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SALGUEIRO MAIA

O ETERNO SÍMBOLO DA REVOLUÇÃO

Bárbara Fernandes / Nº4


INTRODUÇÃO
Com este trabalho pretendo dar a conhecer-vos a personagem central
de uma daquelas histórias que contam a história de alguém que todos
queremos e ambicionamos ser, a história de uma pessoa que surge
discreta e involuntariamente das circunstâncias e leva a cabo o ato
sublime digno do herói. - A história de Salgueiro Maia.
O homem que, aos 29 anos, mudou o rosto a um país e deu a
liberdade a um povo sem pedir nada em troca. Por isso, hoje, com este
trabalho, relembrar-vos-ei a memória do herói que nos permite ser
livres, como sempre lutámos por ser desde 1143.
QUEM FOI SALGUEIRO MAIA?
➢Fernando José Salgueiro Maia, nasceu a 1 de julho de
1944, em Castelo de Vide e, com 47 anos, uma doença
cancerosa vitimou-o a 3 de abril de 1992.
➢Salgueiro Maia foi o único filho de Francisco da Luz Maia,
ferroviário, e de sua mulher, Francisca Silvéria Salgueiro
(cuja morreu quando este apenas tinha 4 anos de idade).
➢Tem uma filha, Catarina Salgueiro Maia, com a viúva
Natércia Maia, e diz-se também ter mais um filho
desconhecido.
➢Quando tinha 16 anos a família instala-se em Pombal, indo
Salgueiro Maia fazer o ensino secundário no Liceu Nacional
de Leiria (hoje Escola Secundária Francisco Rodrigues
Lobo).
➢Em 1964 entra na Academia Militar de Lisboa e em 1966
apresenta-se na EPC (Escola Prática de Cavalaria), em Fig.1- A primeira fotografia na
Santarém, na qual ascendeu a comandante de instrução e Academia Militar.
integrou uma companhia dos comandos na Guerra Colonial.
Fig.2- Aos 8 meses. Fig.3- Aos 3 anos. Fig.4- Aos 8 anos.
Fig.6- Em Moçambique.

Fig.5- 1970, 22 de Agosto, Fernando José e Natércia casam em


Minde.
MADRUGADA DO DIA 24 DE ABRIL
O ato inicial de Salgueiro Maia na madrugada do dia
24 de Abril de 1974 presenteia-nos com o que
sucede a um líder que conduz a sua vida com honra
e integridade. Maia manda formar a sua companhia
na parada do quartel da Escola Prática de Cavalaria
de Santarém e profere um discurso épico onde usa a
célebre expressão: “Como sabem, existem vários
tipos de Estado. Os Estados socialistas, os
Estados capitalistas, e o estado a que chegámos.
Nós vamos marchar até Lisboa para pôr fim ao
estado a que chegámos. Quem quiser ficar pode
abandonar a parada e recolher à caserna. Quem
quiser vir dê um passo em frente”. Toda a
companhia deu, de imediato, um passo em frente.
Fig.7- 1974, 25 de Abril, 16:35h, Largo do
Carmo.
O REVOLUCIONÁRIO
Salgueiro Maia, na antecipação de uma batalha, recebeu dos seus homens uma prova de total
e absoluta confiança e reverência, como um verdadeiro e legítimo líder, que alcançou a sua posição
pela competência, não como um mero técnico que dá ordens e faz imposições longe do perigo. Maia
era o arquétipo de um cavalheiro, e sabia que o cavalheirismo não poderia nunca estar dissociado da
honra e da coragem. Um cavalheiro que sabia distinguir a diferença fundamental entre derrubar um
inimigo pela força e pela fúria, ao mesmo tempo que conseguia conter esses sentimentos quando
estes deixam de ser necessários à vitória, em respeito pela pessoa humana.

