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Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense.
BANCA EXAMINADORA
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Professora orientadora
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Professora – Orientadora e Presidente: Ana Lúcia Novais Carvalho
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Professora: Mayra Silva de Souza
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Discente: Laudyana Cabral Lamônica
“Se nosso pensamento fica atolado de
significados simbólicos distorcidos,
pensamentos ilógicos e interpretações
erradas, nos tornamos, de verdade, cegos e
surdos.”
Aaron Beck
Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Coordenação do
curso de Psicologia/CPS, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a lei
nº 9610/98, o texto integral da obra abaixo citada, para fins de leitura, impressão e/ou
download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir dessa data.
Identificação da Monografia
E-mail: laudyanalamonica@gmail.com
____________________________________
Assinatura da autora
Dedicatória:
Agradecimentos:
À Prof. Dra. Ana Lúcia Novais Carvalho, que aceitou e me incentivou neste desafio,
À Prof. Dra. Mayra Silva de Souza, por aceitar participar da banca examinadora. Uma
Participantes
Foi realizado um estudo descritivo quantitativo, onde participaram 96 estudantes
cursando o 3º ano do Ensino Médio, sendo 46 do sexo masculino (M = 17,61 anos; DP
= 0,83) e 50 do sexo feminino (M = 17,54 anos; DP = 0,65), na faixa etária de 17 a 19
anos. Os participantes eram alunos, do 3º ano do ensino médio de uma instituição de
ensino público e privado no Norte do Estado do Rio de Janeiro que pretendiam prestar o
vestibular para ingresso na universidade.
Tabela 1
Sexo
Masculino 46 47,91
Feminino 50 52,08
Ano Escolar
3º ano Ensino Médio 96 100%
Alunos de escolas
Pública 47 48,95
Particular 49 51,04
Idade Média Desvio Padrão
Fez algum 24 25
acompanhamento
psicológico durante o
ensino médio
Instrumentos
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A participação dos adolescentes menores de 18 anos foi feito mediante assinatura de um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, feita por seus pais ou responsáveis e
também será assinado pelos adolescentes.
Questionário Sociodemográfico
O instrumento foi desenvolvido de acordo com as necessidades da pesquisa, para
realizar a coleta de informações relevantes para a caracterização da amostra. O
questionário é composto por 16 perguntas, sendo 13 de múltipla escolha e 3 abertas,
abrangendo diferentes áreas da vida, como dados pessoais, situação familiar, financeira
e acadêmica, bem como outros dados significativos sobre hábitos gerais e habitação.
Procedimentos
Os participantes foram contactados em suas respectivas instituições de ensino e
os interessados foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa. Ao serem elucidados,
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), como condição para
participação no estudo e então foram aplicados os instrumentos. Todos os documentos
foram entregues e devolvidos em envelope lacrado.
Os instrumentos foram aplicados de forma coletiva em sala de aula.
O questionário sociodemográfico foi aplicado com duração média de 10 minutos
de forma coletiva.
Em seguida, foi aplicado o Inventário de Ansiedade de Beck – BAI, com
duração média de 10 minutos. Posteriormente foi aplicado o Inventário de Depressão de
Beck – BDI II, com duração média de 10 minutos. Por fim, foi aplicado A Escala de
Stress para Adolescentes – ESA, com duração média de 10 minutos
Resultados
Na tabela 2.1, de acordo com os sintomas, observa-se que das meninas, 11 foram
psicológicos (22%), 4 cognitivos (8%), 2 fisiológicos (4%) e 3 interpessoal (6%) e dos
meninos 4 foram psicológicos (8,69%), 2 cognitivos (4,34%), 1 interpessoal (2,17%) e
não houve nenhum participante com sintoma fisiológico.
Tabela 2.1 – Tabela de dados com os tipos de sintomas dos participantes classificados “com estresse”:
Tabela 2.2 – Tabela de dados com os participantes classificados “com estresse” em sintomas múltiplos:
Na tabela 2.3, de acordo com as fases do estresse, observa-se que das meninas 6 estão
na fase de alerta (28,57%), 6 na fase de resistência (28,57%), 1 na fase de quase
exaustão (4,76%) e 7 na fase de exaustão (33,33%). Dos meninos 1 está na fase de
alerta (12,5%), 3 na fase de resistência (37,5%), 1 na fase de quase exaustão (6,89%) e 9
na fase de exaustão (31,03%).
