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COMUNICADO

A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) vem a


público esclarecer alguns pontos em relação a manifestação – direito


garantido pelo artigo 5º, inciso IV, da
Constituição Federal Brasileira – que
foi realizada, hoje, na região do porto em Ilhéus, Bahia, contra a chegada de
amêndoas de cacau oriundas da Costa
do Marfim.

A importação de amêndoas de cacau ocorre pois o Brasil não é


autossuficiente na produção de amêndoas. As indústrias precisam recorrer à


importação em razão do baixo volume
da produção local de cacau, que não
garante o abastecimento do mercado
interno e externo. Assim sendo, o
volume importado está em linha com o déficit local e foi feito na medida

necessária para atender os clientes da Argentina, Chile, Estados Unidos,


Canadá, entre outros.

Recentemente outros dois questionamentos foram levantados sobre a


importação de amêndoas. Um diz respeito às medidas fitossanitárias e o
receio destas terem sofrido uma violação devido à ausência da substância
Brometo de Metila como medida de prevenção contra pragas em território
nacional. O segundo questionamento se trata da diferença nos dados sobre
o total de recebimento de cacau divulgado pela AIPC em comparação com
os números de previsão de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).

No que diz respeito ao uso do Brometo de Metila, o Ministério da


Agricultura (MAPA) já emitiu Nota Técnica informando não existir
necessidade da utilização da substância como controle fitossanitário, pois
as pragas regulamentadas pela IN 125/2021 são tratadas por fosfina. O
Ministério ainda afirma que o risco é muito baixo para as pragas Striga spp
(planta daninha) e Phytophthora megakarya (fungo) e, portanto, não
justifica a regulamentação. Assegura também que até o momento não
houve registro de interceptação dessas pragas nas importações da Costa do
Marfim.

Toda carga de cacau, antes de ser embarcada no país de origem, passa por
processo de beneficiamento, fermentação e secagem, bem como
fumigação de fosfina, além de sempre serem utilizadas sacarias novas para
o transporte das amêndoas da área de produção ao porto, e trocadas para
novas sacarias para o embarque no navio. Ao chegar no Brasil é realizada a
classificação, que determina a qualidade das amêndoas, e a análise

Comunicação: Renata Duffles - (11) 98706-9334


renata@quartettocom.com.br - www.aipc.com.br
fitossanitária, que avalia se existe alguma praga na carga. As cargas
somente seguem para os armazéns das indústrias após essas análises.
Desde a edição da IN 125/21 não tivemos cargas desclassificadas ou com
alguma suspeita de praga.

Já em relação à diferença nos dados sobre o recebimento de cacau


divulgado pela AIPC em comparação com os números de previsão de safra
projetados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), temos o
seguinte a esclarecer: A pesquisa divulgada pelo IBGE apontou que em 2021
o Brasil produziria 302 mil toneladas de cacau. Contudo, o levantamento
realizado pela AIPC mostra que as indústrias processadoras receberam
naquele ano 197.657 toneladas de amêndoas de cacau oriundas de
produtores brasileiros.

Assim sendo, é importante ressaltar que o IBGE é um órgão destinado a


produzir estimativas de produção com bases amostrais. Os dados
divulgados pela AIPC são relativos a números consolidados do recebimento
das indústrias. Ou seja, trata-se do número efetivo dos volumes vendidos
para as três indústrias moageiras associadas à entidade, Barry Callebaut,
Cargill e Olam, a Dengo e a IBC. Não estão contabilizados nesses números
os valores recebidos por outras indústrias de pequeno porte e produções
independentes de chocolate tree to bar e bean to bar, que não
correspondem 10% do consumo nacional de amêndoas.

Todas as cargas recebidas pelas indústrias moageiras possuem nota fiscal, o


que garante que os números sejam consolidados e auditáveis de forma
confiável e transparente. A consultoria Campos Consultores, responsável
pelo sistema SINDIDADOS de inteligência de mercado, é responsável por
coletar e consolidar os referidos.

Importante ressaltar que o IBGE é um órgão de suma importância e presta


um serviço relevante ao país. Qualquer diferença entre os dados é fruto de
diferentes metodologias e modelos de pesquisas. Por isso, a cadeia
produtiva do cacau, por meio da Câmara Setorial do Cacau do Ministério da
Agricultura, criou um grupo de trabalho para discutir possíveis alternativas
para oferecer informações que ajudem a aperfeiçoar o trabalho realizado
pelo Instituto de pesquisa, para que os números possam refletir a realidade
da produção brasileira. Além disso, em mais de uma oportunidade o
Ministério da Agricultura apresentou a meta de que o Brasil se torne
autossuficiente em 2026 com a produção de pelo menos 300 mil toneladas.

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De acordo com a presidente-executiva da AIPC, Anna Paula Losi, uma
produção brasileira acima de 300 mil toneladas representaria a
autossuficiência do país, podendo alçar o país ao patamar de exportador.
“Se o Brasil produzisse esse volume, a indústria não importaria amêndoas de
cacau e muito provavelmente a importação de derivados também cairia
drasticamente”, explica. Ela ressalta que a AIPC, assim como suas
associadas, possui total interesse em ver o Brasil verdadeiramente
autossuficiente em cacau sustentável, o que geraria além de maior
estabilidade e previsibilidade para o setor, oportunidades ainda maiores no
âmbito nacional.

Reforçamos ainda que as indústrias, moageiras e chocolateiras, possuem


programas para ajudar, capacitar e auxiliar o produtor brasileiro na adoção
de práticas modernas e cada vez mais sustentáveis ao seu processo. Nos
últimos 5 anos foram investidos mais de R$130 milhões nesses programas, e
a previsão para os próximos 5 anos é de triplicar esse valor, alcançando mais
de R$400 milhões, fora os investimentos via a iniciativa CocoaAction Brasil.
As indústrias reforçam seus compromissos com o produtor brasileiro, pois
um campo forte, pujante, técnico e responsável é a força motriz para o
sucesso da cadeia, levando a excelência do Brasil na produção agrícola.

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