«Quanto mais olhávamos para a postura tomada por Salgueiro Maia mais percebíamos que
este tomava decisões honradas porque ele próprio vivia sob os valores da honra. Para si, o
grande enfrentamento para que se sentia destinado foi o que levou a cabo naquela madrugada
de Abril, porque acreditava num ideal maior que si próprio, que queria oferecer
incondicionalmente aos portugueses, a liberdade. Pela via militar fez o seu voto de sacrifício
por esse ideal.»
Vasco Lourenço
No dia 25 de Abril, Salgueiro Maia torna-se no
herói involuntário por via das circunstâncias,
estava incumbido de ocupar apenas o Terreiro
do Paço quando, no imprevisível desenrolar
dos acontecimentos, se vê forçado a rumar ao
Largo do Carmo para encurralar o governo, Fig.8- Entre a Praça do Comércio e o Cais do
Sodré.
onde, de megafone em punho, liderou o cerco
ao Quartel do Carmo num largo lotado com
milhares de civis que o apoiavam
com palavras de ordem. Depois de várias
horas de impasse, Maia toma o quartel
e coordena a rendição do governo e a
passagem do poder para as mãos do
General Spínola. - O regime caiu, a missão
estava cumprida.
Fig.9- Salgueiro Maia, Fernando de Almeida,
Pato Anselmo e Jaime Neves. O mesmo teatro
de operações.
UM HOMEM DA LIBERDADE
Salgueiro Maia, pediu também que lhe dessem uma campa rasa, despojada de
brilhos e grandiloquências, numa prova óbvia da noção que tinha da sua finitude e
da sua pequenez de mais um homem que palmilhou esta terra, desatendendo
totalmente à grandiosidade que o seu povo lhe atribuía. Grandiosidade de quem,
pela honra, coragem e integridade, entregou incondicionalmente a liberdade a um
povo.
No epitáfio da sua lápide jaz:
“Ao Tenente-Coronel Salgueiro Maia.
Conquistador do sonho inconquistado.
Havia em ti o herói que não se integra”
Na memória coletiva do povo português, a esse epitáfio acrescenta-se: “Um soldado da
liberdade da Pátria, honremo-lo”.
25 de abril: dia para
celebrar a liberdade em
Portugal
➢A população encheu as ruas de
Lisboa para celebrar o fim de
um regime ditatorial que durou
48 anos. Nesta celebração foram
distribuídos vários cravos, a flor
nacional, como forma de
agradecimento, dando origem
ao nome Revolução dos Cravos.
➢Pela sua importância histórica o
dia 25 de abril é feriado em
Portugal.
«Não se preocupem com
o lugar onde sepultar o
meu corpo. Preocupem-
se é com aqueles que
querem sepultar o que
ajudei a construir.»

Salgueiro Maia
https://expresso.pt/revista/2022-04-01-Salgueiro-Maia-toda-a-historia-do-
homem-que-abracou-a-revolucao-2c8cd54e
CONCLUSÃO
Maia é um homem que conhece o sofrimento, um homem que
testemunhou em criança a trágica morte da jovem mãe à sua frente,
vítima de um atropelamento, um homem que viveu o vazio da
orfandade, um homem que testemunhou os horrores e as injustiças
da guerra do Ultramar, mas que nunca deixou que as suas tragédias
pessoais se transformassem em ódios e ressentimentos irrefletidos. O
seu sofrimento ajudou-o a entender o sofrimento do próximo, a
confrontação com a injustiça moldou o seu sentimento de justiça, o
testemunho dos horrores ajudou-o a entender que mundo desejaria
deixar para os seus filhos.
Salgueiro Maia perdurará na memória coletiva dos portugueses sem
nunca o ter desejado, mas tendo-o sempre merecido.
WEB/BIBLIOGRAFIA
• https://expresso.pt/revista/2022-04-01-Salgueiro-Maia-toda-a-
historia-do-homem-que-abracou-a-revolucao-2c8cd54e
• https://ensina.rtp.pt/artigo/salgueiro-maia-o-eterno-simbolo-da-
revolucao/
• https://ribatejonews.net/2019/04/19/entrevista-exclusiva-com-a-
viuva-do-capitao-salgueiro-maia/
• Revolução de 25 de Abril de 1974 – Wikipédia, a enciclopédia livre
(wikipedia.org)
• Duarte, A. Salgueiro Maia, Um Homem Da Liberdade, Circulo de
Leitores.

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