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Increase in Learning (Aprender Mais)

Traduzido por: Edson Aparecido Barboza


e-mail: edson.familiabarboza@gmail.com
INCREASE IN LEARNING
(APRENDER MAIS)

Padrões espirituais para obtermos respostas por nós mesmos

Eu amo aprender; e eu amo aprender sobre como aprender. Este livro está
focado em conceitos, padrões e processos que podem ajudar você e eu a aprender por
nós mesmos as doutrinas fundamentais e os princípios do evangelho restaurado de
Jesus Cristo.
O título deste livro foi tirado do nono capítulo do livro de Provérbios: “Instrui
ao sábio, e ele se fará mais, sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento.
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; e o conhecimento do Santo é o
entendimento. (Provérbios 9:9-10; ênfase adicionada). Este livro trata do porque nós
devemos e como nós podemos “aprender mais”.
Ao longo de toda minha vida tenho sido orientado pela seguinte escritura:
“procurai conhecimento, sim, pelo estudo e também pela fé” (Doutrina e Convênios
88:118). E eu aprendi de forma clara que o verdadeiro e confiável professor é o
Espírito Santo, que “vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo” (João
16:26) e “ensinará as coisas pacíficas do reino” (Doutrina e Convênios 36:2). Como
resultado, eu busquei neste livro ligar alguns dos dons espirituais associados à
companhia do terceiro membro da Deidade, o Espírito Santo, e nossa
responsabilidade de aprender “a doutrina do reino... [e] todas as coisas... pertinentes
ao reino de Deus, que vos convém compreender;” (Doutrina e Convênios88:77-78).
Eu admito ter tido reservas no que diz respeito a escrever este livro, assim
como eu me preocupei sobre a capacidade das palavras de uma página em transmitir
plenamente o objetivo da minha mensagem ou, mais importante, facilitar o processo
de aprendizado espiritual que é iniciado pela fé no Senhor Jesus Cristo. Através da
expiação do Salvador, eu e você como discípulos somos abençoados com o dom do
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livre arbítrio moral. Por causa desta benção celestial, somos agentes com a
capacidade e poder “para agir” e não somente meros objetos “para receber ação” (2
Néfi 2:26).
Aprender e viver o evangelho de Jesus Cristo requer que nós:
• leiamos e estudamos as escrituras e ensinamentos dos profetas vivos e
apóstolos, como agentes e não como objetos;
• oremos e peçamos com fé e nos submetamos à vontade do Pai, como
agentes e não como objetos;
• adoremos e sirvamos a Deus com todo nosso coração, poder, mente e força,
como agentes e não como objetos.
Eu pessoalmente não sei de um princípio mais central, importante ou essencial
ao crescimento espiritual que o princípio de agir como agentes e não como sendo
objetos recebedores de ação.
Este livro não tem o objetivo de promover uma leitura rápida, casual ou
relaxante. Ele também não descreve ou prescreve métodos específicos ou hábitos de
estudo, e você não encontrará uma longa lista de recomendações ou coisa “para
fazer”. Este livro não tem por objetivo dar respostas doutrinárias definitivas para
questões prementes e questões dos nossos dias.
Em vez disso eu convido você, ao longo deste livro, envolver-se nas várias
experiências de aprendizagem para que possas cada vez mais “ser independente”
(Doutrina e Convênios78:14) e aprender a encontrar resposta para suas próprias
questões. Consequentemente, enquanto avançar pelos capítulos você precisará ler,
estudar, ponderar, buscar, pedir, bater, registrar pensamentos e sentimentos, ligar,
conectar, revisar, religar, pedir novamente, começar novamente, e o mais importante,
agir. Ler este livro exigirá um trabalho diligente e compromisso resoluto. Somente
quando nós “agimos em doutrina” (Doutrina e Convênios 101:78) o Espírito Santo
finalmente é efetivado como o mestre de toda a verdade.
Quando você se esforçar aprender mais, por favor, lembre-se que as doutrinas e

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princípios do evangelho restaurado devem ser considerados em sua totalidade. Em
outras palavras, tentar entender uma doutrina ou princípio examinando uma simples
escritura ou afirmação profética isolada de todo o resto que tenha sido revelado sobre
o assunto é geralmente um erro. Os verdadeiros princípios e doutrinas são enfatizados
repetidamente nas obras padrão, por profetas e apóstolos, e através da luz e
confirmação do poder do Espírito Santo.

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CAPÍTULO UM

A RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL DE APRENDER

Cada e todo membro da Igreja de Jesus Cristo do Santos dos Últimos Dias tem
a responsabilidade pessoal de aprender e viver as verdades do evangelho restaurado
do Salvador e de receber pela devida autoridade as ordenanças de salvação. Não
devemos esperar que a Igreja como organização ensine ou diga-nos todas as coisas
que precisamos saber e fazer para tornarmo-nos discípulos devotados que
valentemente perseverarão até o fim. (veja Doutrina e Convênios 121:29). Ao
contrário, nossa responsabilidade individual é aprender que nós devemos aprender,
viver como nós sabemos que devemos viver, e nos tornar o que o Mestre deseja que
nos tornemos.
Quando o jovem Joseph Smith saiu do bosque sagrado para sua casa logo
depois do aparecimento do Pai e do Filho, ele falou primeiramente com sua mãe.
Quando ele “apoiou-se na lareira, [sua] mãe perguntou-me o que se passava. [Joseph]
respondeu: “Não se preocupe, tudo está bem—eu estou bem”. [Ele] Então disse a ela:
'Aprendi por mim mesmo. . .'” (Joseph Smith – History 1:20; itálico adicionado).
O objetivo principal do grande plano de felicidade do Nosso Pai Celestial é dar
a Seus filhos espirituais oportunidades de aprender. O livre arbítrio moral
proporcionado a todos os filhos do Pai através do plano de salvação e da Expiação de
Jesus Cristo está divinamente preparado para facilitar nosso aprendizado. Como o
Élder Bruce C. Hafen explicou, por causa da “Expiação de Jesus Cristo [nós
podemos] aprender com nossas experiências sem sermos condenados por tais
experiências. (“Eve Heard All These Things,” 32; emphasis added).
O Salvador disse, “Aprende de mim e ouve minhas palavras; anda na mansidão
de meu Espírito e terás paz em mim” (Doutrina e Convênios 19:23). Somos
auxiliados no aprendizado e entendimento das palavras de Cristo pelo Espírito Santo,
o terceiro membro da Deidade. O Espírito Santo revela e testemunha a verdade de
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todas as coisas e nos faz lembrar de todas as coisas. (veja João 14:26; 16:13; Morôni
10:5; Doutrina e Convênios 39:6). O Espírito Santo é o professor que acende dentro
de nós um grande amor pelo aprendizado.
Nós repetidamente somos admoestamos nas revelações a pedir com fé quando
nos falta conhecimento (veja Tiago 1:5-6), “procurai conhecimento, sim, pelo estudo
e também pela fé” (Doutrina e Convênios 88:118), para saber de Deus que nós
podemos receber instruções do Seu Espírito (veja Doutrina e Convênios 6:11) e
conhecer os “mistérios que são grandes e maravilhosos” (Doutrina e Convênios 6:11).
A Igreja de Jesus Cristo foi restaurada nos dias de hoje para “[preservar] com
segurança” (Doutrina e Convênios 42:56) as santas escrituras, a pura doutrina, e as
ordenanças de salvação do evangelho do Salvador; e para ajudar indivíduos e famílias
a saberem mais e receberem estas bençãos celestes.

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO NOS ÚLTIMOS DIAS


Nossa responsabilidade individual de aprender a verdade, amar a verdade e
viver de acordo com a verdade é cada vez mais importante num mundo que está “em
comoção” (Doutrina e Convênios 45:26) e cada vez mais confuso e perverso. Nós
não podemos esperar simplesmente assistir as reuniões da Igreja e participarmos dos
programas pensando que assim receberemos toda força espiritual e proteção que nos
tornará capazes de “resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes”
(Efésios 6:13). É certo que lideres inspirados e atividades ajudam e apoiam
indivíduos e famílias em seus esforços de crescer espiritualmente. Mas a
responsabilidade final para o desenvolvimento da força espiritual e energia descansa
sobre todos e cada membro da Igreja.
Na grandiosa divisão de todas as criações de Deus, há coisas que agem e
coisas que recebem a ação (veja 2 Néfi 2:13-14). Como filhos e filhas do nosso Pai
Celeste, nós fomos abençoados com o dom do livre arbítrio, que é a capacidade e
poder de agir de forma independente. Dotados do livre arbítrio nos tornamos agentes,
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e somos primordialmente criados para agir e não para simplesmente recebermos ação;
especialmente enquanto nós buscamos obter e aplicar o conhecimento espiritual.
Aprender pela fé e aprender através das experiências são duas características
centrais do plano de felicidade do plano do Pai. O Salvador preservou o livre arbítrio
moral através da Expiação e tornou possível para nós agir e aprender. A rebelião de
Lúcifer contra o plano procurou destruir o livre arbítrio do homem, e seu intento era
que nós como discípulos pudéssemos somente receber a ação.
Considere a pergunta feita pelo Pai Celestial a Adão no Jardim do Éden, “Onde
estás?” (Gênesis 3:9). Obviamente o Pai sabia onde Adão estava escondido, mas Ele
mesmo assim perguntou: Por que? Um sábio e amoroso Pai permite que Seus filhos
ajam no processo de aprendizado e não simplesmente recebam a ação. Não havia
outra forma do filho desobediente aprender, como talvez muitos de nós estejamos
inclinados a acreditar. Em vez disso, o Pai ajudou Adão como a um discípulo, a agir
como um agente e adequadamente exercer seu livre arbítrio.
Lembremo-nos agora que Néfi desejou saber sobre as coisas que seu pai, Leí,
tinha visto na visão da árvore da vida. Curiosamente, o Espírito do Senhor começou a
ensinar Néfi fazendo a seguinte pergunta, “Que desejas tu?” (1 Néfi 11:2).
Obviamente que o Espírito sabia o que Néfi desejava. Então por que a pergunta? O
Espírito Santo estava ajudando Néfi a agir no processo de aprendizado ao invés de
simplesmente tê-lo atendido.
Nestes exemplos nós percebemos que como discípulos, você eu temos que agir
e ser “cumpridores da palavra” (Tiago 1:22) e não simplesmente ouvintes que estão
somente recebendo a ação. Somos verdadeiramente agentes que agem e buscam
aprender, ou estamos esperando as coisas acontecerem confiando exclusivamente que
outras pessoas nos ensinarão? Para tornar e manter-se espiritualmente firmes,
inabaláveis e inamovíveis no mundo de hoje e no que está por vir, nós devemos
exercer nosso livre arbítrio moral de acordo com princípios verdadeiros, buscar
aprender pela paciência e persistentemente pedindo, buscando e batendo (veja 3 Néfi
14:7).
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EXEMPLOS DE APRENDIZES DOS ÚLTIMOS DIAS

Verdadeiros discípulos do Senhor Jesus Cristo amam a verdade e estão


“zelosamente empenhados” (Doutrina e Convênios 58:27) na posição de aprendizes.
“Pois ele imporá as mãos sobre ti e receberás o Espírito Santo e teu tempo será
dedicado a escrever e a aprender muito (Doutrina e Convênios 25:8; enfase
adicionada).
“ESCUTAI, ó povo da minha igreja; pois em verdade vos digo que estas coisas
foram declaradas para vosso aproveito e instrução” (Doutrina e Convênios 46:1;
enfase adicionada).
“EM verdade vos digo, meus amigos: Falo-vos com minha voz, sim, a voz de
meu Espírito, a fim de mostrar-vos minha vontade relativa a vossos irmãos da terra de
Sião, muitos dos quais são verdadeiramente humildes e procuram zelosamente
adquirir sabedoria e encontrar a verdade” (Doutrina e Convênios 97:1; enfase
adicionada).
Os poderosos exemplos dos aprendizes dos Últimos dias a seguir destacam a
importância de buscar aprender continuamente pelo estudo e também pela fé (veja
Doutrina e Convênios 88:118).

Joseph Smith
O Profeta Joseph Smith foi o maior aprendiz na dispensação da plenitude dos
tempos. Ele era um sincero e ávido estudante, seus professores foram membros da
Deidade e anjos, e seu curriculum estava focado nas verdades da eternidade. Joseph é
o exemplo excelente de um humilde e diligente aprendiz.
Joseph “amava aprender”, observou George Q. Cannon. “Ele adorava o
conhecimento por causa de seu poder de retidão. Em meio as tribulações que o
rodearam desde o dia quando pela primeira vez ele tornou conhecido a um mundo
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incrédulo sua comunicação com os céus, ele foi sempre avançando na aquisição de
inteligência. O Senhor lhe ordenara a estudar, e ele foi obediente. . . . Sua mente,
vivificada pelo espírito, apegou-se prontamente a todo princípio verdadeiro e um por
um ele dominou-os e tornou-se mestre” ( Life of Joseph Smith, 199).
A majestade, o alcance e o impacto permanente do ministério mortal de Joseph
Smith certamente não são resultado de uma educação secular e posição privilegiada.
A falta de educação escolar formal de Joseph Smith é um fato muito bem consumado.
Como ele era um garoto do campo membro de uma família humilde, ele não
frequentava a escola com frequência como fazia as outras crianças. Sua educação
formal estava limitada ao estudo dos rudimentos da leitura, escrita e aritmética (see
Joseph Smith, “History of the Life of Joseph Smith” [1832], n. p.) Joseph descreveu a
si mesmo como “um menino obscuro, de apenas quatorze para quinze anos de idade,
e minha situação na vida fizesse de mim um menino sem importância no mundo . . .
condenado à necessidade de obter um sustento escasso com seu trabalho diário”
(Joseph Smith – History 1:22-23).
Emma Hale Smith fez um notável comentário sobre as limitações educacionais
do seu esposo. “Joseph não conseguia escrever e nem lêr uma carta coerente e bem
escrita, muito menos ditar um livro como o Livro de Mórmon. E, embora eu fosse
uma participante ativa nos episódios que se seguiram; e estado presente durante a
tradução das placas; e tido conhecimento das coisas como elas aconteceram; isto é
maravilhoso para mim, 'uma maravilha e um assombro,' tanto quanto para qualquer
outra pessoa também o é.” (in Joseph Smith III, “Last Testimony of Sister Emma,”
289-90).
Durante o trabalho de tradução Emma atuou temporariamente como um
escriba. Ela relatou: “'[Joseph] não conseguia pronunciar a palavra Sariah.' E uma vez
enquanto traduzia, onde [o texto] falava dos muros de Jerusalém, ele parou e disse,
'Emma, Jerusalém tinha muros em volta dela?' Quando [Emma] disse-lhe que tinha,
ele respondeu, 'Oh, eu pensei que eu estivesse enganado'” (in E. C. Briggs, “Brother
Joseph Smith,” 396).
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Embora ele tivesse acesso limitado a oportunidades de graduação acadêmica,
as experiências e instruções celestiais criaram nele um insaciável desejo de aprender
que ficou evidente através de toda sua vida. E ele diligentemente ensinou os Santos
da mesma forma a buscar a aprendizagem e o conhecimento que vem de Deus.
“As coisas de Deus são profundamente importantes; e somente com o tempo,
experiência e cuidadosa e solene reflexão podemos descobri-las. Ó homem, se
quiseres conduzir uma alma para a salvação, tua mente precisa estender-se até o mais
alto céu e contemplar o profundo abismo e vasculhar a ampla expansão da eternidade:
é preciso ter comunhão com Deus.
Quão mais dignos e nobres do que a vã imaginação do coração humano! . . .
“. . .Que a honestidade, seriedade, sinceridade, solenidade, virtude, pureza,
mansidão e simplicidade coroem sua cabeça em todos os lugares; para enfim se
tornarem como criancinhas, sem malícia, dolo ou hipocrisia. E agora, irmãos, após
suas tribulações, se fizerem essas coisas e exercerem sempre fervorosa oração e fé, à
vista de Deus, Ele lhes dará conhecimento por meio de Seu Santo Espírito, sim, pelo
indescritível dom do Espírito Santo” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 267-
68)
George A. Smith, enquanto servia na Primeira Presidência, relatou: “Joseph
Smith ensinou que todo homem ou mulher deve buscar o Senhor para obter
sabedoria, a fim de poderem adquirir conhecimento Daquele que é a fonte do
conhecimento; e as promessas do evangelho, conforme reveladas, autorizam-nos a
acreditar que, seguindo esse procedimento, devemos alcançar o objetivo de nossa
busca” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 266).
“Quando subimos uma escada, somos obrigados a começar debaixo e subir
degrau por degrau, até chegar ao alto; o mesmo acontece com os princípios do
Evangelho – devemos começar com o primeiro, e continuar subindo até que
tenhamos aprendido todos os princípios de exaltação. Mas só muito tempo depois de
termos passado pelo véu é que os aprenderemos. Não compreenderemos tudo neste
mundo; teremos muito trabalho para aprender nossa salvação e exaltação, mesmo
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depois da morte” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 268).
Joseph Smith e seus conselheiros na Primeira Presidência deram as seguintes
instruções aos Santos que estavam se reunindo em Nauvoo: Aos que (...) podem
auxiliar nesta grande
obra, dizemos, venham para este lugar; ao fazê-lo, estarão não
apenas auxiliando no progresso do Reino, mas terão condições de poder aproveitar
as instruções da Presidência e de outras autoridades da Igreja e subir cada vez mais
alto na escala da inteligência até que possam ‘compreender, com todos os santos, qual
seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade; e conhecer o amor de
Cristo que excede todo o entendimento’. [Efésios 3:18–19]”.

“Deus nada revelou a Joseph que não dará a conhecer aos Doze, e até o menor
dos santos pode conhecer todas as coisas na proporção em que puder suportá-las,
porque dia virá em que
ninguém dirá a seu próximo, Conheça o Senhor; porque todos O conhecerão (...)
desde o menor até o maior” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 268).
Cada um de nós pode ser abundantemente abençoado quando passamos a
entender nossa responsabilidade individual de aprender muito bem o que devemos
aprender; como devemos aprender; e finalmente o que podemos nos tornar seguindo
o exemplo do maior de todos os discípulos dos últimos dias, o Profeta da
Restauração, Joseph Smith.

Brigham Young
Embora o Presidente Brigham Young tivesse apenas onze dias de escolaridade
formal, ele entendia a necessidade de aprender tanto a sabedoria de Deus quanto as
coisas deste mundo. Ele foi marceneiro, missionário, colonizador, governador e um
profeta do Senhor.
Me maravilha a forma como Brigham Young aprendeu e quanto ele aprendeu.
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Ele nunca cessou de aprender com as revelações do Senhor, com as escrituras e com
os bons livros. Talvez o Presidente Young fosse um aluno inveterado exatamente
porque ele não fora constrangido pelos limites arbitrários tão frequentemente
impostos pelas estruturas e processos da educação formal. Ele claramente aprendeu a
amar o aprendizado. Ele claramente aprendeu como aprender. Ele por fim tornou-se
um poderoso discípulo e mestre justamente porque ele primeiro era um aluno eficaz.
O Presidente Brigham Young várias vezes ensinou que o objetivo da nossa
existência mortal é aprender. (veja Discursos de Brigham Young, 87). As seguintes
citações do Presidente Young enfatiza esta verdade.
“A religião aceita pelos santos dos últimos dias, se for ao menos
superficialmente entendida, incentivá-los-á a procurar diligentemente adquirir
conhecimento. [Ver Doutrina e Convênios 88:118.] Não existe no mundo outro povo
mais ansioso para ver, ouvir, aprender e compreender a verdade” (Ensinamentos:
Brigham Young, 194).
“Empreguem toda a habilidade que tiverem para adquirir conhecimento o mais
rápido possível, reúnam toda a vitalidade da mente e princípio de fé que puderem e,
então, transmitam o conhecimento adquirido ao povo” (Ensinamentos: Brigham
Young, 247).
Esta obra é um trabalho progressivo. A doutrina ensinada pelos santos dos
últimos dias tem a capacidade de exaltar, aumentar, expandir e ampliar cada vez mais,
até que possamos conhecer como somos conhecidos e ver como somos visto”
(Ensinamentos: Brigham Young, 90).
“Estamos na escola, continuamos aprendendo e não esperamos parar de
aprender enquanto vivermos nesta Terra; e, quando passarmos para além do véu,
pretendemos continuar a aprender e a desenvolver nosso lastro de conhecimentos.
Essa idéia parece estranha para algumas pessoas, mas isso se deve à clara e simples
razão de que não temos a capacidade de receber todo o conhecimento de uma só vez.
Precisamos, portanto, receber um pouco aqui e um pouco ali” (Ensinamentos:
Brigham Young, 91).
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“Poderíamos perguntar: Quando pararemos de aprender? Dar-lhes-ei minha
opinião sobre esse assunto: Nunca, nunca (Ensinamentos: Brigham Young, 195).
A aceitação e subsequente conversão de Brigham Young ao evangelho de Jesus
Cristo alimentaram sua incessante curiosidade e amor pelo aprendizado, e ele
testificou que nós nunca somos deixados sozinhos ou desamparados.
“De acordo com o conhecimento que possuo, se vocês seguirem os
ensinamentos de Jesus Cristo e Seus apóstolos, conforme se acham registrados no
Novo Testamento, todo homem e mulher receberá o Espírito Santo; (…) Eles
conhecerão as coisas que existem, que existirão e que já existiram. Entenderão as
coisas que estão nos céus, na Terra e debaixo da Terra, coisas concernentes ao tempo
coisas concernentes à eternidade, de acordo com seus diversos chamados e
capacidades” (Ensinamentos: Brigham Young, 68).
O aprendizado continuo pessoal e espiritual evidenciado na vida de Brigham
Young é um valoroso exemplo para você e para mim.

Gordon B. Hinckley
Gordon B. Hinkley foi um aprendiz por toda sua vida. Quando era garoto ele viveu
com sua família “numa grande e antiga residência. Uma das salas era chamada de
biblioteca. Ela tinha uma mesa firme e uma boa lâmpada, três ou quatro cadeiras
confortáveis com boa iluminação, e livros organizados que se alinhavam pela parede.
Haviam muitos volumes; comprados por [seu] pai e sua mãe ao longo de muitos anos.
“Nós nunca fomos forçados a lê-los, mas eles foram colocados onde eles
ficavam ao alcance e onde nós podíamos pegá-los sempre que desejássemos.
“Havia silêncio naquela sala. Ficava entendido que aquele era um lugar de
estudo.
“. . . lá havia um ambiente . . . de aprendizado. Eu não quero que vocês pensem
que nós éramos grandes estudiosos. Mas nós ficávamos expostos a grandes
literaturas, grandes ideias de grandes pensadores, e a linguagem de homens e
mulheres que pensavam profundamente e escreviam maravilhosamente bem.
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Gordon B. Hinckley completou seu curso no ensino médio em 1928 e se
matriculou na Universidade de Utah naquele outono. Enquanto prosseguia em seus
estudos de graduação, ele planejou obter um diploma de graduação em jornalismo.
Ele terminou seus estudos universitários em 1932 e então serviu na missão europeia
de 1933 a 1935. Na volta para casa após sua missão, ele colocou de lado sua ambição
de obter uma pós-graduação para aceitar o emprego de executivo do comitê de rádio,
publicidade e missão literária da Igreja. Exceto por um curto período em 1940, ele
usou todo o tempo restante da sua vida trabalhando e servindo nos escritórios da
Igreja em Salt Lake City.
Todos que conheceram e trabalharam com Gordon B. Hinckley maravilhavam-
se com sua constante curiosidade e desejo de aprender. O rumo seguido por ele em
sua vida o expôs a processos de gerenciamento de pessoas e organizações, às
complexidades do mundo financeiro, à exatidão da arquitetura e construção, aos
meandros das instituições educacionais e seus procedimentos e a uma infinidade de
outros assuntos e competências. Seu conhecimento e domínio destas várias
disciplinas foi inspirador.
Como Presidente da Igreja, ele ensinou frequente e vigorosamente sobre nossa
contínua responsabilidade de sempre aprender.
“Nenhum de nós . . . sabe o suficiente. O processo de aprendizado é um
processo sem fim. Nós devemos observar, assimilar e ponderar sobre aquilo que
expomos às nossas mentes. . . .
“. . .Você não pode permitir-se parar. Você não deve estagnar seu
desenvolvimento. . . . Há muito para aprender e muito pouco tempo para fazer isto”
(Ensinamentos: Gordon B. Hinckley, 298-99).
“Há uma . . . incumbência sobre vocês (vocês que são membros da Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias), a responsabilidade de obedecer ao
mandamento de continuamente estudar e aprender. Disse o Senhor: 'sim, nos
melhores livros buscai palavras de sabedoria; procurai conhecimento, sim, pelo
estudo e também pela fé' (Doutrina e Convênios 88:118).
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“. . . Nossa busca pela verdade deve ser ampla, . . . nós temos que aprender
'tanto as coisas do céu como da Terra e de debaixo da Terra; coisas que foram, coisas
que são, coisas que logo hão de suceder; coisas que estão em casa, coisas que estão
fora de casa; as guerras e complexidades das nações e os julgamentos que estão sobre
a terra; e também um conhecimento de países e reinos (Doutrina e Convênios 88:79).
“Sobre nós descansa a responsabilidade de progredir constantemente rumo à
eternidade. . . . [Nós] devemos ser incansáveis na busca da verdade” (Ensinamentos:
Gordon B. Hinckley, 300).
“Nenhum de nós deve acreditar que já aprendeu o suficiente. Enquanto uma
porta se fecha para uma fase da vida, outra se abre, para que nós continuemos a obter
conhecimento. Nossa devemos ser incansáveis na busca pela verdade”
(Ensinamentos: Gordon B. Hinckley, 301).
“Quando tudo tiver sido dito e feito, ainda seremos estudantes. Se chegar o dia
no qual nós pararmos de aprender, se prepare. Pois nós simplesmente atrofiaremos e
morreremos. Todos nós podemos aprender e aprender bem” (Ensinamentos: Gordon
B. Hinckley, 302).
“Nós devemos continuar progredindo. Devemos aprender continuamente. Vem
dos céus a recomendação de que devemos sempre aumentar nosso conhecimento.
(Ensinamentos: Gordon B. Hinckley, 303).
“Com todo nosso aprendizado, vamos aprender com ele também. Com todo
nosso estudo, nós precisamos buscar o conhecimento do Mestre. Tal conhecimento
complementará de forma esplendorosa nosso treinamento secular; nos dará caráter e
uma plenitude de vida que não é possível se obter de outra maneira” (With All Thy
Getting Get Understanding,” 5).
Com certeza cada um de nós pode aprender e se beneficiar com o exemplo do
aprendizado contínuo que foi mostrado na vida do Presidente Gordon B. Hinckley.
As extraordinárias realizações e destaques dos presidentes Joseph Smith,
Brigham Young e Gordon B. Hinckley pode fazer com que as comparemos aos
nossos pequenos feitos e concluamos que nós não podemos aprender como eles
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aprenderam ou tornarmo-nos no que eles se tornaram. Tal conclusão poderia ser
infundada e falsa. Posição e notoriedade pública não são os quesitos que importam ao
Senhor. Os padrões de aprendizado que nós podemos identificar na vida desses
grandes profetas dos últimos dias são aplicáveis a todos nós; grande desejo e anseio
por um maior conhecimento, espiritualidade intensa, curiosidade intelectual e busca
incessante, trabalho persistente e diligente, e a absoluta necessidade da companhia e
influencia do Espírito Santo. Estas são características que também são evidentes nos
exemplos a seguir de membros comuns da Igreja; ao longo do tempo e em toda parte
do mundo.

Eduardo Contreras
Eduardo Contreras, um de cinco filhos criados por uma mãe viúva em
Córdoba, Argentina, abandonou a escola com a idade de oito anos para procurar um
trabalho e assim ajudar a sustentar sua família. Ele trabalhou em varias atividades,
incluindo engraxate, oleiro, apanhador de batatas e entregador de jornais, até que
quando se tornou adulto solteiro ele foi contratado por tempo integral pelo governo
municipal.
Eduardo por fim se casou, e ele e sua esposa, Maria, tiveram cinco filhos, mas
ele não teve a oportunidade de completar seus estudos até que seus filhos
começassem a sair de casa. Não parecia possível que ele pudesse realizar seu sonho
de aprender a ler.
Então, um dia em frente à sua casa, Eduardo afugentou alguns garotos locais
que estavam insultando dois missionários de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. Eduardo conversou com eles, deu ouvidos aos missionários e pouco
depois começou a falar das palestras com sua esposa.
“Eu levei um bom tempo para entender alguma coisa do que diziam porque
eles falavam muito pouco o Espanhol,” disse Eduardo, “mas eles mostraram para
mim um panfleto que tinha uma gravura do Salvador e de Joseph Smith no Bosque
Sagrado. Eu ponderei sobre a gravura que eles tinham mostrado e na beleza das
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coisas que eles estavam ensinando para nós.” Eduardo e Maria, junto com seu filho
mais novo, Osvaldo, foram batizados.
Depois de seu batismo, Eduardo sentiu um forte desejo de ler o Livro de
Mórmon que os missionários tinham dado a ele. “Como posso aprender a ler? Ele
perguntou para sua esposa. Maria falou para ele olhar para as letras, tentar soletrá-las
e depois dizê-las em voz alta.
Com uma oração em seu coração, Eduardo sentou-se para estudar sob uma
sombra no quintal de sua casa. Maria relata que ela nunca poderia imaginar o que
estava para acontecer. Através da janela da cozinha, ela ouvia Eduardo lentamente
soletrando letras e palavras. “Subitamente eu ouvi ele falando rapidamente. Eu notei
que ele estava lendo; fluentemente. Menos de uma hora tinha se passado, e ele estava
lendo!”
No quintal, Eduardo estava tão imerso em seus estudos que ele não tinha
notado que ele estava lendo. Mas enquanto ele lia, relembra ele, “eu sentia um fogo
queimando dentro de mim.” Surpreso, Eduardo chamou sua esposa, “Mami, o que
está acontecendo comigo?”
Maria respondeu, “Isto é o Espírito do Senhor. Você está lendo fluentemente.”
“O dia que eu aprendi a ler é também o dia que eu ganhei meu testemunho do
Livro de Mórmon e seu poder,” declarou Eduardo. Ele começou a se levantar às 4:00
da manhã para ler o Livro de Mórmon e outras escrituras antes de ir trabalhar. E com
ajuda e dedicação dos membros da ala, ele também aprendeu a escrever.
Hoje o irmão Contreras é grato à todas as bençãos da instrução. Ele diz, “Para
mim o Livro de Mórmon foi a porta, “a entrada para uma vida mudada pelo
evangelho de Jesus Cristo e um desejo de aprender alimentado pelo Espírito Santo.
“O Livro de Mórmon foi tudo para mim. Ele é tudo para mim. Eu sinto o Espírito
toda vez que eu o abro e leio (See Morris, “A Fire Burning Within Me,” 66-67).

Edna Amburo
Quando Edna foi apresentada à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
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Dias em Papua Nova Guiné, ela teve dificuldades para ler o Livro de Mórmon. Não
só foi difícil para ela entender o Livro de Mórmon, mas seus amigos falavam que ela
estava “indo para o inferno” por lê-lo. “Todos meus amigos diziam para eu queimar o
livro,” dizia ela, “mas eu decidi não queimá-lo porque eu sentia que o Livro de
Mórmon era a palavra de Deus.”
Ao receber um testemunho da veracidade do evangelho restaurado através do
Espírito do Senhor, Edna foi batizada em 1990. Logo depois ela foi chamada para
ensinar o Livro de Mórmon aos estudantes do seminário.
Edna se perguntou: “Como eu poderei ensinar? Eu não sou uma mulher
educada. Eu não falo bem o inglês e eu não sei escrever bem. Eu saí da escola na 5ª
série do ensino fundamental.”
Orando e jejuando, Edna se voltou ao Senhor em busca de ajuda para entender
o livro de Mórmon e tornar-se uma professora efetiva. Agindo com fé e lendo o Livro
de Mórmon, ela aceitou o convite que está em Moroni 10 de “perguntar a Deus, o Pai
Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras” (v. 4). Edna falou o
seguinte sobre a sua experiência, “eu vi que isto era verdade. Eu tive paz em meu
coração. Eu me alegrei. E eu estava feliz por ensinar no seminário. Eu realmente amo
o Livro de Mórmon. Eu o compreendo agora.”
Irmã Amburo tinha progredido tanto espiritualmente quanto intelectualmente
com a ajuda do Pai Celestial. “Passo a passo eu segui em frente. A Igreja tem me
ajudado muito. Esta é uma igreja de aprendizado. Eu sou muito grata ao meu Pai
Celeste por ter me trazido a esta igreja, e eu grata ao Profeta Joseph Smith, que a
restaurou sobre a terra. Eu a amo com todo meu coração. Eu sou muito feliz” (see
Morris, “'One Talk' in Papua New Guinea,” 28).

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RESUMO

Tanto você quanto eu estamos aqui sobre a terra para nos preparar para a
eternidade, para aprender como aprender para aprender coisas que são
temporariamente importantes e essenciais para a eternidade, e para ajudar outros a
adquirir sabedoria e verdade (veja Doutrina e Convênios 97:1). Compreendendo
quem nós somos, de onde nós viemos, e porque nós estamos sobre a terra, recai sobre
cada um de nós uma grande responsabilidade tanto de aprender como aprender como
de aprender amar aprender.
O conhecimento espiritual não pode ser adquirido ou emprestado de outra
pessoa. Atalhos ao destino desejado não existem. Curso preparatório para o
derradeiro teste final no dia do julgamento não é uma opção. Neste momento de
importância eterna o padrão do Senhor é “linha sobre linha, preceito sobre preceito,
um pouco aqui e um pouco ali; e abençoados os que dão ouvidos aos meus preceitos
e escutam os meus conselhos, porque obterão sabedoria; pois a quem recebe darei
mais” (2 Nefi 28:30; emphasis added). A eficácia da lei da colheita claramente se
aplica à nossa responsabilidade individual de aprender e viver as verdades do
evangelho: “Pois o que o homem semear isso também colherá (Galatas 6:7).

PONTOS PARA PONDERAR

1. Como aprendiz, quais são as implicações para mim de saber que eu sou um agente
abençoado com livre arbítrio que pode agir ao invés de ser um objeto que é um mero
recebedor de ação?

2. Como entenderei e efetivamente cumprirei minha responsabilidade individual e


como um aprendiz me prepararei para o mundo no qual vivo agora e ainda viverei?

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3. O que eu estou aprendendo sobre aprender com os exemplos dos aprendizes destes
últimos dias descritos nestes capítulos?

ASSUNTOS RELACIONADOS AO CAPÍTULO UM

O desejo constante de aprender é um dos mais importantes efeitos espirituais


que surgem quando lançamos fora “o homem natural e [nos tornamos] santos através
da expiação de Cristo o Senhor” (Mosiah 3:19). Mais importante, porém, o processo
de lançar fora o homem natural é iniciado pela “[submissão] à influência do Espírito
Santo.” O Espírito do Senhor é o único verdadeiro e realmente confiável mestre que
pode “ensinar [nos] todas as coisas, e fazermo-nos lembrar de todas as coisas” (João
14:26), que “ [nos] ensinarão as coisas pacíficas do reino” (Doutrina e Convênios
36:2), e que acenderá em nós um desejo ardente de e para o aprender.
Todas as citações a seguir focam o papel do Espírito Santo no cumprimento de
nossa responsabilidade de aprender e viver as verdades do evangelho restaurado do
Salvador e receber pela devida autoridade as ordenanças de salvação. Essas citações
também ressaltam alguns dos dons espirituais e bençãos associadas com a constante
companhia do terceiro membro da Deidade.

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1 NÉFI, CAPÍTULOS 11 ao 14
Leia e estude 1 Néfi 11-14. Dê atenção especial ao modo como o Espírito faz
perguntas e encoraja Néfi a “olhar” de modo ativo no processo de aprendizagem.

1 Néfi 11
1. Pois aconteceu que depois de haver eu desejado saber as coisas que meu pai
tinha visto e acreditando que o Senhor teria poder de torná-las conhecidas a mim,
enquanto estava eu sentado, ponderando em meu coração, fui arrebatado pelo Espírito
do Senhor, sim, a uma montanha muito alta que eu nunca vira e sobre a qual nunca
havia posto os pés.
2. E o Espírito perguntou-me: Que desejas tu?
3. E eu respondi: Desejo ver as coisas que meu pai viu.
4. E o Espírito disse-me: Acreditas que teu pai tenha visto a árvore da qual
falou?
5. E respondi: Sim, tu sabes que acredito em todas as palavras de meu pai.
6. E quando eu disse estas palavras, o Espírito bradou em alta voz, dizendo:
Hosana ao Senhor, o Deus Altíssimo, pois ele é Deus sobre toda a Terra, sim, sobre
todas as coisas. E bendito és tu, Néfi, porque acreditas no Filho do Deus Altíssimo;
verás, portanto, as coisas que tens desejado.
7. E eis que isto te será dado por sinal: depois de haveres contemplado a árvore
que produziu o fruto do qual teu pai provou, contemplarás também um homem
descendo do céu e tu o verás: e depois de o haveres visto, testificarás que ele é o
Filho de Deus.
8. E aconteceu que o Espírito me disse: Olha! E eu olhei e vi uma árvore; e era
semelhante à árvore que meu pai tinha visto; e sua beleza era tão grande, sim, que
excedia toda beleza, e sua brancura excedia a brancura da neve.

9. E aconteceu que, tendo visto a árvore, eu disse ao Espírito: Vejo que me tens
mostrado a árvore que é mais preciosa do que tudo.
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10. E perguntou-me ele: Que desejas tu?
11. E disse-lhe eu: Saber a interpretação do que vi—pois falei-lhe como fala
um homem, porque vi que tinha a forma de um homem; sabia, não obstante, que era o
Espírito do Senhor; e ele falou-me como um homem fala a outro homem.
12. E aconteceu que ele me disse: Olha! E olhei, para vê-lo, e não o vi, porque
se havia retirado de minha presença.
13. E aconteceu que olhei e vi a grande cidade de Jerusalém e também outras
cidades. E vi a cidade de Nazaré; e na cidade de Nazaré vi uma virgem que era
extremamente formosa e branca.
14. E aconteceu que vi os céus se abrirem; e um anjo desceu e, pondo-se na
minha frente, disse: Néfi, que vês tu?
15. E eu respondi: Uma virgem mais bela e formosa que todas as outras
virgens.
16. E disse-me ele: Conheces tu a condescendência de Deus?17 E disse-lhe eu:
Sei que ele ama seus filhos; não conheço, no entanto, o significado de todas as coisas.
18. E disse-me ele: Eis que a virgem que vês é a mãe do Filho de Deus,
segundo a carne.
19. E aconteceu que eu a vi ser arrebatada no Espírito. E depois de haver sido
ela arrebatada no Espírito por um certo espaço de tempo, o anjo falou-me, dizendo:
Olha!
20. E eu olhei e tornei a ver a virgem carregando uma criança nos braços.
21. E disse-me o anjo: Eis o Cordeiro de Deus, sim, o Filho do Pai Eterno!
Sabes tu o significado da árvore que teu pai viu?
22. E respondi-lhe, dizendo: Sim, é o amor de Deus, que se derrama no coração
dos filhos dos homens; é, portanto, a mais desejável de todas as coisas.

23. E falou-me, dizendo: Sim, e a maior alegria para a alma.


24. E depois destas palavras, disse-me: Olha! E olhando, vi o Filho de Deus
caminhando entre os filhos dos homens; e vi muitos se prostrarem a seus pés e
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adorarem-no.
25. E aconteceu que vi que a barra de ferro que meu pai tinha visto era a
palavra de Deus, que conduzia à fonte de águas vivas, ou seja, à árvore da vida; águas
essas que eram um símbolo do amor de Deus; e também vi que a árvore da vida era
um símbolo do amor de Deus.
26. E o anjo disse-me outra vez: Olha e vê a condescendência de Deus!
27. E eu olhei e vi o Redentor do mundo, de quem meu pai falara; e vi também
o profeta que prepararia o caminho diante dele. E o Cordeiro de Deus aproximou-se e
foi batizado por ele; e depois que ele foi batizado, vi os céus se abrirem e o Espírito
Santo descer do céu e repousar sobre ele na forma de uma pomba.
28. E vi que ele saía ministrando entre o povo, em poder e grande glória; e as
multidões reuniam-se para ouvi-lo; e vi que o expulsavam do meio delas.
29. E também vi doze outros seguindo-o. E aconteceu que foram arrebatados
de minha presença, no Espírito, e não os vi.
30. E aconteceu que o anjo me falou novamente, dizendo: Olha! E olhei e
tornei a ver os céus se abrirem e anjos descendo entre os filhos dos homens; e
ministraram entre eles.
31. E falou-me novamente, dizendo: Olha! E olhei e vi o Cordeiro de Deus
caminhando entre os filhos dos homens. E vi multidões de pessoas doentes e afligidas
com toda espécie de moléstias e com demônios e espíritos imundos; e o anjo falou e
mostrou-me todas essas coisas. E foram curadas pelo poder do Cordeiro de Deus e os
demônios e espíritos imundos foram expulsos.

32. E aconteceu que o anjo me falou novamente, dizendo: Olha! E olhei e vi o


Cordeiro de Deus ser levado pelo povo; sim, o Filho do Deus Eterno foi julgado pelo
mundo; e vi e testifico.
33. E eu, Néfi, vi que ele foi levantado na cruz e morto pelos pecados do
mundo.
34. E depois que ele foi morto, vi as multidões da Terra reunidas para combater
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os apóstolos do Cordeiro, pois assim eram chamados os doze pelo anjo do Senhor.
35. E a multidão da Terra estava reunida; e vi que todos estavam num grande e
espaçoso edifício, parecido com o edifício visto por meu pai. E o anjo do Senhor
falou-me novamente, dizendo: Eis o mundo e sua sabedoria; sim, eis a casa de Israel,
que se congregou para combater os doze apóstolos do Cordeiro.
36. E aconteceu que vi e testifico que o grande e espaçoso edifício era o
orgulho do mundo; e ele caiu e sua queda foi muito grande. E o anjo do Senhor falou-
me novamente, dizendo: Assim será a destruição de todas as nações, tribos, línguas e
povos que combaterem os doze apóstolos do Cordeiro.

