seus fracassos.
MITO NÚMERO 06

NÃO É
POSSÍVEL EMPREENDER E FAZER O BEM AO MESMO TEMPO
Muito provavelmente você já viu esse símbolo em algum lugar. Esta é a
logomarca da campanha ‘’O Câncer de Mama no Alvo da Moda’’. A
campanha, que no ano de 2015 completou 20 anos, já arrecadou milhões de
reais revertidos ao tratamento do câncer de mama, e ajudou milhares de
mulheres em todo o país.
O que muita gente não sabe é que tudo isso é fruto do sonho de um
empreendedor que já citamos anteriormente: Ricardo Bellino.
No início dos anos 90, o estilista Ralph Lauren, juntamente com outros
filantropos americanos, deram início a campanha contra o câncer de mama,
estampando o alvo do câncer em camisas beneficentes, vendidas, a época, por
10 dólares americanos.
A campanha teve ampla adesão dos meios de comunicação da época e foi
divulgada pelas maiores modelos do mundo na época, representadas pela
agência Elite Models.
Dando continuidade ao nosso exemplo anterior, Ricardo Bellino já figurava
nos quadros diretivos da empresa, conquistando a amizade e o respeito de
John Casablancas, dono da empresa.
Vislumbrando uma grande oportunidade de fazer o bem, e movimentar mais
uma enorme ação empreendedora, veio a grande sacada: Por que não trazer a
campanha para o Brasil?
A partir da grande sacada, Bellino mobilizou as ações para conseguir a
licença da marca, e conjuntamente trabalhava para conseguir uma empresa
têxtil apta a fabricar as camisas promocionais.
Em busca de agregar valor ao projeto, Bellino recorreu a sua amiga, e
especialista em moda, Constanza Pascollatto, que coincidentemente havia se
curado da doença há alguns meses.
Constanza se sentiu extremamente honrada em participar da campanha, e,
além disso, mobilizou seus contatos no mundo fashion para darem suporte ao
projeto, juntamente com a divulgação.
Já com o plano de fundo arquitetado, faltava a Bellino encontrar um caminho
para materializar a campanha, e para isso necessitava de uma grande empresa
capaz de produzir em escala as camisetas com a estampa da campanha.
Para isso, foi ao encontro de Fábio Hering, então presidente da Hering,
referência no setor têxtil. Os primeiros contatos foram céticos por parte de
Hering. Ao ser informado do projeto, questionou os números da campanha
nos Estados Unidos.
Bellino mostrou que a campanha americana havia alcançado a marca de mais
de 300 mil camisetas vendidas, e projetava grande adesão do público
brasileiro. E com base em suas projeções, a campanha deveria começar com o
número de 10 mil camisetas, como estoque inicial.
Ainda cético Hering indagou: ‘’Se nos Estados Unidos foram vendidas 300
mil unidades, aqui no Brasil serão vendidas menos de 30 mil. Não é uma
idéia viável. O povo americano gosta dessas campanhas. O povo brasileiro
não. Além do mais, essa campanha não irá se pagar, você ficará no prejuízo.’’
Surpreso com as duras palavras de Hering, Bellino não se abateu e rebateu: ‘’
Fábio, me desculpe, mas não posso aceitar o seu conselho. E, no mais, não
estou lhe pedindo para doar 10 mil camisetas. Vou lhe pagar por elas,
independente do resultado. Preciso apenas que você as produza e me entregue
para a campanha.’’
Com apoio de grifes locais, referências do mundo da Moda, a própria Elite
Models do Brasil, e a própria Hering, a campanha foi iniciada. Diversas
camisetas foram produzidas e campanha ganhou o nome ‘’O Câncer de
Mama no Alvo da Moda’’.
Logo no início, celebridades, revistas, editoras e diversos meios de
comunicação aderiram ao projeto, e se disponibilizaram voluntariamente para
difundir a campanha. A repercussão foi enorme, e foi possível tomar
conhecimento do movimento em todo o país. O alvo do câncer de mama
estava em todo lugar, na televisão, nas revistas, jornais e outdoors.
Não demorou muito e o resultado financeiro apareceu. Milhares de camisas
foram vendidas. E, ao contrário das previsões pessimistas, a campanha foi um
absoluto sucesso no Brasil, alcançando números muito mais expressivos do
