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O que o hemograma completo avalia?

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O hemograma completo é um teste que dá informação sobre os 3 principais


tipos de células no sangue e mostra se seus níveis são baixos, normais ou
altos.
 

1. Células vermelhas do sangue (hemácias ou eritrócitos)


Estas células contêm hemoglobina e transportam oxigênio para seu corpo.
2. Células brancas do sangue (glóbulos brancos ou
leucócitos)
Estas células ajudam no combate a infecções.
O chamado diferencial dos “glóbulos brancos” (que são aqueles números que
aparecem logo abaixo do total de leucócitos) informa qual a proporção de cada
um dos 5 tipos diferentes de glóbulos brancos, sendo que cada tipo tem uma
função diferente.O diferencial também mostra se você tem células brancas
anormais do sangue, o que pode levar à suspeita de alguma doença
hematológica, como as leucemias.
3. Plaquetas (trombócitos)
Plaquetas são fragmentos de citoplasma de células que têm função na
coagulação e hemostasia, ou seja, ajudam a formar coágulos. O coágulo é
como se fosse um “plug” que consegue estancar o sangramento após um
ferimento. A formação do coágulo depende também dos fatores de coagulação,
que não são avaliados no hemograma completo e sim no coagulograma.
 

O Hemograma propriamente dito….


O hemograma é o nome dado ao conjunto de avaliações das células do sangue
que, reunido aos dados clínicos, permitem conclusões diagnósticas e
prognósticas. A qualidade dos resultados depende da boa execução técnica,
interpretação dos valores, manutenção dos equipamentos e constante controle
de qualidade. 
Condições que afetam a “medula óssea”, que é o espaço no meio de seus
ossos que produz todos os tipos de células do sangue, normalmente são
identificadas no hemograma. Mas nem todas as alterações no hemograma
refletem problemas na produção do sangue, algumas vezes as células se
perdem (sangramento) ou são destruídas (doenças auto-imunes). Caso
apresente uma alteração no sangue, converse com o seu médico.
O teste do hemograma informa algumas medidas como:
 Quantidade de hemácias, plaquetas e leucócitos você tem no seu sangue
 Quanto espaço as células vermelhas do sangue ocupam no sangue,
chamado de “hematócrito”;
 Quanta “hemoglobina” está presente (hemoglobina é a proteína que
transporta oxigênio no sangue);
 Informações sobre o tamanho e a forma das células vermelhas e
plaquetas.
Seu médico provavelmente vai solicitar este teste em uma
consulta de rotina ou quando estiver com sintomas tais
como:
 Cansaço e fraqueza;
 Sangramento maior que o normal em qualquer região do corpo: fezes,
urina, fluxo menstrual, da pele, do nariz ou das gengivas;
 Aparecimento de manchas roxas grandes ou em grande quantidade;
 Se há suspeita de infecção.
 

Analisando cada série…


1. Células vermelhas do sangue (hemácias ou eritrócitos):
As necessidades fisiológicas específicas de glóbulos vermelhos variam de
acordo com aspectos individuais da pessoa como idade, sexo, altura da
residência em relação ao nível do mar (altitude), tabagismo e diferentes fases
da gravidez. Os glóbulos vermelhos contêm hemoglobina e transportam
oxigênio para o corpo. A análise da série vermelha (ou eritroide) é constituída
pelas seguintes determinações básicas, que podem ser agrupados em 
 métodos quantitativos (RBC, Hb, Ht) e 
 métodos qualitativos, que incluem: (a) índices hemantimétricos (VCM,
HCM, CHCM), e avaliação de (b) formação de rouleaux (ou empilhamento
de hemácias); (c) variação no tamanho (anisocitose), como microcitose e
macrocitose; (d) distribuição da hemoglobina, como hipocromia, hemácias
em alvo; (e) presença de inclusões; (f) variações na forma (poiquilocitose),
(g) policromasia, que corresponde aos reticulócitos (quando é utilizada a
coloração de azul de cresil brilhante) e (h) presença de eritroblastos, que
são células vermelhas jovens nucleadas.
Quando as hemácias estão em pequeno número, chamamos de anemia. A
anemia é classificada de várias formas, a mais comum se baseia na
hemoglobina (Hb). Segue abaixo (Tabela 1) uma classificação genérica
baseada nas informações da Organização Mundial de Saúde. Mas os valores
normais podem variar conforme a fonte consultada e os aspectos acima
mencionados
Tabela 1: Níveis de hemoglobina para diagnóstico de anemia ao nível do mar.