1 NÉFI 12
1. E aconteceu que o anjo me disse: Olha e vê tua semente e também a semente
de teus irmãos. E olhei e vi a terra da promissão; e vi multidões de pessoas, sim, e
pareciam tão numerosas quanto as areias do mar.
2. E aconteceu que vi multidões reunidas para batalhar umas contra as outras; e
vi guerras e rumores de guerras e grandes matanças pela espada entre meu povo.
3. E aconteceu que vi muitas gerações morrerem em guerras e contendas na
terra; e vi muitas cidades, sim, tantas que não as contei.
4. E aconteceu que vi uma névoa de trevas sobre a face da terra da promissão; e
vi relâmpagos e ouvi trovões e terremotos e toda espécie de ruídos tumultuosos; e vi
que a terra e as rochas se fenderam; e vi montanhas desmoronando; e vi que as
planícies da terra estavam rachadas e vi que muitas cidades afundaram; e vi que
muitas foram queimadas pelo fogo e vi muitas que desmoronaram devido a
terremotos.
5. E aconteceu que depois de ver essas coisas, notei que o vapor de escuridão
desaparecia da face da terra; e eis que vi multidões que não haviam caído por causa
dos grandes e terríveis julgamentos do Senhor.
6. E vi os céus abrirem-se e o Cordeiro de Deus descendo do céu; e desceu e
mostrou-se a eles.
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7. E também vi e testifico que o Espírito Santo desceu sobre doze outros e eles
foram ordenados por Deus e escolhidos.
8. E o anjo falou-me, dizendo: Eis os doze discípulos do Cordeiro, que foram
escolhidos para ministrar entre tua semente.
9. E disse-me: Recordas-te dos doze apóstolos do Cordeiro? Eis que eles são os
que julgarão as doze tribos de Israel; portanto os doze ministros de tua semente serão
julgados por eles, pois sois da casa de Israel.
10. E estes doze ministros que tu vês julgarão a tua semente. E eis que são
justos para sempre, pois por sua fé no Cordeiro de Deus suas vestimentas são
branqueadas em seu sangue.
11. E disse-me o anjo: Olha! E olhei e vi três gerações morrerem em retidão; e
suas vestimentas eram brancas como o Cordeiro de Deus. E disse-me o anjo: Estes
são os que foram branqueados no sangue do Cordeiro, por causa de sua fé nele.
12. E eu, Néfi, vi também muitos da quarta geração que morreram em retidão.
13. E aconteceu que vi as multidões da Terra reunidas.
14. E disse-me o anjo: Eis a tua semente e também a semente de teus irmãos.
15. E aconteceu que olhei e vi o povo de minha semente reunido em multidões
contra a semente de meus irmãos; e estavam reunidos para batalhar.16 E o anjo falou-
me, dizendo: Eis a fonte de água suja que teu pai viu; sim, o rio do qual ele falou; e
suas profundezas são as profundezas do inferno.
17. E as névoas de escuridão são as tentações do diabo que cegam os olhos e
endurecem o coração dos filhos dos homens, conduzindo-os a caminhos espaçosos
para que pereçam e se percam.
18. E o grande e espaçoso edifício que teu pai viu são as fantasias vãs e o
orgulho dos filhos dos homens. E um grande e terrível abismo separa-os; sim, a
palavra da justiça do Deus Eterno e do Messias, que é o Cordeiro de Deus, de quem o
Espírito Santo testifica desde o princípio do mundo até agora e de agora para sempre.
19. E enquanto o anjo dizia estas palavras, olhei e vi que a semente de meus
irmãos combatia a minha semente, de acordo com a palavra do anjo; e devido ao
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orgulho de minha semente e às tentações do diabo, vi que a semente de meus irmãos
venceu o povo da minha semente.
20. E aconteceu que olhei e vi que a semente de meus irmãos havia vencido a
minha semente; e espalharam-se em multidões pela face da terra.
21. E vi-os reunidos em multidões; e vi guerras e rumores de guerras entre eles;
e em guerras e rumores de guerras, vi muitas gerações morrerem.
22. E disse-me o anjo: Eis que estes degenerarão, caindo na incredulidade.
23. E aconteceu que vi que depois de haverem degenerado, caindo na
incredulidade, tornaram-se um povo escuro, sujo e repulsivo, cheio de preguiça e
todo tipo de abominações.

1 NÉFI 13
1. E aconteceu que o anjo me falou, dizendo: Olha! E olhei e vi muitas nações
e reinos.
2. E disse-me o anjo: Que vês tu? E eu respondi: Vejo muitas nações e reinos.
3. E disse-me o anjo: Estas são as nações e os reinos dos gentios.
4. E aconteceu que vi entre as nações dos gentios a formação de uma grande
igreja.
5. E disse-me o anjo: Vê a formação de uma igreja que é a mais abominável de
todas as igrejas, que mata os santos de Deus, sim, tortura-os e oprime-os e subjuga-os
com um jugo de ferro e leva-os ao cativeiro.
6. E aconteceu que vi essa grande e abominável igreja; e vi que o diabo era o
seu fundador.
7. E vi também ouro e prata e sedas e escarlatas e linho finamente tecido e toda
espécie de vestimentas preciosas; e vi muitas meretrizes.
8. E falou-me o anjo, dizendo: Eis que o ouro e a prata e as sedas e as
escarlatas e o linho finamente tecido e as vestimentas preciosas e as meretrizes são os
desejos dessa grande e abominável igreja.
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9. E também, pelo louvor do mundo, destroem os santos de Deus e também os
escravizam.
10. E aconteceu que olhei e vi muitas águas; e elas separavam os gentios da semente
de meus irmãos.
11. E aconteceu que o anjo me disse: Eis que a ira de Deus está sobre a
semente de teus irmãos.
12. E olhei e vi entre os gentios um homem que estava separado da semente de
meus irmãos pelas muitas águas; e vi que o Espírito de Deus desceu e inspirou o
homem; e indo esse homem pelas muitas águas, chegou até a semente de meus
irmãos que estava na terra da promissão.
13. E aconteceu que vi o Espírito de Deus inspirar outros gentios; e eles saíram
do cativeiro, atravessando as muitas águas.
14. E aconteceu que vi muitas multidões de gentios na terra da promissão e vi
que a ira de Deus estava sobre a semente de meus irmãos; e eles foram dispersos
pelos gentios e foram feridos.
15. E vi que o Espírito do Senhor estava sobre os gentios e eles prosperaram e
receberam a terra por herança; e vi que eram brancos, muito belos e formosos, como
era meu povo antes de ser exterminado.
16. E aconteceu que eu, Néfi, vi que os gentios que haviam saído do cativeiro
humilharam-se diante do Senhor; e o poder do Senhor estava com eles.
17. E eu vi que as pátrias-mães dos gentios estavam reunidas sobre as águas e
também sobre a terra, para batalhar contra eles.
18. E vi que o poder de Deus estava com eles e também que a ira de Deus
estava sobre todos os que se achavam reunidos para batalhar contra eles.
19. E eu, Néfi, vi que os gentios que haviam saído do cativeiro foram
libertados das mãos de todas as outras nações, pelo poder de Deus.
20. E aconteceu que eu, Néfi, vi que eles prosperaram na terra; e vi um livro
que era levado entre eles.
21. E perguntou-me o anjo: Sabes o significado do livro?
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22. E eu respondi: Não sei.
23. E ele disse: Eis que provém da boca de um judeu. E eu, Néfi, vi o livro. E
disse-me o anjo: O livro que vês é um registro dos judeus, que contém os convênios
feitos pelo Senhor com a casa de Israel; e contém também muitas das profecias dos
santos profetas; e é um registro semelhante às gravações encontradas nas placas de
latão, só que em menor número; não obstante, contém os convênios do Senhor com a
casa de Israel, sendo, portanto, de grande valor para os gentios.
24. E disse-me o anjo do Senhor: Viste que o livro procedeu da boca de um
judeu; e ao proceder da boca de um judeu, continha a plenitude do evangelho do
Senhor, de quem os doze apóstolos testificam; e eles testificam de acordo com a
verdade que está no Cordeiro de Deus.
25. Estas coisas, portanto, são transmitidas dos judeus aos gentios, em pureza,
segundo a verdade que está em Deus.
26. E depois de transmitidas dos judeus aos gentios pela mão dos doze
apóstolos do Cordeiro, vês a formação daquela grande e abominável igreja que é mais
abominável que todas as outras igrejas; pois eis que tiraram do evangelho do
Cordeiro muitas partes que são claras e sumamente preciosas; e também muitos
convênios do Senhor foram tirados.
27. E fizeram tudo isso a fim de perverterem os caminhos retos do Senhor, a
fim de cegarem os olhos e endurecerem o coração dos filhos dos homens.
28. Vês, portanto, que depois de haver o livro passado pelas mãos da grande e
abominável igreja, foram suprimidas muitas coisas claras e preciosas do livro, que é o
livro do Cordeiro de Deus.
29. E depois que essas coisas claras e preciosas foram suprimidas, ele
propagou-se por todas as nações dos gentios; e depois de ter-se propagado por todas
as nações dos gentios, sim, mesmo do outro lado das muitas águas que viste com os
gentios que saíram do cativeiro, vês que—por causa das muitas coisas claras e
preciosas que foram suprimidas do livro, que eram claras ao entendimento dos filhos
dos homens segundo a clareza que existe no Cordeiro de Deus—por causa dessas
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coisas que foram suprimidas do evangelho do Cordeiro, um grande número tropeça,
sim, de tal maneira que Satanás tem grande poder sobre eles.
30. Vês, não obstante, os gentios que saíram do cativeiro e que foram elevados
pelo poder de Deus acima de todas as outras nações, na face da terra, que é uma terra
escolhida acima de todas as outras terras, que é a terra que o Senhor Deus prometeu a
teu pai, por convênio, que seria a terra de herança de seus descendentes; vês,
portanto, que o Senhor Deus não permitirá que os gentios destruam completamente a
mescla de tua semente que está entre os teus irmãos.
31. Nem permitirá ele que os gentios destruam a semente de teus irmãos.
32. Tampouco permitirá o Senhor Deus que os gentios permaneçam para
sempre naquele horrível estado de cegueira, no qual tu vês que estão, devido às
passagens claras e preciosas do evangelho do Cordeiro que foram suprimidas por
aquela igreja abominável, cuja formação tu viste.
33. Diz, portanto, o Cordeiro de Deus: Serei misericordioso para com os
gentios, visitando os remanescentes da casa de Israel com grande julgamento.
34. E aconteceu que o anjo do Senhor me falou, dizendo: Eis que, diz o
Cordeiro de Deus, depois de visitar os remanescentes da casa de Israel—e esses
remanescentes de quem falo são a semente de teu pai—portanto, depois de visitá-los
com julgamento e feri-los pela mão dos gentios; e depois que os gentios tropeçarem
muito por causa das partes claras e preciosas do evangelho do Cordeiro, as quais
foram retidas por aquela igreja abominável que é a mãe das meretrizes, diz o
Cordeiro—serei misericordioso para com os gentios, naquele dia, tanto que lhes trarei
pelo meu próprio poder muito do meu evangelho, que será claro e precioso, diz o
Cordeiro.
35. Pois eis que, diz o Cordeiro: Eu me manifestarei a tua semente, de modo
que ela escreverá muitas coisas que lhe ensinarei, as quais serão claras e preciosas; e
depois que tua semente for destruída e degenerar, caindo na incredulidade, assim
como a semente de teus irmãos, eis que estas coisas serão escondidas, para serem
reveladas aos gentios pelo dom e poder do Cordeiro.
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36. E nelas será escrito o meu evangelho, diz o Cordeiro, e minha rocha e
minha salvação.
37. E abençoados os que procurarem estabelecer a minha Sião naquele dia, pois
terão o dom e o poder do Espírito Santo; e se perseverarem até o fim, serão
levantados no último dia e serão salvos no reino eterno do Cordeiro; e aqueles que
proclamarem a paz, sim, novas de grande alegria, quão belos serão sobre os montes!
38. E aconteceu que vi o remanescente da semente de meus irmãos; e também
o livro do Cordeiro de Deus que procedera da boca do judeu e que veio dos gentios
para o remanescente da semente de meus irmãos.
39. E depois de haver chegado a eles, vi outros livros surgirem pelo poder do
Cordeiro, trazidos a eles pelos gentios, para convencer os gentios e os remanescentes
da semente de meus irmãos e também os judeus que estavam dispersos por toda a
face da Terra, de que os registros dos profetas e dos doze apóstolos do Cordeiro são
verdadeiros.
40. E falou-me o anjo, dizendo: Estes últimos registros que viste entre os
gentios confirmarão a verdade dos primeiros, que são dos doze apóstolos do
Cordeiro, e divulgarão as coisas claras e preciosas que deles foram suprimidas; e
mostrarão a todas as tribos, línguas e povos que o Cordeiro de Deus é o Filho do Pai
Eterno e o Salvador do mundo; e que todos os homens devem vir a ele, pois do
contrário não poderão ser salvos.
41. E devem vir de acordo com as palavras proferidas pela boca do Cordeiro; e
as palavras do Cordeiro tornar-se-ão conhecidas nos registros de tua semente, assim
como nos registros dos doze apóstolos do Cordeiro; portanto ambos serão reunidos
num só; porque há um Deus e um Pastor sobre toda a Terra.
42. E chegará o tempo em que ele se manifestará a todas as nações, tanto aos
judeus como aos gentios; e depois de haver-se manifestado aos judeus e também aos
gentios, ele manifestar-se-á aos gentios e também aos judeus; e os últimos serão os
primeiros e os primeiros serão os últimos.

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1 NÉFI 14
1. E acontecerá que se os gentios derem ouvidos ao Cordeiro de Deus no dia
em que ele se manifestar a eles em palavras e também em poder, verdadeiramente,
para remover-lhes as pedras de tropeço—
2. E não endurecerem o coração contra o Cordeiro de Deus, serão contados
com a semente de teu pai; sim, serão contados com a casa de Israel; e serão um povo
abençoado para sempre na terra da promissão; não mais serão escravizados. E a casa
de Israel não será mais confundida.
3. E aquele grande abismo que foi cavado para eles por aquela grande e
abominável igreja, fundada pelo diabo e seus filhos a fim de que ele pudesse levar
para o inferno as almas dos homens—sim, o grande abismo que foi cavado para a
destruição dos homens encher-se-á com aqueles que o cavaram, para sua completa
destruição, diz o Cordeiro de Deus; não a destruição da alma, a menos que isso
signifique ser lançada naquele inferno que não tem fim.
4. Pois eis que isto é segundo o cativeiro do diabo e também segundo a justiça
de Deus para com todos os que cometerem iniquidades e abominações perante ele.
5. E aconteceu que o anjo falou a mim, Néfi, dizendo: Viste que, se os gentios
se arrependerem, será bom para eles; e conheces também os convênios do Senhor
com a casa de Israel; e ouviste também que aquele que não se arrepender perecerá.
6. Portanto, ai dos gentios, se endurecerem o coração contra o Cordeiro de
Deus!
7. Pois vem o tempo, diz o Cordeiro de Deus, em que farei uma obra grande e
maravilhosa entre os filhos dos homens, uma obra que será eterna, seja para um fim
ou para outro—seja para convertê-los à paz e à vida eterna ou para entregá-los à
dureza de seu coração e à cegueira de sua mente, até serem levados ao cativeiro e
também à destruição, tanto física como espiritual, segundo o cativeiro do diabo do
qual tenho falado.
8. E aconteceu que após ter dito estas coisas, o anjo disse-me: Lembras-te dos
convênios do Pai com a casa de Israel? Respondi: Sim.
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9. E aconteceu que me disse: Olha e vê aquela grande e abominável igreja, que
é a mãe de abominações, cujo fundador é o diabo.
10. E disse-me ele: Eis que não há mais do que duas igrejas; uma é a igreja do
Cordeiro de Deus e a outra, a igreja do diabo; portanto, quem não pertence à igreja do
Cordeiro de Deus faz parte daquela grande igreja, que é a mãe de abominações; e ela
é a prostituta de toda a Terra.
11. E aconteceu que olhei e vi a prostituta de toda a Terra, que se assentava
sobre muitas águas; e tinha domínio sobre toda a Terra, entre todas as nações, tribos,
línguas e povos.
12. E aconteceu que vi a igreja do Cordeiro de Deus e seu número era pequeno,
por causa das iniquidades e abominações da prostituta que se assentava sobre muitas
águas; não obstante, vi que a igreja do Cordeiro, que eram os santos de Deus, estava
também sobre toda a face da Terra; e seu domínio sobre a face da Terra era pequeno,
devido à iniquidade da grande prostituta que eu vi.
13. E aconteceu ter eu visto que a grande mãe de abominações congregou
multidões na face de toda a Terra, entre todas as nações dos gentios, para guerrear o
Cordeiro de Deus.
14. E aconteceu que eu, Néfi, vi o poder do Cordeiro de Deus que descia sobre
os santos da igreja do Cordeiro e sobre o povo do convênio do Senhor, que estava
disperso sobre toda a face da Terra; e estavam armados com retidão e com o poder de
Deus, em grande glória.
15. E aconteceu ter eu visto que a ira de Deus se havia derramado sobre aquela
grande e abominável igreja, de modo que havia guerras e rumores de guerras entre
todas as nações e tribos da Terra.
16. E quando começaram as guerras e rumores de guerras em todas as nações
que pertenciam à mãe de abominações, o anjo falou-me, dizendo: Eis que a ira de
Deus está sobre a mãe de meretrizes; e eis que vês todas estas coisas—
17. E quando chegar o dia em que a ira de Deus for derramada sobre a mãe de
meretrizes, que é a grande e abominável igreja de toda a Terra, cujo fundador é o
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diabo, então, naquele dia, a obra do Pai começará, preparando o caminho para o
cumprimento dos convênios feitos com seu povo, que é da casa de Israel.
18. E aconteceu que o anjo me falou, dizendo: Olha!
19. E olhei e vi um homem que estava vestido com um manto branco.
20. E disse-me o anjo: Eis um dos doze apóstolos do Cordeiro.
21. Eis que ele verá e escreverá o restante destas coisas; sim, e também muitas
coisas já passadas.
22. E ele escreverá também sobre o fim do mundo.
23. Portanto as coisas que ele escrever são justas e verdadeiras; e eis que estão
escritas no livro que viste saindo da boca do judeu; e quando saíram da boca do
judeu, ou quando o livro saiu da boca do judeu, as coisas nele escritas eram claras e
puras e muito preciosas e de fácil compreensão para todos os homens.
24. E eis que as coisas que este apóstolo do Cordeiro escreverá são muitas
coisas que viste; e eis que verás as restantes.
25. Mas as coisas que vires de agora em diante, não escreverás; pois o Senhor
Deus ordenou ao apóstolo do Cordeiro de Deus que as escrevesse.
26. E tem havido também outros a quem o Senhor mostrou todas as coisas e
eles escreveram-nas; e elas estão seladas para serem reveladas em sua pureza à casa
de Israel, no devido tempo do Senhor, de acordo com a verdade que está no Cordeiro.
27. E eu, Néfi, ouvi e testifico que o nome do apóstolo do Cordeiro era João,
segundo a palavra do anjo.
28. E eis que eu, Néfi, fui proibido de escrever o restante das coisas que vi e
ouvi; por conseguinte, o que escrevi me é suficiente; e eu escrevi apenas uma
pequena parte das coisas que vi.
29. E testifico que vi as coisas que meu pai viu; e o anjo do Senhor deu-mas a
conhecer.
30. E agora termino de falar sobre as coisas que vi enquanto estava arrebatado
no espírito; e se todas as coisas que vi não estão escritas, as que escrevi são
verdadeiras. E assim é. Amém.
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QUE NÓS POSSAMOS SEMPRE TER SEU ESPÍRITO CONOSCO

O batismo por imersão para a remissão dos pecados “é uma ordenança


introdutória do evangelho” de Jesus Cristo e deve ser precedido pela fé no Salvador e
pelo arrependimento sincero e completo. “O batismo na água . . . deve ser seguido
pelo batismo do Espírito para que seja completo” [ver Guia para Estudo das
Escrituras: Batismo, p. 26]. Como o Salvador ensinou a Nicodemos, “aquele que não
nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (João 3:5). Esta
mensagem se centraliza no batismo do Espírito e nas bênçãos que advêm da
companhia do Espírito Santo.

A Ordenança e o Convênio Associado ao Batismo


Ao sermos batizados, cada um de nós fez um solene convênio com nosso Pai
Celestial. Um convênio é um acordo entre Deus e Seus filhos na Terra e é importante
que se compreenda que Deus determina as condições de todos os convênios do
evangelho. Nem eu nem vocês determinamos a natureza ou os elementos de um
convênio, mas exercendo nosso arbítrio moral, aceitamos os termos e exigências de
um convênio da forma como o Pai Eterno os estabeleceu [ver Guia para Estudo das
Escrituras: Convênio, p. 43].
A ordenança salvadora do batismo deve ser administrada por quem tenha a
autoridade adequada dada por Deus. As condições básicas do convênio que fazemos
ao entrar nas águas do batismo são as seguintes: testificamos que desejamos tomar
sobre nós o nome de Jesus Cristo, que sempre nos lembraremos Dele e que
guardaremos Seus mandamentos. A bênção prometida por honrarmos esse convênio é
que poderemos ter sempre conosco o Seu Espírito (ver Doutrina e Convênios 20:77).
Em outras palavras, o batismo na água autoriza-nos a oportunidade de gozar da
companhia constante do terceiro membro da Trindade.
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A Confirmação e o Batismo do Espírito
Seguindo-se ao batismo, cada um de nós recebeu a imposição de mãos por
quem tinha autoridade do sacerdócio e foi confirmado membro de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e o Espírito Santo foi-nos conferido (ver
Doutrina e Convênios 49:14). A declaração “recebe o Espírito Santo”dita na
confirmação foi um mandamento de buscarmos o batismo do Espírito.
O Profeta Joseph Smith ensinou: “Pode-se batizar até mesmo um saco de areia
como se fosse um homem, se não for feito com vistas à remissão dos pecados e à
obtenção do Espírito Santo. O batismo de água é apenas meio batismo e de nada
serve sem a outra metade — ou seja, sem o batismo do Espírito Santo” (History of
the Church, volume 5, p. 499). Fomos batizados por imersão na água para a remissão
dos pecados. Precisamos também ser batizados pelo Espírito do Senhor e ser imersos
Nele, “e [receberemos], então, a remissão de [nossos] pecados pelo fogo e pelo
Espírito Santo” (2 Néfi 31:17).
Ao nos acostumarmos com o Espírito Santo, aprendemos que a intensidade
com que sentimos Sua influência não é sempre a mesma. Impressões espirituais fortes
e dramáticas não nos são dadas com frequência. Mesmo quando nos esforçamos para
ser fiéis e obedientes, existem épocas nas quais a orientação, a segurança e a paz de
espírito não são percebidas com facilidade em nossa vida. De fato, o Livro de
Mórmon descreve lamanitas fiéis que “foram batizados com fogo e com o Espírito
Santo e não o souberam” (3 Néfi 9:20).
A influência do Espírito Santo é descrita nas escrituras como “uma voz mansa
e delicada” (I Reis 19:12; ver também 3 Néfi 11:3) e uma “voz de perfeita suavidade”
(Helamã 5:30). Assim, o Espírito do Senhor geralmente Se comunica conosco de
maneira suave, delicada e sutil.

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Quando nos Afastamos do Espírito do Senhor
Em nosso estudo individual e nas aulas, repetidamente enfatizamos a
importância de reconhecermos a inspiração e os sussurros recebidos do Espírito do
Senhor. E tal abordagem é correta e útil. Devemos buscar com diligência o
reconhecimento dos sussurros que chegam a nós e agir de acordo com eles.
Entretanto, um aspecto importante do batismo do Espírito pode, geralmente, ser
negligenciado no nosso desenvolvimento espiritual.
Devemos também nos esforçar para discernir quando “[nos afastamos] do
Espírito do Senhor e não [tem] ele lugar em [nós] para guiar [nos] pelas veredas da
sabedoria, a fim de que [sejamos] abençoados, favorecidos e preservados” (Mosias
2:36). Exatamente porque a bênção prometida é de que poderemos ter sempre
conosco o Seu Espírito, devemos prestar atenção e aprender com as escolhas e
influências que nos separam do Espírito Santo.
O padrão é claro. Se algo em que pensamos, algo que vemos, ouvimos ou
fazemos nos afasta do Espírito Santo, devemos parar de pensar, ver, ouvir ou fazer
esse algo. Se aquilo que tem o objetivo de nos divertir, por exemplo, nos aliena do
Espírito Santo, é porque com certeza esse tipo de diversão não nos serve. Uma vez
que o Espírito não pode tolerar a vulgaridade, a rudeza, ou a falta de recato, então,
sem dúvida, tais coisas não são para nós. Se afastamos o Espírito do Senhor quando
fazemos o que sabemos ser ruim, então tais coisas não são mesmo para nós.
Reconheço que somos homens e mulheres decaídos e que vivemos em um
mundo mortal e que não podemos ter a presença do Espírito Santo conosco a cada
segundo de cada minuto ou a cada hora de cada dia. Entretanto, o Espírito Santo pode
estar em nós muitas vezes, talvez até a maior parte do tempo e, sem dúvida, a
presença desse Espírito é mais constante que sua ausência. À medida que
permanecemos cada vez mais imersos no Espírito do Senhor, devemos nos esforçar
para reconhecer as impressões quando elas vêm e as influências ou eventos que nos
afastam do Espírito Santo.
Tomar “o Santo Espírito [como nosso] guia” (Doutrina e Convênios 45:57) é
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possível e essencial para nosso crescimento e sobrevivência espiritual em um mundo
cada vez mais iníquo. Às vezes nós, santos dos últimos dias, falamos e agimos como
se o reconhecimento do Espírito Santo em nossa vida fosse algo raro e excepcional.
Devemos nos lembrar, no entanto, que a promessa do convênio é de que poderemos
ter sempre conosco o Seu Espírito. Essa bênção celestial se aplica a cada membro da
Igreja que foi batizado, confirmado e instruído a “receber o Espírito Santo”.

A Liahona como Protótipo e Símbolo para os Nossos Dias


Atualmente, o Livro de Mórmon é a fonte primordial da qual devemos beber
para aprender a convidar a companhia constante do Espírito Santo. A descrição feita
no Livro de Mórmon sobre a Liahona, como guia ou bússola usada por Leí e sua
família em sua jornada pelo deserto, foi especificamente incluída no registro para
servir de protótipo ou símbolo para os nossos dias. Foi uma lição essencial sobre o
que devemos fazer para desfrutar das bênçãos do Espírito Santo.
Ao nos aplicarmos para alinhar nossas atitudes e ações à retidão, o Espírito
Santo Se torna para nós, hoje, o que a Liahona foi para Leí e sua família naquela
época. Os mesmos fatores que faziam a Liahona funcionar para Leí também
convidarão o Espírito Santo à nossa vida. E os mesmos fatores que faziam com que a
Liahona não funcionasse antigamente nos afastarão do Espírito Santo hoje.

A Liahona: Propósitos e Princípios


Quando estudarmos e ponderarmos sobre os propósitos da Liahona e sobre os
princípios que a faziam funcionar, testifico-lhes que receberemos inspiração
adequada às nossas circunstâncias e necessidades pessoais ou familiares. Podemos ser
e seremos abençoados com a orientação contínua do Espírito Santo.
A Liahona foi preparada pelo Senhor e entregue a Leí e sua família quando
saíram de Jerusalém e viajavam pelo deserto (ver Alma 37:38; Doutrina e Convênios
17:1). Essa bússola ou orientador indicava a direção que Leí e sua caravana deveriam
seguir (ver 1 Néfi 16:10), até mesmo o “caminho reto para a terra prometida” (Alma
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37:44). Os ponteiros da Liahona operavam “conforme a fé e a diligência e a atenção”
(1 Néfi 16:28) que lhes davam os viajantes, e não funcionavam quando os membros
da família eram contenciosos, rudes, preguiçosos ou negligentes (ver 1 Néfi 18:12,
21; Alma 37:41, 43).
A bússola também lhes proporcionava meios pelos quais Leí e sua família
podiam obter maior “entendimento sobre os caminhos do Senhor” (1 Néfi 16:29).
Assim, os propósitos básicos da Liahona eram de prover tanto orientação quanto
instrução durante a longa e penosa viagem. Aquele dispositivo era um instrumento
físico que servia de indicador externo da condição espiritual interior que
apresentavam diante de Deus. Ele funcionava de acordo com os princípios da fé e da
diligência.
Assim como Leí foi abençoado na Antiguidade, cada um de nós recebeu uma
bússola espiritual que pode nos orientar e instruir durante nossa jornada mortal. O
Espírito Santo foi-nos conferido ao sairmos do mundo para entrar na Igreja do
Salvador por meio do batismo e da confirmação. Pela autoridade do Santo
Sacerdócio, fomos confirmados membros da Igreja e admoestados a buscar a
companhia constante do “Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque
não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em
vós” (João 14:17).
Ao avançar pelos caminhos da vida, recebemos orientação do Espírito Santo
exatamente como Leí foi orientado pela Liahona. “Pois eis que vos digo novamente
que, se entrardes pelo caminho e receberdes o Espírito Santo, ele vos mostrará todas
as coisas que deveis fazer” (2 Néfi 32:5).
O Espírito Santo opera em nossa vida exatamente como a Liahona funcionava
para Leí e sua família, de acordo com nossa fé, diligência e atenção que lhe damos.
“Que a virtude adorne teus pensamentos incessantemente; então tua confiança
se fortalecerá na presença de Deus (...)
“O Espírito Santo será teu companheiro constante, e teu cetro, um cetro
imutável de retidão e verdade” (Doutrina e Convênios 121:45–46).
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E o Espírito Santo nos concede hoje os meios segundo os quais podemos
receber, “por meio de coisas pequenas e simples” (Alma 37:6), maior compreensão a
respeito dos caminhos do Senhor. “Mas aquele Consolador, o Espírito santo, que o
Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de
tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26).
O Espírito do Senhor pode nos guiar e nos abençoar com orientação, instrução
e proteção espiritual durante nossa jornada mortal. Convidamos o Espírito Santo à
nossa vida por meio da significativa oração pessoal e familiar, banqueteando-nos com
as palavras de Cristo, da obediência diligente e precisa, da fidelidade e honra aos
convênios e por meio da virtude, da humildade e do serviço. Também devemos evitar
com firmeza a falta de recato, a rudeza e a grosseria, o pecado e o mal que fazem com
que nos afastemos do Espírito Santo.
Também convidamos a companhia constante do Espírito Santo ao partilharmos
dignamente do sacramento no Dia do Senhor. “E para que mais plenamente te
conserves limpo das manchas do mundo, irás à casa de oração e oferecerás teus
sacramentos no meu dia santificado” (Doutrina e Convênios 59:9).
Por meio da ordenança do sacramento, renovamos nosso convênio batismal e
podemos receber e reter a remissão de nossos pecados (ver Mosias 4:12, 26).
Ademais, somos relembrados semanalmente da promessa de que poderemos ter
sempre conosco o Seu Espírito. Ao nos esforçarmos por nos manter limpos e sem as
manchas do mundo, tornamo-nos vasos dignos nos quais o Espírito do Senhor pode
sempre habitar.
Que cada um de nós viva de maneira a podermos ter sempre conosco Seu
Espírito e assim nos qualificarmos para as bênçãos da orientação, instrução e
proteção que são essenciais nestes últimos dias.

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RECEBER O ESPÍRITO SANTO
Liahona, Novembro 2010

O Dom do Espírito Santo


Em dezembro de 1839, enquanto estavam em Washington D. C. Para pedir
reparação pelos males infligidos aos santos do Missouri, Joseph Smith e Elias Higbee
escreveram o seguinte para Hyrum Smith: “Em nossa entrevista com o Presidente
[dos Estados Unidos], ele nos perguntou em que nossa religião diferia das outras
religiões de nossos dias. O irmão Joseph disse que diferíamos no modo do batismo e
do dom do Espírito Santo pela imposição de mãos. Achamos que todas as outras
considerações estão contidas no dom do Espírito Santo” (Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 102).
O Espírito Santo é o terceiro membro da Trindade. Ele é um ser de espírito que
presta testemunho de toda verdade. As escrituras referem-se ao Espírito Santo como o
Consolador (ver João 14:16–27; Morôni 8:26), como um instrutor (ver João 14:26;
Doutrina e Convênios 50:14) e como um revelador (ver 2 Néfi 32:5). As revelações
do Pai e do Filho são transmitidas pelo Espírito Santo. Ele é o mensageiro e a
testemunha do Pai e do Filho.
O Espírito Santo manifesta-se a homens e mulheres na Terra como o poder e
como o dom do Espírito Santo. O poder pode vir a uma pessoa antes do batismo.
Trata-se do testemunho convincente de que Jesus Cristo é nosso Salvador e Redentor.
Por meio do poder do Espírito Santo, os pesquisadores sinceros podem adquirir uma
convicção da veracidade do evangelho do Salvador, do Livro de Mórmon, da
realidade da Restauração e do chamado profético de Joseph Smith.
O dom do Espírito Santo somente é concedido depois do batismo devidamente
autorizado e pela imposição de mãos realizada por homens que possuam o
Sacerdócio de Melquisedeque. O Senhor declarou: “Sim, arrependei-vos e sede
batizados, cada um de vós, para a remissão de vossos pecados; sim, sede batizados
com água e então virá o batismo do fogo e do Espírito Santo. (...)
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“E os que tiverem fé confirmareis na minha igreja, pela imposição das mãos, e
conceder-lhes-ei o Dom do Espírito Santo” (Doutrina e Convênios 33:11, 15).
O Apóstolo Paulo deixou essa prática bem clara para os efésios, ao perguntar:
“Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem
ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
“Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No
batismo de João.
“Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento,
dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
“E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam
línguas, e profetizavam” (Atos 19:2–6).
O batismo por imersão é “a ordenança introdutória do evangelho. (...) Para que
seja completo deve ser seguido do recebimento do dom do Espírito Santo” (Guia para
Estudo das Escrituras, “Batismo”, pp. 20–21). O Profeta Joseph Smith explicou que
“o batismo é uma ordenança sagrada preparatória para o recebimento do Espírito
Santo; é o canal e a chave pelos quais o Espírito Santo será ministrado. O dom do
Espírito Santo pela imposição de mãos não pode ser recebido por intermédio de
nenhum outro princípio a não ser o da retidão” (Ensinamentos: Joseph Smith, pp.
100–101).
A ordenança de confirmação de um membro novo da Igreja e a concessão do
dom do Espírito Santo são simples e profundas. Portadores dignos do Sacerdócio de
Melquisedeque colocam as mãos sobre a cabeça de uma pessoa e a chamam pelo
nome. Depois, pela autoridade do santo sacerdócio e em nome do Salvador, a pessoa
é confirmada membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e esta
frase importante é proferida: “Recebe o Espírito Santo”.
A simplicidade dessa ordenança pode fazer com que deixemos de perceber sua
importância. Estas quatro palavras — “Recebe o Espírito Santo” — não são uma
afirmação passiva, mas sim, uma injunção do sacerdócio — uma admoestação
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autorizada para agir, e não simplesmente para receber a ação (ver 2 Néfi 2:26). O
Espírito Santo não Se torna operante em nossa vida pela mera imposição de mãos e
pelo pronunciamento dessas quatro palavras importantes. Ao receber essa ordenança,
cada um de nós aceitou uma responsabilidade sagrada e contínua de desejar, buscar,
trabalhar e viver de modo a realmente “receber o Espírito Santo” e os dons espirituais
que o acompanham. “Pois de que vale a um homem ser-lhe conferida uma dádiva e
não a receber? Eis que ele não se regozija no que lhe foi dado nem se regozija
naquele que faz a doação” (Doutrina e Convênios 88:33).
O que devemos fazer para tornar essa admoestação autorizada de buscar a
companhia do terceiro membro da Trindade uma realidade contínua? Gostaria de
sugerir que precisamos (1) desejar sinceramente receber o Espírito Santo; (2)
convidar devidamente o Espírito Santo para nossa vida; e (3) obedecer fielmente aos
mandamentos de Deus.

Desejar Sinceramente
Em primeiro lugar, devemos desejar e buscar com anseio a companhia do
Espírito Santo. Podemos aprender uma grande lição sobre os desejos justos com os
fiéis discípulos do Mestre descritos no Livro de Mórmon:
“E os doze ensinaram a multidão; e eis que fizeram com que a multidão se
ajoelhasse por terra e orasse ao Pai em nome de Jesus. (...)
E oraram por aquilo que mais desejavam; e desejavam que o Espírito Santo
lhes fosse dado” (3 Néfi 19:6, 9).
Será que igualmente nos lembramos de orar sincera e constantemente pelo que
devemos desejar acima de tudo, que é o Espírito Santo? Ou será que nos distraímos
com os cuidados do mundo e a rotina da vida diária, dando pouco valor ou até
negligenciando esse que é o mais precioso de todos os dons? O recebimento do
Espírito Santo começa com nosso sincero e constante desejo de ter Sua companhia
em nossa vida.

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Convidar Devidamente
Recebemos e reconhecemos mais prontamente o Espírito do Senhor quando O
convidamos devidamente para nossa vida. Não podemos compelir ou coagir o
Espírito Santo nem dar-lhe ordens. Em vez disso, devemos convidá-lo para nossa
vida com a mesma brandura e ternura com que Ele nos sussurra (ver Doutrina e
Convênios 42:14).
Nossos convites à companhia do Espírito Santo ocorrem de diversas maneiras:
pela realização e pelo cumprimento de convênios; por meio da oração sincera de
indivíduos e famílias; pelo estudo diligente das escrituras; pelo fortalecimento de um
relacionamento adequado com familiares e amigos; pelo empenho em ter
pensamentos, ações e linguagem virtuosos; e pela adoração em nosso lar, no templo
sagrado e na igreja. De modo inverso, a despreocupação com a quebra de convênios e
compromissos, a negligência nas orações e no estudo das escrituras, e os
pensamentos, ações e linguagem impróprios fazem com que o Espírito Se afaste de
nós ou nos abandone totalmente.
Tal como o rei Benjamim ensinou a seu povo: “E agora eu vos digo, meus
irmãos, que depois de haverdes conhecido todas estas coisas e elas vos haverem sido
ensinadas, se transgredirdes e fordes contra aquilo que tem sido falado, de modo que
vos afasteis do Espírito do Senhor e não tenha ele lugar em vós para guiar-vos pelas
veredas da sabedoria, a fim de que sejais abençoados, favorecidos e preservados”
(Mosias 2:36).

Obedecer Fielmente
É essencial que obedeçamos fielmente aos mandamentos de Deus para
recebermos o Espírito Santo. Essa verdade nos é lembrada todas as semanas quando
ouvimos as orações sacramentais e partilhamos dignamente do pão e da água.
Quando manifestamos nossa disposição de tomar sobre nós o nome de Cristo, de
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sempre nos lembrar Dele e de guardar Seus mandamentos, recebemos a promessa de
que teremos sempre Seu Espírito conosco (ver Doutrina e Convênios 20:77).
Portanto, tudo o que o evangelho do Salvador nos ensina a fazer e a nos tornar visa
abençoar-nos com a companhia do Espírito Santo.
Pensem nos motivos pelos quais oramos e estudamos as escrituras. Sim,
ansiamos em comunicar-nos com o Pai Celestial por meio da oração e em nome de
Seu Filho. E, sim, desejamos obter a luz e o conhecimento disponíveis nas obras-
padrão. Mas lembrem-se do fato de que esses hábitos sagrados, acima de tudo, são
meios pelos quais nos lembramos sempre do Pai Celestial e de Seu Filho Amado,
sendo pré-requisitos para a companhia constante do Espírito Santo.

Ponderem sobre os motivos pelos quais adoramos na casa do Senhor e em


nossas reuniões de domingo. Sim, servimos no templo a nossos parentes falecidos, e
servimos a nossa família e nossos amigos nas alas e ramos em que moramos. E, sim,
desfrutamos o convívio honrado que encontramos em meio a nossos irmãos e irmãs.
Mas, acima de tudo, reunimo-nos para buscar as bênçãos e a instrução do Espírito
Santo.
A oração, o estudo, as reuniões, a adoração, o serviço e a obediência não são
itens isolados e independentes de uma longa lista de verificação do evangelho para
tarefas a cumprir. Na verdade, cada uma dessas práticas honrosas é um elemento
importante na grande jornada espiritual do cumprimento do mandamento de
recebermos o Espírito Santo. Os mandamentos de Deus aos quais obedecemos e o
conselho inspirado dos líderes da Igreja que seguimos concentram-se principalmente
na obtenção da companhia do Espírito. Fundamentalmente, todos os ensinamentos e
atividades do evangelho centralizam-se em nosso empenho de achegar-nos a Cristo e
de receber o Espírito Santo em nossa vida.
Todos devemos esforçar-nos para tornar-nos como os jovens guerreiros
descritos no Livro de Mórmon, que “obedeceram a cada palavra de comando e
cumpriram-nas com exatidão; sim, e tudo lhes aconteceu de acordo com sua fé. (...)
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“...E são diligentes em lembrarem-se do Senhor seu Deus diariamente; sim,
esforçam-se para obedecer continuamente a seus estatutos e a seus julgamentos e a
seus mandamentos” (Alma 57:21; 58:40).

Testemunho
O Senhor declarou que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é
“a única igreja verdadeira e viva na face de toda a Terra” (Doutrina e Convênios
1:30). Esta Igreja restaurada é verdadeira porque é a Igreja do Salvador. Ele é “o
caminho, e a verdade e a vida” ( João 14:6). E é uma igreja viva por causa da ação, da
influência e dos dons do Espírito Santo. Como somos abençoados por vivermos em
uma época em que o sacerdócio está na Terra e em que podemos receber o Espírito
Santo!
Vários anos depois de o Profeta Joseph Smith ter sido martirizado, ele apareceu
ao Presidente Brigham Young e deixou este conselho sempre atual: “Diga aos irmãos
que sejam humildes e fiéis e que se certifiquem de manter o Espírito do Senhor, que
os conduzirá ao caminho correto. Sejam cuidadosos e não afastem a voz mansa e
delicada; ela irá ensinar-lhes o que fazer e para onde ir; ela proporcionará os frutos do
reino. Diga aos irmãos que mantenham seu coração aberto à convicção, de modo que,
quando o Espírito Santo vier, seu coração esteja pronto para recebê-lo. Eles podem
discernir o Espírito do Senhor de todos os outros espíritos; Ele irá sussurrar paz e
alegria a sua alma; e tirará a maldade, [o ódio, a inveja, o sofrimento e todo o mal] de
seu coração; e desejará apenas fazer o bem, levar adiante a causa da retidão e edificar
o reino de Deus. Diga aos irmãos que, se eles seguirem o Espírito do Senhor, farão o
que é certo” (Ensinamentos: Joseph Smith, p. 103).

Oro para que desejemos com sinceridade e convidemos de forma adequada o


Espírito Santo a nossa vida diária. Oro também para que todos sejamos fiéis na
obediência aos mandamentos de Deus de modo a realmente recebermos o Espírito
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Santo. Prometo que as bênçãos descritas pelo Profeta Joseph Smith a Brigham Young
se aplicam a todos os que ouvem ou leem esta mensagem, estando ao alcance deles.

