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Trata o presente de uma pesquisa na área do Direito Administrativo, que aborda os

processos administrativos disciplinares (PADs) em uma autarquia. Traz tema relevante


pois o Estado ao mesmo tempo que precisa cumprir a função e os fins públicos tem por
objetivo disciplinar a conduta dos servidores que a exercem. Destaca que o processo
administrativo disciplinar enquanto iter descrito nas Leis 8.112/90 e 9.784/99 é instrumento
de correição e como tal, tem reconhecimento na doutrina. Ocorre que, embora o tema
tenha recebido muitos estudos e pesquisas, quase não há na doutrina e jurisprudência,
autores que aproximem o processo administrativo à temática da eticidade para, sobre
essas duas temáticas fazer cotejamentos. Demonstra que o Direito Administrativo tem
focalizado suas diretrizes na interpretação mais clássica, reproduzindo de certa forma, um
solipsismo que acaba por dar pouca importância aos princípios como espécie de normas e
a eticidade como fonte de interpretação. Abordou os objetivos de: investigar o iter ou fases
dos processos administrativos disciplinares à luz das leis 8.112/90 e 9.784/99, analisar os
princípios do contraditório e ampla defesa nos PADs, verificar a eticidade nos PADs a
partir das decisões em cada fase, avaliar se há cumprimento dos direitos e deveres dos
servidores envolvidos (processantes e processados) nos PADs à luz das leis 8,112/90 e
9.784/99. Sendo assim, foi realizada uma pesquisa de campo ou empírica em cinco
processos administrativos. A análise que teve como suporte o método fenomenológico e a
pesquisa bibliográfica, tendo sido tratados os resultados com a vertente qualitativa. A
pesquisa descreve o processo administrativo, suas fases e a composição da comissão e
seus vogais, para além da legislação. Enfoca a interpretação fenomenológica dos
princípios, observando principalmente o contraditório e ampla defesa, para depois se
debruçar na justiça restaurativa e nos conceitos trazidos pela fenomenologia hermenêutica
tais como: eticidade, alteridade, sensibilidade, o rosto do outro e a sensibilidade. Após a
análise das fases processuais, os autos foram cotejados com a doutrina e legislação. O
resultado da pesquisa revelou que, embora a legislação seja rigorosamente cumprida e o
contraditório e ampla defesa assegurados, o solipsismo se esquivou de trazer a
interpretação principiológica e como isso a eticidade, a alteridade, subjetividade foram
conceitos ausentes nos autos.

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