que nos Estados Unidos e nos demais países em que foi promovida,
conjuntamente. Resultando assim milhões de reais doados para pesquisa e
tratamento do câncer de mama, ajudando milhares de mulheres em todo o
país.
Em termos operacionais, o sucesso foi tão arrebatador que a campanha
brasileira abrange não somente a camiseta branca original, com a estampa do
alvo da campanha, mas como também possui um portfólio com outros
produtos.
O sucesso foi tão imenso, que mesmo após Ricardo Bellino deixar o projeto
para se dedicar a outras aventuras, a campanha continua gerando anualmente
valores extremamente representativos. A campanha comemorou 20 anos e
ainda assim é possível adquirir produtos ligados a campanha nas lojas da
Hering.
Além dos números expressivos, a campanha impactou diretamente a vida de
milhares de brasileiras, fomentando o campo de saúde, representando um
benefício intangível e incalculável para a sociedade como um todo. Apesar da
lucratividade da atividade mercantil representada pela empresa responsável
pelos produtos, e a taxa de administração da empresa mantenedora, é
impossível não reconhecer a dimensão da campanha, e o quão poderosa foi a
visão e a execução de Bellino.
Esta ação é uma enorme prova de que, ao contrário do que muitos tentam
dizer, é sim possível empreender e fazer o bem, ao mesmo tempo.
Infelizmente, a maioria das pessoas ainda enxerga o Empreendedorismo
como um caminho de exploração de pessoas, e que o único fim é enriquecer
um patrão maldoso e ganancioso, que coloca o lucro acima de tudo e de
todos.
Entretanto, não é assim que a realidade funciona, e a campanha ‘’O Câncer
de Mama no Alvo da Moda’’ é uma grande representação do que é o
Empreendedorismo: Mudança e solução de problemas.
Graças à visão empreendedora de Bellino, milhares de mulheres, e
conseqüentemente famílias, foram beneficiadas ao poderem encontrar
tratamento e mecanismos de prevenção para uma doença que infelizmente
vitima milhares de brasileiras, ano após ano. Uma visão que realizou
inegavelmente uma mudança positiva para toda a sociedade brasileira, e que
auxilia na solução desse problema de enorme gravidade para nosso país,
independente a qualquer governo, mostrando que o empreendedorismo, por
essência, é o verdadeiro agente responsável por mudanças em nossa
sociedade. Ao contrário do que a sociedade e os governos sempre tentaram
lhe convencer.
O empreendedor ao criar o seu empreendimento não está modificando apenas
a sua vida, ele modifica a vida de milhares de pessoas que colaboram com
seu empreendimento; famílias que são beneficiadas pela geração de
empregos; metrópoles que avançam graças ao fomento e crescimento da
atividade empreendedora; e por conseqüência, desenvolvem-se as nações,
que possuem mais riquezas para reverter em avanços nas áreas de saúde e
educação, representadas pela carga de tributos recolhidos pelas empresas.
Ou seja, ao cair na falácia de que empreendedores são, em regra, pessoas
gananciosas e que não fazem o bem, a sociedade além de se apequenar, vai
contra aqueles que geram valor a sociedade, e possibilitam o seu crescimento,
em todas as vertentes.
Muitos tentam também culpar o sistema capitalista pela existência de
desigualdades e pelos problemas de um país, mas não fosse em razão do
capitalismo, provavelmente estaríamos submetidos ao feudalismo ainda, sem
garantias e liberdades. Além do fato de que alternativas tais como
Anarquismo e Socialismo, não se mostraram viáveis ao longo da história, já
que subestimam a diversidade, que é natural do ser humano.
Dessa forma, mais um mito que impede muitas pessoas de abraçar o
empreendedorismo e o sonho grande é o fato de que empreender é errado, ou
torna alguém automaticamente do mal, ou algo do tipo.
Muitas pessoas culpam os empreendedores por seus fracassos ou pelo fato de
suas vidas não terem tomado o rumo que gostariam. Infelizmente, em nosso