Tabela 2.3 – Tabela de dados com os tipos de fases dos participantes classificados “com estresse”:
Meninas 50 21 1 4,76
Meninos 46 8 1 12,5
Total 96 29 2 3,44
Discussão
Observamos em nossa amostra que em um total de 96 participantes, sendo 46 do
sexo feminino e 50 do sexo masculino, a predominância de sintomas de ansiedade
avaliados pelo BAI, somados os sintomas moderados e graves foram maiores em
meninas, quando comparadas aos meninos. Nas meninas, 28 somados os sintomas
moderados e graves, apresentaram ansiedade, isto corresponde a 45,60% da amostra de
meninas e 29,16% da amostra total. Já os meninos, somando os sintomas moderados e
graves, apenas 5 participantes apresentaram sintomas de ansiedade, isto corresponde a
10% da amostra de meninos e a 5,20% da amostra total.
Os dados encontrados neste estudo sobre a influência do sexo na presença de
sintomas de ansiedade corroboram estudos como os de Rodrigues et al. (2008), que
afirmam que as mulheres apresentam risco signitivamente maior para o
desenvolvimento de transtornos de ansiedade ao longo da vida assim, como maior
gravidade dos sintomas cronicidade e prejuízo funcional se comparado aos homens.
Em outro estudo realizado por Rodrigues et al. (2008), com 456 vestibulandos
utilizando o BAI, indicou que 185 (17,7%) apresentaram ansiedade moderado e 61
(5,8%) apresentaram ansiedade considerada grave. A pesquisa mostrou uma diferença
significativa mostrando que as mulheres sofrem mais de ansiedade que os homens.
Corroborando em relação ao tema, Germain et al. (2016) como citado por Grolli
et al. (2017) realizaram uma investigação com alunos de ensino médio e identificaram
sintomas depressivos e de ansiedade ao longo dos três anos do ensino médio. Os dados
encontrados nesse estudo sobre a influência do sexo na presença de encontrou uma
maior incidência de sintomas ansiosos e depressivos nas meninas do que nos meninos
bem como uma associação entre uma percepção mais negativa do apoio dos amigos e da
família e uma identidade vocacional menos definida.
Em relação à Escala de Estresse para adolescente (ESA), 69,79% dos alunos
atingiram escores que os classificaram como “sem estresse” e 30,20% dos alunos
atingiram escores que os classificaram “com estresse”. Dos alunos classificados “com
estresse” a frequência de meninas com queixa de estresse foi maior do que a de
meninos, sendo 42% do sexo feminino e 17,39 do sexo masculino.
Os resultados encontrados corroboram com a pesquisa de Calais, Andrade e
Lipp (2003) como citado por Machado et al. (2011), que encontraram maior índice de
estresse nas mulheres do que nos homens adultos jovens.
Em outro estudo realizado por Schermann et al. (2014) com 475 adolescentes de
14 a 18 anos matriculados nas 13 escolas estaduais de Ensino Fundamental e Médio da
cidade de Canoas/RS. A prevalência de estresse na amostra estudada foi de 10,9 %,
sendo 10,3% nos rapazes e 11,4% nas moças. Em relação às características dos
adolescentes, a maioria é do sexo feminino (58,9%), possui entre 14 e 15 anos (48,6%),
está cursando o ensino médio (84,2%).
Nas meninas predominou o relato de sintomas psicológicos (22%) e cognitivos
(8%). Nos meninos a maior frequência foi para sintomas psicológicos (8,69%). Os
resultados corroboram com um estudo realizado por Leal (2001) como citado por
Tricolli et al. (2015) na cidade de João Pessoa/PB onde participaram 453 adolescentes
com idade entre 13 e 19 anos, onde foi detectado uma maior incidência de stress no
sexo feminino (61,1%) com prevalência de sintomas psicológicos, utilizando-se do
Inventário de Stress para adultos de Lipp, adaptado.
Sobre os sintomas de depressão avaliados pelo BDI-II, do total de participantes,
49 apresentaram sintomas de depressão o que corresponde a 51,04% da amostra total
somando meninos e meninas. O presente estudo obteve uma maior predominância de
sintomas de depressão em meninas, sendo 37 participantes com sintomas moderado e
grave, o que corresponde a 38,54% da amostra. Já os meninos, somente 12 participantes
apresentaram sintomas moderados e graves, o que corresponde a 12,5%.
Os dados encontrados neste estudo sobre a influência do sexo na presença de
sintomas de depressão corroboram com os estudos de Reppold et al. (2003) que afirma
que as análises de seu estudo evidenciaram que as meninas apresentam sintomas
depressivos em uma incidência significativamente maior do que seus pares masculinos.
Outro estudo afirma que é possível que a prevalência de depressão entre as
meninas esteja relacionada a especificidades do funcionamento neuro-hormonal
feminino e ao fato destas se sentirem mais afetadas por eventos de vida estressantes,
terem maior preocupação com o autoconhecimento e, conseqüentemente, por terem
maior ciência de seus estados internos (Allgood-Merten et al., 1990; Lima, 1999;
Soares, 1999, como citado por Reppold et al. (2003).
Conclusão
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