PERCEPÇÃO RÁPIDA
Liahona, Dezembro 2006

Em outubro de 1987, o Élder Marvin J. Ashton, membro do Quórum dos Doze


Apóstolos, falou na conferência geral sobre dons espirituais. Lembro-me com ternura
de como a sua mensagem me influenciou na época. As coisas que ele ensinou
continuam a influenciar-me hoje. Em sua mensagem, o Élder Ashton descreveu
detalhadamente vários dons espirituais menos evidentes — atributos e habilidades
que muitos de nós talvez não considerássemos dons espirituais. O Élder Ashton, por
exemplo, destacou o dom de perguntar; de escutar; de ouvir e seguir a voz mansa e
delicada; de ser capaz de chorar; de evitar contendas; de ser agradável; de evitar vãs
repetições; de buscar coisas justas; de procurar a orientação de Deus; de ser um
discípulo; de preocupar-se com as pessoas; de ser capaz de ponderar; de prestar um
testemunho vigoroso; e de receber o Espírito Santo (ver “Pois Há Muitos Dons”, A
Liahona, janeiro de 1988, p. 18).
Outro dom espiritual aparentemente simples e talvez pouco valorizado — a
capacidade de ter “percepção rápida” (Mórmon 1:2) — é de fundamental importância
para todos nós tanto no mundo atual quanto no futuro.

O Dom Espiritual da Percepção Rápida


Todos aprendemos importantes lições com os personagens principais do Livro
de Mórmon. Ao lermos e estudarmos a vida de Néfi, Lamã, Alma, rei Noé, Morôni e
muitos outros, descobrimos o que devemos e o que não devemos fazer, e
compreendemos mais plenamente o tipo de pessoa que devemos e que não devemos
ser.
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Em meu estudo do Livro de Mórmon, fiquei particularmente impressionado
com certa descrição de Mórmon, o principal compilador do registro nefita. A
descrição específica daquele nobre profeta que eu gostaria de destacar encontra-se
nos primeiros cinco versículos do primeiro capítulo de Mórmon:
“E agora eu, Mórmon, faço um registro das coisas que vi e ouvi e chamo-o
Livro de Mórmon.
E em torno da época em que Amaron ocultou os registros para o Senhor, veio
ele até mim (quando eu tinha uns dez anos de idade) (...) e disse-me: Vejo que és um
menino sério e de percepção rápida.
Portanto, quando tiveres cerca de vinte e quatro anos, quero que te lembres das
coisas que houveres observado em relação a este povo; (...)
E eis que (...) gravarás nas placas de Néfi todas as coisas que tiveres observado
em relação a este povo.
E eu, Mórmon (...) lembrei-me das coisas que Amaron me ordenara” (Mórmon
1:1–5; grifo do autor).

Note que a palavra observação e seus derivados são usados três vezes neste
versículo.
Mórmon, mesmo sendo muito jovem, é descrito como tendo “percepção
rápida”.
À medida que vocês estudarem, aprenderem e crescerem, espero que também
estejam aprendendo a ter percepção rápida. Seu sucesso e felicidade futuros serão em
grande parte determinados por essa capacidade espiritual.
Ponderem o significado desse importante dom espiritual. Percepção rápida
refere-se à capacidade de observar, ou seja, de compreender prontamente. Ter uma
percepção rápida pode significar “ver”, “ouvir”, ou “notar” — como em Isaías 42:20:
“Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que tenhas os ouvidos abertos, nada
ouves” (grifo do autor).
Um outro uso da palavra observar sugere “obedecer”, “guardar”, como vemos
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em Doutrina e Convênios: “Mas bem-aventurados são os que guardaram o convênio e
observaram o mandamento, porque obterão misericórdia” (Doutrina e Convênios
54:6; grifo do autor).
Portanto, se tivermos percepção rápida, prontamente veremos e obedeceremos.
Esses dois elementos fundamentais — ver e obedecer — são essenciais para que
tenhamos percepção rápida. E o profeta Mórmon é um exemplo impressionante desse
dom em ação.
Gostaria de citar vários exemplos de lições que podem ser aprendidas quando
somos abençoados com percepção rápida.
Tenho um amigo muito querido que serviu como presidente de estaca. O
patriarca da estaca que ele presidia teve alguns problemas de saúde e ficou
incapacitado de exercer seu chamado. O enfraquecido patriarca tinha dificuldade para
se mover, para se vestir e para cuidar de si mesmo, e suas forças eram limitadas.
Numa tarde de domingo, aquele bom presidente de estaca foi visitar o patriarca em
sua casa para dar-lhe incentivo e verificar se estava passando bem. Quando o
presidente da estaca entrou na casa, encontrou o patriarca de terno, camisa branca e
gravata, sentado em uma poltrona na sala de estar. O presidente de estaca
cumprimentou o querido patriarca e, sabendo como devia ter sido difícil para ele
vestir-se, sugeriu-lhe bondosamente que não era necessário que ele se vestisse
formalmente no domingo ou para receber visitas. Numa voz bondosa, porém firme, o
patriarca repreendeu o presidente da estaca, dizendo-lhe: “Não sabe que essa é a
única maneira que me restou para mostrar ao Senhor o quanto eu O amo?”
O presidente da estaca tinha percepção rápida. Ele ouviu e sentiu a lição, e
colocou-a em prática. A reverência pelo Dia do Senhor e a importância do respeito e
do comportamento e dos trajes adequados passaram a ter maior importância no
ministério do presidente da estaca. A capacidade espiritual de ver, ouvir, lembrar e
aplicar aquela lição foi uma grande bênção em sua vida, bem como na vida de muitas
outras pessoas.
Antes de assistir à reunião sacramental, minha esposa frequentemente ora para
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ter olhos espirituais para ver os que estão necessitando de alguma coisa.
Frequentemente, ao observar os irmãos, irmãs e crianças na congregação, ela sente
uma inspiração espiritual para conversar ou telefonar para determinada pessoa. E
quando a minha mulher recebe essa inspiração, ela prontamente age e obedece.
Frequentemente acontece que assim que é proferido o “amém” da última oração, ela
vai falar com uma adolescente, abraçar uma irmã ou, ao voltarmos para casa,
imediatamente pega o telefone e faz uma chamada. Desde que conheço minha
mulher, as pessoas se maravilham com sua capacidade de discernir as necessidades
delas e de agir para ajudá-las. Frequentemente perguntam para ela: “Como foi que
você soube?” O dom espiritual da percepção rápida permitiu que ela visse e agisse
prontamente, e foi uma grande bênção espiritual na vida de muitas pessoas.
Minha mulher e eu conhecemos um missionário que retornou do campo e que
tinha namorado uma jovem muito especial por algum tempo. Ele gostava muito dela
e queria tornar seu relacionamento com ela mais sério. Estava pensando em noivar e
casar-se com ela. Aquele relacionamento estava acontecendo na época em que o
Presidente Hinckley aconselhou as irmãs da Sociedade de Socorro e as jovens da
Igreja a usarem um único par de brincos nas orelhas.
O jovem esperou pacientemente que a jovem removesse os brincos extras, mas
ela não o fez. Isso mostrou algo muito importante para aquele jovem, e ele ficou
decepcionado com a recusa da moça em atender ao pedido do profeta. Por aquele e
por outros motivos, acabou terminando o namoro com a jovem, porque estava
procurando uma companheira eterna que tivesse coragem de pronta e serenamente
obedecer ao conselho do profeta em todas as coisas e em todos os momentos. O
jovem tinha percepção rápida e observou que a jovem não tinha essa mesma
percepção.
Imagino que alguns de vocês fiquem incomodados com esse meu último
exemplo. Talvez achem que o rapaz foi intolerante ou que seria insensatez ou
fanatismo basear uma decisão de importância eterna em uma questão aparentemente
insignificante. Talvez estejam incomodados porque o exemplo enfoque uma moça
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que deixou de atender ao conselho do profeta, e não um rapaz. Simplesmente peço
que ponderem o poder da percepção rápida e analisem o que estava sendo observado
no caso que acabei de descrever. A questão não eram os brincos!
Um último exemplo. Há muito fico fascinado com a natureza da interação entre
o Espírito do Senhor e Néfi, nos capítulos de 11 a 14 de 1 Néfi. Néfi desejava ver,
ouvir e conhecer as coisas que seu pai, Leí, tinha visto na visão da árvore da vida (ver
1 Néfi 8). Nos capítulos de 11 a 14, o Espírito Santo auxiliou Néfi a aprender a
respeito da natureza e significado da visão de seu pai. É interessante notar que várias
vezes nesse capítulo o Espírito do Senhor orientou Néfi a “olhar”, como aspecto
fundamental do processo de aprendizado. Repetidas vezes, Néfi foi aconselhado a
olhar e ver e, como tinha percepção rápida, viu a árvore da vida (ver 1 Néfi 11:8), a
mãe do Salvador (ver 1 Néfi 11:20), a barra de ferro (ver 1 Néfi 11:25) e o Cordeiro
de Deus, o Filho do Pai Eterno (ver 1 Néfi 11:21).
Descrevi apenas algumas das coisas espiritualmente significativas que Néfi viu.
Vocês podem estudar esses capítulos mais profundamente e aprender com o que Néfi
aprendeu. Ao estudar e ponderar, lembrem-se de que Néfi não teria visto o que
desejava ver, nem teria conhecido o que desejava conhecer, nem teria feito o que
precisava fazer, se não tivesse percepção rápida. O mesmo se aplica a cada um de
nós!
Percepção rápida. Observar e obedecer prontamente. Um dom simples que nos
abençoa como pessoas e como famílias e proporciona bênçãos a muitas outras
pessoas. Todos podemos e devemos esforçar-nos para ser dignos desse importante
dom espiritual: a capacidade de ter percepção rápida.

A Importância da Percepção Rápida

Gostaria agora de abordar a razão pela qual o dom espiritual da percepção


rápida é tão essencial para nós no mundo atual quanto no futuro. Em termos simples,
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a percepção rápida antecede o dom espiritual do discernimento e está vinculada a ele.
Para nós, o discernimento é uma luz protetora e orientadora num mundo que se torna
cada vez mais tenebroso.
Tal como a fé precede o milagre, tal como o batismo pela água vem antes do
batismo pelo fogo, tal como os fundamentos do evangelho precisam ser
compreendidos antes das doutrinas mais profundas, tal como as mãos limpas
conduzem a um coração puro, e tal como as ordenanças do Sacerdócio Aarônico são
necessárias antes que a pessoa possa receber as ordenanças mais elevadas do
Sacerdócio de Melquisedeque, da mesma forma, a percepção rápida é um pré-
requisito e uma preparação para o dom do discernimento. Só podemos esperar obter o
sublime dom do discernimento e sua luz protetora e orientadora se tivermos
percepção rápida, tanto no sentido de ver, quanto de obedecer.
O Presidente George Q. Cannon (1827–1901), que serviu como conselheiro de
quatro Presidentes da Igreja, ensinou vigorosamente a respeito do dom do
discernimento:
“Um dos dons do evangelho que o Senhor prometeu aos que fazem convênio
com Ele é o dom do discernimento de espíritos — um dom do qual poucos se
lembram e pelo qual provavelmente são raros os que oram; mas é um dom de extrema
importância e que deveria ser desfrutado por todos os santos dos últimos dias (...).
O dom do discernimento de espírito não apenas dá aos homens e mulheres que
o possuem o poder de discernir o espírito que está possuindo ou influenciando as
pessoas, mas também lhes dá o poder de discernir o espírito que está influenciando
sua própria vida. Eles são capazes de detectar um falso espírito e também saber
quando o Espírito de Deus reina dentro deles. Na vida particular, esse dom é da maior
importância para os santos dos últimos dias. Se os santos tiverem e exercerem esse
dom, impedirão não apenas que qualquer influência maléfica entre em seu coração,
mas também que influencie seus pensamentos, palavras ou ações. Repelirão essa
influência. Mas se, por acaso, esse espírito vier a possuí-los, eles o expelirão assim
que testemunharem sua influência, ou, em outras palavras, recusar-se-ão a ser
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conduzidos ou liderados por ele” (Gospel Truth, 156-57).
Será que nos damos conta do quão vital é esse dom espiritual em nossa vida
atual e de como a percepção rápida é um convite vigoroso para as bênçãos do
discernimento?
O Presidente Stephen L Richards (1879–1959), que serviu como conselheiro do
Presidente David O. McKay, deu-nos mais instruções sobre a natureza e bênçãos do
discernimento:
“Em primeiro lugar, menciono o dom do discernimento, que incorpora o poder
de distinguir (...) o certo do errado. Creio que esse dom, quando altamente
desenvolvido, deriva em grande parte de uma aguçada sensibilidade à inspiração —
inspiração espiritual — para perceber o que se oculta sob a superfície, para detectar o
mal oculto e, mais importante, para encontrar o bem que está escondido. O mais
elevado tipo de discernimento é o que percebe e revela nas pessoas o melhor de sua
natureza, o bem inerente que existe nelas. (...)
Todo membro da Igreja restaurada de Cristo pode ter esse dom, se o quiser.
Desse modo não poderá ser enganado pelos sofismas do mundo. Não poderá ser
desviado do caminho por pseudoprofetas e cultos subversivos. Até o inexperiente será
capaz de reconhecer ensinamentos falsos, pelo menos em parte. (...) Devemos ser
gratos todos os dias de nossa vida por essa percepção que mantém viva a consciência,
que constantemente nos alerta a respeito dos perigos inerentes em malfeitores e no
pecado” (in Conference Report, April 1950, 162-63; emphasis added).
Ao combinarmos os ensinamentos dos Presidentes Cannon e Richards,
aprendemos que o dom do discernimento funciona basicamente de quatro maneiras
principais.
Em primeiro lugar, ao “percebermos o que se oculta sob a superfície”, o
discernimento nos ajuda a detectar o erro e o mal ocultos nas pessoas.
Em segundo lugar, e mais importante, ajuda-nos a detectar erros e males
ocultos em nós mesmos. Assim, o dom espiritual do discernimento não se refere
exclusivamente às outras pessoas e situações, mas, como o Presidente Cannon
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ensinou, também se refere ao discernimento de coisas como elas realmente são dentro
de nós mesmos.
Em terceiro lugar, ele nos ajuda a descobrir e revelar o bem que pode estar
oculto nas pessoas.
Em quarto lugar, ele nos ajuda a descobrir e revelar o bem que pode estar
oculto em nós mesmos. Que grande bênção e fonte de proteção e orientação é o dom
espiritual do discernimento!
Os ensinamentos dos Presidentes Cannon e Richards a respeito do poder do
discernimento para detectar o mal oculto e identificar o bem que pode estar escondido
tornam-se ainda mais importantes para nós, tendo em vista um elemento específico da
visão de Leí. Na visão, vários grupos de pessoas se esforçavam para encontrar o
caminho que levava à árvore da vida. O caminho estreito e apertado seguia ao longo
da barra de ferro até chegar à árvore. A névoa de escuridão descrita na visão
representava as tentações do diabo que cegam os filhos dos homens e os conduzem às
estradas largas para que se percam (ver 1 Néfi 12:17).
Prestem muita atenção no versículo 23 de 1 Néfi 8 e apliquemos essa escritura
aos nossos dias e aos desafios que enfrentamos num mundo cada vez mais iníquo:
“E aconteceu que se levantou uma névoa de escuridão, sim, uma névoa de
escuridão tão densa que os que haviam iniciado o caminho se extraviaram dele e, sem
rumo, perderam-se”.
Repito, para dar ênfase, que o discernimento é uma luz protetora e orientadora
num mundo que se torna cada vez mais tenebroso. Todos podemos prosseguir com
segurança e sucesso em meio à névoa de escuridão, tendo um claro senso de
orientação espiritual. O discernimento é muito mais do que apenas o reconhecimento
do certo e do errado. Ele nos ajuda a distinguir o relevante do irrelevante, o
importante do supérfluo e o necessário do que é meramente bom.
O dom do discernimento nos revela um panorama que se estende para bem
além do que vemos com nossos olhos naturais ou ouvimos com nossos ouvidos
naturais. O discernimento é ver com os olhos espirituais e sentir com o coração —
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ver e sentir a falsidade de uma idéia ou a bondade em outra pessoa. O discernimento
é ouvir com ouvidos espirituais e sentir com o coração — ouvir e sentir a
preocupação não expressa em uma declaração ou a veracidade de um testemunho ou
doutrina.
Frequentemente ouvi o Presidente Boyd K. Packer, Presidente Interino do
Quórum dos Doze Apóstolos, aconselhar os membros e líderes do sacerdócio,
dizendo: “Se tudo que vocês sabem é o que vêem com seus olhos naturais e escutam
com seus ouvidos naturais, então vocês não conhecem muitas coisas”. Sua
observação deve ajudar-nos a desejar avidamente e buscar esses dons espirituais.
A observação e o discernimento também permitem que ajudemos outras
pessoas que estão buscando encontrar o caminho e que desejam prosseguir com
firmeza em Cristo.
Se formos abençoados com esses dons espirituais, não nos afastaremos do
caminho; não vagaremos sem rumo; não ficaremos perdidos. Contudo, só podemos
esperar obter o sublime dom do discernimento e sua luz protetora e orientadora se
tivermos percepção rápida. Como Alma ensinou a seu filho Helamã: “Não deixes de
cuidar destas coisas sagradas. Sim, não deixes de confiar em Deus para que vivas”
(Alma 37:47).
Presto meu testemunho especial de que Jesus é o Cristo, nosso Redentor e
nosso Salvador. Sei que Ele vive. Invoco Sua bênção sobre cada um de vocês — que
tenham o desejo de ter percepção rápida e verdadeiro discernimento.

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CAPÍTULO DOIS

CONHECIMENTO, ENTENDIMENTO E INTELIGÊNCIA

Existe uma hierarquia de importância em todas as coisas que você e eu


podemos aprender. Na realidade, nem todas as informações e conhecimentos são
igualmente importantes. O Apóstolo Paulo ensinou esta verdade em sua segunda carta
a Timóteo enquanto ele alertava que nos últimos dias muitas pessoas estariam
“sempre aprendendo, mas jamais conseguem chegar ao conhecimento da verdade” (2
Timóteo 3:7).
Muitos fatos são úteis ou simplesmente interessantes de se saber. Alguns
conhecimentos são interessantes de se aprender e aplicar. Mas as verdades do
evangelho são essenciais para nós entendermos e vivermos se nós queremos nos
tornar aquilo que nosso Pai Celestial deseja que nos tornemos.

CONHECIMENTO

Geralmente, conhecimento refere-se a fatos, informações e habilidades obtidas


através da experiência ou educação. Usando como instrumento nosso corpo físico e
nossa capacidade de refletir e arrazoar, nós podemos reunir e analisar fatos, analisar e
interpretar informações, ganhar e aprender com as experiências e identificar padrões
e relacionamentos. Obter, criar, comunicar e aplicar conhecimento são os grandes
objetivos da educação.
Dos muitos tipos de conhecimentos que podem ser adquiridos, o conhecimento
espiritual é o mais importante; tanto na mortalidade quanto na eternidade. O profeta
Joseph Smith repetidamente enfatizou a importância do conhecimento relacionado às
coisas de Deus.
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“O princípio do conhecimento é o princípio de salvação. Esse princípio pode
ser compreendido pelos fiéis e diligentes; mas todo aquele que não obtiver
conhecimento suficiente para ser salvo será condenado. O princípio da salvação é nos
dado pelo conhecimento de Jesus Cristo” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith,
221; grifo do autor).
“O conhecimento é necessário para a vida e a divindade. Ai de vocês,
sacerdotes e clérigos que pregam que esse conhecimento não é necessário para a vida
e a salvação. Tirem os Apóstolos, etc., tirem o conhecimento, e vocês estarão na
condição de merecedores da condenação do inferno. Conhecimento é revelação.
Ouçam, todos vocês, irmãos, este grande conceito-chave: O conhecimento é o poder
de Deus para a salvação” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 277; grifo do
autor).
“O conhecimento afasta as trevas, o suspense e a dúvida, porque essas coisas
não podem existir onde houver conhecimento.
(...) Há poder no conhecimento. Deus tem mais poder do que todos os seres, porque
Ele tem conhecimento maior; e portanto Ele sabe sujeitar todos os seres a Ele: Ele
tem poder sobre todos” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 278; grifo do autor).
“O homem é salvo na mesma proporção em que adquire conhecimento, porque
se não adquirir conhecimento, será levado cativo por algum poder maligno no outro
mundo, porque os espíritos malignos terão mais conhecimento e consequentemente
mais poder do que muitos homens que estão na Terra. Por isso precisamos de
revelação para ajudar-nos e dar-nos conhecimento das coisas de Deus (Ensinamentos
do Profeta Joseph Smith, 278; grifo do autor).
“Verdade é o conhecimento das coisas como são, como foram e como serão”
(Doutrina e Convênios 94:24; grifo do autor).
“Até quando podem águas correntes permanecer impuras? Que poder deterá os
céus? Seria tão inútil o homem estender seu braço débil para deter o rio Missouri em
seu curso ou fazê-lo ir correnteza acima, como o seria impedir que o Todo-Poderoso
derramasse conhecimento do céu sobre a cabeça dos santos dos últimos dias”
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(Doutrina e Convênios 121:33; grifo do autor).

“Nenhum poder ou influência pode ou deve ser mantido em virtude do


sacerdócio, a não ser com persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e
com amor não fingido;

“Com bondade e conhecimento puro, que grandemente expandirão a alma, sem


hipocrisia e sem dolo (Doutrina e Convênios 121:41-42; grifo do autor).

“E todos os santos que se lembrarem de guardar e fazer estas coisas,


obedecendo aos mandamentos, receberão saúde para o umbigo e medula para os
ossos;

“E encontrarão sabedoria e grandes tesouros de conhecimento, sim, tesouros


ocultos” (Doutrina e Convênios 89:18-19; grifo do autor).

Como explicado nas Dissertações sobre a Fé, “Pois para que o homem renegue
a tudo, seu caráter e reputação, suas honras, aplausos, seu bom nome entre os
homens, sua casa e terras, seus irmãos e irmãs, sua esposa e filhos, e mesmo sua
própria vida; contando todas as coisas como corruptíveis e vãs pela excelência do
conhecimento de Jesus Cristo; requer mais que a mera crença ou suposição de que ele
está fazendo a vontade de Deus, mas um conhecimento seguro de que, quando estes
sofrimentos terminarem, ele entrará no descanso eterno, e será feito participante da
glória de Deus” (página 50; grifo do autor).
E o Senhor mesmo declarou de forma clara e concisa, “é impossível para um
homem ser salvo em ignorância (Doutrina e Convênios 131:6).
Assim, um correto conhecimento das coisas de Deus é a principal pedra de
esquina sobre a qual as bençãos adicionais de entendimento e inteligência são
estabelecidas.
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ENTENDIMENTO
Entendimento é a pedra angular que é colocada sobre a pedra de esquina do
conhecimento; ele precede a inteligência. Curiosamente, a palavra entendimento
normalmente é usada nas escrituras correlacionada ao coração.
“Quem foi que deu sabedoria ao coração e entendimento à mente?” (Jó 38:36;
grifo do autor).
“A minha boca falará com sabedoria; a meditação do meu coração trará
entendimento.” (Salmos 49:3; grifo do autor).
“Para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao
entendimento”(Provérbios 2:2; grifo do autor).
“Não haveis aplicado vosso coração para entender; portanto não haveis sido
sábios” (Mosias 12:27; grifo do autor).
“Escuteis e abrais os ouvidos para ouvir e o coração para entender e vossa
mente para que os mistérios de Deus vos sejam revelados” (Mosias 2:9; grifo do
autor).
“Compararemos a palavra a uma semente. Ora, se derdes lugar em vosso
coração para que uma semente seja plantada, eis que, se for uma semente verdadeira,
ou seja, uma boa semente, se não a lançardes fora por vossa incredulidade, resistindo
ao Espírito do Senhor, eis que ela começará a inchar em vosso peito; e quando
tiverdes essa sensação de crescimento, começareis a dizer a vós mesmos: Deve ser
uma boa semente, ou melhor, a palavra é boa porque começa a dilatar-me a alma;
sim, começa a iluminar-me o entendimento; sim, começa a ser-me deliciosa” (Alma
32:28; grifo do autor).
“E a multidão ouviu e dá testemunho; e abriu-se-lhes o coração e entenderam,
no coração, as palavras com que ele orou (3 Néfi 19:33; grifo do autor).
Nestes versículos, o entendimento é relacionado inicialmente ao coração. É
claro que nós devemos usar nossa mente e nossa capacidade racional, porém, nós não
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somos primordialmente aconselhados a usar nossas mentes, mas sim nossos corações
quando buscamos entendimento. Talvez a preocupação das escrituras seja de que a
razão e “o braço da carne” (Doutrina e Convênios 1:19) não sejam suficientes para
gerar o verdadeiro entendimento. A palavra entendimento na forma como é usada nas
escrituras não se refere apenas ou principalmente ao intelecto ou compreensão
cognitiva. Em vez disso, quando o Espírito Santo confirma em nossos corações que o
que temos em mente é verdadeiro, passamos a entender.
De fato, nós começamos a entender e experimentar uma poderosa mudança de
coração quando as convicções movem-se das nossas cabeças para os nossos corações.
Pensamentos e sentimentos colocados em nossos corações pelo Espírito Santo (veja
Doutrina e Convênios 100:5-8; 8:2) são resultado do dom espiritual da revelação.
Entendimento é portanto, uma conclusão revelada e é também um dom espiritual.
A confirmação de uma certeza espiritual em nossos corações (referente à
verdade daquilo que nós passamos a conhecer em nossas mentes) é obtida através do
processo de revelação. O Espírito Santo confirma e ajuda-nos a ter um profundo
sentimento daquela verdade que aprendemos intelectualmente. O conhecimento
quando confirmado como verdade pelo Espírito Santo acrescenta entendimento e
produz luz, compreensão, perspectiva, um profundo desejo e compromisso que não é
obtido somente através da razão. Como o Presidente Harold B. Lee frequentemente
ensinou: “Quando entendermos mais do que sabemos com nossas mentes, quando
entendemos com nossos corações, então sabemos que o Espírito do Senhor está
operando sobre nós” (“When Your Heart Tells You Things Your Mind Does Not
Know,” 3).
Em 1 Néfi 17 encontramos um clássico exemplo de relacionamento entre
conhecimento adquirido através da mente e entendimento obtido no coração. Néfi
fora ordenado a construir um barco, e neste capítulo nós aprendemos sobre a falta de
fé de Lamã e Lemuel e a oposição e murmurio deles sobre essa tarefa em particular.
Néfi exortou seus irmãos e destacou a importância tanto da razão quanto da
revelação.
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“Sois rápidos em cometer iniquidades, porém vagarosos em lembrar-vos do
Senhor vosso Deus. Haveis visto um anjo que vos falou; sim, haveis ouvido sua voz
de tempos em tempos; e ele vos falou numa voz mansa e delicada, mas havíeis
perdido a sensibilidade, de modo que não pudestes perceber suas palavras” (1Néfi
17:45).
Com certeza Lamã e Lemuel tinham aprendido sobre o propósito e a
importância da jornada deles pelo deserto, com seus pais amorosos, com Néfi, e com
um anjo do Senhor que eles tinham visto e ouvido. Mas aparentemente eles não
tinham aplicado [seus] corações para entender” (Mosias 12:27; grifo do autor), eles
não receberam revelações confirmando, eles não sentiam a veracidade das palavras
de Néfi, e eles não foram abençoados com entendimento.
Em nossas famílias e em nossos lares somos mais receptivos aos ensinamentos,
revelações e à poderosa influência do Espírito Santo. Por favor, atente com cuidado
aos seguintes versículos da seção 68 de Doutrina e Convênios, notando o uso da
palavra entendimento.
“E também, se em Sião ou em qualquer de suas estacas organizadas houver
pais que, tendo filhos, não os ensinarem a entender a doutrina do arrependimento, da
fé em Cristo, o Filho do Deus vivo, e do batismo e do dom do Espírito Santo pela
imposição das mãos, quando tiverem oito anos, sobre a cabeça dos pais seja o pecado.
“Pois isto será uma lei para os habitantes de Sião ou em qualquer de suas
estacas que estejam organizadas” Doutrina e Convênios 68:25-26; grifo do autor).
Estes versículos não estão simplesmente recomendando ou sugerindo que nós
ensinemos nossos filhos. Em vez disso, eles apresentam aos habitantes de Sião a lei
de que nós devemos ensinar nossos filhos a entender. Entendimento é uma
consequência espiritual. Ele é um resultado. A responsabilidade que assumimos não
foi de simplesmente nos envolvermos na atividade de ensinar. Pelo contrário, a
responsabilidade é a de ensinar as crianças a entender.
Os versículos 25 e 26 da seção 68 são uma admoestação para que os pais
criem um lar que seja uma casa de aprendizado onde o Espírito Santo possa habitar e
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ensinar. Em tal lar o Espírito Santo traz convicção ao coração e ensina tanto os filhos
quanto os pais a entender. O pais tem a importante e vital responsabilidade de junto
com eles:
• criar um ambiente adequado e uma atmosfera espiritual no lar;
• convidar o espirito; e
• facilitar e apoiar o aprendizado espiritual dos filhos através do ensino das
verdades do evangelho, prestando um testemunho puro, fazendo e respondendo
perguntas e ajudando os filhos a encontrar respostas para suas questões e
solução para seus desafios.

Em última análise, no entanto, os pais não podem, em si e por si mesmos, dar o


tipo de entendimento espiritual descrito nas escrituras. O mestre é o Espírito Santo, e
ele ensina por e com o testemunho do Espírito que produz entendimento.
Pais e professores precisam fazer muito mais com os filhos e jovens do que
dizer, “Sentem-se e prestem atenção enquanto nós falamos o que vocês precisam
saber.” Pais e líderes devem tornar-se guias que ajudem os jovens a encontrar
respostas por si mesmos. A juventude precisa agir como agentes e de forma adequada
exercer seu livre arbítrio com o objetivo de obter e reter um poderoso testemunho e
tornar-se convertido; ao invés de desde o princípio depender espiritualmente de um e
outro. Nós não podemos emprestar de uma ou outra pessoa o que é necessário para
“servirmos de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em
todos os lugares” (Mosias 18:9). Com multidões de influências seculares tentando
neutralizar a verdade sobre e de Deus, ninguém consegue se desenvolver tentando
emprestar luz das lâmpadas espirituais de outras pessoas.
O papel de um mestre é convidar seu discípulo a agir de acordo com a verdade
ensinada pelo Salvador. Um pai ou mestre não pode colocar a verdade dentro dos
corações de seus filhos e jovens. Nosso melhor esforço pode somente levar a
mensagem da verdade até o coração (veja 2 Néfi 33:1). Enfim, um discípulo precisa

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exercer o livre arbítrio em retidão e assim convidar a verdade à adentrar seu coração;
e assim procurar obter o dom espiritual do entendimento.

INTELIGÊNCIA

Inteligência é a aplicação correta do conhecimento e do entendimento numa


ação e julgamento. Ela é o ponto mais alto erigido sobre a pedra angular do
conhecimento que foi edificado sobre a pedra fundamental do entendimento. Note,
nos versículos a seguir, como o entendimento conduz a atos sábios.

“Mas o homem entendido anda retamente” (Provérbios 15:21).

“Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei, e observá-la-ei de todo o meu


coração” (Salmos 119:34).

“Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso
caminho” (Salmos 119:104).

“E haviam-se fortalecido no conhecimento da verdade; porque eram homens de


grande entendimento e haviam examinado diligentemente as escrituras para
conhecerem a palavra de Deus.

Isto, porém, não é tudo; haviam-se devotado a muita oração e jejum; por isso tinham
o espírito de profecia e o espírito de revelação; e quando ensinavam, faziam-no com
poder e autoridade de Deus” (Alma 17:2-3).

Inteligência sempre está associada à retidão. Lembre no Novo Testamento do


desafio dos filhos de Sceva quando eles tentaram expulsar espíritos imundos sem a
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devida autoridade:
“Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei
quem é Paulo; mas vós quem sois?” (Atos 19:15).
Até mesmo os demônios sabiam. Mas eles não entendiam, e eles certamente
não eram inteligentes (porque eles) “não [conheciam] a mente de Deus” (Moisés 4:6).
Por favor, observe cuidadosamente os seguintes versículos de Doutrina e
Convênios.
“Qualquer princípio de inteligência que alcançarmos nesta vida, surgirá
conosco na ressurreição.

“E se nesta vida uma pessoa, por sua diligência e obediência, adquirir mais
conhecimento e inteligência do que outra, ela terá tanto mais vantagem no mundo
futuro” (Doutrina e Convênios 130:18-19).
Por favor, note a forma como conhecimento e inteligência estão escritos no
versículo 19; com conhecimento primeiro e inteligência depois. E também observe o
paralelo seguido pelo conhecimento e a inteligência e o meio pelo qual são
adquiridos:
E se uma pessoa adquirir mais conhecimento e inteligência nesta vida por
sua diligência e obediência . . .”
Curiosamente, o conhecimento está associado à diligência. E de forma
significativa, a inteligência está ligada à obediência.
Por meio da persistência, disciplina e trabalho diligente, uma pessoa pode
acumular conhecimento na forma de fatos, dados, informações e experiência. Por
outro lado, inteligencia só pode ser adquirida através da obediência. Assim,
conhecimento é um pré-requisito e fundamento para a verdadeira inteligencia
espiritual.
Agora eu chamo sua atenção para a sequência e padrões contidos no versículo
118 da seção 88 de Doutrina e Convênios.
“E como nem todos têm fé, buscai diligentemente e ensinai-vos uns aos outros
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palavras de sabedoria; sim, nos melhores livros buscai palavras de sabedoria;
procurai conhecimento, sim, pelo estudo e também pela fé” (Doutrina e Convênios
88:118).
A sequencia destes versículos complementam o que nós aprendemos na seção
130. De fato, se nós estudarmos essas duas revelações lado a lado, nós aprendemos
que conhecimento é obtido através do estudo diligente (diligencia do versículo 19 na
seção 130; estudo do versículo 118 na seção 88) e inteligencia é obtida através da
verdadeira obediência.
As revelações nos ensinam que “a glória de Deus é inteligencia” (Doutrina e
Convênios 93:36). Nós normalmente podemos pensar que a palavra inteligencia desta
escritura denote habilidade cognitiva inata ou um dom natural para os estudos ou
outros tipos de trabalhos. Porém, nesses versículos, um dos significados de
inteligencia é a aplicação do conhecimento que nós obtemos com sábios propósitos.
Como o Presidente David O. McKay ensinou, a aprendizagem “na qual a Igreja se
baseia ... é a aplicação do conhecimento para o desenvolvimento de um caráter nobre
e divino” (“True Education,” 141).
Todos nós, fomos abençoados na mortalidade com uma infinita variedade de
oportunidades de aprender e aumentar nossa inteligencia; inteligencia esta definida
como a aplicação daquilo que nós conhecemos a favor da retidão. Por isso nós não
devemos comparar a inteligencia com a educação formal, graus acadêmicos ou
sucesso secular. Algumas das pessoas mais educadas que eu já conheci tinham pouca
ou nenhuma inteligencia. E algumas das pessoas mais inteligentes que eu já conheci
tinham pouca ou nenhuma educação formal.
O tipo de conhecimento usado para fazer, realizar e aplicar o que nós sabemos
com sábios propósitos é encontrado em todas as escrituras. Como discutido no
capítulo 1, nós estamos usando nosso livre arbítrio moral para obter e agir de acordo
com a verdade. Assim nos tornamos seres que agem ao invés de sermos como objetos
que recebem ação; nós nos tornamos “cumpridores da palavra, e não somente
ouvintes” (Tiago 1:22).
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“Para que todo homem aja, em doutrina e princípio relativos ao futuro, de
acordo com o arbítrio moral que lhe dei, para que todo homem seja responsável por
seus próprios pecados no dia do juízo” (Doutrina e Convênios 101:78; grifo do
autor).
Note nestes versículos a frase “aja em doutrina.” Nós normalmente poderíamos
pensar na doutrina como sendo algo que nós estudamos, algo que nós aprendemos e
algo que nós nos esforçamos para relembrar. O Senhor, por outro lado, mostra nesta
revelação que doutrina é algo que tanto você quanto eu devemos agir em.
Essencialmente, o Salvador está interessado não apenas naquilo que nós sabemos mas
também na inteligencia espiritual; em como nós aplicamos o que sabemos com sábios
propósitos.
“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais
as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.

“Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que
as suas obras não sejam reprovadas.

“Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam
manifestas, porque são feitas em Deus” (João 3:19-21; grifo do autor).
Será que, normalmente, tratamos como sendo verdade as coisas que nós
fazemos? Claramente, a mensagem do Senhor nesta revelação é que verdade é tudo
aquilo que uma pessoa faz. Como o Rei Benjamim ensinou ao seu povo: “E agora, se
acreditais . . . nestas coisas, procurai fazê-las” (Mosiah 4:10; grifo do autor).
E como o Salvador ensinou à multidão reunida no templo da terra de
Abundância:
“Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da Terra; vinde
a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados, recebendo o
Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último dia.
“Em verdade, em verdade vos digo que este é o meu evangelho; e sabeis o que
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deveis fazer em minha igreja; pois as obras que me vistes fazer, essas também fareis;
porque aquilo que me vistes fazer, isso fareis;
“Portanto, se fizerdes essas coisas, bem-aventurados sois, porque sereis
levantados no último dia” (3 Néfi 27:20-22; grifo do autor).
Você e eu podemos conhecer as coisas certas a se fazer, mas inteligencia
envolve mais do que apenas conhecer. Se tanto você quanto eu somos inteligentes,
nós sem dúvida alguma faremos a coisa certa. Saberemos que o evangelho é
verdadeiro, importante, bom e necessário. A inteligencia é sempre fiel ao evangelho
que nós conhecemos.
Sabemos que a influência dos princípios do evangelho em nossas vidas é uma
coisa boa. Porém, inteligencia é aplicar de forma consistente os princípios do
evangelho em nossas vidas.
Nós talvez saibamos e entendamos que devemos ser ativos na igreja.
Inteligencia é viver de tal maneira que as doutrinas da Igreja estejam ativas em nós;
uma parte ativa e integral de quem nós somos, do que nós somos, do que nós fazemos
e daquilo que nós pensamos.

RESUMO

Na seção 1 de Doutrina e Convênios, o Salvador descreveu esta igreja como “a


única igreja verdadeira e viva na face da . . .Terra” (Doutrina e Convênios 1:30). Por
favor, considere a palavra viva nesta descrição. O que verdadeiramente faz A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias uma Igreja viva? Um Salvador vivo, o
dom do Espírito Santo, a disponibilidade de dons e bençãos espirituais e a autoridade
e o poder do sacerdócio é que tornam Sua Igreja verdadeira viva. A busca apropriada
de conhecimento, entendimento e inteligencia é essencial para cada um de nós se
tornar uma parte vida da Igreja do Salvador vivo.
“"Pois a inteligência apega-se à inteligência; a sabedoria recebe a sabedoria; a
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verdade abraça a verdade; a virtude ama a virtude; a luz se apega à luz” (Doutrina e
Convênios 88:40).

PONTOS A PONDERAR
1. O que posso e devo fazer para conhecer e entender a essência das doutrinas e

princípios do evangelho restaurado de Jesus Cristo?


2. Visto que a “glória de Deus é inteligencia,” o que nós podemos e devemos

fazer para aumentar nossa inteligencia?


3. O que posso fazer para me tornar e sempre ser uma parte viva da Igreja viva do

Salvador?

LEITURAS RELACIONADAS AO CAPÍTULO DOIS

Um padrão de conhecimento e entendimento que conduz àquilo que é certo


está evidente em todas as escrituras.
Alma aconselhou seu filho Helamã, “Oh! lembra-te, meu filho, e aprende
sabedoria em tua mocidade; sim, aprende em tua mocidade a guardar os
mandamentos de Deus!” (Alma 37:35; grifo do autor).
Paulo declarou em sua segunda carta a Timóteo, “Porém, permanece naquilo
que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido; E que
desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3:14-15; grifo do autor).
E o Salvador admoestou seus discípulos nos últimos dias, “ Portanto agora todo
homem aprenda seu dever e a agir no ofício para o qual for designado com toda
diligência” (Doutrina e Convênios 107:99; grifo do autor).
As seguintes citações focam a importância de conhecer o que precisamos
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conhecer, viver como nós sabemos que devemos viver e tornarmo-nos aquilo que o
Mestre espera que nos tornemos.

Necessário Vos É Nascer de Novo

Liahona, Maio de 2007

Passei a infância numa casa na Califórnia situada relativamente próxima a um


grande pomar de damascos, cerejas, pêssegos, pêras e outras frutas deliciosas.
Também morávamos perto de plantações de pepino, tomate e de várias outras
hortaliças.

Quando menino, eu aguardava com ansiedade a época de fazer conservas. Eu


não gostava de lavar os potes para conservas nem de trabalhar na cozinha quente, mas
gostava de trabalhar com minha mãe e meu pai. E adorava comer o resultado do meu
trabalho! Tenho certeza de que eu mais comia as frutas do que as colocava nos potes!

Os momentos passados na cozinha com minha mãe e meu pai sempre voltam a
minha lembrança quando vejo um pote de conserva de cerejas ou pêssegos. As lições
básicas que aprendi sobre auto-suficiência material e viver de modo previdente,
enquanto colhia frutos e fazia conservas, é uma bênção em minha vida até hoje. O
mais interessante é notar que, muitas vezes, experiências simples e corriqueiras
proporcionam as mais importantes oportunidades de aprendizado.

Já adulto, tenho refletido nas coisas que observei em nossa cozinha durante a
época de fazer conservas. Nesta manhã, gostaria de falar sobre algumas lições
espirituais que podemos aprender com o processo pelo qual um pepino se transforma
em picles. Rogo para que o Espírito Santo esteja conosco enquanto avaliamos o
significado dessas lições para mim e para vocês, para nos achegarmos a Cristo e
renascermos espiritualmente.

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Pepinos e Picles

O picles é um pepino que foi transformado de acordo com uma receita


específica e uma série de procedimentos. Os primeiros passos no processo de
transformar um pepino em picles são: preparação e limpeza. Lembro-me das várias
horas que passei na varanda dos fundos de casa, removendo os talos dos pepinos que
havíamos colhido e esfregando-os com uma escova, para tirar a terra. Minha mãe era
muito criteriosa quanto à preparação e limpeza dos pepinos. Seus altos padrões de
higiene levavam-na a sempre inspecionar meu trabalho, para ter certeza de que essa
tarefa importante fosse feita a contento.