país ter sucesso é praticamente um pecado, e é interpretado como uma ofensa
por muitas pessoas. Mas, o que você prefere, ser mais um que passa a vida
reclamando, ou deseja tomar as rédeas de seu futuro?
Em outro giro, o espírito empreendedor também é visto em outro ramo bem
diferente, que vem sendo chamado de Empreendedorismo Social.
E nosso exemplo é o jovem paulista Eduardo Lyra, criador do projeto
Gerando Falcões.
Quebrando paradigmas dos críticos do empreendedorismo, Edu Lyra é
morador de uma comunidade em São Paulo, filho de um presidiário, e apesar
de sua condição financeira pouco abastada, ele deu início ao seu sonho:
mudar a realidade do local onde vive.
Após perder o primo em decorrência de problemas gerados pelo tráfico de
drogas, e ver o pai, usuário de droga, ser preso, Edu não se deixou abater
pelas derrotas, e decidiu tomar uma atitude capaz de mudar a sua realidade e
a dos demais jovens de sua comunidade. Dessa vontade nasceu o projeto
Gerando Falcões, que busca inspirar jovens e transformar as realidades nas
comunidades brasileiras.
Difundindo as culturas locais como dança, música e arte, a idéia visava
proporcionar aos jovens uma alternativa ao crime, trabalhando o emocional
destes jovens para difundir a idéia de que cada um é do tamanho dos seus
sonhos, e não do tamanho que outras pessoas dizem.
Nesse escopo, o trabalho vem alcançando ano após ano proporções cada vez
maiores, gerando transformação não só nos jovens de sua comunidade, mas
como também para homens e mulheres em todo país.
Da experiência, surgiu o livro Jovens Falcões,[38] que rendeu popularidade
para Edu, que hoje ministra palestras em todo o país, e é considerado um dos
30 jovens mais influentes do país pela revista Forbes.
Além disso, a iniciativa ganhou diversos adeptos, entre celebridades e
grandes empreendedores como Flávio Augusto da Silva, do Geração de
Valor, e a Endeavor, empresa que fomenta o Empreendedorismo no mundo
todo, que apóiam o projeto e propagam o evangelho de Lyra.
Até o momento, estima-se que mais de 200 mil jovens foram impactados
diretamente pelo projeto, encontrando caminhos diferentes para as suas vidas,
e que hoje, além de esperança, tem verdadeiramente o direito de sonhar com
um futuro melhor.
Atualmente, o projeto pretende se expandir através de franquias, contando
com o apoio de empreendedores como Jorge Paulo Lemann, Carlos Wizard,
Flávio Augusto da Silva e Daniel Castanho da Ânima Educação. A ideia é
alcançar 18 mil famílias, oferecendo cursos de capacitação e atividades de
cultura e lazer.[39]
Edu é um grande exemplo de que Empreendedorismo é de fato mudança e
que não se limita a geração de riqueza monetária, e nem a um sistema
explorador que não gera benefício para a coletividade.
O problema identificado por Edu era a sua realidade, a convivência com a
violência, as ofertas do tráfico, a descrença e a tristeza em sua comunidade.
E, ao invés de se queixar do governo, ou das pessoas a sua volta, acreditou
que era capaz de mudar sua realidade com as próprias mãos, munido apenas
por sua própria crença. Combinando assim sua visão e execução, tendo um
resultado grandioso que transformou não só sua vida, mas como também a
realidade de milhares de jovens. Tudo isso, sendo iniciado apenas com um
grande sonho.
Tanto Ricardo quanto Edu são provas de que Empreendedorismo e fazer o
bem estão lado a lado. Seja na atividade comercial, filantrópica ou social,
empreender é gerar mudança, agregar valor e transformar vidas e histórias.
Não se trata de romantismo ou idealismo, se trata de resultado. E resultado
que independe de governo, religião, ou qualquer outra desculpa que usam
para que você perca a fé acerca do seu futuro.
Esses dois casos, além de exemplos de empreendedorismo, são inspirações
para que pessoas como eu e você possamos dar assas aos nossos sonhos e
começar a mudança, que só depende de um único passo: começar.
MITO NÚMERO 07
NÃO É POSSÍVEL EMPREENDER NO BRASIL

