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Formação de vortex e conseqüente sopro falso

no escoamento de alto-forno
By Bentes - 14.02.01

1) O balanço de líquidos no AF deveria ser equilibrado:

Vazão de escória + gusa no


Nº DE CARGAS “n”
furo (m³/hora)= n POR HORA C/
( número de cargas por hora) VOLUME DE
x volume de escória e gusa LÍQUIDOS DE “v” m³
por carga (m³/carga)

ou : V líquidos = n x v líq/n

VAZÃO DE LÍQUIDOS
“V” EM m³ POR HORA
2) Se o volume de líquidos drenado é menor que o
carregado:

Vazão de escória + gusa no


furo (m³/hora) < n ( número
de cargas por hora) x
volume de escória e gusa
por carga (m³/carga)

ou : V líquidos < n x v líq/n

AUMENTO DA
PRESSÃO DE SOPRO
POR ELEVAÇÃO DO
NÍVEL DE LÍQUIDOS
3) Se o volume de líquidos drenado é maior que o
carregado:
AUMENTO DA
Vazão de escória + gusa no PRESSÃO DE
furo (m³/hora) > n ( número SOPRO POR
de cargas por hora) x RETENÇÃO DE
LÍQUIDOS NESTAS
volume de escória e gusa REGIÕES
por carga (m³/carga)

ou : V líquidos > n x v líq/n


SAÍDA DE GÁS SOPRADO
POR AFUNDAMENTO
BRUSCO DO NÍVEL DE
GUSA E ESCÓRIA NESTA
REGIÃO
4) Conforme o enunciado anterior, se o volume de
líquidos drenado é maior que o carregado:

Esta é uma condição de


formação de vortex

“Ps” de pressão de sopro


“R” de entrada do
vortex

“h” altura de
líquidos

Furo de gusa de raio “ r ”


“N” velocidade
angular (rotações por
segundo) do vortex
5) A equação do vortex é:

d x g x h = d x N² x r² + Ps

“Ps” de pressão de sopro


“R” de entrada do
vortex

“h” altura de líquidos de


densidade “d”

Furo de gusa de raio “ r ”


“N” velocidade
angular (rotações por
segundo) do vortex
6.1) para equilibrar o vortex, ou seja, uma altura em que não
passe gás para o furo de gusa é necessário, segundo a
equação, fazendo a primeira parcela (com “h”) maior:
d x g x h > d x N² x r² + Ps

- reduzir a pressão de sopro (“Ps”), o que pode ser através de +


O2, menos gás de rampa (-PCI), maior permeabilidade da
carga, etc. Mas isto já é uma busca constante da operação .

Menor “Ps” de pressão de “R” de entrada do


sopro vortex (MENOR)

“h” altura de líquidos de


densidade “d”

Furo de gusa de raio “ r ”


“N” velocidade
angular (rotações por
segundo) do vortex
6.2) para equilibrar o vortex, ou seja, uma altura em que não
passe gás para o furo de gusa é necessário, segundo a
equação, fazendo a primeira parcela (com “h”) maior:

d x g x h > d x N² x r² + Ps
- subir a altura “h” de líquidos, pela redução do raio “r” do
furo, não deixando entretanto a elevação ser o bastante
que eleve a “Ps”
“Ps” de pressão de sopro “R” de entrada do
vortex (MENOR)

Maior “h” altura de


líquidos de densidade “d”

Furo de gusa de raio “ r ”,


“N” velocidade
com menor abertura
angular (rotações por
segundo) do vortex
6.3) Os valores de “d”, “g”(aceleração da gravidade) e “N” não
são diretamente controlados.

6.4) Lembrar que o diâmetro do furo de gusa vai abrindo ao


longo da corrida

6.5) A técnica aprendida na Hoogovens de eliminar o vortex


pela interrupção momentânea do fluxo de líquidos com
um cone de madeira, pode ser uma solução
CONE DE MADEIRA
DURA COM ROSCA
TUBO DA BROCA COM ROSCA NA PONTA INTERNA

6.6) Veja a seguir uma transcrição da recomendação da Sidmar


para controle de escoamento ( está num trabalho traduzido
para cumbuca tecnológica de 23/07/01, da ex-SGMR)
EVACUAÇÃO DO CADINHO A ALTAS PRODUTIVIDADES (Luc Bonte,
Sidmar, 1998)

“Uma seqüência correta de vazamento é muito importante para a


regularidade do processo do alto-forno. Um exame apurado da
causa de uma alta pressão de sopro nas ventaneiras revelou que,
em até 80% dos casos, este fenômeno poderia estar relacionado a
um período entre corridas mais longo do que o usual. A
necessidade para o controle da velocidade de vazamento é óbvia.
Isto é realizado pela troca do diâmetro da barra.

Quando a velocidade de vazamento é muito alta, o nível de líquido na


área do furo de gusa afunda rapidamente, assim o gás é soprado
através do furo de gusa antes do gusa e da escória das zonas
distantes sejam evacuados” ( ver item 3 deste comentário)

“Na Sidmar, o tempo de vazamento relativo total ( expresso em % do


tempo) tem aumentado pela diminuição da velocidade média de
vazamento. Esta velocidade média de vazamento também é
influenciada pela produtividade”
EVACUAÇÃO DO CADINHO A ALTAS PRODUTIVIDADES
(Luc Bonte, Sidmar, 1998) ....continuação
“Quando se busca correlações entre parâmetros dependentes e a
velocidade de vazamento, a influencia da produtividade nestes
parâmetros falsifica os resultados. Por isso, a taxa de vazamento
TV (velocidade média de vazamento / produtividade) é usada
como um parâmetro independente. A produtividade é
normalizada com respeito ao volume de trabalho;
eq. 1
TV = Velocidade de vazamento (t gusa/min) / Produtividade ( t gusa/24h.m³ VT)

O limite mais baixo da TV corresponde a um tempo infinito e uma


velocidade de vazamento que é igual a taxa de produção” ( ver
item 1)
eq. 2
“TV mínimo = Vel. Vazamento (t/min) / Vel. Vazamento x 1440 / vol. Trabalho”
EVACUAÇÃO DO CADINHO A ALTAS PRODUTIVIDADES
(Luc Bonte, Sidmar, 1998) ....continuação
“Quando a velocidade de vazamento é mais baixa que a taxa de
produção, escória e gusa se acumulam no cadinho. Este ponto
define o limite mais baixo. A tabela abaixo mostra os limites mais
baixos e os valores médios da taxa de vazamento em 1995, em m³
x 24 h/ min” (fornos A e B da Sidmar)

limite mais baixo(*) valor médio de 1995 volume de trabalho(m³)


AF A 1.22 1.5 1754
AF B 1.45 1.81 2087
(*) calculado pela equação 2.”
OBS: No caso do AF2, vol. de trabalho de 1450 m³, dá 1,01 de taxa
de vazamento no limite mínimo, conforme equação 2.
Sugestão: - veja qual foi o valor médio de TV do AF2 num período
bom ( produtividade e baixa pressão) , com um só furo, e qual era
a massa e diâmetro de broca, etc. Comparar com o valor atual
que está dando problemas
- creio que o AF A da Sidmar possui um furo só ( checar
com Eng.. Francisco Aguiar)

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