Os passos seguintes nesse processo de mudança eram a imersão e a saturação


dos pepinos em água e sal, por um longo período de tempo. Para preparar a salmoura,
minha mãe sempre usava uma receita que aprendera com sua mãe — uma receita
com ingredientes especiais e procedimentos rigorosos. Os pepinos só se transformam
em picles se ficarem total e completamente imersos na salmoura pelo tempo
prescrito. O processo de cura altera gradualmente a composição do pepino e produz a
aparência transparente e o gosto característico dos picles. Apenas borrifar salmoura
nos pepinos ou mergulhá-los nela de vez em quando não basta para produzir a
transformação necessária: é preciso que haja uma imersão completa, ininterrupta e
constante para que a mudança desejada ocorra.

O último passo no processo é o selamento ou vedação dos pepinos após o


processo de cura em potes limpos e esterilizados. Os picles, acondicionados em potes
de conserva e cobertos por salmoura fervente, são processados numa panela de
esterilização em que ficam imersos em água fervente. Todas as impurezas têm que ser
retiradas tanto dos pepinos quanto dos potes, para que o produto final seja protegido e
preservado. Quando esse procedimento é seguido corretamente, os picles podem ser
armazenados e consumidos por muito tempo.

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Para resumir, o pepino transforma-se em picles quando é preparado e limpo,
imerso e saturado em salmoura e acondicionado e vedado em um recipiente
esterilizado. Esse procedimento exige tempo. Não pode ser feito às pressas e nenhum
dos passos essenciais pode ser ignorado ou evitado.

Uma Vigorosa Mudança

Os servos autorizados do Senhor não se cansam de ensinar que um dos


propósitos principais de nossa existência mortal é sermos transformados
espiritualmente por meio da Expiação de Jesus Cristo. Alma declarou:

“Não te admires de que toda a humanidade, sim, homens e mulheres, toda


nação, tribo, língua e povo tenham de nascer de novo; sim, nascer de Deus, serem
mudados de seu estado carnal e decaído para um estado de retidão, sendo redimidos
por Deus, tornando-se seus filhos e filhas;

E tornam-se, assim, novas criaturas; e a menos que façam isto, não poderão de
modo algum herdar o reino de Deus” (Mosias 27:25–26).

Somos instruídos a “[vir] a Cristo, [ser] aperfeiçoados nele e [negar-nos] a toda


a iniqüidade” (Morôni 10:32), a tornarmo-nos “novas criaturas” em Cristo (ver II
Coríntios 5:17), a despojar-nos do “homem natural” (Mosias 3:19) e a sentirmos uma
“vigorosa mudança, de modo que não [tenhamos] mais disposição para praticar o
mal, mas, sim, de fazer o bem continuamente” (Mosias 5:2). Notem que a conversão
descrita nesses versículos é vigorosa, não é superficial — é um renascimento
espiritual e uma mudança básica no que sentimos e desejamos, no que pensamos e
fazemos e naquilo que somos. Na verdade, a essência do evangelho de Jesus Cristo
implica uma mudança fundamental e permanente em nossa própria natureza,
mudança essa somente possível por meio de nossa confiança “nos méritos e
misericórdia e graça do Santo Messias” (2 Néfi 2:8). Quando decidimos seguir o
Mestre, tomamos a decisão de ser transformados, de renascer espiritualmente.
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Preparação e Limpeza

Assim como o pepino precisa ser preparado e limpo, antes de se transformar


em picles, vocês e eu podemos ser preparados com “as palavras da fé e da boa
doutrina” (I Timóteo 4:6) e ser inicialmente limpos por meio das ordenanças e
convênios administrados pela autoridade do Sacerdócio Aarônico.

“E o sacerdócio menor continuou, sacerdócio esse que contém a chave do


ministério de anjos e do evangelho preparatório;

Evangelho esse que é o evangelho do arrependimento e do batismo e da


remissão de pecados” (Doutrina e Convênios 84:26–27).

E o padrão de limpeza que o Senhor estabeleceu é elevado.

“Portanto ensina a teus filhos que todos os homens, em todos os lugares,


devem arrepender-se, ou de maneira alguma herdarão o reino de Deus, porque
nenhuma coisa impura pode ali habitar ou habitar em sua presença” (Moisés 6:57).

A preparação e limpeza adequadas são os primeiros passos básicos no processo


de nascer de novo.

Imersão e Saturação

Assim como o pepino se transforma em picles, ao ser imerso e saturado em


salmoura, da mesma forma vocês e eu também nascemos de novo, ao ser imersos no
evangelho de Jesus Cristo e absorvidos por ele. Quando honramos e “guardamos os
convênios” (Doutrina e Convênios 42:13) que fizemos, quando nos “banqueteamos
com as palavras de Cristo” (2 Néfi 32:3), “oramos ao Pai com toda a energia de
[nosso] coração” (Morôni 7:48) e “[servimos a Deus] com todo o coração, poder,
mente e força” (Doutrina e Convênios 4:2), então:

“Por causa do convênio que fizestes, sereis chamados progênie de Cristo, filhos
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e filhas dele, porque eis que neste dia ele vos gerou espiritualmente; pois dizeis que
vosso coração se transformou pela fé em seu nome; portanto nascestes dele e vos
tornastes seus filhos e suas filhas” (Mosias 5:7).

O renascimento espiritual descrito nesse versículo normalmente não ocorre de


imediato ou de uma só vez; é um processo contínuo, não um evento isolado. Linha
sobre linha, preceito sobre preceito, gradualmente e de maneira quase imperceptível,
nossos motivos, nossos pensamentos, palavras e ações entram em harmonia com a
vontade de Deus. Essa fase do processo de transformação exige tempo, persistência e
paciência.

O pepino só se transforma em picles se sua imersão na salmoura for total e


permanente. É significativo observar que o sal é o ingrediente-chave da receita. O sal
é usado muitas vezes nas escrituras como símbolo tanto de um convênio como do
povo do convênio. E assim como o sal é essencial na transformação do pepino em
picles, assim também os convênios são primordiais para o nosso renascimento
espiritual.

Iniciamos o processo de nascer de novo exercendo fé em Cristo, arrependendo-


nos de nossas faltas e sendo batizados, por imersão, para a remissão dos pecados, por
uma pessoa que possua a autoridade do sacerdócio.

“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós
também em novidade de vida” (Romanos 6:4).

E depois de sairmos das águas do batismo, nossa alma precisa ser


continuamente imersa na verdade e na luz do evangelho do Salvador e ser saturada
por sua influência. Uma imersão esporádica ou superficial na doutrina de Cristo, ou
uma participação instável em Sua Igreja restaurada não são capazes de produzir a
transformação espiritual que nos permite caminhar em novidade de vida. Por outro
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lado, é necessário que sejamos fiéis aos convênios, constantes no compromisso e que
ofertemos toda a nossa alma a Deus, se quisermos receber as bênçãos da eternidade.

“Quisera que viésseis a Cristo, que é o Santo de Israel, e participásseis de sua


salvação e do poder de sua redenção. Sim, vinde a ele e ofertai-lhe toda a vossa alma,
como dádiva; e continuai em jejum e oração, perseverando até o fim; e assim como
vive o Senhor, sereis salvos” (Ômni 1:26).

Imersão e saturação totais no evangelho do Salvador são passos essenciais no


processo de nascer de novo.

Pureza e Selamento

As conservas de pepino são acondicionadas em potes esterilizados e imersos


em água fervente para que todas as impurezas sejam removidas e para que os
recipientes sejam selados ou vedados, ficando livres de contaminação externa. O
procedimento de imergir os potes em água fervente permite que os picles sejam não
só protegidos, mas também conservados por um longo período de tempo. De modo
semelhante, somos purificados e santificados progressivamente, quando vocês e eu
somos lavados no sangue do Cordeiro, nascemos de novo, recebemos as ordenanças e
honramos os convênios administrados pela autoridade do Sacerdócio de
Melquisedeque.

“Não obstante, jejuavam e oravam freqüentemente e tornavam-se cada vez


mais fortes em sua humildade e cada vez mais firmes na fé em Cristo, enchendo a
alma de alegria e consolo, sim, purificando e santificando o coração, santificação essa
resultante da entrega de seu coração a Deus” (Helamã 3:35).

A palavra selamento, que uso em minha mensagem de hoje, não se refere


exclusivamente à ordenança do casamento eterno, realizado na casa do Senhor; uso
essa palavra específica como é explicada na seção 76 de Doutrina e Convênios:

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“Este é o testemunho do evangelho de Cristo concernente àqueles que irão
ressurgir na ressurreição dos justos —

Esses são os que receberam o testemunho de Jesus e creram em seu nome e


foram batizados na semelhança de seu sepultamento, sendo sepultados na água em
seu nome; e isto de acordo com o mandamento que ele deu —

Para que, guardando os mandamentos, fossem lavados e purificados de todos


os seus pecados e recebessem o Santo Espírito pela imposição das mãos daquele que
é ordenado e selado para esse poder;

E que vencem pela fé e são selados pelo Santo Espírito da promessa que o Pai
derrama sobre todos os que são justos e fiéis” (vv. 50–53).

O Santo Espírito da Promessa é o poder santificador do Espírito Santo. Quando


selado pelo Santo Espírito da Promessa, uma ordenança, voto ou convênio é selado
na Terra e no céu (ver Doutrina e Convênios 132:7). Receber esse “selo de
aprovação” do Espírito Santo é resultado de fidelidade, integridade e constância em
honrar os convênios do evangelho “com o correr do tempo” (Moisés 7:21). Contudo,
esse selo pode ser retirado devido à iniqüidade e transgressões.

Ser purificado e selado pelo Santo Espírito da Promessa constitui os passos


culminantes no processo de nascer de novo.

“Com a Energia da Minha Alma”

Amados irmãos e irmãs, oro para que essa parábola dos picles possa ajudar-nos
a avaliar nossa vida e a entender melhor a importância eterna do renascimento
espiritual. Como Alma, “falo com a energia de minha alma” (Alma 5:43).

“E agora vos digo que esta é a ordem segundo a qual eu fui chamado, sim, para
pregar a meus amados irmãos, sim, e a todos os que habitam a terra; sim, para pregar
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a todos, tanto velhos como jovens, tanto escravos como livres; sim, eu digo a vós,
idosos, e também aos de meia-idade e à nova geração; sim, para declarar-lhes que
devem arrepender-se e nascer de novo (Alma 5:49).

Presto testemunho da realidade e divindade de um Salvador vivo, que nos


convida a nos achegarmos a Ele e a sermos transformados. Testifico que Sua Igreja e
a autoridade do sacerdócio foram restauradas pelo Profeta Joseph Smith. Por meio da
fé em Cristo, podemos ser espiritualmente preparados e limpos do pecado, imersos e
saturados em Seu evangelho e purificados e selados pelo Santo Espírito da Promessa.
Sim, podemos nascer de novo.

Mãos Limpas e Coração Puro


Liahona, Novembro 2007

Guardo lembranças queridas da minha infância, de quando minha mãe lia


histórias do Livro de Mórmon para mim. Ela tinha um jeito especial de fazer com que
os episódios das escrituras ganhassem vida em minha imaginação de criança, e não
duvido que minha mãe tivesse um testemunho da veracidade daquele registro
sagrado. Lembro-me particularmente de sua descrição da visita do Salvador ao
continente americano, após Sua Ressurreição, e de Seus ensinamentos ao povo na
terra de Abundância. Pela simples consistência de seu exemplo e testemunho, minha
mãe acendeu em mim as primeiras chamas da fé no Salvador e em Sua Igreja destes
últimos dias. Vim a saber por mim mesmo que o Livro de Mórmon é um outro
testamento de Jesus Cristo e que contém a plenitude de Seu evangelho eterno (ver
Doutrina e Convênios 27:5).

Hoje, quero examinar com vocês um dos meus registros favoritos do Livro de
Mórmon, a aparição do Salvador no Novo Mundo, e discutir Suas instruções à
multidão sobre o poder santificador do Espírito Santo. Oro pela orientação do
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Espírito, tanto para mim como para vocês.

O Ministério do Salvador no Novo Mundo

Durante os três dias do ministério do Senhor no Novo Mundo, Ele ensinou Sua
doutrina, autorizou Seus discípulos a realizar ordenanças do sacerdócio, curou os
doentes, orou pelas pessoas e abençoou carinhosamente as crianças. Quando a
permanência do Senhor entre aquelas pessoas estava chegando ao fim, ele resumiu
sucintamente os princípios fundamentais de Seu evangelho.

Disse Ele: “Ora, este é o mandamento: Arrependei-vos todos vós, confins da


Terra; vinde a mim e sede batizados em meu nome, a fim de que sejais santificados,
recebendo o Espírito Santo, para comparecerdes sem mancha perante mim no último
dia” (3 Néfi 27:20).

É essencial que entendamos e apliquemos, em nossa vida, os princípios básicos


descritos pelo Mestre nessa escritura. O primeiro foi o arrependimento, “uma
mudança de coração e vontade que esteja em harmonia com Deus e uma renúncia ao
pecado” (Bible Dictionary, “Repentance”, p. 760). Ao buscar e receber, da maneira
adequada, o dom espiritual da fé no Redentor, nós nos voltaremos para os méritos,
para a misericórdia e a graça do Santo Messias e neles confiaremos (ver 2 Néfi 2:8).
O arrependimento é o mais doce fruto da fé no Salvador e envolve conversão a Deus
e abandono do pecado.

O Salvador ressuscitado explicou, depois, a importância de virmos a Ele. A


multidão que se reuniu no templo foi literalmente convidada a se aproximar do
Salvador “um por um” (3 Néfi 11:15) para apalpar as marcas dos cravos nas mãos e
nos pés do Mestre e colocar a mão no Seu lado. Todas as pessoas que tiveram essa
experiência “souberam com toda a certeza [e testemunharam] que ele era aquele
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sobre quem os profetas escreveram” (versículo 15), sim, o Jesus Cristo que viera.

O Salvador também ensinou ao povo que deviam vir a Ele por intermédio de
convênios sagrados, e lembrou-os de que eles eram “filhos do convênio” (3 Néfi
20:26). Ele salientou a importância eterna das ordenanças do batismo (ver 3 Néfi
11:19–39) e do recebimento do Espírito Santo (ver 3 Néfi 11:35–36; 12:6; 18:36–38).
De modo semelhante, vocês e eu somos admoestados a nos voltar para Cristo,
aprender com Ele e vir a Ele por intermédio dos convênios e ordenanças do Seu
evangelho restaurado. Quando assim fizermos, no final acabaremos conhecendo o
Senhor (ver João 17:3) “em seu próprio tempo e a seu próprio modo e de acordo com
sua própria vontade” (Doutrina e Convênios 88:68), como o fizeram as pessoas na
terra de Abundância.

Arrepender-nos e vir a Cristo por meio de convênios e ordenanças de salvação


constituem uma preparação e são pré-requisitos para sermos santificados por
intermédio do recebimento do Espírito Santo e declarados sem mancha diante de
Deus no último dia. Quero agora conduzir sua atenção para a influência santificadora
que o Espírito Santo pode ter em nossa vida.

Nossa Jornada Espiritual

O portão do batismo leva ao caminho estreito e apertado, à renúncia ao homem


natural para que esse homem se torne santo por meio da Expiação de Cristo, o Senhor
(ver Mosias 3:19). O propósito de nossa jornada mortal não é meramente apreciar a
paisagem na Terra ou gastar nossa porção de tempo em objetivos egoístas, mas sim o
de “[andarmos] em novidade de vida” (Romanos 6:4), tornar-nos santificados devido
à entrega de nosso coração a Deus (ver Helamã 3:35) e termos “a mente de Cristo” (I
Coríntios 2:16).

Recebemos mandamentos e instruções de viver de tal maneira que nossa


natureza decaída seja mudada por meio do poder santificador do Espírito Santo. O
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Presidente Marion G. Romney ensinou que o batismo de fogo pelo Espírito Santo
“converte nosso estado carnal para o espiritual. Ele limpa, cura e purifica a alma (…).
A fé no Senhor Jesus Cristo, o arrependimento e o batismo na água são todos
preliminares e pré-requisitos para ele, pois o batismo de fogo é a consumação.
Receber o batismo de fogo significa ter as vestimentas lavadas no sangue expiatório
de Jesus Cristo” (Learning for the Eternities, comp. George J. Romney [1977], p.
133; ver também 3 Néfi 27:19–20).

Portanto, quando nascemos de novo e nos empenhamos para ter sempre o Seu
Espírito conosco, o Espírito Santo santifica e refina nossa alma como que por fogo
(ver 2 Néfi 31:13–14, 17). No final, seremos declarados sem mancha diante de Deus.

O evangelho de Jesus Cristo abrange muito mais do que evitar o pecado,


sobrepujá-lo e ser limpos de nossas faltas e das más influências em nossa vida;
também inclui essencialmente fazer o bem, ser bom e tornar-se melhor. Arrepender-
nos dos nossos pecados e buscar o perdão são atitudes espiritualmente necessárias, e
devemos sempre fazer essas coisas. Mas a remissão dos pecados não é a única meta
nem o objetivo final do evangelho. Ter o coração transformado pelo Espírito Santo de
tal modo “que não [tenhamos] mais disposição para praticar o mal, mas, sim, de fazer
o bem continuamente” (Mosias 5:2), como foi o caso do povo do rei Benjamim, é
uma responsabilidade que aceitamos por convênio. Essa poderosa mudança não é
simplesmente o resultado de trabalho árduo e do desenvolvimento de mais disciplina
individual. Mais exatamente, é a conseqüência de uma mudança fundamental em
nossos desejos, nossos motivos, nossa natureza, graças à Expiação de Cristo, o
Senhor. Nosso propósito espiritual é sobrepujar tanto o pecado quanto o desejo de
pecar; tanto sua mancha como sua tirania.

Os profetas de todas as épocas salientaram o requisito duplo de (1) evitar e


sobrepujar o mal e (2) fazer o bem e tornar-se melhor. Reflitam na pergunta perspicaz
do salmista:
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“Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?

Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à
vaidade, nem jura enganosamente” (Salmos 24:3–4).

Irmãos e irmãs, é possível que tenhamos mãos limpas e não sejamos puros de
coração. Observem que ter mãos limpas e ser puro de coração são requisitos para
subir ao monte do Senhor e estar em Seu lugar santo.

Gostaria de lembrá-los de que nossas mãos ficam limpas por meio do processo
de renúncia ao homem natural e sobrepujando o pecado e as influências maléficas em
nossa vida por meio da Expiação do Salvador. Nosso coração é purificado quando
recebemos Seu poder fortalecedor de fazer o bem e de tornar-nos melhores. Todos os
nossos desejos justos e nossas boas obras, por mais necessários que sejam, jamais
poderão produzir mãos limpas e coração puro. É a Expiação de Jesus Cristo que
concede o poder purificador e redentor que nos ajuda a sobrepujar o pecado e o poder
santificador e fortalecedor que nos ajuda a nos tornar melhores do que jamais
poderíamos ser, se contássemos apenas com nossa própria força. A Expiação infinita
é tanto para o pecador como para o santo que existe em cada um de nós.

No Livro de Mórmon, encontramos os ensinamentos magistrais do rei


Benjamim a respeito da missão e Expiação de Jesus Cristo. A doutrina simples que
ele ensinou fez com que a congregação caísse por terra, porque o temor do Senhor
havia-se apoderado deles. “E haviam visto a si mesmos em seu estado carnal, menos
ainda que o pó da Terra. E todos clamaram a uma só voz, dizendo: Oh! Tende
misericórdia e aplicai o sangue expiatório de Cristo, para que recebamos o perdão de
nossos pecados e nosso coração seja purificado; porque cremos em Jesus Cristo, o
filho de Deus, que criou o céu e a Terra e todas as coisas; que descerá entre os filhos
dos homens” (Mosias 4:2; grifo do autor).

Encontramos novamente nesse versículo a bênção dupla do perdão dos


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pecados, sugerindo mãos limpas, e a de transformação da nossa natureza,
significando coração puro.

Quando o rei Benjamim concluiu suas instruções, ele reiterou a importância


desses dois aspectos básicos de desenvolvimento espiritual:

“E agora, por causa das coisas que vos disse — isto é, para conservardes a
remissão de vossos pecados, dia a dia, a fim de que andeis sem culpa diante de Deus
— quisera que repartísseis vossos bens com os pobres” (Mosias 4:26; grifo do autor).

Nosso desejo sincero deve ser o de ter mãos limpas e coração puro: tanto
receber a remissão de nossos pecados dia após dia, como andar sem culpa diante de
Deus. Ter apenas mãos limpas não será suficiente, quando estivermos diante de Deus,
que é puro e que, como “um cordeiro imaculado e incontaminado” (I Pedro 1:19),
derramou livremente Seu precioso sangue por nós.

Linha sobre Linha

Algumas pessoas que ouvirem ou lerem este discurso podem pensar que não
alcançarão na vida o progresso espiritual que estou descrevendo. Podemos achar que
essas verdades se aplicam aos outros — e não a nós.

Não alcançaremos um estado de perfeição nesta vida, mas nós podemos e


devemos prosseguir com fé em Cristo pelo caminho estreito e apertado, e progredir
de maneira estável em direção ao nosso destino eterno. O padrão do Senhor para o
desenvolvimento espiritual é o de “linha sobre linha, preceito sobre preceito, um
pouco aqui e um pouco ali” (2 Néfi 28:30). Pequenas, constantes e progressivas
melhoras espirituais são os passos que o Senhor gostaria que déssemos. Preparar-se
para caminhar sem culpa diante de Deus é um dos propósitos principais da
mortalidade e o objetivo de uma vida inteira; não é resultado de momentos
esporádicos de intensa atividade espiritual.
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Testifico que o Salvador vai nos fortalecer e ajudar a progredir com Seu apoio,
devagar e sempre. O exemplo no Livro de Mórmon de que “houve muitos, e grande
foi o seu número” (Alma 13:12) na Igreja antiga que se tornaram puros e sem mancha
diante de Deus é uma fonte de incentivo e consolo para mim. Suponho que esses
membros da Igreja antiga eram homens e mulheres comuns como vocês e eu. Essas
pessoas “só viam o pecado com horror”, e “foram [purificadas] e entraram no
descanso do Senhor seu Deus” (versículo 12). Esses princípios e esse processo de
crescimento espiritual se aplicam a cada um de nós igualmente, e sempre.

O Convite Final de Morôni

O requisito de renunciar ao homem natural e tornar-se santo, de evitar e de


sobrepujar o mal, de fazer o bem e tornar-se melhor, de ter mãos limpas e coração
puro, é um tema que se repete inúmeras vezes no Livro de Mórmon. Na verdade, o
convite de Morôni no final do livro resume o assunto.

“Sim, vinde a Cristo, sede aperfeiçoados nele e negai-vos a toda iniqüidade; e


se vos negardes a toda iniqüidade e amardes a Deus com todo o vosso poder, mente e
força, então sua graça vos será suficiente; e por sua graça podeis ser perfeitos em
Cristo; (…)

E novamente, se pela graça de Deus fordes perfeitos em Cristo e não negardes


o seu poder, então sereis santificados em Cristo pela graça de Deus, por meio do
derramamento do sangue de Cristo, que está no convênio do Pai para a remissão de
vossos pecados, a fim de que vos torneis santos, sem mácula” (Morôni 10:32–33,
grifo do autor).

Que vocês e eu nos arrependamos com sinceridade de coração e


verdadeiramente venhamos a Cristo. Oro para que busquemos, por intermédio da
Expiação do Salvador, ter mãos limpas e coração puro, para que nos tornemos santos,
sem manchas. Testifico que Jesus Cristo é o Filho do Pai Eterno e nosso Salvador.
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Ele, que não tem mancha, nos redime do pecado e nos fortalece para fazermos o bem
e nos tornarmos melhores.

VIGIAR COM TODA PERSERVERANÇA


Liahona, Maio 2010

Recentemente, eu viajava de carro, quando as gotas de chuva de uma


tempestade começaram a molhar o para-brisa. Ao lado da estrada, um sinal eletrônico
exibia um aviso oportuno: “Pista Molhada à Frente”. A superfície da estrada pela qual
eu seguia parecia muito segura. Mas aquela informação vital permitiu que eu me
preparasse para possíveis perigos inesperados que eu não podia ver. Ao continuar em
direção a meu destino, diminuí a velocidade e me mantive cuidadosamente atento a
outros sinais de perigo.

Há sinais de aviso em muitos aspectos de nossa vida. Uma febre, por exemplo,
pode ser o primeiro sintoma de uma doença. Vários indicadores financeiros e do
mercado de trabalho são usados para prever futuras tendências da economia local e
nacional. Dependendo da região do mundo em que moramos, podemos receber
alertas de inundação, avalanche, furacão, tsunami, tornado ou nevasca.

Também somos abençoados com sinais de aviso espirituais que são uma fonte
de proteção e orientação na vida. Lembrem-se de como Noé foi avisado por Deus de
coisas que ainda não se viam, “e para a salvação da sua família, preparou a arca”
(Hebreus 11:7).

Leí foi avisado de que devia sair de Jerusalém e levar a família para o deserto
porque as pessoas a quem ele tinha pregado arrependimento queriam matá-lo (ver 1
Néfi 2:1–2).
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O próprio Salvador foi poupado por meio de um aviso angelical. “Eis que o
anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e
sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de
procurar o menino para o matar” (Mateus 2:13).

Pensem na linguagem usada pelo Senhor na revelação conhecida como a


Palavra de Sabedoria: “Devido a maldades e desígnios que existem e virão a existir
no coração de homens conspiradores nos últimos dias, eu vos adverti e previno-vos,
dando-vos esta palavra de sabedoria por revelação” (Doutrina e Convênios 89:4).

Os avisos espirituais devem fazer com que vigiemos com uma atenção cada
vez maior. Vivemos em um “dia de advertência” (Doutrina e Convênios 63:58). E
como fomos e seremos avisados, precisamos, conforme admoestou o Apóstolo Paulo,
“[vigiar] (…) com toda a perseverança” (Efésios 6:18).

Oro para ter a orientação do Espírito ao descrever um sistema de aviso


espiritual que pode ajudar os pais de Sião a vigiar e a ter discernimento em relação a
seus filhos. Esse sistema de aviso se aplica a filhos de todas as idades e tem três
componentes básicos: (1) ler o Livro de Mórmon com os filhos e conversar a respeito
dele, (2) prestar espontaneamente o testemunho de verdades do evangelho para os
filhos e (3) convidar os filhos que aprendem o evangelho a agir e não apenas a
receber a ação. Os pais que fizerem diligentemente essas coisas terão a bênção de
reconhecer os primeiros sinais de crescimento espiritual em seus filhos ou das
dificuldades que eles enfrentam, estando mais bem preparados para receber
inspiração a fim de fortalecer e ajudar os filhos.

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Componente Número Um:
Ler o Livro de Mórmon e Conversar sobre Ele

O Livro de Mórmon contém a plenitude do evangelho do Salvador e é o único livro


que o próprio Senhor testificou ser verdadeiro (ver Doutrina e Convênios 17:6, ver
também Russell M. Nelson, “Testemunho do Livro de Mórmon”, A Liahona, janeiro
de 2000, p. 82). De fato, o Livro de Mórmon é a pedra angular de nossa religião.

O poder que o Livro de Mórmon tem de convencer e converter decorre de seu


enfoque central no Senhor Jesus Cristo e da clareza e simplicidade de seus
ensinamentos. Néfi declarou: “Minha alma se deleita em esclarecer o meu povo, para
que aprenda” (2 Néfi 25:4). A palavra “esclarecer” nesse versículo significa instruir
as pessoas de modo claro e facilmente compreensível.

O Livro de Mórmon é o mais correto de todos os livros do mundo porque se


centraliza na Verdade (ver João 14:6; 1 Néfi 13:40), sim, em Jesus Cristo, e restaura
as coisas simples e preciosas que foram tiradas do evangelho verdadeiro (ver 1 Néfi
13:26, 28–29, 32, 34–35, 40). A combinação especial desses dois fatores — o
enfoque no Salvador e a clareza dos ensinamentos — promove o recebimento do
vigoroso testemunho do terceiro membro da Trindade, o Espírito Santo. Por isso, o
Livro de Mórmon fala ao espírito e ao coração do leitor como nenhum outro livro de
escrituras.

O Profeta Joseph Smith ensinou que o cumprimento dos preceitos ensinados no


Livro de Mórmon pode ajudar a aproximar-nos de Deus mais do que os de qualquer
outro livro (ver Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 68).
A leitura do Livro de Mórmon e conversas frequentes a respeito dele são coisas que
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promovem a capacidade de resistir à tentação e de desenvolver o amor na família. As
conversas sobre as doutrinas e os princípios do Livro de Mórmon proporcionam
oportunidades para que os pais observem os filhos, para ouvi-los, aprender com eles e
ensiná-los.

Os jovens de todas as idades, inclusive os bebês, podem ser influenciados pelo


espírito especial do Livro de Mórmon, como realmente o são. Talvez as crianças não
compreendam todas as palavras e histórias, mas sem dúvida sentem o “espírito
familiar” descrito por Isaías (Isaías 29:4; ver também 2 Néfi 26:16). E as perguntas
que uma criança faz, as observações que compartilha e as conversas das quais
participa oferecem sinais de aviso essenciais. É importante notar que essas conversas
podem ajudar os pais a discernir o que os filhos aprendem, pensam e sentem a
respeito das verdades contidas nesse sagrado livro de escrituras, bem como as
dificuldades que enfrentam.

Componente Número Dois:


Prestar Testemunho Espontaneamente

O testemunho é o conhecimento pessoal, com base no testemunho do Espírito,


de que certos fatos de significado eterno são verdadeiros. O Espírito Santo é o
terceiro membro da Trindade, o mensageiro do Pai e do Filho e o professor e guia de
toda a verdade (ver João 14:26; 16:13). Portanto, “pelo poder do Espírito Santo
[podemos] saber a verdade de todas as coisas” (Morôni 10:5).

O conhecimento e a convicção espiritual que recebemos do Espírito Santo são


resultado de revelação. A busca e a obtenção dessas bênçãos exigem um coração
sincero, real intenção e fé em Cristo (ver Morôni 10:4). Um testemunho pessoal
também traz consigo responsabilidades.

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Os pais devem manter-se vigi- lantes e espiritualmente atentos a oportunidades
espontâneas de prestar testemunho aos filhos. Essas ocasiões não precisam ser
programadas, marcadas ou ensaiadas. Na verdade, quanto menos formal for o
testemunho, maior será a probabilidade de edificação e de uma influência duradoura.
“Nem de antemão vos preocupeis com o que haveis de dizer; mas entesourai sempre
em vossa mente as palavras de vida e na hora precisa vos será dada a porção que será
concedida a cada homem” (Doutrina e Convênios 84:85).

Por exemplo, uma conversa espontânea da família no jantar pode ser a ocasião
perfeita para que um pai ou uma mãe conte uma bênção específica que recebeu
durante as atividades relativamente rotineiras do dia e preste testemunho dela. E o
testemunho nem sempre precisa começar com a frase: “Presto meu testemunho”. Ele
pode simplesmente ser declarado da seguinte maneira: “Sei que fui abençoado com
inspiração no trabalho hoje” ou “A verdade contida nessa escritura sempre foi uma
vigorosa fonte de orientação para mim”. Oportunidades semelhantes de prestar
testemunho podem também surgir ao viajarmos juntos de carro ou de ônibus e em
muitas outras situações.

A reação dos filhos a esses testemunhos inesperados e sua disposição ou


relutância em participar emitem fortes sinais de aviso espirituais. O comentário de um
filho sobre uma lição aprendida no estudo familiar das escrituras ou sua sincera
preocupação com um princípio ou prática do evangelho podem ser coisas muito
esclarecedoras e podem ajudar os pais a compreender melhor as dúvidas ou
necessidades específicas de um filho. Essas conversas — especialmente quando os
pais estão tão ávidos para ouvir atentamente quanto para falar — podem promover
um ambiente seguro de apoio no lar e incentivar a comunicação constante sobre
tópicos difíceis.

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Componente Número Três:
Convidar os Filhos a Agir

Na grande divisão de todas as criações de Deus, há “coisas que agem como as que
recebem a ação” (2 Néfi 2:14). Como filhos de nosso Pai Celestial, fomos
abençoados com o dom do arbítrio moral: a capacidade e o poder de agir por nós
mesmos. Tendo o arbítrio, somos agentes, e devemos principalmente agir e não
apenas receber a ação, ainda mais quando “[procuramos] conhecimento, (…) pelo
estudo e também pela fé” (Doutrina e Convênios 88:118).

Sendo pessoas que aprendem o evangelho, devemos ser “cumpridores da


palavra, e não somente ouvintes” (Tiago 1:22). Nosso coração se abre para a
influência do Espírito Santo quando exercemos devidamente o arbítrio e agimos de
acordo com princípios corretos — e assim permitimos que Ele nos ensine e testifique
para nós. Os pais têm a sagrada responsabilidade de ajudar os filhos a agir e a
procurar aprender pela fé. E o filho nunca é jovem demais para participar desse
padrão de aprendizado.

Quando damos um peixe a um homem, nós lhe proporcionamos uma refeição.


Quando ensinamos um homem a pescar, nós o alimentamos por toda a vida. Como
pais e professores do evangelho, não estamos no negócio de distribuição de peixes,
mas nosso trabalho é o de ajudar os filhos a aprenderem a “pescar” e a tornarem-se
espiritualmente inabaláveis. Esse objetivo vital é mais bem cumprido quando
incentivamos os filhos a agir de acordo com princípios corretos, à medida que os
ajudamos a aprender na prática. “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma
doutrina conhecerá se ela é de Deus” (João 7:17). Esse aprendizado exige esforço
espiritual, mental e físico, e não apenas aceitação passiva.

Quando convidamos os filhos a agir e não apenas a receber a ação, edificamos


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sobre o alicerce da leitura do Livro de Mórmon e das conversas a respeito dele e dos
testemunhos prestados espontaneamente no lar. Imaginem uma reunião de noite
familiar em que, por exemplo, tivesse sido pedido aos filhos que se preparassem para
fazer perguntas sobre as coisas que estivessem lendo e aprendendo no Livro de
Mórmon ou sobre uma questão que tivesse sido recentemente enfatizada numa
conversa sobre o evangelho, ou num testemunho espontâneo no lar. E imaginem
ainda que os filhos fizessem perguntas às quais os pais não estivessem
adequadamente preparados para responder. Alguns pais poderiam ficar apreensivos
em relação a uma abordagem tão pouco estruturada para a noite familiar. Mas as
melhores noites familiares não são obrigatoriamente resultado de pacotes prontos,
comprados ou baixados da Internet contendo roteiros e auxílios visuais. Que gloriosa
oportunidade para os membros da família pesquisarem juntos as escrituras e serem
ensinados pelo Espírito Santo! “Porque o pregador não era melhor que o ouvinte nem
o mestre melhor que o discípulo; (…) e todos trabalhavam, cada um de acordo com
suas forças” (Alma 1:26).

Será que estamos ajudando nossos filhos a tornarem-se agentes que atuam e
buscam conhecimento pelo estudo e pela fé, ou estamos treinando nossos filhos a
esperar que sejam ensinados e recebam a ação? Será que, como pais, estamos
basicamente dando a nossos filhos o equivalente a um peixe espiritual para comer, ou
estamos constantemente ajudando-os a agir, a aprender por si mesmos e a permanecer
firmes e inamovíveis? Estamos ajudando nossos filhos a se engajarem avidamente no
empenho de pedir, buscar e bater? (Ver 3 Néfi 14:7.)

A compreensão espiritual que tivemos a bênção de receber e cuja veracidade


foi confirmada em nosso coração não pode simplesmente ser passada para nossos
filhos. O preço da diligência e do aprendizado pelo estudo e também pela fé precisa
ser pago para se obter e “possuir” pessoalmente esse conhecimento. Somente desse
modo o que sabemos na mente pode ser sentido no coração. Somente desse modo o
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filho pode passar do estágio de confiar no conhecimento e nas experiências
espirituais dos pais e adultos para o estágio de reivindicar essas bênçãos para si
mesmo. Somente desse modo nossos filhos podem estar espiritualmente preparados
para os desafios da mortalidade.

Promessa e Testemunho

Presto testemunho de que os pais que lerem constantemente o Livro de


Mórmon e conversarem a respeito dele com os filhos, que espontaneamente
prestarem testemunho aos filhos e que convidarem os filhos que aprendem o
evangelho a agir e não apenas a receber a ação serão abençoados com olhos que
conseguem enxergar longe (ver Moisés 6:27) e ouvidos que podem ouvir o som da
trombeta (ver Ezequiel 33:2–16). O discernimento espiritual e a inspiração que
receberão pela combinação desses três hábitos santificados vão permitir que vocês
sejam atalaias na torre para sua família — “vigiando (…) com toda a perseverança”
(Efésios 6:18) — para abençoar tanto seus familiares mais próximos quanto sua
posteridade futura.

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CAPÍTULO TRÊS

ORAR FERVOROSAMENTE:

PEDINDO, BUSCANDO e BATENDO

Néfi no dá um grandioso exemplo de um princípio básico que é essencial para


o nosso aprendizado espiritual, para o nosso progresso como indivíduo e como
família, para o nosso trabalho no ministério e para o crescimento do reino de Deus
nestes últimos dias na terra.
Depois de ser levado em espírito e ver todas as coisas que seu pai, Leí, tinha
visto na visão da árvore da vida, Néfi retornou para a tenda de seu pai.
“E aconteceu que vi meus irmãos e eles discutiam entre si quanto às coisas que
meu pai lhes dissera.
“Pois ele verdadeiramente lhes dissera muitas coisas grandiosas que eram de
difícil compreensão, a menos que se perguntasse ao Senhor; e como eram duros de
coração, não procuravam o Senhor como deviam” (1Néfi 15:2-3; grifo do autor).
Néfi ficara apreensivo por causa da dureza do coração de seus irmãos, e ele se
reuniu com eles para saber o motivo daquelas discussões.
“E eles responderam: Eis que não podemos compreender as palavras de nosso
pai concernentes aos ramos naturais da oliveira e também aos gentios” (1Néfi 15:7).
Em seguida, com uma pergunta direta, Néfi mostrou um principio básico do
aprendizado espiritual.
“E disse-lhes eu: Haveis perguntado ao Senhor?” (1Néfi 15:8; grifo do autor).
Néfi então descreveu um importante padrão associado ao aprendizado das
coisas de Deus.
“Não vos lembrais das coisas que o Senhor disse?—Se não endurecerdes vosso
coração e me pedirdes com fé, acreditando que recebereis, guardando diligentemente
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os meus mandamentos, certamente estas coisas vos serão dadas a conhecer” (1Néfi
15:11).
Perguntar é um ato que significa pedir, requisitar, peticionar, solicitar,
investigar e explorar. Perguntar ao Senhor requer de nós mais que mera ou
simplesmente pedir; é um processo espiritual exigente e rigoroso. O desejo sincero (a
preparação diligente e a plena convicção de se comprometer a agir de acordo com a
resposta dada) precede a oração. Assim perguntar ao Senhor inclui pedir, mas
somente pedir, por si só, não é a única coisa envolvida no ato de perguntar.
Oliver Cowdery aprendeu esta importante lição em 1829 enquanto ele estava
ajudando Joseph Smith na tradução do Livro de Mórmon.
“Eis que não compreendeste; supuseste que eu o concederia a ti, quando nada
fizeste a não ser pedir-me.
“Mas eis que eu te digo que deves estudá-lo bem em tua mente; depois me
deves perguntar se está certo e, se estiver certo, farei arder dentro de ti o teu peito;
portanto sentirás que está certo” (Doutrina e Convênios 9:7-8).
As escrituras estão repletas de exemplos de perguntas feitas ao Senhor.
“E aconteceu que eu, Néfi, fiz um arco de madeira e, de uma vara reta, fiz uma
flecha; portanto me armei de um arco e flecha, uma funda e pedras. E perguntei a
meu pai: Aonde deverei ir para obter alimento?

“E aconteceu que ele perguntou ao Senhor, porque eles se haviam humilhado


por causa das minhas palavras; porque eu lhes dissera muitas coisas com toda a
energia de minha alma.
“E aconteceu que meu pai ouviu a voz do Senhor; e ele foi realmente
repreendido por ter murmurado contra o Senhor, de tal forma que mergulhou em
profundo pesar” (1 Néfi 16:23-25; grifo do autor).
“Portanto, devo dizer-vos a verdade, de acordo com a clareza da palavra de
Deus. Pois eis que, tendo eu inquirido o Senhor, assim me veio a palavra, dizendo:
Jacó, vai ao templo amanhã e declara a esse povo a palavra que te darei” (Jacó 2:11;
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grifo do autor).
“E então o espírito de Alma tornou a perturbar-se. E dirigindo-se ao Senhor,
perguntou-lhe o que deveria fazer a respeito do assunto, porque temia proceder mal
aos olhos do Senhor” (Mosias 26:13; grifo do autor).
“E o rei Mosias foi e inquiriu ao Senhor se deveria deixar seus filhos subirem
para pregar a palavra entre os lamanitas” (Mosias 28:6; grifo do autor).
“ Mas disse-lhes o rei: Eis que os nefitas nos destruirão, por causa dos muitos
assassinatos e pecados que contra eles cometemos.
7 E Amon disse: Irei e consultarei o Senhor; e se ele nos disser que desçamos até
nossos irmãos, ireis?
8 E disse-lhe o rei: Sim, se o Senhor nos disser que devemos ir, desceremos até
nossos irmãos e seremos seus escravos (Mosias 27:6-8; grifo do autor).
“Por conseguinte, há uma hora designada para os homens levantarem-se dentre
os mortos; e há um espaço entre a hora da morte e a da ressurreição. E agora, o que é
feito da alma dos homens durante esse espaço de tempo é o que perguntei
diligentemente ao Senhor; e isto é uma coisa que eu sei (Mosias 40:9; grifo do autor).
E aconteceu que Jarede falou novamente a seu irmão, dizendo: Vai e inquire do
Senhor se nos fará sair desta terra e, se nos vai fazer sair da terra, pergunta-lhe para
onde iremos. E quem sabe se o Senhor nos guiará a uma terra escolhida entre todas as
do mundo? E se assim for, sejamos fiéis ao Senhor para que a recebamos por herança
(Ether 1:38; grifo do autor).
“Pois imediatamente após saber destas coisas sobre vós, inquiri o Senhor a
respeito do assunto. E pelo poder do Espírito Santo veio a mim a palavra do Senhor”
(Moroni 8:7; grifo do autor).
“Continuávamos ainda o trabalho da tradução, quando, no mês seguinte (maio
de 1829), fomos certo dia a um bosque para orar e consultar o Senhor a respeito do
batismo para a remissão dos pecados, mencionado na tradução das placas” (Joseph
Smith – História 1:68; grifo do autor).
“Agora, como me pediste, eis que te digo. . .
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“E se perguntares, conhecerás mistérios que são grandes e maravilhosos;
portanto exercerás teu dom para que desvendes mistérios, para que leves muitos a
conhecerem a verdade, sim, para convencê-los do erro de seus caminhos.
“Em verdade, em verdade te digo: Bem-aventurado és pelo que fizeste; porque
me procuraste e eis que, tantas vezes quantas inquiriste, recebeste instruções de meu
Espírito” (Doutrina e Convênios 6:6, 11, 14; grifo do autor).
“Em caso de dificuldade com respeito a doutrina ou princípio, se não houver
material escrito suficiente para tornar claro o caso na mente do conselho, o presidente
poderá consultar e obter a vontade do Senhor por revelação” (Doutrina e Convênios
102:23; grifo do autor).
“E também Moisés disse: Não cessarei de invocar a Deus, porque tenho outras
coisas a perguntar-lhe, pois sua glória tem estado sobre mim” (Moisés 1:18; grifo do
autor).
Orar fervorosamente é um pré-requisito necessário à inspiração e revelação.
Este padrão fica evidente nas experiencias de Néfi, Jacó, Alma, Rei Mosias, Ammon,
Irmão de Jared, Mórmon, Joseph Smith, Oliver Cowdery e Moisés citadas
anteriormente, e em todas as revelações que tem sido dadas nesta dispensação.