O último mito desta obra é uma das desculpas mais comuns daqueles que
buscam enterrar sonhos daqueles que desejam transformar a realidade em que
vivem: Não é possível empreender no Brasil.
Muitas pessoas passam a vida criticando o país, as leis, as regras. Preferem
diminuir o sucesso alheio, e acreditam estar sempre dando um grande
conselho aos seus amigos e familiares. Para essas pessoas só é possível
vencer se envolver trapaça e ganância. E acima de tudo, não é possível
empreender no Brasil; muito menos, de forma lícita e limpa.
Essas pessoas adoram rotular pessoas, e quando descobrem que alguém quer
dar início a um negócio novo, logo correm para dar ‘’conselhos’’, e ficam
torcendo para que algo dê errado, pelo prazer de se sentirem bem, reforçando
uma idéia de que estão sempre certos. Estes mesmos abutres enxergam as
coisas pelo lado mais negativo possível, e dizem que o risco não compensa, e
que empreender se trata de aventura e sorte.
Além de todas as críticas, o ceticismo é ainda maior quando se trata de Brasil,
como se o país fosse o pior lugar do mundo. Além das críticas, reforçam que
lugar bom para empreender é apenas na Europa e nos Estados Unidos, e que
aqui as pessoas estão fadadas ao fracasso.
Porém, essas pessoas se esquecem a história de nosso país, e deixam de lado
personalidades históricas, que vão desde o Barão de Mauá, até recentemente
grandes empreendedores como Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto
Sicupira, responsáveis pelo grupo 3G Capital, responsáveis por bilhões de
dólares e enorme conglomerados em diversos setores, que os colocam entre
os homens mais bem-sucedidos do mundo. Só para se ter idéia do alcance
destes três brasileiros, atualmente eles comandam a maior cervejaria do
mundo, responsável por 1 em cada 3 cervejas consumidas no mundo.
Homens corajosos e ousados ao ponto de realizar a aquisição de marcas como
Burger King, Heinz e Budweiser, símbolos dos Estados Unidos da América.
Com os recentes avanços de nossa nação, o cenário para novos
empreendimentos se tornou ainda mais favorável. Além disso, com o advento
da Internet e com a globalização, o empreendedorismo se tornou ainda mais
poderoso, fazendo com que pequenos negócios atinjam escala e sucesso,
enfrentando grandes e tradicionais empreendimentos de forma parelha.
Conforme expressado por vários de nossos exemplos, utilizamos
empreendedores nacionais, que demonstram que apesar dos problemas de
nosso país, que sabemos muito bem quais são, é plenamente possível
empreender no Brasil, alcançando sucesso e reconhecimento mundial.
Os empreendedores apresentados demonstram através de seu resultado, que
apesar de existir uma cultura desfavorável ao Empreendedorismo, o país é
um campo fértil para empreendimentos de diversas espécies, seja no campo
social, filantrópico ou comercial.
Há uma crença de que só é possível empreender em locais onde há a cultura
do empreendedorismo bem assentada, ou que todos os cenários favoreçam a
iniciativa empreendedora. Por conta disso, acabam limitando a possibilidade
de empreender para locais como os Estados Unidos da América e alguns
países da Europa.
Entretanto, o argumento é totalmente falho, já que há pessoas tão bem-
sucedidas no Brasil quanto nestes países; ou até em condições ainda
melhores. Por outro lado, assim como existem pessoas que fracassam em
nosso país, existem outras que fracassam em ambientes muito mais propícios.
Existem empreendedores que prosperam no Brasil. E milhares que falham
nos Estados Unidos e na Europa. Existem empreendedores que prosperam na
Venezuela, apesar dos problemas lá existentes. Existem empreendedores que
prosperam na Grécia, apesar da crise que acabou com a economia do país.
Logo, culpar o ambiente ou deixar de agir por conta dele é somente mais uma
desculpa para pessoas que não tem a coragem, ou a ousadia de empreender. E
preferem criar medo e terror naqueles que desejam construir um futuro
melhor, para si e para a coletividade.
Não há terra prometida. E muito menos fórmula mágica. O sucesso de um
empreendimento depende do empreendedor. É ele quem está no comando.
Apesar do ambiente em que ele está. Apesar das leis do país, apesar dos
impostos. Apesar da cultura. É quem está no comando que importa. E o resto,
são apenas fatores que empreendedor deverá contornar para tornar o seu
sonho realidade. E isso só é possível executando. Errando, acertando, e
continuando a luta.
Ainda assim, muitos insistem em dizer que estes exemplos se tratam de
exceções, e que as estatísticas de mortalidade de novas empresas são motivo
suficiente para convencer qualquer um de que empreender no Brasil não
compensa. Mas, por que você leitor não pode se tornar uma dessas exceções?
Por que o empreendedorismo ainda é um assunto tão demonizado pelas
pessoas em geral? Por que pouco se fala sobre ele?
Com certeza, em razão dessa situação que muitas empresas não conseguem
prosperar, já que as noções empresariais são restritas a poucas pessoas.
Porém a realidade mudou, e graças a Internet, o tema Empreendedorismo está
cada vez mais difundido e ao alcance de todos. Seja por meio de sítios
eletrônicos, vídeos ou até mesmo por livros eletrônicos, tais como esta obra.
A informação é abundante, e é cada vez mais barata.
Hoje em dia, pode-se adquirir conteúdo gratuitamente, e dentro das leis
nacionais. Nunca se falou tanto sobre o tema. E a difusão do tema depende
também de cada uma de nós.
Conversar sobre o tema com familiares e amigos reforça a cultura do
Empreendedorismo. E ao tornar o assunto trivial, a palavra
Empreendedorismo deixa de ser palavrão, para se tornar algo comum.
Exercite a mentalidade empreendedora em seu dia-a-dia. Em suas relações,
em suas atitudes, continuamente. Dia após dia, somente assim poderemos
transformar a nossa realidade e a das pessoas que amamos.