População Não é anemia Anemia Leve Anemia Moderada A

Crianças
6 meses – 5 anos ≥ 11,0 g/dL 10,0 – 10,9 g/dL 7,0-9,9 g/dL

Crianças
5-11 anos ≥ 11,5g/dL 11,0 – 11,4 g/dL 8,0-10,9 g/dL

Crianças
12-14 anos ≥ 12,0 g/dL 11,0 – 11,9 g/dL 8,0-10,9 g/dL

Mulher não grávida


(> 15 anos) ≥ 12,0 g/dL 11,0 – 11,9 g/dL 8,0-10,9 g/dL

Mulher grávida
(> 15 anos ≥ 11,0 g/dL 10,0 – 10,9 g/dL 7,0-9,9 g/dL

Homem
(> 15 anos) ≥ 13,0 g/dL 11,0 – 12,9 g/dL 8,0-10,9 g/dL

Fonte: Modificado de OMS, 2011.


Quando estão em grande quantidade, chamamos de policitemia.
Consideramos útil utilizar os valores definidos para investigação de neoplasia
mieloproliferativa neste caso. Então se sua hemoglobina está maior que 16,0
g/dL (mulheres) ou 16,5g/dL para homens, é importante procurar um
especialista (hematologista).
 

2. Série Branca:
A Tabela 2 mostra os níveis usualmente utilizados para analisar a série branca,
lembrando que existe uma grande variação entre indivíduos, principalmente de
grupos étnicos diferentes. Assim, se seus valores não estiverem normais, é
importante conversar com seu médico de confiança e caso a dúvida persista
procurar o médico especialista (hematologista). O diferencial também mostra
se existem células brancas anormais no sangue periférico. No leucograma
chamamos de (1) medidas quantitativas a contagem total de leucócitos
(leucometria) e o diferencial (percentual e contagem absoluta) e de (2) medidas
qualitativas, a avaliação de desvio à esquerda, granulações tóxicas, linfócitos
atípicos, hipersegmentação, cromatina sexual, corpos de Döhle e alterações
tipo Pelger-Hüet. A presença de blastos no hemograma é um sinal de alerta e o
especialista deve ser consultado o mais rápido possível.
Tabela 2: Análise diferencial de glóbulos brancos (valores normais)

% /mm3

Neutrófilos 40 a 70 1.500-7.000

Eosinófilos 1–6 100 – 600

Basófilos 0–3 0 – 200

Linfócitos 18 – 48 1.000 – 5.000

Monócitos 3 – 10 200 – 1.000

Quando os glóbulos brancos estão aumentados em número, chamamos


de leucocitose. Mais importante que saber que há um aumento de leucócitos é
identificar qual subtipo celular está aumentado. Se são os neutrófilos,
chamamos neutrofilia, que pode acontecer nas infecções bacterianas, por
exemplo. Se são linfócitos, chamamos de linfocitose. Qualquer alteração
deste tipo pode estar associada a doenças do sangue, mas na grande maioria
dos casos são reações do organismo a infecções ou quadros inflamatórios.
Quando estão em pequeno número, chamamos de leucopenia. Se a
leucopenia acontece por  redução dos neutrófilos (neutropenia), pode haver
risco aumentado de infecções e este risco é maior quando os níveis de
neutrófilos são menores.
 Neutrófilos entre 1500 e 1000: neutropenia leve
 Neutrófilos entre 1000 e 500: neutropenia moderada
 Neutrófilos < 500: neutropenia importante.
 

3. Série Plaquetária
Quando se avalia a série plaquetária também temos (1) método quantitativo –
contagem total de plaquetas (plaquetometria) e (2) métodos qualitativos,
representado VPM, com pouco valor prático, e pelo estudo da morfologia.
Quando as plaquetas apresentam um número aumentado, chamamos
de plaquetose (ou trombocitose). Consideramos útil utilizar os valores
definidos para investigação de neoplasia mieloproliferativa neste caso. Então
se sua contagem de plaquetas está maior 450.000/mm3, é importante procurar
um especialista (hematologista);
Quando estão em pequeno número, chamamos plaquetopenia (ou
trombocitopenia). Nesta situação pode haver sangramento, dependendo do
grau da plaquetopenia:
 < 10.000 à risco de sangramento espontâneo
 < 50.000 à risco de sangramento quando submetido a trauma ou
procedimentos de pequeno e médio porte

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