PEDIR, BUSCAR, BATER

Três componentes da oração fervorosa são enfatizados repetidamente nas


escrituras: pedir, buscar e bater.
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (
Mateus 7:7; grifo do autor).
“E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-
vos-á” (Lucas 11:9; grifo do autor).
“Portanto, agora que vos disse estas palavras, se não as puderdes compreender
será porque não pedis nem bateis; de modo que não sereis levados para a luz, mas
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perecereis na escuridão” (2 Néfi 32:4; grifo do autor).
“Pedi e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei e ser-vos-á aberto (3 Néfi
14:7; grifo do autor).
“Achegai-vos a mim e achegar-me-ei a vós; procurai-me diligentemente e
achar-me-eis; pedi e recebereis; batei e ser-vos-á aberto”
(Doutrina e Convênios 88:63; grifo do autor).
Pedir, buscar e bater são ingredientes ativos da oração fervorosa e indica
iniciativa, máximo comprometimento, vontade de seguir em frente com firmeza e
agir. Estes três elementos inter-relacionados e sobrepostos são parte vital do padrão
no Senhor emprega quando nos dá orientação, instrução e revelação. Honestidade,
esforço, compromisso e persistência são necessários ao pedir, buscar e bater.
Um dos mais conhecidos episódios da vida de Joseph Smith foi sua leitura dos
versículos sobre oração e fé no Novo Testamento. Quando era jovem Joseph estava
buscando conhecer a verdade sobre as religiões, então ele leu os seguintes versículos
no primeiro capítulo de Tiago:
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.
“Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando” (Tiago 1:5-6).
Por favor, note a necessidade de pedir com fé; eu entendo que significa a
necessidade de não somente se expressar mas também cumprir, a dupla obrigação de
ao mesmo tempo que pedir atender à todas exigências para se comunicar e agir.
Ponderemos sobre este texto bíblico que inspirou Joseph a ir até um bosque de
árvores próximo à sua casa para inquirir ao Senhor e assim obter conhecimento
espiritual. Considere as perguntas orientadas para a ação que Joseph tinha formulado
em sua mente e sentido em seu coração; perguntas estas que ele levou para o bosque.
“Em meio a essa guerra de palavras e divergência de opiniões, muitas vezes
disse a mim mesmo: Que deve ser feito? Quem, dentre todos esses grupos está acerto,
ou estão todos igualmente errados? Se algum deles é correto, qual é, e como poderei
sabê-lo? . . .
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“ Meu objetivo ao dirigir-me ao Senhor era saber qual de todas as seitas estava
certa, a fim de saber a qual me unir. Portanto, tão logo me controlei o suficiente para
poder falar, perguntei aos Personagens que estavam na luz acima de mim qual de
todas as seitas estava certa (pois até aquele momento jamais me ocorrera que todas
estivessem erradas) e a qual me unir” (Joseph Smith – História 1:10,18).
Perceba que as perguntas de Joseph focavam não somente o que ele precisava
saber mas também o que precisava fazer. E sua primeira pergunta centrava-se naquilo
que tinha que ser feito! Não havia simplicidade no fervor da sua prece: Ao invés de
perguntar qual igreja está correta? Sua pergunta foi: A qual igreja deveria se unir?
Assim, a dispensação da plenitude dos tempos começou porque o jovem Joseph
Smith consultou o Senhor com fé, pedindo, buscando e batendo.
Três anos após a Primeira Visão, Moroni apareceu a Joseph em resposta à sua
fervorosa oração buscando saber sua condição diante de Deus. Na história de Joseph
Smith nós aprendemos sobre as preocupações existentes no coração do jovem Joseph
antes da visitação de Moroni.
“Depois de me haver recolhido, recorri à oração e à súplica ao Deus Todo-
Poderoso para pedir perdão por todos os meus pecados e imprudências, pedindo
também uma manifestação para que eu pudesse saber qual era o meu estado e posição
perante ele” (Joseph Smith – História 1:29).
Novamente, peço que observe que Joseph tinha uma pergunta específica sobre
sua condição diante do Senhor, e Joseph ajoelhou-se em oração para pedir, para
buscar e para bater.
Quase todas as primeiras revelações à indivíduos na Igreja: para Joseph Smith
Sr.; Hyram Smith; Oliver Cowdery; Joseph Knight; David, Peter, John e Cristian
Whitmer; foram dadas em resposta aos questionamentos destes homens buscando
saber seus deveres com respeito ao crescimento da obra do Senhor. Cada um desses
homens vieram ao Profeta Joseph com uma ou várias perguntas. Eles estavam
seguindo a orientação do Senhor: “E se fordes purificados e lavados de todo pecado,
pedireis ao Pai o que quer que desejardes, em nome de Jesus, e será feito.
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Mas sabei isto: Ser-vos-á indicado o que devereis pedir” (Doutrina e
Convênios 50:29-30). Estes irmãos estavam zelosamente engajados no processo de
consultar ao Senhor pedindo, buscando e batendo.
Considere mais dois exemplos de oração fervorosa ocorridos nos primeiros
dias da Restauração.
A instrução inspirada a respeito da organização e governo da igreja (Doutrina e
Convênios 20) foi dada em resposta às orações e perguntas de Joseph e Oliver
concernentes ao sacerdócio e sua organização.
A grande revelação sobre o sacerdócio e as relações dos quóruns uns com os
outros (Doutrina e Convênios 107) também foram dadas em resposta a uma petição
dos Doze ao Profeta Joseph Smith.
“ESCUTAI, ó élderes da minha igreja, e dai ouvidos à voz do Deus vivo; e
atentai para as palavras de sabedoria que vos serão dadas, segundo o que haveis
perguntado” (Doutrina e Convênios 50:1; grifo do autor).

UM PRINCÍPIO, UM PADRÃO e EXIGÊNCIAS BÁSICAS

O princípio da oração fervorosa e o padrão do pedir, buscar e bater fazem três


exigências fundamentais para cada um de nós na qualidade de aprendizes nestes
últimos dias.

EXIGÊNCIA #1:
Consultar o Senhor pedindo, buscando e batendo além de requerer é uma
expressão de fé no Salvador.
A verdadeira fé está focada no Senhor Jesus Cristo e em Seus atributos como o
Filho de Deus e na Sua missão e ministério. Tal fé sempre promove atos justos. As
Dissertações Sobre a Fé dizem que “fé [é] o primeiro princípio na religião revelada, e
o fundamento de toda retidão” e que ela é também o princípio de ação em todos os
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seres inteligentes. A ação por si só não é fé no Salvador, mas o agir em concordância
com princípios corretos é o componente central da fé. Assim, “fé sem obras é morta”
(Tiago 2:20).
“Fé não é somente um princípio de ação, mas também de poder, em todos os
seres inteligentes, tanto nos céus quanto na terra” (Dissertações Sobre a Fé, 3).
Assim, a fé em Cristo promovem atos justos que ampliam nossa capacidade espiritual
e poder.
A compreensão de que a fé é um princípio de ação e de poder inspira-nos:
• A exercer nosso livre arbítrio moral em conformidade com as verdades do
evangelho;
• A convidar os poderes redentores e fortalecedores da Expiação do Salvador a
adentrar nossas vidas;
• A ampliar o poder que temos dentro de nós de sermos nossos próprios árbitros
(veja Doutrina e Convênios 58:28);
e é essencial para se conseguir inspiração através do pedir, buscar e bater.
Orar fervorosamente pedindo, buscando e batendo envolve a comunicação
sagrada e o trabalho consagrado. As bençãos que buscamos, tal como a inspiração e a
orientação do Nosso Pai, requerem algum esforço de nossa parte antes que nós
possamos obtê-las. E a oração, como uma forma de trabalho, é um dos meios
indicados para se obter a maior de todas as bençãos (see Bible Dictionary, “Prayer,”
753). Nós seguimos em frente e perseveramos no trabalho consagrado de orar
fervorosamente depois que dizemos “amém” e agimos sobre as coisas que nós
expressamos ao Pai Celestial. Nós buscamos e batemos tanto antes quanto depois de
pedirmos com fé.

EXIGÊNCIA #2
Devemos ser simultaneamente persistente e paciente neste processo ativo de pedir,

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buscar e bater.

Observe a perseverança na oração fervorosa na seleção de exemplos bíblicos a


seguir.
“Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
“E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso
coração” (Jeremias 29:12-13; grifo do autor).

“E minha alma ficou faminta; e ajoelhei-me ante o meu Criador e clamei-lhe,


em fervorosa coração e súplica, por minha própria alma; e clamei o dia inteiro; sim, e
depois de ter anoitecido, continuei a elevar minha voz até que ela chegou aos céus”
(Enos 1:4; grifo do autor).

“E isto não é tudo. Não supondes que eu próprio saiba destas coisas? Eis que
vos testifico que sei que estas coisas de que falei são verdadeiras. E como supondes
que eu tenho certeza de sua veracidade?

“Eis que eu vos digo que elas me foram amostradas pelo Santo Espírito de
Deus. Eis que jejuei e orei durante muitos dias, a fim de saber estas coisas por mim
mesmo. E agora sei por mim mesmo que são verdadeiras, porque o Senhor Deus mas
revelou por seu Santo Espírito; e este é o espírito de revelação que está em mim
(Alma 5:45-46; grifo do autor).

“Ora, esses filhos de Mosias estavam com Alma na ocasião em que o anjo lhe
apareceu pela primeira vez; portanto Alma se regozijou muito por haver encontrado
seus irmãos; e o que o alegrou ainda mais foi que eles ainda eram seus irmãos no
Senhor; sim, e haviam-se fortalecido no conhecimento da verdade; porque eram
homens de grande entendimento e haviam examinado diligentemente as escrituras
para conhecerem a palavra de Deus.
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Isto, porém, não é tudo; haviam-se devotado a muita oração e jejum; por isso
tinham o espírito de profecia e o espírito de revelação; e quando ensinavam, faziam-
no com poder e autoridade de Deus” (Alma 17:2-3; grifo do autor).

“Sim, e quando não clamardes ao Senhor, deixai que se encha o vosso coração,
voltado continuamente para ele em oração pelo vosso bem-estar, assim como pelo
bem-estar de todos os que vos rodeiam” (Alma 34:27; grifo do autor).

“Aconselha-te com o Senhor em tudo que fizeres e ele dirigir-te-á para o bem;
sim, quando te deitares à noite, repousa no Senhor, para que ele possa velar por ti em
teu sono; e quando te levantares pela manhã, tem o teu coração cheio de
agradecimento a Deus; e se fizeres essas coisas, serás elevado no último dia.

“Eis que em verdade, em verdade vos digo que deveis vigiar e orar sempre para
não cairdes em tentação; porque Satanás deseja ter-vos para vos peneirar como trigo.

“Portanto deveis sempre orar ao Pai em meu nome.

“E tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, que seja justo, acreditando que
recebereis, eis que vos será dado.

“Orai ao Pai no seio de vossa família, sempre em meu nome, a fim de que
vossas mulheres e vossos filhos sejam abençoados” (3 Néfi 18:18-21; grifo do
autor).

“E aconteceu que ele [Jesus] ordenou à multidão que não cessassem de orar
em seu coração” (3 Néfi 20:1; grifo do autor).

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“Ora sempre, para que saias vencedor; sim, para que venças Satanás e escapes
das mãos dos servos de Satanás, que apoiam o trabalho dele” (Doutrina e Convênios
10:5; grifo do autor).

“Buscai diligentemente, orai sempre e sede crentes; e todas as coisas


contribuirão para o vosso bem, se andardes retamente e vos lembrardes do convênio
que fizestes uns com os outros” (Doutrina e Convênios 90:24; grifo do autor).

A persistência destacada nos versículos anteriores deve ser complementada


com a paciência e longanimidade. O objetivo do fervor da nossa oração não deve ser
apresentar uma lista de desejos ou uma série de solicitações ou exigências, mas
garantir a nós mesmos e para outros as bençãos que Deus está ansioso por conceder-
nos, de acordo com sua vontade e tempo. Toda oração sincera é ouvida e respondida
pelo nosso Pai Celeste, mas as respostas que nós recebemos talvez não sejam o que
esperamos, nem talvez elas venham quando nós queremos ou da maneira que
prevemos. Nós devemos aprender a “esperar no Senhor.”

“Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.

“Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do SENHOR”


(Lamentações 3:25-26; grifo do autor).

“Espera no SENHOR, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois,


no SENHOR.
(Salmos 27:14; grifo do autor).

“Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o


meu clamor. (Salmos 40:1; grifo do autor).

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“Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como
águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão (Isaías 40:31;
grifo do autor).

“E saberás que eu sou o SENHOR, que os que confiam em mim não serão
confundidos” (Isaías 49:23; grifo do autor).

“Eu, porém, olharei para o SENHOR; esperarei no Deus da minha salvação; o


meu Deus me ouvirá” (Miquéias 7:7; grifo do autor).

“EM verdade vos digo, meus amigos: Não temais; que se console vosso
coração; sim, regozijai-vos sempre e em tudo dai graças;

Esperando pacientemente no Senhor, porque vossas orações chegaram aos


ouvidos do Senhor de Sabaote e estão registradas com este selo e testamento—o
Senhor jurou e decretou que serão atendidas” (Doutrina e Convênios 98:1-2; grifo do
autor).

Devemos sempre nos lembrar de “não disputar porque [nós] não vemos, pois
[nós] não receberemos testemunho senão depois da prova de nossa fé” (Éter 12:6).
Assim como as paredes da prisão em que estavam Alma e Amuleque não ruíram
“antes da prova da fé deles,” e também como Amon e seus irmãos missionários não
testemunharam milagres em seu ministério antes da prova da fé (ver Éter 12:12–15),
assim também muitas orações fervorosas não serão respondidas “antes da prova da
fé” e serão atendidas “de acordo com a fé expressa em suas orações” (Doutrina e
Convênios 10:47).

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EXIGÊNCIA #3
Discernir e aceitar a vontade de Deus em nossas vidas são elementos fundamentais
da oração fervorosa que visa pedir, buscar e bater

Somente dizer as palavras “Que seja feita a tua vontade” não é suficiente. Cada
um de nós precisa da ajuda de Deus ao submetermos nossa vontade a Ele.
“A oração é o ato pelo qual a vontade do Pai e a vontade de um filho entram
em sintonia (Bible Dictionary, “Prayer,” 752-53). Humildade, sinceridade e oração
persistente ajuda-nos a reorganizar e alinhar a nós mesmos com a vontade do nosso
Pai Celeste. E disso o Salvador deu o perfeito exemplo quando ele orou no Jardim do
Gethsemane:
“Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha
vontade, mas a tua.

“E, posto em agonia, orava mais intensamente” (Lucas 22:42)


A submissão da nossa vontade à vontade do Pai é um tema frequentemente
destacado nas escrituras.

“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7;
grifo do autor).
“Porque o homem natural é inimigo de Deus e tem-no sido desde a queda de
Adão e sê-lo-á para sempre; a não ser que ceda ao influxo do Santo Espírito e
despoje-se do homem natural e torne-se santo pela expiação de Cristo, o Senhor; e
torne-se como uma criança, submisso, manso, humilde, paciente, cheio de amor,
disposto a submeter-se a tudo quanto o Senhor achar que lhe deva infligir, assim
como uma criança se submete a seu pai” (Mosias 3:19; grifo do autor).

“E aconteceu que as cargas impostas a Alma e seus irmãos se tornaram leves;


sim, o Senhor fortaleceu-os para que pudessem carregar seus fardos com facilidade; e
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submeteram-se de bom grado e com paciência a toda a vontade do Senhor” (Mosias
24:15; grifo do autor).

“E agora, quisera que fôsseis humildes e submissos e mansos; fáceis de


persuadir, cheios de paciência e longanimidade; sendo moderados em todas as coisas;
guardando diligentemente os mandamentos de Deus em todos os momentos; pedindo
as coisas necessárias, tanto espirituais como materiais; agradecendo sempre a Deus
por tudo quanto recebeis” (Alma 7:23; grifo do autor).

“Mas que vos humilheis perante o Senhor e invoqueis seu santo nome e vigieis
e oreis continuamente para não serdes tentados além do que podeis suportar; e serdes
assim conduzidos pelo Santo Espírito, tornando-vos humildes, mansos, submissos,
pacientes, cheios de amor e longanimidade” (Alma 13:28; grifo do autor).

“Não obstante, jejuavam e oravam freqüentemente e tornavam-se cada vez


mais fortes em sua humildade e cada vez mais firmes na fé em Cristo, enchendo a
alma de alegria e consolo, sim, purificando e santificando o coração, santificação essa
resultante da entrega de seu coração a Deus” (Helamã 3:35; grifo do autor).

O exemplo perfeito de submissão que eu e você devemos nos esforçar para


atingir em nossas vidas é encontrado no relacionamento entre Jesus e seu Pai.

“Sim, desse modo será conduzido, crucificado e morto, a carne sujeitando-se à


morte, a vontade do Filho sendo absorvida pela vontade do Pai.

“E assim rompe Deus as ligaduras da morte, havendo conquistado a vitória


sobre a morte; dando ao Filho o poder de interceder pelos filhos dos homens—

“Havendo ascendido ao céu, tendo as entranhas cheias de misericórdia; estando


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cheio de compaixão pelos filhos dos homens; interpondo-se entre eles e a justiça;
havendo rompido as ligaduras da morte, tomado sobre si as iniqüidades e
transgressões deles, havendo-os redimido e satisfeito as exigências da justiça (Mosias
15:7-9; grifo do autor).
Da mesma maneira, para que o fervor da oração feita visando pedir, buscar e
bater seja suficiente é necessário que nossa vontade individual seja submetida à
vontade divina e ao tempo do Pai e do Filho.

RESUMO

Cada e todos os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias tem a responsabilidade pessoal de aprender e viver as verdades do evangelho
restaurado do Salvador. O princípio da oração fervorosa e do padrão de pedir, buscar
e bater permite-nos obter o conhecimento, entendimento e inteligencia que são
essenciais para tornarmo-nos membros da Igreja viva do Senhor.
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado,
sabendo de quem o tens aprendido” (2 Timóteo 3:14; grifo do autor).
“Aprende de mim e ouve minhas palavras; anda na mansidão de meu Espírito e
terás paz em mim” (Doutrina e Convênios 19:23).

PONTOS A PONDERAR

1. Qual o papel da oração fervorosa no cumprimento da minha responsabilidade


individual como discípulo?
2. O que eu aprendi sobre o relacionamento entre o princípio da fé no Senhor Jesus
Cristo e o padrão do pedir, buscar e bater?
3. O que eu posso e devo fazer para cada vez mais submeter minha vontade à vontade
Dele?
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ASSUNTOS RELACIONADOS
COM O CAPÍTULO TRÊS

O princípio da oração fervorosa e o padrão do pedir, buscar e bater são vitais


na obtenção de conhecimento, entendimento e inteligencia que são necessários para
que possamos saber o que nós precisamos saber, viver como nós devemos viver, e
nos tornar o que o Mestre espera que nos tornemos; membros ativos da Igreja viva do
Salvador.
Os assuntos a seguir focam a importância de uma vida diária repleta de fé e
orações significativas, banquetes da palavra de Cristo através do estudo diligente das
escrituras e do espírito de revelação.

ORAR SEMPRE
Liahona, Novembro 2008

Quero abordar três princípios que podem ajudar nossas orações a se tornarem
mais significativas, e oro pedindo a ajuda do Espírito Santo para mim e para vocês.

Princípio # 1. A oração se torna mais significativa quando nos aconselhamos com


o Senhor em todas as coisas (ver Alma 37:37).

Em termos simples, a oração é a comunicação entre o Pai Celestial e Seus


filhos e filhas aqui na Terra. “Assim que aprendemos o verdadeiro relacionamento
que temos com Deus (ou seja, que Deus é nosso Pai, e nós somos Seus filhos), então
a oração imediatamente se torna algo natural e instintivo para nós” (Bible Dictionary,
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“Prayer”, p. 752). Somos ordenados a orar sempre ao Pai em nome do Filho (ver 3
Néfi 18:19–20). Recebemos a promessa de que, se orarmos com sinceridade pelo que
é certo e bom, e que esteja de acordo com a vontade de Deus, podemos ser
abençoados, protegidos e orientados (ver 3 Néfi 18:20; Doutrina e Convênios 19:38).

A revelação é a comunicação entre o Pai Celestial e Seus filhos aqui na Terra.


Quando pedimos com fé, podemos receber revelação sobre revelação, e
conhecimento sobre conhecimento, vindo a conhecer os mistérios e as coisas
pacíficas que proporcionam alegria e vida eterna (ver Doutrina e Convênios 42:61).
Mistérios são aqueles assuntos que somente podem ser conhecidos e compreendidos
pelo poder do Espírito Santo (ver Harold B. Lee, Ye Are the Light of the World,
[1974], p. 211).

As revelações do Pai e do Filho são transmitidas pelo terceiro membro da


Trindade, sim, o Espírito Santo. O Espírito Santo é a testemunha e o mensageiro do
Pai e do Filho.

Os padrões usados por Deus para criar a Terra são instrutivos para ajudar-nos a
compreender como fazer orações significativas. No terceiro capítulo do livro de
Moisés, aprendemos que todas as coisas foram criadas espiritualmente antes de
existirem fisicamente na Terra.

“E agora, eis que eu te digo que estas são as gerações do céu e da Terra, quando
foram criados, no dia em que eu, o Senhor Deus, fiz o céu e a Terra;

E toda planta do campo, antes de estar na Terra, e toda erva do campo, antes de
brotar. Pois eu, o Senhor Deus, criei todas as coisas das quais falei espiritualmente,
antes que elas existissem fisicamente na face da Terra” (Moisés 3:4–5).

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Aprendemos nesses versículos que a criação espiritual precedeu a criação
física. De modo semelhante, uma oração significativa pela manhã é um elemento
importante na criação espiritual de cada dia — e precede a criação física, ou a
execução propriamente dita de cada dia. Assim como a criação física estava vinculada
à criação espiritual, sendo uma continuação dela, assim também uma oração
significativa pela manhã está vinculada à da noite, que é uma continuação dela.

Pensem neste exemplo. Pode haver coisas em nosso caráter ou comportamento


ou que tenham a ver com nosso crescimento espiritual sobre as quais precisamos
aconselhar-nos com o Pai Celestial na oração matinal. Depois de expressar nossos
devidos agradecimentos pelas bênçãos recebidas, suplicamos por entendimento,
orientação e ajuda para fazer as coisas que não conseguimos fazer somente com
nossas forças. Por exemplo, ao orar, podemos:

• Refletir sobre as ocasiões em que falamos de modo ríspido ou impróprio com


as pessoas que mais amamos.
• Reconhecer que sabemos agir de modo melhor, mas nem sempre o fazemos
de acordo com nosso conhecimento.

• Expressar remorso por nossas fraquezas e por não nos esforçarmos mais para
abandonar o homem natural.

• Decidir que seguiremos mais plenamente o exemplo do Salvador em nossa


vida.

• Suplicar por mais forças para agir melhor e tornar-nos melhores.

Uma oração assim é uma parte vital da preparação espiritual para nosso dia.

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Durante o dia, mantemos uma prece no coração pedindo ajuda e orientação
contínuas, como Alma sugeriu: “Que todos os teus pensamentos sejam dirigidos ao
Senhor” (Alma 37:36).
Percebemos que, nesse dia em particular, haverá ocasiões em que normalmente
teríamos a tendência de falar asperamente, mas não o fazemos, ou que poderíamos
sentir raiva, mas não sentimos. Discernimos a ajuda e o fortalecimento celeste e
humildemente reconhecemos as respostas a nossa oração. Ao reconhecermos isso,
fazemos uma silenciosa oração de agradecimento.

No final do dia, ajoelhamo-nos novamente e prestamos contas a nosso Pai.


Examinamos os acontecimentos do dia e expressamos sincero agradecimento pelas
bênçãos e pela ajuda que recebemos. Arrependemo-nos e, com a ajuda do Espírito do
Senhor, identificamos maneiras pelas quais podemos agir melhor e tornar-nos
melhores no dia seguinte. Assim, a oração que fazemos à noite é um desenvolvimento
e a continuação da que fizemos pela manhã. E também nos prepara para que façamos
uma oração significativa na manhã seguinte.

A oração que fazemos pela manhã e à noite, e todas as que fazemos durante o
dia, não são acontecimentos isolados e separados, mas estão interligadas entre si a
cada dia, ao longo de dias, semanas, meses e até anos. Isso faz parte da maneira pela
qual cumprimos o conselho que lemos nas escrituras de “orar sempre” (Lucas 21:36;
3 Néfi 18:15, 18; Doutrina e Convênios 31:12). Essas orações significativas nos
ajudam a receber as maiores bênçãos que Deus reservou para Seus filhos fiéis.
A oração se torna significativa quando nos lembramos de nosso relacionamento
com Deus e seguimos este conselho:

“Sim, e roga a Deus por todo o teu sustento; sim, que todos os teus feitos sejam
para o Senhor e, aonde quer que fores, que seja no Senhor; sim, que todos os teus
pensamentos sejam dirigidos ao Senhor, sim, que o afeto do teu coração seja posto no
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Senhor para sempre.
“Aconselha-te com o Senhor em tudo que fizeres e ele dirigir-te-á para o bem;
sim, quando te deitares à noite, repousa no Senhor, para que ele possa velar por ti em
teu sono; e quando te levantares pela manhã, tem o teu coração cheio de
agradecimento a Deus; e se fizeres essas coisas, serás elevado no último dia” (Alma
37:36–37; grifo do autor).

Princípio # 2. A oração se torna mais significativa quando expressamos sincera


gratidão.

Enquanto trabalhei na Universidade Brigham Young — Idaho, minha mulher e


eu freqüentemente hospedávamos Autoridades Gerais em casa. Nossa família
aprendeu uma importante lição sobre como fazer orações significativas quando nos
ajoelhamos para orar à noite com um membro do Quórum dos Doze Apóstolos.

Cedo naquele dia, tínhamos recebido a notícia do falecimento inesperado de


um bom amigo, e nosso desejo premente era orar pela esposa e pelos filhos dele.
Quando pedi a minha esposa que fizesse a oração, o membro dos Doze, sem saber da
tragédia, sugeriu bondosamente que na oração ela expressasse apenas gratidão pelas
bênçãos recebidas e nada pedisse. Seu conselho foi semelhante ao que Alma deu aos
membros da antiga Igreja de “orar sem cessar e render graças por todas as coisas”
(Mosias 26:39). Devido à tragédia inesperada, pedir bênçãos para nossos amigos
pareceu-nos, a princípio, mais urgente do que expressar gratidão.

Minha mulher seguiu com fé a orientação que recebeu. Agradeceu ao Pai


Celestial pelas experiências significativas e memoráveis que tivemos com aquele
bom amigo. Expressou sincera gratidão pelo Espírito Santo, como Consolador, e
pelos dons do Espírito que nos permitem enfrentar a adversidade e servir as pessoas.
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Mais importante de tudo, expressou gratidão pelo plano de salvação, pelo sacrifício
expiatório de Jesus Cristo, por Sua Ressurreição, e pelas ordenanças e convênios do
evangelho restaurado que permitem que as famílias sejam unidas para sempre.

Nossa família aprendeu naquele dia uma grande lição sobre o poder da gratidão
em uma oração significativa. Devido àquela oração e por meio dela, nossa família foi
abençoada com inspiração para várias questões que estavam exigindo nossa atenção e
inquietando nosso coração. Aprendemos que a gratidão pelo plano de felicidade e
pela missão do Salvador proporcionava o consolo de que necessitávamos e fortalecia
nossa confiança de que tudo ficaria bem com nossos queridos amigos. Também
recebemos inspiração sobre as coisas pelas quais deveríamos orar e pedir com fé.

As orações mais significativas e espirituais que já vi continham muitas


expressões de agradecimento e poucos ou nenhum pedido. Como agora tenho a
bênção de orar com apóstolos e profetas, encontro entre esses líderes modernos da
Igreja do Salvador as mesmas características que descrevem o Capitão Morôni no
Livro de Mórmon: Eles são homens cujo coração transborda de gratidão a Deus pelos
muitos privilégios e bênçãos que Ele concede a Seu povo (ver Alma 48:12). Também
não repetem muitas palavras, porque lhes é manifestado o que devem dizer e estão
cheios de anseio (ver 3 Néfi 19:24). As orações dos profetas são semelhantes à de
uma criança em sua simplicidade e vigor, devido a sua sinceridade.

Ao esforçar-nos para tornar nossas orações mais significativas, devemos


lembrar que “em nada ofende o homem a Deus ou contra ninguém está acesa sua ira,
a não ser contra os que não confessam sua mão em todas as coisas e não obedecem a
seus mandamentos” (Doutrina e Convênios 59:21). Recomendo que periodicamente
façamos uma oração em que somente agradeçamos e expressemos gratidão. Não
peçam nada. Simplesmente deixem que sua alma se regozije e se esforce para
expressar gratidão com toda a energia de seu coração.
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Princípio # 3. A oração se torna mais significativa quando oramos pelos outros
com real intenção e um coração sincero.

É bom e correto pedir ao Pai Celestial as bênçãos que desejamos em nossa vida
pessoal. Contudo, orar sinceramente pelos outros, tanto aqueles que amamos quanto
aqueles que maldosamente se aproveitam de nós, também é um elemento importante
da oração significativa. Assim como o fato de expressarmos gratidão com mais
freqüência em nossa oração amplia o canal de revelação, orar pelos outros com toda a
energia da alma aumenta nossa capacidade de ouvir e seguir a voz do Senhor.

Aprendemos uma lição fundamental com o exemplo de Leí, no Livro de


Mórmon. Leí seguiu com fé a orientação e advertência profética a respeito da
destruição de Jerusalém. Em seguida, orou ao Senhor “de todo o coração, em favor de
seu povo” (1 Néfi 1:5; grifo do autor). Em resposta a sua fervorosa oração, Leí foi
abençoado com uma gloriosa visão de Deus e Seu Filho e da iminente destruição de
Jerusalém (ver 1 Néfi 1:6–9, 13, 18). Conseqüentemente, Leí regozijou-se e seu
coração transbordou por causa das coisas que o Senhor lhe havia mostrado (ver 1
Néfi 1:15). Observem que a visão veio em resposta a uma oração pelos outros, e não
devido a um pedido para que recebesse edificação ou orientação pessoal.

O Salvador é o perfeito exemplo de como orar pelos outros com real intenção.
Em Sua grandiosa Oração Intercessória, proferida na noite anterior a Sua
crucificação, Jesus orou pelos Seus Apóstolos e por todos os santos.

“Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque
são teus. (…)

E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra
hão de crer em mim; (…)
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(…) para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja”
(João 17:9, 20, 26).

Durante o ministério do Salvador no continente americano, Ele orientou o povo


a ponderar Seus ensinamentos e a orar pedindo compreensão. Ele curou os enfermos
e orou pelas pessoas, usando uma linguagem que não podia ser escrita (ver 3 Néfi
17:1–16). O impacto de Sua oração foi profundo: “ninguém pode calcular a
extraordinária alegria que nos encheu a alma na ocasião em que o vimos orar por nós
ao Pai” (3 Néfi 17:17). Imaginem como deve ter sido ouvir o Salvador do mundo
orando por nós.

Será que nosso cônjuge, filhos e outros familiares também sentem a força de
nossas orações feitas ao Pai por suas necessidades e anseios específicos? Será que as
pessoas a quem servimos nos ouvem orar por elas com fé e sinceridade? Se as
pessoas a quem amamos e servimos não ouvem e não sentem a influência de nossas
sinceras orações em favor delas, é hora de nos arrependermos. Se seguirmos o
exemplo do Salvador, nossas orações se tornarão verdadeiramente mais
significativas.

Recebemos o mandamento de “orar sempre” (2 Néfi 32:9; Doutrina e


Convênios 10:5; 90:24) — “em voz alta, assim como em [nosso] coração; (…)
perante o mundo, como também em segredo” (Doutrina e Convênios 19:28). Testifico
que a oração se torna mais significativa quando nos aconselhamos com o Senhor em
tudo o que fazemos, quando expressamos sincera gratidão e quando oramos pelos
outros com real intenção e um coração sincero.

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UM RESERVATÓRIO DE ÁGUA VIVA
Serão do Sistema Educacional da Igreja, 4 Fevereiro de 2007

Qual é a substância ou produto mais valioso do mundo?


A princípio talvez achemos que o ouro, petróleo ou diamantes tenham o maior
valor. Mas de todos os minerais, metais, jóias e solventes encontrados na Terra, o
mais valioso é a água.
A vida provém da água. A vida depende da água.
A água é o meio exigido para se realizar as várias funções associadas a todas as
formas de vida conhecidas.
Nosso corpo físico é composto de aproximadamente dois terços de água. Embora
uma pessoa possa sobreviver por muitos dias ou até semanas sem comida, geralmente
ela morre em apenas três ou quatro dias sem água. A maioria dos grandes centros
populacionais do mundo está situada perto de fontes de água potável. Em termos
simples, a vida não poderia existir sem disponibilidade e acesso a um suprimento
adequado de água pura.

Água Viva

Tendo em vista o papel vital da água na manutenção de todas as formas de


vida, a utilização que o Salvador fez do termo “água viva” tem um significado
sublime.
Conforme descrito no quarto capítulo de João, Jesus e Seus discípulos
passaram por Samaria quando viajavam da Judéia para a Galiléia. Na cidade de Sicar,
pararam junto ao poço de Jacó.

“Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.

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“(Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.)
Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a
mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os
samaritanos).

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que


te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.

“Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo;
onde, pois, tens a água viva? (...)

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter
sede;

“Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água
que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:7–
11, 13–14).

A água viva mencionada nesse episódio representa o Senhor Jesus Cristo e Seu
evangelho. Tal como a água é necessária para manter a vida física, da mesma forma o
Salvador e Suas doutrinas, princípios e ordenanças são essenciais para a vida eterna.
Todos precisamos dessa Sua água viva diariamente e em grande quantidade para
manter nosso contínuo crescimento e desenvolvimento espiritual.

As Escrituras São um Reservatório de Água Viva

As escrituras contêm as palavras de Cristo e são um reservatório de água viva


ao qual temos pronto acesso e do qual podemos beber em abundância por muito
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tempo. Todos precisamos voltar-nos para Cristo e achegar-nos a Ele, que é a “fonte de
águas vivas” (1 Néfi 11:25; compare com Éter 8:26; 12:28), lendo (ver Mosias 1:5),
estudando (ver Doutrina e Convênios 26:1), examinando (ver João 5:39; Alma 17:2) e
banqueteando-nos (ver 2 Néfi 32:3) nas palavras de Cristo, que estão contidas nas
santas escrituras. Fazendo isso, podemos receber orientação e proteção espirituais
durante nossa jornada mortal.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem a sagrada mordomia
de preservar as revelações escritas em pureza e segurança (ver Doutrina e Convênios
42:56) — esse precioso reservatório de água viva. Um trabalho monumental foi
realizado pela Igreja nas décadas de 1970 e 1980, resultando na edição das escrituras
que temos hoje com muitas notas de rodapé, referências remissivas e auxílios
didáticos, mapas e informações.

Quando a edição atualizada das escrituras foi apresentada aos membros da


Igreja no início da década de 1980, o Élder Boyd K. Packer profetizou:

“Com o passar dos anos, essas escrituras produzirão sucessivas gerações de


cristãos fiéis que conhecerão o Senhor Jesus Cristo e estarão dispostas a obedecer à
vontade Dele.

“A velha geração foi criada sem elas, mas há outra geração crescendo agora”
(Conference Report, outubro de 1982, p. 75; ou Ensign, novembro de 1982, p. 53).

Mais de duas décadas se passaram desde que o Élder Packer proferiu essas
palavras. A grande maioria de vocês só conhece as escrituras como as temos hoje.
Tenham isso em mente enquanto continuo a citar o Élder Packer.

“As revelações lhes serão apresentadas como nunca foram antes em toda a
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história do mundo. Em suas mãos foram agora colocadas as varas de José e Judá.
Vocês desenvolverão um conhecimento do evangelho que estará muito além daquele
que seus antepassados poderiam alcançar. Vocês terão o testemunho de que Jesus é o
Cristo e a competência para proclamá-Lo e defendê-Lo” (Conference Report, outubro
de 1982, p. 75; ou Ensign novembro de 1982, p. 53).

Somos abençoados não apenas por ter essas escrituras tão facilmente acessíveis
hoje em dia, mas também temos a responsabilidade de usá-las constante e
eficazmente, bebendo abundantemente do reservatório de água viva. Creio que esta
geração de jovens está mais imersa nas escrituras, conhece mais profundamente as
palavras dos profetas e está mais disposta a procurar respostas nas revelações do que
qualquer geração anterior. Mas ainda temos uma longa distância a percorrer pelo
caminho estreito e apertado —muito para aprender, aplicar e vivenciar.

Obter a Água Viva do Reservatório das Escrituras

Quero agora analisar com vocês três maneiras ou métodos básicos de se obter
água viva do reservatório das escrituras: (1) ler as escrituras do começo ao fim, (2)
estudar as escrituras por tópicos e (3) examinar as escrituras procurando correlações,
padrões e temas. Cada uma dessas abordagens pode ajudar a saciar nossa sede
espiritual se convidarmos a companhia e o auxílio do Espírito Santo ao ler, estudar e
examinar.

Ler um livro de escrituras do começo ao fim faz com que a água viva comece a
fluir para dentro de nossa vida, apresentando-nos importantes histórias, doutrinas do
evangelho e princípios eternos. Essa abordagem também nos permite aprender a
respeito dos principais personagens das escrituras e a seqüência, ocasião e contexto
dos eventos e ensinamentos. Ler a palavra escrita dessa forma expõe-nos ao conteúdo
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total de um livro de escrituras. Essa é a primeira e mais fundamental maneira de se
obter água viva.

Estudar por tópicos é geralmente uma seqüência, resultado e desenvolvimento


da leitura das escrituras do começo ao fim. Ao ler o Livro de Mórmon, por exemplo,
podemos identificar e procurar respostas para importantes dúvidas sobre doutrina e
práticas como estas:

• O que é ter fé no Salvador?

• Por que a fé em Jesus Cristo é o primeiro princípio do evangelho?

• Por que e como a fé no Redentor conduz ao arrependimento?

• Como a Expiação me fortalece para fazer coisas em minha vida diária que eu
jamais conseguiria fazer com minha própria capacidade limitada e força?

Enfocar essas questões, estudar por tópicos e usar o Guia para Estudo das
Escrituras, da combinação tríplice, são coisas que nos permitem explorar
profundamente as escrituras e obter um conhecimento espiritual muito mais rico.
Essa abordagem aumenta o fluxo de água viva para dentro de nossa vida.

Tanto a leitura do começo ao fim quanto o estudo por tópicos são pré-requisitos
para o terceiro método básico de se obter água viva do reservatório das escrituras. A
leitura de um livro de escrituras do começo ao fim provê uma gama básica de
conhecimento, ao passo que o estudo por tópicos aumenta a profundidade de nosso
conhecimento. Examinar as revelações procurando correlações, padrões e temas
aumenta nosso conhecimento espiritual, combinando e ampliando os dois primeiros
métodos. Essa abordagem amplia nossa visão e entendimento do plano de salvação.
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A meu ver, examinar diligentemente para descobrir correlações, padrões e
temas é uma parte do que significa “banquetear-nos” com as palavras de Cristo. Essa
abordagem pode abrir as comportas do reservatório espiritual, iluminar nosso
entendimento por intermédio de Seu Espírito e gerar profunda gratidão pelas santas
escrituras e um nível de dedicação espiritual que não poderiam ser obtidos de outra
forma. Essa abordagem permite que edifiquemos sobre a rocha de nosso Redentor e
suportemos os ventos da iniqüidade destes últimos dias.

Quero salientar um ponto essencial. Vocês podem a princípio supor que seria
preciso muita instrução formal para usar os métodos que estou descrevendo. Isso
simplesmente não é correto. Todo aquele que busca sinceramente a verdade, seja qual
for sua formação, pode empregar com sucesso essas abordagens simples. Não
precisamos de auxílios didáticos sofisticados nem devemos depender muito do
conhecimento espiritual de outras pessoas. Simplesmente precisamos ter o desejo
sincero de aprender, a companhia do Espírito Santo, as santas escrituras e uma mente
ativa e interessada.

O Profeta Joseph Smith ensinou que devemos “examinar as escrituras —


examinem as revelações que publicamos e perguntem a seu Pai Celestial, em nome
de Seu Filho Jesus Cristo, que lhes manifeste a verdade, e se o fizerem com os olhos
fitos em Sua glória, sem duvidar, Ele lhes responderá pelo poder de Seu Santo
Espírito. Saberão, então, por si mesmos e não por outra pessoa. Não dependerão do
homem para ter o conhecimento de Deus.” (History of the Church, vol 1 , p. 282.)

Se procurarmos, buscarmos e batermos (ver Mateus 7:7), mantendo-nos


sempre dignos de aprender pelo Espírito, então as comportas do reservatório
espiritual se abrirão para nós, e a água viva fluirá. Presto testemunho, testifico que
isso é verdade.
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Deixem-me explicar brevemente e dar exemplos do que quero dizer com
correlações, padrões e temas.