CONCLUSÃO
Espero que após a leitura desta obra, você tenha deixado de lado um pouco da
mentalidade que vem regendo nosso país desde o seu início, e que
infelizmente, domina a maioria absoluta de nossa população.
E a partir dos insights aqui gerados, você possa dar início a sua trajetória.
Mesmo que comece bem pequena. Desde que seja verdadeira, e represente a
sua realização pessoal.

REFERÊNCIAS
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https://www.ativo.com/corrida-de-rua/noticias/enda-o-primeiro-tenis-de-
corrida-queniano/ AWAD, Elias. Samuel Klein e as Casas Bahia – Uma
trajetória de Sucesso. Editora Novo Século. São Paulo.
BIZ START. A persistência do Coronel Sanders: a história de sucesso do
KFC. Disponível em: http://bizstart.com.br/a-persistencia-do-coronel-
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DWECK. Carol. Mindset – A nova psicologia do sucesso. Editora Objetiva.
2017.
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Disponível em: https://endeavor.org.br/tudo-sobre/empreendedorismo/
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https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Founder
FORD, Henry. Os princípios da Prosperidade. 4ª Edição. Editora Saraiva.
2012.
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GOMES, Tallis. Nada Easy, Editora Gente. 2017.
GUITAR ADDICTED. 10 coisas que você provavelmente não sabia sobre a
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fazia o melhor acordo da indústria do software. Disponível em:
https://www.hardware.com.br/artigos/ha-36-anos-microsoft-comprava-ms-
dos-fazia-melhor-acordo-da-industria-do-software/
IBC COACHING. Nunca é tarde para alcançar o sucesso! Conheça a história
do Coronel Sanders dono do KFC. Disponível em:
https://www.ibccoaching.com.br/portal/nunca-e-tarde-para-alcancar-o-
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https://www.netflix.com/br/title/80044823
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http://www.omachoalpha.com.br/2017/11/27/a-historia-de-coronel-sanders-
do-kfc/

