Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
MACEDO JR, Ronaldo Porto. O método de leitura estrutural. in Cadernos Direito GV, v. 4, n. 2,
março, 2007.
2
GOLDSCHMIDT, Victor. Tempo Histórico e Tempo Lógico na Interpretação dos Sistemas Filosóficos.
in A Religião de Platão. Prefácio introdutório Oswaldo Porchat Pereira, Trad. por Ieda e Oswaldo Porchat
Pereira. 2 ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1970.
3
BERTI, Enrico. Perfil de Aristóteles, São Paulo: Paulus, 2012. pp. 7-8.
4
HART, H. L. A. O conceito de direito. 2 ed. Trad. Por Antônio Sette-Camâra. São Paulo: Martins
Fontes, 2009.
5
LOPES, José Reinaldo de Lima. Entre a teoria da norma e a teoria da ação. In Storck, Alfredo Carlos;
Lisboa, Wladimir Barreto (org). Norma, moralidade e interpretação: temas de filosofia política e direito.
1ed. Porto Alegre: Linus Editores, 2009.
como integridade de Ronald Dworkin.6 Através de uma interpretação construtiva das
regras (como no exercício imaginário de quem escreve um romance em cadeia, onde em que
recebe parte de um romance escrito e tem que continuar a escrever a história de modo a
manter sua coerência interna) é que se decide o que é o direito e quais são os direitos de
um determinado caso.
Nesse sentido, compreendido o que é o método estrutural e seu contra ponto – o
método histórico-genético, e o que é direito como ação ou decisão e sua contrapartida –
o direito como regras, podemos pensar sobre a questão inicial. O método estrutural é
suficiente para o sucesso do ensino jurídico do direito como ação? Ou é necessário
conhecer o filósofo por trás do texto e o contexto histórico de sua vida para decidir qual
é ou o que é o direito? O método estrutural é sem dúvidas importante para o leitor ou para
o jurista compreender um sistema filosófico, um texto teórico sobre o direito ou as razões
internas de um conjunto de regras jurídicas. Porque quem compreende a doutrina de um
filósofo compreendeu suas razões ou sua lógica interna.
Por conseguinte, o método de leitura estrutural é interessante para o ensino do
direito como ação, enquanto um sentido de direito sobre o que fazer com as regras. Pois
aquele que tem a habilidade para entender a lógica de um argumento tem a capacidade
intelectual para identificar as razões de uma regra para decidir a partir dela o que é o
direito, ou quais são os direitos em questão, ou de quem é o direito em determinado caso.
Logo, se precisamos escolher entre um dos métodos para o ensino do direito como ação,
devemos escolher aquele que fornece essas habilidades. Então, deveremos escolher o
método estrutural. Ele é um caminho interessante para compor com sucesso um programa
de ensino jurídico do direito como ação porque dá as habilidades para identificar as razões
e para fundamentar os direitos – habilidades necessárias para decidir. Mas se não
precisamos escolher entre um ou outro, o método histórico-genético, enquanto método
que pretende conhecer um sistema considerando seu contexto, pode servir como método
auxiliar ao método estrutural. Pois embora ele não seja capaz de, sozinho, desenvolver
essas habilidades, poderá oferecer a compreensão dos porquês de o autor escrever o que
escreveu. Isto é, quais são suas motivações por trás de seu sistema filosófico. A Filosofia
pode ser independente de seu filósofo, mas isso não significa que ela se desenvolva no
vácuo, isolada da realidade que seu autor se insere. E essas também são questões
importantes para se decidir o direito.
6
DWORKIN, Ronald. O império do direito. 1 ed. Trad. por Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.