Correlações

Uma correlação é um vínculo entre idéias, pessoas, coisas ou eventos, e as


escrituras estão cheias de correlações. Pensem na relação entre o Pai Eterno e Seu
Filho Jesus Cristo (ver Mosias 15:1-9), entre a misericórdia e a graça (ver 2 Néfi 9:8),
entre as mãos limpas e um coração puro (ver Salmos 24:4), entre um coração
quebrantado e um espírito contrito (ver 3 Néfi 9:20), entre o trigo e o joio (ver
Doutrina e Convênios 101:65), entre o conhecimento e a inteligência (ver Doutrina e
Convênios 130:18-19), entre justificação e santificação (ver Doutrina e Convênios
20:30-31), entre as ovelhas e os bodes (ver Mateus 25:32-33), entre a imortalidade e a
vida eterna (ver Moisés 1:39), e inumeráveis outras. Identificar em espírito de oração,
aprender e ponderar essas correlações — as semelhanças e diferenças, por exemplo
— são uma fonte primária de água viva que promove pontos de vista inspirados e
tesouros ocultos de conhecimento.

Ao ler cada uma das obras-padrão do começo ao fim e estudar diferentes


tópicos, percebi que a palavra compreensão geralmente descrevia algo relacionado ao
coração. Dois versículos do Livro de Mórmon ilustram essa correlação:

“Não haveis aplicado vosso coração para compreender; portanto não haveis
sido sábios (...)” (Mosias 12:27; grifo do autor).

“E a multidão ouviu e dá testemunho; e abriu-se-lhes o coração e


compreenderam, no coração, as palavras com que ele orou” (3 Néfi 19:33, grifo do
autor).
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Achei muito interessante observar, nesses e em muitos outros versículos, que a
compreensão está vinculada primariamente ao coração. Observem que não somos
explicitamente aconselhados a aplicar nossa mente para compreender.
Evidentemente, precisamos usar a mente e nossa capacidade de raciocínio para obter
e avaliar informações e para chegar às devidas conclusões e decisões. Mas talvez as
escrituras estejam sugerindo que a razão e “o braço de carne” (Doutrina e Convênios
1:19) não sejam suficientes para produzir a verdadeira compreensão. Portanto,
compreender, conforme essa palavra é usada nas escrituras, não se refere única nem
primariamente à compreensão intelectual ou cognitiva. Em vez disso, a compreensão
ocorre quando algo que sabemos na mente é confirmado como verdadeiro no coração
pelo testemunho do Espírito Santo.

O dom espiritual da revelação em geral atua quando pensamentos e


sentimentos nos são colocados na mente e no coração pelo Espírito Santo (ver
Doutrina e Convênios 8:2–3; 100:5–8). Quando o testemunho e a convicção passam
de nossa cabeça para o coração, não temos mais apenas informação ou conhecimento
— mas começamos a compreender e a buscar uma vigorosa mudança no coração.
Compreender, portanto, é fruto da revelação, é um dom espiritual, é um pré-requisito
para a conversão, que nos induz a viver mais constantemente de acordo com os
princípios que estamos aprendendo.

Esse ponto de vista revelado sobre a relação entre o coração e a compreensão


influenciou muito meu método de estudo e aprendizado do evangelho, afetou
positivamente a maneira como minha mulher e eu ensinamos nossos filhos e netos,
bem como meu serviço no sacerdócio.

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Padrões

Um padrão é um plano ou modelo que pode ser usado como guia para se fazer
repetitivamente certas coisas; e as escrituras estão cheias de padrões espirituais. De
modo geral, um padrão das escrituras é mais amplo e abrangente que uma correlação.
Em Doutrina e Convênios encontramos padrões para a pregação do evangelho (ver
Doutrina e Convênios 50:13-29), para não ser enganados (ver Doutrina e Convênios
52:14;18-19), para a construção de templos (ver Doutrina e Convênios 115:14-16),
para o estabelecimento de cidades (ver Doutrina e Convênios 94), para a organização
de quóruns do sacerdócio (ver Doutrina e Convênios 107:85-100) e sumos conselhos
(ver Doutrina e Convênios 102:12), e para vários outros propósitos. Identificar e
estudar padrões das escrituras são outra importante fonte de água viva que nos
ajudam a conhecer melhor a sabedoria e a mente de Deus (ver Doutrina e Convênios
95:13).

Ao ler Doutrina e Convênios do começo ao fim e estudar esse livro por tópicos,
fiquei impressionado com um padrão que aparece em muitas das respostas do Senhor
a perguntas feitas pelos missionários. Em várias ocasiões em 1831, diversos grupos
de élderes que tinham sido chamados para pregar o evangelho quiseram saber como
deveriam proceder e por que caminho e de que modo deveriam viajar. Nas revelações
dadas por intermédio do Profeta Joseph Smith, o Senhor respectivamente aconselhou
aqueles irmãos, dizendo que poderiam viajar por água ou por terra (ver Doutrina e
Convênios 61:22); fazer ou comprar os meios de transporte necessários (ver Doutrina
e Convênios 60:5); viajar todos juntos ou de dois em dois (ver Doutrina e Convênios
62:5); e viajar para várias direções diferentes (ver Doutrina e Convênios 80:3). As
revelações instruíam especificamente os irmãos a tomar essas decisões “como [lhes
parecesse] melhor” (Doutrina e Convênios 60:5; 62:5) ou “de acordo com o que lhes
[fora] revelado, segundo seu parecer” (Doutrina e Convênios 61:22). Em cada uma
dessas ocasiões, o Salvador declarou: “A mim não importa” (Doutrina e Convênios
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60:5; 61:22; 62:5; 63:40; ver também Doutrina e Convênios 80:3).

A declaração do Senhor de que aquelas coisas “não importavam” para Ele


pode, a princípio, parecer surpreendente. É claro que o Salvador não estava dizendo
àqueles missionários que não Se importava com o que eles estavam fazendo. Em vez
disso, Ele estava salientando a importância de se colocar as coisas mais importantes
em primeiro lugar e concentrar-se nas coisas certas — e isso, naqueles casos, era
chegar ao campo de trabalho indicado e dar início à obra. Eles deviam exercer fé,
usar de bom senso, agir de acordo com a orientação do Espírito e determinar o
melhor meio de viagem até seu local de trabalho. A coisa essencial era a obra que
haviam sido chamados a executar. O modo como chegariam até lá era importante,
mas não essencial.

Que padrão notável para aplicar em nossa vida. Jesus Cristo nos conhece e nos
ama individualmente. Ele está preocupado com nosso desenvolvimento e progresso
espirituais, e nos incentiva a crescer por meio do exercício de um discernimento
inspirado, justo e sábio. O Redentor nunca nos abandonará. Devemos sempre orar
pedindo orientação e direção. Devemos sempre buscar a companhia constante do
Espírito Santo. Mas não devemos ficar desanimados se a resposta a nossos pedidos
por orientação ou ajuda não chegarem obrigatoriamente rápido. Essas respostas
raramente chegam de uma vez. Nosso progresso seria prejudicado e nosso
discernimento se tornaria fraco se toda resposta nos fosse dada imediatamente, sem
cobrar o preço de fé, trabalho, estudo e persistência.

O padrão que estou descrevendo está ilustrado sucintamente nas seguintes


instruções dadas àqueles primeiros missionários:

“Eu, o Senhor, estou de acordo, se qualquer de vós desejar viajar a cavalo ou


em mulas ou em carroças, que receba essa bênção, se a receber da mão do Senhor
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com um coração grato em todas as coisas.

“Essas coisas vos são dadas para que as façais com discernimento e conforme
as orientações do Espírito.

“Eis que vosso é o reino. E eis que eu estou sempre com os fiéis. Assim seja.
Amém” (Doutrina e Convênios 62:7–9; grifo do autor).

As questões principais desse episódio não eram cavalos, mulas ou carruagens;


mas, sim, a gratidão, o discernimento e a fidelidade. Observem os elementos básicos
desse padrão: (1) um coração grato em todas as coisas; (2) agir com discernimento e
conforme as orientações do Espírito; e (3) o Salvador sempre está com os fiéis. Será
que conseguimos perceber a orientação e a certeza, a renovação e força que podem
advir da aplicação prática desse simples padrão para obtermos discernimento
inspirado e justo? Os padrões das escrituras são realmente uma preciosa fonte de água
viva.

As decisões mais difíceis que tomamos raramente são entre o bem ou o mal, ou
entre opções atraentes ou repulsivas. Geralmente, as escolhas mais difíceis são entre
o bem e o bem. Nesse episódio das escrituras, cavalos, mulas e carruagens poderiam
ter sido opções igualmente eficazes para os missionários viajarem. De modo
semelhante, também podemos identificar, em vários momentos de nossa vida, mais
de uma oportunidade ou opção aceitável que podemos escolher para seguir. Devemos
lembrar esse padrão das escrituras ao tomar essas decisões importantes. Se
colocarmos as coisas essenciais em primeiro lugar na vida — tais como ser um
discípulo dedicado, honrar os convênios e guardar os mandamentos — então seremos
abençoados com inspiração e firme discernimento ao trilhar o caminho que nos levará
de volta a nosso lar celestial. Se pusermos as coisas essenciais em primeiro lugar, não
nos enganaremos (ver Doutrina e Convênios 80:3).
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Temas
Os temas são qualidades ou idéias abrangentes, recorrentes e unificadoras,
como fios essenciais entrelaçados por todo o texto. Geralmente, os temas das
escrituras são mais amplos e abrangentes que os padrões e as correlações. Na
verdade, os temas fornecem a base e o contexto para se compreender as correlações e
padrões. O processo de buscar e identificar temas nas escrituras conduz-nos às
doutrinas e princípios fundamentais da salvação — verdades eternas que convidam o
testemunho confirmador do Espírito Santo (ver I João 5:6). Essa abordagem para se
obter água viva do reservatório das escrituras é o mais exigente e rigoroso. Também é
o que proporciona maior edificação e renovação espiritual. E as escrituras estão
repletas de temas vigorosos.

Por exemplo: o Livro de Mórmon surgiu nesta dispensação para “convencer os


judeus e os gentios de que Jesus é o Cristo, o Deus Eterno, que se manifesta a todas
as nações” (página de rosto do Livro de Mórmon). O tema central e recorrente do
Livro de Mórmon é o convite a todos para “[vir] a Cristo [e ser] aperfeiçoados nele”
(Morôni 10:32). Os ensinamentos, admoestações, advertências e episódios desse
extraordinário livro de escrituras concentram-se todos em Jesus Cristo, como
Redentor e nosso Salvador, e prestam testemunho Dele.

Deixem-me dar-lhes alguns outros exemplos de temas importantes, usando


escrituras do Livro de Mórmon:

“(...) se os filhos dos homens guardam os mandamentos de Deus, ele alimenta-


os e fortalece-os e dá-lhes meios pelos quais poderão cumprir as coisas que lhes
ordenou” (1 Néfi 17:3).

“Prosseguir com firmeza em Cristo” (2 Néfi 31:20).

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“Os homens existem para que tenham alegria” (2 Néfi 2:25).

“Com o poder do Senhor podes realizar todas as coisas” (Alma 20:4).

“Iniqüidade nunca foi felicidade” (Alma 41:10).

Se vocês prometerem não rir, vou contar-lhes uma maneira simples que usei
para procurar temas nas escrituras. Não é que eu recomende que usem essa mesma
abordagem. Cada pessoa usa um método diferente com igual eficácia. Vou
simplesmente descrever um processo que funcionou bem para mim.

Em preparação para um discurso que fui encarregado de fazer há pouco tempo,


fui inspirado a falar sobre o espírito e os propósitos da coligação. Eu estivera
estudando e ponderando o discurso que o Élder Russell M. Nelson fez em uma
conferência recente, no qual falou do princípio da coligação (ver A Liahona,
novembro de 2006, pp. 79—82), e o tópico se adequava perfeitamente à natureza e
ocasião de meu discurso (ver The Spirit and Purposes of Gathering, discurso
proferido no devocional da BYU—Idaho em 31 de outubro de 2006).

Reconheci que tinha muito a aprender nas escrituras sobre a coligação. Por
isso, identifiquei e copiei todas as escrituras das obras-padrão que incluíam de
alguma forma a palavra coligar. Em seguida, li cada escritura procurando correlações,
padrões e temas. É importante observar que não comecei minha leitura tendo em
mente um conjunto preconcebido de coisas que estava procurando. Orei pedindo a
ajuda do Espírito Santo e simplesmente comecei a ler.

Ao analisar as escrituras que falavam da coligação, assinalei versículos que


tinham frases ou ênfases semelhantes, usando lápis coloridos. Quando terminei de ler
todas as escrituras, alguns versículos estavam assinalados em vermelho, outros, em
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verde, e alguns com outras cores.

Agora vem a parte que os fará rir. Em seguida, usei uma tesoura para recortar
as escrituras que tinha copiado e as separei por cores. O processo resultou numa
grande pilha de escrituras assinaladas em vermelho, uma grande pilha de escrituras
assinaladas em verde, e assim por diante. Depois, separei as escrituras de cada pilha
grande em pilhas menores. Como um aluno da primeira série, gostei muito de ficar
recortando com a tesoura e fazendo pilhas de escrituras!

Os resultados desse processo me ensinaram muito sobre o princípio de


coligação. Aprendi, por exemplo, ao examinar minhas grandes pilhas que as
escrituras descreviam pelo menos três aspectos-chave da coligação: os propósitos da
coligação, os tipos e locais de coligação e as bênçãos da coligação.

Observei que alguns dos propósitos básicos da coligação são adorar (ver
Mosias 18:25); receber conselho e instrução (ver Mosias 18:7), edificar a Igreja (ver
Doutrina e Convênios 101:63–64) e prover defesa e proteção (ver Doutrina e
Convênios 115:6). Ao estudar a respeito dos tipos e locais de coligação, descobri que
somos coligados em famílias eternas (ver Mosias 2:5), na Igreja restaurada (ver
Doutrina e Convênios 101:64–65), nas estacas de Sião (ver Doutrina e Convênios
109:59), nos templos sagrados (ver Alma 26:5–6) e em dois grandes centros: na velha
Jerusalém (ver Éter 13:11) e na Cidade de Sião ou Nova Jerusalém (ver Doutrina e
Convênios 42:9; Regras de Fé 1:10). Senti-me grato por aprender que a edificação
(ver Efésios 4:12–13), a preservação (ver Moisés 7:61) e o fortalecimento (ver
Doutrina e Convênios 82:14) são algumas das bênçãos da coligação.

Por meio desse processo, adquiri um apreço ainda maior pelo espírito da
coligação como parte integral da restauração de todas as coisas na dispensação da
plenitude dos tempos.
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As Bênçãos que Podemos Receber
As bênçãos de conhecimento, compreensão, revelação e êxtase espiritual que
podemos receber ao ler, estudar e examinar as escrituras são maravilhosas.
“[Banquetear-nos] com a palavra de Cristo” (2 Néfi 31:20) é edificante, emocionante
e muito agradável. A palavra é boa, pois “começa a dilatar-me a alma; sim, começa a
iluminar-me o entendimento; sim começa a ser-me deliciosa” (Alma 32:28). “Eis que
elas estão escritas e vós as tendes perante vós” (3 Néfi 20:11) — e serão em [vocês]
“uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:14).

Em minha leitura, estudo e análise pessoais das escrituras ao longo dos anos,
concentrei-me muitas vezes na doutrina da Expiação de Jesus Cristo. Nenhum evento,
conhecimento ou influência me afetou mais durante meus 54 anos de vida mortal do
que ler repetidas vezes, estudar profundamente e procurar correlações, padrões e
temas relacionados à doutrina da Expiação. Essa doutrina central de salvação foi
gradualmente se destilando em minha alma, como o orvalho do céu, influenciando
meus pensamentos, palavras e ações (ver Mosias 4:30) e, para mim, tornou-se
literalmente uma fonte de água viva.

A Visão de Leí
A importância de ler, estudar e examinar as escrituras está salientada em vários
elementos da visão que Leí teve da árvore da vida.

O patriarca Leí viu vários grupos de pessoas se esforçando para seguir pelo
caminho estreito e apertado até alcançar a árvore e seu fruto. Os membros de cada
grupo haviam entrado no caminho pela porta do arrependimento e batismo pela água
e tinham recebido o dom do Espírito Santo (ver 2 Néfi 31:17–20). A árvore da vida é
o ponto central do sonho e foi identificada em 1 Néfi 11 como uma representação de
Jesus Cristo. O fruto da árvore é um símbolo das bênçãos da Expiação do Salvador. É
interessante notar que o tema principal do Livro de Mórmon — convidar todos a vir a
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Cristo — é o ponto central da visão de Leí. É de especial interesse a barra de ferro
que conduzia até a árvore (ver 1 Néfi 8:19). A barra de ferro é a palavra de Deus.

Em 1 Néfi 8, versículos 21–23, lemos sobre um grupo de pessoas que se


esforçou e começou a trilhar o caminho que levava à árvore da vida. Contudo,
quando essas pessoas encontraram a névoa de escuridão, que representava as
tentações do diabo (ver 1 Néfi 12:17), se desorientaram, vagaram sem rumo e se
perderam.

É importante notar que não se menciona a barra de ferro nesses versículos.


Aqueles que ignoram a palavra de Deus ou a tratam com leviandade não têm acesso à
bússola divina que aponta o caminho para o Salvador. Lembrem-se de que aquele
grupo encontrou o caminho e se esforçou para trilhá-lo, mostrando ter certo grau de
fé em Cristo e convicção espiritual, mas todos foram tirados do rumo pelas tentações
do diabo e se perderam.

Nos versículos 24—28 do capítulo 8, lemos sobre um segundo grupo de


pessoas que entrou pelo caminho estreito e apertado que conduzia à árvore da vida.
Esse grupo se esforçou para atravessar a névoa de escuridão, segurando na barra de
ferro, até chegar à árvore e comer do fruto. Contudo, esse segundo grupo de pessoas
foi ridicularizado pelos que estavam no grande e espaçoso edifício, e então eles
ficaram envergonhados, seguiram por caminhos proibidos e se perderam. Observem
que está escrito que o grupo segurou na barra de ferro.

É significativo notar que o segundo grupo se esforçou com fé e dedicação.


Estas pessoas também tiveram a bênção adicional da barra de ferro, e seguraram
nela! Contudo, quando tiveram de enfrentar a perseguição e a adversidade, afastaram-
se por caminhos proibidos e se perderam. Mesmo com fé, dedicação e a palavra de
Deus, aquele grupo se perdeu — talvez porque eles somente periodicamente leram
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ou estudaram ou examinaram as escrituras. Segurar na barra de ferro me faz pensar
em “ímpetos” ocasionais de estudo ou um estudo inconstante e superficial, em vez de
uma imersão contínua na palavra de Deus.

No versículo 30 lemos sobre um terceiro grupo de pessoas. Elas se esforçaram


para avançar, continuamente agarradas à barra de ferro, até que chegaram, se
prostraram e comeram do fruto da árvore. A expressão-chave desse versículo é
continuamente agarradas à barra de ferro.

O terceiro grupo também se esforçou para avançar com fé e dedicação; no entanto,


não há indicação de que tenha se afastado, seguido por caminhos proibidos e se
perdido. Talvez esse terceiro grupo constantemente leu e estudou e examinou as
palavras de Cristo. Talvez tenha sido o fluxo constante de água viva que salvou
aquele grupo da morte. Esse é o grupo do qual devemos procurar fazer parte.

“O que significa a barra de ferro que nosso pai viu, que levava à árvore?

E eu disse-lhes que era a palavra de Deus; e todos os que dessem ouvidos à


palavra de Deus e a ela se apegassem, jamais pereceriam; nem as tentações nem os
ardentes dardos do adversário poderiam dominá-los até a cegueira, para levá-los à
destruição” (1 Néfi 15:23—24; grifo do autor).

Qual é, portanto, a diferença entre segurar na barra de ferro e agarrar-se a ela?


Acho que agarrar-se à barra de ferro tem a ver com o uso fervoroso e constante de
todas as três maneiras de se obter a água viva que nós temos tratado.
“E aconteceu que vi que a barra de ferro que meu pai tinha visto era a palavra
de Deus, que conduzia à fonte de águas vivas, ou seja, à árvore da vida (...)” (1 Néfi
11:25).

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Cada uma das abordagens — ler do começo ao fim, estudar por tópicos e
procurar correlações, padrões e temas — é edificante, instrutiva e proporciona uma
porção periódica da água viva do Salvador. Creio, porém, que o uso regular de todos
os três métodos produz um fluxo mais constante de água viva, sendo esse o
significado de agarrar-se à barra de ferro.

Por meio das atividades normais de cada dia, todos perdemos um volume
considerável da água que compõe grande parte de nosso corpo físico. A sede é uma
exigência das células do corpo por água, e a água de nosso corpo precisa ser reposta
todos os dias. Francamente não faz sentido encher-nos ocasionalmente de água em
certos dias, com longos períodos de desidratação entre eles. O mesmo acontece
espiritualmente. A sede espiritual é a necessidade da água viva. Receber um fluxo
constante de água viva é algo muito superior a beber um gole esporadicamente.

Será que estamos lendo, estudando e examinando as escrituras diariamente de


um modo que nos permita agarrar-nos à barra de ferro — ou será que estamos apenas
segurando nela? Será que estamos nos esforçando para alcançar a fonte de águas
vivas — apoiando-nos na palavra de Deus? Essas são perguntas importantes para
cada um de nós ponderar fervorosamente.

Presto testemunho de Jesus Cristo e do poder de Sua palavra e de Seu próprio


poder, pois Ele é o Verbo. Ele é o Filho do Pai Eterno, e sei que Ele vive. Testifico
que se nos agarrarmos à barra de ferro seremos conduzidos à Sua água viva.
Lembremo-nos de que,

Quando o poder da tentação próximo estiver

E em nosso caminho a névoa nos envolver,

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Podemos na barra de ferro confiar

E o auxílio dos céus implorar.

(Hymns, nº 274)

O ESPÍRITO DE REVELAÇÃO
Liahona, Maio 2011

Convido-os a pensarem em duas experiências que a maioria de nós já teve com


relação à luz.
A primeira experiência ocorreu depois de entrarmos em um quarto escuro e
termos acionado o interruptor. Lembrem-se de como uma iluminação intensa e
brilhante encheu o quarto e fez com que a escuridão desaparecesse. O que antes era
invisível e incerto tornou-se claro e reconhecível. Essa experiência caracterizou-se
pelo imediato e intenso reconhecimento da luz.

A segunda experiência ocorreu ao observarmos a noite tornar-se dia. Lembram-


se do aumento lento e quase imperceptível da luz no horizonte? Em contraste com o
acender a luz no quarto escuro, a luz do amanhecer não apareceu imediatamente. Em
vez disso, a intensidade da luz aumentou gradual e continuamente, e a escuridão da
noite foi substituída pela radiante manhã. Por fim, o sol apareceu acima do horizonte.
Porém, a evidência visual da chegada iminente do sol estava presente horas antes de
ele realmente aparecer no horizonte. Essa experiência caracterizou-se pelo
discernimento sutil e gradual da luz.

Com essas duas experiências comuns com a luz, podemos aprender muito
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sobre o espírito de revelação. Oro para que o Espírito Santo nos inspire e instrua ao
nos concentrarmos no espírito de revelação e nos padrões básicos pelos quais a
revelação é recebida.

O Espírito de Revelação

Revelação é a comunicação de Deus a Seus filhos na Terra e é uma das grandes


bênçãos associadas ao dom e à companhia constante do Espírito Santo. O Profeta
Joseph Smith ensinou: “O Espírito Santo é um revelador” e “ninguém pode receber o
Espírito Santo sem receber revelações” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja:
Joseph Smith, 2007, p. 139).

O espírito de revelação está à disposição de todo aquele que recebe, pela


devida autoridade do sacerdócio, as ordenanças salvadoras do batismo por imersão
para a remissão dos pecados e a imposição de mãos para o dom do Espírito Santo —
e que está agindo com fé para cumprir a determinação do sacerdócio de receber o
Espírito Santo. Tal bênção não se restringe às autoridades presidentes da Igreja, mas
pertence e deve produzir efeito na vida de todo homem, toda mulher e criança que
atinge a idade da responsabilidade e faz convênios sagrados. O desejo sincero e a
dignidade convidam o espírito de revelação a nossa vida.

Joseph Smith e Oliver Cowdery obtiveram valiosa experiência com o espírito


de revelação ao traduzirem o Livro de Mórmon. Esses irmãos aprenderam que
podiam receber todo o conhecimento necessário para concluir sua obra se pedissem
com fé, com um coração honesto e crendo que receberiam. Com o passar do tempo,
eles, cada vez mais, compreendiam que o espírito de revelação ocorre geralmente por
meio de pensamentos e sentimentos que vêm à mente e ao coração pelo poder do
Espírito Santo (ver Doutrina e Convênios 8:1–2; 100:5–8). Assim o Senhor os
instruiu: “Ora, eis que este é o espírito de revelação; eis que este é o espírito pelo qual
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Moisés conduziu os filhos de Israel através do Mar Vermelho, em terra seca. Portanto
este é teu dom; usa-o” (Doutrina e Convênios 8:3–4).

Enfatizo a frase “usa-o” em relação ao espírito de revelação. Nas escrituras, a


influência do Espírito Santo é frequentemente descrita como uma “voz mansa e
delicada” (I Reis 19:12; 1 Néfi 17:45; ver também 3 Néfi 11:3) e uma “voz (…) de
perfeita suavidade” (Helamã 5:30). Devido ao Espírito sussurrar a nós, suave e
delicadamente, é fácil compreender porque devemos evitar mídia imprópria,
pornografia e substâncias e comportamentos destrutivos ou viciantes. Essas armas do
adversário podem impedir e, por fim, destruir nossa capacidade de reconhecer e
responder às mensagens sutis de Deus dadas pelo poder de Seu Espírito. Cada um de
nós deve considerar seriamente e ponderar, em oração, sobre como podemos rejeitar a
sedução do diabo e, dignamente “usá-lo”, sim, o espírito de revelação, em nossa vida
pessoal e familiar.

Padrões de Revelação

As revelações são concedidas de várias maneiras, inclusive, por exemplo, por


meio de sonhos, visões, conversas com mensageiros celestiais e inspiração. Algumas
revelações são recebidas imediata e intensamente; outras são reconhecidas gradual e
sutilmente. As duas experiências com a luz que descrevi nos ajudam a compreender
melhor esses dois padrões básicos de revelação.

Uma luz acendida em um quarto escuro é como receber uma mensagem de


Deus rápida, completa e integralmente. Muitos de nós já vivenciamos esse padrão de
revelação ao recebermos respostas a orações sinceras ou proteção e orientação
necessárias, de acordo com a vontade de Deus e a Seu tempo. Descrições de tais
manifestações imediatas e intensas encontram-se nas escrituras, na história da Igreja e
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são evidenciadas na vida de muitos. De fato, tais milagres poderosos ocorrem. No
entanto, esse padrão de revelação tende a ser mais raro e incomum.

O aumento gradual de luz que irradia do sol nascente é como receber uma
mensagem de Deus “linha sobre linha, preceito sobre preceito” (2 Néfi 28:30). Mais
frequentemente, a revelação vem em pequenos incrementos ao longo do tempo e é
dada de acordo com o desejo, a dignidade e a preparação. Essas comunicações do Pai
Celestial gradual e mansamente “[destilam-se] sobre [nossa] alma como o orvalho do
céu” (Doutrina e Convênios 121:45). Esse padrão de revelação tende a ser mais
comum do que raro e está evidente nas experiências de Néfi, enquanto ele
experimentava diversas abordagens para obter as placas de latão de Labão (ver 1 Néfi
3–4). Por fim, ele foi levado pelo Espírito a Jerusalém “não sabendo de antemão o
que deveria fazer” (1 Néfi 4:6). Tampouco ele aprendeu a construir um navio de
projeto inusitado, de uma só vez; ao contrário, o Senhor mostrou a Néfi “de tempos
em tempos, de que maneira [ele] deveria trabalhar as madeiras do navio” (1 Néfi
18:1).

Tanto a história da Igreja quanto nossa vida pessoal estão repletas de exemplos
do padrão estabelecido pelo Senhor para recebermos revelação “linha sobre linha,
preceito sobre preceito”. Por exemplo, as verdades fundamentais do evangelho
restaurado não foram dadas ao Profeta Joseph Smith todas de uma vez no Bosque
Sagrado. Esses tesouros inestimáveis foram revelados à medida que as circunstâncias
e a ocasião eram propícias.

O Presidente Joseph F. Smith explicou como esse padrão de revelação ocorreu


em sua vida: “Quando garoto (…), eu, com frequência, (…) pedia ao Senhor que me
mostrasse maravilhas, para que eu pudesse receber um testemunho. Mas o Senhor
reteve as maravilhas e mostrou-me a verdade linha sobre linha (…) até me fazer saber
a verdade, do alto da minha cabeça até a sola dos meus pés, e até que a dúvida e o
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medo fossem completamente purgados de mim. Ele não teve de mandar um anjo dos
céus para fazer isso, nem teve de falar com a trombeta de um arcanjo. Com os
sussurros daquela voz mansa do Espírito do Deus vivo, deu-me o testemunho que
possuo. E por esse princípio de poder, Ele dará aos filhos dos homens um
conhecimento da verdade que ficará com eles, e os fará conhecer a verdade como
Deus a conhece, e a fazer a vontade do Pai, como Cristo faz. E nenhuma profusão de
manifestações maravilhosas poderia realizar isso” (Conference Report, abril de 1900,
pp. 40–41).

Como membros da Igreja, tendemos a enfatizar tanto as maravilhosas e


dramáticas manifestações espirituais, que podemos deixar de apreciar e até podemos
subestimar o padrão costumeiro pelo qual o Espírito Santo realiza Sua obra. A própria
“simplicidade do método” (1 Néfi 17:41) de receber aos poucos impressões
espirituais pequenas, que a longo prazo e na totalidade constituem a resposta desejada
ou a orientação necessária, pode levar-nos a “[olhar] para além do marco” (Jacó
4:14).

Tenho conversado com muitas pessoas que questionam a força de seu


testemunho pessoal e subestimam sua capacidade espiritual, porque não recebem
impressões frequentes, miraculosas e fortes. Talvez, ao considerarmos as experiências
de Joseph no Bosque Sagrado, ou a de Saulo na estrada de Damasco, e a de Alma, o
filho, venhamos a crer que algo está errado ou falta em nós, por não termos em nossa
vida tais exemplos tão conhecidos e espiritualmente admiráveis. Se vocês já tiveram
pensamentos e dúvidas semelhantes, saibam que são muito normais. Apenas sigam
em frente obedientemente, com fé no Salvador. Fazendo isso, “não vos podeis
enganar” (Doutrina e Convênios 80:3).

O Presidente Joseph F. Smith aconselhou: “Mostrem-me santos dos últimos


dias que precisam nutrir-se de milagres, sinais e visões para manterem-se firmes na
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Igreja, e eu lhes mostrarei membros (…) que não estão em boa situação diante de
Deus e que andam por caminhos escorregadios. Não é por meio de manifestações
maravilhosas que seremos estabelecidos na verdade, mas, sim, pela humildade e pela
fiel obediência aos mandamentos e às leis de Deus” (Conference Report, abril de
1900, p. 40).

Outra experiência comum com a luz nos ajuda a aprender outra verdade sobre
o padrão de revelação de “linha sobre linha, preceito sobre preceito”. Às vezes, o sol
nasce em uma manhã nublada e nevoenta. Devido às condições do tempo, é mais
difícil perceber a luz e identificar o momento preciso em que o sol surge acima do
horizonte. Mas, apesar de tudo, mesmo em uma manhã como essa podemos ter luz
suficiente para reconhecer um novo dia e cuidar da vida.

Similarmente, muitas vezes recebemos revelação sem reconhecer precisamente


como ou quando estamos recebendo revelação. Um importante episódio da história
da Igreja ilustra esse princípio.

Na primavera de 1829, Oliver Cowdery era professor em uma escola de


Palmyra, Nova York. Ao saber sobre Joseph Smith e o trabalho de tradução do Livro
de Mórmon, Oliver sentiu-se inspirado a oferecer ajuda ao jovem profeta.
Consequentemente, viajou para Harmony, Pensilvânia, e tornou-se o escriba de
Joseph. Sua chegada e ajuda oportunas foram vitais para o aparecimento do Livro de
Mórmon.

Logo depois o Salvador revelou a Oliver que, sempre que ele orava pedindo
orientação, recebia instrução do Espírito do Senhor. “Se assim não fora”, declarou o
Senhor, “não terias chegado ao lugar onde agora estás. Eis que tu sabes que me
inquiriste e que te iluminei a mente; e agora te digo estas coisas para que saibas que
foste iluminado pelo Espírito da verdade” (Doutrina e Convênios 6:14–15).
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Assim, Oliver recebeu uma revelação por meio do Profeta Joseph Smith
informando-o de que ele estivera recebendo revelação. Evidentemente, Oliver não
tinha reconhecido como e quando recebera orientação de Deus e precisava dessa
instrução para aumentar seu entendimento sobre o espírito de revelação. Na verdade,
Oliver estivera andando na luz enquanto o sol se levantava em uma manhã nublada.

Em muitas incertezas e desafios que enfrentamos na vida, Deus requer que


façamos o melhor que pudermos, agindo por nós mesmos e não recebendo a ação (ver
2 Néfi 2:26), e que confiemos Nele. Talvez não vejamos anjos, nem ouçamos vozes
celestes, nem recebamos impressões espirituais marcantes. Em geral podemos ir em
frente, esperando e orando — mas com certeza absoluta — de que estamos agindo de
acordo com a vontade de Deus. Mas ao honrarmos nossos convênios e guardarmos os
mandamentos, ao procurarmos consistentemente fazer o bem e melhorar, podemos
caminhar com a certeza de que Deus guiará nossos passos. E podemos falar com
segurança que Deus inspirará o que dissermos. Isso, em parte, é o significado da
escritura que declara: “Então tua confiança se fortalecerá na presença de Deus”
(Doutrina e Convênios 121:45).

Ao procurarem devidamente o espírito de revelação e o aplicarem, prometo-


lhes que “[andarão] na luz do Senhor” (Isaías 2:5; 2 Néfi 12:5). Às vezes o espírito de
revelação operará imediata e intensamente; outras vezes o fará sutil e gradualmente e
com frequência, com tal delicadeza que talvez não o notem nem reconheçam
conscientemente. Mas seja qual for o padrão pelo qual essa bênção seja recebida, a
luz que ela traz iluminará e ampliará a sua alma, iluminará seu entendimento (ver
Alma 5:7; 32:28) e dirigirá e protegerá você e sua família.

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CAPÍTULO QUATRO

DOUTRINAS, PRINCÍPIOS E APLICAÇÕES:

UM AMBIENTE PARA O APRENDIZADO DO


EVANGELHO

A aprendizagem é fundamental para o plano de salvação, para nossa felicidade


na mortalidade e para o nosso progresso eterno. Neste capítulo, um ambiente simples
e favorável para aprender sobre o aprendizado do evangelho é apresentado e
explicado. Este ambiente é formado por três elementos básicos: doutrinas, princípios
e aplicações.

DOUTRINAS

A doutrina do evangelho é uma verdade; uma verdade de salvação revelada por


um Pai Celestial amoroso. As doutrinas do evangelho são eternas, imutáveis e dizem
respeito ao progresso eterno e exaltação dos filhos e filhas do nosso Pai Celestial.
Doutrinas como por exemplo a natureza da Deidade, o plano de felicidade e a
Expiação de Jesus Cristo são fundamentadas, fundamentais e compreensivas. As
doutrinas centrais do evangelho de Jesus Cristo são relativamente poucas em
número.
As doutrinas do evangelho respondem questões do tipo “Por que?” Por
exemplo, a doutrina do plano de felicidade responde às perguntas do por que nós
estamos aqui sobre a terra, por que o casamento entre um homem e uma mulher é
ordenado por Deus e por que a família é essencial ao plano do Criador para o destino
eterno de seus filhos. A doutrina da Deidade ajuda-nos a entender por que poderemos
nos tornar tão perfeitos quanto nosso Pai e Seu Filho Jesus Cristo são perfeitos. (veja

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Mateus 5:48; Néfi 12:48). A doutrina da expiação explica por que Jesus Cristo é
nosso mediador e advogado perante o Pai (veja Timóteo 2:5; Doutrina e Convênios
45:3).
As doutrinas do evangelho restaurado são encontradas nas obras-padrão de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, nos ensinamentos dos profetas e
apóstolos vivos e nas declarações autorizadas e proclamações da Primeira Presidência
e do Quórum dos Doze Apóstolos. Em última análise, no entanto somente o
Presidente da Igreja e o Quórum da Primeira Presidência tem autoridade para definir
as doutrinas da Igreja.
Cada uma das três primeiras regras de fé enfatizam uma doutrina fundamental
do evangelho restaurado de Jesus Cristo. Tanto o conteúdo quanto a sequência das
doutrinas apresentadas nas regras são instrutivas. Por exemplo, a primeira regra de fé
foca a Deidade.
“CREMOS em Deus, o Pai Eterno, e em Seu Filho, Jesus Cristo, e no Espírito
Santo” (Regras de Fé 1:1).
A segunda regra de fé destaca o plano de salvação e o papel da Expiação em
sobrepujar as consequências da queda de Adão.
“Cremos que os homens serão punidos por seus próprios pecados e não pela
transgressão de Adão” (Regras de Fé 1:2).
A terceira regra de fé destaca o plano de salvação e o papel da Expiação do
Salvador em sobrepujar nossos pecados individuais e fraquezas mortais
“Cremos que, por meio da Expiação de Cristo, toda a humanidade pode ser
salva por obediência às leis e ordenanças do Evangelho” (Regras de Fé 1:3).
As doutrinas do Evangelho são uma fonte divina de poder e influência para o
bem. O Presidente Boyd K. Paker explicou:
“A verdadeira doutrina, que é entendida, muda atitudes e comportamentos. O
estudo das doutrinas do evangelho melhorará o comportamento mais rápido do que
um estudo de comportamento irá melhorar o comportamento. A preocupação com um
comportamento indigno pode levar a um comportamento indigno. É por isso que
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enfatizamos tão fortemente o estudo das doutrinas do evangelho” (“Little Children,”
17).
Na citação do Presidente Packer, duas palavras são importantes e devem ser
destacadas. A primeira: a verdadeira doutrina muda atitudes e comportamentos.
Verdadeira sugere doutrina que vem de Deus e está correta e precisa. As fontes de tais
doutrinas são os ensinamentos dos servos ungidos do Senhor e das escrituras. Falsas
doutrinas, opiniões pessoais, especulação e pontos doutrinários não fazem e não
podem produzir o mesmo efeito justo sobre a nossa perspectiva e conduta.
A segunda: a verdadeira doutrina, quando entendida, muda atitudes e
comportamentos. É interessante notar que o Presidente Packer não ensinou que só
conhecer a verdadeira doutrina nos mudaria. Em vez disso, a doutrina deve ser
entendida. Como nós discutimos no capítulo 2, a palavra entendimento é
frequentemente ligada e/ou associada nas escrituras com o coração e refere-se a um
resultado revelado ou conclusão. Assim, a verdadeira doutrina quando confirmada no
coração como verdade pelo testemunho do Espírito Santo muda atitudes e
comportamentos. Conhecer a verdadeira doutrina é necessário mas não suficiente.
Entender a verdadeira doutrina tanto em nossas mentes quanto em nossos corações é
essencial para atitudes e ações justas.
As doutrinas básicas do evangelho são os fundamentos espirituais para tudo
que nós aprendemos, ensinamos e fazemos; e uma fonte vital de poder e força na
medida que nos esforçamos para tornarmo-nos aquilo que o Senhor espera que nos
tornemos. Por exemplo, a importância eterna do sexo e do casamento eterno só
podem ser adequadamente entendidos dentro do contexto do plano de felicidade
nosso Pai Celestial. A enfase da instituição do casamento sem vinculá-lo
adequadamente à doutrina simples e fundamental do plano não pode provê suficiente
orientação, proteção e esperança em um mundo confuso sobre estas questões vitais.
Um conhecimento e testemunho do plano de salvação leva homens e mulheres a ter
esperança e a prepararem-se para se casar na casa do Senhor, através do
fortalecimento de seus compromissos de honrar o convênio do casamento eterno e
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sobrepujar o medo e as incertezas que fazem alguns evitar ou adiar o casamento.
Como nós aprendemos com os ensinamentos de Alma, Deus deu aos filhos dos
homens mandamentos depois de ter-lhes revelado o plano de redenção (veja Alma,
12:32).
Nos tempos de hoje e nos que estão por vir, somente o evangelho restaurado de
Jesus Cristo tem as respostas para os eternamente importantes porquês da alma. A
resposta de todos esses porquês que nós podemos perguntar não foram reveladas,
porém a resposta ao mais fundamental porquê é facilmente encontrada na doutrina de
Cristo.

PRINCÍPIOS
Um princípio do evangelho é uma diretriz baseada numa doutrina que visa o
exercício correto do arbítrio moral. Princípios são subconjuntos ou componentes de
verdades mais abrangentes do evangelho. Princípios fornecem orientação. Princípios
corretos além de sempre serem fundamentados e edificados em doutrinas, eles não
mudam e respondem à perguntas sobre “o que?” Muitos princípios podem surgir e
serem associados à uma simples doutrina, como ilustrado na figura 1.

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Um princípio não é um comportamento ou uma ação específica. Em vez disso,
os princípios oferecem orientações básicas de comportamento e ação. Por exemplo, a
quarta regra de fé declara:
“Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do Evangelho são: primeiro,
Fé no Senhor Jesus Cristo; segundo, Arrependimento; terceiro, Batismo por imersão
para remissão de pecados; quarto, Imposição de mãos para o dom do Espírito Santo”
(Regras de Fé 1:4; grifo do autor).
As três primeiras regras de fé identificam as doutrinas fundamentais do
evangelho restaurado. A quarta regra de fé, porém, relaciona princípios; que indicam
como cumprir: a doutrina.
Os dois primeiros princípios que decorrem da doutrina da Expiação são fé no Senhor
Jesus Cristo e arrependimento. A Expiação esclarece o porque, e os princípios
concentram-se sobre o o que. Assim, os princípios da fé em Cristo e o
arrependimento nos dão a orientação necessária para que a Expiação possa se tornar
eficaz em nossas vidas.
O Elder Dallin H. Oaks ilustrou a importância dos princípios em sua instrução
aos portadores do Sacerdócio Aarônico numa reunião de conferência geral do
sacerdócio da Igreja. Ele descreveu o princípio da não distração e mostrou que um
portador do Sacerdócio Aarônico nunca deveria querer fazer qualquer coisa na
aparência ou no comportamento que pudesse desviar qualquer membro da Igreja de
sua adoração ou renovação de convênios. Ele também enfatizou os princípios
relacionados à ordem, limpeza, reverência e dignidade.
Curiosamente, o Élder Oaks não deu para os rapazes uma longa lista de coisas
“para fazer” e “para não fazer”. Ao invés disso, ele explicou o princípio com a
expectativa de que os rapazes e seus pais e professores pudessem e usassem suas
próprias capacidades de julgamento e inspiração para seguir a orientação.
“Não vou sugerir regras detalhadas, já que a situação nas diversas alas e ramos
da Igreja em todo o mundo são tão diferentes que determinada regra que pareça
necessária em um lugar pode ser inadequada em outro. O que farei é sugerir um
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princípio baseado na doutrina. Se todos compreenderem esse princípio e agirem de
acordo com ele, quase não haverá necessidade de regras. Caso haja necessidade de
regras para casos específicos, os líderes locais podem estabelecê-las, contanto que
estejam de acordo com as doutrinas e princípios relacionados a eles” (“O Sacerdócio
Aarônico e o Sacramento,”).
O Profeta Joseph Smith enfatizou o poder orientador dos princípios quando lhe
perguntaram como ele era capaz de guiar e governar os Santos dos Últimos Dias de
forma tão eficiente. Ele respondeu: “Eu ensino lhes princípios corretos e eles
governam a si mesmos” (citado por John Taylor, Millennial Star, 15 Novembro
1851,339).