PEQUENAS EMPRESAS GRANDES NEGÓCIOS. De porta em porta,


empreendedora chega a franquia de 40 milhões. Disponível em:
http://revistapegn.globo.com/Franquias/noticia/2015/08/de-porta-em-porta-
empreendedora-chega-franquia-de-r-40-milhoes.html
PORTAL ADMINISTRADORES. MARCOS HASHIMOTO.
Intraempreendedores: o motor da inovação nas organizações. Disponível em:
http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/intraempreendedores-o-
motor-da-inovacao-nas-organizacoes/64107/
PORTAL ADMINISTRADORES. RAFAEL JOSÉ PÔNCIO. As 10 CCEs -
Características Comportamentais do Empreendedor. Disponível em:
http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/as-10-cces-
caracteristicas-comportamentais-do-empreendedor/98830/
PORTAL DO FRANCHISING. Sorridents anuncia que deve chegar a mais
de 440 empreendedores como franqueados em 2018. Disponível em:
https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/sorridents-anuncia/
REVISTA EXAME. 10 empreendedores que partiram do zero e ficaram
milionários. Disponível em: https://exame.abril.com.br/pme/10-
empreendedores-que-partiram-do-zero-e-ficaram-milionarios/
REVISTA EXAME. Mulheres são maioria entre os novos empreendedores.
Disponível em: https://exame.abril.com.br/pme/mulheres-sao-maioria-entre-
os-novos-empreendedores/
REVISTA VEJA SÃO PAULO. Gerando Falcões inicia expansão em modelo
similar ao de franquias. Disponível em:
https://vejasp.abril.com.br/cidades/projeto-social-gerando-falcoes-expansao/
ROLLING STONE. Morre John Casablancas, fundador da Elite Models, que
descobriu Gisele Bundchen.
RUFINO, Geraldo. O Catador de Sonhos. Editora Gente. 2016.
SEBRAE. EMPRETEC. Fortaleça suas habilidades como Empreendedor.
Disponível em:
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/empretec-fortaleca-
suas-habilidades-como-
empreendedor,db3c36627a963410VgnVCM1000003b74010aRCRD
STARTSE. Conheça a história de Tallis Gomes, criador do Easy Táxi,
aplicativo avaliado em R$1 Bilhão. Disponível em:
https://conteudo.startse.com.br/empreendedores/juniorboneli/conheca-a-
historia-de-tallis-gomes-criador-do-easy-taxi-aplicativo-avaliado-em-r-1-
bilhao/
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS. Mulheres empreendem mais no
Brasil. Disponível em:
http://www.ueg.br/noticia/5776_mulheres_empreendem_mais_no_brasil
WIKIPEDIA. Steve Wynn. Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Steve_Wynn
Disponível em: http://rollingstone.uol.com.br/canal/fashion/morre-john-
casablancas-fundador-da-elite-models-que-descobriu-gisele-bundchen
[1]
FLAVIO AUGUSTO DA SILVA é o empreendedor responsável pelo projeto Geração de Valor. É
atualmente dono da rede de escolas de inglês Wise Up, do time americano de futebol Orlando City e do
portal Meu Sucesso.com. Flávio é uma das figuras mais importantes do Empreendedorismo nacional.

