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Universidade Federal de Pelotas

Faculdade de Direito

Nome: Lívia Abreu Nunes

Ficha de Leitura

Autor: Paulo Nader

Obra: NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021.
9786559642755. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642755/. Acesso em: 28 jul. 2022.
(pág. 163-170).

Parte IV

Fontes do Direito

Capítulo 18

A Doutrina Jurídica

Qual é a função prática da doutrina?

O livro “Introdução ao Estudo do Direito” de Paulo Nader, professor emérito da


Universidade Federal de Juiz de Fora e também Juiz de Direito aposentado, trata sobre as fontes
do Direito, e dentre elas a doutrina jurídica. A doutrina não é considerada, segundo o autor,
uma fonte formal do Direito, pois não possuí poder nos sistemas jurídicos, mas sim influência,
portanto tendo uma participação indireta ou secundária no ordenamento jurídico e nas atuações
e decisões dos profissionais do Direito. Ainda, a doutrina é parte teórica do Direito, sendo o
acervo de conhecimento composto por estudos, análises e interpretações das normas vigentes,
além de formulações de novos institutos jurídicos para os legisladores (NADER, 2021). Esse
acervo é construído por juristas que possuem qualidades científicas, como a imparcialidade, o
conhecimento aprofundado sobre o campo jurídico e a formação moral.
Apesar de pertencer, principalmente, ao contexto teórico do Direito, a doutrina foi fonte
formal na Roma Antiga, na época da República (510 a.C. – 27 a.C.) e depois no Principado (27
a.C. – 285 d.C.). Isso porque os tratados e pareceres dos jurisconsultos, que eram os pensadores
do Direito, exerciam grande influência nas decisões dos magistrados – os pretores – para a
aplicação de sentenças, e também ajudavam no preenchimento de lacunas nas leis.
Posteriormente, por meio do jus publice respondendi, os jurisconsultos também poderiam
aplicar sentenças, e os pretores precisavam acatá-las (NADER, 2021, pág. 168).

Atualmente, em se tratando da função prática da doutrina como a parte mais relevante,


as obras dos juristas são base para a criação de legislações e novos conceitos jurídicos, pois as
análises advêm das transformações que ocorrem na sociedade. Além disso, a interpretação do
Direito Positivo vigente, como sistematizar as normas, dar sentido e entender o alcance das
disposições legais, ajuda os operadores do Direito em seu trabalho, bem como na formação de
novos profissionais, porque “a influência da obra dos juristas se torna mais palpável e decisiva
no tocante ao ensino do Direito nas universidades. O instrumental básico do estudante são os
livros e os códigos. ” (NADER, 2021, pág. 166). Ademais, outra função prática da doutrina é
identificar as falhas e lacunas nas leis, além de avaliá-las, assim percebendo os resultados
sociais e éticos. A partir disso podem surgir novas opiniões e teorias que sejam mais ideais para
organizar a sociedade.

Por fim, o argumento de autoridade é a utilização de doutrinas, sendo indispensável, na


atuação dos advogados para a complementação dos argumentos em defesa de seus clientes. É
importante destacar que o uso exagerado de opiniões doutrinárias, sem o enfoque na exegese
da lei, não é aceito. (NADER, 2021, pág. 167).

[Comentários pessoais: Percebe-se que a doutrina jurídica, conforme o autor a


apresentou, não se trata somente de análises e teorias em prateleiras de bibliotecas, mas sim de
obras que são utilizadas para fins práticos dos profissionais do Direito, para a compreensão do
ordenamento jurídico e para o auxílio na elaboração de novas legislações, sendo que este último
afeta a sociedade como um todo. ]

Data de entrega: 12/08/2022

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