APLICAÇÕES

Aplicações são comportamentos reais, passos ativos, práticas ou procedimentos


pelos quais os princípios do evangelho são enaltecidos em nossas vidas. Enquanto
que as doutrinas e princípios não alteram nada, a aplicação por si só pode gerar
mudança de acordo com as necessidades e circunstâncias. As aplicações respondem a
perguntas do tipo “como”. Muitas aplicações podem evoluir e se associarem a um
único princípio. Na figura 2, observe o grande número de comportamentos e ações
específicas que se estenderam do princípio da fé no Senhor Jesus Cristo.

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Conforme ensinado pelo Elder Oaks, o princípio da não distração, por
exemplo, pode ser aplicado apropriadamente no momento em que os portadores do
Sacerdócio Aarônico evitam o extremismo no vestir, no corte de cabelo, ao falar e no
comportamento. Os tipos de distrações em potencial a ser evitado obviamente pode
variar do Alabama pra África e para a Argentina, embora os princípios sempre sejam
os mesmos, as aplicações talvez variem de acordo com as necessidades e
circunstâncias.

USANDO O CONTEXTO
O ambiente formado pelas doutrinas, princípios e aplicações é uma ferramenta
multiúso que pode ser usada para aperfeiçoar nosso aprendizado do evangelho e pode
ser também de grande valia quando nós oramos aplicamos o princípio da oração
fervorosa e o padrão de pedir, buscar e bater.
Peço que não encare e use esse contexto como um conjunto rígido de
definições ou como uma fórmula que leva às respostas “corretas” sobre quais

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aplicações e princípios estão associados a uma determinada doutrina do evangelho.
De fato, alguns leitores podem esperar ansiosamente por um apêndice no final deste
livro no qual é mostrado uma categorização rígida e exaustiva das doutrinas,
princípios e aplicações. Porém não existe uma lista definitiva que identifique e
classifique adequadamente todos os princípios e doutrinas do evangelho. E
francamente, tal lista teria pouco valor. Além do mais, o propósito desse meio fazer
com que você explore, experimente e exercite a fé no Senhor enquanto você aprende
por você mesmo “a doutrina do reino” (Doutrina e Convênios 88:77) e chegue a
“conhecer os verdadeiros pontos da doutrina [do Salvador]” (3 Néfi 21:6) fazendo
perguntas e buscando respostas.
Algumas doutrinas, tais como a natureza da Deidade e a Expiação,
notadamente são doutrinas que respondem ao “por quê”. E alguns princípios, tais
como fé em Jesus Cristo e arrependimento, são princípios que respondem diretamente
a questionamentos do tipo “o que”. Mas alguns tópicos do evangelho aparentemente
podem ser categorizados apropriadamente tanto como princípio quanto doutrina. Por
exemplo, obediência é um princípio ou uma doutrina? O estudo das escrituras é um
princípio ou uma aplicação? Estes são os tipos de questionamentos que a estrutura do
evangelho visa ajudar-nos a identificar e explorar.
Se usarmos o plano de felicidade como ponto de partida doutrinário, a
obediência pode ser interpretada como um princípio ligado ao plano (veja a figura 3).

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Por outro lado, se usarmos a obediência como ponto de partida, então uma
série diferente de questionamentos deverão ser apresentados e diferentes respostas
serão obtidas (veja a Figura 4).

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Se alguém usa o princípio de “entesourar sempre na mente as palavras de vida”
(Doutrina e Convênios 84:85) como ponto de partida, então o uso do método de
pesquisar tópicos específicos no estudo diário das escrituras pode ser encarado como
uma aplicação (veja a Figura 5).
Não obstante, se o estudo das escrituras é usado como um princípio e como um
ponto de partida, então uma diferente série de questões deve ser criada e diferentes
respostas serão obtidas (veja Figura 6).
Peço que não se frustrem pelo fato de que o que parece ser uma doutrina num
exemplo talvez seja considerado um princípio noutra ilustração; ou um princípio
como uma aplicação. Doutrinas, princípios e aplicações não são verdades discretas,

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isoladas e independentes que podem ser reorganizadas num gráfico

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ou planilha. Mais que isso, elas frequentemente são verdades sobrepostas e
interligadas, como mostra a Figura 7.

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Lembre-se que o principal propósito desta estrutura é ajudar alguém que está
aprendendo a usar o modelo pedir, buscar e bater. Não fique muito preocupado ou
apreensivo a respeito de quão rápido encontrará a resposta correta. Em vez disso,
foque em fazer as perguntas corretas. Se a pergunta estiver correta, estaremos então
muito mais propensos a obter respostas significativas e inspiradoras enquanto
trabalhamos, ponderamos, buscamos e oramos.

DE QUE FORMA ESSA ESTRUTURA ME AJUDA A PROGREDIR?

Neste ponto deste capítulo, é provável que você esteja fazendo a si mesmo uma
válida e importante pergunta. De que forma esta estrutura ajuda uma pessoa a
aprender e viver as verdades do evangelho? Algumas perspectivas sobre a singular
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dispensação que estamos vivendo pode ajudar a responder esta importante questão.
A maior e a última de todas as dispensações foi iniciada pelo o Profeta Joseph
Smith. Isto foi necessário nesta dispensação final em “que uma total, completa e
perfeita união e fusão de dispensações e chaves e poderes e glórias ocorram e sejam
reveladas desde os dias de Adão até o tempo atual. E não somente isso, mas as coisas
que nunca se revelaram desde a fundação do mundo, mas que se conservaram ocultas
aos sábios e prudentes, serão reveladas a crianças e recém-nascidos nesta
dispensação, que é a da plenitude dos tempos” (Doutrina e Convênios 128:18). O
profeta Joseph Smith explicou, “Todas as ordenanças e deveres que já foram
exigidos pelo Sacerdócio, sob a direção e mandamentos do Todo-Poderoso, em
qualquer das dispensações serão todas obtidas na última dispensação, portanto todas
as coisas obtidas sob a autoridade do Sacerdócio em qualquer período anterior serão
obtidas novamente, levando a efeito a restauração mencionada pela boca de
todos os Santos Profetas” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 535).
Joseph também declarou que a preparação para a Segunda Vinda do Senhor
Jesus Cristo na “dispensação da plenitude dos tempos trará à luz as coisas que foram
reveladas em todas as dispensações anteriores; também outras coisas que não foram
reveladas anteriormente” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 536). Como o
Apóstolo Paulo declarou, “na dispensação da plenitude dos tempos [Deus ] tornará a
congregar em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na
terra” (Efésios 1:10).
Assim, o objetivo primordial desta última dispensação é reunir em Cristo todas
as coisas. Chego a sugerir inclusive que o princípio da unificação aplica-se de forma
prática ao nosso aprendizado diário e ao nosso modo de viver o evangelho.
Alguns membros da Igreja parecem dividir o evangelho restaurado numa longa
lista de coisas a fazer; como “itens” separados e isolados para serem revisados e
cumpridos. Estudo diário das escrituras; feito. Oração pessoal e familiar; feito.
Dízimo; feito. Noite familiar; feito. Frequência ao Templo; feito. Ensino e visita
familiar; feito. Mas a purificação, a alegria, a felicidade, a conversão contínua, o
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poder espiritual, e a proteção que vem da “entrega do [nosso] coração para Deus”
(Helamã 3:35) não pode ser obtida só através da realização e conferência de todas as
coisas que nós supostamente temos que fazer. Certamente que ao completar as várias
tarefas (sem ao mesmo tempo experimentar uma poderosa mudança de coração no
tornando discípulos mais devotados) não produzirá a força espiritual que nós
precisamos para sobrepujar o mal e a oposição dos últimos dias. Pelo contrário, o
poder do evangelho do Salvador para abençoar e guiar-nos vem da conectividade e
inter-relacionamento destas doutrinas, princípios e práticas. Somente quando nós
unificamos todas as coisas em Cristo nós podemos seguramente nos tornar aquilo que
Deus deseja que nos tornemos (veja Mateus 5:48; 3 Néfi 12:48). E a estrutura
composta pelas doutrinas, princípios e aplicações é uma ferramenta que pode ajudar-
nos a pesquisar e aprender sobre o inter-relacionamento das verdades do evangelho e
suas práticas.
Enquanto nós aprendemos e interligamos as verdades reveladas de todas as
dispensações, nós recebemos olhos que podem ver e ouvidos que podem ouvir (veja
Doutrina e Convênios 136:32). O evangelho não é uma lista de tarefas rotineiras; ele
é uma magnífica tapeçaria de verdades entrelaçadas e “bem ajustadas” (Efésios 2:21).
O princípio da unificação pode ajudar-nos a transformar uma lista de tarefas
convencional em algo unificado, integrado, completo e que traz o poder
transformador do evangelho de Jesus Cristo para nossa vida diária. Deixe-me dar
alguns exemplos do que estou sugerindo.
Em nossos lares e salas de aulas, nós frequentemente aprendemos sobre o
grande plano de felicidade, a Expiação infinita, livre arbítrio moral, responsabilidade
individual e convênios sagrados. Geralmente, no entanto, esses princípios e doutrinas
essenciais são considerados separadamente em vez de um em relação ao outro.
Quando nós unificamos essas verdades eternas, nós enxergamos e percebemos mais
claramente nosso relacionamento com o Pai e o Filho, nosso potencial divino e nosso
destino como filhos e filhas de Deus, a natureza do progresso eterno, e a
simplicidade, ordem e beleza do plano do Pai (veja Alma 42:4-9, 14-23).
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Em nossos lares e salas de aula nós frequentemente discutimos e aprendemos
sobre sacrifício, obediência e consagração. Normalmente, porém, estes princípios
importantes são considerados separadamente em vez de um em relação ao outro.
Quando nós unificamos essas verdades, vemos mais claramente o caminho do
discipulado e ouvimos as admoestações do Salvador, de refrearmos todas nossas
paixões (veja Alma 38:12), “cumprir cada palavra de comando com exatidão (veja
Alma 57:21), nos despirmos do orgulho (veja Alma 5:28) e de ofertar toda nossa
alma a Ele” (Omni 1:26).
Em nossos lares e salas de aula nós frequentemente enfatizamos a importância
do estudo regular das escrituras, oração pessoal e familiar e frequência à Igreja.
Normalmente, porém, essas práticas importantes são consideradas separadamente em
vez de uma em relação a outra. Quando nós unificamos esses hábitos complementares
de santidade, nós ouvimos de forma mais clara a ordem do sacerdócio “recebe o
Espírito Santo.” Nós reconhecemos essas práticas sinceras como essenciais
convidando o Espírito do Senhor em nossas vidas. O estudo, oração e adoração não
são itens isolados e independentes numa lista de coisas para se fazer. Em vez disso,
cada uma dessas práticas justas é um elemento importante na busca primordial de
cumprir o mandamento de receber e reter o Espírito Santo. Fundamentalmente, todos
as atividades e ensinamentos do evangelho visam levar-nos para o Salvador e fazer
com que tenhamos o poder do Espírito Santo em nossas vidas.
Na Igreja nós temos quóruns, auxiliares, programas permanentes e reuniões
inspiradoras. Tipicamente, porém, organizações e funções são consideradas
separadamente em vez de um em relação ao outro. Quando unimos o propósito de
todos os programas às razões de se reunir, nós veremos e notaremos mais claramente
os papéis dessas atividades vitais enlaçados em nossos corações “entrelaçados em
unidade e amor” (Mosias 18:21) para cuidar das necessidades temporais e espirituais
dos nossos irmãos e irmãs. Programas e reuniões não são eventos para serem
gerenciados; em vez disso, eles são oportunidades de se ministrar indivíduos e
famílias.
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A autoridade do sacerdócio, as chaves do sacerdócio, e as verdades eternas
foram restauradas na terra na dispensação da plenitude dos tempos. A plenitude do
evangelho do Salvador e a obra da Sua Igreja foram restabelecidas e estão alcançando
todo o mundo. Hoje tanto você quanto eu temos papéis fundamentais a desempenhar
no processo de expansão das fronteiras de Sião (veja Doutrina e Convênios 82:14).
Nesta dispensação final nós somos responsáveis pela unificação das verdades eternas
que dizem respeito ao plano do Pai, a Expiação do Salvador, as ordenanças,
convênios, discipulado, a companhia constante do Espírito Santo e sobre o
enlaçamento dos nossos corações em unidade e amor através do pleno cumprimento
do nosso dever divino de servir e resgatar um ao outro.
A estrutura formada pelas doutrinas, princípios e aplicações pode ajudar-nos
quando pedimos, buscamos e batemos de forma que nós mais efetivamente
conseguimos reunir todas as coisas numa só, em Cristo; nesta dispensação da
plenitude dos tempos.

PONTOS IMPORTANTES PARA PONDERAR

Considere a seguinte questão e responda-a de forma clara e honesta. Peço que


não se precipite respondendo o óbvio ou dando a resposta que você pense que deva
dar. Tome alguns momentos para refletir sobre “as coisas como elas realmente são”
(Jacó 4:13) antes de responder.
“Em seu modo de viver o evangelho de Jesus Cristo e em seu servir e ensinar
tanto em casa quanto na Igreja, você tem focado primordialmente as doutrinas, os
princípios ou as aplicações?”
Eu fiz essa pergunta para aproximadamente dez mil membros da Igreja,
incluindo líderes do sacerdócio e auxiliares por todo o mundo. A coerência de suas
respostas é impressionante. Quando eu faço essa pergunta ela normalmente gera
alguns momentos de silêncio bastante incômodo. E então cabeças começam a menear
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e em meio a um sorriso bem típico aparecem respostas mais ou menos do tipo:
“aplicações.” É interessante para mim o quão relutante os membros normalmente são
para dar a verdadeira resposta para esta pergunta; mesmo que a resposta quase
sempre seja reconhecida imediatamente.
Agora peço que ponderem sobre algumas perguntas adicionais.
“Por que? Por que muitos membros normalmente tendem a focar as aplicações
mais que as doutrinas e princípios?”
Aqui está um exemplo de algumas respostas.
“Focar as aplicações é mais fácil.”
“As aplicações são mais tangíveis.”
“Eu posso controlar as aplicações.”
“Eu posso fazer as coisas de forma mais rápida focando as aplicações.”
“Minha experiência profissional me ensinou a pegar coisas prontas e fazer
acontecer; então eu tendi para as aplicações.”
Eu não conheço a doutrina bem o suficiente para ensiná-la com confiança.”
De alguma forma parece que passamos a encarar as aplicações como a
principal forma de “acertar” as coisas, de tornar a vida melhor, de ser “cumpridores
da palavra,” de alcançar os resultados desejados e ajudar a Igreja a funcionar de
forma eficaz. E cada vez mais nós enfatizamos as aplicações sem o entendimento
necessário e separado do contexto doutrinário.
Nós talvez foquemos as aplicações porque queremos acreditar e sentir que
estamos no controle, porque nós temos confiança em nosso próprio conhecimento e
experiências; “o braço da carne” (2 Néfi 4:34); ou porque nós estamos somente
fazendo o que temos visto outros professores e líderes fazer. Nós talvez pensemos
que enquanto servimos em um quórum ou auxiliar, “estou indo lá para fazer
acontecer; estou indo lá conduzir isto da maneira correta.” Todos nós faríamos bem
ao lembrar que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a Igreja do
Senhor, e Ele é capaz de fazer Sua própria obra (veja 2 Néfi 27:20).
Acho que é um tanto notável e preocupante que na dispensação da plenitude
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dos tempos, uma época na história do mundo durante a qual todas as coisas estão se
unindo em Cristo, muitos membros estão exasperadamente engajados em criar listas
cada vez mais longas de detalhes e aplicações desconexas do evangelho.
Seja qual for a razão, enfatizar aplicações e excluir as doutrinas e princípios
fundamentais não produz poder espiritual, proteção e direção. Para ser claro, eu não
estou sugerindo que doutrinas e princípios são total e rotineiramente ignorados; em
vez disso, eu estou sugerindo que aplicações (tais como aquelas apresentadas no
início deste capítulo) como itens numa longa lista de tarefas de muitos membros,
tendem a receber uma desproporcional e excessiva atenção. Eu também não estou
sugerindo que as aplicações nunca devem ser estudadas, aprendidas ou ensinadas.
Aplicações apropriadas são necessárias mas nunca podem estar sozinhas. O que é
necessário é um equilíbrio entre entre doutrinas, princípios e aplicações. E para
muitos membros ativos e diligentes isso representa um sério desequilíbrio.
Considere a responsabilidade básica dos portadores do Sacerdócio de
Melquisedeque de servir como mestres familiares. O que você acha que poderia
acontecer se cada homem numa congregação de 100 élderes e sumo sacerdotes
fossem convidados para escrever de três a cinco razões doutrinárias pelas quais são
mestres familiares? As respostas poderiam ser similares ou diferentes? As mesmas
escrituras poderiam ser usadas como referência para embasar aquelas respostas? Ou
as respostas poderiam variar dramaticamente? Minha experiência sugere que muitos
homens podem descrever como ser mestre familiar; porém muito poucos podem
explicar porque somos mestres familiares.
Homens na igreja que não cumprem seus deveres como mestres familiares não
são preguiçosos; eles simplesmente não entenderam a doutrina e os princípios. Sem
dúvida alguma falaram e ensinaram a esses homens. Eles talvez saibam que um
mestre familiar deve zelar, acompanhar e fortalecer (veja Doutrina e Convênios
20:53); mas o que eles não aprenderam, eles não entenderam, e eles não são
inteligentes (na forma como a palavra inteligente é usada nas escrituras).
Se um homem entender; tanto em sua mente quanto em seu coração, pelo
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poder do Espírito Santo; as doutrinas do plano de felicidade e do sacerdócio, ele será
um mestre familiar fiel. Sempre! As razões, os propósitos e as respostas são
encontradas na doutrina. Uma compreensão das verdadeiras doutrinas e dos
princípios corretos aprimorará o comportamento mais eficazmente que o estudo do
comportamento pode melhorar o comportamento. As respostas sempre são
encontradas nas doutrinas e princípios do evangelho restaurado de Jesus Cristo.
Deixe-me fazer mais uma pergunta que pode ser útil numa vasta gama de
situações e circunstâncias. Levando em conta que a verdadeira doutrina,
entendimento, mudança de atitude e comportamento, e assumindo que você é um
líder do sacerdócio que está preocupado com o ensino familiar eficiente, você pode
fazer a si mesmo a seguinte pergunta:
Que doutrinas e princípios, que se entendidos, podem mudar as atitudes e
comportamentos dos irmãos que não cumprem seus deveres como mestres
familiares?
Pense como esta simples pergunta pode ser usada como um ponto de partida
para quase qualquer problema ou preocupação. E imagine o que pode acontecer se
maridos e esposas, pais e filhos, lideres do sacerdócio e auxiliares, e membros da
Igreja humildemente buscar a orientação do Espírito Santo, e sinceramente se
aconselhar com ele, e diligentemente buscar esclarecer dúvidas (tais como as dos
exemplos abaixo) por meio do pedir, buscar e bater.
• Que doutrinas e princípios, se entendidos, podem mudar as atitudes e
comportamentos de um homem ou mulher que está lutando ou é viciado
em pornografia?
• Que doutrinas e princípios, se entendidos, pode ajudar-me a fortalecer
meu casamento?
• Que doutrinas e princípios, se entendidos, podem mudar as atitudes e
comportamentos de um membro investido que não está atualmente digno
de adorar no templo?
• Que doutrinas e princípios, se entendidos, podem ajudar-me a me
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preparar para o casamento e a responsabilidade familiar?
• Que doutrinas e princípios, se entendidos, podem proteger nossos filhos
das pressões do mundo de violar a lei da castidade?
• Que doutrinas e princípios, se entendidos, podem mudar as atitudes e
comportamentos dos membros que hesitam em abrir suas bocas e
compartilhar o evangelho?
• Que doutrinas e princípios, se entendidos, podem mudar as atitudes e
comportamentos dos membros que não estudam regularmente as
escrituras?
As respostas sempre está na doutrina e nos princípios!
“Ora, como a pregação da palavra exercia uma grande influência sobre o
povo, levando-o a praticar o que era justo—sim, surtia um efeito mais poderoso sobre
a mente do povo do que a espada ou qualquer outra coisa que lhe houvesse
acontecido—Alma, portanto, pensou que seria aconselhável pôr à prova a virtude da
palavra de Deus” (Alma 31:5; grifo do autor).
Note que foi a virtude da palavra de Deus e a pregação da palavra, ou as
doutrinas e princípios do evangelho; e não simples aplicações inteligentes, que
levaram o povo a fazer o que era justo. Não há poder espiritual ou impacto duradouro
vindo da mais inovadora e impressionante aplicação se ela estiver separada das
doutrinas e princípios fundamentais do evangelho restaurado. Por outro lado,
aplicações embasadas, erigidas e conectadas a uma base sólida de princípios e
doutrinas fundamentais geram grande poder espiritual.
Como Amon explicou, “ Eis que quantos milhares de nossos irmãos ele livrou
das penas do inferno! E eles foram levados a cantar o amor que redime e isto graças
ao poder de sua palavra que está em nós; não temos, portanto, motivo para regozijar-
nos? (Alma 26:13; grifo do autor).
As respostas sempre estão nas doutrinas e princípios! E as doutrinas e
princípios precisam estar em nós!

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RESUMO

Quando Néfi concluiu sua explanação do porque Cristo foi batizado, da


importância de seguir o Salvador às águas do batismo, receber o Espírito Santo, e
perseverar até o fim, e do arrependimento e batismo como portões do caminho reto e
estreito ele declarou:
“E agora, meus amados irmãos, eis que este é o caminho; e bnão há qualquer
outro caminho ou nome debaixo do céu pelo qual o homem possa ser salvo no reino
de Deus. E agora, eis que esta é a doutrina de Cristo e a única e verdadeira doutrina
do ePai e do Filho e do Espírito Santo, que são um Deus, sem fim. Amém” (2 Néfi
31:21; grifo do autor).
Nós somos abençoados por viver nos dias em que o evangelho de Jesus Cristo
foi restaurado na terra, nesta que é a dispensação da plenitude dos tempos. À nossa
disposição estão orientações e verdades eternas, chaves e a autoridade do sacerdócio,
as sagradas escrituras e os profetas vivos, para nos fortalecer e nos ajudar a “resistir
no dia mau, havendo feito tudo, a fim de subsistirdes” (Doutrina e Convênios
27:15). E com grandes bençãos vem grandes responsabilidades. “Porque a quem
muito é dado, muito é exigido” (Doutrina e Convênios 82:3). Assim, cada membro de
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem um responsabilidade
pessoal de aprender e viver as verdades do evangelho restaurado do Salvador e de
receber pela devida autoridade as ordenanças de salvação. Nós não devemos encarar
a Igreja como uma organização que irá nos ensinar ou dizer todas as coisas que nós
precisamos saber para nos tornarmos discípulos devotos e para perseverarmos
valentemente até o fim (veja Doutrina e Convênios 121:29). Em vez disso, nossa
responsabilidade individual é aprender o que nós devemos aprender, viver como nós
devemos viver e nos tornar aquilo que o Mestre espera que nos torne-mos.
E a resposta sempre está nas doutrinas e princípios!

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PONTOS A PONDERAR

1. O que eu posso e devo fazer em meu aprendizado e serviço para obter um melhor
equilíbrio entre doutrinas, princípios e aplicações?

2. O que posso e devo fazer em meu aprendizado e estudo para “unir todas as coisas
em Cristo”?

3. Quais doutrinas e princípios, que se entendidos, podem me ajudar a conseguir me


tornar aquilo que o Mestre espera que eu me torne?

ASSUNTOS RELACIONADOS AO CAPITULO QUATRO

As respostas que satisfazem as mais profundas questões da alma, o


entendimento que permite-nos aprender com as mais desafiadoras experiências da
vida e a perspectiva que nos ajuda a ver as coisas como elas realmente são, sempre
são encontradas nas doutrinas e princípios do evangelho restaurado de Jesus Cristo.
Não obstante, simplesmente conhecer sobre as doutrinas de salvação não é suficiente.
Em vez disso, cada um de nós deve se esforçar para tornar-se como Ammon e seus
companheiros missionários e ter “o poder de sua palavra . . . em nós” (Alma 26:13;
grifo do autor).
“Ora, como a pregação da palavra exercia uma grande influência sobre o povo,
levando-o a praticar o que era justo—sim, surtia um efeito mais poderoso sobre a
mente do povo do que a espada ou qualquer outra coisa que lhe houvesse acontecido
—Alma, portanto, pensou que seria aconselhável pôr à prova a virtude da palavra de
Deus” (Alma 31:5; grifo do autor).
A estrutura formada pelas doutrinas, princípios e aplicações é uma ferramenta
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muito útil quando nós nos empenhamos em “receber o poder de sua palavra em nós”
e “provamos a virtude da palavra de Deus.” Os textos a seguir focam os princípios e
doutrinas fundamentais do casamento, da proclamação do evangelho e da importância
de um corpo físico no plano de salvação.

O CASAMENTO É ESSENCIAL AO PLANO ETERNO DE DEUS


Liahona, Junho 2006

O Ideal Doutrinário do Casamento

Fomos enfaticamente aconselhados pela Primeira Presidência a dedicar o


melhor de nossos esforços ao fortalecimento do casamento e do lar. Essas instruções
nunca foram tão necessárias quanto no mundo de hoje, quando a santidade do
casamento está sendo atacada e a importância do lar está sendo enfraquecida.

Embora a Igreja e seus programas apoiem o casamento e a família, e


geralmente sejam bem-sucedidos nisso, devemos sempre lembrar esta verdade básica:
Nenhuma organização ou instituição pode tomar o lugar do lar ou desempenhar suas
funções essenciais ( Ver Carta da Primeira Presidência, 11 de fevereiro de 1999; ver A
Liahona, dezembro de 1999, p. 1). Eu falarei hoje a vocês, primeiro, como homens e
mulheres, como marido e mulher, como pai e mãe—e em segundo lugar como líderes
do sacerdócio e das auxiliares da Igreja. Minha designação é abordar o papel
essencial do casamento eterno no plano de felicidade de nosso Pai Celestial.

Enfocaremos o ideal doutrinário do casamento. Minha esperança é que uma


análise de nossas possibilidades eternas e um lembrete de quem somos e por que
estamos aqui na mortalidade proporcionem orientação, consolo e esperança
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fortalecedora a todos nós, independentemente de nosso estado civil ou situação
pessoal atual. A disparidade entre o ideal doutrinário do casamento e a realidade da
vida diária pode às vezes parecer muito grande, mas vocês estão gradualmente agindo
e se tornando muito melhores do que provavelmente percebem.
Peço que tenham em mente as seguintes perguntas ao abordarmos os princípios
relacionados ao casamento eterno:

Pergunta 1: Em minha própria vida, estou me esforçando para me tornar um


marido ou esposa melhor, ou me preparando para ser um marido ou esposa, ao
compreender e aplicar esses princípios básicos?

Pergunta 2: Como líder do sacerdócio ou auxiliar, estou ajudando as pessoas a


quem sirvo a compreender e aplicar esses princípios básicos, fortalecendo assim o
casamento e o lar?

Ao refletirmos fervorosamente a respeito dessas perguntas e pensarmos em


nosso próprio relacionamento conjugal e em nossas responsabilidades na Igreja,
testifico que o Espírito do Senhor iluminará nossa mente e nos ensinará as coisas que
precisamos fazer e onde melhorar (ver João 14:26).

Por que o Casamento É Essencial

Em “A Família: Proclamação ao Mundo”, a Primeira Presidência e o Conselho


dos Doze Apóstolos afirmaram “que o casamento entre homem e mulher foi ordenado
por Deus e que a família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de
Seus filhos” (A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p.
49). Essa importante frase da proclamação nos ensina muito sobre o significado
doutrinário do casamento e salienta a importância do casamento e da família no plano
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do Pai. O casamento justo é um mandamento e um passo essencial no processo de
criação de um relacionamento familiar amoroso que pode ser perpetuado além da
morte.

Duas importantes razões doutrinárias ajudam-nos a compreender por que o


casamento eterno é essencial ao plano do Pai.

Razão 1: A natureza do espírito masculino e a do feminino completam-se e


aperfeiçoam-se mutuamente e, portanto, o homem e a mulher devem progredir juntos
rumo à exaltação.

A natureza e a importância eternas do casamento só podem ser plenamente


entendidas dentro do conceito abrangente do plano do Pai para Seus filhos. “Todos os
seres humanos —homem e mulher — foram criados à imagem de Deus. Cada
indivíduo é um filho (ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que o amam e,
como tal, possui natureza e destino divinos” (A Liahona, outubro de 2004, p. 49). O
grande plano de felicidade possibilita que os filhos e filhas espirituais do Pai Celestial
obtenham um corpo físico, adquiram experiência terrena e progridam rumo à
perfeição.

“O sexo (masculino ou feminino) é uma característica essencial da identidade e


do propósito pré-mortal, mortal e eterno de cada um” (A Liahona, outubro de 2004, p.
49) e, em grande medida, define quem somos, por que estamos aqui na Terra e o que
devemos fazer e nos tornar. Para propósitos divinos, os espíritos masculinos e
femininos são diferentes, distintos e complementares.

Depois que a Terra foi criada, Adão foi colocado no Jardim do Éden. É
importante notar, contudo, que Deus disse que não era bom que o homem estivesse
sozinho (Gênesis 2:18; Moisés 3:18), e Eva tornou-se a companheira e adjutora de
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Adão. A combinação ímpar de capacidades espirituais, físicas, mentais e emocionais
do homem e da mulher é necessária para levar a efeito o plano de felicidade.
Individualmente, nem o homem nem a mulher pode cumprir os propósitos de sua
criação.

Por desígnio divino, homens e mulheres devem progredir juntos rumo à


perfeição e a uma plenitude de glória. Como os homens e as mulheres diferem em
temperamento e capacidade, eles devem trazer para o relacionamento conjugal suas
próprias perspectivas e experiências. O homem e a mulher contribuem de modo
diferente, porém igual para uma unidade e união que não podem ser alcançadas de
nenhuma outra forma. O homem completa e aperfeiçoa a mulher, e a mulher
completa e aperfeiçoa o homem, à medida que aprendem um com o outro e se
fortalecem e se abençoam mutuamente. “Nem o homem é sem a mulher, nem a
mulher sem o homem, no Senhor” (I Coríntios 11:11; grifo do autor).

Razão 2: Por desígnio divino, o homem e a mulher são ambos necessários para
trazer filhos à mortalidade e para oferecer-lhes o melhor ambiente para que eles
cresçam e sejam nutridos.

O mandamento dado na antiguidade a Adão e Eva de multiplicarem-se e


encherem a Terra continua válido hoje em dia. “Deus ordenou que os poderes
sagrados de procriação sejam empregados somente entre homem e mulher,
legalmente casados. Os meios pelos quais a vida mortal é criada foi designada por
Deus” (A Liahona, outubro de 2004, p. 49). Portanto o casamento entre um homem e
uma mulher é o canal autorizado pelo qual os espíritos pré-mortais entram na
mortalidade. A completa abstinência sexual antes do casamento e a total fidelidade no
casamento protegem a santidade desse canal sagrado.
Um lar com um marido e uma esposa amorosos e leais é a composição
suprema, na qual os filhos podem ser criados com amor e retidão — e na qual as
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necessidades espirituais e físicas dos filhos podem ser atendidas. Assim como as
características exclusivas dos homens e das mulheres contribuem para a plenitude de
um relacionamento conjugal, essas mesmas características são vitais para criar, cuidar
e ensinar os filhos. “Os filhos têm o direito de nascer dentro dos laços do matrimônio
e de ser criados por pai e mãe que honrem os votos matrimoniais com total
fidelidade” (A Liahona, outubro de 2004, p. 49).

Princípios Orientadores

As duas razões doutrinárias que analisamos sobre a importância do casamento


eterno no plano de felicidade do Pai sugerem princípios orientadores para aqueles que
estão se preparando para o casamento, para os que são casados e para nosso serviço
na Igreja.

Princípio 1: A importância do casamento eterno somente pode ser compreendida no


contexto do plano de felicidade do Pai.

Frequentemente falamos sobre o casamento e o enfatizamos como a unidade


fundamental da sociedade, o alicerce de uma nação forte e uma instituição
sociológica e culturalmente vital. Mas o evangelho restaurado ajuda-nos a
compreender que ele é muito mais do que isso!

Será que falamos sobre o casamento sem ensinarmos devidamente a importância do


casamento no plano do Pai? Destacar o casamento sem vinculá-lo à doutrina simples
e fundamental do plano de felicidade não provê suficiente orientação, proteção ou
esperança num mundo que se torna cada vez mais confuso e iníquo. Bem faríamos
em lembrar o ensinamento de Alma — de que “Deus deu mandamentos [aos filhos
dos homens] depois de ter-lhes revelado o plano de redenção” (Alma 12:32; grifo do
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autor).

O Élder Parley P. Pratt expressou de modo muito belo as bênçãos que


recebemos ao aprendermos, compreendermos e nos esforçarmos para aplicar em
nossa vida o ideal doutrinário do casamento:

“Foi Joseph Smith quem me ensinou a valorizar e amar o carinhoso


relacionamento de pai e mãe, marido e mulher; irmão e irmã, filho e filha.

“Foi com ele que aprendi que a esposa que está dentro do meu coração pode
ser unida a mim para esta vida e por toda a eternidade; e que as refinadas emoções e
afetos que nos aproximaram um do outro emanaram da fonte do divino amor eterno.
(…)

“Eu já havia amado, mas não sabia por quê. Mas agora amava — com uma
pureza — uma intensidade de sentimentos elevados e exaltados que erguem minha
alma acima das coisas transitórias deste mundo abjeto e a expandem como o oceano.
(…) Em resumo, agora posso amar com o espírito e também com o entendimento.

“Mas, naquela época, meu querido e amado irmão Joseph Smith (…)
simplesmente ergueu um canto do véu e permitiu que eu vislumbrasse rapidamente a
eternidade” (Autobiography of Parley P. Pratt, ed. Parley P. Pratt Jr. (1938), pp.
297–298).

Como homens e mulheres, maridos e esposas, e como líderes da Igreja, será


que conseguimos ver que a importância do casamento eterno somente pode ser
compreendida no contexto do plano de felicidade do Pai? A doutrina do plano dá
esperança a homens e mulheres e prepara-os para o casamento eterno, sobrepujando
temores e incertezas que podem fazer com que alguns adiem ou evitem o casamento.
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Uma compreensão correta do plano também fortalece nossa determinação de honrar
firmemente o convênio do casamento eterno. Nosso aprendizado individual, nosso
ensino e nossos testemunhos tanto no lar quanto na Igreja serão magnificados, se
ponderarmos e compreendermos mais plenamente essa verdade.

Princípio 2: Satanás deseja que todos os homens e mulheres sejam tão


miseráveis quanto ele.
Lúcifer ataca impiedosamente e distorce as doutrinas que mais importam para
nós individualmente, para nossa família e para o mundo. Onde o adversário está
concentrando seus ataques mais diretos e diabólicos? Satanás trabalha sem cessar
para confundir a compreensão dos sexos, para promover o uso prematuro e iníquo do
poder de procriação e impedir o casamento justo — precisamente porque o
casamento foi ordenado por Deus e a família é um ponto central do plano de
felicidade. Os ataques do adversário contra o casamento eterno continuarão a
aumentar em intensidade, frequência e sofisticação.

Como hoje estamos engajados em uma guerra pelo bem-estar do casamento e


do lar, em minha última leitura do Livro de Mórmon prestei especial atenção à
maneira pela qual os nefitas se prepararam para suas batalhas contra os lamanitas.
Observei que o povo de Néfi “conhecia o intento de [seus inimigos] e, portanto,
prepararam-se para enfrentá-los” (Alma 2:12–13; grifo do autor). Ao ler e estudar,
aprendi que um entendimento do intento do inimigo é um requisito-chave para a
preparação eficaz. Devemos igualmente ponderar o intento de nosso inimigo nessa
guerra dos últimos dias.

O plano do Pai foi criado para orientar Seus filhos, ajudá-los a ser felizes e
levá-los em segurança de volta à presença Dele. Os ataques de Lúcifer contra o plano
visam confundir os filhos e filhas de Deus, torná-los infelizes e impedir seu progresso
eterno. O grande intento do pai de todas as mentiras é que todos nos tornemos tão
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miseráveis quanto ele (ver 2 Néfi 2:27), e ele trabalha para distorcer os elementos do
plano do Pai que ele mais odeia. Satanás não tem um corpo; não pode casar-se e não
terá família. Ele se esforça persistentemente para confundir os propósitos
divinamente designados dos sexos, do casamento e da família. Vemos em todo o
mundo a prova crescente da eficácia do trabalho de Satanás.

Mais recentemente, o diabo tentou combinar e tornar legalmente válida a


confusão sobre os sexos e o casamento. Se olharmos para além da mortalidade e para
a eternidade, é fácil discernir que as alternativas falsas que o adversário defende
jamais poderão conduzir à plenitude que se torna possível pelo selamento de um
homem e uma mulher, à felicidade de um casamento justo, à alegria de uma
posteridade ou às bênçãos do progresso eterno.

Tendo em vista o que sabemos sobre o intento do inimigo, cada um de nós deve
ficar particularmente atento ao buscar inspiração pessoal sobre como podemos
proteger e salvaguardar nosso próprio casamento—e sobre como podemos aprender e
ensinar princípios corretos no lar e em nossas designações da Igreja referentes ao
significado eterno dos sexos e o papel do casamento no plano do Pai.

Princípio 3: As maiores bênçãos de amor e felicidade são obtidas por meio do


relacionamento no convênio do casamento eterno.

O Senhor Jesus Cristo é o ponto central de um relacionamento de convênio do


casamento. Observem como o Salvador se encontra no ápice desse triângulo, com a
mulher na base de um dos ângulos e o homem na base do outro ângulo. Pensem agora
no que acontece no relacionamento entre marido e mulher à medida que eles,
individualmente e com firmeza, “se achegam a Cristo” e se esforçam para serem
perfeitos Nele (Morôni 10:32). Graças ao Redentor e por intermédio Dele, marido e
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mulher se aproximam um do outro.

À medida que o marido e a mulher se aproximam do Senhor (ver 3 Néfi 27:14),


ao aprenderem a servir e a amar-se mutuamente, ao compartilharem experiências de
vida e crescerem juntos e se tornarem um e à medida que são abençoados pela união
de suas naturezas distintas, eles começam a se dar conta da plenitude que o Pai
Celestial deseja para Seus filhos. A felicidade final, que é o próprio objetivo do plano
do Pai, é recebida por meio da realização e cumprimento honroso dos convênios do
casamento eterno.

Como homens e mulheres, maridos e esposas e como líderes da Igreja, uma de


nossas maiores responsabilidades é a de ajudar os jovens a aprenderem sobre o
casamento justo e a prepararem-se para ele por meio de nosso exemplo pessoal. Se os
rapazes e moças observarem a dignidade, a lealdade, o sacrifício e o cumprimento
honroso dos convênios em nosso casamento, eles, então, procurarão imitar os
mesmos princípios em seu relacionamento de namoro e casamento. Se os jovens
perceberem que fizemos do conforto e conveniência de nosso companheiro ou
companheira eterna a nossa maior prioridade, então eles se tornarão menos egoístas e
mais capazes de doar-se, de servir e de criar igualmente um relacionamento
duradouro. Se os rapazes e as moças notarem que existe respeito mútuo, afeto,
confiança e amor entre o marido e a mulher, então se esforçarão para cultivar essas
mesmas características na vida deles. Nossos filhos e os jovens da Igreja aprenderão
mais com o que fazemos e com o que somos — mesmo que se lembrem
relativamente pouco do que dizemos.

Infelizmente, muitos membros jovens da Igreja atualmente têm receio e


tropeçam em seu progresso rumo ao casamento eterno porque viram muitos divórcios
no mundo e muitos convênios quebrados em seu lar e na Igreja.

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O casamento eterno não é apenas um contrato legal temporário que pode ser
encerrado a qualquer momento por qualquer motivo. Ao contrário, trata-se de um
convênio sagrado com Deus que pode ser válido nesta vida e por toda a eternidade. A
lealdade e a fidelidade no casamento não podem limitar-se a palavras bonitas
proferidas em sermões, mas devem ser princípios evidentes em nosso próprio
relacionamento de convênio de casamento.

Ponderando a importância de nosso exemplo pessoal, será que discernimos


áreas em que precisamos melhorar? Será que o Espírito Santo está inspirando nossa
mente e abrandando nosso coração — e nos incentivando a agirmos e sermos
melhores? Como líderes do sacerdócio e das auxiliares, será que estamos
concentrando nossos esforços no fortalecimento do casamento e do lar?

O marido e a mulher precisam passar um tempo juntos para fortalecerem-se


mutuamente e fortalecerem seu lar contra os ataques do adversário. Em nosso
empenho de magnificar nossos chamados na Igreja, estamos involuntariamente
impedindo os maridos e esposas, os pais e mães, de cumprirem suas sagradas
responsabilidades no lar? Por exemplo: Será que às vezes marcamos reuniões
desnecessárias e atividades que acabam interferindo no relacionamento essencial
entre marido e mulher e no relacionamento deles com os filhos?

Ao ponderarmos sinceramente essas questões, tenho certeza de que o Espírito


nos está ajudando neste exato momento e continuará a nos ajudar a aprender as coisas
que devemos fazer no lar e na Igreja.