[2]
A empresa de material esportivo Under Armour surgiu a partir da identificação de um problema que
afetava os atletas de futebol americano: o acúmulo excessivo de suor nos uniformes. Na prática, o
acúmulo de suor representava prejuízo no desempenho dos atletas; que ficavam mais pesados e, por
consequência, atingiam velocidades inferiores durante os jogos. Atento ao problema, o seu criador
Kevin Plank, ex-jogador de futebol americano, descobriu como fabricar uma roupa para que os atletas
utilizassem por debaixo dos uniformes (under armour), capaz de diminuir o acúmulo de suor. Para se
ter ideia, a roupa por si só significava ao atletas o equivalente a menos um quilo de suor acumulado.
[3]
Vitimismo: as pessoas acreditam que ao longo da vida são apenas vítimas dos fatos e das situações
em que vivem. Se considerando vítimas do destino. E não protagonistas de suas próprias vidas. Vítimas
do governo; da inflação; da corrupção, etc.

[4]
Determinismo: as pessoas acreditam que o meio em que vivem é responsável por determinar o seu
futuro; sendo assim, para aqueles que acreditam nessa ideia, o simples fato de ter nascido em uma
condição social desfavorável será responsável por determinar uma vida inteira de pobreza.
[5]
ENDEAVOR. O que é empreendedorismo, da inspiração à prática. Disponível em:
https://endeavor.org.br/tudo-sobre/empreendedorismo/
[6]
WIKIPEDIA. Steve Wynn. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Steve_Wynn
[7]
GLOBO REPÓRTER. Cassinos transformam Macau em um dos lugares mais ricos do mundo.
Disponível em: http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2017/06/cassinos-transformam-macau-em-
um-dos-lugares-mais-ricos-do-mundo.html
[8]
PORTAL ADMINISTRADORES. MARCOS HASHIMOTO. Intraempreendedores: o motor da
inovação nas organizações. Disponível em:
http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/intraempreendedores-o-motor-da-inovacao-nas-
organizacoes/64107/
[9]
DWECK. Carol. Mindset – A nova psicologia do sucesso. Editora Objetiva. 2017.
[10]
PORTAL ADMINISTRADORES. RAFAEL JOSÉ PÔNCIO. As 10 CCEs - Características
Comportamentais do Empreendedor. Disponível em:
http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/as-10-cces-caracteristicas-
comportamentais-do-empreendedor/98830/
[11]
SEBRAE. EMPRETEC. Fortaleça suas habilidades como Empreendedor. Disponível em:
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/empretec-fortaleca-suas-habilidades-como-
empreendedor,db3c36627a963410VgnVCM1000003b74010aRCRD
[12]
ROLLING STONE. Morre John Casablancas, fundador da Elite Models, que descobriu Gisele
Bundchen.
Disponível em: http://rollingstone.uol.com.br/canal/fashion/morre-john-casablancas-fundador-da-elite-
models-que-descobriu-gisele-bundchen
[13]
‘’Dealmaker’’ é uma expressão na língua inglesa usada para designar uma pessoa capaz de fechar
vários acordos. Vários negócios: ‘’deals’’.
[14]
STARTSE. Conheça a história de Tallis Gomes, criador do Easy Táxi, aplicativo avaliado em R$1
Bilhão. Disponível em: https://conteudo.startse.com.br/empreendedores/juniorboneli/conheca-a-
historia-de-tallis-gomes-criador-do-easy-taxi-aplicativo-avaliado-em-r-1-bilhao/
[15]
Essa história pode ser conhecida com mais detalhes no livro do próprio empreendedor: Nada Easy,
da Editora Gente.
[16]
GOMES, Tallis. Nada Easy, Editora Gente. 2017.
[17]
Crowdfunding: financiamento coletivo. Modalidade em que várias pessoas podem contribuir para
um objetivo financeiro comum. Popularmente conhecida como ‘’vaquinha’’
[18]
NETFLIX. Capital C. Disponível em: https://www.netflix.com/br/title/80044823
[19]
ATIVO. O primeiro tênis de corrida queniano. Disponível em: https://www.ativo.com/corrida-de-
rua/noticias/enda-o-primeiro-tenis-de-corrida-queniano/
[20]
HARDWARE.COM.BR. Há 36 anos, Microsoft comprava o MS-DOS e fazia o melhor acordo da
indústria do software. Disponível em: https://www.hardware.com.br/artigos/ha-36-anos-microsoft-
comprava-ms-dos-fazia-melhor-acordo-da-industria-do-software/
[21]
KIYOSAKI, Robert. Pai Rico, Pai Pobre. Editora Elsevier. 2000.
[22]
FOME DE PODER. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Founder
[23]
GUITAR ADDICTED. 10 coisas que você provavelmente não sabia sobre a Fender. Disponível
em: https://guitaraddicted.com.br/2014/10/31/10-coisas-que-voce-provavelmente-nao-sabia-sobre-a-
fender/
[24]
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS. Mulheres empreendem mais no Brasil. Disponível
em: http://www.ueg.br/noticia/5776_mulheres_empreendem_mais_no_brasil

