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A Primeira República Portuguesa

A Primeira República Portuguesa (1910-1926) constituiu a primeira tentativa


persistente de estabelecer e manter uma democracia parlamentar em Portugal. Este regime
surgiu por meio de um golpe de estado que pôs fim à monarquia constitucional. Apesar das
boas intenções e ideias iniciais, os republicanos mostraram-se incapazes de criar um sistema
estável e funcional. A instabilidade era de tal maneira grave que em apenas dezasseis anos
houve mais de 40 governos “Quarenta e tal governos, seis presidentes, eleições parlamentares
em média de dois em dois anos, vinte e cinco revoltas e motins.” (Martins, 1998, 70).
Há diferentes interpretações sobre tudo aquilo que decorreu ao longo da Primeira
República. Assim como Marcello Caetano, Oliveira de Marques, professor universitário e
historiador Português, realça a sua posição no livro “A Primeira República Portuguesa”.
Oliveira de Marques acreditava que a república nada mais era senão uma continuação do
liberalismo monárquico, escrevendo que esta não foi “o começo de algo estruturalmente
novo, mas antes a última fase de algo que começara muito antes”, em 1820. Para Oliveira de
Marques, a república representou o auge da evolução do liberalismo monárquico e, portanto,
teria de ser substituída por algo totalmente novo para funcionar. Diferentemente de Oliveira
de Marques, que interpretou toda a situação como um erro fatal do passado, Pulido Valente
considera que a principal falha da República foi o fim do liberalismo monárquico, uma vez
que, consoante ele, em (Revoluções: A República Velha) “o liberalismo monárquico era a
única esperança de um governo estável em Portugal”.
Na minha opinião, acredito que a crise e instabilidade na República se deveu, não a
um sistema liberal, mas precisamente a um não liberal. A questão religiosa é um dos
exemplos dessa instabilidade, sendo que, um dos ex-primeiro-ministros, Afonso Costa, tinha
como objetivo abolir a religião Católica em apenas dois anos, em Portugal. A meu ver, esta
medida não tem sentido algum, sendo Portugal um País tão ligado à religião. Embora não
concorde totalmente com nenhuma das posições dos historiadores, aquela que mais se
assemelha à minha é a de Oliveira de Marques uma vez que, a República, no sentido de um
estado sem a dinastia, parecia cada vez mais uma via para resolver o impasse da Monarquia
Constitucional.

12LHC- Anita Sousa nº3

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