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Vinho e Comida
Um e-book para quem quer ampliar o prazer à mesa
Salgada Sais
Ácida Ácidos
Doce Açúcares
Condimentação Especiarias
1
Refere-se à gordura não aparente, contida nas carnes, camarões e lagostas. Não é sensível
ao tato, ou seja, se você tocar o alimento, sua mão não ficará engordurada.
2
Trata-se aqui da gordura aparente, facilmente identificável no alimento. Pode prover, por
exemplo, de óleos e azeites, da manteiga derretida etc. É sensível ao toque, ou seja, deixa
sua mão besuntada com facilidade.
Formas de Harmonização
A combinação da comida com o vinho pode se dar pelo Equilíbrio entre o
peso da comida e o corpo do vinho, pela Harmonia de sensações ou pelo
Realce, onde há melhora mútua ao paladar.
Equilíbrio:
Vinhos leves - comidas leves
Vinhos de médio corpo com comidas médias
Vinhos encorpados com comidas pesadas
A grande maioria dos vinhos brancos são leves, exceto aqueles fermentados
em barrica ou que passam algum tempo em madeira – esses são quase sempre
da variedade Chardonnay (os chilenos, californianos e australianos produzem
muitos vinhos com esse estilo).
Como reconhecer: em geral, os brancos de médio corpo ou encorpados tem
cor mais escura que os mais leves.
Os vinhos rosados são quase sempre leves ou de médio corpo, que valorizam
o frescor.
Os espumantes – brancos ou rosados – quase sempre são leves ou de médio
corpo. A exceção são alguns champanhes com indicação de safra (a maioria
dos espumantes são uma mistura de várias safras, portanto não são safrados),
que apresentam mais corpo.
Tintos Leves: Bardolino, Valpolicella, Beaujolais, Lambrusco, Pinot Noir,
Gamay, alguns tintos brasileiros. Geralmente são claros e tem teor alcoólico
baixo.
Tintos de Médio Corpo: Dolcetto, Sangiovese, Chianti, Barbera d’Alba,
Rosso di Montalcino, Côtes-du-Rhône, muitos espanhóis da Rioja, Merlot e
Carménère chilenos, Malbec argentino, Tannat uruguaio, Pinotage,
Borgonha, a maioria dos Bordeaux, a maioria dos brasileiros.
Tintos Encorpados: Châteauneuf-du-Pape, Barolo, Amarone, Brunello di
Montalcino, supertoscanos, espanhóis do Priorato, muitos Cabernet
Sauvignon do Chile e da Califórnia, alguns Malbec argentinos. Quase sempre
passam em madeira. Geralmente são vinhos escuros e tem teor alcoólico mais
elevado.
É importante deixar claro que essa lista não é taxativa, pois há vários fatores
que podem alterá-la, como a forma de elaboração, por exemplo. Uma dica é
prestar atenção ao teor alcoólico e a cor. Quanto mais cor e mais álcool, mais
encorpado é o vinho.
Harmonia: Ajuste das Sensações
A doçura atenua a acidez (açúcar na limonada).
O sabor salgado acentua o amargor (sal no jiló).
A doçura atenua o amargor (açúcar no café).
A acidez ameniza a sensação de gordura (Chablis com ostra).
Taninos amenizam a untuosidade (vinho tinto com bacon).
Taninos equilibram a suculência (tinto com picanha).
Na Comida No Vinho
Suculência Tanicidade
Untuosidade Alcoolicidade
Aromaticidade Aromaticidade
Doçura Doçura
Acidez Acidez
Explicando a tabela:
As características da comida, expressas na coluna da esquerda, se equilibram
com as características dos vinhos listadas na coluna da direita.
Assim, para equilibrar uma comida com muita suculência, como uma carne
vermelha malpassada, é necessário escolher um vinho que possua boa
quantidade de taninos, geralmente um tinto jovem de médio corpo ou
encorpado.
Ao mesmo tempo, ao escolher um vinho com pouco ou nenhum tanino, uma
comida pouca suculência é mais indicada.
Uma comida untuosa, com bastante gordura aparente, por exemplo, algo que
possua molho à base de muita manteiga, vai pedir um vinho tinto com teor
alcoólico mais elevado.
Se a comida tiver muita gordurosidade, como camarão ou lagosta, escolha um
vinho que possua acidez elevada. Boas escolhas são os Sauvignon Blancs,
Rieslings ou Vinho Verde branco. Um espumante aqui também pode cair
bem.
Uma comida que altere o hálito de quem come (com muito alho, por
exemplo), devem ser acompanhadas de um vinho com efervescência. É uma
boa pedida, então, abrir um espumante.
Já se a comida tiver muitas especiarias e condimentos, é preciso acompanhá-
la com um vinho com igual intensidade aromática.
No entanto, se a comida tiver muitos aromas delicados, o vinho precisa ter
aromas igualmente suaves e delicados.
Para sobremesas e pratos doces, precisamos de vinhos igualmente doces.
Lembrando, conforme já dito anteriormente, que a doçura do prato não pode
ser maior que a doçura do vinho. O ideal é que haja um equilíbrio.
Um prato com boa acidez (como os que contêm limão, por exemplo),
somente harmonizará com um vinho igualmente ácido. Nesse caso, brancos e
espumantes são os mais indicados.
Uma comida com sabores fortes pede um vinho macio (geralmente com teor
alcóolico elevado) para equilibrar a condimentação.
Vale lembrar que um prato pode ter, ao mesmo tempo, mais de uma das
características citadas. Assim, na hora de escolher o vinho, é preciso levar em
consideração todas elas.
Por exemplo: “suculência e untuosidade em um prato condimentado
requerem um tinto maduro: a acidez ajudará na gordura, os taninos cuidarão
da suculência e a maciez equilibrará a condimentação” (Borges, Euclides
Penedo - Harmonização: o livro definitivo do casamento do vinho com a
comida - Ed. Mauad X, pag 43).
O Realce
Boa degustação.