[25]
REVISTA EXAME. Mulheres são maioria entre os novos empreendedores. Disponível em:
https://exame.abril.com.br/pme/mulheres-sao-maioria-entre-os-novos-empreendedores/

[26]
PORTAL DO FRANCHISING. Sorridents anuncia que deve chegar a mais de 440 empreendedores
como franqueados em 2018. Disponível em:
https://www.portaldofranchising.com.br/noticias/sorridents-anuncia/
[27]
PEQUENAS EMPRESAS GRANDES NEGÓCIOS. De porta em porta, empreendedora chega a
franquia de 40 milhões. Disponível em: http://revistapegn.globo.com/Franquias/noticia/2015/08/de-
porta-em-porta-empreendedora-chega-franquia-de-r-40-milhoes.html
[28]
RUFINO, Geraldo. O Catador de Sonhos. Editora Gente. 2016.
[29]
AWAD, Elias. Samuel Klein e as Casas Bahia – Uma trajetória de Sucesso. Editora Novo Século.
São Paulo.
[30]
BIZ START. A persistência do Coronel Sanders: a história de sucesso do KFC. Disponível em:
http://bizstart.com.br/a-persistencia-do-coronel-sanders-a-historia-de-sucesso-do-kfc/

[31]
IBC COACHING. Nunca é tarde para alcançar o sucesso! Conheça a história do Coronel Sanders
dono do KFC. Disponível em: https://www.ibccoaching.com.br/portal/nunca-e-tarde-para-alcancar-o-
sucesso-conheca-historia-do-kfc-coronel-sanders-dono-do-kfc/

[32]
O MACHO ALPHA. Nunca é tarde, a comovente história de Coronel Sanders, do KFC.
Disponível em: http://www.omachoalpha.com.br/2017/11/27/a-historia-de-coronel-sanders-do-kfc/

[33]
JORGE PAULO LEMANN, o homem mais rico do Brasil, é um dos responsáveis pelo 3G Capital,
dono das empresas AMBEV, Burger King e Heinz. Nascido em 26 de Agosto de 1939.

[34]
ABÍLIO DINIZ, empresário responsável pelo sucesso do Grupo Pão de Açúcar. Após vender o
negócio para o grupo francês Cassinó, adquiriu participações na operação do Grupo Carrefour e na BR
Foods, dona das empresas Sadia e Perdigão. Nascido em 28 de Dezembro de 1936.
[35]
Frase atribuída a Joseph Goebbels, propagandista do Nazismo alemão. Segundo suas teorias, é
possível manipular as pessoas a acreditarem em algo mentiroso, desde que seja sistematicamente
repetido.
[36]
REVISTA EXAME. 10 empreendedores que partiram do zero e ficaram milionários. Disponível
em: https://exame.abril.com.br/pme/10-empreendedores-que-partiram-do-zero-e-ficaram-milionarios/
[37]
FORD, Henry. Os princípios da Prosperidade. 4ª Edição. Editora Saraiva. 2012.
[38]
LYRA. Eduardo. Jovens Falcões. Editora Novo Século. 2012.

[39]
REVISTA VEJA SÃO PAULO. Gerando Falcões inicia expansão em modelo similar ao de
franquias. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/projeto-social-gerando-falcoes-expansao/

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