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DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
A pesquisa busca entender e contribuir para o esclarecimento dos motivos pelos quais
levam os homens a cometer crimes contra mulheres no seio familiar. Para tanto, não há
possibilidade de falar em violência doméstica sem destacar o Direito de família, pois a Lei
Maria da Penha traz em seu texto referências a esta área jurídica.
Pode se verificar ainda que esses ilícitos acontecem de forma geral entre pessoas, que,
de alguma forma, tenham vínculo afetivos entre si, podendo ser, por exemplo, esposa, ex-
namorada, mãe, filhas, irmãs, entre outras integrantes de um arranjo familiar ou que dividem o
mesmo espaço doméstico. Desse modo, abordaremos neste trabalho a violência contra pessoas
do núcleo familiar.
Trazendo a discussão para o âmbito local, segundo a Polícia Civil, divulgado pelo G1,
Globo.com, no município de Ponta Grossa no ano de 2020 foram registrados cinco crimes
contra mulheres, sendo dois tipificados como feminicídio (Polícia civil, 2020).
Quiçá a compreensão dos motivos de crimes pautados pela condição feminina possa
contribuir para elaborar e efetivar estratégias que coloquem as estatísticas do feminicídio entre
os menores possíveis dentro da delicada conjuntura social brasileira o que inclui, por óbvio, o
Município de Ponta Grossa, PR.
OBJETIVOS GERAIS
OBJETIVO ESPECÍFICO
Para esta pesquisa, a entrevista inicial será de forma semiestruturada, que para
Lakatos e Marconi (2010, p. 197) é aquela “em que o entrevistador segue um roteiro
previamente estabelecido”.
RESULTADOS
De acordo com a análise realizada por meio do discurso das participantes, pode se
dizer que os crimes sofridos foram cometidos por pessoas vinculadas afetivamente. Em
relação a duas participantes, os criminosos eram parceiros/conjuges e a outra foi violentada
pelo amigo do pai.
Para tanto, observa-se que a violência doméstica no seio familiar é uma questão que
vai muito além do viés jurídico e daquilo que se traduz nos processos judiciais. Para tanto, há
necessidade de pesquisas contínuas e profundas relacionadas à temática com o intuito de
minimizar a violência doméstica.
DISCUSSÃO
Vitíma 2: “meu pai bebia bastante e quando chegava em casa batia na minha mãe.
Depois, a minha mãe falava mal dele para mim e meus irmãos”.
Vitíma 3: “não presenciei brigas físicas, poque meus pais eram solteiros. Mas
minha mãe vivia falando mal do meu pai.”
Na categoria sobre reflexo da violência na vida adulta
Vitíma 1: “após ser presa perdi a guarda do meu filho para minha tia, tenho direito
de visíta assistida, no entanto a tia dificulta as visitas, alegando algumas desculpas”.
Vitíma 2: “não confio em uma relação, tentei uma união estável mas eu e meu
companheiro brigavamos muito, brigas de ocorrem vias de fato, por isso, acabamos
separando”
Vitíma 3: “tive uma filha aos 18 anos, acabei indo presa e minha filha mora com
minha mãe e padrasto, minha vista é a cada 15 dias, atualmente vivo em um relacionamento
difícil, de muita agressões até mesmo física”
Nota se, que neste o uso do alcool ou outras substâncias psicoativas, tornan as
mulhres ainda mais vulneraveis, de acordo LEITE, F. M. C.; LUIS, M. A.; AMORIM, M. H.
C.; MACIEL, E. L. N.; “tornam nítido que a violência contra a mulher está intimamente
relacionada ao consumo de álcool. Desse modo, algumas ações na esfera dos serviços de
saúde e de políticas públicas devem ser adotadas, além daquelas já existentes para combater
especificamente a violência, como a Lei Maria da Penha, visando a que em nível primário de
atenção à saúde se estabeleçam protocolos e instrumentos de rastreamento específicos, não
apenas para vítimas de violência doméstica, mas também para pessoas dependentes de álcool
e/ou sua parceira”.
Considera-se que de forma implícita as vítimas deram subísidios para que nesta
pesquisa pudesse formular a resposta para a questão norte: verificar quais são as concepções
que as mulheres, vítimas de violência doméstica, possuem acerca das causas que levam os
agressores cometerem seus crimes?
As causas, pela análise inicial das falas das vítimas acima transcritas são inúmeras e
diversas, pois se identifica a dependência de bebidas, drogas ilícitas, ciúmes, sentimento de
posse e pensamento de que a vitíma deve ser submissa. Isto significa reconhecer que a questão
de gênero que inspira a tipificação penal do feminicídio é algo extremamente complexo, com
múltiplas facetas que exigem um aprofundamento teórico e empírico na construção dos
universos feminino e masculino que compõe a sociedade contemporânea.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao que parece, pela breve e desprentesiosa análise ora descrita, uma das
perspectivas que se pode extrair é uma tentativa de manter uma hegemonia masculina
orientada pelo capitalismo, patrimonialismo e patriarcado que ensejam frustrações quanto às
“falhas” no cumprimento dos papéis masculinos tão arraigados pela sociedade a ponto de
culpabilizar e punir aquelas mulheres que tentam romper com os questionáveis padrões que
lhe são trnasmitidos há gerações por meio dos processos de reprodução social.
REFERÊNCIAS
Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas. 2010.
LEITE, F. M. C.; Luis, M. A.; Amorim, M. H. C.; Maciel, E. L. N.; Gigante, D. P. Violência
Contra a Mulher e Sua Associação com o Perfil do Parceiro Íntimo: Estudo com Usuárias da
Atenção Primária. scielo.br. 2019 Acessado em 02/10/21.