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Wellington decide tomar uma atitude e manda uma carta registada a Carlos,
formalizando por escrito a denúncia de defeitos que já lhe havia feito verbalmente e
dá a Carlos um prazo até fim de julho para que este elimine a referida infiltração e
repare os danos existentes no apartamento dela decorrentes.
a) Que direitos tem Wellington?
No caso em análise, estamos perante uma compra e venda de um apartamento
novo para habitação própria. Compra e venda esta que foi feita a uma pessoa (Carlos) que constrói
e vende apartamentos. Estamos, assim, perante uma relação jurídica de consumo.
Efetivamente, Wellington comprou para seu uso pessoal (para sua habitação) um
imóvel a um profissional, que naquele negócio agiu no domínio da sua actividade
profissional. Mas estamos igualmente perante uma situação em que o consumidor adquire um
bem que padece de defeitos.
Ora, nesta matéria, no domínio das relações jurídicas de consumo, rege o
Decreto-Lei n.º 27/2016, de 18 de julho, que tal como refere no seu artº 6º, n.º 1, transpõe para o
garantias do consumidor , artigo.º 95, n.º 1 da CRM aprovada na Assembleia da República, aos
16 de Novembro de 2004 relativa a aspectos da venda de bens de consumo e das garantias a ela
relativas, com vista a assegurar a protecção e o direito dos consumidores, referindo, por sua vez,
o artº 6º a deste decreto no seu
(n.º1) - “os bens serviços fornecidos, devem ser aptos a satisfazer os fins esperados e produzir
os efeitos a que se destinam"
Bem como a constituição estabelece no artigo 95
(n.º1), “ Os consumidores têm direito à qualidade dos bens e serviços consumidos, à
formação e à informação, à protecção da saúde, da segurança dos seus interesses económicos,
bem como à reparação de danos”.
Assim no domínio das relações de consumo, quando estiver em causa uma situação de venda de
bens com defeito, é este e não outro, o regime jurídico a considerar.
b) No caso em análise, Jorge pretende que Carlos lhe repare o apartamento e
elimine as infiltrações de que padece. Como deve agir então Jorge e que prazos tem para
exercer os seus direitos?
Nos termos do artº 6º, n.º 3, do referido Decreto 27/2016, o apartamento adquirido por Wellington
a Carlos tem efectivamente garantia de 5 anos. Ou seja, os defeitos de construção que no
apartamento surgirem, caso se manifestem dentro de 5 anos a contar da data da sua entrega por
Carlos a Wellington, têm que ser eliminados (caso tal seja possível) sem custos para este último.
Os defeitos manifestaram-se no apartamento de Wellington dentro dos referidos cinco anos, pelo
que, Wellington tem direito de exigir que os mesmos sejam eliminados. Contudo, não basta ter os
direitos, é igualmente necessário exercê-los. No caso, é necessário que Wellington adopte
determinados comportamentos no sentido de exercer os seus direitos.
Portanto no artº 79º da CRM, impõe que os Todos os cidadãos têm direito de apresentar petições,
queixas e reclamações perante autoridade competente para exigir o restabelecimento dos seus
direitos violados ou em defesa do interesse geral. Wellington tem que denunciar a Carlos os
defeitos.