Os Recursos Espirituais de que Precisamos

Nossa responsabilidade de aprender e compreender a doutrina do plano, de


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apoiar e sermos um exemplo de um casamento justo, e de ensinar princípios corretos
no lar e na igreja pode fazer com que nos perguntemos se estamos à altura da tarefa.
Somos pessoas comuns que precisamos realizar um trabalho extraordinário.

Há muitos anos, minha mulher e eu estávamos atarefadamente tentando dar


conta das inúmeras exigências simultâneas de uma família jovem e cheia de energia
— e da Igreja, carreira e responsabilidades comunitárias. Certa noite, depois que as
crianças foram dormir, conversamos muito sobre a eficácia com que estávamos
cuidando de todas as nossas prioridades importantes. Demo-nos conta de que não
receberíamos as bênçãos prometidas na eternidade se não honrássemos mais
plenamente o convênio que tínhamos feito na mortalidade. Resolvemos juntos agir e
ser melhores como marido e mulher. Essa lição aprendida há tantos anos fez uma
enorme diferença em nosso casamento.

A doce e simples doutrina do plano de felicidade nos proporciona uma preciosa


perspectiva eterna — e ajuda-nos a compreender a importância do casamento eterno.
Fomos abençoados com todos os recursos espirituais de que necessitamos. Temos a
plenitude da doutrina de Jesus Cristo. Temos o Espírito Santo e a revelação. Temos as
ordenanças de salvação, convênios e templos. Temos o sacerdócio e profetas. Temos
as santas escrituras e o poder da palavra de Deus. Temos A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias.

Testifico que fomos abençoados com todos os recursos espirituais de que


necessitamos para aprender sobre o casamento justo, para ensiná-lo e fortalecê-lo —
e que realmente podemos viver juntos e felizes como marido e mulher e família na
eternidade.

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TORNAR-SE UM MISSIONÁRIO
Liahona, Novembro 2005

Todos nós que recebemos o santo sacerdócio temos a sagrada obrigação de


abençoar as nações e famílias da Terra proclamando o evangelho e convidando todos
a receberem, pela devida autoridade, as ordenanças de salvação. Muitos de nós já
servimos como missionários de tempo integral, alguns de nós atualmente servimos
como missionários de tempo integral e todos nós estamos servindo agora e
continuaremos a servir como missionários pela vida inteira. Somos missionários
todos os dias em nossa família, na escola, em nosso trabalho e em nossa comunidade.
A despeito da nossa idade, experiência ou situação na vida, somos todos missionários.

Proclamar o evangelho não é uma atividade na qual nos envolvemos periódica


e temporariamente. Nosso trabalho como missionários certamente não se restringe ao
curto período de tempo dedicado ao serviço missionário de tempo integral em nossa
juventude ou em nossa maturidade. Sem dúvida, a obrigação de proclamar o
evangelho restaurado de Jesus Cristo é inerente ao juramento e convênio do
sacerdócio que fizemos. A obra missionária é essencialmente uma responsabilidade
do sacerdócio, e todos nós que portamos o sacerdócio somos servos autorizados do
Senhor na Terra e somos missionários em todo momento e em todos os lugares — e
sempre seremos. Nossa identidade como portadores do sacerdócio e semente de
Abraão é em grande parte definida pela responsabilidade de proclamar o evangelho.

Uma Pergunta Frequente


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Nas reuniões com jovens da Igreja ao redor do mundo, sempre convido os
presentes a fazerem perguntas. Uma das perguntas mais frequentes que os rapazes me
fazem é esta: “O que posso fazer para me preparar melhor para servir como
missionário de tempo integral?” Essa pergunta merece uma resposta sincera.

Meus queridos jovens, acima de tudo, a coisa mais importante que podem fazer
para se preparar para servir é tornarem-se missionários bem antes de ir para a missão.
Notem que em minha resposta enfatizei o tornar, em vez do ir. Vou explicar o que
quero dizer com isso.

No vocabulário que usamos na Igreja, sempre falamos de ir à Igreja, ir ao


templo e ir para a missão. Ouso sugerir que a ênfase que costumamos dar ao verbo ir
não é apropriada.

A questão não é ir à Igreja; antes, a questão é adorar e renovar convênios ao


frequentarmos a Igreja. O ponto não é ir ao templo ou passar por ele; é mais
precisamente ter em nosso coração o espírito, os convênios e as ordenanças da Casa
do Senhor. A idéia não é ir para a missão; mas, tornar-se um missionário e servir a
vida inteira de todo o coração, poder, mente e força. É possível a um rapaz ir para a
missão e não se tornar um missionário, mas isso não é o que o Senhor requer ou o
que a Igreja precisa.

Minha esperança é de que cada um de vocês, rapazes, não apenas vão para a
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missão — mas que se tornem missionários muito antes de enviarem seus papéis para
a missão, muito antes de receberem o chamado para servir, muito antes de serem
designados pelo presidente da estaca e muito antes de entrarem no CTM.

O Princípio de Tornar-se

O Élder Dallin H. Oaks explicou-nos com extrema clareza o desafio de tornar-


se algo, em vez de apenas fazer o que se espera ou de praticar determinadas ações.

“O Apóstolo Paulo ensinou que o Senhor nos deu ensinamentos e professores


para que chegássemos ‘à medida da estatura completa de Cristo’ (Efésios 4:13). Esse
processo exige muito mais do que a aquisição de conhecimento. Não basta sequer que
sejamos convencidos pelo evangelho. Precisamos agir e pensar de modo a sermos
convertidos a ele. Ao contrário das instituições do mundo, que nos ensinam a saber
algo, o evangelho de Jesus Cristo desafia-nos a tornarmo-nos algo. (…)

(…) Não basta fazer tudo mecanicamente. Os mandamentos, ordenanças e


convênios do evangelho não são uma lista de depósitos que precisamos fazer numa
conta bancária celestial. O evangelho de Jesus Cristo é um plano que nos mostra
como podemos tornar-nos o que nosso Pai Celestial deseja que nos tornemos” (“O
Desafio de Tornar-se, A Liahona, janeiro de 2001, p. 40).

O desafio de tornar-se aplica-se precisa e perfeitamente à preparação


missionária. Obviamente o processo de tornar-se um missionário não exige que o
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rapaz use camisa branca e gravata para ir à escola todos os dias, ou que siga as regras
de horário dos missionários para deitar-se e levantar-se, embora a maioria dos pais
certamente apoiasse essa idéia. Mas vocês podem desenvolver o desejo de servir a
Deus (ver D&C 4:3), e podem começar a pensar como pensam os missionários, ler o
que os missionários lêem, orar como os missionários oram e sentir o que os
missionários sentem. Podem evitar as influências mundanas que fazem o Espírito
Santo Se afastar, e podem ganhar confiança em reconhecer e responder aos sussurros
do espírito. Linha sobre linha e preceito sobre preceito, um pouco aqui e um pouco
ali, vocês podem se tornar gradativamente o missionário que desejam ser e o
missionário que o Salvador espera que sejam.

Vocês não serão transformados subitamente, nem por um passe de mágica, num
missionário preparado e obediente no dia em que passarem pela porta da frente do
Centro de Treinamento Missionário. Vocês serão no CTM o que se tornaram nos dias,
meses e anos antes do serviço missionário. Na verdade, a natureza da transição pela
qual passarão no CTM será um forte indicador do seu progresso em se tornar um
missionário.

Ao entrarem no CTM, vocês naturalmente sentirão saudades da família, e


muitos aspectos de sua rotina diária serão novos e difíceis. Porém, para um rapaz que
se preparou bem para se tornar um missionário, o ajuste básico aos rigores da obra e
ao estilo de vida missionária não será opressivo nem constrangedor. Assim, um
elemento-chave para se elevar o nível de preparo inclui o esforço para tornar-se um
missionário antes de ir para a missão.

Pais, vocês entendem seu papel de ajudar seu filho a tornar-se um missionário
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antes de ir para a missão? Vocês, pais e mães, são fundamentais no processo para que
ele se torne um missionário. Líderes do sacerdócio e auxiliares, vocês reconhecem
sua responsabilidade de ajudar os pais e de ajudar cada rapaz a se tornar um
missionário antes de ir para a missão? O nível de preparo também se elevou para os
pais e para todos os membros da Igreja. Se ponderarem em espírito de oração o
princípio de tornar-se, terão a inspiração sob medida para as necessidades específicas
de seu filho ou dos rapazes a quem servem.

A preparação que descrevo não está orientada apenas para o serviço


missionário dos jovens de 19, 20 ou 21 anos. Irmãos, vocês estão-se preparando para
uma vida de serviço missionário. Como portadores do sacerdócio somos sempre
missionários. Se progredirem verdadeiramente no processo de tornar-se missionários,
tanto antes de ir para a missão como durante a missão, quando chegar o dia da sua
desobrigação honrosa do serviço missionário de tempo integral, vocês partirão do
campo e retornarão ao lar — mas nunca deixarão de fazer a obra missionária. Os
portadores do sacerdócio são missionários em todos os momentos e em todos os
lugares. Missionários: é isso o que somos como portadores do sacerdócio e como
semente de Abraão.

A Semente de Abraão

Os herdeiros de todas as promessas e convênios feitos por Deus a Abraão são


mencionados como a semente de Abraão (ver Guia para Estudo das Escrituras,
“Abraão”, subtítulo “Semente de Abraão”, p. 9). Essas bênçãos são obtidas apenas
pela obediência às leis e ordenanças do evangelho de Jesus Cristo. Irmãos, o processo
de tornar-se um missionário está diretamente relacionado à compreensão de quem
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somos como semente de Abraão.

Abraão foi um grande profeta que desejava andar em retidão e que era
obediente a todos os mandamentos que recebia de Deus, inclusive o mandamento de
oferecer em sacrifício o seu precioso filho, Isaque. Por causa da sua firmeza e
obediência, Abraão é sempre mencionado como o pai dos fiéis, e o Pai Celestial
estabeleceu um convênio com ele e sua posteridade e prometeu-lhes grandes bênçãos.

“Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho,

“Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua


descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a
tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;

“E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto


obedeceste à minha voz.” (Gênesis 22:16–18)

Assim, Abraão recebeu a promessa de uma grande posteridade e de que as


nações da Terra seriam abençoadas por meio dessa posteridade.

Como as nações da Terra são abençoadas por meio da semente de Abraão? A


resposta a essa importante pergunta se encontra no Livro de Abraão.

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“E farei de ti uma grande nação e abençoar-te-ei sobremaneira e engrandecerei
o teu nome entre todas as nações; e serás uma bênção para tua semente depois de ti,
para que em suas mãos levem este ministério e Sacerdócio a todas as nações;

“E abençoá-las-ei por meio de teu nome; pois todos os que receberem este
Evangelho serão chamados segundo o teu nome e contados como tua semente; e
levantar-se-ão e abençoar-te-ão como seu pai.” (Abraão 2:9–10)

Aprendemos nesses versículos que os herdeiros fiéis de Abraão teriam as


bênçãos do evangelho de Jesus Cristo e a autoridade do sacerdócio. Assim, a frase
“levar esse ministério e Sacerdócio a todas as nações” refere-se à responsabilidade de
proclamar o evangelho de Jesus Cristo e convidar todos a receberem, pela devida
autoridade do sacerdócio, as ordenanças de salvação. De fato, uma grande
responsabilidade repousa sobre a semente de Abraão nestes últimos dias.

Como essas promessas e bênçãos se relacionam a nós hoje? Por linhagem


literal ou adoção, todo homem e rapaz que me ouve hoje é, por direito, herdeiro das
promessas feitas por Deus a Abraão. Somos a semente de Abraão. Uma das razões
primordiais pelas quais recebemos a bênção patriarcal é para ajudar-nos a entender
mais plenamente quem somos como posteridade de Abraão e a reconhecer a
responsabilidade que temos.

Meus amados irmãos, vocês e eu, hoje e sempre, devemos abençoar todos os
povos de todas as nações da Terra. Vocês e eu, hoje e sempre, devemos prestar
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testemunho de Jesus Cristo e declarar a mensagem da Restauração. Vocês e eu, hoje e
sempre, devemos convidar todos a receberem as ordenanças de salvação. Proclamar o
evangelho não é uma obrigação de tempo parcial do sacerdócio. Não é simplesmente
uma atividade na qual nos engajamos por um tempo limitado nem uma designação
que precisamos completar como membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. Mais precisamente, a obra missionária é uma manifestação da nossa
identidade e herança espiritual. Fomos preordenados na existência pré-mortal e
nascemos na mortalidade para cumprir o convênio e promessa que Deus fez a
Abraão. Estamos aqui na Terra nesta época para magnificar o sacerdócio e para
pregar o evangelho. É isso o que somos, e é por isso que estamos aqui — hoje e
sempre.

Vocês talvez gostem de música, de atletismo ou de mecânica e algum dia talvez


trabalhem num ofício, numa profissão ou nas artes em geral. Por mais importantes
que essas atividades e ocupações sejam, elas não definem quem somos. Primeiro e
acima de tudo, somos seres espirituais. Somos filhos de Deus e semente de Abraão:

“Pois aqueles que forem fiéis de modo a obter estes dois sacerdócios de que
falei e a magnificar seu chamado serão santificados pelo Espírito para a renovação do
corpo.

“Tornam-se os filhos de Moisés e de Aarão e a semente de Abraão; e a igreja e


reino e os eleitos de Deus” (Doutrina e Convênios 84:33–34).

Meus queridos irmãos, muito recebemos e muito é requerido de nós. Que


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vocês, rapazes, entendam mais plenamente quem são como semente de Abraão e
tornem-se missionários bem antes de ir para a missão. Depois de voltar para casa e
para sua família, que vocês, ex- missionários, continuem a ser sempre missionários.
Que nos levantemos como homens de Deus e abençoemos as nações da Terra com um
testemunho e um poder espiritual maiores do que nunca.

AS COISAS COMO REALMENTE SÃO


Serão do SEI para Jovens Adultos • 3 de maio de 2009 • Universidade Brigham
Young–Idaho

Há muito me impressiona a definição simples e clara da verdade que se


encontra no Livro de Mórmon: “O Espírito fala a verdade e não mente. Portanto fala
de coisas como realmente são e de coisas como realmente serão; assim, estas coisas
nos são manifestadas claramente para a salvação de nossa alma” (Jacó 4:13; ver
também D&C 93:24).

Hoje nos concentraremos no primeiro elemento importante da verdade


identificado nesse versículo: “as coisas como realmente são”. Primeiramente vamos
analisar diversos elementos fundamentais do plano de felicidade do Pai Celestial, que
são o alicerce doutrinário para conhecermos e compreendermos as coisas como elas
realmente são. Depois, vamos abordar os métodos de ataque usados pelo adversário
para prejudicar e inibir nossa capacidade de discernir as coisas como realmente são.
Por fim, vamos discutir as responsabilidades que vocês, da nova geração, têm. Vocês
terão de ser obedientes, honrar convênios sagrados e discernir constantemente as
coisas como realmente são no mundo atual, que está se tornando cada vez mais
confuso e iníquo.
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Nosso Destino Divino

Em “A Família: Proclamação ao Mundo,” a Primeira Presidência e o Conselho


dos Doze Apóstolos declararam que como filhos e filhas espirituais de Deus,
“[aceitamos] Seu plano, segundo o qual Seus filhos poderiam obter um corpo físico e
adquirir experiência terrena a fim de progredirem rumo à perfeição, terminando por
alcançar [nosso] destino divino como herdeiros da vida eterna” (“A Família:
Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004 , p. 49; ou Ensign, novembro
de 1995 , p. 102). Observem a importância primordial da obtenção de um corpo físico
no processo de progredirmos para nosso destino divino.

O Profeta Joseph Smith ensinou claramente a importância de nosso corpo


físico.

“Viemos a este mundo com o objetivo de obter um corpo e poder apresentá-lo


puro diante de Deus no reino celestial. O grande princípio de felicidade consiste em
ter um corpo. O diabo não tem corpo, e esse é seu castigo. Ele fica contente quando
consegue obter o tabernáculo de um homem e, quando foi expulso pelo Salvador,
pediu para entrar numa vara de porcos, mostrando que preferia o corpo de um suíno a
não ter corpo algum. Todos os seres com corpos possuem domínio sobre os que não
os têm”. “O diabo não tem poder sobre nós, exceto se o permitirmos. No momento
em que nos rebelarmos contra qualquer coisa que vem de Deus, o diabo exercerá seu
domínio.”(Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 220)

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Nosso corpo físico permite uma amplitude, profundidade e intensidade de
experiências que não nos era possível em nossa existência pré-mortal. O Presidente
Boyd K. Packer ensinou: “O espírito e o corpo estão combinados de modo que o
corpo seja um instrumento da mente e o alicerce de nosso caráter.”(Boyd K. Packer,
The Instrument of Your Mind and the Foundation of Your Character (serão do
Sistema Educacional da Igreja para jovens adultos, 2 de fevereiro de 2003), p. 2)
Portanto, o relacionamento que temos com outras pessoas, nossa capacidade de
reconhecer a verdade e de agir de acordo com ela, bem como nossa capacidade de
obedecer aos princípios e ordenanças do evangelho de Jesus Cristo são ampliados por
intermédio de nosso corpo físico. Na escola da mortalidade, sentimos ternura, amor,
bondade, felicidade, tristeza, frustração, dor e até os desafios de limitações físicas, de
modo a preparar-nos para a eternidade. Em termos simples, há lições que precisamos
aprender e experiências que precisamos ter “segundo a carne”, como descrevem as
escrituras (ver 1 Néfi 19:6; Alma 7:12–13).

Os apóstolos e profetas sempre nos ensinaram a importância temporal e eterna


de nosso corpo. Paulo declarou:

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em
vós?

Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de


Deus, que sois vós, é santo” (I Coríntios 3:16–17).

Nesta dispensação, o Senhor revelou: “O espírito e o corpo são a alma do


homem” (Doutrina e Convênios 88:15). Uma verdade atual e eterna é a de que o
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corpo e o espírito constituem nossa realidade e identidade. Quando corpo e espírito
estiverem inseparavelmente unidos, poderemos receber a plenitude da alegria, quando
estão separados, não podemos receber essa plenitude (ver Doutrina e Convênios
93:33–34).

O plano do Pai Celestial destina-se a orientar Seus filhos, a ajudá-los a serem


felizes e levá-los de volta em segurança para viver com Ele, com um corpo
ressuscitado e exaltado. Lúcifer trabalha para deixar os filhos e filhas de Deus
confusos e infelizes e para impedir seu progresso eterno. O principal objetivo do pai
das mentiras é o de que todos nos tornemos “tão miseráveis como ele próprio” (2
Néfi 2:27), e ele se esforça para distorcer os elementos do plano do Pai que ele mais
odeia.

Satanás não tem um corpo, e seu progresso eterno foi interrompido. Assim
como a água que flui no leito de um rio é contida por uma represa, o progresso eterno
do adversário foi interrompido por ele não ter um corpo físico. Devido a sua rebelião,
Lúcifer negou a si mesmo todas as bênçãos e experiências mortais que são possíveis
graças a um tabernáculo de carne e ossos. Ele não pode aprender as lições que só um
espírito com corpo é capaz de aprender. Ele não pode se casar nem desfrutar as
bênçãos da procriação e da vida em família. Não pode vivenciar a realidade da
ressurreição literal e universal de toda a humanidade. Um dos mais fortes significados
da palavra condenado, conforme aparece nas escrituras, evidencia-se por essa
incapacidade de continuar a desenvolver-se e de tornar-se semelhante ao Pai
Celestial.

Uma vez que o corpo físico é um elemento tão importante no plano de


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felicidade do Pai e em nosso desenvolvimento espiritual, não admira que Lúcifer
procure frustrar nosso progresso tentando-nos a usar nosso corpo de modo impróprio.
Uma das maiores ironias da eternidade é a de que o adversário, que é miserável
justamente por não ter um corpo físico, procure seduzir-nos e tentar-nos a partilhar de
sua miséria utilizando nosso corpo de modo impróprio. A própria ferramenta que ele
não tem e não pode usar torna-se, assim, o alvo principal de seu empenho em levar-
nos à destruição física e espiritual.

Os Ataques do Adversário

O adversário tenta influenciar-nos tanto a fazer mau uso de nosso corpo físico
como a subestimar a importância desse nosso corpo. É importante que reconheçamos
e combatamos esses dois métodos de ataque.

Quando qualquer dos filhos do Pai Celestial faz mau uso de seu tabernáculo
físico seja quebrando a lei da castidade, usando drogas ou substâncias que viciam,
desfigurando ou deformando a si mesmo ou adorando o falso ídolo da imagem do
corpo, seja o seu próprio ou de outra pessoa, Satanás se deleita. Para aqueles de nós
que conhecem e compreendem o plano de salvação, qualquer forma de profanação do
corpo é rebelião (ver Mosias 2:36–37; Doutrina e Convênios 64:34–35) e uma
negação de nossa verdadeira identidade como filhos e filhas de Deus.

Irmãs e irmãos, não sei dizer todas as maneiras pelas quais vocês podem fazer
mau uso do corpo, “porque há vários modos e meios, tantos que não os posso
enumerar” (Mosias 4:29). Vocês sabem o que é certo e o que é errado e têm a
responsabilidade de aprender por si mesmos “pelo estudo e também pela fé”
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( Doutrina e Convênios 88:118) quais são as coisas que devem e quais as que não
devem fazer, bem como a razão doutrinária disso. Testifico que se vocês tiverem o
desejo de aprender isso, à medida que “[tomardes] cuidado com vós mesmos e vossos
pensamentos e vossas palavras e vossas obras; e (…) observardes os mandamentos de
Deus [e] continuardes tendo fé no que ouvistes concernente à vinda de nosso Senhor,
até o fim de vossa vida” (Mosias 4:30), serão espiritualmente iluminados e
protegidos. De acordo com sua fidelidade e diligência, terão a capacidade de discernir
os engôdos e repelir os ataques do adversário quando ele os tentar a fazer mau uso de
seu corpo físico.

Satanás também procura incentivar os filhos e filhas de Deus a subestimar a


importância de seu corpo físico. Esse tipo de ataque é extremamente sutil e diabólico.
Quero dar vários exemplos de como o adversário pode pacificar-nos e acalentar-nos
com uma sensação de segurança carnal (ver 2 Néfi 28:21) e incentivar-nos a colocar
em risco as experiências terrenas de aprendizado com as quais nos jubilamos (ver Jó
38:7) na existência pré-mortal.

Por exemplo: todos podemos divertir-nos numa ampla gama de atividades


sadias, divertidas e motivadoras, mas subestimamos a importância de nosso corpo e
colocamos em risco nosso bem-estar físico ao chegar a extremos insólitos e perigosos
em busca de uma crescente descarga de adrenalina. Podemos justificar-nos dizendo
que nada há de errado nessas aventuras e experiências aparentemente inocentes.
Contudo, quando colocamos em risco o próprio instrumento que Deus nos deu para
ter experiências de aprendizado na mortalidade, seja por mera busca de emoção ou
diversão, por vaidade ou para obter aceitação, estamos na verdade menosprezando a
importância de nosso corpo físico.

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Infelizmente, alguns rapazes e moças da Igreja atualmente ignoram “as coisas
como realmente são” e negligenciam relacionamentos eternos em troca de distrações,
diversões e subterfúgios digitais que não têm valor duradouro. Dói-me o coração
quando um jovem casal, selado na casa do Senhor para esta vida e para toda a
eternidade, pelo poder do santo sacerdócio, enfrenta dificuldades conjugais por causa
do efeito viciante do uso excessivo de videogames ou de redes de relacionamentos
sociais da Internet. Um rapaz ou uma moça pode desperdiçar inúmeras horas, adiar
ou perder realizações profissionais ou acadêmicas e, por fim, sacrificar ternos
relacionamentos humanos por causa de videogames e jogos on-line que embotam a
mente e o espírito. Como o Senhor declarou: “Portanto dou-lhes o seguinte
mandamento: Não desperdiçarás teu tempo nem enterrarás teu talento, de modo que
não seja conhecido (…) ” ( Doutrina e Convênios 60:13).

Vocês podem estar-se perguntando: “Mas irmão Bednar, você começou seu
discurso de hoje falando sobre a importância do corpo físico para nosso progresso
eterno. Está sugerindo que os videogames e os vários tipos de comunicação
computadorizada podem fazer com que menosprezemos a importância do corpo
físico?” É exatamente isso que estou declarando. Deixem-me explicar:

Vivemos numa época em que a tecnologia pode ser usada para imitar a
realidade, para intensificá-la e para criar uma realidade virtual. Por exemplo: um
médico pode usar um programa de simulação para adquirir valiosa experiência na
realização de uma operação cirúrgica complicada, sem jamais colocar a vida de um
paciente humano em risco. Um piloto, num simulador de voo, pode praticar diversas
vezes os procedimentos de aterrissagem de emergência que podem salvar muitas
vidas humanas. Arquitetos e engenheiros podem usar tecnologias inovadoras para
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modelar sofisticados métodos de projeto e construção, que reduzem a perda de vidas
e os danos a edifícios causados por terremotos e outras catástrofes da natureza.

Em cada um desses exemplos, o alto nível de fidelidade na simulação ou


modelo contribui para a eficácia da experiência. O termo fidelidade denota a
semelhança entre a realidade e a representação da realidade. Essas simulações podem
ser construtivas se a fidelidade for elevada e os propósitos forem bons, como, por
exemplo, as que proporcionam experiências que salvam vidas ou melhoram a
qualidade de vida.

Contudo, uma simulação ou modelo pode resultar em dano e perigo espirituais


se a fidelidade for elevada e os propósitos forem maus, como, por exemplo, quando
com idéia de que “é só um jogo”, somos levados a experimentar atos contrários aos
mandamentos de Deus ou induzidos a pensar ou fazer coisas que, de outra forma, não
faríamos nem sequer cogitaríamos.

Ergo hoje a voz apostólica de advertência para a possível influência asfixiante,


sufocante, anulante e restritiva que alguns tipos de interações e experiências
realizadas no mundo virtual podem ter sobre nossa alma. Essa preocupação não é
algo novo, mas aplica-se igualmente a outros meios de comunicação como a
televisão, o cinema e a música. No mundo virtual, porém, esses desafios são mais
difundidos e intensos. Rogo que tomem cuidado com a influência entorpecente e
espiritualmente destrutiva das tecnologias do ciberespaço que são usadas para
produzir alta fidelidade e promover propósitos degradantes e malignos.

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Se o adversário não conseguir persuadir-nos a fazer mau uso de nosso corpo
físico, então uma de suas táticas mais eficazes é induzir-nos — nós que somos
espíritos com corpo — a desligar-nos gradual e fisicamente das coisas como
realmente são. Em essência, ele nos incentiva a pensar e agir como se estivéssemos
em nosso estado pré-mortal, sem um corpo. Se permitirmos, ele pode astutamente
empregar alguns aspectos da tecnologia moderna para atingir seus objetivos. Peço-
lhes que tomem muito cuidado para não ficarem tão imersos e concentrados nos
pixéis, textos, fones de ouvidos, torpedos, redes sociais on-line e usos potencialmente
viciantes da mídia e da Internet, a ponto de deixarem de reconhecer a importância de
seu corpo físico e de perderem a riqueza da verdadeira comunicação face-a-face.
Tomem cuidado com as representações e informações digitais encontradas nas
diversas formas de interação computadorizada que podem exibir toda a gama de
capacidades e experiências físicas.

Ouçam atentamente a seguinte citação que descreve um intenso relacionamento


romântico, que uma mulher teve com seu namorado virtual e observem como por
esse meio de comunicação a importância do corpo físico ficava menosprezada.
“Então, PFSlider (o nome que o homem usava na Internet) tornou-se minha vida
diária. Todas as coisas tangíveis perderam o sentido. Meu corpo deixou de existir. Eu
não tinha pele, cabelo nem ossos. Todo o meu desejo havia-se convertido numa
corrente cerebral que não chegava a lugar algum a não ser meu lobo frontal. Não
havia vida ao ar livre, convívio social, sol ou chuva. Havia apenas a tela do
computador e o telefone, minha cadeira e talvez um copo d’água”(Meghan Daum,
“Virtual Love”, The New Yorker, 25 de agosto e 1º de setembro de 1997, p. 82; ou
Meghan Daum, My Misspent Youth, 2001, p. 19)

Em contraste, precisamos dar ouvidos à admoestação de Paulo: “Que cada um


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de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (I Tessalonicenses 4:4).

Pensem novamente no exemplo que mencionei de dois jovens que se casaram


recentemente na casa do Senhor. Um cônjuge imaturo ou desencaminhado pode
dedicar tempo excessivo a videogames e salas de bate-papo on-line ou permitir que,
de alguma outra maneira, o mundo digital tome o lugar das coisas como realmente
são. Inicialmente, o investimento de tempo pode parecer relativamente inócuo, com a
justificativa de que não passam de alguns minutos de alívio necessário diante das
exigências de uma atarefada vida diária, mas com isso se perdem oportunidades
importantes de desenvolver e aprimorar habilidades interpessoais, de compartilhar
alegrias e tristezas e de criar um vínculo rico e duradouro de intimidade emocional.
Progressivamente, um entretenimento aparentemente inocente se torna uma forma de
escravidão perniciosa.

O calor do terno abraço de um companheiro eterno ou a sinceridade nos olhos


de alguém que nos presta seu testemunho — tudo que é sentido como realmente é
graças a nosso corpo físico — são coisas que podem ser sacrificadas em troca de uma
fantasia de alta fidelidade que não tem nenhum valor duradouro. Se não estivermos
atentos, podemos “[perder] a sensibilidade” (1 Néfi 17:45), como aconteceu com
Lamã e Lemuel há muito tempo.

Deixem-me dar outro exemplo do processo de desligamento gradual e físico


das coisas como elas realmente são. Hoje em dia, uma pessoa pode entrar num
mundo virtual, como o “Second Life”, e assumir uma nova identidade. Um indivíduo
pode criar um avatar ou pessoa virtual, condizente com sua aparência e
comportamento. Ou então, pode criar uma identidade falsa que não corresponda de
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modo algum às coisas como realmente são. Por mais que a nova identidade se
assemelhe ao indivíduo, esse comportamento é a essência das coisas como realmente
não são. Eu já defini a fidelidade de uma simulação ou modelo. Quero agora enfatizar
a importância da fidelidade pessoal, da correspondência entre a pessoa real e a
identidade virtual assumida. Observem a falta de fidelidade pessoal no seguinte
episódio relatado no Wall Street Journal:

Ric Hoogestraat é “um homem corpulento [53 anos] com um longo rabo de
cavalo grisalho, costeletas grossas e um grande bigode grisalho. (…) [Ric passa] seis
horas todas as noites e, muitas vezes, até 14 horas seguidas nos fins de semana, no
papel de Dutch Hoorenbeek, sua identidade virtual, que é um personagem de dois
metros de altura e muito musculoso (…). O personagem parece ser uma versão mais
jovem e fisicamente melhorada do [Ric].

[Ele] se senta diante do computador com as cortinas fechadas (…). Enquanto


sua esposa, Sue, assiste à televisão na sala, o Sr. Hoogestraat conversa on-line com
uma mulher que na tela aparenta ser ruiva, alta e magra.

Ele nunca se encontrou com essa mulher fora do mundo computadorizado do


Second Life, uma terra de fantasia digital bem documentada (…). Nem sequer
conversou com ela ao telefone, mas seu relacionamento assumiu dimensões
curiosamente reais. Os dois têm dois cachorros em conjunto, pagam em conjunto as
prestações de uma casa própria e passam horas [em seu mundo virtual] fazendo
compras no shopping center e andando de motocicleta. Seu vínculo é tão forte que, há
três meses, o Sr. Hoogestraat pediu a Janet Spielman, a canadense de 38 anos que
controla a ruiva, que se tornasse sua esposa virtual.
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“A mulher com quem ele é legalmente casado não achou isso nada engraçado.
‘É realmente de partir o coração’, diz Sue Hoogestraat (…) que é casada com o Sr.
Hoogestraat há sete meses”(Alexandra Alter, “Is This Man Cheating on His Wife?”
Wall Street Journal, 10 de agosto de 2007, pp. W8, W1)

Irmãos e irmãs, procurem entender. Não estou sugerindo que toda tecnologia
seja intrinsecamente ruim, pois não é. Tampouco estou dizendo que não devemos usar
seus muitos recursos de modo adequado para aprender, comunicar-nos, inspirar e
alegrar a vida e para edificar e fortalecer a Igreja, pois é claro que devemos; mas ergo
a voz de advertência declarando que não devemos jogar fora nem prejudicar um
relacionamento autêntico pela obsessão por relacionamentos inventados. “Quase 40%
dos homens e 53% das mulheres que participam de jogos on-line dizem que seus
amigos virtuais são tão bons ou melhores do que os amigos da vida real, de acordo
com um estudo realizado com 30.000 usuários (…) por um pesquisador que concluiu
recentemente o doutorado na Universidade Stanford. Mais de 25% dos usuários de
jogos [que participaram da pesquisa responderam que] o momento mais emocionante
de sua semana anterior havia ocorrido num mundo virtual
computadorizado”(Alexandra Alter, Wall Street Journal, 10 de agosto de 2007, p.
W8).

Quão importante, eterna e sempre atual é a definição que o Senhor deu da


verdade… das coisas como realmente são. O profeta Alma perguntou: “Oh, então isto
não é real?” (Alma 32:35). Estava falando da luz e do bem que eram tão evidentes
que chegava a ser possível prová-los. De fato, “Aqueles que habitam [na] presença
[do Pai] (…) veem como são vistos e conhecem como são conhecidos, tendo recebido
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de sua plenitude e de sua graça” (Doutrina e Convênios 76:94).

Meus amados irmãos e irmãs, tomem cuidado! À medida que a fidelidade


pessoal diminui nas comunicações computadorizadas, e os propósitos dessas
comunicações se tornam distorcidos, pervertidos e iníquos, o potencial para uma
tragédia espiritual fica perigosamente alto. Imploro a vocês que se afastem imediata e
permanentemente desses lugares e dessas atividades (ver II Timóteo 3:5).

Gostaria agora de abordar outras características dos ataques do adversário.


Satanás frequentemente oferece às pessoas uma sedutora ilusão de anonimato.
Lúcifer sempre procurou realizar seu trabalho em segredo (ver Moisés 5:30).
Lembrem-se, porém, que a apostasia não é anônima simplesmente porque acontece
num blog ou por meio de uma identidade fictícia numa sala de bate-papo ou num
mundo virtual. Pensamentos, palavras e atos imorais sempre serão imorais, mesmo no
mundo virtual. Atos desonestos supostamente acobertados pelo sigilo, como o
download ilegal de músicas da Internet ou a reprodução de CDs ou DVDs para
distribuição para amigos e familiares, são atos desonestos de qualquer forma. Todos
teremos de prestar contas a Deus e, no final, seremos julgados por Ele de acordo com
nossos atos e desejos de nosso coração (ver Alma 41:3). “Porque, como imaginou no
seu coração, assim é ele” (Provérbios 23:7).

O Senhor sabe quem realmente somos, o que realmente pensamos, o que


realmente fazemos e em quem realmente nos estamos tornando. Ele advertiu que “os
rebeldes serão afligidos com muita tristeza, porque suas iniquidades serão
proclamadas em cima dos telhados e seus feitos secretos serão revelados” (Doutrina e
Convênios 1:3).
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Ergui a voz de advertência sobre apenas alguns dos perigos espirituais de nosso
mundo dominado pela tecnologia e em rápida transformação. Repito que nem a
tecnologia nem a rápida transformação são por si sós boas ou más. O verdadeiro
desafio está em compreender essas duas coisas no contexto do plano eterno de
felicidade. Lúcifer vai incentivá-los a fazer mau uso de seu corpo físico e a
subestimar a importância desse corpo. Vai incentivá-los a substituir a infinita
variedade das criações de Deus pela repetitiva monotonia virtual e convencer-nos de
que somos meros mortais que recebem a ação em vez de almas eternas abençoadas
com o arbítrio moral para agir por nós mesmos. Com astúcia, ele instiga os espíritos
com corpo a privarem-se das bênçãos e experiências de aprendizado “segundo a
carne” que o plano de felicidade do Pai e a Expiação de Seu Unigênito nos
proporcionam.

Para sua felicidade e proteção, convido vocês a estudarem mais diligentemente


a doutrina do plano de salvação e a ponderarem em espírito de oração as verdades
que examinamos. Sugiro duas perguntas a serem ponderadas em sua reflexão pessoal
e em seu estudo fervoroso.

1. O uso das diversas tecnologias e meios de comunicação convida ou impede


que vocês tenham a companhia constante do Espírito Santo?

2. O tempo que vocês passam usando as diversas tecnologias e meios de


comunicação amplia ou restringe sua capacidade de viver, amar e servir de modo
significativo?
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Vocês receberão respostas, inspiração e entendimento do Espírito Santo
adequados a sua situação e necessidades individuais. Repito e confirmo o
ensinamento do Profeta Joseph: “Todos os seres com corpos possuem domínio sobre
os que não os têm. O diabo não tem poder sobre nós, exceto se o permitirmos”(Citado
por William Clayton; L. John Nuttall, “Extracts from William Clayton’s Private
Book”, p. 8).

Essas verdades eternas sobre a importância de nosso corpo físico vão fortalecê-
los contra as falsidades e ataques do adversário. Um de meus desejos mais profundos
é que vocês tenham um testemunho sempre crescente da Ressurreição e que por ela
sejam sempre gratos, sim, sua própria ressurreição com um corpo celestial e exaltado,
“por causa da vossa fé [no Senhor Jesus Cristo], de acordo com a promessa” (Morôni
7:41).

A Nova Geração

Quero agora falar-lhes especificamente sobre quem vocês realmente são. Vocês são
realmente a nova geração de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Em outubro de 1997, o Élder Neal A. Maxwell visitou o campus da Universidade
Brigham Young–Idaho para falar em um devocional. Durante o dia em que ele passou
no campus, conversamos sobre vários assuntos do evangelho em geral e,
particularmente, sobre os jovens da Igreja. Lembro-me de que o Élder Maxwell fez
uma declaração que me impressionou muito. Ele disse: “Os jovens desta geração têm
maior capacidade de ser obedientes do que os de qualquer geração anterior”.

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Em seguida, disse que essa declaração se baseava nesta verdade ensinada pelo
Presidente George Q. Cannon: “Deus reservou para esta dispensação espíritos que
têm coragem e determinação para enfrentar o mundo e todos os poderes visíveis e
invisíveis do maligno a fim de proclamar o evangelho, defender a verdade e
estabelecer e edificar a Sião de nosso Deus, sem medo das consequências. Ele enviou
esses espíritos nesta geração para assentar os alicerces de Sião, de modo que nunca
mais seja derrubada e erguer uma semente que será justa e honrará Deus de modo
supremo e será obediente a Ele em todas as circunstâncias”(George Q. Cannon, em
Journal of Discourses, volume 11, p. 230)

Os pais e os líderes da Igreja frequentemente ressaltam que os rapazes e moças


desta geração foram reservados para esta época da história do mundo e que estão
entre os filhos mais valorosos do Pai Celestial. Essas declarações são mesmo
verdadeiras, mas muitas vezes me pergunto se os jovens ouvem essa descrição com
tanta frequência que ela lhes soa desgastada e comum e eles tenham deixado de
perceber sua importância e suas profundas implicações? Sabemos que “a quem muito
é dado muito é exigido” (D&C 82:3). Os ensinamentos do Presidente Cannon e do
Élder Maxwell ajudam-nos a compreender mais plenamente o que é exigido de nós
hoje em dia. Devemos ser valorosos e “obedientes a Ele em todas as circunstâncias”.
Assim sendo, a obediência é a principal arma com que a nova geração deve contar na
batalha entre o bem e o mal nestes últimos dias.

Alegramo-nos com o fato de que o Senhor tenha elevado o padrão para os


rapazes e moças de hoje, por intermédio de Seus servos autorizados. Tendo em vista o
que sabemos sobre quem somos e sobre o motivo por que estamos aqui na Terra, essa
orientação inspirada é muito bem-vinda e valorizada. Devemos reconhecer que
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Traduzido por: Edson Aparecido Barboza
e-mail: edson.familiabarboza@gmail.com
Lúcifer se esforça incessantemente para “baixar o padrão”, incentivando-nos a fazer
mau uso do corpo físico e a subestimar a importância dele.

O Salvador alertou-nos diversas vezes a ficar atentos às falsidades do


adversário.

“E Jesus respondeu e disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; (…)

“Porque nesses dias surgirão também falsos Cristos e falsos profetas; e farão
tão grandes sinais e prodígios que, se possível, enganarão até os eleitos, que são os
eleitos de acordo com o convênio. (…)

“E o que entesourar minha palavra não será enganado” (Joseph Smith—Mateus 1:5,
22, 37).

A obediência abre as portas da companhia constante do Espírito Santo e os


dons e habilidades espirituais ativadas pelo poder do Espírito Santo permitem que
não sejamos enganados — e que vejamos, sintamos, saibamos, compreendamos e
lembremos as coisas como realmente são. Fomos investidos com uma capacidade
maior de obediência justamente por esse motivo. Morôni declarou:

“Dai ouvidos às palavras do Senhor e pedi ao Pai, em nome de Jesus, tudo


aquilo de que necessitardes. Não duvideis, mas acreditai; e começai, como
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antigamente, e vinde ao Senhor com todo o vosso coração e operai a vossa própria
salvação com temor e tremor perante ele.

Sede sábios nos dias de vossa provação; despojai-vos de todas as impurezas;


não peçais para satisfazer vossas concupiscências, mas pedi com inquebrantável
firmeza que não caiais em tentação, mas que possais servir ao verdadeiro Deus vivo”
(Mórmon 9:27–28).

Se dermos ouvidos a esse conselho inspirado, podemos ser e seremos


abençoados com a capacidade de reconhecer e repelir os ataques do adversário, tanto
hoje como nos dias que virão. Podemos e iremos cumprir nossas responsabilidades
preordenadas e contribuir para a obra do Senhor no mundo inteiro.

Testifico que Deus vive e que é nosso Pai Celestial. Ele é o Autor do plano de
salvação. Jesus é o Cristo, o Redentor, cujo corpo foi ferido, quebrantado e açoitado
por nós, ao oferecer o sacrifício expiatório. Ele ressuscitou. Ele vive e dirige Sua
Igreja nestes últimos dias. Estar “eternamente envolvido pelos braços de seu amor” (2
Néfi 1:15) será uma experiência real, e não virtual.

Testifico que podemos ser e seremos abençoados com coragem e determinação


para enfrentar o mundo e todos os poderes do maligno. A justiça prevalecerá. A mão
do ímpio não poderá impedir o progresso desta obra. Presto testemunho dessas
coisas, como elas realmente são e como realmente serão.

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Traduzido por: Edson Aparecido Barboza
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